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20/11/2017 1 Transtorno de Pânico e Agorafobia Heitor P. Hirata Psicólogo (UFRJ) – CRP 05/37196 Especialista em Psicologia Clínica (CFP) Mestre e Doutorando em Psicologia (UFRJ) Terapeuta Cognitivo Certificado (FBTC) Membro da Association for Contextual Behavioral Science (ACBS) A ansiedade é adaptativa? Quando torna-se um problema? 20/11/2017 2 Etimologia da palavra Ansiedade • Do indo-germânico: angh – estreitamento, constrição • Grego: anshein – estrangular, sufocar, oprimir • Latim: angustus – desconforto angor – opressão angere – causar grande constrição, sofrimento, pânico Conceito de Ansiedade • “Estado de humor caracterizado por apreensão e sintomas somáticos de tensão, em que um indivíduo antecipa um iminente perigo, catástrofe ou infortúnio”. • “a futura ameaça pode ser real ou imaginada” • “o corpo geralmente se mobiliza para enfrentar a ameaça” APA (2010) 20/11/2017 3 Conceito de Ansiedade • “Sintomas de ansiedade são a manifestação de mecanismos de defesa que são dirigidos por processo cognitivos”. • “Um dos efeitos paradoxos da ansiedade aguda é que a pessoa parece trazer sempre à tona aquilo que mais teme”. Beck, Emery & Greenberg (1985) Por que ficamos ansiosos? • Luta ou fuga • Sinalização do cérebro para o coração bombear mais sangue para os músculos • Liberação de adrenalina e cortisol • Menos sangue para áreas periféricas e áreas abdominais Bear, Connors & Paradiso (2002) http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/arquivo-chc-2011/228/por-que-suamos-frio-quando-sentimos-medo/image 20/11/2017 4 Sintomas Fisiológicos • Aumento da frequência cardíaca • Respiração ofegante/sensação de sufocação • Dor ou pressão no peito • Tensão muscular • Aumento da sudorese • Tremores • Náuseas • Formigamentos • Boca seca • “Frio na barriga” Clark & Beck (2011) Sintomas Cognitivos • Medo de perder o controle • Medo da morte • Medo de enlouquecer • Medo da avaliação negativa por parte de outros • Pensamentos sobre lembranças traumáticas • Percepções de irrealidade • Baixa concentração, distração • Hipervigilância para ameaça • Memória deficiente • Dificuldade de raciocínio • Engajamento em preocupações Clark & Beck (2011) 20/11/2017 5 Sintomas Comportamentais • Evitação • Fuga, esquiva • Busca por reasseguramento • Inquietação, agitação • Hiperventilação • Congelamento • Dificuldades para falar • Busca por sinais negativos Clark & Beck (2011) Sintomas Afetivos • Nervosismo • Tensão • Excitação • Medo/temor/terror • Irritação • Inquietação • Impaciência • Frustração Clark & Beck (2011) 20/11/2017 6 O medo desadaptativo • Interpretações errôneas em relação a situações não ameaçadoras ou neutras. • Reações exageradas frente a estímulos que não oferecem risco. Clark & Beck (2011) Medo e Ansiedade na perspectiva Cognitiva • Medo: avaliação cognitiva do perigo • Ansiedade: estado emocional que deriva do medo. • Respostas cognitivas, afetivas, fisiológicas e comportamentais ocorrem no indivíduo quando este se depara com uma ameaça. Clark & Beck (2011) Beck, Emery & Greenberg (1985) 20/11/2017 7 Beck (1976) Beck (2004) Clark & Beck (2011) Ansiedade Anormal • Cognição disfuncional (crenças) • Funcionamento prejudicado (comportamentos) • Manutenção (demora a procurar ajuda) • Alarmes falsos (reação a nada) • Hipersensibilidade a estímulo (medo do inofensivo) Clark & Beck (2011) 20/11/2017 8 Transtornos de Ansiedade • Transtorno de pânico • Agorafobia • Transtorno de ansiedade social • Transtorno de ansiedade generalizada • Fobias específicas • Transtorno de ansiedade de separação (DSM-5) • Mutismo seletivo (DSM-5) • Transtorno obsessivo-compulsivo (DSM-IV) • Transtorno de estresse pós-traumático (DSM-IV) • Transtorno de estresse agudo (DSM-IV) Prevalência dos Transtornos de Ansiedade • 25 a 30% das pessoas tem pelo menos um deles ao longo da vida. • Os mais prevalentes são fobia social e as fobias específicas. • As mulheres são mais acometidas que os homens em quase todos os transtornos. APA (2002) 2 1 20/11/2017 9 Comorbidades • Depressão • Abuso de substâncias • Mais de um transtorno de ansiedade juntos APA (2002) Genética e Transtornos de Ansiedade • Investigar se há presença em parentes de primeiro grau e/ou irmãos gêmeos • Pânico: 13% PPG|31% GI • TAG: 10% PPG | 20% G • Fobias Específicas: 30% PPG | 30% G • Fobia Social: 20% PPG | 30% G • TOC: 7% PPG Plomin et al (2011) 20/11/2017 10 Neurobiologia, TCC e Ansiedade LeDoux (2001) Clark & Beck (2010) 2010 20/11/2017 11 Engrenagem dos obstáculos em transtornos de ansiedade Intolerância à Incerteza Baixa Auto- Estima Evitação de Afeto Butler, Fennell & Hackmann (2008) 20/11/2017 12 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O Modelo Cognitivo da Ansiedade Clark & Beck (2011) 20/11/2017 13 Hipóteses do Modelo Cognitivo da Ansiedade • Viés atencional para ameaça • Processamento atencional de segurança diminuído • Erros cognitivos baseados na ameaça • Interpretação negativa da ansiedade • Cognições de ameaça específicas do transtorno elevadas Clark & Beck (2011) Hipóteses do Modelo Cognitivo da Ansiedade • Estratégias defensivas ineficazes • Elaboração da ameaça facilitada • Elaboração de segurança inibida • Estratégias cognitivas compensatórias prejudiciais • Vulnerabilidade pessoal elevada • Crenças relacionadas à ameaça resistentes Clark & Beck (2011) 20/11/2017 14 Avaliação da Ansiedade • ADIS-IV • MINI • Inventário Beck de Ansiedade (BAI) • Escala Hamilton de Ansiedade • Y-BOCS, SPAI, FNE, PSWQ, Clinician Administered PTSD Scale, IES (escala de impacto de eventos), questionário de crenças de pânico, Índice de sensibilidade à ansiedade etc. Três Aspectos da Avaliação da Ansiedade Clark & Beck (2011) 20/11/2017 15 Análise Situacional • Situações ou gatilhos da ansiedade • Intensidade da ansiedade (continuum) • Frequência e duração da exposição à situação geradora de ansiedade • Presença de respostas de fuga ou evitação • Sinais evocativos específicos Clark & Beck (2011) Data/Hora Situação Intensidade da Ansiedade Sintomas ansiosos primários Pensamentos ansiosos imediatos Resposta imediata ao sentir-se ansioso 20/10/2011 18:35 Estava preso no trânsito. Muitos carros buzinavam. 90% Taquicardia Sudorese Tremores “Vou passar mal aqui e não poderei ser socorrido” Tomar água 22/10/2011 Dentro do metrô. 