Buscar

20181024_141638_BL09-3RJ-TranstornodePanicoeAgorafobia2slides

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 100 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 100 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 100 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

20/11/2017 
1 
Transtorno de Pânico e Agorafobia 
Heitor P. Hirata 
Psicólogo (UFRJ) – CRP 05/37196 
Especialista em Psicologia Clínica (CFP) 
Mestre e Doutorando em Psicologia (UFRJ) 
Terapeuta Cognitivo Certificado (FBTC) 
Membro da Association for Contextual Behavioral Science (ACBS) 
 
A ansiedade é adaptativa? 
Quando torna-se um problema? 
20/11/2017 
2 
Etimologia da palavra Ansiedade 
• Do indo-germânico: angh – estreitamento, 
constrição 
• Grego: anshein – estrangular, sufocar, oprimir 
• Latim: angustus – desconforto 
 angor – opressão 
 angere – causar grande constrição, 
sofrimento, pânico 
Conceito de Ansiedade 
• “Estado de humor caracterizado por apreensão e 
sintomas somáticos de tensão, em que um 
indivíduo antecipa um iminente perigo, catástrofe 
ou infortúnio”. 
 
• “a futura ameaça pode ser real ou imaginada” 
 
• “o corpo geralmente se mobiliza para enfrentar a 
ameaça” 
APA (2010) 
20/11/2017 
3 
Conceito de Ansiedade 
• “Sintomas de ansiedade são a manifestação 
de mecanismos de defesa que são dirigidos 
por processo cognitivos”. 
 
• “Um dos efeitos paradoxos da ansiedade 
aguda é que a pessoa parece trazer sempre à 
tona aquilo que mais teme”. 
Beck, Emery & Greenberg (1985) 
Por que ficamos ansiosos? 
• Luta ou fuga 
 
• Sinalização do cérebro para o 
coração bombear mais sangue 
para os músculos 
 
• Liberação de adrenalina e 
cortisol 
 
• Menos sangue para áreas 
periféricas e áreas abdominais 
Bear, Connors & Paradiso (2002) 
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/arquivo-chc-2011/228/por-que-suamos-frio-quando-sentimos-medo/image
20/11/2017 
4 
Sintomas Fisiológicos 
• Aumento da frequência cardíaca 
• Respiração ofegante/sensação de sufocação 
• Dor ou pressão no peito 
• Tensão muscular 
• Aumento da sudorese 
• Tremores 
• Náuseas 
• Formigamentos 
• Boca seca 
• “Frio na barriga” 
 
Clark & Beck (2011) 
Sintomas Cognitivos 
• Medo de perder o controle 
• Medo da morte 
• Medo de enlouquecer 
• Medo da avaliação negativa por parte de outros 
• Pensamentos sobre lembranças traumáticas 
• Percepções de irrealidade 
• Baixa concentração, distração 
• Hipervigilância para ameaça 
• Memória deficiente 
• Dificuldade de raciocínio 
• Engajamento em preocupações 
Clark & Beck (2011) 
20/11/2017 
5 
Sintomas Comportamentais 
• Evitação 
• Fuga, esquiva 
• Busca por reasseguramento 
• Inquietação, agitação 
• Hiperventilação 
• Congelamento 
• Dificuldades para falar 
• Busca por sinais negativos 
Clark & Beck (2011) 
Sintomas Afetivos 
• Nervosismo 
• Tensão 
• Excitação 
• Medo/temor/terror 
• Irritação 
• Inquietação 
• Impaciência 
• Frustração 
Clark & Beck (2011) 
20/11/2017 
6 
O medo desadaptativo 
• Interpretações errôneas em relação a 
situações não ameaçadoras ou neutras. 
• Reações exageradas frente a estímulos que 
não oferecem risco. 
 
Clark & Beck (2011) 
Medo e Ansiedade na perspectiva Cognitiva 
• Medo: avaliação cognitiva do 
perigo 
 
• Ansiedade: estado emocional que 
deriva do medo. 
 
• Respostas cognitivas, afetivas, 
fisiológicas e comportamentais 
ocorrem no indivíduo quando este 
se depara com uma ameaça. 
 Clark & Beck (2011) 
Beck, Emery & Greenberg (1985) 
20/11/2017 
7 
Beck (1976) 
Beck (2004) 
Clark & Beck (2011) 
Ansiedade Anormal 
• Cognição disfuncional (crenças) 
• Funcionamento prejudicado (comportamentos) 
• Manutenção (demora a procurar ajuda) 
• Alarmes falsos (reação a nada) 
• Hipersensibilidade a estímulo (medo do inofensivo) 
Clark & Beck (2011) 
20/11/2017 
8 
Transtornos de Ansiedade 
• Transtorno de pânico 
• Agorafobia 
• Transtorno de ansiedade social 
• Transtorno de ansiedade generalizada 
• Fobias específicas 
• Transtorno de ansiedade de separação (DSM-5) 
• Mutismo seletivo (DSM-5) 
• Transtorno obsessivo-compulsivo (DSM-IV) 
• Transtorno de estresse pós-traumático (DSM-IV) 
• Transtorno de estresse agudo (DSM-IV) 
Prevalência dos Transtornos de 
Ansiedade 
• 25 a 30% das pessoas tem pelo menos um 
deles ao longo da vida. 
• Os mais prevalentes são fobia social e as 
fobias específicas. 
• As mulheres são mais acometidas que os 
homens em quase todos os transtornos. 
 
APA (2002) 
2 1 
20/11/2017 
9 
Comorbidades 
• Depressão 
• Abuso de substâncias 
• Mais de um transtorno de ansiedade juntos 
APA (2002) 
Genética e Transtornos de Ansiedade 
• Investigar se há presença em parentes de 
primeiro grau e/ou irmãos gêmeos 
• Pânico: 13% PPG|31% GI 
• TAG: 10% PPG | 20% G 
• Fobias Específicas: 30% PPG | 30% G 
• Fobia Social: 20% PPG | 30% G 
• TOC: 7% PPG 
Plomin et al (2011) 
20/11/2017 
10 
Neurobiologia, TCC e Ansiedade 
LeDoux (2001) 
Clark & Beck (2010) 
2010 
20/11/2017 
11 
Engrenagem dos obstáculos em 
transtornos de ansiedade 
Intolerância à 
Incerteza 
Baixa 
Auto-
Estima 
Evitação 
de Afeto 
Butler, Fennell & Hackmann (2008) 
20/11/2017 
12 
DIAGNÓSTICO 
DIFERENCIAL 
O Modelo Cognitivo da Ansiedade 
Clark & Beck (2011) 
20/11/2017 
13 
Hipóteses do Modelo Cognitivo da 
Ansiedade 
• Viés atencional para ameaça 
• Processamento atencional de segurança 
diminuído 
• Erros cognitivos baseados na ameaça 
• Interpretação negativa da ansiedade 
• Cognições de ameaça específicas do 
transtorno elevadas 
Clark & Beck (2011) 
Hipóteses do Modelo Cognitivo da 
Ansiedade 
• Estratégias defensivas ineficazes 
• Elaboração da ameaça facilitada 
• Elaboração de segurança inibida 
• Estratégias cognitivas compensatórias 
prejudiciais 
• Vulnerabilidade pessoal elevada 
• Crenças relacionadas à ameaça resistentes 
Clark & Beck (2011) 
20/11/2017 
14 
Avaliação da Ansiedade 
• ADIS-IV 
• MINI 
• Inventário Beck de Ansiedade (BAI) 
• Escala Hamilton de Ansiedade 
• Y-BOCS, SPAI, FNE, PSWQ, Clinician 
Administered PTSD Scale, IES (escala de 
impacto de eventos), questionário de crenças 
de pânico, Índice de sensibilidade à ansiedade 
etc. 
Três Aspectos da Avaliação da Ansiedade 
Clark & Beck (2011) 
20/11/2017 
15 
Análise Situacional 
• Situações ou gatilhos da ansiedade 
• Intensidade da ansiedade (continuum) 
• Frequência e duração da exposição à situação 
geradora de ansiedade 
• Presença de respostas de fuga ou evitação 
• Sinais evocativos específicos 
 
Clark & Beck (2011) 
 
Data/Hora 
 
Situação 
 
Intensidade 
da Ansiedade 
Sintomas 
ansiosos 
primários 
Pensamentos 
ansiosos 
imediatos 
Resposta 
imediata ao 
sentir-se 
ansioso 
 
20/10/2011 
18:35 
Estava preso 
no trânsito. 
Muitos 
carros 
buzinavam. 
 
