Buscar

Enem Ciclo 1 Prova 1 - 2014 - Gabarito

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2014
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Verifique se este caderno de questões contém um total de 90 questões, sendo 45 de Ciências Humanas e suas Tecnologias 
e 45 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. 
Para cada questão, existe apenas uma resposta correta.
Você deve ler cuidadosamente cada uma das questões e escolher a alternativa que corresponda à resposta correta. Essa 
alternativa (a, b, c, d ou e) deve ser preenchida completamente no item correspondente na folha de respostas que você 
recebeu, segundo o modelo abaixo. Observe:
Não será permitida nenhuma espécie de CONSULTA nem o uso de máquina calculadora ou de dispositivos eletrônicos, 
tais quais celulares, pagers e similares.
É proibido pedir ou emprestar qualquer material durante a realização da prova.
Você terá quatro horas e trinta minutos para responder a todas as questões e preencher a folha de respostas.
Não é permitida a saída antes de duas horas de duração da prova.
 A
ERRADO ERRADO ERRADO CORRETO
A A A
1
2
3
4
5
6
7 Boa prova! Boa prova! 
Instruções para a provaInstruções para a prova
Prova 1
Ciclo 1
AEPS
SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL POLIEDRO
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 2
2014 2014
ciências humanas e suas 
tecnologias
QuestÕes De 1 a 45
QuestÃo 1 
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, 
qualificou o ataque com armas químicas na Síria como 
“crime de guerra”. O secretário, no entanto, não atribuiu 
responsabilidades. Ban Ki-moon exigiu que os respon-
sáveis – não identificados por ele – “prestem contas” 
pelo que fizeram e frisou que o Conselho de Segurança 
tem a “responsabilidade moral” de não deixar passar 
em branco esta violação dos direitos humanos. [...]
O relatório dos inspetores das Nações Unidas nada 
diz sobre os responsáveis pelo ataque, mas este não é 
um caso isolado, já que a comissão da ONU sobre as 
violações de direitos humanos na Síria anunciou o início 
de investigação de outros supostos 14 ataques quími-
cos, registrados desde setembro de 2011.
O conflito na Síria – em que a contestação popu-
lar ao regime deflagrou uma guerra civil – causou mais 
de 110 mil mortes e fez dois milhões de refugiados, de 
acordo com as Nações Unidas. [...] 
Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-16/siria-onu-
diz-que-ataque-com-armas-quimicas-e-crime-de-guerra>. 
Acesso em: 31 out. 2013. (Adapt.).
As tensões que ocorrem na Síria têm despertado a 
atenção de organismos internacionais, como a ONU 
(Organização das Nações Unidas), e influem na disputa 
de poder entre as grandes potências mundiais no atual 
contexto das relações internacionais. Nesse sentido, 
faz parte das funções da ONU, em situações como a 
exposta sobre o conflito na Síria,
a apoiar incondicionalmente os interesses das potên-
cias hegemônicas, a fim de evitar que esses países 
iniciem uma guerra nuclear contra os países em 
conflitos.
B incentivar a proliferação de armamentos de defesa, 
desde que obedecidos os requisitos estabelecidos 
pela instituição, como não provocar destruição em 
massa.
c impedir o surgimento de novas potências nucleares 
e a ação das antigas e, ao mesmo tempo, evitar o 
massacre da população civil em decorrência do uso 
de armamentos de destruição em massa.
D apoiar os Estados Unidos e seus aliados, uma vez 
que a Rússia sofre limitações do seu poderio bélico 
por conta das ações de seu governo contra as mi-
norias do país.
e criar um bloco militar ocidental, com China e Rússia 
representando o Leste, utilizando recursos desses 
países para a defesa contra regimes ditatoriais, 
como o da Síria.
Resposta correta: C
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 2 e 3
Habilidades: 7, 9 e 15
A ONU foi criada em 1945, na Conferência de São 
Francisco, logo após o final da Segunda Guerra 
Mundial. Os países-membros do Conselho de Segu-
rança – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – 
não formam um exército único, mas têm o direito de 
deliberar sobre o uso de armas de destruição em mas-
sa, como no caso ocorrido na Síria, e sobre assun-
tos como intervenções militares, sanções econômicas 
e outras punições contra os países que ultrapassam 
os limites estabelecidos pelas Nações Unidas e por 
órgãos paralelos, como a Aiea (Agência Internacional 
de Energia Atômica).
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 3
2014 2014
QuestÃo 2 
O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso decla-
rou [...] que as práticas políticas brasileiras “são erradas 
e deformadas” e que houve uma regressão para a 
República Velha no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. 
“Hoje temos governo e oposição. Os partidos perde-
ram espaço e não existe mais o que se chamava de 
presidencialismo de coalizão”, afirmou FHC durante 
um evento na Fundação Escola de Sociologia de São 
Paulo. Segundo ele, atualmente existem apenas dois 
lados: governo e a oposição. “O governo busca com 
seus recursos políticos e de outra natureza influenciar 
a opinião. Não é um bom sistema”. [...]
Gabriel Bonis. “Governo Lula levou a política do Brasil para a República Velha, 
diz FHC”. Carta Capital. Disponível em: <www.cartacapital.com.br/politica/lula-
levou-a-politica-do-brasil-para-a-republica-velha-diz-fhc-221.html>. 
Acesso em: 12 set. 2013.
No texto, ao comparar o governo Lula à República 
Velha, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso 
apresentou algumas características que, segundo ele, 
seriam comuns aos dois modelos de administração 
pública, embora tenham sido adotados em períodos 
distintos da história. Ainda que o ex-presidente Lula tenha 
governado o Brasil no século XXI e a República Velha 
tenha ocorrido no período de 1889 a 1930, ele afirma 
existirem similaridades. De acordo com as afirmações de 
Fernando Henrique Cardoso, tanto na República Velha 
como no governo do ex-Presidente Lula, foram comuns 
práticas como
a a utilização de expedientes como voto aberto, 
curral eleitoral e eleitores fantasmas para garantir a 
continuidade de um projeto de poder em detrimento 
do interesse da maioria da população brasileira.
B a adoção de modelo político pautado em discus-
sões entre grupamentos de diferentes bandeiras e 
interesses políticos, com representação do povo e 
constante busca de construção de coalizões para 
concretizar projetos de interesse coletivo.
c o uso do poder econômico e da máquina governa-
mental para influenciar as decisões políticas de inte-
resse nacional, com redução do poder dos partidos 
e vigência de um modelo em que o embate político 
estava limitado à situação e à oposição.
D o monopólio, por parte dos estados mais ricos – São 
Paulo e Minas Gerais, por exemplo –, mantendo 
privilégios para a elite e garantindo a destinação de 
mais verbas para seus estados, aplicadas em obras 
públicas e na preservação de seu domínio político.
e a centralização do poder político em um único 
partido, com a existência de outros agrupamentos 
políticos que, apesar de participarem de um pre-
tenso jogo democrático, eram coagidos por milita-
res a votar em favor do governo. 
Resposta correta: C
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1 e 5
Habilidades: 1, 2, 3 e 23
Segundo o ex-Presidente Fernando Henrique, o gover-
no Lula se aproxima do modelo de administração pública 
da República Velha por consolidar práticas políticas 
em que, apesar da existência de várias agremiações 
políticas, há pouco ou nenhum espaço para o debate e 
o pluralismo de ideias, com a presença de apenas dois 
grandes grupamentos a se posicionarem: a situação 
e a oposição. Nesse sentido, a utilização da máquina 
pública – assim como na República Velha se recorria 
ao expediente “é dando que se recebe” – para garantir 
apoio aos projetos da situação é um dos elementos 
usados pelos governistas.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 4
2014 2014
QuestÃo 3 
[...] cada pessoa singular está realmente presa; 
está por viver em permanente dependência funcional 
de outras; ela é um elo nas cadeias que ligam outras 
pessoas, assim como todas as demais,direta ou indire-
tamente, são elos nas cadeias que as prendem. Essas 
cadeias não são visíveis e tangíveis, como grilhões de 
ferro. São mais elásticas, mais variáveis, mais mutá-
veis, porém não menos reais, e decerto não menos 
fortes. E é a essa rede de funções que as pessoas de-
sempenham umas em relação a outras, a ela e a nada 
mais, que chamamos “sociedade”.
Norbert Elias. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
De acordo com o sociólogo Norbert Elias, a ideia de so-
ciedade está diretamente ligada à dependência do ou-
tro, das pessoas à nossa volta. Não é possível perceber 
de forma tão imediata essas ligações, mas a existência 
delas concretiza-se nas relações humanas diretas e in-
diretas. Ao utilizar termos como dependência funcional, 
cadeias, grilhões de ferro e rede de funções, Elias defi-
ne as relações humanas como
a espontâneas, criadas a partir da colaboração direta, 
sem que interesses específicos norteiem os encon-
tros entre os indivíduos e o funcionamento da socie-
dade como um todo.
B interdependentes e baseadas no funcionalismo, 
ou seja, todo e qualquer encontro entre indivíduos 
pauta-se em interesses individuais e/ou corporati-
vos associados a causas e motivações específicas.
c espontâneas, sob o aspecto individual, e interde-
pendentes, quanto aos aspectos sociais, porém não 
associadas a interesses específicos, ou seja, não 
funcionais ou materialistas.
D espontâneas, por meio dos grilhões que associam 
as pessoas ao materialismo, simulando condições 
sociais mais nobres, como a interação entre os indi-
víduos, e não havendo interesse específico por trás 
das relações.
e socialmente direcionadas por instituições e meca-
nismos socioeconômicos invisíveis ao olho huma-
no, os quais dizem às pessoas o que fazer, por onde 
andar, o que consumir, dando-lhes a falsa impres-
são de livre-arbítrio. 
