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Farmacologia: Estudo dos Fármacos

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A farmacologia é uma grande área da ciência que se dedica ao estudo dos fármacos, seus efeitos biológicos e a quais 
transformações nosso organismo submete aquele fármaco. Mas antes de entendermos como a farmacologia estuda isso, 
vamos entender o que é um fármaco? Diferentemente do que muita gente pensa, medicamento e fármacos são coisas 
distintas. Enquanto um medicamento consiste no produto farmacêutico com fins terapêuticos, profiláticos ou diagnósticos, 
contendo um ou mais princípios ativos, geralmente adjuvantes; os fármacos são as substâncias quimicamente definidas e 
com atividade biológica, ou seja, o princípio ativo de um medicamento. Agora que já sabemos o que é um fármaco, é 
importante dizer que a farmacologia se subdivide em duas áreas: a 
farmacodinâmica, a qual compete o estudo dos efeitos do fármaco 
sobre o organismo, a partir do momento em que ele encontra seu 
alvo; e a farmacocinética, que vamos estudar agora! ––––––––– 
Com o intuito de obter o sucesso terapêutico, reduzir a possibilidade 
de ocorrência de efeitos adversos, e controlar a ação terapêutica, é 
de suma compreender quais mecanismos envolvidos desde o momento 
de administração do fármaco até sua chegada no sítio de ação e o 
quanto de fármaco chega a esse local. Dessa forma, a 
farmacocinética estuda os processos de absorção, distribuição, 
biotransformação e excreção de um determinado fármaco, bem como 
as propriedades físico-químicas de determinadas moléculas e da 
membrana biológica pela avaliação dos mecanismos de travessia, a fim 
de entender como se dá a disposição desses fármacos no organismo. 
 
Permeação de fármacos pelas barreiras ––––––––––––––––––––––––––– 
1. tipos de transporte 
• Difusão passiva: obedece a um gradiente de difusão, 
dependente da lipofilicidade do fármaco, a fim de 
que ele consiga atravessar as membranas celulares. 
Comumente, não apresentam problemas na 
absorção; 
• Difusão facilitada ou mediada por carreadores: 
Carreador aumenta a velocidade de transporte, mas 
de acordo com o gradiente de concentração. 
Reconhecimento por reação cruzada em alguns 
casos, ex: L- dopa que utiliza o carreador de 
aminoácidos no intestino para que sofra absorção. 
Pode atingir saturabilidade; 
• Transporte vesicular (endo e exocitose): Fármaco é 
endocitado por um compartimento celular e 
exocitado por outro; 
• Transporte ativo: Dependente do uso de ATP, 
podendo ocorrer contra o gradiente de 
concentração, podendo atingir a saturabilidade; 
2. velocidade de difusão de 
moléculas pela membrana 
• Lei de Finck: Determina o fluxo passivo de moléculas 
de acordo com um gradiente de concentração 
Vel. do processo de difusão = (C1 – C2) x A x Pk 
 
onde: 
# C1 – Concentração maior 
# C2 – Concentração menor 
# Pk – Coeficiente de permeabilidade 
# A – Área de superfície de contato 
 
3. coeficiente de partição lipídeo-
água (R) 
• A grande maioria dos fármacos apresenta 
coeficiente de partição lipídeo-água relativamente 
baixo. 
Pk = R x D/M 
onde: 
# R – Coeficiente de partição lipídeo-água: 
depende de propriedades físico-químicas da 
molécula, sendo uma medida que determina com 
que facilidade a molécula passa do meio aquoso 
para o lipídico. 
# D – Coeficiente de difusão dentro da 
membrana (fase lipídica) 
# M – Espessura da membrana 
 
4. grau de ionização 
• A maioria dos fármacos consistem em um ácido ou 
base fraca. Dessa forma, suas moléculas tendem a 
se manter em estado de molécula neutra, 
apresentando maior lipossolubilidade; à medida que 
moléculas ionizadas atraem a água, formando um 
complexo polar e, portanto, hidrossolúvel. 
• Vale ressaltar que a forma protonada de um ácido 
fraco constitui sua forma neutra, enquanto para 
uma base fraca seu estado não protonada constitui 
uma molécula neutra. 
• A passagem do fármaco pela membrana depende 
do gradiente de pH através da membrana e do pKa 
da molécula 
 PKa = - log (Ka) 
Onde: 
# pKa – pH em que a concentração da forma 
ionizada é igual à da não-ionizada. 
 
