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04-Poder Executivo e Legislativo

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DESCRIÇÃO
A organização dos Poderes Legislativo e Executivo e sua importância na perpetuidade da
democracia brasileira.
PROPÓSITO
O estudo da organização dos Poderes Legislativo e Executivo é um dos temas mais
fascinantes da teoria constitucional, uma vez que mescla conceitos como a teoria tripartite de
Montesquieu, mecanismos de freios e contrapesos, democracia e direitos fundamentais, os
quais são pilares para a manutenção de um Estado democrático de direito.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este conteúdo, tenha à mão a Constituição Federal para entender os termos
específicos da área.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Listar as Teorias do Poder e a Divisão das Funções Estatais
MÓDULO 2
Identificar as atribuições, a estrutura, o funcionamento do Poder Legislativo e seus
mecanismos de controle
MÓDULO 3
Reconhecer os sistemas de governo, os processos e as classificações conceituais em torno do
Poder Executivo
INTRODUÇÃO
A palavra “poder” vem do latim potere, que se relaciona a termos que exprimem força, controle,
autoridade, dispondo, ao longo de séculos, de várias interpretações, conforme o cenário
histórico, político e social de cada época. Dentre os conceitos, destaca-se o de poder político,
sendo uma preocupação permanente dos seres humanos o controle de seu exercício abusivo. 
A importância da limitação do poder político tem sido objeto de estudo durante a história por
grandes sociólogos, filósofos e jurisconsultos, com destaque a Aristóteles, Locke, e
Montesquieu, culminando no clássico modelo tripartite, bastante difundido nas democracias
ocidentais, a partir das revoluções americana e francesa, e consagrado, na Constituição
Federal de 1988, como princípio fundamental, considerado como cláusula pétrea. 
O modelo tripartite atual consiste em atribuir a três órgãos independentes e harmônicos entre si
as funções Legislativa, Executiva e Judiciária, com função típica e atípica, materializando a
fórmula dos "freios e contrapesos" (check and balances), como garantia da perpetuação do
Estado democrático de direito. 
Nesse contexto, os Poderes Legislativo e Executivo exercem um importante papel na
consolidação da jovem democracia brasileira. Assim, resta-se fundamental o estudo das
atribuições, estrutura e funcionamento desses Poderes, bem como as prerrogativas dos seus
titulares, que lhes asseguram liberdade para promoverem a satisfação do bem comum.
MÓDULO 1
 Listar as Teorias do Poder e a Divisão das Funções Estatais
TEORIA DO PODER E DIVISÃO DAS
FUNÇÕES ESTATAIS
O QUE É PODER?
O vocábulo poder (potere) relaciona-se à capacidade de fazer algo, à faculdade de exercer a
autoridade, de impor a vontade. Etimologicamente, é um termo que sempre remete à:
FORÇA
PERSUASÃO
CONTROLE
REGULAÇÃO
O Direito, a Sociologia e a Filosofia tem discutido, ao longo de séculos, modos e teorias
sobre o poder, apresentando diferentes definições, conforme o cenário histórico, político e
social de cada época.
O poder constitui uma força que intervém nas relações sociais desde o início da sociedade
humana. É algo tão natural e necessário que não se pode compreendê-la sem que essa esteja
sustentada sobre as bases da obediência civil e do poder.
MAX WEBER (2009, P.33)
 
Foto: cdn.britannica.com / Wikimedia Commons / Domínio Público
Sociólogo alemão, para ele, o poder consiste na imposição da vontade de uma pessoa ou
instituição sobre os indivíduos. Essa imposição é direta e deliberada e pode ter aceitação
como força de ordem ou não. Quando as pessoas que são sujeitas ao poder de alguém
aceitam a ordem, existe uma transição de forças da esfera do poder para a esfera da
dominação, isto é, a pessoa que aceita a imposição de ordem se subjuga à autoridade da
outra.
KARL MARX (2010, P.16)
 
Foto: John Jabez Edwin Mayall / International Institute of Social History / Wikimedia Commons /
Domínio Público
Filósofo e economista, para ele o poder assenta naquele que tem os meios materiais de
produção de capital, o que, em sua época, consistiam nas fábricas e nas terras. Através da
posse dos meios de produção, o proprietário sujeita seus empregados ao seu poder.
PIERRE BOURDIEU (2004, P.349)
 
Foto: Bernard Lambert / Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0
Por sua vez, o sociólogo francês Pierre Bourdieu (2004, p.349) entende o poder dentro de
uma esfera social e coletiva circundada pelo que chamou de habitus, o qual é um conjunto
de valores, normas, regras, gostos e elementos culturais, como religião, arte etc., que
influenciam a sociedade e possui a capacidade de unir e de separar indivíduos.
NORBERTO BOBBIO (1999, P.11)
 
Foto: dati.camera.it / Wikimedia Commons / CC BY 4.0
O jurista classificou o poder em três formas: 
 
a) Poder econômico: Desempenhado por quem tem posse dos bens materiais e da riqueza. 
b) Poder ideológico: Empreendido por aquele que possui a capacidade de criar ideias e
ideologias e, assim, influenciar os outros. 
c) Poder político: Poder oficial que controla o Estado e ostenta o direito de uso da força física
contra os membros de uma comunidade política. O poder político é legítimo, desde que procure
atingir os fins de uma comunidade política.
Sem dúvida, o campo em que o poder ganha seu papel mais crucial é o da política. É esse
modelo que será estudado no próximo tópico, o qual compete coordenar e impor regras e
limites em função dos fins pretendidos pelo Estado, fundamentando-se em sua soberania. Em
outras palavras, o Estado é a institucionalização do poder político para satisfação do bem
comum.
ARISTÓTELES E LOCKE: BASES TEÓRICAS DA
SEPARAÇÃO DOS PODERES
O controle da potencial utilização abusiva e autoritária do poder político desempenhado pelo
Estado tem sido uma preocupação permanente dos seres humanos. Desde a antiguidade,
surgem inúmeras teorias com o propósito de limitar os poderes, como garantia de proteção de
direitos e liberdades das pessoas contra o arbítrio estatal.
A origem da teoria da separação dos Poderes encontra-se em Aristóteles (1991, p. 93). Na sua
obra, A Política, o pensador compreendia que o poder soberano se manifestava através de
três funções distintas:
Função deliberativa: Editar normas gerais de observância para todos.
Função executiva: Aplicar essas normas ao caso concreto.
Função julgadora: Resolver os conflitos advindos da execução das aludidas normas.
 
Imagem: Shutterstock.com
Observa-se que tais funções, apesar de diferentes, ainda se concentravam, para o pensador,
na figura de uma única pessoa, o soberano.
Aristóteles já profetizava a necessidade de novas mudanças e aperfeiçoamentos na arte de se
fazer política e governo. Contudo, ele não cuidou da funcionalidade dessa separação, isto é,
não formulou a independência entre Poderes, o que só fora feito posteriormente por
Montesquieu.
L´ETAT C´EST MOI (O ESTADO SOU EU)
 
Imagem: Hyacinthe Rigaud / wartburg.edu / Wikimedia Commons / Domínio Público
A famosa frase de Luís XIV traduz claramente o poder ilimitado que se encontrava nas mãos
dos monarcas à época.
Locke (1994, p. 171), pensador inglês, influenciado pelos importantes eventos ocorridos nas
revoluções do século XVII, também cuidou da evolução da teoria, através da obra Segundo
Tratado do Governo Civil, publicada em 1690, delineando de forma mais precisa, a ideia em
torno de uma demarcação sobre os Poderes do Estado.
 
Imagem: Shutterstock.com
Na sua ótica, não existia poder deliberativo, mas sim Poder Legislativo, o qual tinha a
incumbência de editar leis, as quais não poderiam ser feitas em benefício próprio nem com
intervenção da propriedade.
Incluía também, dentro das funções do legislativo, a de resolver os conflitos, como julgador.
Mencionava ainda a presença do Poder Executivo, o qual aplicava a força pública para fazer
cumprir as normas, e o Poder Federativo, que mirava as relações com outros Estados,
especialmente, por meio de alianças.
Segundo esse teórico, esses últimos Poderes, embora distintos, não poderiam ser divididos,
uma vez que umapossível separação constituiria uma perigosa fonte de conflitos, por ambos
utilizarem a força armada. O pensador ainda reconhece o poder da prerrogativa como sendo
uma das funções também do Poder Executivo, o qual o incumbiria de decidir como atuar nos
casos de omissões legislativas ou em situações extraordinárias.
Por fim, para Locke, o legislativo era o poder supremo, de forma que os demais Poderes dele
derivam e a ele estão subordinados.
Ao identificarem as três funções distintas desempenhadas pelo Estado, Aristóteles e Locke
apresentaram um grande contributo para o pensamento político, construindo as bases teóricas
da chamada separação de Poderes.
MONTESQUIEU: A CONSOLIDAÇÃO DA
TRIPARTIÇÃO DE PODERES
É com Montesquieu, na consagrada obra, Espírito das Leis, no século XVIII, que efetivamente
inaugura a doutrina da separação dos Poderes, marcada pela ideia de uma divisão funcional
do Poder em prol da liberdade e segurança individuais, contrapondo-se ao absolutismo.
Em sua teoria, identifica-se, não só a existência das três funções estatais, mas sua
autonomia e independência entre si. Cada função corresponderia a um órgão, não mais se
concentrando nas mãos únicas do soberano (MONTESQUIEU, 2000, p. 168).
 
