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PSICOLOGIA-DA-APRENDIZAGEM-1

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1 
 
 
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM 
1 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
A contribuição da psicologia da aprendizagem para a educação ........... 3 
Aprendizagem por Condicionamento Clássico ........................................ 7 
Condicionamento clássico/ Pavloviano ou respondente ...................... 9 
Principais termos e conceitos chave .................................................. 12 
Experimentos Clássicos com Humanos ............................................. 14 
Aprendizagem por Condicionamento Operante ..................................... 16 
O condicionamento operante ou instrumental .................................... 16 
A História do Condicionamento Operante .......................................... 17 
Termos e Conceitos Chaves .............................................................. 18 
Implicações na Educação: A Tecnologia do Ensino .............................. 20 
Aprendizagem por observação .............................................................. 22 
Aplicações da Aprendizagem por Observação .................................. 24 
Aprendizagem por Observação e a Violência na Mídia ...................... 25 
Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel ................................. 25 
Cognitismo moderno .......................................................................... 27 
A importância da aprendizagem significativa ..................................... 32 
Referências ............................................................................................ 39 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
A contribuição da psicologia da aprendizagem para 
a educação 
Através do conhecimento inicialmente apresentado sobre a origem e 
contextualização histórica da Psicologia, você pode perceber que desde a 
antiguidade, filósofos, psicólogos e demais pensadores já se preocupavam com 
a aprendizagem verbal e ideativa. 
É especificamente sobre a aprendizagem e questões específicas a ela, 
que convido você a se dedicar a partir de agora nos nossos estudos. 
Para facilitar a compreensão dos importantes conceitos que serão 
estudados a partir de agora, elaborei para você algumas questões que apresento 
a seguir em termos de perguntas e respostas e lhe convido para refletir um pouco 
sobre elas: 
O que é aprendizagem? Quais são as suas características? 
Na verdade, essas questões suscitaram diferentes conceitos e definições 
de acordo com as diversas teorias de aprendizagem que se foram organizando 
na base dos fatos investigados. Entretanto, um ponto comum nas diferentes 
concepções teóricas, é que a aprendizagem diz respeito a uma mudança 
duradoura no indivíduo vivo, que não seja marcada pela herança genética. Essa 
mudança pode ser de “insights”, de comportamento, de percepção ou de 
motivação, e, ainda pode se dá também pela combinação de todos esses 
elementos. 
Faço questão de enfatizar o destaque que o autor Bigge (1977, p.1) faz 
ao citar Hilgard e Marquis, em sua obra clássica, “Teorias da Aprendizagem para 
Professores”: 
“à aprendizagem é básica para o desenvolvimento da habilidade atlética, 
da preferência por alimentos e roupas, da apreciação pelas artes e pela música. 
Contribui para a formação do preconceito étnico, para o vício em drogas, para o 
aparecimento do medo e para os desajustamentos patológicos. Produz o 
miserável e o filantropo, o hipócrita e o patriota. Em resumo, a aprendizagem 
influencia nossas vidas a todo momento, sendo responsável, em parte, pelo que 
há de melhor e pior nos seres humanos e em cada um de nós.” 
4 
 
 
Assim sendo, a aprendizagem nem sempre leva a um crescimento 
pessoal ou social. Pois, não se aprende somente os comportamentos que 
favoreçam a um crescimento pessoal, mas também comportamentos inúteis ou 
prejudiciais à vida do aprendiz, como por exemplo, fumar ou fazer uso de drogas. 
Qual a influência dos professores sobre os alunos? 
Sem dúvida, a área de atuação mais efetiva de atuação dos professores 
é a aprendizagem, já que em relação a maturação dos alunos, eles só podem 
acelerá-la ou retardá-la, mesmo assim, até certo ponto. 
Qual a importância da aprendizagem para o ser humano? 
Diferentemente dos animais inferiores, para o homem a aprendizagem é 
crucial na sua vida. É notório que nós, enquanto seres humanos, somos os 
animais que mais possuímos potencial para aprender. Somos a espécie mais 
evoluída, temos o menor número de comportamentos inatos, fixos e invariáveis. 
Desta forma, a aprendizagem possui um papel mais importante para nós, do que 
para qualquer outra espécie animal, ao ponto de que se nós não aprendêssemos 
não sobreviveríamos. 
Através da aprendizagem é que gerações tiram proveito das experiências 
e descobertas das gerações anteriores, dão a sua própria contribuição e 
repassam para as gerações futuras. 
Por que estudar as teorias da aprendizagem? 
Antes de respondermos essa questão, vejamos os seguintes exemplos de 
fala de professores em sala de aula: 
Situação 1: 
“Esse aluno não tem jeito. Como diz o ditado popular: ‘pau que nasce 
torto, morre torto`, não vou mais perder tempo, ele já está reprovado mesmo.” 
Situação 2: 
“Me dê um aluno que não passe fome, nem sede e com condições 
ambientais favoráveis, que eu farei ele aprender tudo rapidinho, 
independentemente de qualquer outra coisa.” 
5 
 