• Segundo a Lei de ação das massas, em ambientes 
ácidos, a reação tende a se mover para esquerda. 
Já em um meio alcalino, a reação tende a se mover 
para a direita. 
 
exemplo –––––––––––––––––––– 
 
Absorção de ác. fraco (pKa = 4,4) entre o 
plasma (ph = 7,4) e o suco gástrico (ph = 1,4) 
 
pH = pKa + log [forma ionizada] 
 [forma não ionizada] 
 
• Aspirina no estômago (cheio de H+) 
# Equilíbrio desloca no sentido de 
formação da forma não ionizada, o 
que gera ganho de lipossolubilidade. No 
entanto, a absorção é mais 
considerável no intestino, em 
decorrência da maior superfície de 
absorção 
 
 
• Aspirina no intestino (cheio de oh-) 
# Hidroxila sequestra o H+ para formar 
água e o equilíbrio desloca no sentido 
de formação de formas ionizadas, 
diminuindo a R. No entanto, em 
decorrência da maior área de 
superfície, a absorção é beneficiada. 
 
 
A absorção consiste no processo de transferência de um fármaco desde seu local de administração, até a corrente 
sanguínea. Dessa forma, é uma etapa importante em todas as vias de administração, com exceção da via intravenosa. No 
entanto, a depender da via de administração, posteriormente sua absorção, o fármaco segue fígado, onde pode ocorrer 
metabolização ou eliminação através da secreção biliar, antes que o fármaco chegue à circulação sistêmica e seja distribuído. 
A esse processo de metabolização ou eliminação, chamamos de efeito de 1° passagem, em que parte do fármaco é 
inativada, reduzindo sua biodisponibilidade. Sendo assim, a biodisponibilidade é definida como a fração do fármaco que chega 
à circulação sistêmica sem nenhuma alteração posterior à sua administração, associada ao efeito de 1° passagem ou ao 
comprometimento da absorção intestinal – para administração intravenosa, a biodisponibilidade é igual a 100%. 
vias de administração 
1. via oral 
• A via oral, por vezes, também chamada de via 
errática recebe este apelido tendo em vista sua 
passagem em diversos locais que influenciam sobre 
a real dose administrada – como a passagem do 
fármaco por dois locais de pH distintos: o estômago 
e o intestino. 
• Em geral, ocorre pouca absorção do fármaco até 
que ele chegue ao intestino. No entanto, vários 
fatores contribuem ou comprometem a capacidade 
de absorção do trato gastrointestinal: 
# Dependendo do pH e pKa, há predominância de 
formas neutras ou ionizadas, o que interfere 
na lipossolubilidade e, consequentemente, em 
sua velocidade de absorção do fármaco. 
# Secreções intestinais, como liberação de HCl 
pode favorecer a absorção do fármaco em 
alguns casos e, em outros, destruí-lo e inativa-
lo – quando é o caso, o fármaco tem sua via 
de administração dada de outra forma ou é 
encapsulado, para que seja dissolvido apenas 
no intestino. 
# Aumento do fluxo sanguíneo local, promove um 
maior o gradiente de concentração entre o 
fármaco e o compartimento, de forma que ele 
seja completamente difundido. 
# A motilidade do trato gastrointestinal pode 
favorecer ou comprometer a absorção, pela 
promoção da dissolução e diminuição do tempo 
de permanência e consequente absorção, 
respectivamente. 
# O tempo de esvaziamento gástrico influencia 
porque quanto mais rápido chega ao intestino, 
mais rapidamente o intestino é absorvido. 
# Microbiota sintetiza fatores que são 
importantes para a absorção de algumas 
vitaminas 
# Interações medicamentosas 
# Efeito de primeira passagem 
 