 
90% 
 
Taquicardia 
Sudorese 
Tremores 
 
“Vou passar 
mal aqui e 
não poderei 
ser socorrido” 
 
 
Tomar água 
22/10/2011 Dentro do 
metrô. 
 
80% 
Taquicardia 
Respiração 
ofegante 
“Vou ter um 
ataque 
cardíaco” 
Ir para perto 
das portas 
Formulário de Análise Situacional 
20/11/2017 
16 
Psicoeducação e Ansiedade 
• Etapa fundamental do tratamento 
• Informações sobre ansiedade e o transtorno 
• “Psicologia do medo e da ansiedade” 
• Modelo cognitivo da ansiedade e do 
transtorno específico 
Definição de Ataque de Pânico 
• Reação de medo súbita, incontrolável que 
pode envolver terror, confusão e 
comportamento irracional, precipitada por 
uma ameaça percebida. 
 
• Ocorrências intermitentes de medo ou 
desconforto intenso de início súbito 
(espontâneo) que são acompanhadas pelo 
surgimento de hiperexcitação fisiológica. 
APA (2010) 
Clark & Beck (2012) 
20/11/2017 
17 
Critérios Diagnósticos – Ataque de Pânico 
 Pelo menos 4 dos seguintes sintomas de forma espontânea, alcançando 
um pico em 10 minutos: 
 
APA (2002) 
www.psicomedica.cl 
Critérios Diagnósticos – Ataque de Pânico 
APA (2002) 
www.psicomedica.cl 
20/11/2017 
18 
Critérios Diagnósticos – 
Transtorno de Pânico 
• Ataques de pânico recorrentes e inesperados 
• Pelo menos um dos ataques foi seguido, pelo 
período mínimo de um mês, de: 
• 1. Preocupação persistente acerca de ter 
novosataques 
• 2. Preocupação sobre as implicações do 
ataque 
• 3. Alteração comportamental significativa 
APA (2013) 
Ágora 
• Centro cívico de Atenas. Era local de reuniões, 
debates e discussões. Local das multidões. 
• Vários gregos tinham medo (phobos) de 
discutir na Ágora. Daí o nome agorafobia. 
 
20/11/2017 
19 
 
 
• Ansiedade frente a situações em que o indivíduo 
está em lugares de difícil saída ou onde o auxílio 
pode não estar disponível caso ele tenha um 
ataque de pânico ou passe mal. 
 
• Angústia em lugares públicos tumultuados de 
difícil escapatória. 
Agorafobia 
APA (2013) 
Rangé & Borba (2008) 
Agorafobia 
• Medo ou ansiedade desproporcional e marcantes 
em ao menos duas das situações seguintes (ao 
menos 6 meses): 
– Uso de transporte público 
– Permanência em áreas abertas 
– Permanência em locais fechados 
– Filas ou multidões 
– Sair de casa sozinho(a) 
• Evitação (difícil escapatória). 
• Prejuízo clinicamente significativo. 
APA (2013) 
20/11/2017 
20 
Prevalência do Transtorno de Pânico 
• 1,5% na população geral 
• Ao longo da vida, cerca de 4% 
• As mulheres são duas vezes mais acometidas 
do que os homens 
• Geralmente ocorre em adultos jovens (entre 
18 e 35 anos de idade) 
APA (2013) 
Rangé & Borba (2008) 
Fatores de Vulnerabilidade 
Craske & Barlow (2009) 
20/11/2017 
21 
Exames Médicos 
• Muito importantes para se descartar a 
possibilidade de alguma base médica para os 
sintomas de ansiedade. 
 
• Algumas condições médicas costumam 
apresentar sintomas de ansiedade. 
Comorbidades 
• Outro transtorno de ansiedade 
• Depressão 
• Abuso de substâncias 
• Transtorno de personalidade dependente 
• Transtorno de personalidade esquiva 
• Transtorno de personalidade obsessivo-
compulsivo 
Nascimento & Nardi (2005) 
20/11/2017 
22 
Prejuízos no Transtorno de Pânico 
Transtorno 
de Pânico 
Vida 
pessoal 
Vida 
profissional 
Autoestima 
Vida 
acadêmica 
Comportamentos de Segurança 
• Muito comuns nos transtornos de ansiedade, 
em especial no pânico 
• Companhia de pessoas 
• Garrafa d’água 
• Amuletos 
• Buscar reasseguramento 
Leahy (2011) 
20/11/2017 
23 
Livro de Regras do Transtorno de Pânico 
1. Enfoque quaisquer situações que não pareçam “normais”. 
 
2. Interprete essas sensações como sinal de uma catástrofe 
que esteja prestes a acontecer. 
 
3. Anteveja qualquer situação em que você possa ter essas 
sensações. 
 
4. Evite essas situações se puder. 
 
5. Caso não possa, faça algo para se sentir seguro. 
 
6. Caso sobreviva à situação, atribua a sobrevivência aos 
comportamentos de segurança; 
Leahy (2011) 
Modelo de Etiologia do Transtorno de Pânico 
Barlow (1988) 
20/11/2017 
24 
Modelo Cognitivo do Transtorno de Pânico 
Estímulos 
(internos ou 
externos) 
Apreensão 
Sensações 
Corporais 
Interpretação de 
sensações como 
catastróficas 
Clark (1986) 
Algumas Distorções Cognitivas 
Catastrofização 
Raciocínio emocional 
Inferência arbitrária 
Previsão do futuro 
Generalização 
 
 
 
Clark & Beck (2011) 
20/11/2017 
25 
Filmes sobre Transtorno de Pânico 
Tratamento para TPAG 
• Psicoeducação sobre fisiologia do medo e da ansiedade 
• Psicoeducação sobre o modelo cognitivo-comportamental 
do pânico 
• Psicoeducação sobre a TCC 
• Empirismo colaborativo 
• Estratégia A.C.A.L.M.E.-S.E. 
• Reestruturação cognitiva 
• Exposição interoceptiva 
• Exposições situacionais graduadas 
• Respiração diafragmática 
• Relaxamento muscular 
• Crenças de Ellis 
• Treino assertivo Clark & Beck (2011) 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
26 
Pré-tratamento 
• Entrevista inicial 
– Natureza dos problemas 
– Comportamentos problemáticos 
• Aspectos cognitivos, afetivos, fisiológicos 
– Quando ocorrem 
– Onde ocorrem 
– Quão frequentemente 
– Com quem 
– Variáveis contextuais moduladoras 
– Fatores de manutenção 
– Evitações 
– Fatores predisponentes e precipitantes 
– Compreensão do problema pelo paciente 
Rangé & Borba (2008) 
Pré-tratamento 
• Situação atual de vida 
– Situação existencial, família, trabalho, lazer, saúde, 
amor etc. 
– Nível de satisfação com a vida atual 
• Aspectos do desenvolvimento 
– História familiar 
– História escolar/ocupacional 
– História social 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
27 
Pré-tratamento 
• Experiências traumáticas 
– Abalos nas relações familiares 
– Problemas médicos, psicológicos, abuso de 
substâncias na família 
– Abuso sexual ou físico 
– Acidentes ou outros traumas 
 
• História médica e 
psiquiátrica/psicoterapêutica 
Rangé & Borba (2008) 
Pré-tratamento 
• Rapport 
– Como o terapeuta percebe a relação inicial do 
cliente com ele? 
– Qual o grau de abertura e auto-revelação? 
– Qual a motivação para a terapia? 
– Qual o nível de compreensão e insight? 
– Quais os sentimentos despertados no terapeuta? 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
28 
Pré-tratamento 
• Metas do cliente para a terapia 
– Descrição do que o cliente pretende com a terapia 
 
• Perguntas e preocupações do cliente 
– Esclarecimento de dúvidas, preocupações 
 
• Formulação preliminar 
Rangé & Borba (2008) 
Avaliação de Transtorno de Pânico e 
Agorafobia 
• Inventário Beck de Ansiedade 
• Escala Hamilton de Ansiedade 
• Escala para Pânico e Agorafobia 
• Escala de Sensações Corporais 
• Inventário de Mobilidade 
• Índice de Sensibilidade à Ansiedade 
• Escala de Cognições Agorafóbicas 
• Inventário de crenças de pânico 
 
