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Aula 08 - Títulos em espécie: Letra de Câmbio, Nota Promissória, Cheque, Duplicata, Cédula de Crédito Bancário, Letra e Cédula de Crédito Imobiliário. Conhecimento de Depósito. Warrant. Conhecimento de Transporte. Ações cambiais. Protesto. Curso Regular de Direito Empresarial p/ ICMS-RO Professor: Wangney Ilco C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 2 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Sumário 1- Letra de Câmbio .......................................................................... 4 1.1- Definição e Requisitos essenciais ................................................... 4 1.2- Saque ........................................................................................ 6 1.3- Aceite ........................................................................................ 6 1.4- Vencimento e Modalidades ............................................................ 8 1.4.1- Cláusulas de Juros ................................................................. 9 1.5- Pagamento da Letra de Câmbio ..................................................... 9 1.6- Protesto ................................................................................... 11 1.7- Ação cambial ............................................................................ 14 2- Nota Promissória ....................................................................... 16 2.1- Definição e Requisitos essenciais ................................................. 16 2.2- Regime jurídico e características .................................................. 18 3- Cheque ...................................................................................... 18 3.1- Definição e Requisitos essenciais ................................................. 18 3.2- Características .......................................................................... 20 3.3- Espécies de cheque .................................................................... 20 3.4- Apresentação e pagamento do cheque ......................................... 22 3.5- Revogação e Sustação do cheque ................................................ 24 3.6- Cheque sem fundos e ação cambial.............................................. 24 4- Duplicata ................................................................................... 26 4.1- Definição e Requisitos essenciais ................................................. 26 4.2- Aceite ...................................................................................... 28 4.3- Pagamento e aval ...................................................................... 30 4.4- Protesto e ação cambial .............................................................. 31 4.5- Duplicata de prestação de serviços .............................................. 33 5- Resumo dos títulos e Prazos prescricionais da ação cambial ..... 34 6- Cédula de Crédito Bancário ....................................................... 36 7- Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ............................................. 38 8- Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) .......................................... 40 AULA 08 – Títulos em espécie: Letra de Câmbio, Nota Promissória, Cheque, Duplicata, Cédula de Crédito Bancário, Letra e Cédula de Crédito Imobiliário. Conhecimento de Depósito. Warrant. Conhecimento de Transporte. Ações cambiais. Protesto. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 3 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 9- Conhecimento de depósito e warrant ........................................ 41 10- Conhecimento de transporte ..................................................... 42 11- Questões Comentadas ............................................................... 44 12- Lista de Questões ...................................................................... 79 13- Gabarito .................................................................................... 95 Olá pessoal! Tudo beleza? Na aula de hoje estudaremos os títulos de crédito em espécie, ou seja, os principais títulos de crédito de forma individualizada, ok? É preciso atenção neste estudo, pois há muitos detalhes em cada título que os distinguem dos demais. Sugiro estudar com bastante calma, fazendo as devidas anotações em seus resumos. Lembrem-se que a técnica de resumos é importantíssima para a assimilação dos assuntos e, obviamente, para a aprovação. Um bom resumo não é elaborado às pressas, sem organização. Pelo contrário, um bom resumo é resultado de um trabalho de formiguinha feito ao longo de um período longo. Num primeiro momento, o resumo deve ser elaborado quando estudamos a teoria. Nesta fase, é um resumo ainda grosseiro, muitas vezes não abarca as questões de prova. Então, num segundo momento, fazemos os ajustes no resumo com os pontos cobrados nas questões. Aí sim, teremos um resumo com os ajustes finos, voltado para as questões de prova. A partir daí, frequentemente devemos percorrer esse resumo para assimilar os assuntos. Nesta fase de estudos, devemos conjugar a resolução de questões com o estudo dos resumos. Se houver a necessidade, como um determinado ponto cobrado na questão de que não se recorda, basta se socorrer da teoria (PDF ou Livros ou Aula em vídeo). Esta é a melhor fase dos estudos, onde fazemos os ajustes finos, beleza? Então vamos lá!! Abraços e bons estudos. Wangney Ilco Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver. (Dalai Lama) C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 4 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1- Letra de Câmbio 1.1- Definição e Requisitos essenciais Bem, a Letra de Câmbio (LC) está prevista na LUG, tratado incorporado ao ordenamento jurídico nacional pelo Decreto nº 57.663/66. A LC serve como base para o estudo dos atos cambiários, mesmo sendo um título de crédito muito pouco utilizado no Brasil. Assim, a letra de câmbio pode ser definida como uma ORDEM DE PAGAMENTO, à vista ou a prazo, dirigida por uma pessoa a outra em benefício de uma terceira pessoa. Então, temos 3 figuras principais relacionadas: sacador (emitente ou subscritor), sacado e tomador (beneficiário), onde o sacador emite uma ordem de pagamento ao sacado, em favor do tomador. Esta é uma esquematização ainda simples que iremos “incrementar” ao longo da aula com outras informações, beleza? Pois bem, além da assinatura do sacador (emitente), a letra de câmbio deve conter alguns requisitos formais essenciais para produzir os efeitos de título de crédito, conforme o art. 1º da LUG: Requisitos daletra de câmbio A palavra "letra de câmbio" Mandato puro e simples de pagar quantia determinada O nome do sacado e do tomador A época do pagamento. Se omissa, é pagável à vista. O lugar do pagamento. Se omisso, é o local ao lado do nome do sacado e domicílio do sacado Data e local de emissão. Se omisso, é o local ao lado do nome do sacador. Sacador (emitente ) Tomador (beneficiário ) Sacado Ordem de pagamento Entrega a letra de câmbio C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 5 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, notemos que dos requisitos formais acima listados, temos as exceções destacadas que podem ser omitidas. Porém a própria LUG cuida de preencher estas omissões caso ocorram. Também, é vedada a emissão da letra de câmbio ao portador, conforme a LUG; contudo, pode circular através de endosso em branco, ou seja, sem identificar o endossatário. Ainda sobre o formalismo da letra, o CC no art. 889 traz regras semelhantes a essas; inclusive, mencionamos algumas delas, como a regra geral pela qual os títulos de crédito podem ser emitidos a partir de caracteres criados em computador ou outro meio técnico equivalente e que conste da escrituração do emitente. Vejamos que esta regra tem o seu sentido frente o atual desenvolvimento da informática, certo? No entanto, devemos ficar atentos ao §2º do art. 889 do CC que traz regra geral para os títulos de crédito, mas que a LUG dispõe de forma diferente quando o local do pagamento é omitido na letra de câmbio, como vimos em nossa esquematização acima. Vejamos: Logo, se numa questão mencionar o formalismo em relação à letra de câmbio aplicamos a LUG, caso fale em títulos de crédito de forma geral, observamos o Código Civil, beleza? Agora só mais uma observação: Obs.: SÚMULA 387 do STF: “A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto”. Ressalta-se que esta jurisprudência já foi tema de prova!!! 