Resposta correta: B
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1 e 3
Habilidades: 1 e 14
A leitura do enunciado traz bases do pensamento 
do sociólogo Norbert Elias, um dos expoentes do 
século XX nas ciências sociais. Elias evidencia, em 
sua obra, a teoria da interdependência funcional como 
elo a relacionar as pessoas em nível individual e social, 
utilizando termos fortes para deixar clara essa relação e 
evidenciando tanto a necessidade do outro e do tecido 
social quanto o fato de que os homens se aproximam 
para resolver seus problemas e necessidades.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 5
2014 2014
QUESTÃO 4 
Pauta de exportações do império (em %)
PRODUTOS 1851-1860 1861-1870 1871-1880
Café 48,8 45,5 56,6
Açúcar 21,2 12,3 11,8
Algodão 7,5 6,2 18,3
Cacau 1,0 0,9 1,2
Borracha 2,3 3,1 5,5
Fumo 2,6 3,0 3,4
Erva-mate 1,6 1,2 1,5
Couros e peles 7,2 6,0 5,6
TOTAL 90,2 90,3 95,1
Fonte: N. W. Sodré. “História da burguesia brasileira”. In: Ilmar R. Matos; 
Márcia A. Gonçalves. O império da boa sociedade. 
São Paulo: Atual, 1991, p. 49.
Com base nos dados da tabela, relativos às décadas 
de 1850 a 1870, observa-se que o modelo econômico 
brasileiro vigente no período imperial, durante o governo 
de Dom Pedro II, evidenciou
A a importância do Brasil no cenário mundial como 
exportador de café, açúcar e algodão, que eram 
produtos de grande interesse aos maiores mercados, 
os quais, ao comprarem esses produtos, estimularam 
a entrada de recursos para a industrialização 
nacional.
B a diversidade da produção agrícola nacional, com 
primazia do café, do açúcar e do algodão, mas 
com o crescimento de outros gêneros que, nas 
décadas seguintes, seriam os pilares da economia 
nacional, como a borracha, o cacau e o fumo.
C os grandes investimentos na diversificação econô-
mica nacional, com a ampliação do parque indus-
trial em São Paulo e no Rio de Janeiro, apesar de 
a pauta de exportações indicar a forte inclinação 
agroexportadora do Brasil.
D a profunda dependência da cafeicultura, que, nesse 
período, representou entre 45% e 56% das expor-
tações brasileiras, suplantando o açúcar como prin-
cipal produto de exportação e definindo o país como 
nação agroexportadora monocultora.
E a continuidade do ciclo do café no Brasil, iniciado no 
século XVIII, na região das Minas Gerais, logo após 
o esgotamento da produção aurífera no país, ainda 
durante o período colonial, atingindo seu ápice entre 
1850 e 1880. 
Resposta correta: D
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência: 1
Habilidades: 1, 2 e 3
A tabela demonstra que o Brasil, durante o governo de 
Dom Pedro II, consolidou o avanço e a prevalência do 
café como principal produto nacional de exportação, 
representando, nas décadas referidas, entre 45% e 
56% dos produtos comercializados internacionalmente 
pelo país. Com isso, o Brasil consolidou sua economia 
como essencialmente agrária e manteve o perfil de 
país monocultor, tendo em vista que o café respondia, 
sozinho, por praticamente metade das receitas auferi-
das pela exportação.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 6
2014 2014
QuestÃo 5 
Em julho, o comércio varejista do país cresceu 
1,9% no volume de vendas e 2,0% na receita nominal, 
ambas na série com ajuste sazonal. Para o volume 
de vendas é o maior resultado desde janeiro de 2012 
(2,8%), e para a receita nominal, é a maior variação 
desde junho de 2012 (2,4%). Na série sem ajuste sa-
zonal, o volume de vendas cresceu 6,0% sobre julho 
de 2012, 3,5% no acumulado dos sete primeiros me-
ses do ano e 5,4% no acumulado em 12 meses. Nas 
mesmas comparações, a receita nominal de vendas 
cresceu 13,8%, 11,6% e 12,2%, respectivamente. 
IBGE Comunicação Social, 12 set. 2013. Disponível em: 
<http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca= 
1&idnoticia=2467>. Acesso em: 15 set. 2013.
O texto destaca o aumento das vendas do setor vare-
jista no Brasil, cujas atividades são importantes para 
a economia do país. Dentre as principais justificativas 
para essa expansão, tem-se
a o aumento da renda média do trabalhador brasi-
leiro, o que se deve a fatores como a redução do 
desemprego, tendo provocado grande incremento 
de população na faixa de renda conhecida como 
classe C.
B os programas do Governo Federal de incentivo ao 
consumo, que oferecem crédito facilitado para as 
famílias das classes B e C, desde que elas com-
provem que têm renda familiar baixa e são mais 
numerosas.
c o expressivo crescimento da produção industrial 
brasileira, que atualmente consegue concorrer de 
forma muito equilibrada com a produção manufa-
tureira de países emergentes, como a China.
D a redução da taxa de natalidade, pois as famílias 
que têm menos integrantes obrigatoriamente terão 
uma renda mais bem distribuída, podendo gastar 
mais no comércio varejista.
e as parcerias do Brasil com países do Mercosul, que 
garantem ao mercado varejista uma enorme quan-
tidade de produtos manufaturados ali fabricados, 
com preços mais competitivos para o consumidor.
Resposta correta: A
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 2 e 4
Habilidades: 8 e 18
Uma das justificativas do bom momento apresentado 
pelo setor varejista é o aumento da renda média do tra-
balhador brasileiro, que foi alcançado devido ao cresci-
mento do número de empregos formais, à redução do 
desemprego e à maior facilidade de acesso ao crédito; 
este, por sua vez, não está condicionado à comprovação 
de uma renda baixa, pois os credores precisam de ga-
rantias mínimas de estabilidade financeira para ofere-
cer crédito aos consumidores, já que o Governo Federal 
não interfere nos critérios utilizados pelas instituições 
financeiras.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 7
2014 2014
QuestÃo 6 
O conceito de violência simbólica foi criado pelo 
pensador francês Pierre Bourdieu para descrever o pro-
cesso pelo qual a classe que domina economicamente 
impõe sua cultura aos dominados. Bourdieu, juntamen-
te com o sociólogo Jean-Claude Passeron, parte do 
princípio de que a cultura, ou o sistema simbólico, é ar-
bitrária, uma vez que não se assenta numa realidade 
dada como natural.
NadimeL’apiccirella. “O papel da educação na legitimação da violência 
simbólica”. Revista eletrônica de Ciências, nº 20, USP: 2003. Disponível em: 
<www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_20/violenciasimbolo.html>. 
Acesso em: 28 nov. 2013. 
Pierre Bourdieu, grande sociólogo do século XX, 
cunhou importantes expressões e conceitos, como 
o de “violência simbólica”, conforme citado no texto. 
Sobre essa proposição em particular, é importante 
compreender tanto o conceito de violência quanto o 
de simbolismo. Uma das concretizações que Bourdieu 
considerava como “violência simbólica” era a própria 
educação. Parece contraditória, do ponto de vista so-
cial, a percepção da educação, considerada libertária 
pela concessão de elementos do conhecimento ao 
indivíduo e ao tecido social, como concretização da 
“violência simbólica”; entretanto, para ele, essa asso-
ciação era possível, pois
a a organização do sistema educacional, com salas 
de aula fechadas, com os alunos submetidos ao 
poder e ao controle dos profissionais da educação 
constitui forma de violência silenciosa e sutil.
B a autoridade dos agentes educacionais simboliza 
e evidencia elementos de violência simbólica por 
inibirem o pensamento livre, a criatividade e a au-
tonomia dos alunos.
c o uso de expedientes como notas, suspensões 
e castigos, impostos pelos agentes educacionais 
aos alunos para sobre eles exercer controle, evi-
dencia a violência simbólica existente na escola.
D a educação é um elemento de imposição ou per-
suasão de valores sociais pertencentes aos gru-
pos sociais dominantes que, de modo silencioso, 
condiciona os demais segmentos sociais a seus 
interesses e valores.
e a submissão dos alunos durante as aulas e ativi-
dades propostas pelos agentes educacionais, sem 
qualquer outra opção aos educandos, com impo-
sição de modelos e práticas, constitui violência 
simbólica.
Resposta correta: D
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1 e 3
Habilidades: 1 e 14
Violência simbólica é aquela que não se evidencia 
física ou psicologicamente, impondo-se de forma sub-
jacente, com a imposição silenciosa e sutil de valores, 
padrões, conceitos e práticas. Ao associar esse con-
ceito à educação, o sociólogo Pierre Bourdieu procu-
rou demonstrar que, por meio de modelos sociais, uma 
classe dominante – como a burguesia (no caso dos 
países liberais ou neoliberais) – impõe aos demais gru-
pamentos sociais, em sala de aula, seu modo de vida.
 
2014 2014
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 8
2014 2014
QuestÃo 7 
Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_yah7vf_hdvI/TPQ6d4xWLeI/
AAAAAAAAAhM/LFc2thkyIfI/s1600/1.jpg>. Acesso em: 16 out. 2013.
A charge tem Getúlio Vargas como personagem cen-
tral atuando em dois papéis, como uma das marione-
tes e como o articulador do movimento de si mesmo 
e do popular com quem interage no “Teatrinho do Pai 
dos Pobres”. Nela, além da alcunha (o “pai dos pobres”) 
dada a Getúlio durante seus governos, aproximando-o 
da população devido a suas ações de caráter populista, 
há também a associação de Vargas ao sindicalismo. 
Considerando a charge e tendo em vista que os sindica-
tos são representações dos interesses dos trabalhado-
res na relação com seus empregadores e que o governo 
deve intermediar essas relações de forma imparcial, 
sobre a relação do governo varguista com os sindicatos 
e trabalhadores, é possível inferir que Vargas 
a agiu de forma calculada e política ao estabelecer as 
leis trabalhistas, por isso começou a ser chamado de 
“pai dos pobres”, mas atrelou os sindicatos ao seu 
comando, elegendo pelegos para os cargos diretivos.
B foi realmente o “pai dos pobres”, pois, decisivo, 
agiu para que a relação entre patrões e emprega-
dos ocorresse de forma justa, exigindo dos empre-
gadores o respeito aos direitos trabalhistas criados 
na República Velha.
c manipulou os sindicatos, agindo em benefício dos 
empresários, por isso a charge ironiza a ideia de “pai 
dos pobres” ao fazer Getúlio “brincar” com questões 
primordiais para os interesses dos trabalhadores, 
como o sindicalismo.
D adotou o modelo sindical fascista de Mussolini, com 
os trabalhadores sob controle direto do Estado, sem 
que se estabelecessem sindicatos, sendo o Ministério 
do Trabalho intermediador das relações entre patrão 
e empregado.
e proibiu qualquer ação dos sindicatos durante seu 
governo, que via nessas instituições fins políticos 
e uma relação direta com os comunistas ligados a 
Carlos Prestes, criando o Ministério do Trabalho para 
intermediar as relações entre patrões e empregados. 