 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
29 
Psicoeducação sobre o Transtorno de Pânico 
• O que é transtorno de pânico 
 
• Como pode ser superado 
 
• Informar que o problema é conhecido e que 
outras pessoas também o apresentam 
 
• Modelo cognitivo do pânico 
Rangé & Borba (2008) 
Psicoeducação sobre fisiologia do 
medo e da ansiedade 
 
• Muitos pacientes com transtorno de pânico não 
sabem que seus ataques de pânico têm 
explicação 
 
• Quando informam-se sobre o mecanismo 
fisiológico por trás dos ataques, dão outro 
sentido aos mesmos 
 
• Texto: Psicologia e fisiologia da ansiedade e do 
medo 
Clark & Beck (2011) 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
30 
Estratégia A.C.A.L.M.E.-S.E. 
 A – Aceite sua ansiedade 
 C – Contemple as coisas à sua volta 
 A – Aja como se não estivesse ansioso 
 L – Libere o ar de seus pulmões 
 M – Mantenha os passos anteriores 
 E – Examine os seus pensamentos 
 S – Sorria, você conseguiu! 
 E – Espere o futuro com aceitação 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
31 
Aceite sua ansiedade 
• Encarar sensações de ansiedade como naturais 
 
• Reações normais do corpo a estímulos internos e 
externos 
 
• Ansiedade não é pânico 
 
• Aceitar sensações de ansiedade não é ficar 
passivo diante do sofrimento e sim deixar de 
sofrer por simples sensações de ansiedade 
Contemple as coisas à sua volta 
• Aquilo que valorizamos cresce 
 
• Focar a atenção nas sensações faz aumentá-
las 
 
• Focar no que está fazendo ou naquilo que está 
ao seu redor diminui o incômodo, pois reduz o 
foco 
20/11/2017 
32 
Aja com sua ansiedade 
• Incentivo ao cliente a permanecer na situação na 
qual experimenta ansiedade 
 
• Reforço do senso de autoeficácia 
 
• Ideia de que não é preciso fugir da ansiedade 
 
• Ansiedade pode apenas ser uma mensagem de 
que é preciso diminuir o ritmo. 
Libere o ar de seus pulmões 
• Importância da respiração 
 
• Podemos influenciá-la voluntariamente ativando 
o SNS ou o SNP provocando ansiedade ou 
relaxamento 
 
• Estratégia da modulação da respiração 
– Hiperventilação 
– Treino respiratório 
– Respiração diafragmática 
20/11/2017 
33 
Mantenha os passos anteriores 
• Lembrete e incentivo para que o cliente 
persista na realização dos primeiros passos. 
 
• Evita que o cliente fique frustrado ou desista, 
o que aumentaria as suas sensações de 
ansiedade. 
Examine os seus pensamentos 
• Etapa importante que consiste em treinar o 
paciente a parar de mandar mensagens de 
perigo iminentepara o cérebro. 
 
• Exame sobre o que interpreta acerca das 
sensações corporais e sobre as situações que 
teme passar mal. 
20/11/2017 
34 
Reestruturação Cognitiva 
• Reavaliação das cognições catastróficas 
• Reavaliação sobre a periculosidade dos picos 
de ansiedade 
• Reavaliação sobre as percepções sobre as 
sensações fisiológicas 
Clark & Beck (2011) 
Rangé & Borba (2008) 
 
 
Situação 
 
 
Pensamento 
Automático 
 
 
Sentimento 
 
 
Resposta 
Alternativa 
 
 
Reavaliação 
 
 
 
Na rua 
começando 
a ter um 
ataque de 
pânico. 
 
 
 
“Vou passar 
muito mal” 
(100%) 
 
“Vou 
morrer” 
(100%) 
 
 
 
Ansiedade 
(100%) 
 
Medo 
 (100%) 
 
 
 
“É só 
ansiedade. 
Eu não vou 
morrer por 
causa disso” 
 
 
 
P.A.D. = 50% 
 
Ansiedade: 
60% 
Medo: 40% 
20/11/2017 
35 
Sorria, você conseguiu! 
• Forma de indicar ao cliente que suas 
conquistas devem ser reconhecidas. 
 
• Pacientes com pânico tendem a desqualificar 
as suas realizações. 
 
• Olhar para os progressos. 
Espere o futuro com aceitação 
• Corrige a ideia de que podemos nos livrar da 
ansiedade 
 
• Caráter fundamental da ansiedade 
– Estará presente diante dos desafios, 
preocupações, sobrecarga de tarefas etc. 
– É possível administrá-la. 
20/11/2017 
36 
Exposição Interoceptiva 
 
• Objetivo: fazer o paciente experienciar níveis de 
ansiedade semelhantes aos que experimenta em 
um ataque de pânico. 
 
• Ao sentir ansiedade, o indivíduo terá 
oportunidade de reestruturar cognições 
catastróficas sobre as sensações. 
 
• Ao final da tarefa, nada de terrível terá 
acontecido, fortalecendo a ideia de que as 
sensações não são letais como se imaginava. 
Clark & Beck (2011) 
Rangé & Borba (2008) 
Exercício Sensação física evocada Exemplo de interpretação 
errônea da ameaça 
Hiperventilar por um minuto Falta de ar, sensação de 
sufocação 
“Não posso suportar”. 
Prender a respiração por 30 
segundos 
Falta de ar, sensação de 
sufocação 
 
“Vou sufocar”. 
Respirar por meio de um 
canudo estreito por 2 
minutos 
Falta de ar, sensação de 
sufocação 
 
“Preciso de mais ar, senão irei 
sufocar”. 
Girar em ritmo médio de pé 
por um minuto 
Tontura “Vou desmaiar”. 
Colocar a cabeça entre o 
joelho por 30 segundos e 
levantá-la rapidamente 
Tontura “Vou passar mal”. 
Correr no mesmo lugar por 
um minuto 
Taquicardia “Acho que vou enfartar”. 
Olhar continuamente para a 
luz e depois tentar ler 
Sentimento de irrealidade “Parece que estou 
enlouquecendo”. 
20/11/2017 
37 
Exposições situacionais graduadas 
 
 
• Utilizada para trabalhar evitação agorafóbica 
• Reestruturação cognitiva antes 
• Ir do degrau mais fácil para o mais difícil 
• Passar para o seguinte apenas quando o 
anterior estiver superado 
Clark & Beck (2011) 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
38 
Fatores Ansiogênicos 
• Ansiedade e crenças 
• Ansiedade e falta de assertividade 
• Ansiedade e atividades 
Crenças de Ellis 
• Crença 1 (É absolutamente necessário para mim ser 
amado e aprovado pelas pessoas que me são 
importantes). 
 
• Crença 2 (Para se ter valor, é necessário ser 
competente e bem sucedido em todos os aspectos da 
vida). 
 
• Crença 3 (É terrível e catastrófico quando as coisas não 
acontecem do jeito que a gente quer). 
 
• Crença 7 (É mais fácil evitar do que enfrentar certas 
dificuldades da vida). 
20/11/2017 
39 
Crença n° 1 
 
 É absolutamente necessário para mim ser amado e aprovado pelas pessoas que me são importantes. 
 
 
• É possível que, mesmo que você consiga 100 vezes amor e aprovação em 100 tentativas, 
que na vez seguinte alguém lhe negue isso? 
 
• É possível que, mesmo que você tenha obtido amor e aprovação, isso possa não ser 
suficiente, pois acabarão surgindo preocupações sobre o quanto você foi aprovado(a) e 
amado(a), se ainda o consegue e até quando o conseguirá? 
 
• É possível que, pelos próprios preconceitos ou tendenciosidades do outro, você possa só 
receber indiferença ou reprovação, ao invés daquilo que deseja? 
 
• É possível que o gasto de energia para tentar agradar todas as pessoas faça com que reste 
muito pouca energia para seus outros objetivos na vida? 
 
• É possível que sua busca compulsiva de amor e aprovação acabe gerando um 
comportamento inseguro que conduza mais à perda de aprovação e respeito do que a seu 
ganho? 
 