80% Taquicardia Respiração ofegante “Vou ter um ataque cardíaco” Ir para perto das portas Formulário de Análise Situacional 20/11/2017 16 Psicoeducação e Ansiedade • Etapa fundamental do tratamento • Informações sobre ansiedade e o transtorno • “Psicologia do medo e da ansiedade” • Modelo cognitivo da ansiedade e do transtorno específico Definição de Ataque de Pânico • Reação de medo súbita, incontrolável que pode envolver terror, confusão e comportamento irracional, precipitada por uma ameaça percebida. • Ocorrências intermitentes de medo ou desconforto intenso de início súbito (espontâneo) que são acompanhadas pelo surgimento de hiperexcitação fisiológica. APA (2010) Clark & Beck (2012) 20/11/2017 17 Critérios Diagnósticos – Ataque de Pânico Pelo menos 4 dos seguintes sintomas de forma espontânea, alcançando um pico em 10 minutos: APA (2002) www.psicomedica.cl Critérios Diagnósticos – Ataque de Pânico APA (2002) www.psicomedica.cl 20/11/2017 18 Critérios Diagnósticos – Transtorno de Pânico • Ataques de pânico recorrentes e inesperados • Pelo menos um dos ataques foi seguido, pelo período mínimo de um mês, de: • 1. Preocupação persistente acerca de ter novosataques • 2. Preocupação sobre as implicações do ataque • 3. Alteração comportamental significativa APA (2013) Ágora • Centro cívico de Atenas. Era local de reuniões, debates e discussões. Local das multidões. • Vários gregos tinham medo (phobos) de discutir na Ágora. Daí o nome agorafobia. 20/11/2017 19 • Ansiedade frente a situações em que o indivíduo está em lugares de difícil saída ou onde o auxílio pode não estar disponível caso ele tenha um ataque de pânico ou passe mal. • Angústia em lugares públicos tumultuados de difícil escapatória. Agorafobia APA (2013) Rangé & Borba (2008) Agorafobia • Medo ou ansiedade desproporcional e marcantes em ao menos duas das situações seguintes (ao menos 6 meses): – Uso de transporte público – Permanência em áreas abertas – Permanência em locais fechados – Filas ou multidões – Sair de casa sozinho(a) • Evitação (difícil escapatória). • Prejuízo clinicamente significativo. APA (2013) 20/11/2017 20 Prevalência do Transtorno de Pânico • 1,5% na população geral • Ao longo da vida, cerca de 4% • As mulheres são duas vezes mais acometidas do que os homens • Geralmente ocorre em adultos jovens (entre 18 e 35 anos de idade) APA (2013) Rangé & Borba (2008) Fatores de Vulnerabilidade Craske & Barlow (2009) 20/11/2017 21 Exames Médicos • Muito importantes para se descartar a possibilidade de alguma base médica para os sintomas de ansiedade. • Algumas condições médicas costumam apresentar sintomas de ansiedade. Comorbidades • Outro transtorno de ansiedade • Depressão • Abuso de substâncias • Transtorno de personalidade dependente • Transtorno de personalidade esquiva • Transtorno de personalidade obsessivo- compulsivo Nascimento & Nardi (2005) 20/11/2017 22 Prejuízos no Transtorno de Pânico Transtorno de Pânico Vida pessoal Vida profissional Autoestima Vida acadêmica Comportamentos de Segurança • Muito comuns nos transtornos de ansiedade, em especial no pânico • Companhia de pessoas • Garrafa d’água • Amuletos • Buscar reasseguramento Leahy (2011) 20/11/2017 23 Livro de Regras do Transtorno de Pânico 1. Enfoque quaisquer situações que não pareçam “normais”. 2. Interprete essas sensações como sinal de uma catástrofe que esteja prestes a acontecer. 3. Anteveja qualquer situação em que você possa ter essas sensações. 4. Evite essas situações se puder. 5. Caso não possa, faça algo para se sentir seguro. 6. Caso sobreviva à situação, atribua a sobrevivência aos comportamentos de segurança; Leahy (2011) Modelo de Etiologia do Transtorno de Pânico Barlow (1988) 20/11/2017 24 Modelo Cognitivo do Transtorno de Pânico Estímulos (internos ou externos) Apreensão Sensações Corporais Interpretação de sensações como catastróficas Clark (1986) Algumas Distorções Cognitivas Catastrofização Raciocínio emocional Inferência arbitrária Previsão do futuro Generalização Clark & Beck (2011) 20/11/2017 25 Filmes sobre Transtorno de Pânico Tratamento para TPAG • Psicoeducação sobre fisiologia do medo e da ansiedade • Psicoeducação sobre o modelo cognitivo-comportamental do pânico • Psicoeducação sobre a TCC • Empirismo colaborativo • Estratégia A.C.A.L.M.E.-S.E. • Reestruturação cognitiva • Exposição interoceptiva • Exposições situacionais graduadas • Respiração diafragmática • Relaxamento muscular • Crenças de Ellis • Treino assertivo Clark & Beck (2011) Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 26 Pré-tratamento • Entrevista inicial – Natureza dos problemas – Comportamentos problemáticos • Aspectos cognitivos, afetivos, fisiológicos – Quando ocorrem – Onde ocorrem – Quão frequentemente – Com quem – Variáveis contextuais moduladoras – Fatores de manutenção – Evitações – Fatores predisponentes e precipitantes – Compreensão do problema pelo paciente Rangé & Borba (2008) Pré-tratamento • Situação atual de vida – Situação existencial, família, trabalho, lazer, saúde, amor etc. – Nível de satisfação com a vida atual • Aspectos do desenvolvimento – História familiar – História escolar/ocupacional – História social Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 27 Pré-tratamento • Experiências traumáticas – Abalos nas relações familiares – Problemas médicos, psicológicos, abuso de substâncias na família – Abuso sexual ou físico – Acidentes ou outros traumas • História médica e psiquiátrica/psicoterapêutica Rangé & Borba (2008) Pré-tratamento • Rapport – Como o terapeuta percebe a relação inicial do cliente com ele? – Qual o grau de abertura e auto-revelação? – Qual a motivação para a terapia? – Qual o nível de compreensão e insight? – Quais os sentimentos despertados no terapeuta? Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 28 Pré-tratamento • Metas do cliente para a terapia – Descrição do que o cliente pretende com a terapia • Perguntas e preocupações do cliente – Esclarecimento de dúvidas, preocupações • Formulação preliminar Rangé & Borba (2008) Avaliação de Transtorno de Pânico e Agorafobia • Inventário Beck de Ansiedade • Escala Hamilton de Ansiedade • Escala para Pânico e Agorafobia • Escala de Sensações Corporais • Inventário de Mobilidade • Índice de Sensibilidade à Ansiedade • Escala de Cognições Agorafóbicas • Inventário de crenças de pânico Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 29 Psicoeducação sobre o Transtorno de Pânico • O que é transtorno de pânico • Como pode ser superado • Informar que o problema é conhecido e que outras pessoas também o apresentam • Modelo cognitivo do pânico Rangé & Borba (2008) Psicoeducação sobre fisiologia do medo e da ansiedade • Muitos pacientes com transtorno de pânico não sabem que seus ataques de pânico têm explicação • Quando informam-se sobre o mecanismo fisiológico por trás dos ataques, dão outro sentido aos mesmos • Texto: Psicologia e fisiologia da ansiedade e do medo Clark & Beck (2011) Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 30 Estratégia A.C.A.L.M.E.