Resposta correta: A
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1 e 5
Habilidades: 1, 2, 3, 4 e 23
Vargas criou as leis trabalhistas no Brasil durante o Es-
tado Novo (1937-1945), ganhando com isso apoio e res-
peito popular em um período marcado pelo autoritarismo 
de seu governo. O estabelecimento de direitos como fé-
rias, descanso semanal remunerado, salário mínimo e 
outros benefícios foi um dos pilares do populismo getu-
lista. Essas medidas eram demandas dos trabalhadores 
e de seus sindicatos desde a República Velha; ao enten-
der a necessidade de implementação delas e realizá-las 
em seu governo, Getúlio ganhou grande popularidade, 
ficando conhecido mais tarde pela alcunha “o pai dos 
pobres”. Quanto aos sindicatos, porém, Getúlio Vargas 
agiu de forma a exercer controle sobre eles, definindo 
seus comandantes ao “indicar” pessoas de sua confian-
ça, ligadas ao seu governo e a seus interesses. Os sin-
dicalistas ligados ao governo e aos sindicatos patronais 
ficaram conhecidos historicamente como pelegos (falsos 
sindicalistas, agentes do governo). O sindicato era, as-
sim, definido como órgão consultivo e de colaboração 
com o poder público, sendo descaracterizada sua atri-
buição de defesa dos trabalhadores, como órgão da 
classe trabalhadora, não vinculado ao governo.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 9
2014 20142014 2014
QuestÃo 8 
Texto I
O Esclarecimento é a saída do homem da condição de menoridade autoimposta. Menoridade é incapacidade de 
servir-se de seu entendimento sem a orientação de um outro. Essa menoridade é autoimposta quando a sua causa 
reside na carência não de entendimento, mas de decisão e coragem em fazer uso de seu próprio entendimento sem a 
orientação alheia. Sapere aude! Tem coragem em servir-te de teu próprio entendimento! Este é o mote do Esclarecimento. 
Immanuel Kant. “O Que é Esclarecimento?” In: Danilo Marcondes. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p. 95-99.
Texto II
Disponível em: <http://ficcaoenaoficcao.files.wordpress.com/2012/03/calvin-e-haroldo-direito-inalienavel.jpg>. Acesso em: 14 out. 2013. (Adapt.).
Considerando o conceito desenvolvido por Kant sobre o 
Esclarecimento e a afirmação de Calvin sobre ignorância, 
tendo em vista a alienação trabalhada por Karl Marx em 
seus escritos, é possível constatar que
a a ignorância é uma forma de liberdade, ou seja, a 
alienação permite ao indivíduo eximir-se de qualquer 
compromisso social pelo puro desconhecimento 
das questões da vida. Já o Esclarecimento significa 
submeter-se ao sistema e à ditadura do conhecimen-
to, que impõem dor e desconforto.
B a ignorância conduz à alienação, ou seja, ao desco-
nhecimento e à ausência de participação nas ques-
tões da vida. O Esclarecimento permite que, a partir 
do conhecimento, as pessoas estejam aptas a parti-
cipar conscientemente da sociedade segundo o seu 
livre-arbítrio.
c a privação da liberdade pelo Esclarecimento fere o 
direito à felicidade, pois impele o sujeito a agir, visto 
que sua consciência o compele a isso, tendo em vista 
o movimento e as complexidades do mundo. Assim, 
a alienação gerada pela ignorância é o caminho para 
uma vida feliz.
D o Esclarecimento proporcionado somente pela edu-
cação formal gera a superação da alienação e, como 
consequência, da ignorância. Ao esclarecer-se, o 
sujeito tem o poder da escolha, se quer ou não agir 
no mundo, opções que irão conduzi-loà felicidade.
e a escola proporciona saberes que não permitem a 
emancipação real da alienação, apenas a supera-
ção parcial da ignorância, não havendo, portanto, o 
Esclarecimento. Com isso, o indivíduo vive apenas 
a ilusão do saber e das escolhas conscientes, vi-
vendo de forma incompleta e infeliz. 
Resposta correta: B
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1 e 3
Habilidades: 1, 2, 3, 4 e 14
A afirmativa de Kant define que o ser que atinge o 
Esclarecimento (Iluminismo) passa a ter o conhecimen-
to e, com esse saber, supera a dependência do outro, 
esta chamada por ele de menoridade. Kant aprofunda 
seu pensamento afirmando que não basta, no entan-
to, saber ou conhecer as coisas do mundo, é preciso 
ter coragem, curiosidade e desprendimento para usar 
esse conhecimento. Os quadrinhos de Calvin associam 
ignorância à felicidade, ou seja, o desconhecimento 
das coisas do mundo ao descompromisso e à ino-
perância social, à falta de engajamento. A alienação 
fecha a pessoa e seus sentidos ao mundo, e a igno-
rância o isenta de qualquer compromisso por falta de 
consciência a respeito de seu entorno.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 10
2014 2014
QuestÃo 9 
Brasil, África do Sul, Índia e China divulgam 
declaração sobre mudanças climáticas
A preocupação com a inadequação dos atuais com-
promissos dos países desenvolvidos na redução das 
emissões de gases de efeito estufa foi um dos des-
taques do documento final da reunião ministerial do 
Basic – grupo formado por Brasil, África do Sul, China 
e Índia – realizada em Foz do Iguaçu (PR).
O encontro foi convocado para discutir uma posição 
comum para as negociações em curso sobre a Con-
venção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
do Clima (UNFCCC) e o Protocolo de Kyoto.
Para os representantes estatais, também é neces- 
sário mais apoio financeiro, tecnológico e de capa-
citação dos países desenvolvidos para ações globais 
contra as alterações climáticas. O documento, assinado 
por representantes do Basic e mais Argentina, Fiji, 
Paraguai, Peru e Venezuela, também defendeu a 
ratificação rápida das emendas ao Protocolo de Kyoto, 
que estabelece o segundo período de compromisso do 
acordo, com vigência até 2020.
Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-16/
brasil-africa-do-sul-india-e-china-divulgam-declaracao-sobre-mudancas-
climaticas>. Acesso em: 20 set. 2013. (Adapt.).
Os desafios ambientais estão presentes em todos os 
grupos de países, sejam eles desenvolvidos, emer-
gentes ou subdesenvolvidos não industrializados. O 
Basic é um grupo que tem mostrado preocupação com 
essas questões. Os países que compõem o Basic têm 
em comum
a a localização no hemisfério Sul, o que corrobora a 
divisão proposta ao final da Guerra Fria de agrupar 
os países do mundo entre Norte desenvolvido e 
Sul subdesenvolvido.
B a ocorrência de problemas socioambientais muito 
semelhantes, destacando-se o uso intensivo do 
carvão mineral como fonte de energia primária.
c a atuação de organizações governamentais e 
partidos verdes pressionando lideranças locais a 
buscarem soluções eficazes para seus problemas 
ambientais.
D o papel do Estado como centralizador das deci-
sões e a não aceitação dos acordos ambientais 
globais, representando uma postura de oposição 
às potências tradicionais.
e suas economias emergentes e o enorme potencial hu-
mano e natural, resultando em maior reflexão sobre o 
modelo de crescimento econômico a ser adotado.
Resposta correta: E
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 2, 4 e 6
Habilidades: 7, 18, 29 e 30
Os países do Basic são considerados emergentes. 
África do Sul e Brasil estão localizados no hemisfé-
rio Sul, enquanto Índia e China estão localizados no 
hemisfério Norte. As afinidades entre esses países 
estão representadas em aspectos humanos – como 
suas economias emergentes –, assim como em as-
pectos naturais – destacando-se os solos agrícolas, 
as florestas, o potencial hidráulico e os recursos mine-
rais e energéticos. Apesar desses aspectos positivos, 
ainda existem inúmeras dificuldades a serem superadas, 
principalmente as desigualdades sociais e o processo 
histórico de exploração predatória dos recursos naturais. 
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 11
2014 2014
QuestÃo 10 
Redução de queimadas da cana 
já produz resultados
A substituição da colheita manual da cana-de- 
-açúcar pela mecanizada no Estado de São Paulo nos 
últimos seis anos, por força do Protocolo Agroambiental 
do Setor Sucroenergético, tem provocado a queda 
crescente das emissões de gases de efeito estufa 
(GEE) pelo setor agrícola.
Se esse ritmo de conversão for mantido nos 
próximos anos e, dependendo do tipo de manejo da 
cana-de-açúcar crua adotado, o setor poderá contribuir 
com mais da metade da meta de redução das emissões 
de GEE do estado. [...]
 Disponível em: <http://agencia.fapesp.br/17870>. 
Acesso em: 16 set. 2013. (Adapt.).
O setor sucroenergético tem se mobilizado para 
reduzir a queimada da palha de cana, uma técnica 
empregada para preparar os terrenos para novos 
plantios. A prática das queimadas pode ser vista como 
uma enorme contradição para a indústria do etanol, 
já que sua produção está associada a uma matriz 
energética menos poluente. Além das queimadas, 
outra contradição apresentada pela intensificação da 
produção de cana para a fabricação do etanol é
a a tendência mundial de substituição definitiva da 
gasolina e do óleo diesel pelo álcool combustível, 
principalmente nos países desenvolvidos, princi-
pais entusiastas da produção deste.
B a possibilidade de essa produção, apesar da reno-
vabilidade da cana-de-açúcar e da menor emissão 
de gases-estufa, incentivar o desmatamento e o uso 
intensivo dos solos agrícolas.
c o controle imposto pelo Protocolo de Kyoto, do 
qual o Brasil não é signatário, que não permite que 
o país promova maior expansão das lavouras de 
cana e, consequentemente, da produção de etanol.
D a redução da participação da frota de carros 
conhecidos como flex no mercado nacional, o que 
dispensaria a preocupação com a expansão dos 
canaviais e provocaria a queda no crescimento da 
indústria automobilística.
e a participação praticamente incipiente do agronegócio 
da cana-de-açúcar no cenário internacional, o que 
torna essa produção muito pouco rentável tanto 
para os países desenvolvidos quanto para os países 
emergentes. 
