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Didática para pessoas com necessidades especiais

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www.cruzeirodosulvirtual.com.br
DIDÁTICA PARA PESSOAS COM 
NECESSIDADES ESPECIAIS
Educação a Distância
► Didática para Pessoas com Necessidades Especiais
Graduação
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução ou transmissão total ou parcial por qualquer forma 
ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivamento em qualquer 
sistema de banco de dados sem permissão do Núcleo de Educação a Distância – Unifran.
COORDENAÇÃO EAD
Coordenação Geral de EAD: Prof.a Dr.a Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz
Coordenação Acadêmica: Prof.a Dr.a Alessandra Aparecida Campos
Coordenação Pedagógica: Prof.a M.a Carmen Lucia Tozzi Mendonça Conti
EDITORA UNIFRAN – EDIFRAN
Direção de Publicações: Prof. M.e Everton de Paula
Assistência Administrativa Sênior: Paula Andrea Zúñiga Muñoz
Assistência Administrativa II: Munira Rochèlle Nambu
Revisão de Textos: Isabella Araujo Oliveira
 Karina Barbosa
 Thaíla de Sousa Orlando
Diagramação: Ana Lívia de Matos
 Renan Oliveira Laudares Morais
Projeto Gráfico: Sérgio Ribeiro
UNIVERSIDADE DE FRANCA
Chancelaria: Dr. Clovis Eduardo Pinto Ludovice
Reitoria: Prof.a Dr.a Ester Regina Vitale
Pró-Reitoria de Ensino: Prof. M.e Arnaldo Nicolella Filho
Pró-Reitoria de Pequisa: Prof.a Dr.a Katia Jorge Ciuffi
Pró-Reitoria de Extensão: Prof.a M.a Elisabete Ferro de Sousa Touso
© ACEF S/A • Trabalho realizado pela Universidade de Franca (SP)
Universidade de Franca – Av. Dr. Armando Salles Oliveira, 201 – Parque Universitário – 14.404-600
Franca – SP – PABX: (16) 3711-8888 – FAX (16) 3711-8886 – 0800 34 12 12 – www.unifran.edu.br
Editora Unifran – (16) 3711-8736/8842 – editora@unifran.br
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à disciplina Didática para Pessoas com 
Necessidades Especiais.
Apresentamos a você o nosso material de estudo, que tem 
como objetivo auxiliá-lo na busca, desenvolvimento e aprimoramento de seu 
conhecimento.
Os temas foram organizados em capítulos/atividades, e os conteúdos 
amplamente abordados por meio de textos básicos e de leituras complementares 
sugeridas pelos autores. Ao longo de cada capítulo/atividade você encontrará 
questões para reflexão e indicações de fontes de pesquisa e leitura para aprofundar 
seus estudos.
Em um curso de educação a distância, você é o principal protagonista, 
criando, juntamente com os tutores e colegas de sua rede educacional, 
possibilidades de ser investigador do seu próprio conhecimento e aprendizagem. 
Por isso, todo o material foi elaborado com o intuito de contribuir para a construção, 
ampliação e aplicação de seu conhecimento. 
Assim, faça um planejamento de seus estudos, organize seu tempo e 
fique atento à data-limite de cada atividade que você deve cumprir. Recorra, sempre, 
ao seu professor tutor e participe das atividades propostas, interagindo com seus 
colegas.
Desejamos que, ao final da disciplina, você tenha aproveitado ao 
máximo cada item abordado e que seus estudos possam refletir diretamente na 
busca de novos mercados e desenvolvimento pessoal.
Tenha um ótimo estudo!
SUMÁRIO
DIDÁTICA PARA PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ......................... DIDM 07
ASPECTOS LEGAIS E JURÍDICOS .......................................... DIDM 11
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO .......................................... DIDM 15
DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES
DE DEFICIÊNCIA MENTAL ......................................................... DIDM 17
CLASSIFICAÇÃO DE DEFICIÊNCIA MENTAL - 
EVOLUÇÃO DO CONCEITO NA HISTÓRIA ............................ DIDM 23
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ........................................... DIDM 27
ENFOQUE MULTIFATORIAL ..................................................... DIDM 29
CAUSAS DA DEFICIÊNCIA MENTAL ....................................... DIDM 35
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ........................................... DIDM 39
DESVIO E ESTIGMA ................................................................... DIDM 41
TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO .......... DIDM 43
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ........................................... DIDM 47
OUTRAS SÍNDROMES .............................................................. DIDM 49
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA ................................................. DIDM 53
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ........................................... DIDM 57
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
APOSTILA INTERNET
CAPÍTULO ASSUNTO ATIVIDADE ASSUNTO
1 FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 1 Videoaula 1
2 ASPECTOS LEGAIS E JURÍDICOS 2 Videoaula 2
3 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 3 Autoavaliação
4
DEFINIÇÕES E 
CLASSIFICAÇÕES DE 
DEFICIÊNCIA MENTAL
4 Videoaula 3
5
CLASSIFICAÇÃO DE 
DEFICIÊNCIA MENTAL 
- EVOLUÇÃO DO 
CONCEITO NA HISTÓRIA
5 Videoaula 4
6 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 6 Autoavaliação
7 ENFOQUE MUTIFATORIAL 7 Videoaula 5
8 CAUSAS DA DEFICIÊNCIA MENTAL 8 Videoaula 6
9 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 9 Autoavaliação
10 DESVIO E ESTIGMA 10 Videoaula 7
11
TRANSTORNOS 
GLOBAIS DO 
DESENVOLVIMENTO
11 Videoaula 8
12 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 12 Autoavaliação
13 OUTRAS SÍNDROMES 13 Videoaula 9
14 CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 14 Videoaula 10
15 SÍNTESE PARA AUTO-AVALIAÇÃO 15 Autoavaliação
REFERÊNCIA CRUZADA
Didática para Pessoas com Necessidades Especiais
DIDM – 7
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 1FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
OBJETIVO
Tratar dos fundamentos da educação especial.
TEXTO
A história da educação especial começou ser tratada no século XVI (MENDES, 
2002), quando colocam médicos pedagogos buscando nas possibilidades educacionais de 
pessoas consideradas ineducáveis.
A educação especial nasce de um modelo individual e com ênfase no ensino 
especial e em uma sociedade que a educação formal era para poucos. Com avanço das 
sociedades e da visão do homem, lentamente a educação foi modificando e ampliando.
No final do século XIX, ocorre a mudança do modelo custódia para o 
institucional, o qual se fundamentava no fato de que a pessoa diferente seria mais bem 
protegida e assistida se fosse confinada em ambientes segregados.
Segundo Mendes (2002), no início do século XX, com a evolução dos asilos, 
a institucionalização da escolaridade obrigatória passou a retirar e encaminhar crianças que 
não conseguia avançar no ensino regular para as classes espaciais nas escolas públicas e 
aumentaram as escolas especializadas após as duas grandes guerras mundiais. 
Na década de 50 surge o movimento, normalização e integração, iniciado 
pelos pais de crianças às quais era negado o ingresso nas classes comum. Surgem as 
classes especiais paralelamente à educação comum.
Na década de 70 mudanças para as ideias de educação integrada, aceitação 
de alunos que conseguiam se adaptar à escola, sem modificações do sistema escolar.
Atualmente observam-se duas correntes da educação inclusiva: o da inclusão 
e da inclusão total.
Vejamos como ela está expressa, destacando a penas o artigo 58. Esse 
artigo assim como os seus respectivos parágrafos estão citados em Minto (2002, p.12-13).
 “Art.58. Entende se por educação especial, para os efeitos dessa lei, a 
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para 
educandos de necessidades especiais.”
A nossa Constituição Federal garante a todos o direito á educação e ao 
acesso a escola, porém sabemos que a realidade é outra: a escola ainda não é para todos.
Existem interpretações errôneas sobre a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBEN), no sentido que o atendimento educacional especializado passa 
a ser compreendido como uma possibilidade de substituir o ensino regular. Essa interpretação 
DIDM – 8
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 1
é inconstitucional. Persistindo confusões e duvidas sobre as diferenças entre atendimento 
educacional especializado e educaçãoespecial.
A educação especial, anterior e até 1988, respaldada e regulamentada 
pela constituição era um apêndice da educação regular e tratada no âmbito da assistência. 
(FÁVERO; PANTOJA; MANTOAN, 2007, p. 28).
A LDBEN (Lei 9.394/96), juntamente com a constituição, vem garantir o 
direito ao atendimento educacional especializado e não substituir o direito à escolarização 
oferecida nas escolas comuns da rede regular de ensino.
A forma correta de interpretar a educação especial é entendê-la como uma 
garantia para que todos alunos portadores de alguma deficiência tenham acesso à escola 
comum. Ela serve como instrumento de romper barreiras para os alunos ingressarem e 
permanecerem na escola comum, como também de oferecer condições para os alunos se 
desenvolverem dentro das salas comuns do ensino regular.
A educação especial passa como uma modalidade de ensino que deve 
disponibilizar recursos e estratégias de apoio aos alunos com deficiência, proporcionando 
diferentes alternativas de atendimento de intervenções, de acordo com a necessidade de 
cada um.
Já o atendimento educacional especializado, segundo (FÁVERO; PANTOJA; 
MANTOAN; 2007, p. 29), é uma estratégia de reconhecer e acolher cada aluno com 
deficiência com a sua especificidade. São consideradas matérias do atendimento 
educacional especializado:
• Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS);
• Interpretação de LIBRAS;
• Ensino de Língua Portuguesa para Surdos;
• Código Braille;
• Orientação e mobilidade;
• Utilização do soroban;
• Ajuda técnicas, incluindo informática adaptada;
• Mobilidade e comunicação alternativa /aumentativa;
• Tecnologias assistidas;
• Informática educativa;
• Educação física adaptada;
• Enriquecimento e aprofundamento do repertório de conhecimentos de 
cada aluno; e
• Atividades da vida autônoma e social, entre outras.