1. (CESPE / Juiz do Trabalho-TRT-23ª /2009) Sobre a letra de cambio é correto afirmar que: e) Se for emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. Comentários Correta, conforme o conteúdo da súmula 387 do STF que acabamos de ver. Logo, a letra de câmbio não necessita estar totalmente completa no momento de sua emissão, sendo permitido o seu preenchimento posterior. O mesmo vale para os demais títulos de crédito, ok? O art. 891 do CC também reforça este entendimento. Assim, os títulos de crédito podem circular ao portador (ou em branco) desde a sua emissão, mas devem estar completos no momento do seu pagamento. Por exemplo, alguém pode assinar um cheque e entregar a pessoa Omissão do lugar do pagamento LUG (letra de câmbio) C. Civil (regras gerais) Domicílio do SACADO Domicílio do EMITENTE C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 6 de 95 www.exponencialconcursos.com.br de sua confiança para que o complete, conforme ajustado entre eles. Essa pessoa deve agir de boa-fé ao completar o título. 1.2- Saque Quando ocorre a emissão de um título de crédito, diz-se que o título foi sacado. Assim, a letra de câmbio pode ser sacada de três formas: 1.3- Aceite O aceite é um ato cambiário por meio do qual o sacado reconhece a validade da ordem de pagamento (letra de câmbio) quando o tomador lhe apresenta a mesma. Assim, é uma declaração unilateral e facultativa do sacado, o qual assume a obrigação de pagar a soma indicada no título nos prazos ali especificados, passando a ser chamado de aceitante e obrigado principal. Na prática, o aceite é apenas a assinatura do sacado na frente (anverso) da LC ou de expressão “aceito” ou qualquer outra palavra equivalente, sendo que o aceitante fica obrigado nos termos de seu aceite. Diz-se, assim, que o aceite é irretratável. A apresentação para aceite da LC pode ser feita pelo tomador, portador ou até por um simples detentor no domicílio do sacado até a data do seu vencimento. SAQUE Letra de Câmbio À ordem do próprio sacador O sacador emite a letra a seu favor (é o tomador). Sobre o próprio sacador O sacador emite a letra contra ele próprio (é o sacado). Por ordem e conta de terceiros Situação normal, com sacador, sacado e tomador distintos. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 7 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Vejamos algumas características e regras sobre o aceite: No caso de aceite parcial, o sacador (emitente) é o responsável pela quantia que não foi aceita pelo sacado. Assim, aquele que efetuar o pagamento do saldo poderá exercer direito de ação (art. 51, LUG). Obs.: Cancelamento do aceite: presume-se que o risco dado sobre o aceite é dado antes da restituição da letra, configurando a recusa ao aceite. Assim, o portador da letra deve provar que o cancelamento se deu após a sua restituição por ato fraudulento para que o aceite seja restaurado. Porém, no caso específico do sacado declarar por escrito ao portador, ou outro signatário, que aceita a LC, o sacado fica obrigado para com eles nos termos do aceite declarado, mesmo que se recuse posteriormente a dar o aceite ou tente cancelá-lo; afinal, o aceite é ato cambiário irretratável. ACEITE É puro e simples O sacado pode limitar a quantia (ACEITE PARCIAL). Outra modificação na LC equivale como recusa de aceite. Localidade Normalmente é o domicílio do sacado (art. 27, LUG) Outro local pode ser indicado para o pagamento. Cancelamento Se o sacado risca o aceite dado, considera-se recusado(art.29,LUG) Se o sacado declara por escrito que aceita, então fica obrigado Sacador (emitente ) Tomador (portador da LC) Sacado (aceitante) Ordem de pagamento Entrega a letra de câmbio Apresentação da LC p/ aceite C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 8 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 1.4- Vencimento e Modalidades As modalidades de letra de câmbio referem-se à data de vencimento definida no momento de sua emissão, o que irá influenciar o seu aceite. Notemos que esta classificação é quanto ao prazo, que vimos anteriormente. Beleza? Observemos que na letra emitida à vista NÃO HÁ apresentaçãopara aceite, mas sim para o seu pagamento direto. Recordando que a data de vencimento se omitida, presume-se que a LC é à vista! Então, concluímos que somente a LC emitida a certo prazo da vista é obrigatória a apresentação para aceite, já que o prazo para vencimento começa a correr a partir de sua apresentação. Portanto, observa-se por essas modalidades que o sacador pode livremente estipular que a letra será apresentada ao aceite, com ou sem prazo (art. 22, LUG). O mesmo ocorre para o endossante (pessoa que passa o título), exceto se a letra tiver sido declarada não aceitável pelo sacador (emitente). Mas o que seria uma letra de câmbio não aceitável? Modalidades de Letra de Câmbio À vista O vencimento se dá no momento da apresentação, quando deverá ser pago. A certo prazo da vista O título deve ser apresentado para aceite e a partir daí correrá o prazo de vencimento. A certo prazo de data O vencimento ocorre em determinado prazo de sua emissão. A apresentação para aceite é facultativa. A dia certo A data de vencimento vem expressamente no título. A apresentação para aceite é facultativa. Letra de Câmbio NÃO-aceitável Proibição de apresentação para aceite com o uso da expressão "sem aceite" ou "não aceitável". Evita vencimento antecipado. Não aplica-se à LC emitida a certo prazo da vista e à LC pagável em domicílio diferente do sacado ou em domicílio de terceiro. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 9 de 95 www.exponencialconcursos.com.br No mais, o portador da letra de câmbio poderá cobrar o seu direito em ação cambial quando a letra não for aceita ou se aceita não for paga, inclusive com juros quando estipulado e outras despesas (art. 28, LUG). Sobre a previsão de juros na Letra de Câmbio e nos principais títulos de crédito, vejamos: 1.4.1- Cláusulas de Juros Bem, com a finalidade de condensar os estudos dos principais títulos de crédito e assim facilitar o aprendizado e aumentar as chances de acertar as questões de prova, fiz um apanhado sobre a cláusula de juros para os principais títulos de crédito. Então, segue um quadro-resumo acerca da estipulação de juros conforme a legislação e o título de crédito. Lei Cláusula de Juros Observação Código Civil (art. 890) Não escrita Lei do cheque (art. 10) Não escrita LUG (art. 5º) LC e NP Escrita LC à vista ou a certo termo de vista. A respeito da duplicata, não há previsão para estipular juros no próprio documento. 