Imagem: Shutterstock.com
Na estrutura de sua teoria da separação dos Poderes, haveria divisão em três esferas, quais
sejam:
Poder Legislativo
Tem a função de fazer as leis.
Poder Executivo
Tem a prerrogativa de julgar as demandas e os conflitos entre particulares.
Poder Judiciário
Fica com a aplicação das leis e resoluções geradas pelo segundo.
Para Montesquieu, todo aquele que se encontra nesses Poderes tende a deles abusar.
O exercício dessas três funções precisa ser confiado a órgãos e pessoas diferentes, para que
cada Poder freie o outro, impedindo, assim, a arbitrariedade. É a fórmula dos “freios e
contrapesos” (check and balances), segundo a qual a cada poder, além de sua função típica,
caberia uma função atípica de controle do outro.
Nota-se ainda que Montesquieu insere, entre os Poderes, o de julgar, o que não fazia Locke.
Mas o faz reconhecendo, neste poder, nulidade, uma vez que não se tem como atribuir
permanentemente a função de julgar a qualquer pessoa.
 RESUMINDO
Montesquieu idealizou a construção de modelo de separação de Poderes que garantisse a
moderação no exercício do poder político, evitando sua utilização abusiva e, principalmente,
assegurando a liberdade e os direitos dos indivíduos.
Atualmente, há uma crítica nessa divisão tripartite de Poderes de Montesquieu, visto que o
Poder é uno e indivisível, porém, quem o detém é o Estado, e não os Órgãos que executam as
diferentes funções. Em última análise, seu titular é o povo que o delega por contrato a um
governo em troca de segurança e de sobrevivência de sua espécie.
Apesar disso, é inegável a importância da teoria de Montesquieu para o desenvolvimento de
diversos movimentos, como as revoluções americana e francesa, constituindo ainda hoje a
base da organização do governo nas democracias ocidentais, inclusive, a brasileira, tema do
próximo tópico.
SEPARAÇÃO DOS PODERES
No vídeo, o professor aborda o que é a Teoria da Separação dos Poderes, suas bases e tratar
de como é a incidência da divisão de funções e Poderes estatais no Brasil.
DIVISÃO DAS FUNÇÕES ESTATAIS NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A Constituição Federal de 1988, objetivando, especialmente, evitar o abuso e o desrespeito
aos direitos fundamentais do homem, contemplou a existência dos Poderes do Estado como
independentes e harmônicos entre si, repartindo entre eles as funções estatais e dispondo
prerrogativas e imunidades para que bem pudessem desempenhá-las, bem como criando
instrumentos de controles recíprocos, como garantia da manutenção do Estado democrático de
direito.
Assim, foram atribuídas as funções estatais de soberania aos três tradicionais Poderes de
Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário. Resgatando a ideia da tripartição de poderes de
Montesquieu, o art. 2º da Carta da República dispõe que: “São Poderes da União,
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
Além disso, no Brasil, a separação de Poderes é cláusula pétrea prevista no art. 60, § 4º, III, da
CF/88, logo, não pode ser objeto de emenda tendente a abolir essa garantia.
As atribuições asseguradas não poderão ser delegadas de um Poder (órgão) a outro. É o
princípio da indelegabilidade de atribuições. Um órgão só poderá desempenhar as funções
de outro, ou da natureza típica de outro, quando tiver expressa previsão e, diretamente,
quando existir delegação pelo poder constituinte originário, como ocorre, por exemplo, com as
leis delegadas do art. 68 da CF/88, cuja atribuição é transmitida do Legislativo ao Executivo.
Cada Poder, além do exercício de funções típicas, inerentes à sua natureza, exercem outras
denominadas de funções atípicas, as quais são próprias de outros Poderes. Essa repartição de
tarefas é feita de maneira equilibrada, impedindo que um Poder avance sobre as atribuições
dos demais e exceda os limites fixados pela Constituição sem que haja contenção. Existe,
assim, um controle recíproco entre os diferentes Poderes, materializado no sistema de freios e
contrapesos.
• FUNÇÕES TÍPICAS DO PODER LEGISLATIVO:
Função legislativa
Integra todas as espécies normativas previstas no art. 59 da CF/88, à exceção das medidas
provisórias e das delegadas.
Função fiscalizadora
Atuando no campo da fiscalização das atividades dos outros Poderes, sobretudo do Executivo,
seja mediante as Comissões Parlamentares de Inquérito – CPIs – seja pela fiscalização
contábil, financeira, orçamentária e patrimonial prevista no arts. 70 a 75 da CF/88, auxiliando o
Tribunal de Contas da União.
Função de fiscal da constitucionalidade dos atos normativos
Desempenhada pelo Senado Federal quando suspende a execução, no todo ou em parte, de
lei declarada inconstitucional em decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (art. 52, X, da
CF/88).
• FUNÇÕES ATÍPICAS DO PODER LEGISLATIVO:
Função administrativa
Desempenhada pelo Legislativo ao dispor acerca de sua organização, polícia, provendo cargos
e serviços, concedendo férias aos seus servidores etc. (art. 51, IV e art. 52, XIII, da CF/88).
Função de julgar
A ser exercida pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade, o presidente da
República e o vice-presidente da República, além dos ministros de Estado em crimes conexos,
o ministro do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional do Ministério
Público e do Conselho Nacional de Justiça, o advogado-geral da União e o Procurador Geral
da República (art. 52, I e II, da CF/88).
• FUNÇÕES TÍPICAS DO PODER EXECUTIVO:
Função de chefe de Governo
Refere-se à representação interna e à gerência dos negócios internos, tanto de natureza
política (participação no processo legislativo), como de natureza predominantemente
administrativa, além de desempenhar a liderança da política nacional. Nessa função, nomeia e
exonera ministros; sanciona, veta promulga e faz publicar as leis; decreta estado de defesa,
estado de sítio e intervenção federal, dentre outros. (A título de exemplo: art. 84, I, III, IV, V, IX,
XXIII e XXIV).
Função de chefe de Estado
Engloba o papel de representar o país nas relações internacionais, mantendo relações com
Estados estrangeiros e acreditando seus diplomatas; celebrando tratados, convenções;
exercendo o comando supremo das forças armadas; celebrando a paz e declarando guerra no
caso de agressão estrangeira, dentre outros. (A título de exemplo: art. 84, VII, VIII, XIX, XXI e
XXII da CF/88).
Função de chefe da Administração
Corresponde à gerência dos atos internos de cunho administrativo. Exerce ainda, com o auxílio
dos ministros de Estado, a direção superior da administração federal. Mediante decreto, pode
dispor sobre organização e funcionamento da administração pública, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinçãode órgãos públicos. Nessa função, provê e
extingue cargos públicos na forma da lei. (A título de exemplo: art. 84, II, VI e XXV, da CF/88).
• FUNÇÕES ATÍPICAS DO PODER EXECUTIVO:
a) Função legislativa: Ao editar medidas provisórias e as leis delegadas (arts. 62 e 68 da
CF/88).
b) Função de julgar: Quando decide contencioso administrativo.
O Poder Judiciário, ao lado do Legislativo e Executivo, compõe o clássico princípio da
tripartição de Poderes.
• FUNÇÃO TÍPICA DO PODER JUDICIÁRIO:
É a judicial, caracterizada por aplicar o direito aos casos concretos, de modo imparcial, através
de processo, substituindo a vontade das partes na resolução de conflitos. Nessa função, o
Judiciário ainda protege os direitos fundamentais e defende a normatividade da constituição.
• FUNÇÕES ATÍPICAS DO PODER EXECUTIVO:
Função administrativa: Quando o Judiciário concede férias, licenças aos seus membros e
serventuários ou ainda quando procede ao provimento de cargos dos juízes. É o denominado
autogoverno dos tribunais. Nessa função, o próprio poder judiciário exerce seus órgãos
diretivos. (ex.: art. 96, I, “f” e “c”, da CF/88).
Função legislativa: Exercida pelo Judiciário, ao criar seus regimentos internos, disciplinando
acerca da competência e o funcionamento de seus órgãos jurisdicionais e administrativos (ex.:
art. 96, I, “a”, da CF/88).
Feita essa introdução sobre as funções típicas e atípicas, cabe agora examinar a organização
concreta dos Poderes e de suas competências – iniciando pelo Poder Legislativo – à luz da
Constituição de 1988.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. EM SUA OBRA O ESPÍRITO DAS LEIS, MONTESQUIEU ABORDA UM
PRINCÍPIO QUE SE ENCONTRA EXPRESSO NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
E TEM NATUREZA DE CLÁUSULA PÉTREA:
A) Soberania popular
B) Autonomia dos estados da Federação
C) Autonomia do Poder Judiciário
D) Separação dos Poderes
E) Federação
2. EM RELAÇÃO À ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO SISTEMA DE
FREIOS E CONTRAPESOS NO DIREITO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO,
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) Utilizada em inúmeros países, entre eles o Brasil, a ideia de tripartição dos Poderes do
Estado em segmentos distintos e autônomos entre si, Legislativo, Executivo e Judiciário, foi
instituída por Aristóteles.
B) A Constituição Federal adotou o princípio da indelegabilidade de atribuições de maneira
absoluta, não havendo nenhuma exceção a essa regra.
C) A elaboração de medidas provisórias pelo presidente da República constitui função atípica
do Poder Executivo.
D) As funções atípicas permitem que o Poder Legislativo fiscalize o Poder Executivo.
E) A edição de leis delegadas integra o rol de funções típicas do presidente da República.
GABARITO
1. Em sua obra O Espírito das Leis, Montesquieu aborda um princípio que se encontra
expresso na Constituição de 1988 e tem natureza de cláusula pétrea:
A alternativa "D " está correta.
 