Posterior a LDBEN (Lei 9.394/96), surge uma nova lei que fortalece a 
educação especial, resultado da convenção interamericana para a eliminação de todas as 
formas de discriminação contra a pessoa portadora de deficiência, celebrada em Guatemala. 
CAPÍTULO 1
DIDM – 9
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
O Brasil é signatário desse documento que foi aprovado pelo Congresso 
Nacional, Decreto n. 3.956/2001, que trata fundamentalmente de uma reinterpretação da 
LDBEN.
A convenção de Guatemala, assim chamada essa nova lei, deixa claro os 
impositivos para estabelecer uma educação especial. A educação especial passa a ter um 
entendimento mais amplo, não segregador, que deve ser entendido como um atendimento 
educacional especializado.
Assim, enfatizando na compreensão, toda pessoa com alguma deficiência 
ou necessidade especial até 14 anos deve ser matriculada no ensino fundamental, em 
escolas comum da rede regular. Nada impede que, em período contrario à escola, os alunos 
frequentam uma instituição ou serviços de atendimento educacional especializado, muitas 
vezes é necessário utilizar esta estratégia.
O momento educacional atual é um período que está exigindo muitas 
dificuldades e adaptações. Sabemos que o desafio é enorme, pois a tarefa de sair do 
papel e ir para a prática não é tão simples. Mudanças são necessárias desde o romper 
com preconceitos, dar condições de atuações reais para os professores como a formação 
continuada, especializações e supervisões.
O espaço físico da escola tem que ser adaptado para receber a todos, assim 
com tem que ter materiais e moveis adequados. Os critérios de avaliação e promoção 
têm que ser alterados, o acesso a cursos profissionalizantes para jovens tem que ser 
mais fácil. O apoio dos serviços especializados, realizados pelo atendimento educacional 
especializado deve ser permanente. Não basta receber o aluno, é necessário incluí-lo, dar 
condições plenas para que ele consiga aprender e se socializar.
É necessária uma educação inclusiva e não somente uma educação integrativa.
Na educação integrativa, o aluno é o único responsável pelas suas 
dificuldades na escola, ele só consegue ser integrado se tiver condições de manter as 
adaptações necessárias à sala de aula e em outros setores da escola. O aluno e seus pais 
têm que se adaptar ao que está estabelecido.
Ocorrendo da mesma forma a exclusão e segregação. Para incluir é 
necessário muito mais preparo e discernimento. O foco de mudanças não pode cair somente 
sobre os professores, sobre sua formação, sobre os especialistas, sobre a sala de aula e 
sobre a escola. A melhora do ensino como um todo, depende muito mais de “um conjunto 
articulado de mudanças, as quais devem ser sustentadas pelo poder publico... as mudanças 
educacionais dependem muito mais do sistema de ensino e da vontade política de seus 
gestores.” (PIETRO, 2002, p. 58).
Segundo esse autor, para que ocorram as mudanças, deve haver um 
planejamento político educacional e articulado entre municípios e Estados e órgãos federativos. 
Propõe alguns indicadores que podem contribuir para uma inclusão social e escolar:
DIDM – 10
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 1
é necessário conhecer a demanda escolar (realizar um censo – quem são 
esses alunos, onde estão);
conhecer os equipamentos, os recursos educacionais especiais da rede 
pública de ensino;
conhecer o conjunto de profissionais da rede pública de ensino;
organizar programas de intervenção visando assegurar educação para todos;
implantar, desenvolver e manter recursos educacionais especiais;
• acompanhar e avaliar as intervenções.
São possibilidades para chegar a uma ação integrada e sustentada.
A educação especial, com o atendimento educacional especializado, já 
conquistou espaço, foi fortalecido pelas leis, agora é conosco. Cabe a nós professores, 
educadores e especialistas incluirmos em nossas ações.
REFERÊNCIAS 
FÁVERO, E. A. G.; PANTOJA, L. M. P.; MANTOAN, M. T. E.; FIGUEIREDO, R. V. Aspectos 
legais e orientações pedagógicas. São Paulo: MEC/SEESP, 2007 (Atendimento educacional 
especializado). Formação continuada a distância para professores para o atendimento 
educacional especializado.
MENDES, E. G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In: SIMONE, 
S. M. P.; MARTINS, C. Escola inclusiva. São Carlos: Ed. UFSCar, 2002.
PIETRO, R. G. A construção de políticas públicas de educação para todos. In: SIMONE, S. 
M. P.; MARTINS, C. Escola inclusiva. São Carlos: Ed. UFSCar, 2002.
ANOTAÇÕES
DIDM – 11
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 2ASPECTOS LEGAIS E JURÍDICOS
OBJETIVO
Tratar dos aspectos legais e jurídicos da educação especial.
TEXTO
“Temos o direito de sermos iguais quanto à diferença nos inferioriza, 
temos o direito a sermos diferentes quando a igualdade nos desca-
racteriza.” (BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS apud FÁVERO; 
PANTOJA; MANTOAN, 2007, p. 25).
A Constituição Federal garante o direito à igualdade (Art. 5º), a promoção 
do bem a todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outra 
discriminação existente (Art. 3º, inc. IV).
Garante também o direito a toda a educação, garantida assim o pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho. (FÁVERO; PANTOJA; MANTOAN, 2007, art. 205)
As mesmas autoras descrevem em seu artigo um dos princípios 
constitucionais para o ensino: ”permitir a igualdade de condições de acesso e permanência 
na escola” (Art. 206, inc. I) sendo que é dever do estado também, “garantir o acesso aos 
níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade 
de cada um” (Art. 208, V).
Desta forma está reservado a todos cidadãos o direito de pertencer 
e freqüentar uma escola, ao ensino de boa qualidade e funcional. Todas escolas 
reconhecidas pelo governo e aparada pelas leis devem atender a todos e passa a ferir a 
constituição se utilizar a exclusão em qualquer momento.
Mesmo com o amparo legal, sabemos das dificuldades existentes, das 
realidades encontradas nas escolas, dos argumentos utilizados por todos,professores, 
políticos, pais e alunos.
Fávero, Pantoja e Mantoan (2007) nos questionam se de fato “existe 
viabilidade pratica em se receber TODOS os alunos?”; em outras, a escola é realmente 
para todos? As autoras afirmam que sim, pois é garantido pela Constituição Federal, e 
que tem que ser em um mesmo ambiente, devendo esse ser o mais diversificado possível, 
condição necessária e importante para um pleno desenvolvimento humano e excelente 
prepara para a cidadania (Art. 205, C.F.).
DIDM – 12
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 2
Lei de diretrizes e bases da educação nacional (ldben) e o atendimento 
educacional especializado
Essa lei nos artigo 58 e demais dispõe sobre o atendimento educacional 
especializado: “O Atendimento Educacional Especializado será feito em classes, escolas 
ou serviços especializados, sempre que, em função das condições especificas dos alunos, 
não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular” (Art. 59, § 2º). 
(FÁVERO; PANTOJA; MANTOAN, 2007, p. 27).
Encontramos muitas confusões, interpretações errôneas e equivocadas 
sobre essa proposta, importante destacarmos algumas características e funções:
esse atendimento é diferente do ensino regular e deve estar disponível tanto 
para o ensino básico como fundamental;
é indicado para suprir as necessidades do aluno, voltadas para a 
especificidade da deficiência do aluno, promovendo o desenvolvimento como um todo, nos 
aspectos: cognitivo, motor e afetivo;
não substitui a escola comum, e é garantido a todos os matriculados no 
ensino fundamental dos 7 aos 14 anos;
a Constituição Federal admite que este atendimento seja oferecido em outros 
estabelecimentos, pois é um complemento, não um ensino substituto;
para a Constituição Federal: educação especial e atendimento educacional 
especializado, não são sinônimos;
educação especial era o tipo de atendimento que vinha sendo realizado com 
as pessoas com deficiências antes de 1996, prevista em nossa constituição anterior;
Portanto, o atendimento educacional especializado é uma forma de garantir 
que seja reconhecida e valorizada a necessidade de cada aluno com deficiência com 
programas diferenciados.
Declaração deSalamanca
Alguns princípios:
1. Nós, os delegados da Conferência Mundial de Educação Especial, 
representando 88 governos e 25 organizações internacionais em 
assembleia aqui em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 
1994, reafirmamos o nosso compromisso para com a educação para 
todos, reconhecendo a necessidade e urgência do providenciamento 
de educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades 
educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e 
reendossamos a estrutura de ação em educação especial, em que, pelo 
DIDM – 13
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 2
espírito de cujas provisões e recomendações governo e organizações 
sejam guiados.
2. Acreditamos e proclamamos que:
• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a 
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
• toda criança possui características, interesses, habilidades e 
necessidades de aprendizagem que são únicas;
• sistemas educacionais deveriam ser designados e programas 
educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em 
conta a vasta diversidade de tais características e necessidades;
• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso 
à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia 
centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades;
• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os 
meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-
se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e 
alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma 
educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em 
última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.
Nós congregamos todos os governos e demandamos que eles:
• atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de 
seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem 
todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades 
individuais.