-S.E. A – Aceite sua ansiedade C – Contemple as coisas à sua volta A – Aja como se não estivesse ansioso L – Libere o ar de seus pulmões M – Mantenha os passos anteriores E – Examine os seus pensamentos S – Sorria, você conseguiu! E – Espere o futuro com aceitação Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 31 Aceite sua ansiedade • Encarar sensações de ansiedade como naturais • Reações normais do corpo a estímulos internos e externos • Ansiedade não é pânico • Aceitar sensações de ansiedade não é ficar passivo diante do sofrimento e sim deixar de sofrer por simples sensações de ansiedade Contemple as coisas à sua volta • Aquilo que valorizamos cresce • Focar a atenção nas sensações faz aumentá- las • Focar no que está fazendo ou naquilo que está ao seu redor diminui o incômodo, pois reduz o foco 20/11/2017 32 Aja com sua ansiedade • Incentivo ao cliente a permanecer na situação na qual experimenta ansiedade • Reforço do senso de autoeficácia • Ideia de que não é preciso fugir da ansiedade • Ansiedade pode apenas ser uma mensagem de que é preciso diminuir o ritmo. Libere o ar de seus pulmões • Importância da respiração • Podemos influenciá-la voluntariamente ativando o SNS ou o SNP provocando ansiedade ou relaxamento • Estratégia da modulação da respiração – Hiperventilação – Treino respiratório – Respiração diafragmática 20/11/2017 33 Mantenha os passos anteriores • Lembrete e incentivo para que o cliente persista na realização dos primeiros passos. • Evita que o cliente fique frustrado ou desista, o que aumentaria as suas sensações de ansiedade. Examine os seus pensamentos • Etapa importante que consiste em treinar o paciente a parar de mandar mensagens de perigo iminentepara o cérebro. • Exame sobre o que interpreta acerca das sensações corporais e sobre as situações que teme passar mal. 20/11/2017 34 Reestruturação Cognitiva • Reavaliação das cognições catastróficas • Reavaliação sobre a periculosidade dos picos de ansiedade • Reavaliação sobre as percepções sobre as sensações fisiológicas Clark & Beck (2011) Rangé & Borba (2008) Situação Pensamento Automático Sentimento Resposta Alternativa Reavaliação Na rua começando a ter um ataque de pânico. “Vou passar muito mal” (100%) “Vou morrer” (100%) Ansiedade (100%) Medo (100%) “É só ansiedade. Eu não vou morrer por causa disso” P.A.D. = 50% Ansiedade: 60% Medo: 40% 20/11/2017 35 Sorria, você conseguiu! • Forma de indicar ao cliente que suas conquistas devem ser reconhecidas. • Pacientes com pânico tendem a desqualificar as suas realizações. • Olhar para os progressos. Espere o futuro com aceitação • Corrige a ideia de que podemos nos livrar da ansiedade • Caráter fundamental da ansiedade – Estará presente diante dos desafios, preocupações, sobrecarga de tarefas etc. – É possível administrá-la. 20/11/2017 36 Exposição Interoceptiva • Objetivo: fazer o paciente experienciar níveis de ansiedade semelhantes aos que experimenta em um ataque de pânico. • Ao sentir ansiedade, o indivíduo terá oportunidade de reestruturar cognições catastróficas sobre as sensações. • Ao final da tarefa, nada de terrível terá acontecido, fortalecendo a ideia de que as sensações não são letais como se imaginava. Clark & Beck (2011) Rangé & Borba (2008) Exercício Sensação física evocada Exemplo de interpretação errônea da ameaça Hiperventilar por um minuto Falta de ar, sensação de sufocação “Não posso suportar”. Prender a respiração por 30 segundos Falta de ar, sensação de sufocação “Vou sufocar”. Respirar por meio de um canudo estreito por 2 minutos Falta de ar, sensação de sufocação “Preciso de mais ar, senão irei sufocar”. Girar em ritmo médio de pé por um minuto Tontura “Vou desmaiar”. Colocar a cabeça entre o joelho por 30 segundos e levantá-la rapidamente Tontura “Vou passar mal”. Correr no mesmo lugar por um minuto Taquicardia “Acho que vou enfartar”. Olhar continuamente para a luz e depois tentar ler Sentimento de irrealidade “Parece que estou enlouquecendo”. 20/11/2017 37 Exposições situacionais graduadas • Utilizada para trabalhar evitação agorafóbica • Reestruturação cognitiva antes • Ir do degrau mais fácil para o mais difícil • Passar para o seguinte apenas quando o anterior estiver superado Clark & Beck (2011) Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 38 Fatores Ansiogênicos • Ansiedade e crenças • Ansiedade e falta de assertividade • Ansiedade e atividades Crenças de Ellis • Crença 1 (É absolutamente necessário para mim ser amado e aprovado pelas pessoas que me são importantes). • Crença 2 (Para se ter valor, é necessário ser competente e bem sucedido em todos os aspectos da vida). • Crença 3 (É terrível e catastrófico quando as coisas não acontecem do jeito que a gente quer). • Crença 7 (É mais fácil evitar do que enfrentar certas dificuldades da vida). 20/11/2017 39 Crença n° 1 É absolutamente necessário para mim ser amado e aprovado pelas pessoas que me são importantes. • É possível que, mesmo que você consiga 100 vezes amor e aprovação em 100 tentativas, que na vez seguinte alguém lhe negue isso? • É possível que, mesmo que você tenha obtido amor e aprovação, isso possa não ser suficiente, pois acabarão surgindo preocupações sobre o quanto você foi aprovado(a) e amado(a), se ainda o consegue e até quando o conseguirá? • É possível que, pelos próprios preconceitos ou tendenciosidades do outro, você possa só receber indiferença ou reprovação, ao invés daquilo que deseja? • É possível que o gasto de energia para tentar agradar todas as pessoas faça com que reste muito pouca energia para seus outros objetivos na vida? • É possível que sua busca compulsiva de amor e aprovação acabe gerando um comportamento inseguro que conduza mais à perda de aprovação e respeito do que a seu ganho? • É possível que amar alguém, que é uma coisa prazerosas e absorvente, possa ficar inibida e impedida de expandir-se pela busca incessante de ser amado(a)? (Adaptado de Albert Ellis por Bernard Rangé) 20/11/2017 40 Treino Assertivo • Expressão direta, honesta e adequada dos sentimentos acompanhada de comportamentos correspondentes • Comportamentos assertivos positivos – Elogiar – Receber elogios/agradecer elogios • Afirmação pessoal – Saber dizer não – Queixar-se – Fazer pedidos – Pedir mudanças no comportamento de outros Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 41 Etapas da comunicação assertiva • Identificar o comportamento que incomoda • Escolher um momento adequado para informá-lo ao outro • Levantar aspectos positivos do outro, sinceramente, demonstrando que você o percebe como um todo e reconhece seu valor • Comunicar ao outro o comportamento que gerou desagrado Rangé & Borba (2008) Etapas da comunicação assertiva • Falar de seus sentimentos a respeito do ocorrido, honestamente, na primeira pessoa. • Escutar o que o outro tem a dizer a respeito. • Pedir uma mudança no comportamento do outro ou apenas aquilo que se deseja. • Pedir sugestões ao outro sobre como aquele problema pode ser solucionado. Rangé & Borba (2008) 20/11/2017 42 Curtograma Material para Pacientes 20/11/2017 43 Limites da TCC padrão • Alguns pacientes podem apresentar progressos limitados em relação a um processo terapêutico tradicional. • Desejável o terapeuta cognitivo-comportamental ter algum conhecimento em outras abordagens de TCCs. • Sugestão para Transtorno de Pânico: Terapia de Aceitação e Comprometimento (ACT) Terapia de Aceitação e Comprometimento • Psicoterapia comportamental que tem como objetivo promover a aceitação dos eventos privados como sentimentos, pensamentos, memórias e sensações e dos eventos externos. • Parte do princípio que a evitação ou fuga a estímulos aversivos limita as ações. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 44 Terapia de Aceitação e Comprometimento • Accept your reaction and be present (Aceite suas reações e esteja presente) •Choose a valued direction (Escolha uma direção valorosa) •Take action (Aja) Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Os fundadores • Steven C. Hayes é professor do Departamento de Psicologia da Universidade de Nevada. • Kirk D. Strosahl é psicólogo do Centro de Medicina da Família de Washington. • Kelly G. Wilson é professor da Universidade de Mississipi. Steven Hayes Kirk Strosahl Kelly Wilson 20/11/2017 45 Aplicações para a ACT • Transtornos de ansiedade – Transtorno de ansiedade generalizada – Transtorno de pânico – Transtorno de ansiedade social • Depressão • Transtornos alimentares • Abuso de substâncias • Casos diversos (abordagem transdiagnóstica) Sofrimento Psicológico • Não necessariamente é consequência da atividade cognitiva ou das emoções e sim da maneira como o indivíduo se relaciona e responde aos estímulos internos. • Ao experienciar pensamentos perturbadores ou sentimentos desagradáveis ainda se pode agir de modo a criar uma vida significativa. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 46 Exemplo clínico André foi promovido para um cargo com mais responsabilidade. O fato de precisar dar conta de mais afazeres o faz ficar mais ansioso e temeroso de não apresentar um bom resultado para seus chefes. Constantemente sente-se ansioso e quer livrar-se deste estado emocional. Fica dizendo para simesmo “é muito ruim ficar assim, quero me sentir tranquilo como era na minha infância e adolescência”. Com isso, de tão preocupado que fica, acaba não dormindo bem e tendo um desempenho ruim no trabalho. Exemplo clínico Denise vem se sentindo ansiosa ultimamente. Desde que se casou e está com mais responsabilidades financeiras vem sentindo “sensações estranhas” pelo corpo. Acha que vai enfartar e já foi ao pronto socorro diversas vezes. Tenta a todo custo não sentir o que sente, tenta relaxar ao máximo, mas só o que consegue é mais “sensações ruins”. 20/11/2017 47 A crítica à patologização • Hayes critica a tendência à medicalização e patologização da vida humana. • Crítica aos rótulos. • Sintomas muitas vezes ocorrem por estilos de vida e acabam sendo entendidos como doenças. Saban (2011) Proposta básica da ACT • Aceitação de tudo que está fora do nosso controle – Mundo interno – Mundo externo • Compromisso de praticar ações que nos proporcionem uma vida mais significativa – Prática de ações significativas mesmo sem atingir resultados específicos Saban (2011) 20/11/2017 48 Teoria dos Quadros Relacionais • Teoria comportamental funcional e contextual sobre a linguagem e cognição humana. • Diz respeito à relação entre os estímulos – Verbais – Imagens – Escrita Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Relevância clínica da TQR • Seres humanos são os únicos capazes de adquirir linguagem da forma que fazem. • Cada aprendizado novo em termos linguísticos é adicionado a uma rede relacional. • Quando aprendemos que um determinado objeto significa uma palavra, ocorre essa adição. 20/11/2017 49 Relevância clínica da TQR • Diversas fontes acrescentam significados a nossos repertórios cognitivo-linguísticos – Pais – Irmãos – Amigos – Relacionamentos – Televisão – Internet 20/11/2017 50 Cachorro Perigo!!!!! 20/11/2017 51 Relevância clínica da TQR • Sem quadros relacionais, seres humanos não conseguem funcionar adequadamente. Os clínicos precisam lidar com o sistema verbal/cognitivo com seus pacientes. • Alguns dos problemas dos clientes são atribuíveis ao desenvolvimento pobre de repertórios relacionais. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Relevância clínica da TQR • Redes relacionais trabalham por adição, não por subtração. • É impossível eliminar um evento cognitivo clinicamente relevante. Não existe “desaprendizagem”. • Extinguir comportamentos ou hábitos exige novos aprendizados, inibição e flexibilidade. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 52 Relevância clínica da TQR • As mesmas propriedades dos quadros relacionais que permitem solução efetiva dos problemas humanos também contribuem para o seguimento rígido de regras e evitação experiencial, que são processos poderosos para o estreitamento de repertórios. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 53 Relevância clínica da TQR • A experiência literal da linguagem e a reação à linguagem interna do mesmo modo que se reagiria frente aos eventos reais, gera e amplifica o sofrimento humano em grande medida. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Relevância clínica da TQR • Do mesmo modo, do ponto de vista terapêutico, a linguagem pode ter um papel central na melhora do paciente. • Ao criar conteúdos terapêuticos por meio da linguagem, o paciente os acessa facilmente, criando repertórios que aumentam sua flexibilidade psicológica. – Ex.: Urso branco, convidado indesejado. 20/11/2017 54 Modelo de Psicopatologia da ACT • Processos comportamentais normais tornam-se problemáticos em virtude de situações adversas. • Papel das crenças e práticas culturais e sociais. – Crença de que a felicidade é cotidiana – Crença de que não se pode ficar triste – Crença de que se estamos tristes, há algo errado e a causa deve ser encontrada – Crença de que ansiedade é ruim – Crença de que raiva é errado Saban (2011) Modelo de Psicopatologia da ACT • A necessidade em eliminar eventos encobertos aversivos faz os indivíduos muitas vezes desenvolverem repertórios de fuga e esquiva, uma vez que julga-se muitas sensações como negativas. • A tentativa de controle dos eventos encobertos tende a fracassar, levando ao desenvolvimento de transtornos mentais. Saban (2011) 20/11/2017 55 Modelo de Psicopatologia da ACT • O modelo de psicopatologia proposto pela ACT é fundamental para se entender as intervenções desta abordagem. • A inflexibilidade psicológica é a essência da psicopatologia na ACT. Saban (2011) Inflexibilidade Psicológica • Resultado da ação conjunta de seis processos centrais que são entendidos como as bases para o sofrimento humano: – Evitação experiencial – Fusão cognitiva – Apego ao eu-conceitualizado – Inércia, impulsividade, persistência na esquiva – Falta de clareza de valores – Domínio do passado e futuro conceitualizados Pergher & Melo (2014) 20/11/2017 56 Evitação Experiencial • Tentativas que o indivíduo faz para evitar ou minimizar o contato com as experiências internas indesejadas. • Resposta