Resposta correta: B
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 4 e 6
Habilidades: 19, 27, 28 e 29
O etanol é um combustível que apresenta uma série 
de vantagens, como a sua renovabilidade, a redução 
das emissões de CO2, o aproveitamento de um poten- 
cial natural do Brasil, a geração de empregos em 
diferentes cadeias produtivas e a consolidação de uma 
tecnologia nacional. Por outro lado, a monocultura 
da cana é praticada em latifúndios, o que exclui os 
pequenos proprietários, pressiona os ecossistemas 
e perpetua uma lógica de produção predatória que 
acompanha o Brasil desde a época do colonialismo.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 12
2014 2014
QuestÃo 11 
População brasileira deve chegar ao 
máximo (228,4 milhões) em 2042
A população brasileira continuará crescendo até 
2042, quando deverá chegar a 228,4 milhões de pes-
soas. A partir do ano seguinte, ela diminuirá gradual-
mente e estará em torno de 218,2 milhões em 2060.
Esse é um dos destaques da publicação “Projeção 
da população do brasil por sexo e idade para o período 
2000/2060 e projeção da população das unidades da 
Federação por sexo e idade para o período 2000/2030”, 
que o IBGE disponibiliza [...] na internet. [...]
Disponível em: <http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=
1&busca=1&idnoticia=2455>. Acesso em: 15 set. 2013. (Adapt.).
De acordo com o IBGE, há uma tendência de redução 
do ritmo de crescimento da população brasileira, que 
deve começar a diminuir em valores absolutos a partir 
da década de 2040. Considerando esse aspecto, as 
causas dessa transformação para a sociedade brasileiraa são reflexo das políticas de inibição da natalida-
de criadas pelo Governo Federal, comprovando o 
desenvolvimento socioeconômico e a redução da 
miséria em diversas localidades do país.
B são resultado das políticas internacionais de redu-
ção da natalidade, em especial nos países subde-
senvolvidos, representando a evolução de todos 
os indicadores sociais do Brasil.
c não detêm relações profundas com intervenções 
políticas do Estado brasileiro, tendo como alguns 
de seus fundamentos o aumento da população 
urbana, a melhoria do nível social e a prática do 
planejamento familiar.
D não têm nenhum tipo de associação com as me-
lhorias sociais observadas no Brasil nas últimas 
décadas, estando condicionadas apenas ao au-
mento do custo de vida nos centros urbanos.
e não têm qualquer tipo de participação das autori- 
dades oficiais, tendo sua base no aumento de renda 
da população brasileira, podendo ser revertidas 
em um quadro de crise econômica.
Resposta correta: C
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 4 e 6
Habilidades: 8 e 18
A redução do ritmo de crescimento da população brasi-
leira pode ser compreendida como uma série de fatores 
conjuntos, como o aumento das taxas de urbanização 
e dos custos de vida, o que, somado a um aumento da 
instrução e acesso a métodos contraceptivos, ajuda a 
promover o planejamento familiar. Outros aspectos im-
portantes são o aumento da independência financeira 
e da inserção das mulheres no mercado de trabalho.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 13
2014 2014
QuestÃo 12 
Na cerimônia em homenagem aos 25 anos da Cons-
tituição Federal, o presidente da Câmara dos Deputa-
dos, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que, 
apesar de criticada por ser extensa, a Carta Magna do 
país conseguiu traduzir os anseios da maioria dos brasi-
leiros. Para Alves, um dos constituintes, o texto de 1988 
criou as “condições históricas” para a transição demo-
crática do Brasil. “Há 25 anos, com a promulgação da 
Constituição, o Brasil transpôs definitivamente um mo-
mento sombrio de sua história, quando as liberdades 
não eram respeitadas”, discursou Alves. “O povo, princi-
pal personagem da nação, voltou a assumir a produção 
de seu destino”, acrescentou o peemedebista. [...]
Jornal do Brasil. “Constituição criou condições históricas para a 
transição democrática, diz Alves”. Disponível em: <www.jb.com.br/pais/
noticias/2013/10/09/constituicao-criou-condicoes-historicas-para-transicao-
democratica-diz-alves>. Acesso em: 12 out. 2013. (Adapt.).
Considerando a afirmação do presidente da Câmara 
dos Deputados, ao referir-se à promulgação da Cons-
tituição do Brasil em 1988, destacando que esta per-
mitiu a transição democrática do país, com a supera-
ção de um “momento sombrio” e o retorno do povo 
à condição de protagonista na história da nação, 
pode-se definir o momento em questão como
a a crise mundial do petróleo, na década de 1970, 
que afetou a economia do Brasil, ocasionando a 
carestia, sendo que a Constituição de 1988 possi-
bilitou um novo modelo econômico, o que estimu-
lou o desenvolvimento e a recuperação do poder 
aquisitivo da população.
B o regime militar, que vigorou entre 1964 e 1985, 
sendo que a Constituição de 1988 efetivou a tran-
sição democrática do país, dando ao povo o direito 
de escolha de seus governantes via eleições dire-
tas para todos os cargos eletivos, inclusive para a 
presidência da República.
c a Guerra Fria, disputa ideológica entre União So-
viética e Estados Unidos, com o Brasil assumindo 
posição de neutralidade devido à Constituição de 
1988, o que devolveu ao povo a tranquilidade per-
dida durante as décadas em que o país apoiou os 
EUA e foi ameaçado pela URSS.
D a época em que governos militares, civis autoritários 
e populistas comandaram o Brasil, entre 1950 e 
1990, com liberdade democrática somente para 
os partidários da Arena ou do MDB, sendo que 
a Constituição de 1988 permitiu a criação de 
mais partidos e, com isso, a participação de mais 
brasileiros nos processos políticos.
e a época em que somente partidários do Comunismo 
e do Socialismo podiam votar, não atingindo a 
imensa maioria da população brasileira; com a 
Constituição de 1988, os partidos de esquerda, 
como o PCB ou o PC do B, tiveram o direito de 
participar de eleições no Brasil. 
Resposta correta: B
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1 e 5
Habilidades: 1, 2, 3, 22, 23 e 24
A Constituição de 1988 ratificou as alterações demo-
cráticas que estavam ocorrendo no Brasil desde o 
final da década de 1970, quando os exilados políticos 
puderam retornar ao país. O bipartidarismo estabele-
cido durante o regime militar que vigorou no período 
1964-1984, com eleições para os principais cargos 
sendo suprimidas, começou a ser superado com o sur-
gimento de novos partidos e eleições para governador 
em 1982, mas somente se devolveu o poder ao povo, 
com eleições livres para presidente da República, com 
a nova Carta Magna, promulgada em outubro de 1988, 
e a realização das eleições de 1989.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 14
2014 2014
QuestÃo 13 
Zh – Seu conceito de “sociedade em rede” ganhou 
novas nuanças devido ao fenômeno das redes sociais 
e à cultura colaborativa da internet?
castells – Propus, em 1996, o conceito de socieda-
de em rede para caracterizar a estrutura social emer-
gente na era da informação, substituindo gradualmente 
a sociedade da era industrial. A sociedade em rede é 
global, mas com características específicas para cada 
país, de acordo com sua história, sua cultura e suas 
instituições. Trata-se de uma estrutura em rede como 
forma predominante de organização de qualquer ati-
vidade. Ela não surge por causa da tecnologia, mas 
devido a imperativos de flexibilidade de negócios e de 
práticas sociais, mas sem as tecnologias informáti-
cas de redes de comunicação ela não poderia existir. 
Nos últimos 20 anos, o conceito passou a caracterizar 
quase todas as práticas sociais, incluindo a sociabi-
lidade, a mobilização sociopolítica, baseando-se na 
internet em plataformas móveis.
“‘A rede torna mais difícil a opressão’, diz Manuel Castells”. Entrevista 
ao jornal Zero Hora. Disponível em: <http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/
cultura-e-lazer/segundo-caderno/noticia/2013/06/a-rede-torna-mais-dificil-a-
opressao-diz-manuel-castells-4164803.html>.
O trecho pertence a uma entrevista do sociólogo 
Manuel Castells ao jornal Zero Hora, no Rio Grande do 
Sul. A nova sociedade preconizada por Castells, um 
dos mais importantes expoentes da sociologia surgi-
dos na virada do século XX para o XXI, como perce-
bido no trecho da entrevista reproduzida, passa pela 
construção das redes. Para a “sociedade em rede”, o 
papel das tecnologias de informação e comunicação é
a decisivo, tendo em vista que o aperfeiçoamento 
dos computadores, a estruturação da internet, a 
velocidade crescente de transmissão das informa-
ções, a mobilidade e outros recursos tecnológicos 
surgidos constituem as plataformas que intensifi-
cam a conexão entre as pessoas e a construção 
das redes.
B primordial, pois o avanço da ciência está permitin-
do a evolução dos recursos tecnológicos de forma 
acelerada, o que permitirá à humanidade, em pou-
cos anos, contar com a inteligência artificial, que 
irá responder aos anseios e necessidades gerais 
das sociedades, liberando homens e mulheres 
dessas preocupações.
c pontual apenas, pois as tecnologias somente fa-
zem a ponte entre as pessoas, acelerando a entre-
ga de dados ou permitindo comunicação imediata, 
nada sendo além de ferramenta ou instrumental 
para as ações humanas, sem interferência direta 
nas relações entre as pessoas.
D relativo, dependendo sempre da forma como as 
pessoas utilizam as facilidades e os recursos pro-
porcionados pela tecnologia, ou seja, o elemento 
primordial é o ser humano, e a existência ou não de 
computadores, internet e outros recursos não define 
ou estabelece a chamada sociedade da informação.
e insignificante, tratando-se apenasde recursos que, 
como automóveis, carros ou geladeiras, compõem 
o cotidiano, melhorando a qualidade de vida das 
pessoas, mas sem interferir em relações humanas 
ou sociais, dependentes sempre das pessoas e 
suas instituições para se consolidarem.