efeito de primeira passagem 
• Por difusão passiva o fármaco que saiu do intestino 
chega nas veias mesentéricas, que vão formar a 
veia porta hepática. A partir desse ponto o fármaco 
pode: 
# Não ser metabolizado 
# Pode ser intensamente metabolizado por 
enzimas hepáticas e ser inativado 
# Ser parcialmente metabolizado 
# Sofrer instalação de um ciclo êntero-hepático, 
sendo secretado com a bile 
 
biodisponibilidade e 
bioequivalência 
• Como dito anteriormente, a biodisponibilidade se 
relaciona a fração do fármacoque chega à 
circulação sistêmica sem ter sofrido qualquer 
processo de transformação, de forma a inativar 
completa ou parcialmente sua ação farmacológica. 
• É avaliada pelo fator de biodisponibilidade (F) 
# F (0 a 1) = a fração da dose que entra na 
circulação sistêmica após a administração do 
fármaco 
• Reduzem a biodisponibilidade oral 
# Baixa solubilidade 
# Absorção incompleta no TGI 
# Biotransformação na mucosa e/ou fígado 
• Assim, a biodisponibilidade somente se relaciona com 
a proporção total de fármaco que chega à 
circulação sistêmica, mas não com a velocidade com 
a qual o fármaco foi absorvido. Sendo assim, o 
mesmo fármaco administrado na mesma dose, mas 
em formas farmacêuticas diferentes podem ter o 
mesmo fator de biodisponibilidade, mas não serem 
bioequivalentes, porque sua velocidade (t máx.) foi 
diferente. 
 
2. via sublingual 
• É utilizada para alguns fármacos, apesar da pequena 
região associada à absorção, visto que a drenagem 
venosa da boca provoca um desvio da circulação 
porta-hepática, visto que se dirige diretamente à 
veia cava superior. 
• Assim, essa via de administração apresenta 
vantagem quando comparada à via oral, visto que 
evita o efeito de 1° passagem e apresenta rápida 
absorção. No entanto, cabe ressaltar, que essa via 
de administração se torna inútil em casos de 
fármacos pouco lipossolúveis e de difícil absorção 
 
3. via retal 
• Nesse caso, cerca de 1/3 superior é drenado pelas 
veias mesentéricas e 2/3 inferiores pelas veias 
hemorroidais, o que faz com que esses 2/3 não 
passe pelo fígado, o que leva a atenuação do efeito 
de 1° passagem. No entanto, seu processo de 
absorção pode ser incompleto e/ou irregular. Além 
disso, é possível que alguns fármacos promovam de 
irritação na mucosa. 
• Via muito utilizada em bebês, em pessoas 
desmaiadas, com intolerância gástrica e no pós-
cirúrgico do trato gastrointestinal 
 
4. vias parenterais 
• As principais vias de administração parenterais são: 
a via subcutânea, a via intravenosa e a via intra 
muscular 
• Controle da biodisponibilidade 
 
via intravenosa 
• O medicamento cai direto na corrente sanguínea e, 
portanto, não ocorrem limitações quanto a absorção 
do fármaco, que apresenta biodisponibilidade total. 
Não obstante, outro diferencial dessa via é a 
capacidade de controlar a liberação do fármaco de 
forma precisa e rápida. 
• Nesse caso, é necessário o monitoramento da 
resposta do paciente e é crucial que erros não 
sejam cometidos, visto que depois da injeção, 
geralmente não há como retirar o fármaco. 
• Há limitação quanto à lipofilicidade do fármaco 
 
 
via intramuscular 
• Dependendo do fluxo sanguíneo presente no local da 
injeção, os fármacos em solução aquosa são 
rapidamente absorvidos. Além disso, o aquecimento 
ou massagem na região e a prática de exercícios 
podem interferir até determinado ponto na taxa de 
absorção. 
• Caso o fármaco injetado esteja suspenso em 
solução oleosa ou em veículos de depósito, a 
absorção tende a ser lenta e constante. 
 
via subcutânea 
• Geralmente, apresenta constância e lentificação no 
processo de absorção, sendo utilizada para produzir 
um efeito prolongado. 
 
via intra-arterial 
• Via de administração pouco utilizada, em que o 
fármaco é injetado diretamente em uma artéria a 
fim de localizar seus efeitos em um tecido ou órgão. 
Via mais comumente utilizada em testes diagnósticos 
– tratamento de tumores hepáticos, câncer no 
pescoço e cabeça. 
• Apresenta atenuamento dos efeitos da 1° 
passagem. 
 