1.5- Pagamento da Letra de Câmbio Antes de tratarmos especificamente do pagamento, devemos entender que a letra de câmbio pode ter seu vencimento antecipado, conforme os casos abaixo e a LUG (art. 43): C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 10 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Assim, com o vencimento da LC, esta dever ser apresentada para o devido pagamento no dia do vencimento ou, se feriado, no próximo dia útil (art. 20 do Decreto nº 2.044/1908). Ressalta- se, porém, que a LC à vista é pagável no momento de sua apresentação, que ocorre no prazo de UM ANO da data do seu saque. Agora vejamos algumas regras e procedimentos acerca do ato de pagar uma letra de câmbio: Como os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas (coobrigados) de uma letra são todos solidariamente responsáveis para com o portador (art. 47, LUG), o pagamento os desobriga de responsabilidade cambial. Quem paga desonera os coobrigados posteriores e tem o direito à ação de regresso contra os coobrigados anteriores. No mais, vale destacar que tanto o prazo de apresentação para pagamento quanto para aceite pode ser prorrogado em razão de caso fortuito ou força maior, devendo referir-se a motivo insuperável (art. 54, LUG). Neste caso, o portador deverá informar imediatamente o endossante desta situação, ok? Vencimento Antecipado Por falta ou recusa de ACEITE Deve ser comprovado por ato formal (protesto) nos prazos fixados para a apresentação ao aceite. FALÊNCIA do sacado Aceitante ou não. A sentença de declaração da falência é suficiente para exercer o direito de ação cambial. FALÊNCIA do sacador (LC não aceitável) A sentença de declaração da falência é suficiente para exercer o direito de ação cambial. Pagamento A quitação regular deve ser na própria LC - princípio da literalidade. O devedor (sacado) que paga pode exigir a entrega da LC com a devida quitação (retira de circulação). Desonera-se o devedor que paga a LC no vencimento, exceto se agiu de má-fé. O portador não poderá recusar o pagamento parcial - deve constar esse pagamento na LC. O portador não é obrigado a aceitar o pagamento antecipado, mas aquele que paga fica responsável. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 11 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Obs.: A não apresentação para pagamento no prazo determinado torna a letra de câmbio sem força executória, ou seja, o portador perde o direito de ação de regresso contra os endossantes, contra o sacador e contra os outros coobrigados, à exceção do aceitante (art. 53, LUG). 1.6- Protesto Pessoal, para o estudo do protesto em relação à LC e demais títulos de crédito é necessário o conhecimento da Lei nº 9.492/97, que trata do protesto dos títulos de crédito e de outros documentos de dívida, ok? Desse modo, podemos definir protesto como sendo “o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação” cambiária, e demonstra-se a falta de pagamento, a falta de aceite ou a não-devolução do título de crédito. As MODALIDADES de protesto são as seguintes (art. 21, Lei 9.492/97): Portanto, verifica-se que o protesto é obrigatório e necessário para o exercício do direito de regresso contra os coobrigados, constituindo o devedor em mora. Mas qual seria o prazo para o credor protestar a letra de câmbio? Bem, para o protesto por falta ou recusa de aceite, conforme esquema acima, o prazo é aquele fixado para a apresentação ao aceite (art.44, 2ª alínea, LUG), ou seja, pode ser feito antes do vencimento ou, no máximo, até o primeiro dia útil após o vencimento da LC. Vale relembrar que a recusa ou falta de aceite antecipa o vencimento da LC, ok? Então, esclarecendo melhor o protesto por falta de aceite, conforme as modalidades de letra de câmbio, temos que: • LC à vista – Protesto: até o 1º dia útil seguinte ao da falta de aceite; ➢ LC a certo termo de vista – Protesto: até o 1º dia útil seguinte ao da falta de aceite, visto que a apresentação para o aceite é obrigatória para correr o prazo de pagamento; Por falta ou recusa de ACEITE •Somente antes do vencimento da obrigação e após odecurso do prazo para o aceite ou a devolução. •Impõe o vencimento antecipado. Por falta de PAGAMENTO •Após o vencimento. •Contra o sacado, somente se ele for aceitante da LC. Por falta de DEVOLUÇÃO •Quando o sacado não devolve no prazo legal a letra de câmbio e duplicata. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 12 de 95 www.exponencialconcursos.com.br ✓ LC a certo termo de data e em dia fixo – Protesto: até o 1º dia útil após o vencimento, pois a apresentação ao aceite é facultativa; caso a LC seja apresentada e o aceite seja recusado, já poderá ser protestada desde então, já que o vencimento se antecipou. Obs.: Por mais estranho que possa parecer, nada impede que uma Letra de Câmbio sacada à vista seja apresentada ao aceite do sacado. Assim, entende- se que não há qualquer vedação para que ela seja apresentada antes ao aceite do sacado, ok? Ressaltando que se o sacado se nega a aceitar a LC, é porque ele não pretende pagá-la, não é mesmo? E, de forma geral, a apresentação para aceite é sempre facultativa na LC, exceto na LC a certo prazo da vista, pois é a partir da data de apresentação que começa a correr o prazo do vencimento. Assim, pessoal, acredito que fica mais fácil de visualizar os prazos para protesto da LC por falta ou recusa de aceite, beleza? Agora, com relação ao prazo para protesto por falta de pagamento temos um pequeno “probleminha”. Vejamos a seguinte observação: Obs.: Prazo do protesto por falta de pagamento-Divergência doutrinária: RESUMINDO: Caso tenhamos uma questão abordando este tema, devemos considerar que o protesto da letra de câmbio por falta de pagamento ou de aceite deve ser até o primeiro dia útil que se seguir ao vencimento ou ao da recusa do aceite. Beleza? Entendido? Então, pergunto: quais os efeitos no caso do portador/credor da LC perder o prazo ou não protestar por falta de pagamento? Como podemos perceber, ele perderá os direitos contra o sacador (emitente) e demais coobrigados (endossantes e avalistas), exceto contra o aceitante (e seus avalistas). Então, concluímos: Lei Interna (Decreto nº 2.044/1908) •Art. 28 - A LC deve ser protestada no PRIMEIRO dia útil que se seguir ao do vencimento. LUG (Decreto nº 57.663/66) •Art. 44, 3ª alínea - LC pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve ser protestada num dos DOIS DIAS úteis seguintes àquele em que a letra é pagável. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 13 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Por fim, em relação ao protesto, vejamos as seguintes regras: Obs.: O registro ou lavratura do protesto ocorre em 3 dias contados da protocolização do título. Nesse período está prevista a possibilidade de sustação do protesto (arts. 12 e 16, Lei 9.492/97). A cláusula “sem protesto” ou “sem despesas” não é presumida, ou seja, ela deverá vir expressamente escrita no título de crédito, pois possui a "força" de alterar procedimentos obrigatórios em relação aos coobrigados. Estes procedimentos alterados são o protesto e as despesas dele decorrentes. Assim, o protesto passa a ser dispensado (facultativo) para acionar os coobrigados e, caso seja realizado o protesto, as despesas decorrentes ficam ao em cargo de quem fez o protesto, já que o fez sem ser obrigado. Ou seja, apesar do nome da cláusula, o protesto não fica proibido, mas torna-se facultativo. De outra forma: o credor poderá acionar tanto o devedor principal quanto os coobrigados. Mas como saber quem inseriu a referida cláusula? Como saber qual coobrigado ela abrangerá? Ou atinge todos os coobrigados? Como vimos, a cláusula "sem protesto" não é presumida, logo quem a inseriu no título de crédito deve estar claramente identificado. Pode ser o sacador (emitente) ou um dos endossantes ou avalistas. Dependendo quem a inseriu, teremos consequências distintas. Vejamos: • Se o sacador inserir tão cláusula, os seus efeitos atingirão todos os devedores, que poderão ser demandados independente de protesto, ok? •Contra os coobrigados - sacador, endossantes e seus avalistas. Protesto necessário •Contra o devedor principal (aceitante) e seu avalista. Protesto facultativo P R O T E S T O Cláusula "sem despesas" ou "sem protesto" Dispensa o portador de efetuar o protesto. Dada pelo sacador, endossante ou avalista. SE dada pelo sacador, beneficia todos os signatários da LC. Mas não dispensa o portador da apresentação no prazo. SUSTAÇÃO Retirada do título antes da lavratura do protesto. Paga-se despesas e emolumentos. Cancelamento Pelo pagamento. Se por outro motivo, deve ser pela via judicial. Qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 14 de 95 www.exponencialconcursos.com.br • Se um endossante ou um avalista inserir a cláusula "sem protesto", ela tem efeito somente em relação a ele, não valendo para os demais coobrigados. Isso significa que o protesto não é necessário para demandar o endossante ou avalista que inseriu a cláusula. Perfeito? Mais uma vez: sendo facultativo o protesto, aquele que o fizer, não poderá cobrar as despesas do protesto daqueles que não sofrem os efeitos da cláusula "sem protesto" ou "sem despesas". 