O autor francófano fora pioneiro na doutrina ao defender a separação dos Poderes, juntamente
com o sistema de freios e contrapesos no controle recíproco entre esses. E, assim, previu o
constituinte brasileiro, estabelecendo tal separação como sendo cláusula pétrea. Vejamos: 
 
“Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
III - a separação dos Poderes.”
2. Em relação à organização dos Poderes e do sistema de freios e contrapesos no Direito
Constitucional brasileiro, assinale a alternativa correta:
A alternativa "C " está correta.
 
Aristóteles, apesar de identificar as distintas funções do estado, não cuidou da funcionalidade
dessa separação, concentrando-as ainda na figura de uma única pessoa, o soberano; o
princípio da indelegabilidade de atribuições é regra, mas há exceções como as funções
atípicas conferidas a cada Poder; é função típica do Legislativo fiscalizar o Poder Executivo,
sendo função atípica desse último poder a edição de medidas provisórias e leis delegadas.
MÓDULO 2
 Identificar as atribuições, a estrutura, o funcionamento do Poder Legislativo e seus
mecanismos de controle
PODER LEGISLATIVO
ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO
Estruturalmente, o Poder Legislativo da União é um órgão bicameral, composto por duas
casas legislativas, — a Câmara dos Deputados, que representa o povo, nos termos do art. 45
da CF/88 — e o Senado Federal, representando a vontade dos estados e Distrito Federal, a
teor do art. 46 da CF/88, sem haver primazia de uma casa sobre a outra. A junção dessas duas
casas forma o que se denomina de Congresso Nacional.
O bicameralismo federativo originou-se nos Estados Unidos, e se baseia na ideia de divisão
entre os representantes do povo e dos estados, com o objetivo de evitar à época, que, nas
colônias mais populosas, fosse concentrado o Poder Legislativo da federação em detrimento
dos estados menores. Por isso, há uma forte ligação entre federação, Senado Federal e Poder
Legislativo.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
A Câmara dos Deputados é formada por 513 deputados eleitos pelo sistema proporcional, nos
estados, nos territórios federais e no Distrito Federal, cujo mandato é de quatro anos. O
número de deputados irá variar conforme a população de cada unidade federativa, contudo,
não será inferior a oito, nem superior a 70.
 
Foto: rafastockbr / Shutterstock.com
O deputado federal deve ser brasileiro (nato ou naturalizado), maior de 21 anos e estar em
pleno exercício dos direitos políticos.
 ATENÇÃO
É importante lembrar que, atualmente, não existem territórios, mas, como é possível sua
criação mediante lei complementar (art. 18 da CF/88), se existirem, poderão eleger quatro
deputados.
SENADO FEDERAL
O Senado Federal é composto de 81 senadores, sendo que cada estado e o Distrito Federal
possuem o número fixo de três senadores e dois suplentes, os quais serão renovados
parcialmente a cada quatro anos na proporção de 1/3 e 2/3, resultando em um mandato total
de oito anos.
 
Foto: Diego Grandi / Shutterstock.com
Os senadores são eleitos pelo sistema majoritário simples, que determina a vitória de quem
recebeu o maior número de votos na eleição. Cada senador deve ser brasileiro (nato ou
naturalizado), maior de 35 anos e estar no gozo pleno dos direitos políticos.
Os territórios federativos e municípios não possuem representantes no Senado.
PODER LEGISLATIVO NOS ESTADOS E DISTRITO
FEDERAL
Nos Estados, diferentemente do que ocorre na União, o Poder Legislativo é unicameral, pois é
formado por apenas uma casa, que é a Assembleia Legislativa, conforme previsão do art. 27
da CF/88. No Distrito Federal (DF), o Poder Legislativo também é unicameral. O órgão
legislativo do DF é chamado de Câmara Legislativa, conforme prevê o art. 32 da CF/88.
O número de deputados desses órgãos equivale ao triplo da representação do Estado na
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos
forem os deputados federais acima de doze.
 SAIBA MAIS
Será de quatro anos o mandato dos deputados estaduais e distritais, aplicando-lhe as regras
da Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
PODER LEGISLATIVO NOS MUNICÍPIOS
Seguindo essa linha, nos municípios, o Poder Legislativo repete o modelo unicameral, cuja
representação é feita pela Câmara Municipal ou Câmara de Vereadores.
 ATENÇÃO
O número de vereadores será fixado conforme o número de habitantes de cada município, até
os limites máximos prescritos no art. 29, IV, nos termos da redação dada pela EC n. 58/2009.
FUNCIONAMENTO E ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA
DOS DEPUTADOS E SENADO FEDERAL
Conforme o art. 57 da CF/88, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, de 2 de fevereiro
a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Esse período anual é denominado de
sessão legislativa.
Já a legislatura corresponde ao período de 4 anos de funcionamento do Poder Legislativo, nos
termos do art. 44 da CF/88. Assim, alegislatura é composta de quatro sessões legislativas
ordinárias.
Nos períodos de 18 a 31 de julho e 23 de dezembro a 1º de fevereiro, há o recesso
parlamentar, quando poderá ocorrer a convocação extraordinária do Congresso Nacional, a
teor do art. 57, §6º, da CF/88. Nesse chamamento, o Congresso apenas poderá deliberar
sobre a matéria para a qual foi convocado, salvo se houver medidas provisórias em vigor, que
serão automaticamente incluídas na pauta da convocação.
Dentre os assuntos da sessão extraordinária, destacam-se a intervenção federal, estado de
defesa, de pedido de autorização para estado de sítio e para o compromisso e a posse do
presidente e do vice-presidente da República. Na hipótese de urgência ou de interesse público
relevante, ainda é possível que o presidente da República, os presidentes da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal e ainda, a requerimento da maioria dos membros de ambas
as Casas, a sessão seja convocada (art. 57, § 8º da CRFB/88).
 
Foto: Diego Grandi / Shutterstock.com
Em razão da Emenda Constitucional 50/2006, não há mais pagamento de parcela indenizatória
nas sessões extraordinárias, como se vê no art. 57, § 7º da CRFB/88.
As sessões serão regidas consoante aos regimentos (regulação interna) das Casas. O
Congresso Nacional possui três regimentos:
O dele próprio.
O regimento da câmara.
O do senado, sendo o primeiro adotado nas hipóteses em que as duas casas se reúnem
conjuntamente. 
Em relação aos órgãos diretivos, a mesa do Congresso nacional, na forma do art. 57, § 5º da
CF/88, será presidida pelo presidente do Senado Federal (que também preside a mesa do
Senado Federal), e os demais cargos serão desempenhados alternadamente pelos ocupantes
de cargos assemelhados na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
 ATENÇÃO
Vale registrar que cada uma das Casas também tem o seu próprio órgão diretivo, formado por
seus respectivos pares. Tradicionalmente, os regimentos das Casas e do Congresso
estabelecem os seguintes cargos: um presidente, dois vice-presidentes, quatro secretários e
quatro suplentes de secretários. No total, são sete membros titulares e quatro suplentes.
Em relação às atribuições, as atividades legislativas do Congresso Nacional estão regidas no
art. 48 da CRFB/88 (em rol não exaustivo), mas exigem a coparticipação do Executivo
(mediante a sanção) para a formação das leis. A atividade deliberante, que dispensa a
participação do Poder Executivo, está presente nos arts. 49 da CF/88 (matérias de
competência do Congresso Nacional).
ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
O art. 51 da CF/88, dispõe sobre a competência privativa da Câmara dos Deputados,
reguladas por meio de Resolução, dispensando sanção e o veto do chefe do Executivo:

Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presidente e o
vice-presidente da República e os ministros de Estado. Nesse caso, a Casa do povo faz o juízo
de admissibilidade das acusações contra o presidente da República, seja em razão de crime
comum ou de responsabilidade (art. 86 da CF/88).