via intratecal 
• A barreira hematoencefálica e o líquido 
cefalorraquidiano, muitas vezes, impedem a entrada 
de fármacos no SNC. Dessa forma, o fármaco 
precisa ser diretamente injetado no espaço 
subaracnóide medular. 
• Intraperitoneal: Usada a nível laboratorial 
 
 
5. outras mucosas 
via vaginal e nasal 
• Em ambas se objetiva efeito local. 
• Ademais, na via nasal pode haver absorção e 
apresentar efeito de taquicardia em crianças. 
 
via conjuntiva 
• São utilizados fármacos de aplicação tópica, 
objetivando efeito local. 
• Geralmente, os efeitos locais se relacionam com a 
absorção local pela córnea, que pode ser acelerada 
quando esta apresenta algum traumatismo. 
• Comumente, a absorção sistêmica resultante da 
drenagem pelo canal nasolacrimal não é desejada. 
• Grande absorção pelo plexo retro orbital 
 
via pulmonar 
• Podem ser utilizados fármacos gasosos e voláteis 
• Essa via de administração tem como objetivo um 
efeito sistêmico (anestésico), servindo também 
como uma via alternativa para a entrada de 
peptídeos e também efeito local, como no caso da 
asma. 
• Apresenta rápido acesso à circulação, com 
absorção quase instantânea e evita inativação 
associada ao efeito de 1° passagem. 
 
6. via transdérmica 
• Nem todo fármaco apresenta a capacidade de ser 
absorvido pela intacta, a depender da superfície 
onde são aplicados e também de sua lipossolubilidade, 
visto que a pele atua como uma barreira lipídica –
substancias altamente lipofílicas a atravessam. 
• Assim, cabe ressaltar que, nesses casos, a 
absorção pela pele pode ser ampliada utilizando uma 
suspensão do fármaco em um veículo oleoso e 
também pelo processo de fricção. 
• A derme, por outro lado, é livremente permeável a 
muitos solutos, o que torna a absorção sistêmica dos 
fármacos mais facilitada pela pele que sofreu 
abrasão, queimadura ou desnudamento. 
• Objetiva-se efeito local 
• Via alternativa para absorção sistêmica de algumas 
substâncias 
# Adesivos para angina 
# Cinetoses 
# Adesivos com nicotina 
# Reposição hormonal 
 
 
 
 
 
comparação: vias de administração parenterais x via oral 
 
via absorção Utilidade especial limitações e precauções 
oral • Variável • Mais conveniente e 
econômica; geralmente é mais 
segura 
• Depende da adesão do 
paciente A biodisponibilidade 
pode ser errática 
intravenosa • A absorção é evitada 
• Os efeitos podem ser 
imediatos 
• Adequada para grandes 
volumes e substâncias 
irritantes, ou misturas 
complexas, desde que diluídas 
• Valiosa para uso em 
emergências 
• Permite a titulação da dose 
• Geralmente necessária para 
pro te nas de alto peso 
molecular e fármacos 
peptídicos 
• Aumenta o risco de efeitos 
adversos 
• Em geral, as soluções 
precisam ser injetadas 
lentamente inadequada para 
soluções oleosas ou 
substâncias pouco solúveis 
subcutânea • Imediata, no caso de soluções 
aquosas 
• Lenta e prolongada, no caso 
das preparações de depósito 
• Adequada para algumas 
suspensões pouco solúveis e 
para instilação de implantes de 
liberação lenta 
• Inadequada para grandes 
volumes 
• As substâncias irritantes 
podem causar dor ou necrose 
intramuscular • Imediata, no caso das soluções 
aquosas 
• Lenta e prolongada, no caso 
das preparações de depósito 
• Adequada para volumes 
moderados, veículos oleosos e 
algumas substâncias irritantes 
• Adequada para a 
autoadministração (p. ex., 
insulina) 
• Contraindicada durante o 
tratamento anticoagulante 
• Pode interferir com a 
interpretação de alguns 
exames diagnósticos. 
Tabela adaptada do livro “As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman” 
A distribuição é o mecanismo pelo qual posteriormente à administração e absorção do fármaco, ele segue para a circulação 
sistêmica e, então se é difunde para os líquidos intersticiais e intracelulares. Dessa forma, consiste em um processo que 
depende não só das propriedades físico-químicas do fármaco, mas também de fatores fisiológicos do organismo – como 
débito cardíaco, fluxo sanguíneo regional, permeabilidade capilar e volume tecidual. Mas como se dá esse processo? 
Inicialmente, órgãos com alta irrigação sanguínea, como fígado, rins e cérebro recebem a maior parte do fármaco, enquanto 
para outros tecidos e órgãos, como pele, tecido adiposo e muscular, a liberação do fármaco ocorre mais lentamente, 
podendo demorar algumas horas, antes que a concentração do fármaco nostecidos esteja em equilíbrio com o nível 
sanguíneo. A difusão do fármaco para o líquido intersticial ocorre de modo rápido, com exceção do cérebro e alguns outros 
órgãos, tendo em vista a natureza altamente permeável da membrana endotelial dos capilares. Ademais, vale ressaltar 
que alguns fatores são determinantes para o processo de distribuição, sendo eles a lipossolubilidade e os gradientes de pH 
transmembrana, bem como a ligação relativa do fármaco às proteínas plasmáticas e macromoléculas teciduais. 
 
