Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Farmacocinética I • Descrição matemática do percurso de um fármaco no organismo – obtenção curvas concentração do fármaco x tempo • A modelagem PK-PD é uma abordagem que considera todos os processos e parâmetros associados à farmacocinética e à farmacodinâmica. Utiliza modelos matemáticos e estatísticos para representar as alterações da concentração ao longo do tempo e as correlaciona com o efeito farmacológico. • PK – farmacocinética • PD – farmacodinâmica • Homogeneidade cinética – relação proporcional a concentração plasmática e a concentração no sítio de ação • A relação entre PK-PD permite aferir a posologia • É composta por quatro fases: absorção, distribuição, biotransformação e excreção Vias de administração ◦ Oral – distribuição pelo sistema digestório e eliminação pelas fezes ◦ Intravenosa – distribuição pela corrente sanguínea e eliminação pela urina e suor ◦ Subcutânea – distribuição pela corrente sanguínea e eliminação pela urina e suor ◦ Intramuscular – distribuição pela corrente sanguínea e eliminação pela urina e suor ◦ Transdérmica – distribuição pela corrente sanguínea e eliminação pela urina e suor ◦ Inalação – distribuição pelos vias aéreas e eliminação pela exalação • A forma de administração mais comum é a oral • A velocidade de absorção de um fármaco depende da velocidade de absorção , a qual varia com as formas: ◦ Soluções ◦ Suspensões ◦ Pó ◦ Cápsula ◦ Comprimido ◦ Drágea Via oral Vantagens • Método mais comum • Maior segurança, conveniência e economia • Possibilidade de remover o medicamento • Comprimidos de liberação prolongada Desvantagens • Limitação na absorção de alguns fármacos devido as suas características físicas • Risco de irritação da mucosa gastrointestinal: emese (vômito), dispepsia (indigestão) • Destruição dos fármacos por enzimas do trato gastrointestinal ou por efeito das mudanças de pH • Interações com alimentos • Necessidade de cooperação do paciente Via sublingual Vantagens • Apesar da pequena área de absorção, é rápida e quase completa • Drenagem da veia cava superior evita o efeito de primeira passagem Desvantagens • Limitação na absorção de alguns fármacos devido as suas características físicas • Gosto desagradável de alguns comprimidos • Risco de deglutição Endovenosa Vantagens • Biodisponibilidade completa e imediata – ideal para situações de emergência • Liberação controlada do fármaco – adequada para grandes volumes Desvantagens • Impossibilidade de remover o medicamento • Aumento de risco de efeitos adversos • Substâncias insolúveis ou oleosas são contraindicadas • A aplicação das substâncias deve ser lenta e exige profissional qualificado Intramuscular • Sítios de aplicação – deltoide e glúteo superior Vantagens • Absorção (endotélio) imediata de drogas hidrossolúveis (depende da irrigação) • Adequada para volumes moderados (2 – 5 mL) – aquoso, oleoso, suspensão • As vezes é um boa alternativa para drogas irritantes Desvantagens • Sexo feminino e pessoas obesas ou emaciadas podem ter absorção errática • Contraindicada em condições de anticoagulação Via subcutânea • Sítios de ligação: Vantagens • Versátil na sua absorção – pode ser lenta ou rápida segundo seja necessário • Adequada para soluções não irritantes – volume máximo 1,5 mL • Hidrossolubilidade e vassodilatação aceleram a a bsorção • Pellets sólidos – absorção calculada para semanas ou meses Desvantagens • Não permite substâncias irritantes – risco de dor excessiva, irritação e até necrose tecidual Via intraperitoneal • Injeta-se na barriga – na cavidade intraperitoneal Vantagens • Útil quando o objeto fica dentro do peritôneo (câncer, peritonite, etc) • Rápida absorção • Tolera grandes volumes • Alguns usos: procedimentos médicos (paracentese, diálise peritoneal), medicina veterinária, pesquisa científica Desvantagens • Evitamos nos dias atuais – pode colabar um órgão no outro, causar irritação Via cutânea Vantagens • Não requer pessoal qualificado • Não dolorosa e não invasiva • Variedade de apresentações – gel creme, emulsão, pó, etc Desvantagens • Não permite substâncias hidrossolúveis • Vários fatores afetam a absorção (não permite um bom controle) – área de aplicação, feridas ou queimaduras na pele, hidratação da pele • Risco de acidentes e intoxicações por contato Via inalatória Vantagens • Absorção rápida porque a área pulmonar é grande • Aérossóis não passam pela primeira passagem hepática • Ótimo para o tratamento local – asma, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) Desvantagens • Popular entre usuários de drogas ilícitas • Pacientes co doenças pulmonares devem ser capazes de inalar corretamente Via das mucosas • Mucosas utilizadas: conjuntiva, boca, nasofaringe, orofaringe, vagina, uretra, colo intestinal, bexiga, etc • Procuram-se efeitos locais • Mucosa nasal – importante absorção sistêmica (exemplo – cocaína) • Mucosa oftálmica – pálpebras, superfície ocular (córnea e conjuntiva) e segmento anterior Fórmulas farmacêuticas • Injetáveis • Aerossóis • Via supositória – vaginal tablet • Cremes pomadas • Líquidas – soluções, suspensões e emulsões • Semissólidas – cremes, pomadas, pastas • Sólidas – cápsula, drágea, comprimido, grânulo, supositório, pó Otimização do esquema posológico • Via de administração e forma farmacêutica • Dose • Intervalo de dosagem Alcançar e manter concentrações suficientes • Duração no órgão onde ocorre o processo patológico • A farmacocinética estudas as transformações sofridas pelo fármaco a partir do seu local de administração durante os processos de absorção, distribuição, metabolização/biotransformação e excreção – o que o organismo faz com o fármaco Absorção dos fármacos • Passagem do fármaco do seu local de administração para a corrente sanguínea • Importante para todas as vias de administração – exceto para a intravenosa Princípios gerais de ação dos fármacos • Devem atingir o local de ação em concentrações adequadas • Efeito resulta da alteração de funções bioquímicas e fisiológicas (farmacodinâmica) • Para alcançar seu local de ação (órgãos, tecidos, células) o fármaco precisa atravessar diversas barreiras biológicas Membrana plasmática • Fluidez, flexibilidade, alta resistência elétrica, impermeabilidade relativa a moléculas altamente polares • Controle do fluxo de substância • Quanto mais hidrofóbico – mais lipossolúvel – apolar – maior permeabilidade • Quanto menos hidrofóbico – mais hidrossolúvel – polar – menos permeabilidade • Moléculas lipossolúveis e de pequeno peso molecular – facilmente absorvidas • Moléculas não lipossolúveis – processos especiais de transporte Barreiras biológicas • Membrana celular – membranas plasmáticas • Epitélio gastrointestinal • Endotélio vascular • Barreira hematoencefálica Tipos de transporte pela membrana Barreira hematoencefálica BHE( ) • Camada contínua de células endoteliais unidas por zônulas de oclusão • Torna o cérebro inacessível a muitos fármacos de ação sistêmica incluindo agentes antineoplásicos e alguns antibióticos como aminoglicosídeos, cuja lipossolubilidade é insuficiente para permitir sua penetração na BHE • A BHE pode ter sua integridade rompida pela inflamação, na forma de meningite, possibilitando a entrada do cérebro de substância normalmente impermeantes, o que possibilita o uso sistêmico da penicilina no tratamento da meningite bacteriana Fatores que influenciam o transporte de fármacos pelas membranas celulares • Natureza das membranas (espessura, arranjo celular) • Lipofilicidade da molécula • Tamanho da molécula (peso molelcular) • Concentração • pH do meio em cada lado da membrana • Grau de ionização (carga) Fatores que influenciam na absorção Ligados ao organismo ◦ Vascularização do local ◦ Superfície de absorção ◦ Permeabilidadecapilar Ligados ao fármaco ◦ Peso molecular ◦ Concentração ◦ Lipossolubilidade ◦ Grau de ionização • Desde que não sejam eletrólitos, os fármacos terão a mesma concentração intra e extracelular no estado de equilíbrio • Eletrólitos – a concentração no estado de equilíbrio depende do gradiente eletroquímico e das diferenças de pH (estado de ionização da molécula em cada lado da membrana) Lipossolubilidade • É definida pelo coeficiente de partição de uma substância entre a fase aquosa e fase lipídica • Os fármacos que apresentam maior coeficiente de participação, tem maior afinidade pela fase lipídica e, portanto, tendem a ultrapassar com maior facilidade as biomembranas lipídicas • Se o fármaco estiver na forma não ionizada (ou seja lipossolúvel) é a forma que atravessa mais facilmente essas barreiras. A partir do momento que ele se ioniza - doa um H+ - ele se torna hidrossolúvel (menos permeante na bicamada lipídica) • Já as bases fracas são eletrólitos aceptores de prótons, no momento que ela se encontra ionizada ela tem a característica de ser lipossólúvel. A partir do momento que ela aceita um próton ela passa a ser hidrosslúvel (ionizada) • Influência do pH na absorção • Fármaco não ionizados são mais lipossolúveis (membranas celulares) do que os fármacos ionizados • Fármacos ácidos são ionizados em meio básico • Fármacos básicos são ionizados em meio ácido • Fração ionizada do fármaco – fração hidrossolúvel (responsável pela difusão em meios aquosos) • Fração não ionizada do fármaco – fração lipossolúvel (responsável pela difusão em meios lipídicos) • Difusão de fármacos • A maioria dos ácidos são ácidos os bases fracas, podendo