 
Na verdade, situações como essas transparecem a concepção de 
aprendizagem do professor, quer seja uma concepção inatista, ambientalista, de 
interação entre elas, ou outra. 
Destarte, é importante que você, enquanto professor em formação, 
conheça as teorias da aprendizagem para que saiba como conduzir processo 
ensino aprendizagem de forma mais coerente com a sua escolha teórica e, 
também, o que fundamenta afirmações como as acima descritas. 
O fato é que toda ação está ligada a uma teoria, caso contrário, é uma 
ação sem objetivo, portanto, não se sabe aonde se quer chegar. Assim, todo 
professor tem uma teoria da aprendizagem, às vezes, ele não consegue 
descrever sua teoria explicitamente, mas através de sua atuação se deduz a 
teoria que ele ainda não é capaz de verbalizar. Desta forma, nem é preciso frisar 
que o professor que não tem uma orientação teórica sólida, não vai além do 
passar ocupações despropositais para os alunos, com o intuito mantê-los 
ocupados para “passar o tempo”. Infelizmente, não é difícil encontrar na nossa 
realidade, sobretudo na educação pública, professores que não fazem uso de 
um corpo teórico sistemático em suas ações diárias e utilizam uma mistura de 
métodos, sem uma orientação teórica. Sem dúvida, esses são um dos principais 
fatores responsáveis pelos maiores gargalos da educação do nosso país: a 
repetência escolar e a aprovação automática sem aprendizagem satisfatória.Desta forma, não é difícil para você perceber que a fundamentação da 
prática do professor(a) numa boa teoria científica é crucial para que ele (a) tenha 
uma prática diferenciada no cotidiano. 
Ainda nos referindo a obra clássica de Bigge (1977) o autor assina-la que 
desde épocas remotas, o homem não só quis aprender, mas teve curiosidade de 
aprender como se aprende. Já no século XVII, surgiram as primeiras teorias 
sistemáticas da aprendizagem, desafiando terias existentes. 
Atualmente, as teorias4 da aprendizagem são referências básicas quando 
se desejar trabalhar no processo de ensino-aprendizagem. Elas procuram 
sistematizar e organizar os conhecimentos sobre a aprendizagem. 
6 
 
 
Considero também muito pertinente a afirmação do autor Lefrançois (2008 
p. 29): “são úteis para explicar, prever e controlar o comportamento e podem 
gerar novas informações.” Desta forma, é através do estudo dessas teorias que 
se torna mais fácil identificar os métodos e técnicas para facilitar a aprendizagem 
dos alunos; o porquê de alguns alunos obterem mais sucesso na aprendizagem 
do que outros e, diversos outros fatores que interferem neste processo. 
Entretanto, não esqueça que nenhuma teoria pode ser, em termos 
absolutos, considerada superior a todas as demais. As divergências sobre a 
aprendizagem oferecem diferentes respostas para muitas das questões que 
possam ser levantadas, não significa dizer que uma determinada teoria X seja 
superior a outra Y. 
Por outro lado, é muito comum, e isso você já deve ter percebido, que os 
professores adotem aspectos conflitantes das diferentes teorias da 
aprendizagem, sem perceber que são basicamente contraditórias em sua 
natureza. Isso é catastrófico e traz prejuízos muito sérios para a Educação! Por 
isso, para se ter coerência na adequação educacional é preciso conhecer as 
teorias da aprendizagem. 
Como avaliar uma teoria da aprendizagem? 
Na psicologia, as boas teorias, além de ser úteis apresentam as seguintes 
características de acordo com Lefrançois (2008): 
• refletem os fatos de modo claro e compreensível; 
• são úteis para prever e para explicar; 
• tem aplicação prática; 
• são consistentes; 
• possuem como base poucas presunções não verificáveis; 
• são satisfatoriamente convincentes; 
• instigam pesquisas mais avançadas. 
 