REFERÊNCIAS 
FÁVERO, E. A. G.; PANTOJA, L. M. P.; MANTOAN, M. T. E.; FIGUEIREDO, R. V. Aspectos 
legais e orientações pedagógicas. São Paulo: MEC/SEESP, 2007 (Atendimento educacional 
especializado). Formação continuada a distância para professores para o atendimento 
educacional especializado.
MENDES, E. G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In: SIMONE, 
M. S. P.; MARTINS. Escola inclusiva. São Carlos: Ed. UFSCar, 2002.
PIETRO, R. G. A construção de Políticas Públicas de Educação para Todos. In: SIMONE, M. 
S. P.; MARTINS. Escola inclusiva. São Carlos: Ed. UFSCar, 2002.
DIDM – 14
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 2
ANOTAÇÕES
DIDM – 15
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 3SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO
OBJETIVO
Enfocar os fundamentos da educação especial assim como os aspectos 
legais e jurídicos da educação especial.
Texto
A história da educação especial começou ser tratada no século XVI, e nasce 
de um modelo individual e com ênfase no ensino especial, e em uma sociedade que a 
educação formal era para poucos.
A forma correta de interpretar a educação especial é entendê-la como uma 
garantia para que todos alunos portadores de alguma deficiência tenham acesso à escola 
comum. Ela serve como instrumento de romper barreiras para os alunos ingressarem e 
permanecerem na escola comum, como também de oferecer condições para os alunos se 
desenvolverem dentro das salas comuns do ensino regular.
A educação especial passa como uma modalidade de ensino que deve 
disponibilizar recursos e estratégias de apoio aos alunos com deficiência, proporcionando 
diferentes alternativas de atendimento de intervenções, de acordo com a necessidade de 
cada um.
A Constituição Federal garante o direito à igualdade (art. 5º), à promoção do bem 
a todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outra discriminação 
existente (art. 3º, inc. IV).
Dessa forma, está reservado a todos cidadãos o direito de pertencer e frequentar 
uma escola, ao ensino de boa qualidade e funcional.
A lei de diretrizes e bases da educação nacional- LDBEN e o atendi-
mento educacional especializado, nos artigos 58 e demais demais, 
dispõe sobre o atendimento educacional especializado: “O Atendimen-
to Educacional Especializado será feito em classes, escolas ou servi-
ços especializados, sempre que, em função das condições especificas 
dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do 
ensino regular” (Art. 59, § 2º) (FÁVERO; PANTOJA; MANTOAN, 2007, 
p. 27).
DIDM – 16
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 3
ANOTAÇÕES
DIDM – 17
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 4DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES 
DE DEFICIÊNCIA MENTAL
OBJETIVO
Tratar de algumas definições e de algumas classificações de deficiência mental.
TEXTO
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1980, propõe três terminologias 
para esclarecer e definir todas as deficiências:
• deficiências;
• incapacidades; e
• desvantagem social.
Essas três terminologias sofreram alterações e evoluções na terminologia e, 
em 2000, a terminologia foi alterada para “pessoa em situação de deficiência” (ASSANTE, 
2000).
A Convenção de Guatemala foi internalizada à Constituição Brasileira pelo 
Decreto n. 3.956/2001 e segundo e traz a definição sobre deficiência fica desta forma: [...] 
“uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória que limita 
a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou 
agravada pelo ambiente econômico e social” (MANTOAN; BATISTA, MEC, 2007, p. 14). 
A mesma autora colocaque pela própria dificuldade de diagnosticar a 
deficiência mental, os conceitos têm sofrido várias mudanças, revisões e atualizações. Não 
existe, portanto, um consenso.
Definições
Segundo a descrição do DSM. IV, a característica essencial do retardo mental 
é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, 
acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas 
das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades 
sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, 
habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”. 
Já para a A.A.M.D. (Associação Americana de Deficiência Mental), a 
deficiência mental refere-se: “ao funcionamento intelectual geral signitivamente abaixo da 
média, que coexiste com falhas no comportamento adaptador e se manifesta durante o 
período de desenvolvimento” (KIRK; GALLAGHER, 2000, p. 121).
Devemos entender a deficiência mental como uma condição mental relativa. 
Deve-se relativizar o contexto social e cultural do indivíduo.
DIDM – 18
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 4
Academicamente é possível diagnosticar o retardo mental em indivíduos com 
QIs entre 70 e 75, porém, que exibam déficits significativos no comportamento adaptativo. 
Cautelosamente o DSM. IV recomenda que o retardo mental não deve ser diagnosticado 
em um indivíduo com um QI inferior a 70, se não existirem déficits ou prejuízos significativos 
no funcionamento adaptativo.
Classificação da OMS (Organização Mundial de Saúde)
Coeficiente intelectual Denominação Nível cognitivo segundo Piaget Idade mental correspondente
Menor de 20 Profundo Período Sensório-Motriz 0-2 anos
Entre 20 e 35 Agudo grave Período Sensório-Motriz 0-2 anos
Entre 36 e 51 Moderado Período Pré-Operativo 2-7 anos
Entre 52 e 67 Leve Período das Operações Concretas 7-12 anos
Em síntese, a referência para avaliar o grau de deficiência está mais voltada 
para os prejuízos no funcionamento adaptativo do que a medida do QI. Por funcionamento 
adaptativo entende-se o modo como a pessoa enfrenta efetivamente as exigências comuns da 
vida e o grau em que experimenta uma certa independência pessoal compatível com sua faixa 
etária, bem como o grau de bagagem sociocultural do contexto comunitário no qual se insere.
O funcionamento adaptativo da pessoa pode ser influenciado por vários 
fatores, incluindo educação, treinamento, motivação, características de personalidade, 
oportunidades sociais e vocacionais, necessidades práticas e condições médicas gerais. Em 
termos de cuidados e condutas, os problemas na adaptação habitualmente melhoram com 
esforços terapêuticos do que o QI cognitivo. 
Para o diagnóstico, é imprescindível que a deficiência mental se manifeste 
antes dos 18 anos. São necessárias avaliações neurológicas, psiquiátricas e sociais para 
determinar áreas de necessidades dos deficientes.
Classificações
Nas classificações da deficiência mental estão incluídos vários sintomas e 
manifestações tais como a dificuldade de aprendizagem e alguns comprometimentos do 
comportamento.
Encontramos várias abordagens e teorias que esclarecem e apresentam sua 
compreensão sobre as classificações, sobre o diagnóstico da deficiência mental, desde 
teorias desenvolvimentistas, cognitivista, sociológica, assim como a antropológica.
Segundo Mantoan e Batista (2007, p.15), estas referem que existe dificuldade 
em chegar a um consenso, principalmente sobre o diagnóstico diferencial entre “doença 
mental”, que englobaria diagnósticos sobre psicose, e psicose precoce e “deficiência mental”.
Diante da complexidade sobre o entendimento da deficiência mental, faz-se 
DIDM – 19
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 4
necessário unir vários saberes de várias áreas do conhecimento. Não se esgota no saber 
orgânico nem tampouco as considerações do funcionamento do intelecto.
Uma das classificações para a deficiência mental é baseada nos tipos de 
apoio que a pessoa necessita.
Esses apoios podem ser: Intermitente, limitado, extenso e generalizado.
Intermitente: o apoio se efetua apenas quando necessário. Caracteriza-
se por sua natureza episódica, ou seja, a pessoa nem sempre está precisando de apoio 
continuadamente, mas durante momentos em determinados ciclos da vida, como por 
exemplo, na perda do emprego ou fase aguda de uma doença. Os apoios intermitentes 
podem ser de alta ou de baixa intensidade.
Limitado: apoios intensivos caracterizados por sua alguma duração contínua, 
por tempo limitado, mas não intermitente. Nesse caso incluem-se deficientes que podem 
requerer um nível de apoio mais intensivo e limitado, como por exemplo, o treinamento do 
deficiente para o trabalho por tempo limitado ou apoios transitórios durante o período entre a 
escola, a instituição e a vida adulta.
Extenso: trata-se de um apoio caracterizado pela regularidade, normalmente 
diário em pelo menos em alguma área de atuação, tais como na vida familiar, social ou 
profissional. Nesse caso não existe uma limitação temporal para o apoio, que normalmente 
se dá em longo prazo.
Generalizado: é o apoio constante e intenso, além de necessário em 
diferentes áreas de atividade da vida. Estes apoios generalizados exigem mais pessoal e 
maior intromissão que os apoios extensivos ou os de tempo limitado.
Descreveremos uma classificação voltada com significados e implicações 
educacionais, que Kirk e Gallagher (2000, p.123-124) propõem.
Deficientes mentais educáveis: estes durante os primeiros anos de 
vida não são reconhecidos como tal. Ao entrar na escola que as dificuldades começam 
a despontar, a criança não consegue acompanhar suficientemente do programa escolar 
regular, mas consegue desenvolver habilidades tanto sociais como cognitivas mesmo que 
estacione a nível primário. Consegue certa independência social se a família estimular e 
motivar. Pode conseguir uma adequação ocupacional a ponto de poder se sustentar parcial 
ou totalmente durante a vida adulta. Corresponde a deficiência mental leve.
Deficientes mentais treináveis: essa definição é atribuída às crianças que 
têm dificuldades em aprender mesmo no nível mais simples, não conseguem desenvolver 
independência quando chegam na fase adulta e possuem muitas dificuldades em conseguir 
se manter financeiramente. São capazes de desenvolver o autocuidado e atividades de 
vida diária (vestir-se, banhar-se, usar o banheiro e se alimentar), conseguem se defender 
de perigos comuns no lar, na escola, no bairro, aprendem a compartilhar, respeitar leis e 
DIDM – 20
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 4
autoridades. Sob supervisão e orientação podem conseguir um trabalho, uma ocupação que 
possa gerar renda. Podem auxiliar se orientados e ensinados serviços simples, domésticos. 