• É possível que amar alguém, que é uma coisa prazerosas e absorvente, possa ficar inibida 
e impedida de expandir-se pela busca incessante de ser amado(a)? 
 
 (Adaptado de Albert Ellis por Bernard Rangé) 
 
20/11/2017 
40 
Treino Assertivo 
• Expressão direta, honesta e adequada dos 
sentimentos acompanhada de comportamentos 
correspondentes 
• Comportamentos assertivos positivos 
– Elogiar 
– Receber elogios/agradecer elogios 
• Afirmação pessoal 
– Saber dizer não 
– Queixar-se 
– Fazer pedidos 
– Pedir mudanças no comportamento de outros 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
41 
Etapas da comunicação assertiva 
• Identificar o comportamento que incomoda 
 
• Escolher um momento adequado para informá-lo ao 
outro 
 
• Levantar aspectos positivos do outro, sinceramente, 
demonstrando que você o percebe como um todo e 
reconhece seu valor 
 
• Comunicar ao outro o comportamento que gerou 
desagrado 
Rangé & Borba (2008) 
Etapas da comunicação assertiva 
• Falar de seus sentimentos a respeito do ocorrido, 
honestamente, na primeira pessoa. 
 
• Escutar o que o outro tem a dizer a respeito. 
 
• Pedir uma mudança no comportamento do outro 
ou apenas aquilo que se deseja. 
 
• Pedir sugestões ao outro sobre como aquele 
problema pode ser solucionado. 
 
Rangé & Borba (2008) 
20/11/2017 
42 
Curtograma 
Material para Pacientes 
20/11/2017 
43 
Limites da TCC padrão 
• Alguns pacientes podem apresentar progressos 
limitados em relação a um processo terapêutico 
tradicional. 
 
• Desejável o terapeuta cognitivo-comportamental 
ter algum conhecimento em outras abordagens 
de TCCs. 
 
• Sugestão para Transtorno de Pânico: Terapia de 
Aceitação e Comprometimento (ACT) 
Terapia de Aceitação e Comprometimento 
• Psicoterapia comportamental que tem como 
objetivo promover a aceitação dos eventos 
privados como sentimentos, pensamentos, 
memórias e sensações e dos eventos 
externos. 
 
• Parte do princípio que a evitação ou fuga a 
estímulos aversivos limita as ações. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
44 
Terapia de Aceitação e Comprometimento 
• Accept your reaction and be present 
 (Aceite suas reações e esteja presente) 
 
•Choose a valued direction 
 (Escolha uma direção valorosa) 
 
•Take action 
 (Aja) 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Os fundadores 
• Steven C. Hayes é professor do Departamento de Psicologia 
da Universidade de Nevada. 
 
• Kirk D. Strosahl é psicólogo do Centro de Medicina da Família 
de Washington. 
 
• Kelly G. Wilson é professor da Universidade de Mississipi. 
 
Steven Hayes Kirk Strosahl Kelly Wilson 
20/11/2017 
45 
Aplicações para a ACT 
• Transtornos de ansiedade 
– Transtorno de ansiedade generalizada 
– Transtorno de pânico 
– Transtorno de ansiedade social 
• Depressão 
• Transtornos alimentares 
• Abuso de substâncias 
• Casos diversos (abordagem transdiagnóstica) 
Sofrimento Psicológico 
• Não necessariamente é consequência da 
atividade cognitiva ou das emoções e sim da 
maneira como o indivíduo se relaciona e 
responde aos estímulos internos. 
 
• Ao experienciar pensamentos perturbadores 
ou sentimentos desagradáveis ainda se pode 
agir de modo a criar uma vida significativa. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
46 
Exemplo clínico 
 André foi promovido para um cargo com mais 
responsabilidade. O fato de precisar dar conta de 
mais afazeres o faz ficar mais ansioso e temeroso 
de não apresentar um bom resultado para seus 
chefes. Constantemente sente-se ansioso e quer 
livrar-se deste estado emocional. Fica dizendo 
para simesmo “é muito ruim ficar assim, quero 
me sentir tranquilo como era na minha infância e 
adolescência”. Com isso, de tão preocupado que 
fica, acaba não dormindo bem e tendo um 
desempenho ruim no trabalho. 
Exemplo clínico 
 Denise vem se sentindo ansiosa ultimamente. 
Desde que se casou e está com mais 
responsabilidades financeiras vem sentindo 
“sensações estranhas” pelo corpo. Acha que 
vai enfartar e já foi ao pronto socorro diversas 
vezes. Tenta a todo custo não sentir o que 
sente, tenta relaxar ao máximo, mas só o que 
consegue é mais “sensações ruins”. 
20/11/2017 
47 
A crítica à patologização 
• Hayes critica a tendência à medicalização e 
patologização da vida humana. 
 
• Crítica aos rótulos. 
 
• Sintomas muitas vezes ocorrem por estilos de 
vida e acabam sendo entendidos como 
doenças. 
Saban (2011) 
Proposta básica da ACT 
• Aceitação de tudo que está fora do nosso 
controle 
– Mundo interno 
– Mundo externo 
 
• Compromisso de praticar ações que nos 
proporcionem uma vida mais significativa 
– Prática de ações significativas mesmo sem atingir 
resultados específicos 
Saban (2011) 
20/11/2017 
48 
Teoria dos Quadros Relacionais 
• Teoria comportamental funcional e contextual 
sobre a linguagem e cognição humana. 
 
• Diz respeito à relação entre os estímulos 
– Verbais 
– Imagens 
– Escrita 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Relevância clínica da TQR 
• Seres humanos são os únicos capazes de 
adquirir linguagem da forma que fazem. 
 
• Cada aprendizado novo em termos linguísticos 
é adicionado a uma rede relacional. 
 
• Quando aprendemos que um determinado 
objeto significa uma palavra, ocorre essa 
adição. 
20/11/2017 
49 
Relevância clínica da TQR 
• Diversas fontes acrescentam significados a nossos 
repertórios cognitivo-linguísticos 
– Pais 
– Irmãos 
– Amigos 
– Relacionamentos 
– Televisão 
– Internet 
20/11/2017 
50 
Cachorro 
Perigo!!!!! 
20/11/2017 
51 
Relevância clínica da TQR 
• Sem quadros relacionais, seres humanos não 
conseguem funcionar adequadamente. Os 
clínicos precisam lidar com o sistema 
verbal/cognitivo com seus pacientes. 
 
• Alguns dos problemas dos clientes são 
atribuíveis ao desenvolvimento pobre de 
repertórios relacionais. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Relevância clínica da TQR 
 
• Redes relacionais trabalham por adição, não por 
subtração. 
 
• É impossível eliminar um evento cognitivo 
clinicamente relevante. Não existe 
“desaprendizagem”. 
 
• Extinguir comportamentos ou hábitos exige 
novos aprendizados, inibição e flexibilidade. 
 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
52 
Relevância clínica da TQR 
 
• As mesmas propriedades dos quadros 
relacionais que permitem solução efetiva dos 
problemas humanos também contribuem 
para o seguimento rígido de regras e evitação 
experiencial, que são processos poderosos 
para o estreitamento de repertórios. 
 
 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
53 
Relevância clínica da TQR 
 
• A experiência literal da linguagem e a reação à 
linguagem interna do mesmo modo que se 
reagiria frente aos eventos reais, gera e 
amplifica o sofrimento humano em grande 
medida. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Relevância clínica da TQR 
• Do mesmo modo, do ponto de vista 
terapêutico, a linguagem pode ter um papel 
central na melhora do paciente. 
 
• Ao criar conteúdos terapêuticos por meio da 
linguagem, o paciente os acessa facilmente, 
criando repertórios que aumentam sua 
flexibilidade psicológica. 
– Ex.: Urso branco, convidado indesejado. 
20/11/2017 
54 
Modelo de Psicopatologia da ACT 
• Processos comportamentais normais tornam-se 
problemáticos em virtude de situações adversas. 
 