Proceder à tomada de contas do presidente da República, quando não apresentadas ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa. Este
dispositivo está em conformidade ao art. 84, XXIV da CF/88 que obriga o presidente da
República à prestação de contas.

Elaborar seu regimento interno. Cada uma das Casas, dentro da estrutura de sua autonomia,
poderá se auto-organizar, sem intromissão uma da outra, ou de outro âmbito de do poder.

Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Essa
matéria é também fruto da autonomia da Casa Legislativa.

Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII da CF/88.
Frise-se que essas matérias acima são reguladas por meio de Resoluções, que dispensam
sanção e o veto do chefe do Executivo.
ATRIBUIÇÕES DO SENADO FEDERAL
Já os assuntos de competência privativa do Senado encontram-se no art. 52, I a XV da CF/88,
as quais, da mesma forma que a Câmara dos Deputados, dispensam a participação do Poder
Executivo, senão vejamos:
Clique nas setas para ver o conteúdo. Objeto com interação.
1. Processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República nos crimes de
responsabilidade, bem como os ministros de Estado e os comandantes da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. Vale notar que os
ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas somente serão processados e
julgados pelo Senado Federal caso estejam envolvidos nos mesmos atos praticados pelo
presidente da República, pois, caso não haja conexão, serão julgados pelo STF, nos termos do
art. 102, I, c da CF/88.
2. Processar e julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho
Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da
República e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade. Esse dispositivo foi
inserido pela EC 45/2004.
3. Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: i) magistrados,
nos casos estabelecidos na Constituição; ii) ministros do Tribunal de Contas da União
indicados pelo presidente da República; iii) governador de território; iv) presidente e diretores
do Banco Central; v) procurador-geral da República; vi) titulares de outros cargos que a lei
determinar. O rol não é taxativo, assim, é permitida a ampliação acerca da nomeação de outros
cargos na esfera federal.
4. Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos
chefes de missão diplomática de caráter permanente. Nota-se que a atribuição é para
nomeação de embaixadores, responsáveis pelas embaixadas. Os demais agentes diplomáticos
são nomeados sem a necessidade desta formalidade.
5. Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos territórios e dos municípios. Este dispositivo contempla empréstimos,
financiamentos, acordos financeiros, sem necessidade de ouvir o presidente da República.
6. Fixar, por proposta do presidente da República, limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Dívida consolidada
tem o mesmo fundamento de “dívida fundada”, isto é, o compromisso de exigibilidade que
ultrapasse doze meses, em contraposição às operações de crédito por antecipação da receita,
que são de curto prazo.
7. Dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, de suas autarquias e demais
entidades controladas pelo Poder Público Federal; dispor sobre limites e condições para a
concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno e estabelecer
limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios. Nesses dispositivos, o legislador conferiu ao Senado Federal a
fiscalização das operações financeiras das demais unidades da federação.
8. Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão
definitiva do Supremo Tribunal Federal.
9. Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do procurador-
geral da República antes do término de seu mandato. A exoneração de ofício não demanda
justificada uma vez que denota somente da confiança, diante da natureza da função de
nomeação.
10. Elaborar seu regimento interno; dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados osparâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. Cada uma das Casas, como já estudado,
dentro da estrutura de sua autonomia, poderá se auto-organizar, sem ingerência uma da outra,
ou de outra esfera do poder.
11. Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII da CRFB/88.
12. Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e
seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
COMISSÕES
As comissões são subconjuntos de parlamentares organizados com o objetivo de tratar de um
tema específico, as quais são constituídas na forma e atribuições dispostas nos regimentos do
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado ou no ato que resultar sua
instituição.
Para fins de classificação, há as seguintes comissões:
A) COMISSÕES 
TEMPORÁRIAS
Como as Comissões Parlamentares de Inquérito (art. 58, §3º, da CF/88).
B) COMISSÕES 
PERMANENTES
Aquelas cujo início se dá com o começo de cada legislatura, como as comissões temáticas e a
de Constituição e Justiça.
C) COMISSÕES 
MISTAS
Compostas de deputados e senadores, a exemplo da Comissão Mista para deliberação das
medidas provisórias (art. 62, §9º, da CF/88).
D) COMISSÃO REPRESENTATIVA 
DO CONGRESSO NACIONAL
Atuará durante os recessos parlamentares, com atribuições dispostas no regimento (art. 58,
§4º, da CF/88).
COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
As Comissões Parlamentares de Inquérito consistem no principal instrumento de fiscalização
político-administrativa a ser desempenhada pelo Poder Legislativo e estão dispostas no art. 58,
§3º, da CF/88.
Para a criação, necessita preencher os seguintes requisitos:
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a) Requerimento de um terço dos membros da Câmara e/ou um terço das assinaturas de
senadores; podendo ser a CPI instaurada em uma das Casas ou nas duas, desde que o
requerimento seja subscrito por deputados e senadores.
b) Apuração de fato determinado, isto é, tem que tratar de alguma situação específica; nada
impede que os fatos surgidos durante as investigações que tenham relação com o fato principal
também sejam apurados.
c) Prazo certo, mas conforme orientação do STF são admissíveis prorrogações sucessivas do
prazo inicialmente fixado para uma CPI, desde que durante o período relativo à legislatura em
que se iniciou.
 ATENÇÃO
São conferidos às Comissões Parlamentares de Inquérito poderes para ampla investigação,
bem como meios de torná-los efetivos, devendo, no entanto, o seu exercício ocorrer com a
devida observância aos direitos e garantias individuais, isto é, respeitando os direitos.
Tomando como base a Constituição Federal e a jurisprudência do STF, a CPI pode, por
autoridade própria, ou seja, sem a necessidade de qualquer intervenção judicial, desde que
haja fundamentação, observadas todas as formalidades legais:

a) Autorizar quebra de sigilo de dados bancário, telefônico e fiscal dos indiciados. Nesse ponto,
é importante o “sigilo das comunicações telefônicas” e o sigilo dos dados telefônicos. O
primeiro refere-se à captação e gravação de conversas telefônicas de um indivíduo (conhecida
como interceptação telefônica ou “grampo”, a qual depende de ordem judicial). Já a quebra do
sigilo de dados telefônicos constitui o acesso ao histórico de chamadas, data, horário, duração,
enfim, ao extrato impresso da conta telefônica de um indivíduo, o qual pode ser quebrado pela
CPI.

b) Requisitar aos órgãos públicos documentos e informações necessárias para a investigação.

c) Ouvir testemunhas, sob pena de condução coercitiva. As testemunhas prestarão
compromisso de dizer a verdade, sob pena de falso testemunho. A elas é também garantida a
prerrogativa contra a autoincriminação, garantindo-se o direito ao silêncio, ou quando deva
guardar sigilo em razão de função, ministério, ofício ou profissão, salvo se, desobrigadas pela
parte interessada, quiserem dar o seu testemunho (arts. 207 do CPP e art. 388, II, do
CPC/2015 — cf. HC 79.598/STF).

d) Ouvir investigados ou indiciados. A CPI, contudo, deverá respeitar o direito ao silêncio do
investigado ou indiciado, que poderá deixar de responder às perguntas que possam incriminá-
lo (HC 80.584-PA, Rel. Min. Néri da Silveira, 08.03.2001).