São crianças que são identificadas durante seus primeiros anos de vida. Geralmente 
apresentam atraso no desenvolvimento motor e da aquisição da linguagem. Corresponde à 
deficiência mental moderada.
Deficientes mentais graves e profundos: essa definição é atribuída 
às crianças que possuem deficiências múltiplas associadas, que interferem numa 
aprendizagem comum. São crianças que além da deficiência mental poder ter outros quadros 
comprometedores associados, tais como: paralisia cerebral, perda auditiva ou visual ou alguma 
deficiência física atribuindo limitações motoras. São as crianças com deficiências múltiplas ou 
severas. O objetivo do trabalho com essas crianças, chamado de treinamento, é estabelecer 
algum nível de adaptação social e estimulação de todas as áreas. Precisam de um grupo de 
profissionais diversificados e especializados para o tratamento e acompanhamento. Além de 
realizar um trabalho específico para os pais, pois eles são os cuidadores e que necessitam de 
apoio e suporte. Podem ser desenvolvidos trabalhos favorecendo e estimulando a área motora, 
os cuidados pessoais, alinguagem e a adaptação social.
O quadro abaixo elaborado por Kirk e Gallanger (2000, p. 124) traz as 
etiologias, prevalência e expectativas tanto educacionais como para a vida adulta das três 
denominações sobre deficiência mental.
Educável Treinável Grave/Profundo
Etiologia
Predominantemente con-
siderada uma combinação 
do fator genético, com más 
condições econômicas e 
sociais.
Grande variedade de problemas ou distúrbios neurológi-
cos glandulares ou metabólicos, que podem resultar em 
retardo grave ou moderado.
Prevalência Aproximadamente 10 em 
cada 1000 pessoas.
Aproximadamente 2 a 3 em 
cada 1000 pessoas.
Aproximadamente 1 em 
casa 1000 pessoas.
Expectativas 
Educacionais
Terá dificuldades no progra-
ma escolar normal para uma 
educação adequada.
Necessita maiores adapta-
ções nos programas educa-
cionais; foco em cuidar de 
simesmo ou nas habilidades 
sociais; esforço limitado nas 
matérias tradicionais.
Necessitará treinamento 
para cuidar de si mesmo 
(alimentação, vestuário, 
toalete).
Expectativas para
a vida adulta
Com treinamento, pode ser 
adaptar produtivamente a 
nível qualificado ou não-
qualificado.
Pode se adaptar social e 
economicamente em ofici-
nas especiais ou, em alguns 
casos, em tarefas rotineiras, 
sem supervisão.
Sempre precisará de 
assistência.
DIDM – 21
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 4
REFERÊNCIAS 
GOMES, A. L. L.; FERNANDES, A. C.; BATISTA, C. A. M.; SALUSTIANO, D. A. MANTOAN, 
M. T. E.; FIGUEIREDO, R. V. Deficiência mental. São Paulo: MEC/SEESP, 2007 (Atendimento 
educacional especializado). Formação continuada a distância para professores para o 
atendimento educacional especializado.
KIRK, S. A; GALLAGHER, J. J. Educação da criança excepcional. Tradução de Maria Zanella 
Sanvincente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
ANOTAÇÕES
DIDM – 22
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 4
ANOTAÇÕES
DIDM – 23
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 5CLASSIFICAÇÃO DE DEFICIÊNCIA MENTAL - 
EVOLUÇÃO DO CONCEITO NA HISTÓRIA
OBJETIVO
Tratar de algumas classificações de deficiência mental e da evolução do 
conceito na história.
TEXTO
Classificação de Deficiência Mental (1976)
1. Variação normal da inteligência (vni)
• QI entre 71e 84;
• geralmente sem atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, apresenta 
mais dificuldade mais na idade escolar, conseguem concluir o ensino 
fundamental;
• vida adulta independente; e
• funções simples em mercado de trabalho.
2. Deficiência Mental Leve
• QI entre 50 e 70;
• atraso no desenvolvimento neuropsicomotor discreto dificuldades no 
aprendizado precocemente percebidas;
• necessita ensino especializado – alfabetizáveis; e
• independência quanto autocuidados e atividades de vida diária.
3. Deficiência Mental Moderado
• QI entre 33 e 49;
• atraso no desenvolvimento neuropsicomotor precoce;
• necessitam ensino especializado com equipe multidisciplinar;
• dificilmente alfabetizáveis;
• certo grau de dependência nas atividades de vida diária;
• não conseguem trabalho a nível competitivo; e
• podem ser bastante produtivos em oficinas abrigadas.
DIDM – 24
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 5
4. Deficiência Mental Severo
QI entre 20 e 34;
• escolas especializadas visando o desenvolvimento da independência 
quanto autocuidados e atividades de vida diária; e
• são semidependentes necessitando supervisão frequente.
5. Deficiência Mental Profundo
• QI inferior a 19;
• atraso muito acentuado no desenvolvimento neuropsicomotor, alguns 
nem adquirem marcha independente;
• vida adulta dependente quanto autocuidados e atividades de vida diária;
• necessita receber um trabalho individualizado.
Definições
Deficiência Mental
Conforme DSM IV 1994; Retardo Mental – caracteriza-se por funcionamento 
intelectual significativamente abaixo da média (QI< 70), com início antes dos 18 anos e 
déficits ou prejuízos concomitantes no funcionamento adaptativo.
 “A característica essencial do retardo mental é um funcionamento 
intelectual significativamente abaixo da média (critério A), acompa-
nhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em 
pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, 
autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais interpessoais, uso 
de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, 
trabalho, lazer saúde e segurança (critério B). Início antes dos 18 anos 
(critério C). O retardo mental possui muitas etiologias diferentes e pode 
ser visto como uma via final comum de vários processos patológicos 
que afetam o SNC. Funcionamento intelectual geral definido pelo QI, 
obtido pela realização de testes de inteligência padronizados.”
Funcionamento Adaptativo
“Funcionamento adaptativo refere-se ao modo como os indivíduos enfrentam 
efetivamente as exigências comuns da vida e o grau em que satisfazem os critérios de 
independência pessoal esperado de alguém de seu grupo etário, bagagem sócio-cultural e 
complexos comunitários específicos.”
DIDM – 25
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 5
Deficiência Mental Leve - QI: 50/55 > aprox. 70
Deficiência Mental Moderado - QI 35/40 > 50/55
Deficiência Mental Severo - QI 20/25 > 35/40
Deficiência Mental Profundo - QI< 20/25
Inteligência
“... uma capacidade mental muito geral que, entre outras coisas, inclui 
a capacidade para raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar abstratamente, 
compreender idéias complexas, aprender rapidamente com a experiência. Não é o simples 
aprendizado dos livros, uma habilidade acadêmica no sentido restrito ou para realizar 
testes. Melhor, reflete uma capacidade mais ampla e profunda para compreender nosso 
entorno, o que se passa ao redor, captar o sentido das coisas e saber o que fazer” (ARVEY; 
BOUCHARD; CARROL et al., 1994).
Anastasi (1986) sugere que a “conduta inteligente” é essencialmente adaptativa. 
Encontramos muitas teorias sobre inteligência. Abaixo segue uma síntese de conceitos sobre 
três inteligências, visto que existem descrição e estudos de 12 tipos de inteligência.
Inteligência conceitual: é a acadêmica, a formal. É a capacidade de 
resolver problemas “intelectuais” abstratos e utilizar processos simbólicos, incluindo a 
linguagem. Inclui a noção tradicional de QI e competências e habilidades escolares.
Inteligência prática: supõe a capacidade de manejar aspectos físicos e 
mecânicos da vida: as atividades de vida diária, os autocuidados. Inclui a capacidade de 
adaptação.
Inteligência social: supõe a capacidade de entender e lidar de forma 
adequada em situações e eventos sociais. Por exemplo: ser empático, auto-reflexivo e obter 
resultados interpessoais desejados. Conseguir desenvolver laços afetivos e sociais, pertencer 
a algum grupo.
REFERÊNCIAS 
FÁVERO, E. A. G.; PANTOJA, L. M. P.;MANTOAN, M. T. E.; FIGUEIREDO, R. V. Aspectos 
legais e orientações pedagógicas. São Paulo: MEC/SEESP, 2007 (Atendimento educacional 
especializado). Formação continuada a distância para professores para o atendimento 
educacional especializado.
MENDES, E. G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In: SIMONE, 
M. S. P.; MARTINS, C. Escola inclusiva. São Carlos: Ed. UFSCar, 2002.
PIETRO, R. G. A construção de políticas públicas de educação para todos. In: SIMONE, M. 
S. P.; MARTINS, C. Escola inclusiva. São Carlos: Ed. UFSCar, 2002.
DIDM – 26
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 5
ANOTAÇÕES
DIDM – 27
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CAPÍTULO 6SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO
OBJETIVO
Tratar de algumas definições e de algumas classificações de deficiência mental.
TEXTO
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1980, propõe três terminologias 
para esclarecer e definir todas as deficiências:
• deficiências;
• incapacidades; e
• desvantagem social.
Segundo a descrição do DSM. IV, a característica essencial do retardo mental 
é quando a pessoa tem um “funcionamentointelectual significativamente inferior à média, 
acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas 
das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades 
sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, 
habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”. 
Nas classificações da deficiência mental estão incluídos vários sintomas e 
manifestações tais como a dificuldade de aprendizagem e alguns comprometimentos do 
comportamento.