 
7 
 
 
Quais são as teorias da aprendizagem? 
Há um número considerável de teorias da aprendizagem. Vamos 
fundamentar os nossos estudos na classificação de Bock (1999) ao considerar 
que genericamente essas teorias poderiam ser reunidas em duas categorias: as 
teorias do condicionamento e as teorias cognitivas. 
Aprendizagem por Condicionamento Clássico 
 
O que é aprendizagem? 
Na aula passada vimos que a aprendizagem é uma mudança duradoura 
no comportamento resultante da experiência. Os cientistas do comportamento 
medem o que as pessoas e outras espécies de animais fazem para conferir a 
aprendizagem. 
Mas você não pode esquecer que as mudanças do comportamento não 
ocorrem só por conta da experiência, mas, outros fatores como a maturação, as 
emoções, a motivação, o cansaço também interfere no comportamento dos 
animais de forma geral. 
Se você fizer uma comparação, vai constatar que os efeitos das drogas, 
do cansaço, da motivação e das emoções são bem mais breves que os 
resultantes da experiência. 
Outra questão que deve ser levada em consideração é que há também os 
padrões fixos de atuação, anteriormente denominados “comportamentos 
instintivos”, que de acordo com Davidoff (2001), incluem reações com as 
seguintes características: 
1. Especificidade da espécie (considerando todos os membros ditos 
normais e de mesmo sexo de uma mesma espécie); 
2. Altamente estereotipadas (muito semelhantes cada vez que 
executadas); 
3. Sempre completadas, uma vez iniciadas; 
4. Que não foram aprendidas por treino específico; 
8 
 
 
5. Resistente à modificação; 
6. Provocada por um estímulo ambiental muito específico. 
De modo geral, quanto mais complexa a espécie animal, mais a 
aprendizagem contribui para sua formação. Daí, porque a experiência é tão 
importante para mim e você. 
Após a revisão do conceito de aprendizagem, vejamos uma outra 
questão: se ela tem tanta importância para o ser humano, como podemos medi-
la? 
Como medir a aprendizagem? 
Esse é um ponto muito importante na Psicologia. Os comportamentalistas 
medem a aprendizagem, observando o desempenho do homem e de outros 
animais. Entretanto, sabemos que unicamente a observação não é satisfatória, 
pois muito da aprendizagem acontece sem que seja observável, tornando-se 
evidente apenas quando utilizada. Por exemplo: você trabalha com seus alunos 
um texto sobre o preconceito, mas só saberá se as informações contidas 
afetarão ou não o comportamento deles no futuro. Por outro lado, medir o 
desempenho pode nem sempre refletir sua aprendizagem com precisão. Basta 
você se lembrar de quantas vezes deu um branco na hora da prova, mesmo você 
tendo estudado muito. Assim, fica evidente que muitos fatores interferem no 
desempenho, como o cansaço, a ansiedade e a motivação. Desta forma, utilizar 
o desempenho como medida da aprendizagem não é satisfatório. 
Outra questão que veremos diz respeito ao vocabulário utilizado por essa 
abordagem: é o mesmo para cientistas do comportamento é mesmo? 
Os adeptos dessa abordagem, geralmente concordam em relação aos 
princípios básicos da aprendizagem, mas utilizam termos e definições distintas. 
Então, preste a atenção porque a partir de agora vamos estudar os três 
processos fundamentais da aprendizagem, e muitas vezes, a terminologia 
utilizada entre eles, ás vezes se difere, embora se refira a mesma coisa. 
9 
 
 
Condicionamento clássico/ Pavloviano ou respondente 
Todo aluno já passou pela experiência de estar assistindo aula com a 
barriga roncando de fome e tocar a campainha do final da aula. Após repetidas 
vezes de sentir fome e tocar a campainha, a pessoa passa a sentir fome só ao 
ouvir o toque da campainha. Pois bem, esse foi o estudo de foi Ivan Petrovich 
Pavlov (1849 – 1936) que observou o comportamento de cães e concluiu que 
poderia provocar um aprendizado no qual um estímulo passasse a evocar uma 
resposta que era originalmente evocada por outro estímulo. 
Quem foi Pavlov? 
Pavlov foi um eminente fisiologista russo que provinha de uma família 
muito pobre na Rússia. O pai dele era pastor e todos achavam que ele seguiria 
os passos do genitor. Ao terminar o ensino médio, Pavlov foi mandado para o 
Seminário Eclesiástico de Riazan. Mas, ele foi tão influenciado pelas traduções 
russas dos antigos científicos ocidentais, e particularmente pelas implicações 
darwinianas, que acabou abandonando a educação religiosa. Foi quando ele 
ingressou na Universidade de São Petersburgo, onde se especializou em 
fisiologia animal. 
Quando se formou em Medicina, foi para Alemanha, onde estudou 
fisiologia e medicina por mais 2 anos e voltou para São Petersburgo para 
trabalhar como assistente num laboratório de fisiologia. Logo depois, foi 
nomeado professor de farmacologia e, aos 41 anos, já chefiava o departamento 
de fisiologia, prosseguindo os trabalhos com os processos digestivos. Depois 
dos 50 anos é que Pavlov começou a estudar o condicionamento clássico, fase 
que se prolongou por 30 anos. Ele tinha uma reputação internacional tão grande 
que foi um dos únicos cientistas soviéticos que podia defender, sem ser punido, 
os direitos humanos. 
Pavlov se considerava um fisiologista, e não psicólogo, a ponto de chamar 
a atenção de qualquer um dos seus assistentes terminologia de laboratório 
psicológica em vez de fisiológica (Watson, 1971 apud Lefrançois,2008, p.35). 
Mesmo assim contribuiu muito para o desenvolvimento das primeiras teorias da 
aprendizagem e escreveu muitos artigos e explicações teóricas sobre temas 
10 
 