e) Convocação de autoridades como ministros de Estado para prestar esclarecimentos, a teor
do art. 50 da CF/88.
Por outro lado, a CPI não possui poderes ilimitados, há temas que estão protegidos pela
chamada cláusula de reserva de jurisdição, isto é, apenas por ordem judicial tais atos podem
ser determinados. Desse modo, a CPI não pode:
A) REALIZAR ATOS DE NATUREZA CAUTELAR.
Como exemplos, podem ser citados: arresto, sequestro, proibição de se ausentar da comarca
ou do país, indisponibilidade de bens; ambos necessitam de ordem judicial.
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B) DETERMINAR A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.
Os “grampos” apenas podem ser autorizados por ordem judicial, a teor do art. 5º, XII, da CF/88.
C) DETERMINAR BUSCA E APREENSÃO DE
DOCUMENTOS COM VIOLAÇÃO DOMICILIAR.
Somente a autoridade judicial poderá determinar a violação de um domicílio (desde que
durante o dia), sendo essa, outro caso de matéria sujeita à reserva do Poder Judiciário.
D) DECRETAR A PRISÃO DO INVESTIGADO
Salvo no caso de flagrante delito, no entanto, não tem autoridade para determinar prisão
definitiva ou provisória (temporária, preventiva).
Vale ainda registar que as CPIs não têm atribuição para investigar fatos de competência dos
estados, Distrito Federal e dos municípios, tendo em vista o princípio federativo, devendo tais
fatos serem investigados por CPIs estaduais, distrital ou municipais.
Eventuais abusos ou ilegalidades realizadas por essas comissões poderão ensejar demanda
no Supremo Tribunal, nos termos do art. 102, I, “i”, da CF/88.
IMUNIDADES
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IMUNIDADES PARLAMENTARES
Após assistir ao vídeo, você será capaz de definir as imunidades, seu papel na divisão dos
Poderes, tratar das espécies de imunidades e seus limites. Veja!
As imunidades parlamentares são prerrogativas conferidas aos congressistas pela
Constituição, asseguradoras do exercício do mandato com plena liberdade. Constituem
verdadeiros instrumentos de independência do Poder Legislativo e de garantia da democracia.
Tais prerrogativas não são privilégios nem violam o princípio de igualdade, pois não são
concedidas em virtude da pessoa do parlamentar, mas em razão da importante função por ele
exercida.
Tanto é que subsistem durante o estado de defesa e o estado de sítio, somente podendo ser
suspensas, no último caso, pelo voto de dois terços dos membros da Casa respectiva e para
atos incompatíveis com a execução daquela medida (art. 53, §8º, CF/88).
As imunidades podem ser de dois tipos: imunidade material e imunidade formal.
IMUNIDADE MATERIAL (FREEDOM OF SPEECH)
Conforme o art. 53 da Constituição Federal dispõe, os deputados e os senadores são
invioláveis por suas opiniões, palavras e votos.
Trata-se da chamada imunidade material, também chamada de inviolabilidade parlamentar,
que enseja a irresponsabilidade civil e penal do parlamentar por suas palavras, opiniões e
votos, assegurando que o congressista desempenhe sua atividade com ampla liberdade de
manifestação. Não abrange agressão física.
 SAIBA MAIS
O Supremo Tribunal Federal, contudo, tem atribuído um tratamento diferente entre opiniões,
palavras e votos prolatados dentro e fora do recinto parlamentar. Dessa forma, para as
manifestações realizadas fora da Casa Legislativa, a Corte maior tem exigido que sejam
realizadas no exercício do mandato ou em razão dele, ou seja, deve ter relação com o mandato
parlamentar. Já aquelas dentro do recinto parlamentar, estão presumivelmente amparadas pela
imunidade, independentemente de qualquer comprovação de conexão com o mandato.
Cumpre ter presenteque as opiniões ofensivas proferidas por deputados federais e veiculadas
por meio da imprensa, em manifestações que não guardam nenhuma relação com o exercício
do mandato, não estão abarcadas pela imunidade material prevista no art. 53 da CF/88 e são
aptas a gerar dano moral.
Registre-se, ademais, que a imunidade material é de ordem pública, não podendo existir
renúncia pelo parlamentar.
IMUNIDADE FORMAL (FREEDOM FROM
ARREST)
A imunidade formal divide-se em três espécies:
IMUNIDADE EM RELAÇÃO À PRISÃO
Desde a expedição do diploma, os parlamentares federais não poderão ser presos, salvo em
flagrante delito de crime inafiançável. Diante disso, os congressistas não poderão sofrer
prisão preventiva, temporária, bem como de natureza civil.
 ATENÇÃO
No caso da prisão em flagrante, os autos deverão ser remetidos à Casa Parlamentar respectiva
no prazo de 24 horas, para que, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, resolva sobre
a prisão. Então, a aprovação pela Casa é condição indispensável para a manutenção da
prisão em flagrante delito de crime inafiançável (prisão processual ou cautelar) já realizada.
Quanto às medidas cautelares, o STF entende ser possível a aplicação delas contra os
congressistas. Se houver restrição direta ou indiretamente do mandato, estas devem ser
encaminhadas também à Casa respectiva para deliberação (ADI 5526/DF, 2017).
É importante afirmar que a votação dos congressistas não mais será secreta, consoante regra
anterior à EC n. 35/2001, e sim pelo voto aberto, implementando-se, por meio dessa nova
sistemática, a transparência que deve sempre imperar nesse tipo de apreciação.
Além disso, é possível a prisão de parlamentares federais em razão da sentença judicial
transitada em julgado (ou seja, quando não mais couberem recursos), o Tribunal entendeu
que as penas impostas poderão ser executadas imediatamente.
IMUNIDADE EM RELAÇÃO AO PROCESSO
Atualmente, a partir da Emenda Constitucional 35/2001, para a instauração de processo
criminal contra parlamentares federais, não há mais necessidade de autorização legislativa.
Desse modo, oferecida a denúncia, o processo contra parlamentares tramita normalmente,
podendo a casa a que pertence o denunciado deliberar sobre a sua sustação. Conforme o
texto constitucional, a deliberação pode ser feita até a decisão final do processo (trânsito em
julgado) e deve, obrigatoriamente, ser apreciada no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias a
contar do recebimento do pedido pela Mesa Diretora.
Os legitimados para solicitarem a sustação de ações criminais contra parlamentares são
quaisquer partidos políticos com representação na Casa do denunciado do parlamentar
acusado.
 COMENTÁRIO
Cumpre ressaltar que somente há imunidade em relação a processo acerca de crimes
praticados, após a diplomação, porém aqueles praticados anteriormente não gozam de
imunidade.
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
De acordo com o art. 53, §1º, da CF/88, os deputados e senadores, desde a diplomação, estão
sujeitos a julgamento, em relação aos processos penais, perante o Supremo Tribunal Federal.
No entanto, na Ação Penal 937, o Supremo Tribunal Federal, por maioria de votos, decidiu que
o foro por prerrogativa de função atribuído aos deputados federais e senadores se aplica
somente aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e em razão das funções a ele
relacionadas.
 
Foto: rafastockbr / Shutterstock.com
Nesse julgamento, definiu-se ainda que, após o final da instrução processual pela Corte, com a
publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a competência
para processar e julgar as ações penais não será mais modificada em razão de o agente
público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo,
ocorrendo a perpetuação do foro perante o STF.
A prerrogativa, no entanto, não se estende à improbidade administrativa. Atualmente, não há
dúvida de que a competência é do juízo de 1º grau (ADI 2860 e 2797).
IMUNIDADES DOS DEPUTADOS ESTADUAIS,
DISTRITAIS E VEREADORES
Segundo o STF, os deputados estaduais e distritais gozam das mesmas imunidades formais e
materiais previstas para os parlamentares federais no art. 53 da CF/88 (ADI 5823 MC/RN,
julgado em 8/5/2019 (Info 939).
Já para os vereadores, a imunidade material somente é configurada se a manifestação tiver
sido praticada in officio ou propter officium e na circunscrição municipal (art. 29, VIII, da CF/88
e RE 600063/SP, STF, rel. Min. Barroso).
OBRIGAÇÃO DE TESTEMUNHAR E FORÇAS
ARMADAS
Os parlamentares federais não serão obrigados a testemunhar acerca de informações
recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, tampouco sobre pessoas que lhe
confiarem ou deles receberam informações (art.53, §5º, da CF/88). Cuida-se de ato
discricionário atribuído ao congressista (não é obrigado a testemunhar) e não engloba o direito
de testemunhar na qualidade de cidadão comum, uma vez que nessa modalidade é obrigado a
testemunhar.
A incorporação às Forças Armadas de deputados e senadores, embora militares e ainda que
em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
PERDA DO MANDATO
O art. 55 lista as hipóteses de perda do mandato do parlamentar, dentre os casos, a doutrina
distingue as situações de cassação e extinção do mandato. A cassação refere-se à perda do
mandato em razão do parlamentar ter cometido falta funcional, já a extinção do mandato diz
respeito à ocorrência de ato ou fato que torne automaticamente inexistente o mandato, como
morte, renúncia etc.
HIPÓTESES DE CASSAÇÃO (ART. 55, I, II E VI)
a) Violação das proibições determinadas no art. 54 da CF/88. 
b) Falta de decoro parlamentar. 
c) Condenação transitada em julgado. 
 
Nesses casos, a perda do mandato dependerá da deliberação por maioria absoluta da
respectiva Casa Legislativa, através de voto secreto (art. 55, §2º, da CF/88).
HIPÓTESES DE EXTINÇÃO (ART. 55, III, IV E V)
a) Deixar de comparecer injustificadamente a 1/3 das sessões ordinárias em cada sessão
legislativa. 
b) Perder ou tiver suspensos os direitos políticos e por decisão da Justiça Eleitoral. 
c) Por determinação da Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição. 
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Nessas situações, a perda do mandato independe de votação da Casa, sendo declarada pela
Mesa respectiva de ofício ou por provocação de qualquer dos seus membros ou de partido
político representado no Congresso Nacional (art. 55, §3º, da CF/88).
FALTA DE DECORO PARLAMENTAR
É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno,
o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a
percepção de vantagens indevidas, por exemplo.
Em todos os casos, serão assegurados a ampla defesa e o contraditório.
 ATENÇÃO
Por fim, registre-se que a renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa
levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as
deliberações finais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PEDRO, DEPUTADO FEDERAL, APÓS INICIAR UM DEBATE PARA
DEFESA DE UM PROJETO DE LEI ACABOU POR AGREDIR A HONRA DE
CARLOS, SENADOR DA REPÚBLICA, AO ACUSÁ-LO DE FATO DESCRITO
COMO CRIME. CARLOS, QUE, ALÉM DE POLÍTICO, É JORNALISTA,
ACABOU POR UTILIZAR O ESPAÇO DO SEU PROGRAMA DE TV
SEMANAL PARA OFENDER A HONRA DE PEDRO, COM ACUSAÇÕES
QUE, IGUALMENTE, NÃO GUARDAM RELAÇÃO COM O MANDATO
PARLAMENTAR. 
 