Resposta correta: A
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 2 e 4
Habilidades: 9, 16 e 18
O sociólogo Manuel Castells é bastante claro quanto 
ao papel da tecnologia, reconhecendo que não foi a 
tecnologia o que motivou o surgimento da sociedade 
em rede; ele atribuiu a computadores, internet e ou-
tros recursos a possibilidade de existência dessa so-
ciedade e o importante papel de acelerar e estimular 
os contatos entre as pessoas, mobilizando grupos a 
partir de diferentes interesses (como sociais, corpo-
rativos, econômicos e políticos), em diferentes partes 
do mundo.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 15
2014 2014
QuestÃo 14 
O debate a respeito dos resultados humanos da 
Revolução Industrial ainda não se libertou inteiramen-
te dessa atitude. Nossa tendência ainda é perguntar: 
ela deixou as pessoas em melhor ou em pior situação? 
E até que ponto? Para sermos mais precisos, inter-
rogamo-nos qual foi o volume de poder aquisitivo, 
ou bens, serviços e assim por diante, que o dinheiro 
pode comprar, que ela proporcionou a que quan-
tidade de indivíduos, supondo-se que uma dona 
de casa possuidora de uma máquina de lavar rou-
pa esteja em melhor situação do que outra, des-
tituída desse eletrodoméstico (o que é razoável), 
mas também supondo que a felicidade individual 
consiste numa acumulação de coisas tais quais como 
bens de consumo e que a felicidade social consiste 
na maior acumulação possível de coisas pelo maior 
número possível de indivíduos (o que não é verdade). 
Saber se a Revolução Industrial deu à maioria dos bri-
tânicos mais ou melhor alimentação, vestuário e ha-
bitação, em termos absolutos ou relativos, interessa, 
naturalmente, a todo historiador. Entretanto, ele terá 
deixado de aprender o que a Revolução Industrial teve 
de essencial, se esquecer que ela não representou 
um simples processo de adição e subtração, mas sim 
uma mudança social fundamental. Ela transformou a 
vida dos homens a ponto de torná-las irreconhecíveis. 
Ou, para sermos mais exatos, em suas fases iniciais 
ela destruiu seus antigos estilos de vida, deixando-os 
livres para descobrir ou criar outros novos, se soubes-
sem ou pudessem.
Eric Hobsbawm. As origens da Revolução Industrial. 
São Paulo: Global, 1979, p. 121-125.
O texto coloca em discussão a Revolução Industrial 
com base em duas questões primordiais: a mudança 
de estilo de vida das pessoas com o advento do indus-
trialismo e o próprio conceito de felicidade adequado ao 
modelo industrial de produção e consumo em massa. 
Nesse sentido, a Revolução Industrial
a transformou significativamente a vida humana ao 
permitir que toda a população, sem distinção, pas-
sasse a viver com fartura, com benesses materiais 
evidentes, associadas a ciclos produtivos otimiza-
dos pelas máquinas.
B não alterou significativamente a história humana 
quanto ao estilo de vida, somente quanto aos pro-
cessos produtivos, visto que a incorporação de má-
quinas e a maior velocidade de produção proporcio-
naram apenas mais produtos para consumir.
c evolucionou a técnica do trabalho humano, ofere-
cendo mais produtos, melhorando o modo de vida 
e permitindo aos homens desenvolver mais sua 
solidariedade, pois as máquinas otimizaram o pro-
cesso produtivo, dando mais tempo ao trabalhador 
para se dedicar a outras pessoas.
D alterou somente os processos produtivos, incorpo-
rando o uso de máquinas e imprimindo maior velo-
cidade, o que gerou maior produtividade, sem, no 
entanto, alterar o modo de vida das pessoas.
e modificou, com o advento de processos que permi-
tiram a produção ininterrupta de bens e produtos, 
as relações humanas e as atrelou ao consumo, 
atribuindo à aquisição de produtos e aos confortos 
materiais grande importância. 
Resposta correta: E
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1 e 4
Habilidades: 1, 2, 3 e 20
Eric Hobsbawm é bastante claro ao afirmar as mu-
danças na vida humana decorrentes da Revolução 
Industrial e associá-las à maior oferta de bens e ser-
viços nos mercados. O industrialismo, com o advento 
de novas tecnologias e sistemas de produção, ace-
lerou os ciclos produtivos e, com isso, toda a vida, 
atrelando-a ao consumo, associando a ideia de felici-
dade e qualidade de vida ao possuir.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 16
2014 2014
QuestÃo 15 
Texto I
[...] Quando se iniciou a construção do Muro de Berlim, 
em 1959, já se sabia que seria um símbolo poderoso 
da divisão do mundo nas esferas de influência capita-
lista e socialista. A construção era vista como uma ne-
cessidade do lado oriental, como uma barreira real e 
intransponível a ser erigida para evitar as deserções e 
debandadas em direção ao lado ocidental. Mais que um 
símbolo, o muro deveria representar a solidez e a fir-
meza do mundo socialista (mesmo que demonstrasse a 
incapacidade do sistema no tocante ao abastecimento 
e garantia de uma boa qualidade de vida a seus cida-
dãos ou, ainda, que expusesse a fragilidade política da 
Alemanha Oriental, abalada como os demais países do 
Leste pela falta de transparência e de democracia). [...] 
João Almeida Machado. Disponível em: <http://teste.planetaeducacao.com.br/
historia/muro_berlim.asp >. Acesso em: 12 out. 2013.
Texto II
 
 
Disponível em: <http://periscopio.bligoo.com.br/media/users/4/217332/images/
public/27586/bligo-MuroBerlim.jpg?v=1281034004921>. 
Acesso em: 17 out. 2013.
Considerando as informações do texto sobre o Muro de 
Berlim e a figura que mostra como era sua estrutura e 
seu esquema de segurança, é possível constatar que o 
Muro de Berlim
a era realmente necessário para que se firmassem as 
bases ideológicas do mundo, permitindo sua coexis-
tência e a livre adesão das nações ao sistema econô-
mico capitalista dos EUA ou ao socialista da URSS.
B impediu radicais socialistas e capitalistas de deter o 
avanço das ideologias opostas na Alemanha, per-
mitindo que simpatizantes de ambos os sistemas 
pudessem optar por viver na Alemanha Oriental ou 
Ocidental.
c simbolizou uma era na qual o Capitalismo e o So-
cialismo, por meio de acordos formais, resolveram 
respeitar as opções ideológicas alheias, cada qual 
se isolando em seu mundo.
D tornou-se símbolo da Guerra Fria, com a divisão 
do mundo em dois blocos, socialista (URSS) e 
capitalista (EUA); cada uma dessas superpotên-
cias buscava fortalecer mundialmente seu sistema 
socioeconômico.
e surgiu durante a Guerra Fria e serviu para conter o 
ímpeto imperialista de russos e americanos, cons-
truído para firmar a fronteira que os líderes desses 
países teriam que respeitar para não provocar uma 
guerra global.
Resposta correta: D
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência: 1
Habilidades: 1, 2, 3 e 4 
O aparato militar construído pelos alemães orientais 
e pelos russos tornou-se um dos símbolos máximos 
das divisões geradas pela Guerra Fria, como o con-
flito entre socialistas e capitalistas, e tinha por obje-
tivo conter eventuais fugas de pessoas da Alemanha 
Oriental para a Alemanha Ocidental, o que eviden-
ciaria a ideia de superioridade de um sistema sobre 
o outro.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 17
2014 2014
QuestÃo 16 
Valendo-se de uma vasta gama de ferramentas, arqueó-
logos anunciaram ter detectado o momento crucial na 
história em que o Egito emergiu como um Estado único. 
Especialistas discutem há décadas quando foi que os 
turbulentos Alto e Baixo Egito se unificaram sob uma 
liderança única e estável pela primeira vez. Estimativas 
convencionais, baseadas na evolução dos estilos das 
cerâmicas encontradas em sítios funerários humanos, 
variam imensamente, de 3400 a 2900 a.C. […] As 
evidências arqueológicas e de radiocarbono foram, então, 
agrupadas em um modelo matemático, que calculou 
a ascensão do rei Aha – o primeirode oito soberanos 
dinásticos do Egito antigo – como tendo ocorrido entre 
3111 e 3045, com probabilidade de 68%. [...]
“Novo estudo estima surgimento dos primeiros faraós no Antigo Egito”. 
Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/novo-estudo-
estima-surgimento-dos-primeiros-faraos-no-antigo-egito,cc736d91670e0410Vgn
CLD2000000ec6eb0aRCRD.html>. Acesso em: 13 out. 2013.
O surgimento do Estado centralizado do Egito, com a 
unificação do Alto e do Baixo Egito, constatada pelos 
pesquisadores por meio de modernas técnicas de análise 
de vestígios arqueológicos, deu-se com a ascensão do rei 
Aha, tendo por base povos que viviam ao longo do Nilo e 
que já haviam constituído meios de produção em comum 
na região. Dentre os elementos técnicos já dominados 
tanto no Alto quanto no Baixo Egito e que foram 
fundamentais para a história da unificação e civilização 
egípcia, encontram-se avanços agrícolas como
a plantio nas encostas das montanhas, usando o 
relevo acidentado para o escoamento da água das 
chuvas, criando um sistema de drenagem eficiente, 
que permitiu prover os mercados locais e gerar 
excedentes para exportação.
B criação de sistemas baseados em aquedutos pelos 
quais a água do Rio Nilo era escoada de suas 
margens para os grandes núcleos de produção, 
localizados nas regiões mais centrais do território 
egípcio.
c uso da piscicultura, com a criação de grandes nú-
cleos de produção de peixes que se tornaram a 
base da economia do Egito, proporcionando ali-
mento básico para a população e tornando-se im-
portante item de exportação.
D adequação aos ciclos naturais da região para ex-
plorar as potencialidades do Rio Nilo em suas épo-
cas de cheia, visando à máxima produtividade e ao 
provimento de estoques, sustentando o Egito no 
período de seca.
e utilização do período de cheia do Rio Nilo, que fertili-
zava suas margens, possibilitando técnicas avança-
das de irrigação e o plantio de cereais, como o trigo 
ou a cevada, que proviam os mercados locais, eram 
estocados ou exportados. 
Resposta correta: E
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1, 2 e 6
Habilidades: 1, 2, 3, 8, 10 e 26
O Egito foi definido pelo historiador grego Heródoto 
como “a dádiva do Nilo”, e isso certamente deriva da 
dependência dessa civilização com relação ao rio e das 
possibilidades oferecidas por ele quanto à produção 
agrícola. A unificação do Alto e do Baixo Egito teve 
por base o uso de técnicas agrícolas comuns às duas 
regiões, com as quais os camponeses plantavam nas 
margens do Rio Nilo, usando o terreno umedecido 
durante as cheias regulares para a semeadura do 
trigo e da cevada (entre outros cereais e alimentos). 