aos eventos internos da mesma forma que reagiria a ameaças reais. • Batalha contra os próprios eventos internos. • Esgotamento de recursos para o investimento em uma vida significativa. Pergher & Melo (2014) Fusão Cognitiva • Fusão: dois elementos inicialmente independentes tornam-se um só. • Fusão cognitiva: pensamento e realidade se fundem. • Comportamento do indivíduo pauta-se muito pelos seus pensamentos e pouco pela realidade externa. • Psicopatologia tem menos relação com distorção cognitiva e mais com forma de se reagir aos pensamentos. Pergher & Melo (2014) 20/11/2017 57 Apego ao eu-conceitualizado • Self conceitualizado: conteúdo verbal que as pessoas utilizam para descrever e definir a si mesmas. • Pode conter características observáveis e descritivas ou julgamentos e avaliações. • Conjunto de rótulos com os quais as pessoas se identificam. • Necessidade de coerência e previsibilidade. • Limitação do direcionamento a uma vida significativa. Pergher & Melo (2014) Inércia, impulsividade, persistência na esquiva • Uma vida significativa depende não só do que o indivíduo deseja, mas também aquilo que ele faz. • Impossibilidade de ação em decorrência da esquiva persistente. • Não comprometimento com o movimento para a ação. Pergher & Melo (2014) 20/11/2017 58 Falta de Clareza de Valores • A psicopatologia na ACT está relacionada à não construção de uma vida significativa, que é um conceito subjetivo. • Necessidade de definição de valores gerando um senso de propósito. • Em alguns casos os valores levam a situações aversivas, mas com propósito por trás. Pergher & Melo (2014) Domínio do Passado e Futuro Conceitualizados • Ruminação e preocupação. • Passado e futuro não existem e, por isso, são conceitualizados. • Foco no passado e futuro são excessivos. • A vida significativa é focada no momento presente. Pergher & Melo (2014) 20/11/2017 59 Tratamento na ACT • Foco principal: levar o indivíduo a aceitar eventos internos e externos sem lançar mão de esquiva – Acontecimentos inevitáveis – Pensamentos – Sentimentos – Memórias – Reações do corpo Pergher & Melo (2014) Processos de Inflexibilidade Psicológica Processo Terapêutico Evitação experiencial Aceitação Fusão cognitiva Defusão cognitiva Apego ao self conceitualizado Self como observador Domínio do passado e futuro conceitualizados Contato com o momento presente Inação, impulsividade ou persistência evitativa Ação comprometida Falta de clareza dos valores Definição de direções valorizadas 20/11/2017 60 Aceitação • Redução das tentativas de mudar a frequência ou controlar pensamentos e sentimentos indesejáveisou que trazem sofrimento. • Conhecimento e aceitação dos pensamentos e sentimentos. • Aceitar não é achar bom. • Vídeo: Armadilha de dedos chinesa • Vídeo: Convidado indesejado Pergher & Melo (2014) Aceitação • Metáfora do tigre faminto: – Imagine que você acorda cedo e depara-se em sua porta com um lindo filhote de tigre miando. Você o traz para dentro. Depois de brincar com ele, você nota que ele continua miando. Talvez ele esteja com fome. Você o alimenta com um pedaço de carne imaginando que é disso que os tigres gostam de comer. Você passa a fazer isso todos os dias e o seu tigre cresce dia após dia. Ele passa a consumir pedaços de carne cada vez maiores. Com o tempo, ao invés de miar para pedir comida, ele emite rugidos ferozes. Seu lindo pet agora é uma fera selvagem incontrolável que irá cortá-lo ao meio se você não fizer o que ele quer. Hayes & Smith (2005) 20/11/2017 61 Aceitação • Tópicos para se trabalhar com a metáfora do tigre faminto: – Desconfortos internos são alimentados dia após dia. – Nós podemos dar força e poder à nossa dor. – Evitar a dor “dando mais carne” somente a faz ela crescer e parecer incontrolável. – Com o tempo ela parece intimidadora e assustadoramente forte. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Aceitação • Dar-se um tempo (“give yourself a break”) – Minhas estratégias de evitação não funcionam – Posso ter compaixão por mim mesmo por tentar lidar com a dor – Posso parar de culpar a mim mesmo por não ser capaz de fazer minhas estratégias de evitação funcionar Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 62 Aceitação • Jogo da culpa – Pede-se ao cliente para escrever exemplos de situações em que ele se culpou por algum evento negativo. – Solicita-se que ele dê uma nota de 0 a 10 de quanto esses exemplos serviram para motivá-lo ou empoderá-lo dali em diante para que sua vida ficasse melhor. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Exemplos de Culpa Nota do Empoderamento Deixei minha filha dormindo sozinha enquanto fui comprar o jornal e cigarros. Quando voltei, ela estava acordada chorando. 4 Deixei de estudar um assunto que caiu no vestibular. Ele caiu na prova e eu errei a questão. 5 20/11/2017 63 Aceitação • Julgando suas próprias experiências e examinando o que funciona Dia Experiência Interna Luta Sucesso Segunda-feira (14/09) Ansiedade Comi Controlei por instantes, mas ela voltou Quarta-feira (16/09) Raiva Extravasei Sensação melhor no momento, mas depois veio culpa Aceitação • O que você está sentindo e pensando agora? – Pede-se ao cliente para perceber cuidadosamente suas experiências internas e listá-las e descrevê- las, desde as mais superficiais até as mais profundas. • Ex.: Neste momento estou percebendo que estou levemente ansioso e que estou pensando que talvez esse assunto seja complexo demais. Além disso, estou cansado e pensando que terei que trabalhar duro na segunda-feira... Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 64 Aceitação • Diálogo interior de aceitação – Não gosto desse sentimento, mas tenho espaço para ele. – É desagradável, mas posso aceitar. – Não gosto disso, nem aprovo isso, mas neste exato momento eu aceito isso. – Estou tendo o sentimento de que... Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Aceitação • Visualização da aceitação: – Faça um rastreamento pelo corpo – Escolha a sensação que mais lhe incomoda – Observe-a como um cientista curioso – Visualize-a como um objeto • Qual o seu tamanho e forma? • É sólido, líquido, gasoso? • É transparente ou opaco? • Tem cor? Ela varia? • Qual a temperatura? • Qual o peso e a textura? • Faz algum barulho? Movimenta-se? – Respire lenta e profundamente, deixe o ar criar um espaço para este objeto. Deixe que ele fique onde está. Não precisa gostar dele, apenas deixe-o ficar. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 65 Aceitação • Carregando o peso de outra forma Desfusão Cognitiva • Para a ACT, não importa se um pensamento é verdadeiro ou falso, o mais relevante é a sua utilidade. • Caso seja útil, vale a pena prestar atenção, caso contrário, não vale. • Pensamentos são só palavras e muitas vezes “servem” apenas para humilhar, acusar e desincentivar. • Modificação da forma como o indivíduo se relaciona com seus pensamentos. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 66 Desfusão Cognitiva • Pensamentos críticos, insultos, julgamentos e autodepreciação apenas têm como efeito diminuir a motivação. – É um pensamento antigo? – Vou obter algo útil com este pensamento? – Este pensamento me ajuda a agir de modo eficaz para melhorar a minha vida? – O que eu ganharia “embarcando” neste pensamento? Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Harris (2011) Desfusão Cognitiva • Perguntas úteis para distinguir entre um pensamento útil de um inútil: – Ele me ajuda a ser a pessoa que quero ser? – Ele me ajuda a construir relacionamentos que eu gostaria de ter? – Ele me ajuda a estar ligado àquilo que eu realmente valorizo? – Ele me ajuda, no longo prazo, a ter uma vida mais significativa e plena? Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 67 Desfusão Cognitiva • Pensamentos são apenas histórias e crenças são mutáveis. • Inflexibilizar crenças dificulta a mudança. • Diferenciar o que realmente acontece ao invés de acreditar automaticamente no que a mente diz. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Desfusão Cognitiva • A mente nunca para “de pensar”, ou seja, de contar histórias – Comparações – Planejamento – Fantasias – Críticas – Avaliações – Pontuações – Comentários • A mente muitas vezes “se comporta” como uma criança em busca de atenção. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 68 Desfusão Cognitiva • Dando um nome à mente – Esta estratégia consiste em dar um nome à sua mente. – Quando um pensamento surgir, entenda que a sua mente está querendo lhe dizer algo, mas que não precisa ser necessariamente considerado. Sua mente pode lhe dizer coisas sem importância. Desfusão Cognitiva • Estou tendo o pensamento de que... – Em vez de levar o pensamento 100% a sério, encarando-o como um retrato fiel da realidade, podemos acrescentar “estou tendo o pensamento de que” antes dele. Isso promove distanciamento entre o que só uma atividade cognitiva e o que é real. – Exemplo: “estou tendo o pensamento de que não sou um cara legal”. 20/11/2017 69 Desfusão Cognitiva • Colocando o pensamento em perspectiva – Lembre de um pensamento que lhe aborreça. • Ex.: sou incompetente – Mantenha-o na mente por alguns instantes. – Repare em como ele lhe afeta. – Mentalize o pensamento “eu sou uma maçã” – Mantenha-o na mente e verifique como ele lhe afeta. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Desfusão Cognitiva • Exercício das vozes ridículas: – Escolha um pensamento que lhe aborrece ou incomoda. Concentre-se nele por dez segundos acreditando nele o máximo possível. Perceba o quanto ele incomoda. – Escolha um personagem com voz peculiar e engraçada (ex. Pato Donald). Relembre o pensamento na voz desse personagem. Repita o exercício várias vezes. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 70 Desfusão Cognitiva • Musicalizando um pensamento: –O que parabéns para você e jingle bells têm a ver com desfusão cognitiva? Sou incompetente, sou incompetente, sou incompetente, soooou incompetente! 20/11/2017 71 Desfusão Cognitiva • Dando nome à história: – Pensamentos podem ser encarados como uma história e podem receber um nome correspondente. – Exemplo: ao ter o pensamento “sou um idiota”. Podemos pensar: “ah sim, lá vem a história do sou um idiota, conheço essa”. Desfusão Cognitiva • Exercício da pluma e do cacto da escolha – Uma pluma sobre a nossa mão machuca? – E um cacto? Incomoda ou machuca? 20/11/2017 72 Estratégia para considerarou não a desfusão (ou levar a sério ou não um pensamento) • Ele me ajuda a ser a pessoa que eu quero ser? • Ele me ajuda a construir os relacionamentos que eu gostaria de ter? • Ele me ajuda a estar ligado àquilo que realmente valorizo? • Ele me ajuda, no longo prazo, a ter uma vida mais rica, plena e significativa? Harris (2011) Self como observador • Segundo a ACT, podem ser distinguidas partes do eu: – Eu pensante • Parte que pensa, julga, visualiza, analisa, recorda, devaneia e fantasia – Eu observador • Perceptivo, foca a atenção, consciente. Pode prestar atenção ao pensamento, mas não produzir um pensamento. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 73 Self como observador • Pensamento x Observação – Procure, por um minuto, observar o que sua mente produz. Fique alerta a todos os pensamento e imagens. – Caso não apareça nada, fique esperando até que apareça algo. – Observe atentamente esse pensamento. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Self como observador • Eu pensante como estação de rádio sempre ligada ao fundo. • Eu observador pode ouvir ou não a rádio de forma atenta, acreditando ou não no que está “tocando”. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 74 Self como observador Metáfora do Xadrez – Imagine um tabuleiro de xadrez que se expande por todas as direções. Diferentes peças começam a entrar. Algumas são brancas, outras pretas. Elas separam-se em diferentes times em lugares diferentes do tabuleiro. – Imagine que cada peça represente uma emoção, cognição, memória ou sensação diferente. Algumas são agradáveis como alegria e prazer e outras representam suas dores, medos e falhas. – Imagine que as peças começam uma sangrenta batalha. Na perspectiva delas, elas devem ganhar a luta porque as outras peças são ameaçadoras para a vida. – Há necessidade de ter ganhadores? Você precisa estar na batalha? É preciso ficar lutando? Hayes, Strosahl & Wilson (2012) Metáfora do Xadrez • Mas e se você estiver na batalha? Como será para você? • Você verá todas as peças ao “nível do tabuleiro”. • Ver todas as peças neste nível, lhe deixará mais consciente de todas as peças e não somente a algumas específicas. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 75 Autocompaixão e Gentileza • Nosso eu atual só é o que é por conta de um processo que envolve um eu do passado. • Podemos ser gentis e compassivos com esse eu. • Muitas vezes eu “eu crítico” se manifesta em situações de avaliação. • Exercício de autocompaixão com a nossa criança. Contato com o momento presente • Facilitação do processo do momento presente na relação terapêutica – “Indo mais devagar” • Desenvolvimento de flexibilidade atencional. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 76 Contato com o momento presente • Objetivo: busca da visualização de acontecimentos pessoais sem atribuição de juízo de valor • Mindfulness – Consciência das experiências internas e externas sem responder a elas. – Uso dos sentidos. – Consciência não julgadora das experiências. – Atenção plena. Pergher & Melo (2014) Mindfulness • Um estado de consciência sincera, de momento a momento, não julgadora. • Envolve prestar atenção no momento presente, a tudo que surge interna e externamente, sem se apegar a desejos de que as coisas sejam diferentes. • Percepção consciente de experiências internas sem tentar valorizar ou banir nada. Roemer & Orsillo (2010) 20/11/2017 77 Mindfulness • O mindfulness é uma habilidade que nos permite ser menos reativos ao que está acontecendo no momento. Ele é uma forma de nos relacionarmos com toda experiência – positiva, negativa ou neutra – a fim de que nosso sofrimento global diminua e nossa sensação de bem-estar aumente. (Germer, 2015) Situação 1 Você está na sua pausa para almoço. Coloca a comida no prato. Ao comer, divaga tanto em seus pensamentos que mal sente o gosto da comida. Daqui a pouco não se lembra mais do que comeu. Foi um “almoço automático”. Você mastigou depressa porque tinha pouco tempo e fica com desconforto gástrico mais tarde. 