Encontramos várias abordagens e teorias que esclarecem e apresentam sua 
compreensão sobre as classificações, sobre o diagnóstico da deficiência mental, desde 
teorias desenvolvimentistas, cognitivistas, sociológicas, assim como antropológicas.
Classificações
Deficiência Mental Leve - QI: 50/55 > aprox. 70
Deficiência Mental Moderado - QI 35/40 > 50/55
Deficiência Mental Severo - QI 20/25 > 35/40
Deficiência Mental Profundo - QI< 20/25
DIDM – 28
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 6
ANOTAÇÕES
DIDM – 29
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CAPÍTULO 7ENFOQUE MULTIFATORIAL
OBJETIVO
Tratar do enfoque multifatorial da deficiência mental. 
TEXTO
O enfoque multifatorial auxilia na compreensão e medida da inteligência. 
As limitações nas habilidades adaptativas normalmente coexistem com pontos fortes em 
outras áreas adaptativas de competência pessoal que o sujeito possui.
Sistema 1992
Aspectos principais: a deficiência mental necessita definir-se em um contexto 
social, geralmente, com apoio apropriado durante um período controlado e o funcionamento da 
pessoa com deficiência experimentará melhoras, pois a prática dos serviços de reabilitação se 
baseiam nas capacidades, limitações e necessidades de apoio da pessoa.
Contexto social de Deficiência Mental 
A deficiência mental não é mais estatística. Deixa de ser absoluta em si 
mesma. Não constitui mais um traço absoluto manifestado pela pessoa e sim uma expressão 
do impacto funcional da interação entre a pessoa com limitações intelectual e de habilidades 
adaptativas e o meio ambiente em que essa pessoa vive.
A função dos apoios: “O deficiente melhorará se lhe oferecerem apoios 
apropriados pôr um período de tempo controlado. O conceito de apoio não é novo! A 
novidade é a crença de que uma aplicação criteriosa dos apoios oportunos pode melhorar 
as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Constituem um meio mais natural, 
eficiente e continuado para incrementar a independência/ interdependência, produtividade, 
integração na comunidade e satisfação dessas pessoas”.
O sistema 1992 é basicamente um modelo funcional
• As categorias utilizadas para classificar deficiência mental, que se 
restringem exclusivamente ao grau, não são suficientemente descritivas 
ou preditivas para caracterizar os indivíduos com deficiência mental.
• A ênfase no funcionamento atual requer descrever com maior clareza as 
habilidades e limitações adaptativas que influem na vida diária, originando 
assim a necessidade de identificar áreas chave de atuação.
DIDM – 30
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 7
• O diagnóstico deve ser realizado com o objetivo de se planejar a 
intervenção e de proporcionar uma determinada condição.
Apoios: Fonte, Funções e Intensidade
• A principal função do apoio é oferecer proteção e desenvolvimento de 
habilidades das pessoas com necessidades especiais;
• Em casa, pode-se utilizar o apoio intermitente, o profissional desloca-se 
para a casa da pessoa, algumas vezes para desenvolver atividades e 
orientar a família;
• Pode-se solicitar o apoio para o planejamento econômico limitado, o apoio 
tecnológico, a ajuda ao emprego generalizado e a assistência médica.
Resultados os apoios
• incrementar o nível de habilidades adaptativas e capacidades funcionais 
da pessoa;
• fomentar a aquisição dos objetivos de habilitação, relacionados com o 
bem-estar físico, psicológico e com o bom “funcionamento” da pessoa;
• potenciar as características do meio no qual a pessoa vive, integrando 
com recursos oferecidos na comunidade.
Definição e exemplos das intensidades de apoio
Intermitentes: são aqueles que se apresentam “quando se fizerem 
necessários”. Caracterizam-se por sua natureza episódica e esporádica. A pessoa nem 
sempre necessita esse apoio (s). Consistem em apoios necessários por um breve espaço 
de tempo, em transições no ciclo vital. Os apoios necessários podem ser de alta ou baixa 
intensidade.
Limitados: caracterizam-se por sua consistência no tempo. Não são 
intermitentes mesmo, que sua duração seja limitada. Podem solicitar um menor número de 
profissionais e menos custos que níveis de apoio mais intensos.
Extensos: supõe uma implicação ou intervenção regular (por exemplo: 
diariamente) em pelo menos alguns ambientes (ex: lugar de trabalho, sala de aula, em casa) 
e não tem limitação de tempo.
Generalizados: caracterizam-se por sua consistência e elevada intensidade. 
São proporcionados em diferentes ambientes e podem durar por toda a vida. Geralmente 
implica um maior número de profissionais.
DIDM – 31
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 7
Definição de Deficiência Mental pelo Sistema 1992
“Limitações substanciais no funcionamento atual. Caracteriza-se por 
um funcionamento intelectual significativamente inferior a média, que 
coexiste com limitações associadas em duas ou mais das seguintes 
áreas de habilidade adaptativa: comunicação, autocuidado, vida no 
lar, habilidades sociais, utilização da comunidade, autodireção, saúde 
e segurança, habilidades acadêmicas funcionais, lazer e trabalho. O 
retardo mental deve manifestar-se antes dos dezoito anos de idade”.
Processo de três passos para o diagnóstico final
1. Diagnóstico do retardo mental.
2. Descrição das capacidades e limitações do indivíduo.
3. Identificação dos apoios necessários.
O sistema 1992 considera que o objetivo fundamental do diagnostico é planejar 
a intervenção.
Exemplo, ao invés de dizermos “uma pessoa com DM severa” diremos “uma 
pessoa deficiente mental com necessidades de apoio extensas nas áreas de comunicação 
e com necessidades de apoio limitadas na área de utilização da comunidade”.
O processo de três passos e suas implicações
1. Maior precisão na descrição dos indivíduos.
2. Despreza-se o acento inicialmente posto no indivíduo como variável 
independente.
3. Amplia-se para as necessidades desse indivíduo na sociedade para que 
possa desenvolver-se o mais adequadamente possível.
Além dessas duas (2) implicações gerais, o sistema 1992 gerou também 
quatro (4) implicações especificas:
1. Ampliação do conceito de inteligência: não implica o abandono do QI 
e sim sua flexibilização e contextualização.
2. Validação das dimensões gerais que compõem o comportamento 
adaptativo: os principais objetivos da avaliação do comportamento 
adaptativo são: diagnóstico e planejamento da intervenção; avaliação e 
supervisão do programa e descrição e avaliação da população.
3. Definição operativa de um paradigma de apoios: necessário para 
DIDM – 32
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 7
aumentar a independência, produtividade e integração na comunidade e 
a ajuda que se presta a pessoas descapacitadas.
4. Análise do meio: estudos recentes têm demonstrado que um ajuste 
adequado de pessoas deficientes ao seu meio está relacionado, tanto 
com as capacidades de conduta específicas do indivíduo, como os 
requisitos de execução específicos desse conceito. Um ajuste eficaz 
ao meio depende, não tanto das características individuais, mas 
principalmente do ajuste entre a pessoa e as características do meio.
Métodos possíveis para se realizar a análise entre o ajuste individual e 
o meio
A - Identificar as habilidades necessárias ao funcionamento adequado do 
ambiente específico.
B - Determinar se o ambiente requer habilidades e o nível necessário.
C - Avaliar o nívelde funcionamento da pessoa em cada habilidade requisitada. 
Verificar se a pessoa:
1. manifesta essa habilidade independente, sem ajuda;
2. manifesta essa habilidade com alguma ajuda;
3. não tem tal habilidade, seja por falta de interesse, de capacidade ou por 
necessitar ajuda física.
Fatores inibidores e facilitadores: fatores ambientais, elementos que 
podem facilitar ou inibir o crescimento, bem-estar e satisfação pessoal das pessoas com 
deficiência mental.
Inclusão: em todos os ambientes como na família, na escola e na sociedade.
Oportunidade de desenvolvimento de competências: oportunidade de 
desenvolver habilidades e aprender novas atividades.
Respeito: desenvolvimento e conquista da auto-estima, ocupar lugar próprio, 
colocar suas opiniões sobre experiências da própria vida, ter escolhas.
Existência de apoios: proporcionar ajuda e assistência para fomentar a 
independência, produtividade e integração da pessoa com deficiência mental na comunidade.
REFERÊNCIAS 
FÁVERO, E. A. G.; PANTOJA, L. M. P.; MANTOAN, M. T. E.; FIGUEIREDO, R. V. Aspectos 
legais e orientações pedagógicas. São Paulo: MEC/SEESP, 2007 (Atendimento educacional 
especializado). Formação continuada a distância para professores para o atendimento 
DIDM – 33
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 7
educacional especializado.
MENDES, E. G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In: SIMONE, 
M. S. P.; MARTINS, C. Escola inclusiva. São Carlos: Ed. UFSCar, 2002.
PIETRO, R. G. A construção de políticas públicas de educação para todos. In: SIMONE, M. 
S. P.; MARTINS, C. Escola inclusiva. São Carlos: Ed. UFSCar, 2002.
ANOTAÇÕES
DIDM – 34
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 7
ANOTAÇÕES
DIDM – 35
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 8CAUSAS DA DEFICIÊNCIA MENTAL
OBJETIVO
Tratar das causas da deficiência mental.
TEXTO
Podemos dividir as causas da deficiência mental em três períodos do 
desenvolvimento humano.
