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PROJETO DE ARQUITETURA:ESTRUTURAS Prof. Natália Petry PRÉ-FABRICADOS EM CONCRETO Histórico ▪ antes da Segunda Guerra Mundial, a utilização de elementos pré- fabricados de concreto na construção civil era inexpressiva e tinha caráter experimental. ▪ o concreto pré-fabricado desempenhou um importante papel na reconstrução da Europa depois da Segunda Guerra Mundial; ▪ a rapidez de montagem e a redução da dependência da mão de obra nos canteiros fizeram com que a tecnologia fosse extensamente aplicada, sobretudo para reverter o déficit habitacional pelo qual passava o continente. ▪ Cassino de Biarritz, executado em 1891 pela Ed. Coignet de Paris, como sendo possivelmente a primeira obra a incorporar elementos estruturais pré-fabricados de concreto, mais especificamente, vigas pré-fabricadas de concreto armado. Fonte: AU 177, dez 2008. 1891 Cassino de Biarritz, executado Ed. Coignet de Paris Fonte: AU 177, dez 2008. http://1.bp.blogspot.com/-_MkDKs4BFXU/Uek_LprKwFI/AAAAAAAAUtg/uBDbxaBCUAQ/s1600/biarritz+cassino.jpg 1962 Apartamentos para professores da Universidade de Brasília, Colina, Brasília-DF, João Filgueiras Lima Fonte: AU 177, dez 2008. http://www.vitruvius.com.br/media/images/magazines/grid_9/9fa8bc5a8e61_02colina_foto_joana_fran ca.jpg 1981/83 Moradias de Rokko I, em Kobe, Japão, Tadao Ando Fonte: AU 177, dez 2008. https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/1e/66/8b/1e668b000ff5bb1a81cbe73edc2cbedd.jpg 1996 Estação de Trens de Alta Velocidade de Lyon- Satolas, França, Santiago Calatrava Fonte: AU 177, dez 2008. Descrição ▪ o sistema pré-fabricado se identifica primeiramente com a história da industrialização, que por sua vez está relacionada com o período histórico da mecanização, ou seja, com a evolução das ferramentas e máquinas para produção de bens; ▪ atualmente o desenvolvimento dos automatismos industriais de sistemas pré-fabricados está ligado não só aos processos de fabricações, mas também aos processos de transporte, de montagem, aos métodos de inspeção e controle, à criação de novos materiais e ao controle das consequências desses processos ao meio ambiente. ▪ a industrialização da construção civil, através da utilização de peças de concreto pré-fabricados, promoveu no Brasil e no mundo, um salto de qualidade nos canteiros de obras, pois através de componentes industrializados com alto controle ao longo de sua produção, com materiais de boa qualidade, fornecedores selecionados e mão de obra treinada e qualificada, as obras tornaram-se mais organizadas e seguras. Fonte: Serra; Ferreira; Pigozzo, 2005. Descrição ▪ o termo pré-fabricação no campo da construção civil possui o seguinte significado: ”fabricação de certo elemento antes do seu posicionamento final na obra” (REVEL, 1973). ▪ a norma NBR 9062 - Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré- Moldado (ABNT, 1985) define estrutura pré-fabricada como elemento pré- moldado executado industrialmente, mesmo em instalações temporárias em canteiros de obra, ou em instalações permanentes de empresa destinada para este fim que atende aos requisitos mínimos de mão de obra qualificada; a matéria-prima dos elementos pré-fabricados deve ser ensaiada e testada quando no recebimento pela empresa e previamente à sua utilização. ▪ a pré-fabricação em seu sentido mais geral se aplica a toda fabricação de elementos de construção civil em indústrias, a partir de matérias primas e semi-produtos cuidadosamente escolhidos e utilizados, sendo em seguida estes elementos transportados à obra onde ocorre a montagem da edificação. Fonte: Serra; Ferreira; Pigozzo, 2005. Fonte: Érica Dall’Asta Controle de qualidade na fase de produção Fonte: Érica Dall’Asta Vantagens - produção ▪ processo de moldagem com todos os recursos, realizado ao nível do