• Papel das crenças e práticas culturais e sociais. 
– Crença de que a felicidade é cotidiana 
– Crença de que não se pode ficar triste 
– Crença de que se estamos tristes, há algo errado e a 
causa deve ser encontrada 
– Crença de que ansiedade é ruim 
– Crença de que raiva é errado 
Saban (2011) 
Modelo de Psicopatologia da ACT 
• A necessidade em eliminar eventos 
encobertos aversivos faz os indivíduos muitas 
vezes desenvolverem repertórios de fuga e 
esquiva, uma vez que julga-se muitas 
sensações como negativas. 
 
• A tentativa de controle dos eventos 
encobertos tende a fracassar, levando ao 
desenvolvimento de transtornos mentais. 
Saban (2011) 
20/11/2017 
55 
Modelo de Psicopatologia da ACT 
 
• O modelo de psicopatologia proposto pela 
ACT é fundamental para se entender as 
intervenções desta abordagem. 
 
• A inflexibilidade psicológica é a essência da 
psicopatologia na ACT. 
Saban (2011) 
Inflexibilidade Psicológica 
• Resultado da ação conjunta de seis processos 
centrais que são entendidos como as bases 
para o sofrimento humano: 
– Evitação experiencial 
– Fusão cognitiva 
– Apego ao eu-conceitualizado 
– Inércia, impulsividade, persistência na esquiva 
– Falta de clareza de valores 
– Domínio do passado e futuro conceitualizados 
 
Pergher & Melo (2014) 
20/11/2017 
56 
Evitação Experiencial 
• Tentativas que o indivíduo faz para evitar ou 
minimizar o contato com as experiências internas 
indesejadas. 
 
• Resposta aos eventos internos da mesma forma 
que reagiria a ameaças reais. 
 
• Batalha contra os próprios eventos internos. 
 
• Esgotamento de recursos para o investimento em 
uma vida significativa. 
Pergher & Melo (2014) 
Fusão Cognitiva 
• Fusão: dois elementos inicialmente independentes 
tornam-se um só. 
 
• Fusão cognitiva: pensamento e realidade se fundem. 
 
• Comportamento do indivíduo pauta-se muito pelos 
seus pensamentos e pouco pela realidade externa. 
 
• Psicopatologia tem menos relação com distorção 
cognitiva e mais com forma de se reagir aos 
pensamentos. 
Pergher & Melo (2014) 
20/11/2017 
57 
Apego ao eu-conceitualizado 
• Self conceitualizado: conteúdo verbal que as pessoas 
utilizam para descrever e definir a si mesmas. 
 
• Pode conter características observáveis e descritivas ou 
julgamentos e avaliações. 
 
• Conjunto de rótulos com os quais as pessoas se 
identificam. 
 
• Necessidade de coerência e previsibilidade. 
 
• Limitação do direcionamento a uma vida significativa. 
Pergher & Melo (2014) 
Inércia, impulsividade, persistência na esquiva 
 
• Uma vida significativa depende não só do que 
o indivíduo deseja, mas também aquilo que 
ele faz. 
 
• Impossibilidade de ação em decorrência da 
esquiva persistente. 
 
• Não comprometimento com o movimento 
para a ação. 
Pergher & Melo (2014) 
20/11/2017 
58 
Falta de Clareza de Valores 
• A psicopatologia na ACT está relacionada à 
não construção de uma vida significativa, que 
é um conceito subjetivo. 
 
• Necessidade de definição de valores gerando 
um senso de propósito. 
 
• Em alguns casos os valores levam a situações 
aversivas, mas com propósito por trás. 
 Pergher & Melo (2014) 
Domínio do Passado e Futuro 
Conceitualizados 
• Ruminação e preocupação. 
 
• Passado e futuro não existem e, por isso, são 
conceitualizados. 
 
• Foco no passado e futuro são excessivos. 
 
• A vida significativa é focada no momento 
presente. 
Pergher & Melo (2014) 
20/11/2017 
59 
Tratamento na ACT 
• Foco principal: levar o indivíduo a aceitar 
eventos internos e externos sem lançar mão 
de esquiva 
– Acontecimentos inevitáveis 
– Pensamentos 
– Sentimentos 
– Memórias 
– Reações do corpo 
Pergher & Melo (2014) 
 
Processos de Inflexibilidade Psicológica 
 
Processo Terapêutico 
Evitação experiencial Aceitação 
Fusão cognitiva Defusão cognitiva 
Apego ao self conceitualizado Self como observador 
Domínio do passado e futuro 
conceitualizados 
Contato com o momento presente 
Inação, impulsividade ou persistência 
evitativa 
Ação comprometida 
Falta de clareza dos valores Definição de direções valorizadas 
20/11/2017 
60 
Aceitação 
• Redução das tentativas de mudar a frequência ou 
controlar pensamentos e sentimentos indesejáveisou 
que trazem sofrimento. 
 
• Conhecimento e aceitação dos pensamentos e 
sentimentos. 
 
• Aceitar não é achar bom. 
 
• Vídeo: Armadilha de dedos chinesa 
• Vídeo: Convidado indesejado 
Pergher & Melo (2014) 
Aceitação 
• Metáfora do tigre faminto: 
– Imagine que você acorda cedo e depara-se em sua 
porta com um lindo filhote de tigre miando. Você o 
traz para dentro. Depois de brincar com ele, você nota 
que ele continua miando. Talvez ele esteja com fome. 
Você o alimenta com um pedaço de carne imaginando 
que é disso que os tigres gostam de comer. Você passa 
a fazer isso todos os dias e o seu tigre cresce dia após 
dia. Ele passa a consumir pedaços de carne cada vez 
maiores. Com o tempo, ao invés de miar para pedir 
comida, ele emite rugidos ferozes. Seu lindo pet agora 
é uma fera selvagem incontrolável que irá cortá-lo ao 
meio se você não fizer o que ele quer. 
Hayes & Smith (2005) 
20/11/2017 
61 
Aceitação 
• Tópicos para se trabalhar com a metáfora do 
tigre faminto: 
– Desconfortos internos são alimentados dia após 
dia. 
– Nós podemos dar força e poder à nossa dor. 
– Evitar a dor “dando mais carne” somente a faz ela 
crescer e parecer incontrolável. 
– Com o tempo ela parece intimidadora e 
assustadoramente forte. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Aceitação 
• Dar-se um tempo (“give yourself a break”) 
– Minhas estratégias de evitação não funcionam 
– Posso ter compaixão por mim mesmo por tentar 
lidar com a dor 
– Posso parar de culpar a mim mesmo por não ser 
capaz de fazer minhas estratégias de evitação 
funcionar 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
62 
Aceitação 
• Jogo da culpa 
– Pede-se ao cliente para escrever exemplos de 
situações em que ele se culpou por algum evento 
negativo. 
– Solicita-se que ele dê uma nota de 0 a 10 de 
quanto esses exemplos serviram para motivá-lo 
ou empoderá-lo dali em diante para que sua vida 
ficasse melhor. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
 
Exemplos de Culpa 
 
Nota do Empoderamento 
Deixei minha filha dormindo sozinha 
enquanto fui comprar o jornal e cigarros. 
Quando voltei, ela estava acordada 
chorando. 
 
4 
Deixei de estudar um assunto que caiu no 
vestibular. Ele caiu na prova e eu errei a 
questão. 
 
5 
20/11/2017 
63 
Aceitação 
• Julgando suas próprias experiências e examinando o que funciona 
 Dia Experiência Interna Luta Sucesso 
Segunda-feira 
(14/09) 
Ansiedade Comi Controlei por 
instantes, mas ela 
voltou 
Quarta-feira (16/09) Raiva Extravasei Sensação melhor no 
momento, mas 
depois veio culpa 
Aceitação 
• O que você está sentindo e pensando agora? 
– Pede-se ao cliente para perceber cuidadosamente 
suas experiências internas e listá-las e descrevê-
las, desde as mais superficiais até as mais 
profundas. 
• Ex.: Neste momento estou percebendo que estou 
levemente ansioso e que estou pensando que talvez 
esse assunto seja complexo demais. Além disso, estou 
cansado e pensando que terei que trabalhar duro na 
segunda-feira... 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
64 
Aceitação 
• Diálogo interior de aceitação 
– Não gosto desse sentimento, mas tenho espaço 
para ele. 
– É desagradável, mas posso aceitar. 
– Não gosto disso, nem aprovo isso, mas neste exato 
momento eu aceito isso. 
– Estou tendo o sentimento de que... 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Aceitação 
• Visualização da aceitação: 
– Faça um rastreamento pelo corpo 
– Escolha a sensação que mais lhe incomoda 
– Observe-a como um cientista curioso 
– Visualize-a como um objeto 
• Qual o seu tamanho e forma? 
• É sólido, líquido, gasoso? 
• É transparente ou opaco? 
• Tem cor? Ela varia? 
• Qual a temperatura? 
• Qual o peso e a textura? 
• Faz algum barulho? Movimenta-se? 
– Respire lenta e profundamente, deixe o ar criar um espaço 
para este objeto. Deixe que ele fique onde está. Não 
precisa gostar dele, apenas deixe-o ficar. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
65 
Aceitação 
• Carregando o peso de outra forma 
Desfusão Cognitiva 
• Para a ACT, não importa se um pensamento é 
verdadeiro ou falso, o mais relevante é a sua utilidade. 
 