20/11/2017 78 Situação 2 Você vai ao cinema assistir a um filme. Perde- se nele várias vezes, perdendo vários detalhes. Quando atenta-se para o fato de estar no cinema novamente, não entende o que está acontecendo no filme e acaba tendo que perguntar para a sua companhia a respeito. Situação 3 Você está atendendo um paciente. No meio de sua fala, você se perde em pensamentos e conjecturas. O som de sua voz continua, mas você pouco absorve. O paciente se perde em sua própria fala e pergunta para você sobre o que eles estava falando. Você não sabe também... 20/11/2017 79 Situação 4 Você está lendo um livro. Ao ler, vários pensamentos e sensações percorrem o seu corpo. Você se perde nessas sensações internas e, por isso, perde-se na leitura também. Com desânimo, acaba fechando o livro. 20/11/2017 80 O que é Mindfulness? • Forma enganosamente simples de se relacionar com a experiência. • Significa ser capaz de levar uma percepção consciente, franca e direta ao que você estiver fazendo: ser capaz de se sintonizar com o que está acontecendo na sua mente e no seu corpo, bem como no mundo exterior, a cada momento. Germer (2016) Teasdale, Williams & Segal (2016) Mindfulness envolve dois componentes: 1. Autorregulação da atenção, de modo que ela seja mantida na experiência imediata. 1. Adotar uma orientação particular que seja caracterizada por curiosidade, abertura e aceitação. Bishop et al (2004) 20/11/2017 81 Mindfulness e Sofrimento • Todos os pacientes procuram buscar, na terapia, alívio para o sofrimento. • Vida inclui dor? • Precisamos reagir a essa dor? • Mindfulness envolve ser menos reativo ao que acontece no momento. Germer (2016) Vinheta Clínica • João tem pensamentos desagradáveis constantes sobre vários temas, que incluem doença e morte. Para ele, é preciso se certificar que está bem todo o tempo e não se permite sentir nenhuma sensação considerada ruim nem ter um pensamento perturbador. Faz escaneamentos internos com o objetivo de monitorar pensamentos e sentimentos não agradáveis. 20/11/2017 82 Mindfulness e vida moderna • Pressões constantes com metas e prazos. • Horários reduzidos para alimentação, descanso e lazer. • Expectativas constantes sobre sucesso. • Culto à rapidez. Mindfulness e a necessidade de reagir • Seres humanos são reativos a estímulos. • Podemos reagir: – à dor – ao frio – ao calor – à fome – à sede – aos sentimentos – aos pensamentos – aos acontecimentos 20/11/2017 83 Mindfulness e aceitação • Aceitação: capacidade de permitir que a nossa experiência (prazerosa e dolorosa) seja exatamente como é no momento presente. • Mindfulness é estar aberto à experiência com aceitação. Germer (2016) Mindfulness e o Cérebro • Durante a prática de mindfulness, uma série de mudanças ocorrem no cérebro – Córtex cingulado anterior • Regulação da atenção – Ínsula • Consciência corporal – Córtex pré-frontal • Regulação emocional Cifre & Soler (2016) 20/11/2017 84 Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • Foco no trabalho do pensamento excessivo, ruminação, preocupação e tendência à evitação/supressão/afastamento de aspectos indesejáveis. • Prática diária da atenção plena – Despertar – Menos foco na ruminação – Menos foco nas preocupações Teasdale, Williams & Segal (2016) 20/11/2017 85 Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • Reações às sensações desagradáveis podem transformar um estado emocional breve em insatisfação persistente. • DOR SOFRIMENTO Teasdale, Williams & Segal (2016) Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • Três estágios básicos: – Surge a infelicidade.– A infelicidade faz vir à tona pensamentos, sentimentos, memórias que trazem mais infelicidade. – Tentativas de lidar com a infelicidade de formas que tornam as coisas piores. Teasdale, Williams & Segal (2016) 20/11/2017 86 Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • Três estágios básicos: – Surge a infelicidade. – A infelicidade faz vir à tona pensamentos, sentimentos, memórias que trazem mais infelicidade. – Tentativas de lidar com a infelicidade de formas que tornam as coisas piores. Teasdale, Williams & Segal (2016) Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • Modos mentais – A mente humana funciona de modo semelhante a “marchas de carro”, de maneira que só pode funcionar com um modo de cada vez. – Modo fazer x modo ser – Podemos mudar o modo e desenvolver essa capacidade de mudança. Teasdale, Williams & Segal (2016) 20/11/2017 87 Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • Modo fazer – Automático – Trabalho por meio do pensamento – Concentração no passado e no futuro – Evitação das experiências desagradáveis – Requer que as coisas sejam feitas – Considera pensamentos e ideias como reais – Considera o que precisa ser feito, desconsiderando efeitos secundários indesejados (ex.: ser grosseiro com os outros). Teasdale, Williams & Segal (2016) Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • Modo ser – Percepção consciente e escolha – Sentir diretamente a experiência – Estar plenamente no momento presente – Abordar as experiências desagradáveis com interesse – Deixar que as coisas sejam como são – Ver os pensamentos como eventos mentais – Sensibilidade para necessidades mais amplas Teasdale, Williams & Segal (2016) 20/11/2017 88 Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • A prática diária da atenção plena possibilita o cultivo do estar presente na vida, melhorando a qualidade de vida. • Possibilita também a identificação e abandono das reações automáticas e habituais aos eventos do cotidiano. • Cultivo da clareza, do discernimento e da compreensão. Teasdale, Williams & Segal (2016) Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness • A TCBM ajuda na identificação dos sete sinais do fazer compulsivo e no cultivo da atenção plena. • Podemos conhecer o nosso modo mental momento a momento, evitando entrar no modo “fazer compulsivo”. Teasdale, Williams & Segal (2016) 20/11/2017 89 Práticas de Mindfulness • Exercícios com respiração – ex.: one moment meditation • Exercício da uva passa • Varredura corporal • Prática com objetos • Prática com sons • Alongamento consciente • Práticas com atividades do cotidiano • Dica de aplicativo: Zenify. • Importância da prática diária Pedulla (2016) Teasdale, Williams & Segal (2016) Kabat-Zinn (2013) Exercício da uva passa • Trabalho com os sentidos – Visão – Tato – Olfato – Paladar • Percepção mais clara da experiência sensorial • Maior abertura Teasdale, Williams & Segal (2016) 20/11/2017 90 Varredura corporal (body scan) • Aumento da consciência corporal. • Percepção das sensações provocadas pelo corpo. • Trabalho com aceitação das experiências provocadas pelo corpo. Teasdale, Williams & Segal (2016) Kabat-Zinn (2013) 20/11/2017 91 Agenda de experiências agradáveis Qual foi a experiência? Que sensações você sentiu no seu corpo, com detalhes? Que disposições de ânimo ou sentimentos você notou? Que pensamentos passaram pela sua mente? Que pensamentos estão na sua mente agora enquanto você escreve? Ação Comprometida • Ação comprometida é uma ação baseada em valores. • Manter comprometimento significa, momento a momento, se comportar consistentemente de acordo com valores como parte de um padrão de ação expandido. Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 92 Ação Comprometida • Identificação de dificuldades do indivíduo em alcançar suas metas já estabelecidas. • Oferecimento de ferramentas para modificação dos padrões disfuncionais. • Trabalho em relação às evitações. Pergher & Melo (2014) Ação Comprometida • Escolha e comprometimento – A ação comprometida é uma escolha de comportamento em um determinado momento – Importante o terapeuta não julgar as escolhas do paciente – Metáfora do jardim Hayes, Strosahl & Wilson (2012) 20/11/2017 93 Definição de direções valorizadas • Identificação e construção dos valores • Diferenciação entre valores e metas • Viver de acordo com valores é viver de acordo com o que se valoriza Pergher & Melo (2014) Definição de direções valorizadas Pergunta essencial: Quem é a pessoa que você quer ser? 20/11/2017 94 1. Casamento/casal/ relações íntimas 2. Parentalidade 3. Relações familiares 4. Amizades/ relações sociais 5. Carreira/emprego 6. Educação/ formação/ crescimento e desenvolvimento pessoal 7. Recreação/ lazer 8. Espiritualidade 9. Cidadania 10. Saúde e bem-estar físico Manutenção da vida/ sobrevivência Emoções (não são controláveis) Córtex motor Emissão de comportamentos Córtex pré-frontal Planejamento, execução, tomada de decisões, controle da impulsividade Essencial para o comprometimento com os valores ACT e o modelo triádico do cérebro 20/11/2017 95 Exemplo Clínico • Diana, 38 anos é diagnosticada com transtorno de pânico e hipertensão arterial. Como medidas importantes para sua saúde segundo recomendações médicas, ela deveria: 1. Limitar ou preferencialmente cortar o sal 2. Fazer alguma atividade física 3. Evitar fumo e bebidas alcoólicas Diana sente-se muito mal segundo seu relato. Fica ansiosa quase o dia inteiro e acaba recorrendo ao fumo para se acalmar. Exemplo Clínico • Sua situação em casa não é das melhores. Sua irmã sofre com esquizofrenia e a mãe tem transtorno bipolar. Diana faz o papel constante de “apartar” a briga das duas, que discutem quase todos os dias. • Além disso, tem uma demanda constante no trabalho (em banco), o que a deixa mais ansiosa. • Seu escape é a comida, o cigarro e a bebida. 20/11/2017 96 Exemplo Clínico • Valores de Diana: – “Quero ser uma pessoa com boa saúde”. – “Não quero enlouquecer por causa da minha família”. • Para colocar esses valores em prática, o que você deve fazer? – Me cuidar, buscar mais ajuda para minha família, trocar de emprego, ter paz! • E isso envolve o que? – Seguir as recomendações do médico – Procurar um bom psiquiatra para minha mãe e irmã – Buscar ajuda financeira do pai – Procurar outros lugares para trabalhar Exemplo Clínico • Importante: Diana precisou saber que ela tinha uma escolha, que ela era livre para decidir qual seria a sua direção, sem que ninguém (médico, psicólogo ou familiares) dissesse o que deveria ser feito. O que ela deve fazer precisa estar condicionado ao seu querer. Isso precisou fazer sentido para ela colocar em prática as ações compromissadas com seus valores. 20/11/2017 97 Exemplo Clínico • Ao perceber quais eram os seus valores e o que precisaria fazer para ir rumo a uma vida significativa, Diana precisou colocar em prática os processos de conscientização e aceitação (aceitação, desfusão e eu como contexto). Passageiros Indesejáveis de Diana 20/11/2017 98 Área de importância Saúde Família Como eu quero ser nesta área? 1. Estar bem fisicamente 2. Bem disposta 1. Amorosa 2. Acolhedora Coisas que posso fazer: 1. Evitar sal 2. Fazer caminhadas 3. Fazer exercícios da terapia 1. Procurar psiquiatra 2. Dar abraços 3. Buscar ajuda financeira com pai Quais são os possíveis obstáculos? 1. Frustração 2. Desejo por comida e cigarro 3. Cansaço 1. Pai virar as costas 2. Irritação 3. Não achar um bom médico O que posso fazer para trabalhar com eles rumo à minha vida significativa: 1. Aceitação2. Desfusão 3. Atenção plena 1. Aceitação 2. Desfusão Exercícios: 1. Armadilha de dedos 2. Dar nome à história 3. Meditação por um instante 1. Convidado indesejado 2. Cacto da escolha Tabela dos Valores 20/11/2017 99 Para finalizar: • A mente é como um tigre não domado. O exercício da ACT é doma-lo para que ele não nos dirija para o precipício. • Frear a mente ao se distanciar dela. • Aceitar que temos fenômenos internos que foram adicionados à nossa rede linguística ao longo de nossas vidas. • Identificar os valores e comportar-se de forma comprometida, rumo à vida significativa. 20/11/2017 100 • Tenho vários pensamentos e sentimentos. • Eles são incontroláveis. • Relacionar-me com eles de outro modo significa • Aceita-los e distanciar-me deles. • Para ir rumo à vida significativa, • Irei comprometer-me com meus valores • Abraçando o meu “eu” gentilmente, compassivamente. Referências Bibliográficas • American Psychiatric Association (2013). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Quinta edição. Porto Alegre: Artmed. • Clark, D.A., & Beck, A.T. (2011). Terapia Cognitiva para os Transtornos de Ansiedade. Porto Alegre: Artmed. • Rangé, B.P., & Borba, A.G. (2008). Vencendo o Pânico: terapia integrativa para quem sofre e para quem trata o transtorno de pânico e a agorafobia. Rio de Janeiro: Cognitiva • Leahy, R. (2011). Livre de Ansiedade. Porto Alegre: Artmed • Beck, A.T., Emery, G., & Greenberg, R.L. (1985). Anxiety Disorders and Phobias: a cognitive perspective. New York: Basic Books. • Nardi, A.E., & Valença, A.M. (2005). Transtorno de Pânico: diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. • Barlow, D.H.; Cerny, J.A. (1999). Tratamento Psicológico do Pânico. Porto Alegre: Artmed. • Hayes, S.C., Strosahl, K.D., & Wilson, K.G. (2012). Acceptance and Commitment Therapy 2nd Edition. New York: Guilford. • Saban, M.T. (2011). Introdução à Terapia de Aceitação e Compromisso. Santo André: ESETec.
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