Os trabalhadores, então, lançavam as sementes nos 
charcos surgidos, pisoteando-as para afundá-las no 
solo e garantir que a água das cheias as irrigasse. 
A fertilidade das margens do Nilo ocasionada pelas 
cheias regulares ao longo de toda a sua extensão, 
aliada a técnicas de plantio e colheita, proporcionou 
a manutenção de um sistema de produção agrícola 
capaz de garantir o fornecimento regular de 
alimentos para todos os povos às margens desse 
rio, que acabariam depois se unificando sob o poder 
do faraó.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 18
2014 2014
QuestÃo 17 
O Código Florestal atual estabelece como áreas de 
preservação permanente (APPs) as florestas e demais 
formas de vegetação natural situadas às margens de 
lagos ou rios (perenes ou não); nos altos de morros; nas 
restingas e manguezais; nas encostas com declividade 
acentuada e nas bordas de tabuleiros ou chapadas com 
inclinação maior que 45°; e nas áreas em altitude superior 
a 1.800 metros, com qualquer cobertura vegetal.
Disponível em: <www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/codigo-
florestal/areas-de-preservacao-permanente.aspx>. 
Acesso em: 1 out. 2013. (Adapt.).
Em 2012, foi aprovado um projeto para atualizar o 
Código Florestal que vigora no país desde 1964. A 
manutenção das APPs é um dos elementos mais im-
portantes presentes nas leis sobre a ocupação da terra 
no Código Florestal brasileiro. Considerando as reso-
luções do Código Florestal e as ameaças à sua apli-
cação, sobre as ações antropogênicas com relação à 
situação das APPs, pode-se dizer que
a as APPs não têm nenhum tipo de relação com a 
proteção ambiental de áreas urbanas, o que pode 
ser justificado pela ausência de áreas florestadas 
em cidades muito urbanizadas.
B as encostas são as APPs menos ameaçadas pelo 
uso agrícola dos solos, pois apenas as áreas com 
declividade ocupadas por moradias irregulares po-
dem apresentar riscos de erosão.
c os topos de morros representam as áreas que con-
têm nascentes e mananciais, mas que não estão mais 
ameaçadas pelo uso residencial, tendo em vista a ver-
ticalização das cidades e a redução da favelização.
D as margens dos rios que têm sua ocupação voltada 
para a agropecuária são mais protegidas quando 
usadas para as pastagens, pois reduzem os pro-
cessos erosivos devido à maior absorção de água.
e os mangues, enquanto áreas de preservação, têm 
como um dos maiores obstáculos a serem supera-
dos a especulação imobiliária associada ao turis-
mo litorâneo. 
Resposta correta: E
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência: 6
Habilidades: 27, 29 e 30
As APPs podem estar localizadas em áreas floresta-
das mais afastadas das cidades, nas áreas agríco-
las ou até mesmo nas áreas urbanas – como junto 
a represas, encostas, mangues, rios e córregos. É 
muito comum, por exemplo, a presença de moradias 
irregulares nos centros urbanos em áreas de topos e 
encostas. No caso da agropecuária, seu incremento é 
uma das maiores ameaças a quase todos os tipos de 
APPs, acentuando a erosão dos solos, que perdem 
a sua capacidade de reposição de nutrientes ao fica-
rem mais expostos à ação das chuvas ou, no caso da 
pecuária, devido ao pisoteio do gado, que ocasiona 
a compactação dos solos. Os mangues são ecossis-
temas essenciais para a sobrevivência de diferentes 
espécies de animais e vegetais, mas em muitas cida-
des balneárias, é comum a prática de aterros para a 
construção de residências, hotéis e resorts.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 19
2014 2014
QuestÃo 18 
O cenário do livro O caçador de pipas é o Afega-
nistão: desde antes da queda da Monarquia, passando 
pela invasão russa e pela implantação de um regime 
autoritário de cunho religioso e nacionalista, o Talibã. [...]
A obra conta a história de um menino rico, Amir, que 
mora em Cabul, capital do Afeganistão. Ele é atormen-
tado pela culpa de ter traído seu amigo de infância, 
Hassan, filho de um empregado de seu pai. Amir e Hassan 
cresceram juntos, como seus pais, brincando, vendo fil-
mes, participando de competições de pipas. Toda uma 
infância os une, mas somente depois de muitos anos 
Amir se dá conta da força desse relacionamento. [...]
Tempos depois, Amir, que havia saído do Afeganistão, 
volta para tentar resgatar o equívoco, mas não encontra 
mais o seu país como deixou há vinte anos. Ele encontra 
uma nação oprimida pelo Talibã. 
Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/planos-de-aula/fundamental/
portugues-o-cacador-de-pipas.htm>. Acesso em: 29 set. 2013. (Adapt.). 
O comentário sobre o livro O caçador de pipas aponta 
para um momento importante da história do Afeganistão, 
durante a década de 1980. Ao comparar o momento 
registrado no texto ao momento dos ataques terroristas 
ocorridos em 11 de setembro de 2001, que culminaram 
com a queda das torres gêmeas do complexo World 
Trade Center, em Nova Iorque, percebe-se que as re-
lações geopolíticas entre Afeganistão e Estados Unidos
a pouco mudaram, pois, durante o período mencio-
nado no texto, a Rússia, enquanto União Soviética, 
invadiu o Afeganistão com o apoio do governo es-
tadunidense, o que revela uma preocupação deste 
em deter as células terroristas da Al-Qaeda muito 
antes dos ataques de 2001.
B sofreram profundas alterações, pois, durante a 
invasão russa, os Estados Unidos demonstraram 
interesseno enfraquecimento do império soviético, 
tendo apoiado a resistência afegã, bem diferente 
da situação pós-11 de setembro de 2001, quando 
o exército estadunidense invadiu o Afeganistão em 
busca de Osama bin Laden.
c sofreram poucas transformações, principalmente 
se consideradas as alianças militares criadas entre 
Estados Unidos e Rússia após o fim da Guerra Fria, 
representadas na intervenção conjunta que esses 
dois países realizaram no Afeganistão, após os 
atentados.
D pouco mudaram, ainda mais após a retirada das 
tropas soviéticas do Afeganistão em 1989, quando 
o país passou a ser governado pelo regime conser-
vador dos talibãs, que recebia, e continua receben-
do até os dias atuais, apoio financeiro e militar dos 
Estados Unidos.
e sofreram profundas alterações, pois os russos 
apoiaram Osama bin Laden, o que resultou em uma 
mudança de estratégia do governo dos Estados 
Unidos, que passou também a apoiar a Rússia e 
o Afeganistão no Conselho de Segurança da ONU. 
Resposta correta: B
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 2 e 3
Habilidades: 7, 8, 9 e 15
O Afeganistão foi invadido pela União Soviética em um 
conflito que se arrastou de 1979 até 1989. Em plena 
Guerra Fria, o conflito interessava aos Estados Unidos, 
que viram o seu maior adversário envolvido em um con-
flito regional. Por isso, o apoio estadunidense ao Afega-
nistão na ocasião foi incondicional. Após o fim do con-
flito, o grupo fundamentalista Talibã passou a governar 
o Afeganistão, o que determinou um afastamento das 
relações do país com o Ocidente, especialmente os 
Estados Unidos. Durante a invasão soviética, o saudita 
Osama bin Laden, com o apoio estadunidense, come-
çou a treinar guerrilheiros conhecidos como mujahedin, 
soldados recrutados para lutar contra os soviéticos. 
Esses mesmos soldados ajudaram a formar posterior-
mente a rede terrorista Al-Qaeda, que tinha a proposta 
de reduzir a influência do imperialismo norte-america-
no no mundo islâmico e foi a responsável pelos aten-
tados de 11 de setembro. Como consequência de tal 
ação, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão para 
encontrar Osama bin Laden e tentar derrubar o regime 
talibã.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 20
2014 2014
QuestÃo 19 
Chega a 6 mil o número de 
haitianos que entraram no Brasil 
de forma irregular este ano
O governo do Acre está preocupado com o aumento 
no fluxo migratório de haitianos que entram no Brasil 
de forma irregular pela fronteira do Acre com a Bolívia 
e com o Peru, especialmente pelo município de 
Brasileia (AC). Geralmente trazidos por agenciadores 
chamados de coiotes, eles já somam 6 mil somente 
este ano, segundo a Secretaria de Justiça e Direitos 
Humanos do Acre. O número, bem maior do que os 
2,3 mil registrados no ano passado, corresponde 
a 75% do total de imigrantes haitianos que pediram 
refúgio ao chegar, sem visto, ao município – cerca de 
8 mil – desde 2010. Naquele ano, o Haiti foi atingido 
por um terremoto de grande proporção, que devastou 
parte de seu território. [...]
Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-30/chega-
6-mil-numero-de-haitianos-que-entraram-no-brasil-de-forma-irregular-este-
ano>. Acesso em: 1 out. 2013. (Adapt.).
A entrada de haitianos no Brasil faz parte de um conjun-
to de imigrações que, nos últimos anos, tem aumentado 
bastante. Além deles, bolivianos, peruanos, chineses, 
africanos de diferentes nacionalidades, entre outros, têm 
adentrado o país de forma mais intensa, o que tem cha-
mado a atenção de autoridades e analistas. Em linhas 
gerais, esses deslocamentos podem ser compreendidos 
como
a o resultado de políticas públicas que estão incen-
tivando as imigrações para o Brasil, buscando 
aumentar a quantidade de mão de obra especia-
lizada em setores estratégicos, como atendimento 
médico, engenharia e educação.
B um aumento na capacidade do Brasil em receber 
imigrantes de países emergentes por conta de acor-
dos formalizados entre os integrantes do Brics, que 
buscam preencher vagas de trabalho nos países do 
grupo.
c o resultado de uma combinação entre a estabilidade 
econômica brasileira atual e os problemas políticos e 
econômicos em países subdesenvolvidos, apesar de 
as imigrações não terem uma política de planejamen-
to ou incentivo coordenada pelo governo brasileiro.