• Caso seja útil, vale a pena prestar atenção, caso 
contrário, não vale. 
 
• Pensamentos são só palavras e muitas vezes “servem” 
apenas para humilhar, acusar e desincentivar. 
 
• Modificação da forma como o indivíduo se relaciona 
com seus pensamentos. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
66 
Desfusão Cognitiva 
• Pensamentos críticos, insultos, julgamentos e 
autodepreciação apenas têm como efeito 
diminuir a motivação. 
– É um pensamento antigo? 
– Vou obter algo útil com este pensamento? 
– Este pensamento me ajuda a agir de modo eficaz 
para melhorar a minha vida? 
– O que eu ganharia “embarcando” neste 
pensamento? 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Harris (2011) 
Desfusão Cognitiva 
• Perguntas úteis para distinguir entre um 
pensamento útil de um inútil: 
– Ele me ajuda a ser a pessoa que quero ser? 
– Ele me ajuda a construir relacionamentos que eu 
gostaria de ter? 
– Ele me ajuda a estar ligado àquilo que eu 
realmente valorizo? 
– Ele me ajuda, no longo prazo, a ter uma vida mais 
significativa e plena? 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
67 
Desfusão Cognitiva 
• Pensamentos são apenas histórias e crenças 
são mutáveis. 
 
• Inflexibilizar crenças dificulta a mudança. 
 
• Diferenciar o que realmente acontece ao 
invés de acreditar automaticamente no que a 
mente diz. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Desfusão Cognitiva 
• A mente nunca para “de pensar”, ou seja, de contar 
histórias 
– Comparações 
– Planejamento 
– Fantasias 
– Críticas 
– Avaliações 
– Pontuações 
– Comentários 
 
• A mente muitas vezes “se comporta” como uma 
criança em busca de atenção. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
68 
Desfusão Cognitiva 
• Dando um nome à mente 
 
– Esta estratégia consiste em dar um nome à sua 
mente. 
– Quando um pensamento surgir, entenda que a sua 
mente está querendo lhe dizer algo, mas que não 
precisa ser necessariamente considerado. Sua 
mente pode lhe dizer coisas sem importância. 
Desfusão Cognitiva 
• Estou tendo o pensamento de que... 
– Em vez de levar o pensamento 100% a sério, 
encarando-o como um retrato fiel da realidade, 
podemos acrescentar “estou tendo o pensamento 
de que” antes dele. Isso promove distanciamento 
entre o que só uma atividade cognitiva e o que é 
real. 
– Exemplo: “estou tendo o pensamento de que não 
sou um cara legal”. 
20/11/2017 
69 
Desfusão Cognitiva 
• Colocando o pensamento em perspectiva 
– Lembre de um pensamento que lhe aborreça. 
• Ex.: sou incompetente 
– Mantenha-o na mente por alguns instantes. 
– Repare em como ele lhe afeta. 
– Mentalize o pensamento “eu sou uma maçã” 
– Mantenha-o na mente e verifique como ele lhe 
afeta. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Desfusão Cognitiva 
• Exercício das vozes ridículas: 
– Escolha um pensamento que lhe aborrece ou 
incomoda. Concentre-se nele por dez segundos 
acreditando nele o máximo possível. Perceba o 
quanto ele incomoda. 
– Escolha um personagem com voz peculiar e 
engraçada (ex. Pato Donald). Relembre o 
pensamento na voz desse personagem. Repita o 
exercício várias vezes. 
 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
70 
Desfusão Cognitiva 
• Musicalizando um pensamento: 
–O que parabéns para você e jingle bells 
têm a ver com desfusão cognitiva? 
Sou incompetente, sou 
incompetente, sou incompetente, 
soooou incompetente! 
20/11/2017 
71 
Desfusão Cognitiva 
• Dando nome à história: 
– Pensamentos podem ser encarados como uma 
história e podem receber um nome 
correspondente. 
 
– Exemplo: ao ter o pensamento “sou um idiota”. 
Podemos pensar: “ah sim, lá vem a história do sou 
um idiota, conheço essa”. 
Desfusão Cognitiva 
• Exercício da pluma e do cacto da escolha 
– Uma pluma sobre a nossa mão machuca? 
– E um cacto? Incomoda ou machuca? 
20/11/2017 
72 
Estratégia para considerarou não a desfusão 
(ou levar a sério ou não um pensamento) 
• Ele me ajuda a ser a pessoa que eu quero ser? 
 
• Ele me ajuda a construir os relacionamentos que eu 
gostaria de ter? 
 
• Ele me ajuda a estar ligado àquilo que realmente 
valorizo? 
 
• Ele me ajuda, no longo prazo, a ter uma vida mais rica, 
plena e significativa? 
Harris (2011) 
Self como observador 
• Segundo a ACT, podem ser distinguidas partes do eu: 
– Eu pensante 
• Parte que pensa, julga, visualiza, analisa, recorda, devaneia 
e fantasia 
 
– Eu observador 
• Perceptivo, foca a atenção, consciente. Pode prestar 
atenção ao pensamento, mas não produzir um 
pensamento. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
73 
Self como observador 
• Pensamento x Observação 
– Procure, por um minuto, observar o que sua 
mente produz. Fique alerta a todos os 
pensamento e imagens. 
– Caso não apareça nada, fique esperando até que 
apareça algo. 
– Observe atentamente esse pensamento. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Self como observador 
• Eu pensante como estação de rádio sempre 
ligada ao fundo. 
 
• Eu observador pode ouvir ou não a rádio de 
forma atenta, acreditando ou não no que está 
“tocando”. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
74 
Self como observador 
Metáfora do Xadrez 
– Imagine um tabuleiro de xadrez que se expande por todas 
as direções. Diferentes peças começam a entrar. Algumas 
são brancas, outras pretas. Elas separam-se em diferentes 
times em lugares diferentes do tabuleiro. 
– Imagine que cada peça represente uma emoção, cognição, 
memória ou sensação diferente. Algumas são agradáveis 
como alegria e prazer e outras representam suas dores, 
medos e falhas. 
– Imagine que as peças começam uma sangrenta batalha. Na 
perspectiva delas, elas devem ganhar a luta porque as 
outras peças são ameaçadoras para a vida. 
– Há necessidade de ter ganhadores? Você precisa estar na 
batalha? É preciso ficar lutando? 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
Metáfora do Xadrez 
• Mas e se você estiver na batalha? Como será 
para você? 
 
• Você verá todas as peças ao “nível do 
tabuleiro”. 
 
• Ver todas as peças neste nível, lhe deixará 
mais consciente de todas as peças e não 
somente a algumas específicas. 
 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
75 
Autocompaixão e Gentileza 
• Nosso eu atual só é o que é por conta de um 
processo que envolve um eu do passado. 
 
• Podemos ser gentis e compassivos com esse eu. 
 
• Muitas vezes eu “eu crítico” se manifesta em 
situações de avaliação. 
 
• Exercício de autocompaixão com a nossa criança. 
Contato com o momento presente 
 
• Facilitação do processo do momento presente 
na relação terapêutica 
– “Indo mais devagar” 
 
• Desenvolvimento de flexibilidade atencional. 
 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
76 
Contato com o momento presente 
• Objetivo: busca da visualização de 
acontecimentos pessoais sem atribuição de juízo 
de valor 
 
• Mindfulness 
– Consciência das experiências internas e externas sem 
responder a elas. 
– Uso dos sentidos. 
– Consciência não julgadora das experiências. 
– Atenção plena. 
Pergher & Melo (2014) 
Mindfulness 
• Um estado de consciência sincera, de momento a 
momento, não julgadora. 
 