 
psicológicos, como hipnose e paranoia.Ele continuou estudando o 
condicionamento respondente até o dia de sua morte, aos 87 anos de idade. 
O Experimento 
Você já deve conhecer o experimento de Pavlov com o cachorro, no qual 
foi provocado o reflexo de salivação, produzido em presença dos alimentos, que 
foi chamado se “salivação psicológica”. Sintetizando, a experiência consistia em 
fazer um cão salivar antes de ter a comida na boca, ao ouvir tocar um som de 
uma campainha que marcava o sinal da comida. 
 A partir do reflexo da salivação, reação do organismo que ocorre em 
resposta a presença de alimento na boca e se caracteriza como espontânea, 
Pavlov fez relação entre o estímulo comida e a reação salivação, designando-a 
como incondicional ou resposta incondicionada. 
Esse eminente fisiologista provocou a partir de um estímulo 
incondicionado de um sinal, a mudança no comportamento do cão, como vemos, 
a aprendizagem. O sinal escolhido foi um som fraco para marcar seu papel de 
“anunciador”. Naturalmente, sons não provocam a salivação em cães, esse 
estímulo foi designado como neutro em relação à reação de salivação. Após 
muitas repetições da associação estímulo neutro mais estímulo incondicionado, 
o som concomitante a comida, ele viu que o primeiro sozinho já provocava a 
reação de salivação. Desta forma, deixou de ser neutro e passou a ser chamado 
de estímulo condicionado, pois o salivar ao ouvir o som é uma reação 
condicionada. A condição para que passe a ocorrer é a associação repetida dos 
dois estímulos. 
As contribuições de Pavlov 
A partir dos experimentos realizados com os animais irracionais, Pavlov e 
os demais behavioristas consideram que o condicionamento ocorre não só com 
os animais conforme se comprovou no experimento com o cão, mas também 
com o ser humano. Assim, torna-se evidente uma série de possibilidades nos 
seres vivos, que terão consequências no entendimento de determinados 
fenômenos, como as emoções, a ansiedade, os processos psicossomáticos, etc. 
No nosso dia a dia, continuamente coisas se associam a coisas, de forma que 
11 
 
 
umas passam a provocar o efeito de outras, assim, o condicionamento pode ser 
usado para produzir mudanças de comportamento. É possível que esta 
capacidade de alguns animais e dos seres humanos esteja na base das 
adaptações ao ambiente físico e social. 
Davidoff (2001) relata que a utilização dos princípios básicos do 
condicionamento respondente foi realizada por comportamentalistas no treino de 
bebês humanos no uso da toalete. Um ruído forte era apresentado sempre que 
uma gota de umidade tocava um sensor costurado dentro da fralda da criança. 
O ruído, estímulo incondicionado, acaba associado ao estímulo neutro, que é a 
tensão da bexiga ou intestino cheio (ou estado físico que a precede logo a 
seguir). O ruído produz uma resposta incondicionada, o susto, que é um alerta 
para o bebê para as sensações relacionadas à bexiga e ao intestino. 
Eventualmente, a criança aprende a atender à tensão urinária e intestinal sem o 
ruído. Essa atenção é a resposta condicionada. Ao sentirem as sensações que 
assinalam a necessidade de eliminar, ela tende a utilizar a toalete. 
Quando Pavlov estabeleceu a possível conexão entre estímulos 
ambientais neutros e atividade fisiológica, deu uma grande contribuição no 
conhecimento das relações entre o organismo e o ambiente que o rodeia, relação 
que tem sua origem psicológica e que supera o determinismo biológico. O 
grande achado de Pavlov demonstra que um comportamento de natureza 
fundamentalmente psicofisiológica, como a salivação, a secreção hormonal e 
outros comportamentos chamados involuntários ou de resposta, e que pareciam 
ser regulados exclusivamente por mecanismos fisiológicos, podiam ser 
controlados por aspectos ambientais, nos animais superiores e no homem 
(COLL,1996). 
É muito comum na escola nos depararmos com situações, nas quais os 
processos emocionais, de ansiedade e outros dessa natureza, afetam aluno e 
prejudicam o seu desempenho escolar. É importante observar para que se 
compreenda melhor a atividade geral da criança na escola e que se tenha, ao 
menos, conhecimento dos processos de condicionamento clássico que possam 
estar ocorrendo e condicionando alguns aspectos da atividade deste aluno. Esse 
conhecimento irá propiciar condição para modificar ou pelo menos, para 
entender a natureza do comportamento. 
12 
 
