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M.A.P.A. – MATERIAL DE AVALIAÇÃO PRÁTICA DE APRENDIZAGEM QUÍMICA EXPERIMENTAL – MÓDULO 53/2021 ACADÊMICO: Everson de Oliveira Paulo R.A.: 21068812-5 CURSO: C.S.T em Manutenção industrial DISCIPLINA: Química Experimental. VALOR DA ATIVIDADE: 3,5 pontos. PRAZO:01/10/202 1 Utilização do repolho roxo como indicador natural ácido-base. 1.0 Introdução: Alguns materiais possuem determinadas propriedades, por exemplo, podem ser ácidos, básicos ou neutros. Para identificar essas propriedades, os químicos utilizam indicadores, como soluções ou papéis que mudam de cor conforme entram em contato determinadas soluções. Os materiais do grupo ácido possuem características em comum, como o sabor azedo e que são geralmente lembrados como substâncias perigosas e corrosivas capazes de dissolver outros materiais. Isso é em parte verdadeiro, mas não se deve esquecer que os ácidos estão presentes nas frutas cítricas e em outros alimentos que consumimos, além em outros compostos em nossa vida cotidiana. Portando não são vilões, mas exigem cuidados especiais em seu manuseio dependendo de sua concentração. De acordo com Fonseca (2016), os ácidos são compostos covalentes que reagem com água e sofrem ionização, liberando íons positivos de hidrogênio (cátion H+). Essa ideia foi inicialmente proposta pelo químico sueco Svante Arrhenius em 1884, ao sugerir a classificação de certos compostos como ácidos ou base de acordo com os íons formados por eles e meio aquoso. Além do sabor azedo, os ácidos apresentam características que ajudam em sua identificação, como por exemplo o fato de conduzir eletricidade em meio aquoso devido às suas propriedades de ionização, possuírem PH inferior a 7 e a capacidade de reagir com as bases formando sai e água por meio de uma reação chamada de neutralização (FONSECA, 2016). Do mesmo modo que os ácidos, as bases são eletrólitos e, portanto, liberam íons ao entrar em contato com a água. Segundo a teoria de Arrenius, as bases são compostos capazes de se dissociar na água liberando íons, dos quais o único ânion é o hidróxido OH1-, que é conhecido como hidroxila. Segundo Fonseca (2016), A dissociação é a liberação de íons já existentes, ou seja, na dissociação de uma base não há reação química com a água. As moléculas de água apenas cercam os íons presentes na solução. Como características que evidenciam o caráter básico dos compostos, destacam-se o sabor adstringente que reduz a salivação (semelhante ao da banana verde), o PH maior que 7, e sua capacidade de condução elétrica em meio aquoso semelhante aos ácidos devido a liberação dos íons. Uma das maneiras de se detectar o caráter ácido, básico ou mesmo neutro de um composto, é promover a reação química com outra substância que muda de cor ao entrar em contato com os diferentes compostos. Essas substâncias são normalmente conhecidas como indicadores ácido-base. Segundo Silva, et al. (2009), existe uma variedade bastante grande de indicadores sintéticos encontrados comercialmente. Como exemplo, citam-se a fenolftaleína, o azul de bromotimol, o papel de tornassol e o também o alaranjado de metila. Além disso, também se destacam algumas substâncias naturais presentes em algumas frutas, vegetais e folhas de coloração intensa, como a uva, beterraba, repolho roxo, folhas vermelhas em geral, entre outras (FOGAÇA, 2017). As substâncias presentes nesses normalmente são um ácido fraco ou uma base fraca que entra em equilíbrio com a sua base ou ácido conjugado, respectivamente. O ácido fraco possui uma cor, enquanto sua base conjugada possui outra cor. Em outras palavras, os indicadores ácido-base possuem a capacidade de modificar a sua cor de acordo com pH (potencial hidrogeniônico) do meio no qual são colocados em contato. O pH mede o grau de acidez de qualquer solução pela quantidade de íons hidrônio, H3O1+(aq), livres por unidade de volume que ela apresenta (Fonseca, 2016). Trata-se de uma escala logarítmica que varia de 0 a 14, sendo que na temperatura