COM BASE NO CASO HIPOTÉTICO E DAS IMUNIDADES
PARLAMENTARES CONFORME A JURISPRUDÊNCIA DO STF, ASSINALE
A OPÇÃO CORRETA.
A) Não há imunidade material na conduta praticada por Pedro.
B) Não há imunidade material na conduta praticada por Carlos.
C) A imunidade material para o crime não se estende para a ação de reparação civil.
D) O regime jurídico das imunidades dos parlamentares federais não se estende aos
deputados estaduais.
E) A imunidade material engloba agressão física.
2. (FGV - 2015 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XVII - PRIMEIRA
FASE). OCORREUUM GRANDE ESCÂNDALO DE DESVIO DE VERBAS
PÚBLICAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL, O QUE ENSEJOU A
INSTAURAÇÃO DE UMA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
(CPI), REQUERIDA PELOS DEPUTADOS FEDERAIS DE OPOSIÇÃO.
SURPREENDENTEMENTE, OS OPONENTES DA CPI CONSEGUEM QUE O
INEXPERIENTE DEPUTADO M SEJA ALÇADO À CONDIÇÃO DE
PRESIDENTE DA COMISSÃO. POR NÃO POSSUIR FORMAÇÃO JURÍDICA
E DESCONHECER O TRÂMITE DAS ATIVIDADES PARLAMENTARES, O
REFERIDO PRESIDENTE, SEM CONSULTAR OS ASSESSORES
JURÍDICOS DA CASA, TOMA UMA SÉRIE DE INICIATIVAS, EXPEDINDO
OFÍCIOS E REQUISITANDO INFORMAÇÕES A DIVERSOS ÓRGÃOS.
POSTERIORMENTE, VEIO À TONA QUE APENAS UMA DE SUAS
PROVIDÊNCIAS PRESCINDIRIA DE EFETIVO MANDADO JUDICIAL.
ASSINALE A OPÇÃO QUE INDICA A ÚNICA PROVIDÊNCIA QUE O
DEPUTADO M PODERIA TER TOMADO, PRESCINDINDO DE ORDEM
JUDICIAL.
A) Determinação de prisão preventiva de pessoas por condutas que, embora sem flagrância,
configuram crime e há comprovado risco de que voltem a ser praticadas.
B) Autorização, ao setor de inteligência da Polícia Judiciária, para que realize a interceptação
das comunicações telefônicas (“escuta”) de prováveis envolvidos.
C) Quebra de sigilo fiscal dos servidores públicos que, sem aparente motivo, apresentaram
público e notório aumento do seu padrão de consumo.
D) Busca e apreensão de documentos nas residências de sete pessoas supostamente
envolvidas no esquema de desvio de verba.
E) Nenhuma das alternativas.
GABARITO
1. Pedro, deputado federal, após iniciar um debate para defesa de um projeto de lei
acabou por agredir a honra de Carlos, senador da República, ao acusá-lo de fato
descrito como crime. Carlos, que, além de político, é jornalista, acabou por utilizar o
espaço do seu programa de tv semanal para ofender a honra de Pedro, com acusações
que, igualmente, não guardam relação com o mandato parlamentar. 
 
Com base no caso hipotético e das imunidades parlamentares conforme a
jurisprudência do STF, assinale a opção correta.
A alternativa "B " está correta.
 
As manifestações realizadas fora da Casa Legislativa, para que sejam protegidas pela
imunidade, exigem que sejam realizadas no exercício do mandato ou em razão dele, ou seja,
deve ter relação com o mandato parlamentar. Já aquelas dentro do recinto parlamentar, estão
presumivelmente amparados pela imunidade, independentemente de qualquer comprovação
de conexão com o mandato, razão pela qual Carlos não tem imunidade. Não há imunidade em
agressão física. Por fim, segundo o STF, os deputados estaduais e distritais gozam das
mesmas imunidades formais e materiais previstas para os parlamentares federais no art. 53 da
CF/88.
2. (FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase). Ocorreu um
grande escândalo de desvio de verbas públicas na Administração Pública Federal, o que
ensejou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), requerida pelos
deputados federais de oposição. Surpreendentemente, os oponentes da CPI conseguem
que o inexperiente deputado M seja alçado à condição de presidente da Comissão. Por
não possuir formação jurídica e desconhecer o trâmite das atividades parlamentares, o
referido presidente, sem consultar os assessores jurídicos da Casa, toma uma série de
iniciativas, expedindo ofícios e requisitando informações a diversos órgãos.
Posteriormente, veio à tona que apenas uma de suas providências prescindiria de
efetivo mandado judicial. Assinale a opção que indica a única providência que o
deputado M poderia ter tomado, prescindindo de ordem judicial.
A alternativa "C " está correta.
 
A Comissão Parlamentar de Inquérito poderá: Determinar as diligências, as perícias e os
exames que entenderem necessários, bem como requisitar informações e buscar todos os
meios de prova legalmente admitidos; determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e
telefônico do investigado. Cabe ressaltar que a quebra do sigilo telefônico não se confunde
com as interceptações telefônicas. A quebra do sigilo telefônico incide sobre os registros
telefônicos da pessoa. Além disso, não tem poder de decretar preventiva nem busca e
apreensão, uma vez que são medidas que estão na reserva de jurisdição, necessitando de
ordem judicial.
MÓDULO 3
 Reconhecer os sistemas de governo, os processos e as classificações conceituais
em torno do Poder Executivo
PODER EXECUTIVO
SISTEMAS DE GOVERNO: PRESIDENCIALISMO
E PARLAMENTARISMO
A chefia do Poder Executivo foi confiada pela Constituição Federal ao presidente da
República, a quem compete seu exercício, auxiliado pelos ministros de Estado,
compreendendo, ainda, o braço civil da administração (burocracia) e o militar (Forças
Armadas), concentrando na figura de uma única pessoa a chefia dos negócios do Estado e do
Governo.
Poder Executivo constitui órgão constitucional cuja função precípua é a prática dos atos de
chefia de Estado, de Governo e de Administração. A acumulação dessas funções revela que o
legislador constituinte adotou o sistema de governo denominado de presidencialismo, tema que
será tratado a seguir.
No sistema de governo, há uma preocupação de como se dá a relação entre os Poderes
Executivo e Legislativo, subdividindo-se em duas espécies:
SISTEMA PRESIDENCIALISTA
Nesse sistema, há uma maior independência entre o Poder Executivo e o Legislativo. 
 
É característica do presidencialismo o presidente da República acumular as funções de chefe
de Estado (na esfera internacional) e chefe de Governo (na esfera interna), além de ser o chefe
da Administração Pública Federal. Assim, a chefia do Executivo é unipessoal. 
 
Além disso, o governante tem um mandato com prazo certo, sendo que a principal vantagem
desse sistema de governo é a maior legitimidade do chefe do Executivo.
SISTEMA PARLAMENTARISTA
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Aqui, há uma colaboração entre o Executivo e o Legislativo. O chefe do Executivo, que é chefe
do Estado, escolhe o primeiro-ministro, o qual exercerá a função de chefe de Governo,
permanecendo na chefia enquanto obtiver a maioria parlamentar, pois depende do apoio do
Parlamento. Ao perdê-los, será destituído do cargo, havendo, por consequência, a necessidade
de se construir um novo governo. 
 
A principal vantagem desse sistema de governo é a propensão da construção de uma relação
harmoniosa entre o Legislativo e o Executivo.
ELEIÇÃO E MANDATO DO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA
De acordo com o art. 77 da CF/88, a eleição do presidente e do vice-presidente da República
serão realizadas simultaneamente no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no
último domingo de outubro, em segundo turno (se houver) do ano anterior ao do término do
mandato presidencial vigente.
Para concorrer ao cargo de presidente, o indivíduo precisa ser brasileiro nato, contar com idade
mínima de 35 anos, ter filiação partidária e estar em gozo dos direitos políticos (art. 14, §3º, VI,
“a”, da CF/88).
 
Foto: Leonidas Santana / Shutterstock.com
Será considerado eleito presidente o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos, não
computando os em branco e os nulos (art. 77, §2º, da CF/88). O presidente e o vice são
eleitos pelo sistema eleitoral majoritário, isto é, ganha quem obtiver a maioria dos votos
válidos.
 ATENÇÃO
Se nenhum candidato obtiver a maioria absoluta dos votos válidos no primeiro turno, será
realizar nova eleição em até 20 dias (segundo turno), concorrendo os dois candidatos mais
votados e considerando-se eleito aquele que alcançar maioria dos votos válidos. Caso haja
empate, vencerá o mais idoso.
A posse ocorrerá, segundo o art. 78 da CF/88, do presidente e do vice-presidente da República
em sessão solene, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil.
IMPEDIMENTO E VACÂNCIA
Ao vice-presidente compete substituir o presidente nas situações de impedimento (licença,
férias etc.) e lhe suceder na hipótesede morte, renúncia e impeachment, bem como auxiliá-lo
sempre que for convocado para missões especiais, como outras atribuições outorgadas por lei
complementar.
 