2. (FCC / Juiz Substituto-TJ-RN / 2002) A recusa do sacado em aceitar a letra de câmbio sacada a termo de data tem como consequência: a) a possibilidade do beneficiário exigir do sacador o pagamento imediatamente após o protesto por falta de aceite. b) sua imediata substituição, como devedor principal, pelo sacador, que deverá pagar o título na data do vencimento. c) a faculdade do beneficiário de protestar o título por falta de aceite caso a recusa seja imotivada. d) a responsabilização dos co-obrigados pelo pagamento do título na data do vencimento. e) a responsabilização do sacado pelo pagamento do título no vencimento, desde que tempestivamente protestado por falta de aceite. Comentários Letra “a”. Como vimos, a letra de câmbio emitida a certo termo de data tem o seu vencimento em dado prazo após a sua emissão. Por exemplo, o sacador pode determinar que a LC vencerá em 3 meses de sua emissão, ok? Também estudamos que nesta modalidade de LC a apresentação para aceite é facultativa. Porém, conforme o enunciado da questão, o portador apresentou a LC e a mesma foi recusada pelo sacado. Neste caso, o vencimento é antecipado e o beneficiário poderá protestar a LC, e desta forma exigir em ação executiva o pagamento pelo sacador (emitente). Logo, a alternativa correta é a letra A conforme o art. 43 da LUG. Para que a LC não fosse apresentada ao aceitee tivesse seu vencimento antecipado, o sacador poderia ter colocado a expressão “sem aceite”. 1.7- Ação cambial Bem, a ação cambial nada mais é que a simples ação executiva extrajudicial para cobrança do título de crédito. O art. 585, I do Código de Processo Civil trata também esta ação como título executivo extrajudicial. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 15 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Desse modo, a ação cambial pode ser de dois tipos: direta ou regressiva. Destaca-se ainda abaixo os prazos de prescrição da ação cambial conforme o obrigado acionado (art. 70 da LUG): No caso de cláusula “sem despesa” ou “sem protesto”, a prescrição da ação do portador contra os coobrigados é de um ano a contar da data do vencimento, já que o protesto é dispensado. Por fim, como regra geral, a interrupção do prazo prescricional só produz efeito em relação à pessoa para quem a interrupção foi direcionada, ou seja, não beneficia os demais obrigados na relação cambiária. Bem, meus amigos e amigas, para solidificarmos esses conhecimentos, vejam o seguinte exemplo de relações cambiárias numa letra de câmbio: EX.: Ao emitir e entregar uma letra de câmbio ao seu credor (tomador), o sacador dá uma ordem de pagamento ao sacado de certa quantia. O tomador (endossante) endossa a LC a outro indivíduo com o qual tem uma obrigação pendente. Este novo portador (endossatário) apresenta a letra ao sacado para aceite; ao aceitá-la, o sacado torna-se aceitante e obrigado principal. Ainda temos a figura de um avalista que não identifica o seu avalizado (aval em branco); presume-se, então, que foi dado em favor do sacador (art. 31, LUG), beleza? Porém, o aceitante não efetua o pagamento no vencimento. Assim, o portador da LC poderá acionar diretamente o aceitante, com ou sem protesto, já que ele é o obrigado principal. Ou, ainda, poderá acionar o endossante, o sacador ou seu avalista; aí precisa de protesto. Importante destacar que todos são solidariamente responsáveis para com o portador (art. 47 da LUG). Então, o prazo para acionar o aceitante é de 3 anos contados do vencimento da LC. Caso o portador acione os coobrigados (sacador, endossante e avalistas), o prazo será de 1 ano a partir do protesto; aí, aquele coobrigado que efetuou o pagamento poderá OU acionar o aceitante no prazo de 3 anos também do vencimento da LC OU acionar um outro coobrigado no prazo de 6 meses Ação Cambial Direta: todos contra o aceitante Prescrição: 3 anos do vencimento. Regressiva: do portador contra coobrigados ou coobrigados entre si Prescrição contra coobrigados: 1 ano da data do protesto Prescrição c/ coobrigados entre si: 6 meses contados do dia em que pagou ou foi acionado Protesto facultativo Protesto Necessário C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 16 de 95 www.exponencialconcursos.com.br contados do dia que pagou ou foi acionado. Ok? Entendido? Então é isso e qualquer dúvida é só me “acionar”...rsrsr! 2- Nota Promissória 2.1- Definição e Requisitos essenciais Bem, já vimos a classificação dos títulos de crédito quanto à estrutura: ordem de pagamento e promessa de pagamento. Lembram-se? Então, a nota promissória é definida como: Sacador (emitente) Tomador (endossante) Sacado (aceitante) Ordem de pagamento Entrega a letra de câmbio Apresentação da LC p/ aceite Portador (endossatário) X Avalista (em branco) 3 anos-ação cambial LC 3 anos-ação cambial 3 anos-ação cambial C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 17 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, podemos perceber que a nota promissória (NP) é mais simples que a letra de câmbio (LC), tendo em vista que relaciona apenas dois sujeitos essenciais: o emitente e o beneficiário. Assim, para representar a sua dívida, o subscritor emite documento com efeitos cambiários (circulação, endossantes, endossatários, avalistas, etc.) em favor do seu credor, ok? Obs.: A nota promissória está prevista nos arts. 75 a 78 da LUG. Vejamos o formalismo ou rigor cambiário para as notas promissórias, de tal forma que os requisitos formais abaixo devem ser observados no documento para que este produza os efeitos de título de crédito (art. 75, da LUG): Portanto, à semelhança da letra de câmbio, notemos que dos requisitos formais acima listados, temos as exceções destacadas que podem ser omitidas e a própria LUG cuida de preencher estas omissões. No mais, a assinatura do subscritor é requisito essencial e, assim como na letra de câmbio, a lei Requisitos da NP A palavra "nota promissória" Promessa pura e simples de pagar quantia determinada O nome do tomador (beneficiário) A época do pagamento. Se omissa, é pagável à vista. O lugar do pagamento. Se omisso, é o lugar onde foi passada e domicílio do subscritor. Data e local de emissão. Se omisso, é o local ao lado do nome do subscritor. Uma PROMESSA de pagamento direta e escrita, à vista ou a prazo, feita por uma pessoa (emitente ou subscritor) em benefício de outra (tomador ou beneficiário). Emitente (subscritor) Tomador (beneficiário) Nota promissória Devedor e obrigado principal Promete o pagamento da dívida C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 18 de 95 www.exponencialconcursos.com.br veda a emissão de nota promissória ao portador, justamente por ser o nome do tomador requisito essencial. 2.2- Regime jurídico e características Por força do art. 77 da LUG, o regime jurídico aplicável à nota promissória é o mesmo da letra de câmbio: endosso, vencimento, pagamento e outros mais. Obviamente que devemos fazer os ajustes necessários já que a NP é uma promessa de pagamento. E é isso que veremos a seguir. Desta forma, precisamos realizar os quatro ajustes acima, beleza? 