• Envolve prestar atenção no momento presente, a 
tudo que surge interna e externamente, sem se 
apegar a desejos de que as coisas sejam 
diferentes. 
 
• Percepção consciente de experiências internas 
sem tentar valorizar ou banir nada. 
Roemer & Orsillo (2010) 
20/11/2017 
77 
Mindfulness 
• O mindfulness é uma habilidade que nos 
permite ser menos reativos ao que está 
acontecendo no momento. Ele é uma forma 
de nos relacionarmos com toda experiência – 
positiva, negativa ou neutra – a fim de que 
nosso sofrimento global diminua e nossa 
sensação de bem-estar aumente. 
(Germer, 2015) 
 
Situação 1 
 Você está na sua pausa para almoço. Coloca a 
comida no prato. Ao comer, divaga tanto em 
seus pensamentos que mal sente o gosto da 
comida. Daqui a pouco não se lembra mais do 
que comeu. Foi um “almoço automático”. 
Você mastigou depressa porque tinha pouco 
tempo e fica com desconforto gástrico mais 
tarde. 
20/11/2017 
78 
Situação 2 
 Você vai ao cinema assistir a um filme. Perde-
se nele várias vezes, perdendo vários detalhes. 
Quando atenta-se para o fato de estar no 
cinema novamente, não entende o que está 
acontecendo no filme e acaba tendo que 
perguntar para a sua companhia a respeito. 
Situação 3 
 Você está atendendo um paciente. No meio 
de sua fala, você se perde em pensamentos e 
conjecturas. O som de sua voz continua, mas 
você pouco absorve. O paciente se perde em 
sua própria fala e pergunta para você sobre o 
que eles estava falando. Você não sabe 
também... 
20/11/2017 
79 
Situação 4 
 Você está lendo um livro. Ao ler, vários 
pensamentos e sensações percorrem o seu 
corpo. Você se perde nessas sensações 
internas e, por isso, perde-se na leitura 
também. Com desânimo, acaba fechando o 
livro. 
20/11/2017 
80 
 O que é Mindfulness? 
• Forma enganosamente simples de se 
relacionar com a experiência. 
 
• Significa ser capaz de levar uma percepção 
consciente, franca e direta ao que você estiver 
fazendo: ser capaz de se sintonizar com o que 
está acontecendo na sua mente e no seu 
corpo, bem como no mundo exterior, a cada 
momento. 
Germer (2016) 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
Mindfulness envolve dois componentes: 
 
1. Autorregulação da atenção, de modo que ela seja mantida na experiência imediata. 
 
1. Adotar uma orientação particular que seja caracterizada por curiosidade, abertura e 
aceitação. 
 
Bishop et al (2004) 
20/11/2017 
81 
Mindfulness e Sofrimento 
• Todos os pacientes procuram buscar, na terapia, 
alívio para o sofrimento. 
 
• Vida inclui dor? 
 
• Precisamos reagir a essa dor? 
 
• Mindfulness envolve ser menos reativo ao que 
acontece no momento. 
 
 
Germer (2016) 
Vinheta Clínica 
• João tem pensamentos desagradáveis 
constantes sobre vários temas, que incluem 
doença e morte. Para ele, é preciso se 
certificar que está bem todo o tempo e não se 
permite sentir nenhuma sensação 
considerada ruim nem ter um pensamento 
perturbador. Faz escaneamentos internos com 
o objetivo de monitorar pensamentos e 
sentimentos não agradáveis. 
20/11/2017 
82 
Mindfulness e vida moderna 
• Pressões constantes com metas e prazos. 
 
• Horários reduzidos para alimentação, descanso 
e lazer. 
 
• Expectativas constantes sobre sucesso. 
 
• Culto à rapidez. 
Mindfulness e a necessidade de reagir 
• Seres humanos são reativos a estímulos. 
 
• Podemos reagir: 
– à dor 
– ao frio 
– ao calor 
– à fome 
– à sede 
– aos sentimentos 
– aos pensamentos 
– aos acontecimentos 
20/11/2017 
83 
Mindfulness e aceitação 
• Aceitação: capacidade de permitir que a nossa 
experiência (prazerosa e dolorosa) seja 
exatamente como é no momento presente. 
 
• Mindfulness é estar aberto à experiência com 
aceitação. 
Germer (2016) 
Mindfulness e o Cérebro 
• Durante a prática de mindfulness, uma série 
de mudanças ocorrem no cérebro 
– Córtex cingulado anterior 
• Regulação da atenção 
 
– Ínsula 
• Consciência corporal 
 
– Córtex pré-frontal 
• Regulação emocional 
Cifre & Soler (2016) 
20/11/2017 
84 
 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
• Foco no trabalho do pensamento excessivo, 
ruminação, preocupação e tendência à 
evitação/supressão/afastamento de aspectos 
indesejáveis. 
 
• Prática diária da atenção plena 
– Despertar 
– Menos foco na ruminação 
– Menos foco nas preocupações 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
20/11/2017 
85 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
• Reações às sensações desagradáveis podem 
transformar um estado emocional breve em 
insatisfação persistente. 
 
• DOR  SOFRIMENTO 
 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
 
• Três estágios básicos: 
– Surge a infelicidade.– A infelicidade faz vir à tona pensamentos, 
sentimentos, memórias que trazem mais infelicidade. 
 
– Tentativas de lidar com a infelicidade de formas que 
tornam as coisas piores. 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
20/11/2017 
86 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
 
• Três estágios básicos: 
– Surge a infelicidade. 
 
– A infelicidade faz vir à tona pensamentos, 
sentimentos, memórias que trazem mais infelicidade. 
 
– Tentativas de lidar com a infelicidade de formas que 
tornam as coisas piores. 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
• Modos mentais 
– A mente humana funciona de modo semelhante a 
“marchas de carro”, de maneira que só pode 
funcionar com um modo de cada vez. 
 
– Modo fazer x modo ser 
 
– Podemos mudar o modo e desenvolver essa 
capacidade de mudança. 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
20/11/2017 
87 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
• Modo fazer 
– Automático 
– Trabalho por meio do pensamento 
– Concentração no passado e no futuro 
– Evitação das experiências desagradáveis 
– Requer que as coisas sejam feitas 
– Considera pensamentos e ideias como reais 
– Considera o que precisa ser feito, desconsiderando 
efeitos secundários indesejados (ex.: ser grosseiro 
com os outros). 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
• Modo ser 
– Percepção consciente e escolha 
– Sentir diretamente a experiência 
– Estar plenamente no momento presente 
– Abordar as experiências desagradáveis com interesse 
– Deixar que as coisas sejam como são 
– Ver os pensamentos como eventos mentais 
– Sensibilidade para necessidades mais amplas 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
20/11/2017 
88 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
• A prática diária da atenção plena possibilita o 
cultivo do estar presente na vida, melhorando a 
qualidade de vida. 
 
• Possibilita também a identificação e abandono das 
reações automáticas e habituais aos eventos do 
cotidiano. 
 
• Cultivo da clareza, do discernimento e da 
compreensão. 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness 
 
• A TCBM ajuda na identificação dos sete sinais do fazer 
compulsivo e no cultivo da atenção plena. 
 
• Podemos conhecer o nosso modo mental momento a 
momento, evitando entrar no modo “fazer compulsivo”. 
 
 
 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
20/11/2017 
89 
Práticas de Mindfulness 
• Exercícios com respiração 
– ex.: one moment meditation 
 
• Exercício da uva passa 
 
• Varredura corporal 
 
• Prática com objetos 
 
• Prática com sons 
 
• Alongamento consciente 
 
• Práticas com atividades do cotidiano 
 
• Dica de aplicativo: Zenify. 
 
• Importância da prática diária 
Pedulla (2016) 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
Kabat-Zinn (2013) 
 
 
Exercício da uva passa 
• Trabalho com os sentidos 
– Visão 
– Tato 
– Olfato 
– Paladar 
 
• Percepção mais clara da experiência sensorial 
 
• Maior abertura 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
20/11/2017 
90 
Varredura corporal (body scan) 
• Aumento da consciência corporal. 
 