Foto: Celso Pupo / Shutterstock.com
Impedimento
O impedimento tem natureza temporária, por exemplo, necessidade de se afastar em virtude
de uma viagem ou tratamento para a saúde.

Vacância
Já a vacância é ocasionada por uma impossibilidade permanente.
Na situação de impedimento do presidente e do vice-presidente ou vacância dos cargos, serão
sucessivamente convocados ao exercício da presidência:
1. PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

2. PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL

3. MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL
Registre-se que somente o vice-presidente da República possui legitimidade para suceder o
presidente, ou seja, ocupar esse cargo de forma definitiva, as autoridades acima elencadas
deverão assumir o cargo apenas de maneira provisória.
Desse modo, ocorrendo de ambos os cargos ficarem abertos temporariamente (presidente está
em viagem e o vice está licenciado para tratamento médico, por exemplo), as autoridades
listadas ocuparão o cargo temporariamente, até que o presidente retome ou o vice esteja
liberado para assumir interinamente a vaga.
Da mesma forma, se ambos os cargos ficarem definitivamente vagos (vacância permanente
dos cargos de presidente e de vice-presidente da República), os residentes da Câmara, do
Senado ou do Supremo Tribunal Federal, somente assumirão a presidência provisoriamente,
até que ocorra a nova eleição.
 ATENÇÃO
Nenhum deles se tornará presidente da República em definitivo, isso porque não foram eleitos
para este fim, assim assumirão o cargo de modo contingencial, para preencher
momentaneamente o vácuo de poder ocorrido pela dupla vacância; constituem, portanto,
substitutos eventuais.
Agora, no caso de ambos os cargos ficarem vagos, a solução é a realização de novas
eleições. Há duas regras sobre esse tema:
Eleição direta
No prazo de noventa dias de aberta da última vaga, quando a vacância se der nos dois
primeiros anos do mandato presidencial.

Eleição indireta
No prazo de trinta dias de aberta a última vaga, pelo Congresso Nacional, quando a vacância
se der nos dois últimos anos do mandato presidencial.
Registre-se que, em ambas as situações, os recém-eleitos assumirão o cargo apenas para
cumprir o tempo que restou do mandato de seus antecessores, na forma do art. 81, § 2º da
CF/88. Trata-se do que se denomina de “mandato tampão”.
Por fim, de acordo com o art. 83 da CF/88, o presidente e o vice-presidente da República não
poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do país por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo. Essa norma é de observância obrigatória no âmbito
dos estados e municípios.
ATRIBUIÇÕES DO CHEFE DO PODER
EXECUTIVO FEDERAL
O art. 84 da CRFB/88 traz o quadro exemplificativo de atribuições do chefe do Executivo
Federal, as quais dividimos em três categorias. Tais funções inclusive já objeto de apreciação
nesse material, no entanto, vale listá-las mais uma vez, para fins de aprendizagem no resumo
e tabela abaixo:
CHEFIA DE ESTADO
Art. 84, VII, VIII, XIV, XV, XVI, primeira parte, XVIII, segunda parte, XIX, XX, XXI, XXII.
CHEFIA DE GOVERNO
Art. 84, I, III, IV, V, IX, X, XI, XII, XIII, XVIII, primeira parte, XXIII, XXIV e XXVII.
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CHEFIA DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
Art. 84, II, VI, XVI, segunda parte, XXIV e XXV.
Atribuições do presidente da República
Chefe de Estado
Convocar e presidir o Conselho de Defesa Nacional.
Nomear ministros do STF e dos Tribunais Superiores, por ser função de magistratura
suprema.
Nomear um terço dos membros do TCU.
Nomear magistrados: TRF, TRT, TRE, órgãos de outro Poder.
Declarar guerra, no caso de agressão estrangeira;
Celebrar a paz.
Conferir condecorações e distinções honoríficas.
Permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente.
Chefe de Governo
Nomear e exonerar os ministros de Estado.
Iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na Constituição.
Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução.
Vetar projetos de lei, total ou parcialmente.
Decretar o estado de defesa e o estado de sítio.
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Decretar e executar a intervenção federal.
Remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura
da sessão legislativa.
Conceder indulto e comutar penas.
Chefe da Administração Pública
Exercer, com o auxílio dos ministros de Estado, a direção superior da administração
federal.
Dispor, mediante decreto, sobre: organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.
Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
Nomear o advogado-geral da União; prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, as
contas referentes ao exercício anterior.
Prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei.
Quadro: Quadro Esquematizado de Direito Constitucional. 
Extraído de: Manual de Direito Constitucional, Nathália Masson, 2017.
Há atribuições do presidente da República que podem ser delegadas aos ministros de Estado,
ao PGR e ao AGU:
a) Possibilidade de expedir decretos autônomos sobre: organização e funcionamento da
administração pública, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos; e extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.
b) Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em
lei.
c) Prover os cargos públicos federais, na forma da lei.
IMUNIDADES E PRERROGATIVA DE FORO DO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
É importante ressaltar que, diferentemente do Poder Legislativo, a Constituição não atribuiu ao
presidente da República a inviolabilidade quanto às palavras, opiniões (imunidade material).
Apesar disso, a Carta da República contempla um conjunto de prerrogativas formais, relativas
à prisão, ao processo e à inibição da responsabilidade penal durante o seu mandato, por atos
estranhos à função presidencial. Passa-se, nesse momento, à análise de cada um
isoladamente.
A imunidade formal do presidente da República pode ser:
EM RELAÇÃO AO PROCESSO
EM RELAÇÃO À PRISÃO
EM RELAÇÃO AO PROCESSO
Uma vez que o art. 86, caput da CRFB/88 preceitua que compete à Câmara dos Deputados a
realização de juízo de admissibilidade das acusações por crimes comuns e de
responsabilidade contra o presidente da República, cuja aprovação demanda pelo menos 2/3
dos votos favoráveis de seus membros. Essa imunidade constitui uma blindagem contra o
processo, seja criminal ou político do presidente da República.
EM RELAÇÃO À PRISÃO
O art. 86, § 3º da CRFB/88 prevê que, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
infrações comuns, o presidente da República não estará sujeito à prisão. Isto é, o presidente
não se submete a nenhuma prisão processual, somente definitiva.
O art. 86, §4º, da CF/88 dispõe ainda acerca inibição de responsabilidade penal, também
chamada de imunidade formal “temporária” ou irresponsabilidade penal relativa, ao
determinar que o presidente, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções. Por isso, não poderá ocorrer processo criminal
contra o presidente da República durante o seu mandato por crime ocorrido antes da
diplomação ou durante o mandato, mas sem relação com as funções presidenciais.
Quanto à prerrogativa de foro, o Supremo Tribunal Federal, é o tribunal competente para
processar e julgar o presidente da República por crimes comuns e apenas o Senado Federal
tem a competência para o processamento e julgamento dele pela prática de crime de
responsabilidade, dependendo, em ambas as hipóteses, como já visto, de autorização de 2/3
pela Câmara dos Deputados.
Registre-se queo governador de estado não goza de imunidade formal e de imunidade
material na mesma extensão que o presidente da República.
RESPONSABILIZAÇÃO DO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA: CRIMES DE RESPONSABILIDADE E
CRIMES COMUNS
RESPONSABILIDADE DO CHEFE DO
EXECUTIVO
Ao assistir ao vídeo, você entenderá quando o presidente pode ser responsabilizado e saberá
mais sobre o impeachment.
O presidente da República pode ser responsabilizado por crimes de responsabilidade e crimes
comuns.
Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas, de natureza política,
praticadas no exercício da função pública, dispostas na Lei 1.079/50, sujeitando-se os
infratores ao processo de impeachment.
Por outro lado, o art. 85 da Constituição Federal prevê ainda outra lista de atos cometidos pelo
presidente tidos como crimes de responsabilidade.
O processo de impeachment tem as seguintes fases:
Propositura: Qualquer cidadão, no exercício dos direitos políticos, é considerado parte
legítima para ofertar acusação à Câmara dos Deputados, a teor do art. 14 da Lei
1.079/50. 
Juízo de Admissibilidade: A Câmara dos Deputados deverá autorizar, por 2/3 dos seus
membros, a instauração de processo contra o presidente da República. Registre-se que,
nesse juízo inicial, a Câmara analisará a existência de provas e indícios do crime, bem
como a conveniência e oportunidade da medida naquele momento político específico. 
Processamento: Autorizada a instauração do processo contra presidente por 2/3 da
Câmara dos Deputados, haverá sua remessa ao Senado Federal para deliberação, o
qual se transformará em um tribunal político de colegialidade heterogênea, a ser
presidido pelo ministro presidente do STF. A todo momento, na Câmara e no Senado, são
assegurados ao chefe do Executivo a ampla defesa e o contraditório.
Julgamento: A condenação somente ocorrerá se houver voto de 2/3 dos membros do
Senado Federal e resultará em duas sanções: a perda do cargo e inabilitação por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Conforme o art. 86, §§ 1º e 2º da CF/88, o presidente da República ficará suspenso de suas
funções: nas infrações penais comuns, se admitida a acusação pelo Senado Federal.
Decorrido o prazo de cento e oitenta dias e o julgamento não estiver concluído, encerrará o
afastamento do presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
Vale lembrar que, no caso da ex-presidente Dilma, o Senado decidiu que as penas não são
cumulativas e, apesar de condená-la à perda do cargo, manteve os seus direitos políticos,
seguindo o disposto no art. 68 da Lei 1.079/50. 
Quanto aos crimes comuns, o Supremo Tribunal Federal já assentou, pacificamente,
englobar todas as modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais, os
crimes contra a vida e as próprias contravenções penais (STF, RTJ 33/590, HC 69.344-RJ, Rel.
Min. Néri da Silveira). 
Nessa modalidade, o presidente da República será processado e julgado pelo Supremo
Tribunal Federal, depois que a Câmara dos Deputados declarar procedente a acusação (art. 86
da Constituição Federal), exercendo um juízo de admissibilidade político, conforme já analisado
no caso de crimes de responsabilidade. A necessidade de licença não impede o inquérito
policial, nem o oferecimento da denúncia, contudo, somente impede o seu recebimento, que é
o primeiro ato de prosseguimento praticado pelo Supremo Tribunal Federal. 
A decisão prolatada no julgamento realizado no STF pode ser pela absolvição ou pela
condenação. Na última situação, será aplicada uma pena a ser cumprida e o presidente poderá
vir a ser preso, a teor do art. 86, § 3º, CF/88.
 ATENÇÃO
A perda do mandato pode se dar como consequência reflexa e indireta da condenação, por
aplicação do constante no art. 15, III, CF/88, que prevê que haverá a suspensão dos direitos
políticos na hipótese de condenação criminal transitada em julgado. Cuida-se de um efeito
extrapenal da sentença condenatória.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SOBRE O PODER EXECUTIVO, A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DETERMINA QUE:
A) O presidente e o vice-presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do país por prazo superior a 5 dias, sob pena de perda do cargo.
B) Em caso de impedimento do presidente e do vice-presidente da República, ou vacância dos
respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da presidência o presidente
do Supremo Tribunal Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal.
C) O presidente da República tomará posse em sessão do Congresso Nacional, sendo
dispensável a participação do vice-presidente da República.
D) Será considerado eleito presidente da República o candidato que, registrado por partido
político, com idade mínima de 35 anos, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os
votos brancos e nulos.
E) Se houver vacância no cargo de presidente e vice-presidente da República ocorrida nos dois
primeiros anos de mandato, ocorrerá eleição indireta.
2. (FGV - 2018 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - XXVII - PRIMEIRA
FASE) EM DETERMINADO ÓRGÃO INTEGRANTE DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA FEDERAL, VINCULADO AO MINISTÉRIO DA FAZENDA, FOI
APURADO QUE APROXIMADAMENTE 100 (CEM) CARGOS ESTAVAM
VAGOS. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, MEDIANTE DECRETO,
DELEGOU AO MINISTRO DA FAZENDA AMPLOS PODERES PARA
PROMOVER A REESTRUTURAÇÃO DO ALUDIDO ÓRGÃO PÚBLICO,
INCLUSIVE COM A POSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS CARGOS VAGOS. 
 