proteínas plasmáticas 
• Alguns fármacos precisam se ligar às proteínas 
plasmáticas a fim de circular pela corrente 
sanguínea. Assim, a concentração do fármaco, sua 
afinidade e número de locais de ligação determinam 
a fração de todo o fármaco presente no plasma 
ligado a essas proteínas. 
• A ligação plasmática é um processo não linear e 
saturável. 
• Para a maioria dos fármacos, a variação terapêutica 
das concentrações plasmáticas é limitada; assim, a 
amplitude de ligação e a fração livre são 
relativamente constantes. 
• A principal proteína carreadora de fármacos ácidos 
é a albumina, enquanto a glicoproteína ácida α1 é 
responsável por transportar os fármacos básicos. 
Pode haver também a ligação inespecífica a outras 
proteínas, mas em menor ocorrência. 
• Vale ressaltar que comumente essa ligação 
fármaco-proteína plasmática é reversível, embora 
haja a possibilidade de haver ligações covalentes de 
fármacos reativos, como no caso de agentes 
alquilantes. 
 
acúmulo em tecidos 
• Alguns fármacos apresentam a capacidade de se 
acumularem em tecidos, apresentando 
concentrações mais altas do que as encontradas no 
sangue ou em líquidos extracelulares. 
• Mas por que isso acontece? Duas são as 
explicações possíveis para esse acúmulo, a primeira 
se relaciona ao transporte ativo, já a segunda está 
associada à ligação tecidual – geralmente é 
reversível e ocorre com componentes celulares, 
como proteínas e fosfolipídeos. 
• Essa ligação tecidual pode atuar como um 
reservatório, prolongando a ação do fármaco 
naquele tecido ou em outros. No entanto, vale 
ressaltar que tanto a ligação tecidual como o 
acúmulo tecidual podem provocar efeitos tóxicos. 
 