• Percepção das sensações provocadas pelo 
corpo. 
 
• Trabalho com aceitação das experiências 
provocadas pelo corpo. 
Teasdale, Williams & Segal (2016) 
Kabat-Zinn (2013) 
20/11/2017 
91 
Agenda de experiências agradáveis 
Qual foi a 
experiência? 
Que sensações 
você sentiu no 
seu corpo, com 
detalhes? 
Que disposições 
de ânimo ou 
sentimentos 
você notou? 
Que 
pensamentos 
passaram pela 
sua mente? 
Que 
pensamentos 
estão na sua 
mente agora 
enquanto você 
escreve? 
Ação Comprometida 
 
• Ação comprometida é uma ação baseada em 
valores. 
 
• Manter comprometimento significa, momento 
a momento, se comportar consistentemente 
de acordo com valores como parte de um 
padrão de ação expandido. 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
92 
Ação Comprometida 
• Identificação de dificuldades do indivíduo em 
alcançar suas metas já estabelecidas. 
 
• Oferecimento de ferramentas para 
modificação dos padrões disfuncionais. 
 
• Trabalho em relação às evitações. 
Pergher & Melo (2014) 
Ação Comprometida 
• Escolha e comprometimento 
– A ação comprometida é uma escolha de 
comportamento em um determinado momento 
– Importante o terapeuta não julgar as escolhas do 
paciente 
– Metáfora do jardim 
Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 
20/11/2017 
93 
Definição de direções valorizadas 
• Identificação e construção dos valores 
 
• Diferenciação entre valores e metas 
 
• Viver de acordo com valores é viver de acordo 
com o que se valoriza 
 
 
Pergher & Melo (2014) 
Definição de direções valorizadas 
Pergunta essencial: 
Quem é a pessoa que você quer ser? 
20/11/2017 
94 
1. Casamento/casal/ relações íntimas 
2. Parentalidade 
3. Relações familiares 
4. Amizades/ relações sociais 
5. Carreira/emprego 
6. Educação/ formação/ crescimento e desenvolvimento pessoal 
7. Recreação/ lazer 
8. Espiritualidade 
9. Cidadania 
10. Saúde e bem-estar físico 
Manutenção 
da vida/ 
sobrevivência 
Emoções 
(não são controláveis) 
Córtex motor 
Emissão de comportamentos 
Córtex pré-frontal 
Planejamento, execução, 
tomada de decisões, 
controle da impulsividade 
Essencial para o comprometimento com os valores 
ACT e o modelo triádico do cérebro 
20/11/2017 
95 
Exemplo Clínico 
• Diana, 38 anos é diagnosticada com transtorno de 
pânico e hipertensão arterial. Como medidas 
importantes para sua saúde segundo recomendações 
médicas, ela deveria: 
 1. Limitar ou preferencialmente cortar o sal 
 2. Fazer alguma atividade física 
 3. Evitar fumo e bebidas alcoólicas 
 
 Diana sente-se muito mal segundo seu relato. Fica 
ansiosa quase o dia inteiro e acaba recorrendo ao fumo 
para se acalmar. 
Exemplo Clínico 
• Sua situação em casa não é das melhores. Sua 
irmã sofre com esquizofrenia e a mãe tem 
transtorno bipolar. Diana faz o papel constante de 
“apartar” a briga das duas, que discutem quase 
todos os dias. 
 
• Além disso, tem uma demanda constante no 
trabalho (em banco), o que a deixa mais ansiosa. 
 
• Seu escape é a comida, o cigarro e a bebida. 
20/11/2017 
96 
Exemplo Clínico 
• Valores de Diana: 
– “Quero ser uma pessoa com boa saúde”. 
– “Não quero enlouquecer por causa da minha família”. 
 
• Para colocar esses valores em prática, o que você deve 
fazer? 
– Me cuidar, buscar mais ajuda para minha família, trocar de 
emprego, ter paz! 
 
• E isso envolve o que? 
– Seguir as recomendações do médico 
– Procurar um bom psiquiatra para minha mãe e irmã 
– Buscar ajuda financeira do pai 
– Procurar outros lugares para trabalhar 
Exemplo Clínico 
• Importante: Diana precisou saber que ela 
tinha uma escolha, que ela era livre para 
decidir qual seria a sua direção, sem que 
ninguém (médico, psicólogo ou familiares) 
dissesse o que deveria ser feito. O que ela 
deve fazer precisa estar condicionado ao seu 
querer. Isso precisou fazer sentido para ela 
colocar em prática as ações compromissadas 
com seus valores. 
20/11/2017 
97 
Exemplo Clínico 
• Ao perceber quais eram os seus valores e o 
que precisaria fazer para ir rumo a uma vida 
significativa, Diana precisou colocar em 
prática os processos de conscientização e 
aceitação (aceitação, desfusão e eu como 
contexto). 
Passageiros Indesejáveis de Diana 
 
20/11/2017 
98 
 
Área de importância 
 
Saúde 
 
Família 
Como eu quero ser nesta 
área? 
1. Estar bem fisicamente 
2. Bem disposta 
1. Amorosa 
2. Acolhedora 
Coisas que posso fazer: 1. Evitar sal 
2. Fazer caminhadas 
3. Fazer exercícios da 
terapia 
1. Procurar psiquiatra 
2. Dar abraços 
3. Buscar ajuda financeira 
com pai 
Quais são os possíveis 
obstáculos? 
1. Frustração 
2. Desejo por comida e cigarro 
3. Cansaço 
1. Pai virar as costas 
2. Irritação 
3. Não achar um bom médico 
O que posso fazer para 
trabalhar com eles rumo à 
minha vida significativa: 
1. Aceitação2. Desfusão 
3. Atenção plena 
1. Aceitação 
2. Desfusão 
 
Exercícios: 
1. Armadilha de dedos 
2. Dar nome à história 
3. Meditação por um 
instante 
1. Convidado indesejado 
2. Cacto da escolha 
Tabela dos Valores 
20/11/2017 
99 
 
Para finalizar: 
• A mente é como um tigre não domado. O exercício da 
ACT é doma-lo para que ele não nos dirija para o 
precipício. 
 
• Frear a mente ao se distanciar dela. 
 
• Aceitar que temos fenômenos internos que foram 
adicionados à nossa rede linguística ao longo de nossas 
vidas. 
 
• Identificar os valores e comportar-se de forma 
comprometida, rumo à vida significativa. 
20/11/2017 
100 
• Tenho vários pensamentos e sentimentos. 
 
• Eles são incontroláveis. 
 
• Relacionar-me com eles de outro modo significa 
 
• Aceita-los e distanciar-me deles. 
 
• Para ir rumo à vida significativa, 
 
• Irei comprometer-me com meus valores 
 
• Abraçando o meu “eu” gentilmente, compassivamente. 
Referências Bibliográficas 
• American Psychiatric Association (2013). Manual Diagnóstico e Estatístico 
de Transtornos Mentais. Quinta edição. Porto Alegre: Artmed. 
• Clark, D.A., & Beck, A.T. (2011). Terapia Cognitiva para os Transtornos de 
Ansiedade. Porto Alegre: Artmed. 
• Rangé, B.P., & Borba, A.G. (2008). Vencendo o Pânico: terapia integrativa 
para quem sofre e para quem trata o transtorno de pânico e a agorafobia. 
Rio de Janeiro: Cognitiva 
• Leahy, R. (2011). Livre de Ansiedade. Porto Alegre: Artmed 
• Beck, A.T., Emery, G., & Greenberg, R.L. (1985). Anxiety Disorders and 
Phobias: a cognitive perspective. New York: Basic Books. 
• Nardi, A.E., & Valença, A.M. (2005). Transtorno de Pânico: diagnóstico e 
tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 
• Barlow, D.H.; Cerny, J.A. (1999). Tratamento Psicológico do Pânico. Porto 
Alegre: Artmed. 
• Hayes, S.C., Strosahl, K.D., & Wilson, K.G. (2012). Acceptance and 
Commitment Therapy 2nd Edition. New York: Guilford. 
• Saban, M.T. (2011). Introdução à Terapia de Aceitação e Compromisso. 
Santo André: ESETec.

Continue navegando