D o esforço dos países subdesenvolvidos em diminuir 
seus indicadores de exclusão social, realizando 
acordos com o Brasil para estimular as migrações, 
em razão da enorme capacidade do país em absorver 
a população imigrante.
e a persistência do Brasil em assegurar uma cadeira 
no Conselho de Segurança da ONU, fazendo com 
que o território brasileiro seja o principal alvo das 
imigrações internacionais, recebendo refugiados de 
conflitos civis, como no Haiti.
Resposta correta: C
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência: 2
Habilidades: 7 e 8
Sem nenhum tipo de projeto coordenado, o Brasil tem 
recebido uma grande quantidade de imigrantes de paí-
ses subdesenvolvidos devido à sua posição como país 
emergente e por ter uma democracia sólida, além de ter 
um histórico de boas relações com os países vizinhos 
e na recepção de imigrantes. Outro fator determinante 
é a estabilidade econômica que o país atravessa, ain-
da que a população imigrante seja geralmente inserida 
em trabalhos informais e de baixa remuneração. 
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 21
2014 2014
QuestÃo 20 
Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho...
E sem o seu trabalho
O homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata...
Não dá pra ser feliz
Não dá pra ser feliz...
Luiz Gonzaga Júnior. “Um homem também chora (guerreiro menino)”. 
In: Alô Alô Brasil. EMI-Odeon, CD1997. 
Disponível em: <http://letras.mus.br/gonzaguinha/250255/>.
No mundo contemporâneo, prevalece o conceito cultural-
mente estabelecido durante as revoluções burguesas dos 
séculos XVIII e XIX de que o trabalho enobrece. O não 
trabalhar, por sua vez, provoca o surgimento de um ele-
mento social desconsiderado, estigmatizado e rejeitado. 
Hegel, um dos pensadores que abordaram o tema, afir-
ma que o trabalho realmente é importante e valoroso 
para os homens. Marx, por sua vez, critica a exploração 
do trabalhador pelos proprietários dos meios de produ-
ção, apesar de reconhecer a importância do trabalho. Já 
o pensador Paul Lafargue considera o trabalho fonte de 
“degeneração intelectual”.
Analisando essas linhas de pensamento em comparação 
com o trecho da música de Luiz Gonzaga Júnior, cons-
tata-se que
a a humilhação do homem cantada na música refere- 
-se à ideia de que, sem trabalho, ele perde a essên-
cia da vida; trabalhar é, portanto, necessário, e a não 
produção condena-o à alienação e à degeneração 
intelectual, conforme Hegel e Lafargue.
B a música de Gonzaguinha vê o homem dependente 
do trabalho; sua ação produtiva o vicia e causa dege-
neração intelectual, conforme Lafargue, em direção 
ao pensamento marxista, que vê no trabalho a alie-
nação do ser produtivo.
c a música de Gonzaguinha fala que o trabalho eno-
brece o homem, o que se aproxima do pensamento 
de Hegel; no entanto, há uma crítica ao modo capita-
lista de vida, em conformidade com os pensamentos 
de Marx e Lafargue.
D há, na música, uma crítica ao trabalho, percebido 
como alienante e causador de “degeneração intelec-
tual”, portanto conforme os pensamentos de Marx e 
Lafargue e em oposição à concepção mais otimista 
de Hegel.
e a música valoriza o trabalho, ação produtiva que dá 
sentido à existência do homem, concordando com 
Hegel, mas não considerando o sentido de alienação 
proposto por Marx ou a degeneração intelectual 
preconizada por Lafargue.
Resposta correta: E
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência: 1 
Habilidades: 1, 2 e 3
O trecho da letra da música considera o trabalho impor-
tante para o homem, considerando que, ao trabalhar, o 
homem constrói suas cidades, elabora produtos, gera 
serviços e certamente move a economia;além desse 
sentido prático, necessário e fundamental para a socie-
dade, o trabalho permite que o homem se sinta útil, hon-
rado e inserido no mundo em que vive. Essa forma de 
pensar está alinhada com o pensamento de Hegel e par-
cialmente com o de Marx, pois este, apesar de valorizar 
o trabalho, considera que, no mundo burguês, o trabalha-
dor é expropriado do valor que cria em virtude do lucro do 
empregador. Com relação ao pensamento de Lafargue, 
a música se afasta, pois não considera o trabalho como 
fonte da chamada “degeneração intelectual”.
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 22
2014 2014
QuestÃo 21 
Texto I
 
 
Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-Di3LOFvvI9k/T2tbKDdZK6I/
AAAAAAAAFaM/eu7ouGqbbTc/s640/charge5443.jpg>. 
Acesso em: out. 2013. 
Texto II
 
A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis 
permitem. Para que não possa abusar do poder, é 
preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie 
o poder. Quando na mesma pessoa ou no mesmo 
corpo de magistratura o Poder Legislativo está reunido 
ao Poder Executivo, não existe liberdade, pois pode-se 
temer o que o mesmo monarca ou o mesmo Senado 
apenas estabeleçam leis tirânicas para executá-las 
tiranicamente. Não haverá também liberdade se o 
poder de julgar não estiver separado do Executivo. Se 
estivesse ligado ao Poder Legislativo, o poder sobre a 
vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois 
o juiz seria o legislador. Se estivesse ligado ao Poder 
Executivo, o juiz poderia ter força de um opressor. Tudo 
estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo 
dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse 
esses três poderes: o de fazer leis, o de executar leis, 
o de executar as resoluções públicas e o de julgar os 
crimes ou as divergências entre os indivíduos. [...]
Montesquieu. Do espírito das leis. Livro I. São Paulo: Nova Cultural, 2000. 
 
O sistema de três poderes, autônomos entre si, foi pro-
posto no século XVIII por Montesquieu, pensador ilumi-
nista, com o objetivo de combater a concentração de 
poderes das Monarquias absolutistas na Europa, e se 
tornou base para a organização dos governos no mundo 
contemporâneo. Considerando a divisão de poderes pro-
posta por Montesquieu, a charge apresentada traz novas 
considerações quanto a esse assunto. Nesse sentido, ela
a introduz a ideia de que a mídia supera todos os de-
mais poderes e se estabelece como um quarto po-
der, de caráter moderador, a defender os interesses 
do povo no Legislativo, Executivo e Judiciário. 
B inclui a mídia como uma fonte de poder e influência 
que pode ser equiparada aos três poderes, ao mes-
mo tempo em que evidencia o imobilismo do povo, 
submetido aos direcionamentos dos meios de comu-
nicação de massa.
c evidencia a forte participação popular por meio de 
um quarto poder, a mídia, que se equipara aos po-
deres Executivo, Legislativo e Judiciário, tornando a 
sociedade cada vez mais democrática.
D equipara a mídia aos três poderes, evidenciando sua 
influência sobre o povo, que, no entanto, tem autono-
mia e influência tanto sobre os três poderes estabe-
lecidos quanto sobre os meios de comunicação de 
massa.
e atesta a existência da mídia como influenciadora do 
povo, mas destaca que os poderes continuam con-
centrados nas mãos dos representantes do povo que 
ocupam cargos no Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Resposta correta: B
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competências: 1, 3 e 5 
Habilidades: 1, 2, 3, 15 e 21
De acordo com a charge e com o texto – que menciona 
a separação e a autonomia dos poderes, além da e a 
ideia de liberdade segundo as leis, conforme o filósofo 
iluminista Montesquieu –, observa-se o enorme pode-
rio da mídia em todas as esferas do poder público nos 
dias atuais, formando, praticamente, um quarto poder, 
que pode exercer influência decisiva em muitas das 
deliberações governamentais, jurídicas e legislativas e 
inclusive nas opiniões do cidadão e na sua escolha na 
hora de votar. 
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 23
2014 2014
QuestÃo 22 
O mundo europeu, enquanto europeu, é uma cria-
ção da Idade Média que, quase do mesmo passo, 
rompeu a unidade, pelo menos relativa, da civilização 
mediterrânica e deitou a eito para o cadinho os povos 
outrora romanizados juntamente com os que Roma 
nunca tinha conquistado. Nasceu então a Europa no 
sentido humano da palavra, uma Europa que, há que 
acrescentar, em nada coincide com as factícias divi-
sões geográficas ultrapassadas. Digamos, se se qui-
ser, para fixar as ideias, a unidade histórica que consti-
tui, inegavelmente, a Europa do Ocidente e do Centro. 
E este mundo europeu, assim definido, não cessou 
desde então de ser percorrido por correntes comuns.
Marc Bloch. História e historiadores. Lisboa: Teorema, 1996, p. 153.
 
No final do século V, o Império Romano do Ocidente 
passava por um enfraquecimento de suas bases po-
líticas e econômicas em decorrência das constantes 
invasões bárbaras e da desorganização política de seu 
poder central. Entretanto, a queda do Império Romano 
do Ocidente, em 476, não significou o fim de seu legado 
político-cultural, mas sim
a a criação de uma sociedade com ampla mobilida-
de social, herança do antigo direito consuetudiná-
rio germânico.
B a culminação de um longo processo de fricção cul-
tural entre povos latinos e germânicos em prol da 
unificação política dos pater familis.
c a fragmentação do espaço físico e do poder real, 
concentrados agora nas mãos do senhor feudal e 
do clero regular.
D a fixação de fronteiras na região mediterrânea, cor-
respondente à Europa Ocidental e Central, conhe-
cida na historiografia como pax romana.
e a fusão de elementos romanos (colonato, religião 
cristã) e germânicos (direito consuetudinário, frag-
mentação política) para a criação de um sistema 
político, econômico e cultural baseado na terra, na 
honra e na religião.
Resposta correta: E
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência: 3
Habilidade: 11
A formação do mundo feudal está relacionada com a 
fusão de elementos romanos do fim do império e ger-
mânicos, herdados dos “invasores bárbaros”.
Alternativa a: incorreta. A sociedade feudal se caracte-
rizava por uma forte imobilidade social. 
Alternativa b: incorreta. Durante o processo de forma-
ção da sociedade feudal, não houve unificação, e sim 
fragmentação das propriedades e do poder político. 
Alternativa c: incorreta. O poder não estava concentra-
do também nas mãos do clero regular; na realidade o 
clero secular detinha certo controle da sociedade, mas 
não tanto quanto os senhores feudais. 
Alternativa d: incorreta. A alternativa remete a um 
período bem anterior ao da formação do feudalis-
mo; refere-se a um período no início do Império 
Romano, com a consolidação de suas fronteiras. 