3- Cheque 3.1- Definição e Requisitos essenciais O cheque é uma ordem de pagamento à vista, escrita e em dinheiro, emitida pelo sacador contra uma instituição financeira (banco, sacado), onde possui provisão de fundos, em benefício de terceiro (tomador ou beneficiário). Assim, como na letra de câmbio, o cheque possui três figuras intervenientes principais: sacador, sacado (banco ou instituição financeira)e tomador. Ajustes Aceitante da LC = subscritor da NP (art. 78,LUG) Prescrição é de 3 anos, como é para o aceitante; protesto facultativo c/ subscritor; falência do subscritor antecipa o vencimento. As disposições incompatíveis a promessa de pagamento Aceite, cláusula "não aceitável", prazo para apresentação ao aceite, vencimento antecipado por falta de aceite, recusa parcial, ... Modalidade "a certo termo da vista" Apresenta a NP para visto do subscritor no prazo de até um ano. A partir do visto corre o prazo de vencimento. Cabe protesto no caso de recusar dar o visto. Aval em branco O avalizado é o subscritor no caso do avalista não identificar o seu beneficiário (art. 77, LUG) C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 19 de 95 www.exponencialconcursos.com.br No entanto, o sacado não possui responsabilidade cambiária (aceite, endosso ou aval). A sua relação é tão-somente contratual com o emitente do cheque. Inclusive, o banco sacado não é obrigado ao aceite, visto que o cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer disposição em contrário. No mais, as outras figuras estão presentes no cheque: endossantes, endossatários e seus avalistas. Obs.: O cheque está previsto na Lei nº 7.357/85 (adotaremos a sigla LCh). O formalismo ou rigor cambiário para o cheque está previsto nos arts. 1º e 2º da LCh. Tais requisitos formais se assemelham e muito aos já vistos para a LC e NP. Se diversos locais junto ao sacado forem indicados para pagamento, o cheque é pago no primeiro deles, mas se nenhum local for indicado, deve ser pago no local de emissão. Agora em relação à quantia determinada, caso haja divergência de valores, prevalece o expresso por extenso e o menor valor. Além disso, a estipulação de juros no cheque considera-se como não escrita. Por fim, a assinatura do emitente ou seu procurador é essencial, podendo ser mecânica ou processo equivalente. Obs.: Relembra-se que na letra de câmbio também pode haver previsão de juros. Requisitos do Cheque A palavra "cheque" Ordem incondicional de pagar quantia determinada O nome do sacado O lugar do pagamento. Se omisso, é o lugar junto ao nome do sacado Data e lugar de emissão. Se omisso, é o local junto ao nome do emitente. Sacador (emitente ) Tomador (beneficiário ) Sacado (banco) Ordem de pagamento Entrega o cheque Obrigado principal C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 20 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 3.2- Características Vejamos algumas características importantes do cheque. Ressalta-se, ainda, que nos cheques com valor acima de R$ 100,00 é necessário identificar o tomador, ou seja, DEVE ser nominal (art. 69, lei nº 9.069/95). Eis uma questão da banca ESAF sobre o tema cheque: 3. (ESAF / Analista–SEFAZ-CE / 2006) Em matéria de títulos de crédito: d) o cheque não é um título de crédito, porque foi proibido por lei que seja endossado mais de uma vez. Comentários Incorreta. O cheque é considerado sim título de crédito e, além disso, pode ser endossado mais de uma vez, conforme a teoria geral dos títulos de crédito e autorização expressa da LCh em seu art. 17, §2º: “O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, que podem novamente endossar o cheque”. 3.3- Espécies de cheque CHEQUE Formas de Emissão (art. 9º) À ordem do próprio sacador Por conta de terceiros Na forma de cheque administrativo Formas de circulação - endosso (art. 8º) Nominal "à ordem" (com ou sem a expressão) - tem o nome do beneficiário e permite o endosso Nominal "não à ordem" - tem o nome do beneficiário e proíbe o endosso Ao portador - sem o nome do beneficiário. Pagável a quem apresentar o cheque C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 21 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Então pessoal, acima temos as principais modalidades ou espécies de cheque. O que precisamos saber para a nossa prova está acima de forma bem objetiva, ok? Porém, ainda temos mais alguns tipos de cheque que já foram cobrados em prova: Outros cheques Cheque marcado O banco poderia marcar outro dia para pagamento, tornando-se codevedor. "Bom para o dia...". Não mais admitido. Cheque especial O banco disponibiliza crédito ao cliente sem que este tenha necessariamente fundos disponível no banco. Via contrato. Cheque de viagem Disponibilizado pelo banco ao cliente talonários com valores fixos - moeda estrangeira. Confere maior segurança aos viajantes. Traveller's check. Cheque fiscal Emitido pelas autoridades fazendárias para devolução de excesso de arrecadação. E S P É C IE S D E C H E Q U E • Visado (art. 7º, LCh) =>o banco sacado visa o cheque (verso) e garante a reserva de fundos na conta do emitente (sacador) durante o prazo de apresentação, a pedido do tomador ou do próprio emitente. Não significa o aceite e o cheque deve ser sempre nominal. Somente o cheque nominativo e ainda não endossado pode receber o visto; • Cruzado (art. 44, LCh) => o valor deve ser pago a banco ou cliente do sacado mediante crédito em conta, não podendo ser pago na “boca do caixa”. Emitente ou portador podem cruzar o cheque – dois traços paralelos no anverso. Cruzamento geral (sem indicar o banco p/ depósito do cheque) e especial (indica o nome do banco); • Para ser creditado em conta (art. 46, LCh) => tem a mesma função do cheque cruzado; não pode ser pago em dinheiro, o banco faz o lançamento contábil (crédito em conta, transferência ou compensação). É feita a inscrição transversal no anverso do cheque da expressão “para ser creditado em conta’’. Não se admite a cláusula “à ordem” e, consequentemente, o endosso. • Administrativo (art. 9º, III, LCh) =>emitido contra o banco sacador, desde que não ao portador, ou seja, é emitido pelo banco em benefício de terceiro e pagamento por uma das filiais do emitente. O emitente e sacado são os mesmos (banco). Também chamado de cheque bancário ou de tesouraria. Usado para dar segurança quando envolver grandes valores. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 22 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 3.4- Apresentação e pagamento do cheque Como já foi visto na sua definição,o cheque é uma ordem de pagamento pagável à vista, e como consequência dessa definição, qualquer disposição em contrário é considerada como não escrita. Em razão disso e pelo fato também de que o cheque não admite o aceite do banco sacado (art. 6º, LCh), o emitente garante o pagamento do cheque por determinação legal (art. 15, LCh), e qualquer declaração tendente a afastar a sua garantia ao pagamento é considerada como não escrita. Vamos ver este ponto em termos de questão da banca FCC: 4. (FCC / Juiz do Trabalho-TRT-11ª / 2013) Em relação aos títulos de crédito, é correto afirmar que: e) Emitente do cheque garante seu pagamento, salvo se declarar-se isento dessa garantia no próprio título. Comentários Incorreta. Portanto, esta afirmativa está incorreta em razão do disposto no art. 15 da LCh, já que obrigatoriamente o emitente (sacador) garante o pagamento do cheque e qualquer disposição em contrário é considerada como não escrita. Portanto, o cheque apresentado ao banco sacado mesmo antes do dia nele indicado (“pré-datado”) é válido e deve ser pago se houver fundos. O termo cheque “pré-datado” não é muito aceito, visto que o cheque é um título de crédito à vista e a data indicada é no futuro, logo dizem que é “pós-datado”! Então, levemos para a nossa prova essas duas nomenclaturas, beleza? Mas qual o prazo que o portador do cheque tem para ir até o banco sacado e receber o seu “dindin”? Aí, vai depender do local de emissão e pagamento: prazo é de 30 dias, contados da data da emissão (saque), se o cheque tiver de ser pago na mesma “praça” (município) em que foi emitido e de 60 dias, se em outra “praça”. E no caso de apresentação tardia? Ou seja, quando o portador apresenta o cheque ao banco sacado além do prazo de apresentação, o que Data de emissão- indicada no cheque “mesma praça” Lugar de pagamento = lugar de emissão. 