redistribuição 
• Além da metabolização e excreção, outro fator que 
pode cessar o efeito farmacológico é o processo de 
redistribuição, no qual ele sai do seu local de ação e 
migra para outros tecidos. 
• Assim, a redistribuição contribui para a inatividade 
do fármaco principalmente quando este se trata de 
um composto lipossolúvel que atua no cérebro no 
sistema cardiovascular, sendo administrado por 
inalação ou via intravenosa, como é o caso do 
tiopental. 
• O tiopental é um fármaco que apresenta alta 
lipossolubilidade. Assim, em decorrência do grande 
fluxo sanguíneo que tem no cérebro, o fármaco 
atinge sua concentração máxima no cérebro cerca 
de 1 minuto depois da administração intravenosa. 
Posteriormente, a concentração plasmática diminui 
à medida que o tiopental se difunde para outros 
tecidos, como os músculos. 
• Com isso, a concentração do fármaco no cérebro 
se torna proporcional ao nível plasmático, tendo em 
vista a baixa taxa de ligação do tiopental aos 
componentes cerebrais. Dessa forma, tanto o início 
quanto o término da anestesia são rápidos, já que 
ambos se relacionam diretamente com a 
concentração do fármaco no cérebro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A lipofilicidade dos fármacos que permite sua passagem pelas membranas biológicas e facilitam seu acesso subsequente 
aos locais de ação, dificultam sua excreção. Grande parte dos agentes terapêuticos consistem em compostos lipofílicos 
filtrados pelos glomérulos e reabsorvidos – maioria deles – para circulação sistêmica à medida que percorrem os túbulos 
renais. Assim, o metabolismo dos fármacos em metabólitos mais hidrofílicos é essencial não só para sua eliminação 
adequada, mas também para cessação das suas atividades biológica e farmacológica. No entanto, em alguns casos, o 
organismo produz metabólitos com atividade biológica potente ou, ainda, com propriedades tóxicas. 
 
classificação 
O metabolismo dos fármacos pode ser classificado de 
duas formas: reações de funcionalização da fase I e 
reações de biossíntese da fase II, também chamada de 
conjugação. 
 
reações da fase 1 
• Nesse tipo de metabolização, são introduzidos ou 
expostos grupos funcionais do composto original, 
como nas reações de hidrólise. 
• Em geral, resultam na perda da atividade 
farmacológica. No entanto, em casos raros, o 
metabolismo está associado à alteração da atividade 
farmacológica. 
• Os pró-fármacos são compostos 
farmacologicamente inativos produzidos a fim de 
maximizar a quantidade da substância ativa que 
chega ao local de ação. Essas substâncias são 
convertidas em metabólitos biologicamente ativos, 
em geral por hidrólise de uma ligação éster ou amida. 
# Ex: inibidores da enzima conversora de 
angiotensina (ECA). 
 
reações de conjugação da fase 2 
• Nesse tipo de metabolização, há a formação de uma 
ligação covalente entre um grupo funcional do 
composto original ou do metabólito da fase I e o ácido 
glicurônico, sulfato, glutationa, aminoácidos ou 
acetato formados pelos processos endógenos. 
• Em geral, esses conjugados altamente polares são 
inativos e excretados rapidamente na urina e nas 
fezes. 
# Ex: metabólito 6-glicuronídico da morfina. 
 
sistemas enzimáticos 
• Os sistemas enzimáticos associados ao processo de 
metabolização são encontrados principalmente no 
fígado. No entanto, outros órgãos com função 
metabólica são os rins, o trato GI e os pulmões. 
• Posteriormente à administração oral de um 
fármaco, uma fração significativa dele pode sofrer 
inativação antes de atingir a circulação sistêmica, 
seja no epitélio intestinal ou fígado. Assim, o efeito 
de 1° passagem reduz a disponibilidade oral dos 
fármacos metabolizados. 
• Os sistemas enzimáticos envolvidos nas reações da 
fase 1 estão localizados principalmente no retículo 
endoplasmático, enquanto os sistemas enzimáticos 
de conjugação da fase 2 são predominantemente 
citosólicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Durante o processo de excreção, os fármacos são eliminados sem qualquer modificação ou são convertidos a metabólitos. 
O rim é o principal órgão responsável pela excreção, no entanto ela também pode ocorrer de outras formas. No geral, os 
órgãos excretores – exceto pelos pulmões – apresentam maior facilidade de eliminar compostos polares em detrimento 
dos lipossolúveis, que necessitam sofrer metabolização a fim de formarem compostos mais solúveis. A excreção pode 
ainda ocorrer pelas fezes, geralmente, quando os fármacos foram administrados oralmente e não foram absorvidos, ou 
quando seus metabólitos foram excretados na bile, ou ainda quando são secretados no TG e não sofreram reabsorção. 
Outra forma de excreção que chama atenção é através da lactação, visto que as substâncias eliminadas podem causar 
efeitos farmacológicos indesejáveis para o bebê. 
 
excreção renal 
• A excreção de fármacos e seus metabólitos 
através dos rins se dá pela urina e apresentam três 
processos independentes, que são afetados pela 
função renal: filtração glomerular, secreção tubular 
ativa e reabsorção tubular passiva. 
 