de 25 oC, uma solução é considerada neutra quando apresenta pH = 7,0. Ainda segundo Fonseca (2016), nessa temperatura, um pH maior que 7,0 indica solução básica, e um pH inferior a 7,0 indica solução ácida. Quanto menor for o pH de uma solução, maior a sua acidez porque a escala de pH é logarítmica, ou seja, o pH é definido como o logaritmo negativo da concentração de íons H3O1+(aq), na base 10, seguindo a relação: [H3O1+] = 10-pH. Especificamente no caso do repolho roxo, substâncias chamadas de antocianinas, que são pigmentos responsáveis pela coloração de diversas flores e folhas e estão presentes no repolho roxo, apresentam a característica de mudar de cor quando em contato com substâncias ácidas ou alcalinas. As antocianinas possuem coloração avermelhada quando em meio ácido, violeta em meio neutro e azul em condições de alcalinidade. Essa propriedade faz com que o repolho roxo possa ser utilizado como um indicador universal de pH, pois tem potencial para apresentar uma diversidade de cores dependendo da concentração das substâncias no qual seu extrato é imerso (SILVA, et al.,2009). A figura abaixo, ilustra a coloração adquirida pelo suco de repolho roxo em meios com diferentes pH. Figura 01: Cores do suco de repolho roxo em diferentes pH (VOIGHT, 2019) Fonte: Voight, 2019. Nesse contexto, tem-se como objetivos deste relatório, produzir um indicador ácido-base natural a partir do extrato de repolho roxo, e verificar a sua eficácia na indicação do pH em alguns produtos de uso cotidiano. 2.0 Procedimento Experimental: 2.1 Materiais e Métodos: ● Um repolho roxo; ● Um litro de água; ● Um liquidificador; ● Um coador; ● Uma jarra; ● Sete copos transparentes; ● Uma colher; ● 50 ml de vinagre; ● 50 ml de suco de limão puro; ● 50 ml de leite; ● 50 ml de água sanitária; ● 50ml de água pura; ● Uma colher de sabão em pó diluído em 50 ml de água; ● Etiquetas adesivas e canetas. ● Inicialmente foram separadas seis folhas do repolho roxo, as quais foram picadas e batidas no liquidificador com um litro de água por cerca de três minutos. A mistura foi posteriormente coada para se obter o extrato do repolho roxo e reservada em uma jarra acondicionada na geladeira; Figura 02: Etapas da preparação do suco de repolho roxo. Fonte: Everson de O. Paulo. Figura 03: Etapas da preparação do suco de repolho roxo. Fonte: Everson de O. Paulo. Figura 04: Etapas da preparação do suco de repolho roxo. Fonte: Everson de O. Paulo. Adicionou-se 50 ml de cada substância em um copo transparente, e posteriormente cada copo recebeu uma etiqueta com o nome da sustância que possuía. Para este experimento, as substâncias utilizadas foram o vinagre, suco de limão, leite, água sanitária, água pura e uma mistura de 50 ml de água com sabão em pó. Em um dos copos colocou-se o suco de repolho puro para fins de comparação de cores conforme a imagem a seguir; Figura 05: Substâncias a serem misturadas com o suco de repolho roxo. Fonte: Everson O. Paulo. Adicionou-se 50 ml de suco de repolho roxo em cada copo para observar a mudança na coloração. As misturas ficaram em descanso por cerca de um minuto até se estabilizarem e não apresentarem mais mudança nas cores das substâncias testadas. Organizou-se os copos de acordo com a coloração relacionada com o pH de acordo com a figura 01. 3.0 Resultados e Discussão: Ao se adicionar o suco de repolho roxo, percebeu-se a mudança imediata de coloração nas substâncias testadas. Após alguns minutos, observou -se que a mudança de cores se estabilizou e os dados puderam ser coletados. Os resultados das colorações adquiridas pelas substâncias após a adição do suco de repolho podem ser observados na figura a seguir. Figura 06: Resultados obtidos com a adição do suco de repolho nas substânciasinvestigadas, organizados pela escala de pH. Fonte: Everson O. Paulo. Observando a imagem, percebe-se que após a adição de 50 ml do suco de repolho roxo em todas as substâncias, o vinagre adquiriu uma coloração vermelha, em um tom que quando comparado a figura 