30 dias 60 dias PRAZO de apresentação do cheque para pagamento “praças diferentes” Lugar de pagamento ≠ lugar de emissão. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 23 de 95 www.exponencialconcursos.com.br acontece? Bem, a regra é que o banco poderá pagar o cheque mesmo após os prazos acima, mas até o prazo prescricional (seis meses do final do prazo de apresentação), conforme entendimento do §único do art. 35, LCh. Porém, o portador perderá o direito a ação de execução contra os endossantes e avalistas (art. 47, II, LCh), já que para acionar os coobrigados é preciso comprovar a recusa ao pagamento por protesto ou declaração do sacado. Assim, em relação ao emitente (e seus avalistas), mesmo não apresentando o cheque no prazo, o portador ainda tem o direito à ação executiva, segundo o STF: Súmula 600 do STF – “Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária”. No mais, vale dizer que o falecimento do emitente ou sua incapacidade não tira os efeitos do cheque, ou seja, continua válido e deverá ser pago. O sacado, por sua vez, poderá exigir a entrega do cheque quitado pelo portador. Por fim, o portador não poderá recusar o pagamento parcial do cheque. Vamos treinar? Mais uma questão da banca FCC: 5. (FCC / Analista-PGE-BA / 2013) No que se refere à apresentação e ao pagamento do cheque, considere: I. O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. II. O sacado pode exigir, ao pagar o cheque, que este lhe seja entregue quitado pelo portador. III. A morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão invalidam os efeitos do cheque. Está correto o que se afirma APENAS em: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II. e) III. Comentários Letra “a”. I. Correta, conforme o §único do art. 32 da LCh. II. Correta, conforme o art. 38 da LCh. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 24 de 95 www.exponencialconcursos.com.br III. Incorreta, pois o a morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão NÃO INVALIDAM os efeitos do cheque (art. 37, LCh). 3.5- Revogação e Sustação do cheque O ato de evitar o pagamento do cheque pelo sacado ao portador pode ocorrer de duas maneiras que se excluem reciprocamente: Obs.: Segundo determinada doutrina, a revogação não exige a existência de saldo disponível na conta bancária; na sustação, há a necessidade de existir saldo disponível. Ressalta-se que ao sacado não cabe apreciar as razões do emitente ou portador para a oposição do cheque (art. 36, §2º); a competência é do juiz em ação própria decidir se a sustação é justa ou não. No entanto, a infundada oposição (sustação) do cheque é caracterizada como crime de estelionado (art. 171,§2º, VI do Código Penal). Assim, o emitente ou portador devem estar fundamentados em relevante razão de direito. Por fim, pressupõe-se que o cheque regularmente processado e pago não pode ser objeto de revogação ou sustação, obviamente! 3.6- Cheque sem fundos e ação cambial Bem, o portador pode apresentar o cheque para pagamento até duas vezes. O banco sacado ao verificar que o emitente não possui fundos suficientes Revogação (contraordem) Art. 35 •Ato exclusivo do emitente. •Produz efeito definitivo. •Somente produz efeitos após expirado o prazo de apresentação - não é imediato. •Revoga-se a ordem de pagamento dada. •Dado por via judicial ou extrajudicial Sustação (oposição) Art.36 •Ato do emitente e portador legítimo - por escrito. •Efeitos imediatos •Mesmo durante o prazo de apresentação. •Deve haver relevante razão de direito (furto, roubo, extravio, etc.) •IMPEDE o pagamento X C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 25 de 95 www.exponencialconcursos.com.br para quitar o cheque restituirá o mesmo ao portador com a respectiva declaração de não pagamento. Então, o portador poderá apresentar o cheque novamente ou já entrar com a ação de cobrança. No caso de apresentação simultânea de dois ou mais cheques e na falta de fundos, o banco deverá dar prioridade para o cheque com data mais antiga; se estas forem também coincidentes, o cheque com a numeração inferior terá prioridade (art. 40, LCh). Assim, como título de crédito, cabe ação cambial por falta de pagamento contra os obrigados cambiários (emitente, endossantes e avalistas) para cobrar o cheque não pago. Relembra-se que o banco sacado possui apenas responsabilidade contratual e não é executado. No entanto, se o emitente possuía fundos disponíveis durante o prazo de apresentação e os deixou de ter em razão de fato que não lhe seja imputável, o portadorque não apresentou o cheque ou não comprovou a recusa de pagamento perderá o direito de execução contra o emitente (art. 47, §3º). Agora, com relação ao prazo prescricional que o portador ou coobrigado que efetuou o pagamento dispõem para promover a ação de execução ou regresso temos a seguinte esquematização, conforme a lei do cheque: Ação de execução Contra os endossantes e seus avalistas Cheque apresentado em tempo hábil Prova da recusa por protesto ou declaração do sacado Contra o emitente e seu avalista Protesto facultativo O protesto deve ser feito no prazo de apresentação (30 ou 60 dias) ou no 1º dia útil seguinte (art. 48). Declaração do banco equivale ao protesto para demandar os codevedores Objetos: valor do cheque , os juros desde o dia da apresentação, as despesas que fez e perda do poder aquisitivo da moeda C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 26 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Bem, após o prazo prescricional de 6 meses para a ação executiva, o portador ainda pode se valer da chamada ação cambial de enriquecimento indevido (art. 61) contra o emitente ou outros obrigados pelo prazo de dois anos contados do término do prazo prescricional da ação de execução. Portanto, temos duas espécies de ações cambiais por falta de pagamento do cheque: ação de execução que prescreve em 6 meses do prazo de apresentação e ação de enriquecimento indevido que prescreve em 2 anos do final do prazo para a ação de execução. Essa ação de enriquecimento indevido tem caráter não-executivo, onde o portador judicialmente demandará o emitente ou coobrigados que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque. Por fim, o art. 62 da LCh prevê que além das duas ações cambiais o portador do cheque ainda poderá tentar promover ação causal para verificar a relação originária do cheque provando-se o seu não-pagamento. 