1. Período Pré-Natal (estar atento):
• desajustamentos e dificuldades emocionais da mãe e conflitos familiares;
• idade da mãe;
• fator RH negativo;
• exposição ao raio X, durante a gravidez;
• desnutrição da mãe;
• uso de tabaco, álcool e tóxicos pela mãe;
• sarampo;
• rubéola;
• parotidite (caxumba);
• acidentes da mãe que ocasionam acidentes;
• alterações cromossômicas (alterações genéticas);
2. Período Neonatal ou Perinatal (estar atento):
• anóxia ou hipóxia;
• anestesia em excesso;
• partos prolongados, levando ao sofrimento da criança, podem ocorrer 
anóxia;
• partos realizados em locais sem condições de higiene;
• fórceps;
• condições cefálicas;
• baixo peso da criança;
• não apresentar choro;
• falta de reflexos primários (exame realizado logo após o nascimento);
• outros incidentes que podem ocorrer no momento do nascimento.
DIDM – 36
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 8
3. Período Pós-Natal (estar atento):
• encefalites;
• subnutrição da criança;
• meningite;
• vítimas de traumas físicos ou acidentes;
• doenças adquiridas;
• implicações e influências sociais e psicológicas;
Atendimento Educacional Especializado para a Deficiencia Mental – 
Conceitos e Cuidados.
Pensar em atendimento educacional especializado para alunos com 
deficiência é superar e avançar nos conceitos preconcebidos sobre educação especial. 
Decorre de uma nova concepção de educação especial, onde o foco é fazer com que esses 
alunos aprendam. Muitas vezes serão conteúdos diferenciados do ensino comum, porém 
necessários para que consigam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência.
A deficiência mental propõe que se tenha um novo olhar sobre o que é 
aprender. É necessário haver reflexões sobre aprendizagem, como se processa, quais 
condições necessárias e o mais importante: saber, conhecer quem é o APRENDIZ.
Para essa deficiência o aprender assume características diferenciadas, 
o déficit está nos processos cognitivos, no pensamento formal, nas abstrações, no 
processamento da memória, muitas vezes na elaboração da linguagem. Assim não bastam 
apenas adaptações curriculares voltadas para o treinamento de habilidades e adaptações.
 O atendimento educacional especializado deve propiciar aos alunos, segundo 
Mantoan e Batista (2007), condições para que passam das regulações automáticas, saiam 
do automatismo e adquirem as regulações ativas, que consigam encontrar formas que 
julguem mais conveniente e ajustadas a sua condição e que favoreça o desenvolvimento do 
pensar, do agir intelectualmente. Deve permitir que o aluno saia do lugar do não aprender, 
ou da recusa em aprender, para a aquisição de um saber próprio, de um saber que tenha 
significado, que tenha compreensão. Deve ser um programa que desenvolva e ajude as 
crianças a superarem suas limitações intelectuais.
O aluno com deficiência mental tem que ter oportunidades para desenvolver 
sua inteligência, utilizando todos os seus recursos internos. Por isso a denominação 
atendimento educacional especializado, pois deve permitir de maneira especial e especializada 
a valorização e possibilidade da criança expressar seus sentimentos e ideias, de pesquisar e 
inventar, despertar a curiosidade e a vontade, elementos fundamentais da aprendizagem. 
Porém, a escola comum e o atendimento educacional especializado devem 
ocorrer concomitantemente, pois um se beneficia do outro.
É necessário para o atendimento educacional especializado um espaço físico 
DIDM – 37
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 8
reservado e preservado, o tempo para cada aluno será definido conforme necessidades 
individuais e deve ocorrer sempre em horário oposto ao das aulas do ensino comum.
Sabemos que estamos muito longe da realização desses modelos, falta ainda 
conscientização, vontade política, preparo, capacitação e valorização de professores e muito 
significado para quem ensina.
Muitas conquistas no campo da educação especial foram realizadas, porém 
muito há para fazer e acontecer.
REFERÊNCIAS 
GOMES, A. L. L.; FERNANDES, A. C.; BATISTA, C. A. M.; SALUSTIANO, D. A.; MANTOAN, 
M. T.E.; FIGUEIREDO, R. V. Deficiência mental. São Paulo: MEC/SEESP, 2007 (Atendimento 
educacional especializado). Formação continuada a distância para professores para o 
atendimento educacional especializado.
KIRK, S. A.; GALLAGHER, J. J. Educação da criança excepcional. Tradução de Maria Zanella 
Sanvincente. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
ANOTAÇÕES
DIDM – 38
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 8
ANOTAÇÕES
DIDM – 39
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 9SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO
OBJETIVO
Analisar o enfoque multifatorial da deficiência mental assim como suas 
causas e uma introdução sobre o atendimento educacional especializado para a deficiência 
mental – conceitos e cuidados.
TEXTO
O enfoque multifatorial auxilia na compreensão e medida da inteligência. 
As limitações nas habilidades adaptativas normalmente coexistem com pontos fortes em 
outras áreas adaptativas de competência pessoal que o sujeito possui.
O sistema descrito no ano de 1992 é basicamente um modelo funcional, 
egue a descrição do mesmo:
• as categorias utilizadas para classificar deficiência mental, que se 
restringem exclusivamente ao grau, não são suficientemente descritivas 
ou preditivas para caracterizar os indivíduos com deficiência mental;
• a ênfase no funcionamento atual requer descrever com maior clareza as 
habilidades e limitações adaptativas que influem na vida diária, originando 
assim a necessidade de identificar áreas chave de atuação;
• o diagnóstico deve ser realizado com o objetivo de se planejar a 
intervenção e de proporcionar uma determinada condição.
Podemos dividir as causas da deficiência mental em três períodos do 
desenvolvimento humano: pré-natal, neonatal e pós-natal.
Pensar em atendimento educacional especializado para alunos com 
deficiência é superar e avançar nos conceitospré-concebidos sobre educação especial. 
Decorre de uma nova concepção de educação especial, onde o foco é fazer com que 
esses alunos aprendam. Muitas vezes serão conteúdos diferenciados do ensino comum, 
porém necessários para que consigam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência.
DIDM – 40
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CAPÍTULO 9
ANOTAÇÕES
DIDM – 41
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 10DESVIO E ESTIGMA
OBJETIVO
Tratar de desvio e estigma na educação especial.
TEXTO
Desvio: ”anomalia,... desvirtuamento: distúrbio...” 
(Dicionário UNESP, 2004, p. 432).
Estigma: ”rotulo,... marca sinal de vergonha ou infâmia...” 
(Dicionário UNESP, 2004, p. 557).
O objetivo desse texto é oferecer algumas ideias e conceitos sobre dois 
termos muito utilizados no contexto da educação especial, que resultam em muitas 
controvérsias e discussões.
Para Amaral (1992, p. 24), “(...) do ponto de vista biológico, o desvio está 
presente no corpo quando há falta ou excesso de alguma coisa”. A referida autora também 
afirma que: “(...) o fato é que seja da ótica de quem a vive, seja da ótica de quem a vê a 
deficiência, do ponto de vista psicológico, jamais passa em brancas nuvens.” (p. 60)
Sobre a deficiência e desvio a autora nos coloca: “muito pelo contrário: 
ameaça, desorganiza, mobiliza. Representa aquilo que foge ao esperado, ao simétrico, ao 
belo, ao eficiente, ao perfeito... e, assim como quase tudo que se refere à diferença, provoca 
a hegemonia do emocional sobre o racional.” (p. 60).
Encontramos o conceito de estigma atrelando ao indivíduo, uma condição de 
inabilitado para a aceitação social, promovendo assim um sentimento de desumanização 
do portador de algum tipo de diferença significativa.
O preconceito em relação à questão da deficiência, segundo Amaral (1995, 
p. 120), “(...) pode estar lastreado na aversão ao diferente, ao mutilado, ao deficiente – os 
estereótipos daí advindos serão: o deficiente é mau, é vilão, é asqueroso... Ou o preconceito 
pode ser baseado em atitude de caráter comiserativo, de pena, de piedade: o deficiente é 
vítima, é sofredor, é prisioneiro... e assim por diante”.
A condição de ser diferente implica estigmatização e preconceitos sociais, 
culturais e até mesmo familiares que, talvez por excesso de zelo, impede o deficiente de 
participar como sujeito político da sociedade. Num contexto que rotula, estigmatiza e exclui, 
a luta por direitos sociais torna-se árdua, particularmente a de grupos sociais considerados 
à margem do sistema, pois, por preconceito, são considerados improdutivos. 
Nos seus escritos, Goffman (1993, p. 11) refere-se ao uso da palavra estigma, 
expressão utilizada na Grécia antiga que significava:
DIDM – 42
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 10
“Signos corporales, sobre los cuales se intentaba
exhibir algo malo y poco habitual en el status
moral de quien los presentaba.”
O estigma era, portanto, marca representada por um corte ou uma 
queimadura no corpo e significava algo de mal para a convivência social, representativa de 
um registro de escravatura ou de criminalidade, algo que simbolizava um rito de desonra, 
um mito da tradição da época. Essa marca significava uma advertência, um sinal para 
se evitar contatos nas relações sociais, tanto no contexto particular, isto é, privado, como, 
principalmente, nas relações institucionais de caráter público.
Na atualidade, a palavra estigma remete um pouco a alguns registros dos 
antigos gregos, um mito de desonra, uma tradição passada de uma geração a outra, cuja 
representação é algo de negativo, e desconforto nos contatos e que devem ser evitados, pois 
representa uma ameaça à convivência sadia do sujeito dentro do grupo ao qual pertence.
O sujeito denominado como portador de um estigma não pode pertencer à 
mesma categoria de sujeitos. 
Para Goffman (1993, p. 11): “A sociedade estabelece um modelo e espera 
que todos, ou quase todos, respondam a critérios, comportamentos, posturas, linguagens 
predeterminadas pelo sistema de controle social.”