solo; ▪ operações de mistura e lançamento mecanizadas (e até automatizadas), realizadas em ambientes abrigados; ▪ melhor controle de qualidade dos insumos (materiais e mão de obra); ▪ melhor controle de qualidade do produto final; ▪ concreto moldado em formas permanentes de aço, alumínio, GRC ou fibra, com excelente qualidade de acabamento das superfícies; ▪ formas reutilizadas até milhares de vezes, reduzindo o custo; ▪ possibilidade de protensão em todos os elementos, com redução de seção e peso; ▪ concreto e aço com melhor desempenho (tipicamente 35 Mpa e aço 1860 Mpa), reduzindo seção e peso; ▪ menor geração de resíduos na etapa de produção; Fonte: Azambuja, 2016. Vantagens – execução ▪ maior velocidade de montagem das estruturas; ▪ por serem autoportantes, os painéis alveolares não utilizam escoramento em sua montagem, possibilitando um ganho considerável no cronograma da obra; ▪ menor geração de resíduos na etapa de montagem; ▪ melhor qualidade do produto final; ▪ montagem realizada em qualquer clima. Fonte: Azambuja, 2016. Fonte: Érica Dall’Asta Desvantagens ▪ custo de transporte até a obra (logística, deslocamento e estocagem); ▪ limitação de largura em rodovias no Brasil (2,6 m); ▪ movimentação das peças gerando esforços específicos; ▪ formas com dimensões (seção e comprimento) específicos com menor possibilidade de adaptação; ▪ limitação de uso em locais com espaço exíguo (espaços internos ou em áreas com alta densidade) ou de difícil acesso (muito altos ou em terreno acidentado); ▪ estruturas isostáticas com maiores momentos, gerando peças mais caras. Fonte: Azambuja, 2016. SISTEMA ▪ Preço x tempo de execução. ▪ Modulação repetição x economicamente viável. ▪ Características topográficas do terreno /ruas x acesso de guindastes. ▪ Distância da fábrica à obra x custo do transporte. ▪ Não aceitam mudanças de última hora /a adaptações. ▪ As paredes duplas autoportantes de concreto pré-fabricado – associadas às lajes treliçadas - dispensam o uso de pilares e vigas. Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAhK7QAI/producao-montagem- elementos-estruturais-pre-fabricados-concreto-no-estado-sergipe?part=2 PROJETO ▪ Nascer compatibilizado ▪ O arquiteto deve ser o coordenador geral. ▪ Atenção à interface estrutura e vedação. ▪ Tratamento adequado das juntas com materiais de transição que absorvam essas diferentes movimentações (mastique, poliuretano, aparelhos de neoprene etc.). PROJETO Prever: ▪ aberturas em lajes e vigas p/ tubulações, ▪ altura livre sob vigas e lajes em função do pé-direito do pavimento, ▪ sobrecarga nas lajes em função do tipo de piso e alinhamento de painéis de fachada. Pilares ▪ quando necessário podem possuir duto central para escoamento das águas pluviais e consolo para apoio das vigas; ▪ consolos podem ser de forma trapezoidal ou retangular; ▪ as dimensões transversais dos pilares podem variais de 5cm em 5cm; Fonte: Catálogo Cassol Fonte: Érica Dall’Asta Confecção dos pilares em concreto armado pré- fabricado: pilar concretado e armadura de espera para concretagem dos consolos. Pilares em concreto armado pré-fabricado: forma e concretagem dos consolos. Fonte: Érica Dall’Asta Pilares em concreto armado pré-fabricado: posicionamento dos pilares na obra, verificação do prumo. Equipamentos: guindaste locado. Fonte: Érica Dall’Asta Pilares em concreto armado pré-fabricado: emenda nos pilares. Fonte: Érica Dall’Asta Vigas ▪ vigas “I”: em concreto protendido. Utilizadas normalmente como caminho e apoio de pontes rolantes , apoio de lajes, apoio de paredes de alvenaria ou pré-fabricadas e como vigas de fechamento para grandes vãos; Fonte: Catálogo Cassol Vigas ▪ vigas “T”: em concreto protendido ou armado são utilizadas normalmente para apoio de lajes; Fonte: Catálogo Cassol Vigas Vigas em concreto armado pré- fabricado, seção retangular: armazenamento. Fonte: Érica Dall’Asta Vigas em concreto armado pré-fabricado: armaduras. Fonte: Érica Dall’Asta Vigas Vigas em concreto armado pré-fabricado: montagem. Fonte: Érica Dall’AstaLajes Fonte: Allen; Iano, 2013 Os quatro principais tipos de componente pré-fabricados para lajes. As lajes alveolares são produzidas por diferentes fabricantes, em uma variedade de padrões de seção transversal, por diferentes processos. As lajes tipo T são usualmente menos usadas que as do tipo duplo T devido a necessitarem de uma sustentação temporária contra o tombamento até que estejam permanentemente fixadas no local. Lajes maciças ▪ placas pré-fabricadas em concreto protendido que constituem a parte inferior das lajes (com as armaduras), dispensando o uso de formas; ▪ podem ser executadas em tamanhos especiais o que possibilita grande flexibilidade; ▪ a concretagem executa “in loco” sobre a laje plana permite incorporar instalações e dar continuidade nos apoios criando uma etsrutura hiperestática e monolítica. Lajes alveolares ▪ lajes alveolares pré- fabricadas de concreto protendido Tipo Roth; ▪ As lajes apresentam vazios longitudinais que lhes proporcionam reduções de peso próprio da ordem de 30 à 45% em relação as lajes maciças de mesma espessura; ▪ espessuras de 12, 16, 20, 24, 28 e 32cm. No comprimento, as lajes podem ser serradas com precisão de mais ou menos 1cm. Fonte: Preconcretos http://www.preconcretos.com.br/Uploads/portfolio/imgPortfolioGal_92_6_zoom.jpg Lajes alveolares https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=0ahUKEwiF0oO388bPAhXLjZAKHRxADoYQjBwIBA&url=http%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Fmagoo%2FABAA AgY5kAA-39.jpg&bvm=bv.134495766,d.Y2I&psig=AFQjCNFKQEXyeVRCwqcwT7gJpnPxiwPMMA&ust=1475868132775125 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=&url=http%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Fmagoo%2FABAAAgY5kAA- 40.jpg&bvm=bv.134495766,d.Y2I&psig=AFQjCNFKQEXyeVRCwqcwT7gJpnPxiwPMMA&ust=1475868132775125 Lajes alveolares http://www.thiel.eng.br/f/noticias/31/255-G.JPG Lajes alveolares F o n te : C a tá lo g o C a ss o l Exemplo de gráfico para dimensionamento de lajes (Catálogo de fabricante). Lajes alveolares ▪ Para montagem deve ser utilizado um perfil “I” metálico, com capacidade compatível e garras ou cabos para içamento das lajes; ▪ É possível realizar cortes para passagem de instalações. Fonte: Catálogo Cassol Lajes duplo “T” (TT) ▪ Podem ser usadas como entrepisos industriais, de ensino, depósitos, etc., podendo ser montadas tanto em estruturas pré-fabricadas como em estruturas convencionais moldadas “in loco" ou estruturas metálicas. ▪ São produzidas em formas metálicas, que proporcionam excelente acabamento dos elementos, dispensando forro ou reboco. ▪ Nas lajes tipo TT é possível a execução de furos e aberturas para passagem de tubulações (ar condicionado, instalações, etc.), desde que previstos no projeto. Fonte: Preconcretos http://www.ebawe.de/sites/default/files/styles/popup/public/produktbilder/ebawe -deckenelemente-06.jpg?itok=SZEf6OuZ Lajes duplo “T” (TT) Fonte: Catálogo Cassol Lajes “T” simples (T) Fonte: Preconcretos Escadas → Exemplo: catálogo Cassol ▪Escada padrão: com largura de 125cm e comprimento de 500cm; degraus de 32X18cm e 9 degraus por lance; ▪ demais medidas sob consulta. → Outros fabricantes: ▪ Executadas de acordo com as necessidades do projeto. Fonte: autor Escadas Fonte: Catálogo Cassol Fonte: Abcic Escada paralela ▪ Para larguras maiores do que 125cm; ▪ Formada por degraus, patamares e vigas independentes Fonte: Catálogo Cassol Painéis ▪ Função: vedação / fechamento de muros; ▪ podem ser utilizados na horizontal ou vertical; ▪ soldarizado através de elementos metálicos galvanizados à fogo; ▪ comprimentos entre 10 e 12m; ▪ maciços ou alveolares com concreto