filtração glomerular 
• A quantidade do fármaco que chega ao lúmen 
tubular por filtração é proporcional à taxa de 
filtração glomerular e extensão da ligação 
plasmática do fármaco, de forma que apenas a 
fração livre é filtrada. 
• limitação quanto ao peso molecular do fármaco, mas 
quase não há restrições para o fármaco livre, ao 
contrário do que acontece para o fármaco ligado a 
proteina plasmatica – fármacos lipossolúveis e 
hidrossolúveis atravessam sem grandes problemas. 
 
 
secreção tubular 
• Além da filtração glomerular, os fármacos podem 
passar para a urina através da secreção tubular 
ativa mediada por transportadores. 
• Os transportadores como a P-gp e a MRP2,localizados na membrana da borda escovada apical, 
são responsáveis pela secreção dos ânions 
anfipáticos e metabólitos conjugados. Já os 
carreadores de solutos, que são mais seletivos para 
os fármacos catiônicos orgânicos, estão envolvidos 
na secreção das bases orgânicas. 
• Os transportadores de membrana, que estão 
localizados predominantemente no túbulo renal 
distal, também são responsáveis por toda a 
reabsorção ativa do fármaco do lúmen tubular de 
volta à circulação sistêmica; entretanto, a maior 
parte dessa reabsorção ocorre por difusão não 
aniônica. 
• Pode haver concorrência quando muitas substancias 
estão presentes ao mesmo tempo. 
# Consequência: fármaco excretado pelo rim 
de maneira eficiente, podem pode gerar 
interação medicamentosa. Ex: penicilina e 
probenecide 
# Probenecide não tem atividade terapêutica 
e por competir com a penicilina pelo 
transportador, pode aumentar seu tempo 
de meia-vida plasmatica 
 
reabsorção tubular passiva 
• Nos túbulos proximais e distais, as formas não 
ionizadas dos ácidos e das bases fracos sofrem 
reabsorção passiva global. No entanto, as células 
tubulares são menos permeáveis às formas 
ionizadas dos eletrólitos fracos, de tal forma que a 
reabsorção passiva dessas substâncias é 
influenciada pelo pH. 
• Assim, quando a urina tubular está mais alcalina, os 
ácidos fracos estão em grande parte ionizados e, 
desta forma, são excretados mais rapidamente e 
em quantidades maiores. Já quando a urina tubular 
estiver mais ácida, a fração do fármaco ionizado é 
reduzida, o mesmo acontece com sua excreção. 
• A alcalinização e acidificação da urina produzem 
efeitos contrários na excreção das bases fracas. 
• Durante a passagem tubular, o volume urinario se 
reduz muito, concentrando o fármaco. No caso de 
substâncias lipofílicas, por difusão passiva até 99% 
de reabsorção dessa substancia pode ocorrer. 
Portanto, consiste em um processo passivo e 
relacionado às propriedades físico-químicas da 
substancia 
# Ex: intoxicação com barbitúrico 
 
avaliação da função renal 
• Insulina: mede o fluxo de filtração glomerular. É 
completamente filtrada e não sofrem nem 
secreção nem reabsorção tubular 
• Creatinina: mede o fluxo de filtração glomerular. É 
completamente filtrada, é secretada no túbulo 
contorcido proximal. Não sofre reabsorção tubular. 
Creatinina clearance – medida da função renal 
 
excreção biliar e fecal 
• Na membrana canalicular do hepatócito existem 
transportadores responsáveis pela secreção de 
fármacos e metabólitos na bile. De lá, esses 
fármacos e metabólitos são, então, liberados no 
trato GI durante o processo digestivo. 
• Com isso, os fármacos e metabólitos podem ser 
reabsorvidos do intestino de volta ao corpo – no 
caso dos metabólitos conjugados como os 
glicuronídeos, pode haver necessidade de hidrólise 
enzimática pela flora intestinal. 
• Caso se prolongue, a reciclagem êntero-hepática 
pode promover significativamente a permanência 
de um fármaco ou toxina e seus efeitos no 
organismo, antes que ele seja eliminado por outras 
vias.

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