REFERÊNCIAS 
AMARAL, L. A. Espelho convexo: O corpo desviante no imaginário coletivo, pela voz da 
literatura infanto-juvenil. 1992. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo. p. 
60-75.
. Conhecendo a deficiência, em companhia de Hércules. São Paulo: Robe, 1995. p. 
205. (Série Encontros com a Psicologia).
GOFFMAN, E. Estigmas: la identidad deteriorada. 5. ed. Buenos Aires: Amorrortu Editors, 
1993. p. 172.
DIDM – 43
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CAPÍTULO 11TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO 
OBJETIVO
Tratar dos transtornos globais do desenvolvimento e superdotação e altas 
habilidades.
TEXTO
O pedagogo necessita para a sua prática de um breve conhecimento de 
alguns transtornos do desenvolvimento e algumas características de síndromes, não para 
uma atuação interventiva terapêutica, mas sim para realizar encaminhamentos, solicitar 
avaliações e desenvolver um trabalho pedagógico de acordo com as potencialidades da 
criança, segue algumas definições.
 Transtornos globais do desenvolvimento, segundo CID 10, são caracterizados 
por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação e 
por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Estas anomalias 
qualitativas constituem uma característica global do funcionamento do sujeito, em todas as 
ocasiões.
Exemplos e definições segundo o CID 10 e National Society for Autisc Children 
e pela Organização Mundial de Saúde (OMS):
• autismo infantil: transtorno global do desenvolvimento caracterizado 
por: um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da 
idade de três anos, apresentando uma perturbação característica do 
funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações 
sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além 
disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras 
manifestações inespecíficas, por exemplo, fobias, perturbações de sono 
ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).
• autismo atípico: transtornos globais do desenvolvimento, ocorrendo 
após a idade de três anos ou que não responde a todos os três grupos de 
critérios diagnósticos do autismo infantil. Esta categoria deve ser utilizada 
para classificar um desenvolvimento anormal ou alterado, aparecendo 
após a idade de três anos, e não apresentando manifestações patológicas 
suficientes em um ou dois dos três domínios psicopatológicos (interações 
sociais recíprocas, comunicação, comportamentos limitados, estereotipados 
ou repetitivos) implicados no autismo infantil; existem sempre anomalias 
características em um ou em vários destes domínios. O autismo atípico 
ocorre habitualmente em crianças que apresentam um retardo mental 
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CAPÍTULO 11
profundo ou um transtorno específico grave do desenvolvimento de 
linguagem do tipo receptivo.
A definição aceita pela National Society for Autisc Children e pela Organização 
Mundial de Saúde (OMS) diz que: “o autismo é uma síndrome presente desde o nascimento 
e se manifesta invariavelmente antes dos trinta meses de idade. Caracteriza-se por respostas 
anormais a estímulos auditivos ou visuais e por problemas graves quanto à compreensão da 
linguagem falada.” 
A fala custa a aparecer, e, quando isto acontece, nota-se ecolalia, o uso 
inadequado dos pronomes, estrutura gramatical imatura, inabilidade de usar termos 
abstratos. Há também, em geral, uma incapacidade na utilização social, tanto da linguagem 
verbal como da corpórea. Ocorrem problemas muito graves de relacionamento social antes 
dos cinco anos de idade, com incapacidade de desenvolver contato olho a olho, ligação 
social e jogos em grupos.
O comportamento é usualmente ritualístico e podem incluir rotinas de vida 
anormais, resistência a mudanças, ligação a objetos estranhos, e um padrãoNational Society 
for Autisc Children e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) de brincar estereotipados. A 
capacidade para pensamento abstrato-simbólico ou para jogos imaginativos fica diminuída.
Conforme o National Society for Autistic Children (NSAC) e a American 
Psychiatric Association, os sintomas incluem: anormalidade no ritmo de desenvolvimento e 
na aquisição de habilidades físicas, sociais e de linguagem; respostas anormais dos sentidos. 
O autista pode ter uma combinação qualquer dos sentidos (visão, audição, olfato, equilíbrio, 
dor e paladar); ausência, atraso ou falta de linguagem; modo anormal de relacionamento com 
pessoas, objetos, lugares ou fatos.
É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam 
todos estes sintomas, porém, a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de 
vida da criança. Estes variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma. 
Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são 
inapropriadas para a sua idade.
Comportamentos do indivíduo com Autismo
(Segundo a ASA – Autism Society of American,)
 
Usa as pessoas como 
ferramentas
Resiste a mudanças 
de rotina
Não se mistura com 
outras crianças
Apego não apropriado 
a objetos
Não mantém contato 
visual
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CAPÍTULO 11
Age como se fosse 
surdo
Resiste a algumas 
aprendizagens
Não demonstra medo 
de perigo
Resiste ao contato 
físico
Comportamento 
diferente e arredio
Quadro: condições que podem estar associadas ao autismo: 
• cessos de raiva;
• agitação;
• agressividade;
• auto-agressão, auto-lesão (bater a cabeça, morder os dedos, as mãos ou 
os pulsos);
• ausência de medo em resposta a perigos reais;
• catatonia;
• complicações pré, peri e pós-natais;
• comportamentos autodestrutivos;
• déficits de atenção;
• déficits auditivos;
• déficits na percepção e controle motor;
• déficits visuais;
• epilepsia
(Síndrome de West);
• esquizofrenia;
• hidrocefalia;
• hiperatividade;
• impulsividade;
• irritabilidade;
• macrocefalia;
• microcefalia;
• mutismo seletivo;
• paralisia cerebral;
• respostas alteradas a estímulos sensoriais
• (alto limiar doloroso, hipersensibilidade aos sons ou ao toque, reações 
exageradas à luz ou a odores, fascinação com certos estímulos);
• retardo mental;
• temor excessivo em resposta a objetos inofensivos;
• transtornos de alimentação (limitação a comer poucos alimentos);
DIDM – 46
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CAPÍTULO 11
• transtornos de ansiedade;
• transtornos de linguagem;
• transtorno de movimento estereotipado;
• transtornos de tique;
• transtornos do humor/ afetivos: (risadinhas ou choro imotivados, uma 
aparente ausência de reação emocional); e
• transtornos do sono (despertares noturnos com balanço do corpo).
REFERÊNCIAS 
CID 10-Manual...
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=111
&Itemid=86. Acesso em: 1 jun. 2009.
Disponível em: http://www.fau.com.br/cid/webhelp/f84.htm. Acesso em: 1 jun. 2009.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashab2.pdf#page=41. Acesso 
em: 1 jun. 2009.
REVISTA Educação Especial, Santa Maria, n. 32, 2008, p. 273-284. Disponível em: http://
www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial. Acesso em: 1 jun. 2009.
ANOTAÇÕES
DIDM – 47
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CAPÍTULO 12SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO
OBJETIVOS
Enfocar noções sobre conceitos de desvio e estigma na educação especial, 
assim como tratar dos transtornos globais do desenvolvimento e da superdotação de altas 
habilidades.
TEXTO
Para Amaral (1992, p. 24, http://www.bengalalegal.com/trabalho.doc, 11 nov. 
08): “(...) do ponto de vista biológico, o desvio está presente no corpo quando há falta ou 
excesso de alguma coisa”.
Encontramos o conceito de estigma atrelando ao indivíduo, uma condição de 
inabilitado para a aceitação social, promovendo assim um sentimento de desumanização 
do portador de algum tipo de diferença significativa.
Nos seus escritos, Goffman (1993, p. 11), refere-se ao uso da palavra estigma, 
expressão utilizada na Grécia antiga que significava: “Signos corporales, sobre los cuales se 
intentaba exhibir algo malo y poco habitual en el status moral de quien los presentaba.”
Na atualidade, a palavra estigma remete um pouco a alguns registros dos 
antigos gregos, um mito de desonra, uma tradição passada de uma geração a outra, cuja 
representação é algo de negativo, e desconforto nos contatos e que devem ser evitados, pois 
representa uma ameaça à convivência sadia do sujeito dentro do grupo ao qual pertence.
Transtornos globais do desenvolvimento, segundo CID 10, são caracterizados 
por alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de comunicação 
e por um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Estas 
anomalias qualitativas constituem uma característica global do funcionamento do sujeito, em 
todas as ocasiões.
Citamos como exemplos de transtorno global de desenvolvimento o autismo 
e ao autismo atípico para que o pedagogo tenha critérios melhores para necessários 
encaminhamentos.
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CAPÍTULO 12
ANOTAÇÕES
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CAPÍTULO 13OUTRAS SÍNDROMES
OBJETIVO
Tratar de algumas síndromes importantes na educação especial.
TEXTO
Síndrome de Rett
Transtorno descrito até o momento unicamente em meninas, caracterizado 
por um desenvolvimento iniciais aparentemente normais, seguidos de uma perda parcial 
ou completa de linguagem, da marcha e do uso das mãos, associado a um retardo do 
desenvolvimento craniano e ocorrendo habitualmente entre 7 e 24 meses. A perda dos 
movimentos propositais das mãos, a torsão estereotipada das mãos e a hiperventilação 
são características deste transtorno. O desenvolvimento social e o desenvolvimento lúdico 
estão detidos enquanto o interesse social continua em geral conservado. A partir da idade de 
quatro anos manifesta-se uma ataxia do tronco e uma apraxia, seguidas frequentemente por 
movimentos coreoatetósicos. O transtorno leva quase sempre a um retardo mental grave.