existir na forma ionizada ou não ionizada, variando a razão entre as duas formas de acordo com o pH do meio • Os fármacos ácidos (HA) libera H+ causando formação de um ânion, carregado negativamente (A-): HA(ácido fraco) –> H+(forma não ionizada) + A- (forma não ionizada) • As bases fracas são aceptoras de prótons. A perda do próton libera a base neutra: BH+ (base fraca) →B (base neutra não ionizada) + H+ (forma ionizada) • Um fármaco atravessa membranas mais facilmente quando na forma não ionizada • Ácido – forma HA não ionizada pode permear membranas e A- não • Base fraca – forma não ionizada B atravessa a membrana celular, mas não a forma BH+ • As formas ionizadas (A- ou BH+) possuem lipossolubilidade muito baixa, sendo praticamente incapazes de atravessar as membranas, exceto quando existe um mecanismo de transporte específico • A relação entre as duas forma é determinada pelo pH local e pela força do ácido, ou da base, que é representada pelo pKa • Por que que ocorre essa ionização? Ela vai depender do pH de um lado e do outro da membrana. Eu encontro outro órgão e outro tecido e o pH vai variar e isso vai acontecer também por características do fármaco, o que chamamos de coeficiente de dissociação - a força de um ácido ou a força de uma base que é dado pelo pKa • O pKa do fármaco e o pH do meio são importantes, pois nos permitem prever onde o fármaco estará em maior quantidade • Uma droga ácida se encontra na forma não molecular no meio ácido (HÁ), já no meio básico a tendência dele vai ser de doar o próton e assim se ioniza - precisa de um mecanismo de transporte para atravessar a membrana • A base no meio básico se encontra na forma molecular (B), já no meio ácido ele vai aceitar um próton e ficar na forma ionizada - precisa de um mecanismo de transporte para atravessar a membrana • Mol - quantidade de fármaco na forma molecular • Íons - quantidade de fármaco na forma ionizada Exemplo da aspirina, que é um ácido fraco. Em A está em equilíbrio. Na corrente sanguínea, onde temos um pH de 7.4 esse ácido fraco tente a se ionizar. Temos cerca de 1000 moléculas ionizadas para somente uma molécula não ionizada (molecular) que é a que possui facilidade em atravessar a bicamada lipídica. Quando ela chega no estomago, local com pH ácido, teremos uma molécula não ionizada encontramos somente 0.001 moléculas ionizadas Distribuição de uma droga entre suas formas ionizada e não ionizada influência do pH– • Sequestro iônico - quando esse fármaco acabar se ionizando e ficar retido em algum compartimento, denominamos isso de sequestro iônico • Droga com pKa ácido em meio com pH ácido encontra-se geralmente não ionizada • Droga com pKa básico em meio com pH ácido encontra-se geralmente ionizada Em círculo – locais de sequestro iônico Efeito de uma fármaco depende: • Forma farmacêutica • Dose adm (concentração efetiva) • Via de administração • Lipossolubilidade • Propriedades físico-químicas • Superfície de absorção • Fluxo sanguíneo • Condições locais (pH) • Biodisponibilidade – velocidade e extensão em que uma fração de uma dose de uma fármaco alcança seu local de ação. A biodisponibilidade é um conceito farmacocinético que implica diretamente no efeito do fármaco Absorção x Biodisponibilidade • Absorção – taxa de saída do fármaco de seu local de administração e a extensão em que isso ocorre • Biodisponibilidade – a fração da dose administrada do fármaco que alcança o seu local de ação. É diferente nas diferenças vias de administração • Absorção adequada não garante biodisponibilidade (alguns fármacos podem sofrer efeito de primeira passagem antes de atingirem a circulação sistêmica • Biodisponibilidade de fármacos administrados por via oral é menor que 1 ou 100% • Biodisponibilidade de fármacos injetados é 1 ou 100% • Biodisponibilidade – fração da droga absorvida que escapa de qualquer eliminação durante o metabolismo de primeira passagem. Ela é influenciada por: via de administração, propriedades da droga( lipossulubilidade, preparação, forma farmacêutica), características do paciente (parâmetros anatômicos, fisiológicos e patológicos) Efeito de primeira passagem • Passagem do fármaco pelo fígado depois de sair do intestino antes de ser distribuído para a corrente sanguínea. Essa passagem pelo fígado já leva a uma primeira metabolização, o fármaco vai perder algumas características e a quantidade administrada do fármaco já não será a mesma. Aí sim esse fármaco volta para a corrente sanguínea e a quantidade restante promoverá seu efeito • Também podemos ter bactérias no intestino que também vão metabolizar o fármaco antes dele chegar na corrente sanguínea e chegar no órgão alvo • O intestino é o sítio de absorção máxima
Compartilhar