SOBRE A HIPÓTESE, COM FUNDAMENTO NA ORDEM JURÍDICO-
CONSTITUCIONAL VIGENTE, ASSINALE A AFIRMATIVA CORRETA:
A) Somente mediante lei em sentido formal é admitida a criação e extinção de funções e
cargos públicos, ainda que vagos; logo, o decreto presidencial é inconstitucional por ofensa ao
princípio da reserva legal.
B) A Constituição de 1988 atribui exclusivamente ao presidente da República a possibilidade
de, mediante decreto, dispor sobre a extinção de funções ou cargos públicos, não admitindo
que tal competência seja delegada aos ministros de Estado.
C) O referido decreto presidencial se harmoniza com o texto constitucional, uma vez que o
presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos
públicos, quando vagos, sendo permitida a delegação dessa competência aos ministros de
Estado.
D) A Constituição de 1988 não permite que cargos públicos legalmente criados, ainda que
vagos, sejam extintos, ressalvada a excepcional hipótese de excesso de gastos orçamentários
com pessoal; portanto, o decreto presidencial é inconstitucional.
E) A Constituição Federal permite apenas que a reestruturação do aludido órgão público,
inclusivamente com a possibilidade de extinção dos cargos vagos, mediante lei de iniciativa
privativa do presidente da República.
GABARITO
1. Sobre o Poder Executivo, a Constituição Federal determina que:
A alternativa "D " está correta.
 
A posse ocorrerá, segundo o art. 78 da CF/88, do presidente e do vice-presidente da República
em sessão solene, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil. Para concorrer ao cargo de presidente, o indivíduo precisa ser
brasileiro nato, contar com idade mínima de 35 anos, ter filiação partidária e estar em gozo dos
direitos políticos (art. 14, §3º, VI, “a”, da CF/88). Será considerado eleito presidente o candidato
que obtiver a maioria absoluta de votos, não computando os votos branco e nulos (art. 77, §2º,
da CF/88). Na situação de impedimento do presidente e do vice-presidente ou vacância dos
cargos, serão sucessivamente convocados ao exercício da presidência: presidente da Câmara
dos Deputados, presidente do Senado Federal e ministro presidente do Supremo Tribunal
Federal.
2. (FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII - Primeira Fase) Em
determinado órgão integrante da administração pública federal, vinculadoao Ministério
da Fazenda, foi apurado que aproximadamente 100 (cem) cargos estavam vagos. O
presidente da República, mediante decreto, delegou ao ministro da Fazenda amplos
poderes para promover a reestruturação do aludido órgão público, inclusive com a
possibilidade de extinção dos cargos vagos. 
 
Sobre a hipótese, com fundamento na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a
afirmativa correta:
A alternativa "C " está correta.
 
O presidente da República poderá delegar algumas atribuições aos ministros de Estado, PGR,
e ao advogado-geral da União. Essas atribuições estão elencadas no § único do art. 84 da
CF/88, como a organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e a extinção de funções ou
cargos públicos, quando vagos.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, não é possível compreender uma sociedade sem que esteja firmada sobre as
bases do poder, afinal ele é algo tão essencial e necessário como a existência do próprio
Estado.
Na realidade, o que se buscou ao longo da história, de Aristóteles a Montesquieu, é a forma de
distribuição e limitação desse poder, consolidando-se na figura da tripartição dos Poderes. Na
contemporaneidade, a ideia de controle, de fiscalização e de coordenação recíprocos tornou-se
o foco na separação dos Poderes.
Não há como conceber um Estado democrático de direito desprovido de Poderes de Estado e
Instituições, independentes e harmônicos entre si, bem como da previsão de direitos
fundamentais e instrumentos que propiciem a fiscalização e a perpetuidade desses requisitos.
Apesar das críticas conceituais, o modelo tripartite continua assim cumprindo o seu papel
unificador da ordem jurídica e constitucional, fixando e, ao mesmo tempo, aumentando o
campo de competência dos Poderes do Estado. Além disso, tem se revelado como princípio de
moderação, racionalização e limitação do poder político em prol da paz, da liberdade e da
democracia.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
BARCELLOS, A. P. de. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
BARROSO, L. R. O novo direito constitucional brasileiro: contribuições para a 
construção teórica e prática da jurisdição constitucional no Brasil. Belo Horizonte: Fórum,
2012.
BOBBIO, N. Intelectuais e vida política na Itália. In: BASTOS, E. R.; RÊGO, W. D. L. (Org.).
Intelectuais e política: a moralidade do compromisso. São Paulo: Olho d’água, 1999.
BOURDIEU, P. Estrutura, habitus e prática. In: MICELI, Sérgio (Org.). A economia das trocas
simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2004.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil e outros escritos. Petrópolis: Vozes,
1994.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I. 27. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2010.
MASSON, N. Manual de Direito Constitucional. 5. ed. Bahia: Juspodivm, 2017.
MONTESQUIEU. O espírito das leis. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MORAES, A. de. Direito Constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SILVA, J. A. da. Curso de direito constitucional positivo. 37. ed. São Paulo: Malheiros,
2014.
WEBER, M. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Tradução de
Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa. 4. ed. São Paulo: UNB, 2004.
EXPLORE+
Para saber mais sobre como o STF vem apreciando a imunidade parlamentar, confira uma
compilação sobre o tema em: A Constituição e o Supremo. Portal do STF.
CONTEUDISTA
Thiago Aleluia Ferreira de Oliveira

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