 
Transtorno com Hipercinesia associada a retardo mental e a 
movimentos estereotipados
Transtorno mal definido cuja validade nosológica permanece incerta. Esta 
categoria se relaciona a crianças com retardo mental grave (QI abaixo de 34) associado à 
hiperatividade importante, grande perturbação da atenção e comportamentos estereotipados. 
Os medicamentos estimulantes são habitualmente ineficazes (diferentemente daquelas com 
QI dentro dos limites normais) e podem provocar uma reação disfórica grave (acompanhada 
por vezes de um retardo psicomotor). Na adolescência, a hiperatividade dá lugar em geral a 
uma hipoatividade (o que não é habitualmente o caso de crianças hipercinéticas de inteligência 
normal). Esta síndrome vem acompanhada, além disto, com frequência, de diversos retardos 
do desenvolvimento, específicos ou globais. Não se sabe em que medida a síndrome 
comportamental é a consequência do retardo mental ou de uma lesão cerebral orgânica.
 
Síndrome de Asperger
Transtorno de validade nosológica incerta, caracterizado por uma alteração 
qualitativa das interações sociais recíprocas, semelhante à observada no autismo, com um 
repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Ele se diferencia 
do autismo essencialmente pelo fato de que não se acompanha de um retardo ou de uma 
DIDM – 50
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CAPÍTULO 13
deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo. Os sujeitos que apresentam este 
transtorno são em geral muito desajeitados. As anomalias persistem frequentemente na 
adolescência e idade adulta. O transtorno se acompanha por vezes de episódios psicóticos 
no início da idade adulta. Psicopatia autística Transtorno esquizoide da infância.Psicose
A classificação encontra dificuldades devido às divergências de pensamento 
sobre seu conceito segundo CID - 10 e DSM - III, a definição é puramente descritiva. 
Os autores da DSM – III (1980) classificam as psicoses da criança sob a 
denominação “distúrbios difusos do desenvolvimento”, e preferem não utilizar o termo “psicose”, 
fundamentados nas diferenças semiológicas importantes entre as psicoses do adulto e da 
criança. 
Na classificação francesa encontramos a diferenciação segundo a idade, que 
se divide em: psicoses precoces, onde os sintomas apresentam-se antes dos quatro anos de 
idade, não oferecendo à criança a possibilidade de adaptação ao meio extrafamiliar; psicose 
do período de latência ou psicose infantil de exteriorização tardia se manifesta entre os cinco 
primeiros anos e a puberdade; psicose da puberdade e da adolescência. 
Apesar dos esforços de psiquiatras infantis e psicanalistas da criança, não há 
ainda acordo completo entre os especialistas sobre uma classificação única. 
Tipos de Psicose Infantil 
Esquizofrenia Infantil
De acordo com os critérios diagnósticos da CID – 10, a esquizofrenia está 
classificada no bloco entre F 20 e F 29, com múltiplos quadros clínicos. 
A DSM III define-a como um distúrbio mental com uma forte tendência 
à cronicidade, de início na juventude, quase sempre levando a uma deterioração do 
funcionamento psíquico pré-mórbido e clinicamente manifestado por uma síndrome 
psicopatológica que se expressa por distúrbios do pensamento, afetividade e comportamento, 
na ausência de doença cerebral demonstrável ou retardamento mental. 
Moreira (1986) considera a esquizofrenia uma só, seja afecção na criança 
ou no adulto, resguardando as características peculiares quanto à faixa etária de maior 
incidência sobre a doença. 
O termo psicose é usado ocasionalmente, como eufemismo para loucura 
alguma vezes sinônimo de esquizofrenia (uma das entidades dessa categoria) e em outras 
ocasiões como depressão psicótica e neurótica. O termo não qualificado pode receber 
qualificativos pela diferenciação entre psicoses orgânicas e funcionais. 
DIDM – 51
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 13
• psicoses orgânicas: delírio, demência e síndrome de Korsakoff;
• psicoses funcionais: esquizofrenia, psicose maníaco-depressiva. 
A esquizofrenia é, entre as doenças mentais, a que acarreta mais prejuízos. 
É um distúrbio do psiquismo e da personalidade, que se manifesta com a consciência 
lúcida, caracterizada por diversas alterações nas experiências psíquicas nos padrões de 
pensamento e humor. 
A hereditariedade é um fator etiológico importante, pois se sabe que a sua 
frequência é aumentada nos familiares de pacientes. Sendo as chances de desenvolver 
esquizofrenias maiores, quanto mais próximo for o grau de parentesco com o paciente. 
Quadro Clínico
As características iniciais da esquizofrenia são delírios, alucinações, 
linguagem e comportamentos desorganizados, como sintomas positivos. Apatia marcante, 
pobreza de discurso, embotamento ou incongruência de respostas emocionais e retraimento 
social com falta de iniciativa. A sintomatologia é muito parecida à do adulto sendo o início 
infantil mais grave do que no início adulto. 
Abordam-se a seguir os sintomas essenciais da esquizofrenia infantil.
Distúrbios do conteúdo do pensamento: as alucinações e delírios são os 
primeiros aspectos percebidos. São ego sintônicas, ou seja, crianças esquizofrênicas nem 
sempre vêm como invasivas e estranhas. Lidam bem com os sintomas que lhe parecem 
naturais porque se iniciam precocemente e de forma insidiosa. O desenvolvimento das 
alucinações e delírios se torna de maior complexidade com o tempo. 
Distúrbios da afetividade: observam-se rigidez das disposições afetivas, 
fixação de certos interesses e ausência ou diminuição da atenção espontânea, inadaptação 
ao real e a fuga à realidade, acentuada violência nas reações de angústia ou defesa, 
estereotipias no comportamento, nas ocupações, na linguagem, bem como fenômenos 
de perseveração e ecolalia. Todos esses fenômenos ocorrem de forma particular à 
personalidade de cada indivíduo. 
Características clínicas
Incapacidade qualitativa na interação social: ignora presença de pessoas 
e de sentimentos (uso instrumental de pessoas e comportamento invasivo); não busca apoio 
ou conforto por ocasião do sofrimento quando isto ocorre se dá de modo estereotipado; 
imitação ausente ou comprometida e ausência ou deficiência no contato olho a olho. 
Incapacidade qualitativa na comunicação verbal e não verbal e na 
atividade imaginativa: ausência de modo de comunicação, como balbucio comunicativo, 
DIDM – 52
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 13
expressão facial, mímica ou linguagem falada; ausência de contato visual, retraimento 
ao contato físico, ausência de antecipação; deficiência na atividade imaginativa, como 
representação de papéis de adultos, personagens de fantasias ou animais; falta de 
interesse em estórias sobre acontecimentos imaginários; alterações na linguagem que se 
estende da anormalidade no uso dos pronomes pessoais até a ecolalia ou até a ausência 
absoluta da fala; incapacidade marcante na habilidade para iniciar ou sustentar uma 
conversa com outros e também age como se fosse surdo e opõe-se ao aprendizado. 
Repertório restrito de atividades e interesses: estereotipias e repetições 
(movimentos giratórios, auto-agressão, ausência da noção de perigo); interesses restritos 
(interesses por objetos rotatórios, interesse em empilhar objetos, exploração do meio pelo 
paladar e/ou olfato); resistência a mudanças no ambiente e insistência em seguir rotinas 
(atividade monótona rotineira). 
Através de pesquisas detectou-se que 30% dos autistas têm QI normal 
ou acima da média; por isso muitos autistas possuem habilidades excelentes, como por 
exemplo: saem-se muito bem em atividades esportivas, em desenhos, pinturas, músicas, 
e podem até apresentar uma memória invejável, capaz de armazenar a mais remotas 
reminiscência (memória mecânica).
REFERÊNCIAS 
CID 10-Manual...
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=111
&Itemid=86. Acesso em: 1 jun. 2009.
Disponível em: http://www.fau.com.br/cid/webhelp/f84.htm. Acesso em: 1 jun. 2009.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashab2.pdf#page=41. Acesso 
em: 1 jun. 2009.
REVISTA Educação Especial, Santa Maria, n. 32, 2008, p. 273-284. Disponível em: http://
www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial. Acesso em: 1 jun. 2009.
DIDM – 53
DiDática para pessoas com NecessiDaDes especiais
CAPÍTULO 14CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
OBJETIVO
Tratar da consciência fonológica na educação especial.
TEXTO
“Consciência fonológica é a habilidade de se refletir sobre a estrutura 
sonora das palavras faladas, percebendo-as como uma seqüência de 
fonemas” (SANTOS et. al, 1997, Cap. 9, p. 85).
Está comprovado que existe uma correlação positiva entre a capacidade que 
a criança possui em discriminar os elementos que compõe a fala com o êxito na leitura e 
escrita (CONDEMARIN et. al, 1995, p.70).
A consciência fonológica é a tomada de consciência da sequência de fonemas 
dentro de uma palavra, possibilita a criança distinguir as diferentes funções das palavras, das 
rimas e aliterações das silabas e fonemas.
O processo e aquisição da consciência fonológica facilitam a compreensão 
da leitura. A criança passa aprender a discriminar os sons iniciais das palavras e a seqüência 
sonora.
Todas as atividades são desenvolvidas de forma lúdica e interativa.
Inicialmente, as atividades ou treinamentos para muitos autores devem enfocar 
níveis mais globais, para em seguida focar os mais específicos.
Condemarin et. al. (1995, p. 70-77) descreve várias atividades que 
desenvolvem a consciência fonológica. Descreverei algumas atividades de maneira resumida, 
apresentando alguns exemplos:
Atividades que favorecem a consciência fonológica
• Diferenciação de palavras:

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