01, indica que o pH é 2. Utilizou-se as cores mostradas na figura 01 para comparar com as cores de todas as substâncias deste experimento e definir o valor de seu pH. O suco do limão do limão também adquiriu coloração avermelhada, mas em um tom mais claro que o vinagre. Pode-se observar que seu pH é 3. O leite, adquiriu uma coloração lilás. Pode-se concluir que seu pH está na faixa de 5 a 6. A água pura ficou praticamente com a mesma tonalidade do indicador, portanto, seu pH é neutro, em torno de 7. Ao observar os produtos de limpeza testados, observa-se que eles são básicos. O sabão em pó, adquiriu uma coloração verde escuro, indicando que seu pH está na faixa entre 9 e 10. Por fim, observando a coloração adquirida pela água sanitária, percebe-se que ela é uma base forte, pois seu pH é 13. 4.0 Conclusão: Com base nos resultados obtidos por meio da realização deste procedimento, percebe-se que o suco do repolho roxo se comportou da maneira esperada, podendo ser utilizado como indicador ácido-base natural. Aponta-se como vantagem o fato de utilizar materiais de baixo custo e de fácil obtenção, o que torna o experimento acessível e de fácil realização. Além disso, a mudança de cores observada causa um impacto bastante positivo, pois chama a atenção e desperta a curiosidade para sua interpretação. Deve-se observar, contudo, que não há precisão sobre o valor de pH obtido, pois sua determinação foi feita por um método visual e, portanto, está sujeita a erros. Existem aparelhos capazes de medir o pH das substâncias com precisão maior. Porém, o método mostrou-se eficiente para determinação do caráter ácido-base das substâncias testadas e comparando com métodos utilizados na literatura pode-se determinar uma faixa com boa aproximação para o pH das substâncias testadas. 5.0 Referências Bibliográficas FONSECA, M.R.: Química – Ensino Médio. Editora Ática, 2016. TARNOWSKI, K.S.: Indicador ácido-base de repolho roxo. UDESC, 2017. Disponível em https://quimicaempratica.files.wordpress.com/2017/07/indicador- c3a1cido-base-de-repolho-roxo.pdf. Acesso em 10/08/2021 FOGAÇA, J. Indicador ácido-base com repolho roxo. Manual da Química. Disponível em https://www.manualdaquimica.com/experimentos- quimica/indicador-acido-base-com-repolho-roxo.htm. Acesso em 10/08/2021 SILVA, J. D.; SILVA, A.S.; Antero, R.V.P.; BORGES, E.C.L.: Estudo da eficácia do repolho roxo como indicador ácido base. Centro Científico Conhecer. Enciclopédia Biosfera, n.07. Goiânia, 2009. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. Mudanças de Cores e Indicadores. N.10, NOVEMBRO 1999. Disponível em http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/conceito.pdf. Acesso em 10/08/2021 LIMA, V.A.; BATTAGGIA M.; GUARACHO, A.; INFANTE, A.: Estudando o equilíbrio ácido-base - Química Nova na Escola 1995, 1, 32-33. Disponível em http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc01/exper1.pdf. Acesso em 10/08/2021 VOIGHT, C.L.: Atividades de ensino e de pesquisa em química 2. Ponta Grossa, PR. Atena Editora, 2019. Disponível em https://sistema.atenaeditora.com.br/index.php/admin/api/artigoPDF/30626. Acesso em 10/08/2021. Everson de Oliveira Paulo. 24/09/2021 https://quimicaempratica.files.wordpress.com/2017/07/indicador-c3a1cido-base-de-repolho-roxo.pdf%20%20Acesso%20em%2010/08/2021 https://quimicaempratica.files.wordpress.com/2017/07/indicador-c3a1cido-base-de-repolho-roxo.pdf%20%20Acesso%20em%2010/08/2021 https://www.manualdaquimica.com/experimentos-quimica/indicador-acido-base-com-repolho-roxo.htm https://www.manualdaquimica.com/experimentos-quimica/indicador-acido-base-com-repolho-roxo.htm http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc10/conceito.pdf http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc01/exper1.pdf https://sistema.atenaeditora.com.br/index.php/admin/api/artigoPDF/30626.%20Acesso%20em%2010/08/2021 https://sistema.atenaeditora.com.br/index.php/admin/api/artigoPDF/30626.%20Acesso%20em%2010/08/2021
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