 
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 24
2014 2014
QuestÃo 23 
Desde a Antiguidade, alguns textos mencionam 
nomes de artistas (como Zêuxis ou Apeles) e inauguram 
uma tradição de biografias de artistas no Ocidente. 
Embora esse fato seja raro na Idade Média, a figura do 
artista conquista uma condição autônoma, através de 
sua biografia. A leitura desses textos da Antiguidade até 
nossos dias, passando pelo Renascimento, revela de 
fato uma evolução histórica da imagem do artista, que 
desloca, mas nem por isso suplanta, os antigos modelos 
do “respeito crescente pela criatividade do divino artista”. 
Qualquer que seja o mundo à margem do qual o artista 
evolui (da corte de príncipes à boêmia), este não está 
isolado: “pertence à grande família dos gênios”.
Martine Joly. Introdução à análise da imagem. Campinas: Papirus, 2006, p. 46.
Nascimento de Afrodite, obra atribuída a Apeles.
Botticelli. O nascimento de Vênus, 1483.
Na mitologia grega, há duas versões para o nasci-
mento de Afrodite (ou Vênus, para os romanos), a de 
Homero e a de Hesíodo. Esta última mostra o nasci-
mento de Afrodite a partir de um ato bárbaro: Cronos 
corta os órgãos de seu pai, Urano, e os atira ao mar; 
estes misturam-se a uma espumabranca, de onde 
nasce a deusa do amor. As duas imagens fazem alu-
são ao nascimento de Afrodite, segundo a versão de 
Hesíodo. Baseando-se no texto e na análise das ima-
gens, é possível inferir que,
a por recuperar valores clássicos, o Renascimento 
foi uma cópia da Antiguidade em termos artísticos 
e filosóficos, pois não houve, no movimento artísti-
co-filosófico, novas técnicas e novas reflexões so-
bre as temáticas cristãs.
B embora tenha havido a criação de novos modelos 
físicos, anatômicos e filosóficos, a busca de refe- 
renciais gerais e universalistas que pudessem expli-
car o mundo e a natureza de forma racional logo foi 
tolhida pela tradição teológica secular, preocupada 
com a preservação dos dogmas da religião.
c no que se refere aos pintores renascentistas, a re-
tomada de temas clássicos greco-romanos acom-
panhou significativas mudanças na situação dos 
artistas, que passaram a assinar seus quadros; 
assim, o artista medieval anônimo, que se consi-
derava artífice de uma obra divina, cedia lugar a 
um artista que se considerava autor de sua obra.
D no século XV, há grandes desenvolvimentos técni-
cos, como a utilização das noções de perspectiva, 
da tinta a óleo e de novos conceitos para a repro-
dução de paisagens. A obra de Apeles pode ser 
claramente relacionada ao período da Antiguidade; 
a de Botticelli não pode ser considerada renascen-
tista em virtude da ausência de perspectiva.
e ao revisitar a tradição clássica greco-romana, artis-
tas do Renascimento passaram a pintar temas pa-
gãos – como na obra de Botticelli –, possivelmente 
graças à convivência de artistas do final da Idade 
Média com as heranças materiais do Império Hele-
nístico e pelo intenso intercâmbio comercial nas ci-
dades da Itália meridional.
Resposta correta: C
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência: 4
Habilidade: 16
Alternativa a: incorreta. Os artistas do Renascimento 
inovaram, sim, em suas técnicas, como na utilização 
da perspectiva, mesmo com a retomada de conceitos 
e temas da Antiguidade.
Alternativa b: incorreta. A religião não tolheu a capa-
cidade criativa dos artistas, ao contrário, atuou muitas 
vezes como mecenas deles.
Alternativa d: incorreta. A análise da obra de Botticelli 
não está correta.
Alternativa e: incorreta. Essa alternativa traz, erronea-
mente, o termo meridional, em vez de sul, o que a inva-
lida. Foi na parte norte da Itália que se desenvolveu o 
Renascimento, e não no sul, como propõe a assertiva.
CH - 1° dia | Ciclo 1 - Página 25
2014 2014
QuestÃo 24 
Texto I
A rigor podemos definir cidadania como um com-
plexo de direitos e deveres atribuídos aos indivíduos 
que integram uma Nação, complexo que abrange direi-
tos políticos, sociais e civis. Cidadania é um conceito 
histórico que varia no tempo e no espaço. [...] A noção 
de cidadania está atrelada à participação social e polí-
tica em um Estado.
Kalina Vanderlei Silva. Dicionário de conceitos históricos. Verbete 
CIDADANIA. São Paulo: Contexto, 2009, p. 47.
Texto II
Das pessoas que devem ser havidas por naturais 
destes Reinos
Para que cessem as dúvidas que podem suceder 
sobre quais pessoas devem ser havidas por naturais 
destes Reinos de Portugal [Portugal, ilhas adjacentes 
e Algarve] e Senhorios deles [...].
1. Item não será havido por natural o nascido 
nestes Reinos de pai estrangeiro e mãe natural deles, 
salvo quando o pai estrangeiro tiver seu domicílio e 
bens no Reino, e nele viveu dez anos contínuos, por-
que em tal caso os filhos, que lhe nascerem no Reino, 
serão havidos por naturais; mas o pai estrangeiro nun-
ca poderá ser havido por natural, posto que no Reino 
viva, e tenha seu domicílio, por qualquer tempo que 
seja, como fica dito. E os nascidos no Reino de pai 
natural e mãe estrangeira serão havidos por naturais.
Ordenações Filipinas. Livro II, título LV. Lisboa: Fundação Calouste 
Gulbenkian, 1985, p. 489. (Adapt.).
Texto III
capítulo i
Da nação espanhola
Art. 1. A Nação Espanhola é a reunião de todos os 
Espanhóis de ambos os hemisférios.
[...]
capítulo ii
Dos espanhóis
Art. 5. São Espanhóis
1º Todos os homens livres, nascidos e domiciliados 
nos domínios das Espanhas, e os filhos deles.
2º Os Estrangeiros, que tiverem obtido das Cortes 
carta de naturalização.
3º Os que sem ela tiverem 10 anos de naturaliza-
ção, adquirida segundo a Lei em qualquer Povo da 
Monarquia.
4º Os Libertos, logo que adquirirem a liberdade nas 
Espanhas.
Constituição Política da Monarquia Espanhola promulgada em Cádiz, 1812. 
Tradução portuguesa de 1820, Coimbra. (Adapt.).
As Ordenações Filipinas entraram em vigor, em Portugal 
e seus domínios, em 1603 e, salvaguardando alguns 
adendos, permaneceram da mesma forma até a apro-
vação de uma Constituição Liberal, em 1822. Esta úl-
tima muito se utilizou dos critérios da Constituição de 
Cádiz (Espanha), promulgada em 1812, exceto no que 
se referia à cidadania portuguesa. Com base na leitura 
dos textos e na situação política da Península Ibérica no 
início do século XIX, é possível inferir que
a a noção de cidadania ampla é uma característica 
das Ordenações Filipinas, concedendo aos habi-
tantes de todas as partes do Império Português o 
estatuto de cidadãos, sem restrição quanto às ori-
gens ou discriminação.
B os direitos políticos, sociais e civis concernentes 
aos cidadãos do início do século XIX eram os mes-
mos em todas as partes do Império Português, 
tanto na Ásia quanto na África e na América, fa-
tor que garantiu a presença de grande contingente 
de deputados brasileiros na formação das “Cortes 
Gerais, Extraordinárias e Constituintes da Nação 
Portuguesa”, em 1821.
c a Constituição de Cádiz, mesmo sendo um exem-
plo de constituição liberal, impunha suas limita-
ções no acesso à cidadania espanhola, como era 
o caso de recém-libertos e estrangeiros, a exemplo 
do modelo filipino.
D se, por um lado, tomados pelas ondas liberais do 
início do século XIX, os deputados das Cortes 
Constituintes portuguesas se valeram dos critérios 
de Cádiz como modelo de sua própria constitui-
ção, por outro, restringiram a cidadania portuguesa 
apenas aos nascidos em Portugal, ao contrário da 
ampla cidadania espanhola.
e é permitido, tanto pelas Ordenações Filipinas 
quanto pela Constituição de Cádiz, a um filho de 
homem estrangeiro ser naturalizado português ou 
espanhol, respectivamente, desde que observado 
um tempo mínimo de dez anos de domicílio do es-
trangeiro no país; esse direito é estendido, igual-
mente, ao estrangeiro.
 
CN - 1° dia | Ciclo 1 - Página 26
2014 2014
Resposta correta: D
Ciências Humanas e suas Tecnologias
Competência: 5 
Habilidade: 25
Alternativa a: incorreta. As Ordenações Filipinas previam 
restrições à naturalização portuguesa.
Alternativa b: incorreta. Desdobramento imediato da 
assertiva anterior, ela está incorreta pelo fato de a ci-
dadania portuguesa estar restrita ao Reino. No caso 
do Brasil, isso ficou diluído em 1816, com a elevação do 
Brasil à condição de Reino Unido, entretanto isso não 
explica a presença de deputados brasileiros nas Cortes 
Constituintes, participação que não foi tão expressiva.
Alternativa c: incorreta. A leitura do texto III mostra que 
a alternativa c está incorreta, pois os recém-libertos 
automaticamente se tornavam cidadãos espanhóis, 
pois era cidadão todo homem livre domiciliado em 
qualquer parte dos domínios da Espanha.
Alternativa e: incorreta. Todo filho de estrangeiro do-
miciliado em domínios espanhóis é naturalizado, inde-
pendentemente do tempo de residência. No caso de 
Portugal, o tempo valia, porém o estrangeiro não pode-
ria ser naturalizado, segundo as Ordenações.
 
CN - 1° dia | Ciclo 1 - Página 27
2014 2014
QUESTÃO 25 
A nona Copa do Mundo, realizada no México em 
1970, começou no dia 31 de maio. A chave em que 
o Brasil estava não era fácil: Inglaterra (então última 
campeã), Tchecoslováquia (vice-campeã de 1962) e 
Romênia. Era um grupo bastante forte e com muitas 
rivalidades em campo. O primeiro jogo foi contra a 
Tchecoslováquia,

Continue navegando