4- Duplicata 4.1- Definição e Requisitos essenciais Recordando a classificação dos títulos de crédito que vimos anteriormente, a duplicata é uma ORDEM DE PAGAMENTO à vista ou a prazo certo. É um título de crédito causal de emissão facultativa, sacado pelo vendedor ou prestador de serviços. Seu objetivo é documentar, para efeitos cambiários, o crédito resultante de uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de serviços e que pode circular por endosso. Prazo prescricional ação cambial Do término do prazo de apresentação (30 ou 60 dias) Do portador contra qualquer acionado Do dia em que o obrigado pagou ou foi demandado Do coobrigado que pagou contra os demais - ação de regresso 6 meses C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 27 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Assim, as duplicatas têm origem no contrato de compra e venda ou de prestação de serviços. Desta forma, por determinação legal, o único título possível de ser emitido tendo como origem um contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços é a duplicata, beleza? Por isso que a duplicata é um título de crédito causal; assim, de forma contrária a duplicata não pode ser considerada um título não causal ou abstrato, pois esta espécie se caracteriza por ser emitida em qualquer situação, independente da causa debendi, podendo representar obrigação de qualquer natureza (cheque emitido para pagar aluguel, dívida, mercadoria, serviço, etc.). Portanto, podemos notar que na duplicata há apenas duas figuras intervenientes principais: sacador (credor) e sacado (devedor). Em comparação à definição geral de ordem de pagamento, com 3 (três) figuras intervenientes principais, na duplicata, o sacador figura também no papel de tomador/beneficiário. Obs.: A duplicata é regulamentada pela Lei nº 5.474/68 (Lei das duplicatas – LD). Art. 2º. No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador. 6. (FCC / Juiz do Trabalho-TRT-11ª / 2013) Em relação aos títulos de crédito, é correto afirmar que: a) a duplicata é título autônomo e abstrato, sendo irrelevante perquirir-se o negócio subjacente que lhe deu origem. Comentários Incorreta. Pessoal, o título de crédito não causal também é chamado de abstrato, conforme a classificação dos títulos de crédito quanto á natureza. Então, gostaria que fosse feito este pequeno ajuste, ok? Isso não influencia muito em nossa questão acima, pois poderíamos “matá-la” em sua parte final considerando a definição de duplicata. Assim, por ser um título de crédito causal, a duplicata deve se referir ao negócio jurídico subjacente (anterior) que lhe deu origem por meio da fatura emitida para acobertar o contrato de compra e venda Emitente ou sacador (vendedor) Sacado (comprador) Duplicata Devedor e obrigado principal Ordem de pagamento Credor originário C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 28 de 95 www.exponencialconcursos.com.br mercantil ou de prestação de serviços, conforme disciplina a LD. Portanto, a duplicata não é título abstrato ou não causal, ok? Já quanto ao formalismo ou rigor cambiário para a duplicata, previsto no art. 2º, §1º da LD, temos que: Outra formalidade diz respeito à obrigação do vendedor de manter e escriturar o Livro Registro de Duplicatas (art. 19, LD). Em caso de perda ou extravio, o vendedor é obrigado a emitir a chamada triplicata, que terá a mesma formalidade e requisitos da duplicata (art. 23, LD). Ressalta-se ainda que por ser um título de crédito causal, a duplicata vincula-se somente a uma fatura (art. 2º, §2º). Porém, a fatura pode indicar mais de uma duplicata. No mais, a duplicata deve mencionar sempre o valor total da fatura, mesmo que haja desconto, informando o valor líquido a ser pago ao comprado. 4.2- Aceite Como já sabemos, o instituto do aceite no direito cambiário significa o reconhecimento da dívida pelo sacado, tornando-se aceitante. No caso da duplicata, esta é enviada ao sacado (comprador) para aceite. Em seguida, o sacado deverá devolver a duplicata. A remessa da duplicata para aceite do sacado pode ser feita diretamente pelo vendedor ou representante ou instituição financeira. Os intermediários poderão devolver a duplicata após assinada ou manter em seu poder até o momento do resgate. O sacado ou comprador deverá proceder ao aceite da duplicata, pois o aceite é obrigatório. Porém, esta regra possui as seguintes hipóteses de exceção (Art. 8º, LD): Requisitos da Duplicata A palavra "duplicata" e nº da fatura Data de emissão e nº de ordem O nome e domicílio do vendedore comprador Data vencimento ou declaração à vista Valor a pagar (sempre o total da fatura), local de pagamento e cláusula à ordem. Aceite do comprador e assinatura do vendedor C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 29 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Logo, nos casos acima o comprador poderá deixar de aceitar a duplicata, beleza? Por fim, considera-se que há 3 tipos de aceite na duplicata: É importante notar que o aceite por presunção decorre da ideia de que não existe a recusa formal quando o comprador recebe a mercadoria normalmente e sem problemas, ou seja, o aceite é obrigatório quando não ocorrer uma das três exceções previstas no art. 8º, LD. Então, desta forma o sacado fica vinculado ao pagamento da duplicata por presunção, mesmo que tenha retido ou inutilizado a duplicata, ou a tenha restituído sem assinatura. Quantos aos prazos, a remessa da duplicata deverá ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias contados de sua emissão. No caso da remessa ser via intermediários, estes deverão apresentar o título, ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento. Bem, após o aceite, o sacado deverá promover a devolução da duplicata dentro de 10 (dez) dias, contados da data de sua apresentação para aceite; quando for à vista não precisa ser devolvida, já que deverá ser paga nesse momento. Porém, o sacado ainda poderá reter a duplicata até o seu vencimento, caso expressamente a instituição financeira cobradora concorde e desde que comunique o aceite e retenção. Caso não haja o aceite, o comprador deverá anexar declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite (art. 7º, LD). ACEITE é obrigatório, exceto: •Avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues. •Vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados; •Divergência nos prazos ou nos preços ajustados. Tipos de aceite Ordinário - assinatura do devedor no campo próprio Por presunção - o aceite fica caracterizado mesmo em caso de retenção ou inutilização ou restituição sem assinatura da duplicata Por comunicação - retenção da duplicata e envio de comunicação escrita ao credor. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 30 de 95 www.exponencialconcursos.com.br Obs.: A duplicata é um título de crédito com essência de causalidade, por conta de ser originária de contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços. No entanto, considera-se que poderá haver abstração quando ocorrer o endosso e o aceite na duplicata. Ou seja, ao circular por meio de endosso, a duplicata, que teve a validade e a existência do negócio originário atestados pelo aceite do sacado, se desvincula de sua causa debendi. Presume-se que o endossatário, credor de boa-fé, encontra-se alheio à relação original e, portanto, as exceções fundadas ao negócio subjacente não seriam oponíveis a ele. Logo, havendo endosso e aceite da duplicata, podemos considerar que o novo credor tenha entrado na relação cambial de boa-fé. 4.3- Pagamento e aval Bem, vamos verificar algumas regras previstas na lei das duplicatas relacionadas ao seu pagamento: No mais, assim como ocorre nos demais títulos que vimos até o momento, o pagamento da duplicata poderá ser garantido por aval. O aval na duplicata poderá ser dado tanto antes quanto após o vencimento da mesma, produzindo os mesmos efeitos (art. 12, LD). Aliás, nos demais títulos de crédito também o aval pode ser dado posterior ao vencimento produzindo os mesmos Pagamento O comprador poderá resgatar a duplicata antes do aceite ou vencimento - prova- se pelo recibo no verso da duplicata ou em documento em separado Desde que autorizados, quaisquer créditos podem ser deduzidos no pagamento, como os surgidos de devolução de mercadorias, diferença de preços, enganos verificados, etc. Pode haver reforma ou prorrogação do vencimento mediante assinatura do vendedor ou endossatário ou procuradores, bem como da anuência dos intervenientes por endosso ou aval. Emissão da duplicata 30 dias Remessa para aceite 10 dias Devolução pelo sacado C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 31 de 95 www.exponencialconcursos.com.br efeitos, nos termos do art. 900 do CC. O avalista, deste modo, equipara-se a quem indicar ou àquele indicado abaixo da sua firma; na falta de qualquer indicação equipara-se ao sacado (comprador). AVAL ANTECIPADO: O aval dado antes do título ser aceito pelo sacado responsabiliza o avalista no caso da posterior recusa ao aceite? Há divergência doutrinária. A corrente majoritária defende que o que se está avalizando é o título e não a pessoa. Além disso, o aval é ato cambial autônomo, existindo mesmo quando o sacado não aceita o título. Assim, o avalista assume a obrigação de pagar o título de crédito no vencimento, mesmo sem o aceite do avalizado. No mesmo sentido, a Lei Interna-LI (Dec. 2.044/08) dispõe em seu art. 14: “O pagamento de uma letra de câmbio, independente do aceite e do endosso, pode ser garantido por aval. Para a validade do aval, é suficiente a simples assinatura do próprio punho do avalista ou do mandatário especial, no verso ou no anverso da letra”. 