protendido. Fonte: Catálogo Cassol Painéis Fonte: Azambuja, 2016 Fonte: Azambuja, 2016 Venezianas ▪ Função: vedação com manutenção da ventilação. Fonte: Azambuja, 2016 Telhas e domos F o n te : C a tá lo g o C a ss o l Fonte: Azambuja, 2016 Cobogós ▪ Função: elementos vazados que completam ou substituem paredes e muros para possibilitar maior ventilação e luminosidade interior, mantendo a privacidade. F o n te : B e to n a rt Cobogós F o n te : B e to n a rt COORDENAÇÃO MODULAR Coordenação Modular (CM) NBR 15.873:2010 – Norma de Coordenação Modular para edificações. ▪ Especifica como padrão a medida de 100 mm para módulos básicos, além de definir os termos e os princípios da coordenação modular para edificações. ▪ O conceito de coordenação se aplica ao projeto e construção de edificações de todos os tipos e também à produção de componentes construtivos. Coordenação Modular (CM) É um sistema baseado no emprego de um módulo. É a aplicação específica do método industrial por meio da qual se estabelece uma dependência recíproca entre os produtos básicos (componentes) e os produtos finais (edificações), mediante o uso de uma unidade de medida comum, representada pelo módulo. Fonte: Organização dos espaços na Construção Civil (GREVEN, 2000). http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI296118- 17180,00- ESTUDIO+DE+ARQUITETURA+CRIA+IGREJA+DE+LEGO+NA+HOLAN DA.html 24M 3M M MÓDULO ▪ Módulo é a distância entre dois planos consecutivos do sistema que origina o reticulado espacial modular de referência. ▪ O módulo usado na maioria dos países, inclusive o Brasil é o decímetro. ▪ O símbolo do módulo é M. ▪ Multimódulos (n.M): 3M, 6M, 12M, 15M, 30M, 60M (IMG); 12M, 15M, 30M, 60M (ISO); 3M, 6M e 12M (DIN) ▪ Submódulos (M/n): M/2, M/3. MÓDULO COMO UNIDADE DE MEDIDA, MALHA DE PROJETO, SISTEMA ESTRUTURAL Pilar Largura x Espessura (cm) Altura (cm) Medidas nominais 30 x 30 280 Folga 2,5 em cada face 2,5 Medidas de coordenação 35 x 35 282,5 Fonte: www.abcic.org.br/Palestras_2010/Sergio%20Leusin%2014-30.ppt COORDENAÇÃO MODULAR E SISTEMA PRÉ-FABRICADO As medidas nominais dos vãos são múltiplos de 10cm, masquando se somam as folgas, os vão resultantes de fato não serão modulares, porque os espaços necessários a cada componente não têm medidas múltiplas de 10cm, isto é, as medidas de coordenação não são modulares. Conjunto não coordenado modularmente COORDENAÇÃO MODULAR E SISTEMA PRÉ-FABRICADO COORDENAÇÃO MODULAR E SISTEMA PRÉ-FABRICADO COORDENAÇÃO MODULAR E SISTEMA PRÉ-FABRICADO Para solucionar a questão, pode-se aumentar as folgas ou o as medidas nominais dos componentes, de modo a obter medidas de coordenação modulares. COORDENAÇÃO MODULAR E SISTEMA PRÉ-FABRICADO Isso possibilita o encaixe de outros componentes modulares sem cortes. COORDENAÇÃO MODULAR E SISTEMA PRÉ-FABRICADO COORDENAÇÃO MODULAR, SISTEMA PRÉ-FABRICADO E PARTIDO ARQUITETÔNICO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALLEN, Edward; IANO, Joseph. Fundamentos de engenharia de edificações: materiais e métodos. 5.ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. xii, 995 p. ISBN 978-85-8260-077-1 AZAMBUJA, J. A. Notas de aula: materiais e técnicas de construção III. UniRitter: Porto Alegre, 2016. FIGUEROLA, V. N. Pré-fabricados de concreto: do padronizado ao exclusivo. AU nº 177, dez. 2008. Disponível em: <http://www.au.pini.com.br/arquitetura- urbanismo/177/artigo118597-1.aspx>. SERRA, S.M.B. ; Ferreira, M.de A. ; PIGOZZO, B. N. Evolução dos pré-fabricados de concreto. In: 1 Encontro Nacional de Pesquisa-Projeto-Produção em Concreto pré- moldado. São Carlos, SP, 2005. Disponível em: <http://www.set.eesc.usp.br/1enpppcpm/cd/conteudo/trab_pdf/164.pdf>. BONS ESTUDOS!!! Agradecimentos a professora Msc. Érica Dall’Asta pela disponibilização de material.
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