7. (ESAF / Analista–SEFAZ-CE / 2006) Em matéria de títulos de crédito: a) o aval em uma duplicata pode ser dado antes mesmo do seu aceite pelo sacado. Comentários Correta. Pessoal, vejam que a banca ESAF abordou o tema que acabamos de estudar, apesar da divergência doutrinária: aval antecipado. Assim, face o que dispõe o art. 14 do Dec. nº 2.044/1908, bem como a corrente majoritária, esta alternativa foi dada como correta, ok? Assim, caso a nossa banca aborde tal tema na prova, já temos tais conhecimentos para analisarmos a alternativa, beleza? Verifica-se também esta disposição para o aval antecipado ao endosso, no entanto o avalista não ficará obrigado caso o avalizado (endossante) não endosse o título, ou seja, a obrigação do avalista depende da existência do endosso! 4.4- Protesto e ação cambial O protesto da duplicata ocorre por 3 (três) razões (art. 13, LD): C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 32 de 95 www.exponencialconcursos.com.brO protesto deverá ser tirado em forma regular e dentro do prazo de 30 (trinta) dias da data de seu vencimento. Caso, contrário perderá esse direito de regresso. O protesto será tirado com a apresentação da duplicata ou por simples indicação do portador na falta de devolução. O local do protesto será na praça de pagamento da duplicata. A ação executiva para cobrança de duplicata se dá nos seguintes termos: Notemos que a comprovação de que o sacador (vendedor) cumpriu a sua parte do contrato refere-se a documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria. Bem, no caso de impossibilidade de ajuizar a ação de execução acima, a duplicata ou triplicata não aceita poderá ser cobrada através de ação Protesto da duplicata Por falta ou recusa ao aceite Por falta de devolução Garante o direito de regresso contra endossantes e avalistas Por falta de pagamento Ação cambial Duplicata Contra o aceitante Não depende de protesto; basta a duplicata (art. 15, I, LD) Contra o endossante e avalistas Precisa do protesto (arts. 15, II e 13, §4º, LD) Contra o sacado Não foi aceita. Depende dos requisitos acumulados: 1.Sacador deve comprovar que cumpriu a sua parte do contrato; 2. Protesto da duplicata; 3.Não houve legítima recusa ao aceite. C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 33 de 95 www.exponencialconcursos.com.br ordinária prevista no Código de Processo Civil, nos seguintes casos (art. 16, LD): a) protestada, mas sem o documento hábil de comprovação da entrega da mercadoria; b) sem protesto e com documento hábil; c) sem protesto e sem documento hábil; Também a ação ordinária é usada pelo devedor no caso da recusa por escrito ao aceite pelos motivos previstos no art. 8º da LD. Por fim, a ação de execução da duplicata prescreve (art. 18, LD): Destacando-se que os coobrigados da duplicata respondem solidariamente pelo aceite e pelo pagamento. 4.5- Duplicata de prestação de serviços A duplicata de prestação de serviços está prevista nos arts. 20 – 22 da LD. Vejamos: ❖ Emitente: as empresas individuais ou coletivas (sociedades empresárias), fundações e sociedades civis que se destinam à prestação de serviços, bem como profissionais liberais que prestem serviços, ainda que de natureza eventual; ❖ Documento hábil para comprovação da prestação do serviço: para fins de protesto, qualquer escrito que comprove a efetiva prestação e vínculo contratual (art. 20, §3º). A duplicata de prestação de serviços também poderá não ser aceita pelo devedor, conforme os seguintes motivos: I. Não correspondência com os serviços efetivamente contratados; Prescrição ação cambial (duplicata) Contra obrigado direto (aceitante e avalista) e sacado Em 3 (três) anos da data do vencimento Contra coobrigado Em 1 (um) ano da data do protesto Dos coobrigados entre si Em 1 (um) ano da data do pagamento pelo coobrigado C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 34 de 95 www.exponencialconcursos.com.br II. Vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados; III. Divergência nos prazos ou nos preços ajustados. 5- Resumo dos títulos e Prazos prescricionais da ação cambial Para consolidarmos o que estudamos hoje, segue um “apanhado” das definições dos títulos de crédito e prazos das ações cambiais, ok? Sacador (emitente) Tomador (endossante) Sacado (aceitante) Ordem de pagamento Entrega a letra de câmbio Apresentação da LC p/ aceite Portador (endossatário) X Avalista (em branco) LC Letra de câmbio 3 anos-ação cambial 3 anos-ação cambial C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 35 de 95 www.exponencialconcursos.com.br PRAZOS PRESCRICIONAIS TÍTULO PRAZO TERMO INICIAL SUJEITO (contra) LETRA DE CÂMBIO 3 anos Do vencimento Aceitante 1 ano Do protesto Endossante/sacador 6 meses Do pagamento ou do acionamento Coobrigados entre si NOTA PROMISSÓRIA 3 anos Do vencimento Emitente/subscritor 1 ano Do protesto Endossante 6 meses Do pagamento ou do acionamento Coobrigados entre si CHEQUE 6 meses Do término do prazo de apresentação (30 ou 60 dias) Independente do acionado 6 meses Do pagamento ou do acionamento Coobrigados entre si DUPLICATA MERCANTIL 3 anos Do vencimento Aceitante/avalista/saca do-Aceite presumido 1 ano Do protesto Coobrigado 1 ano Do pagamento Coobrigado entre si Emitente ou sacador (vendedor) Sacado (comprador) Duplicata Devedor e obrigado principal Ordem de pagamento Credor originário Sacador (emitente ) Tomador (beneficiário) Sacado (banco) Ordem de pagamento Entrega o cheque Obrigado principal Duplicata Cheque C óp ia r eg is tr ad a pa ra g us th av o fig ue ira b ar bo sa ( C P F : 1 24 .1 54 .6 87 -8 9) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Curso Regular de Direito Empresarial Teoria e Questões comentadas Prof. Wangney Ilco – Aula 08 Prof.º Wangney Ilco 36 de 95 www.exponencialconcursos.com.br 6- Cédula de Crédito Bancário A cédula de crédito bancário (CCB) possui natureza de título de crédito (título executivo extrajudicial), líquido, certo e exigível, e representa uma PROMESSA de pagamento em dinheiro, decorrente de contrato de crédito, de qualquer modalidade. É emitida por pessoa física ou jurídica em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, credora original da CCB. Ainda, a CCB pode ser emitida em favor de instituição domiciliada no exterior, desde que a obrigação esteja sujeita exclusivamente à lei e ao foro brasileiro. Atualmente, é a Lei nº 10.931/2004 que regula este título de crédito nos arts. 26 a 45. Na prática, a CCB vem substituindo a nota promissória, só que numa operação bancária onde o credor é a instituição financeira. A CCB só pode ser emitida na forma cartular (em papel, como os demais títulos de crédito). Não há previsão legal para a sua emissão na forma escritural (não cartular – sem a necessidade da emissão em papel, apenas o registro contábil, como é feito para as ações de sociedades por ações). No entanto, temos um título representativo das CCB chamado de Certificado de Cédulas de Crédito Bancário emitido pela instituição financeira depositária das CCB, o qual poderá ser emitido na forma escritural tal como ocorre nas ações escriturais regidas pela Lei das SA (art. 43, §3º da Lei 10.931/04).
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