 
Principais termos e conceitos chave 
Os respondentes (Reflexos) 
São reações automáticas que os animais, inclusive o homem, possuem 
por sua herança genética. Os respondentes são atos provocados por eventos 
que lhe são imediatamente antecedentes. O evento desencadeante é o estímulo 
licitante. Por exemplo, são comportamentos reflexos: tremer quando se está com 
frio; transpirar no calor; salivar na presença de um alimento que agrade o 
paladar; sobressaltar-se ao ouvir ruído forte inesperadamente. São respostas 
filogeneticamente instaladas no indivíduo, sendo assim, estão no DNA; existem 
desde a origem e contribuem para a sobrevivência da espécie. 
A transferência do comportamento 
No condicionamento respondente há a transferência de um 
comportamento reflexo de uma situação para outra. A “transferência” se refere a 
capacidade que um novo estímulo adquire para evocar o respondente. A eficácia 
do antigo estímulo licitante permanece. Você se lembra da náusea apresentada 
por Fernando no exemplo apresentado anteriormente, não está? Pois bem, a 
náusea (comportamento respondente) foi transferida de uma virose para os 
legumes que foram associados àquela experiência. Nesse exemplo, houve uma 
aversão condicionada de Fernando aos legumes. Uma determinada virose de 
estômago (estímulo incondicionado) produz náusea (resposta incondicionada). 
Supõe-se que os legumes iniciaram como estímulos neutros. Depois de ter sido 
associada a enjoo durante a virose, a simples visão dos legumes evoca uma 
sensação condicionada de enjoo. Nesse caso, o condicionamento aumenta a 
probabilidade de uma determinada resposta. 
 O uso do reforço: aquisição 
Para que se obtenha a “aquisição” ou “treinamento de aquisição”, os 
pesquisadores apresentam o estímulo neutro concomitante ao estímulo 
incondicionado, ou logo a seguir, e terminam ambos ao mesmo tempo. Esse 
procedimento, chamado de condicionamento simultâneo tem como resultante 
uma resposta condicionada confiável, sendo o método de treinamento mais 
eficaz para os seres humanos e animais menos complexos. O termo, reforço, a 
grosso modo, significa aumentador. Trata-se de um evento que aumenta a 
13 
 
 
probabilidade de uma resposta ser dada em circunstâncias semelhantes, devido 
às consequências que tem essas mesmas respostas sobre o contexto e sobre o 
próprio sujeito. Os reforçadores são as consequências especificas que 
aumentam as probabilidades de que um determinado tipo de resposta seja 
produzido novamente no futuro, em condições similares. É importante lembrar 
que os reforçadores não existem isoladamente, e que nenhum objeto ou ação é 
um reforçador, nem prêmio algum. O reforçador está sempre relacionado ao 
indivíduo e seu meio, de forma que torna mais provável determinado tipo de 
ação. O reforço é fundamental para que ocorra o fenômeno do condicionamento. 
Ele tanto pode ser positivo como negativo. 
No reforço positivo, acrescenta-se um evento e ele aumenta a 
probabilidade de o comportamento desejável ocorrer. 
O reforço negativo é um processo, que assim como o positivo, também 
aumenta a probabilidade de aparição de uma resposta. Ao contrário do que 
muitos pensam, não é um castigo. A retirada do reforço negativo fortalece a 
resposta. 
No experimento de Pavlov, o estímulo que garante a salivação no cão é o 
estímulo reforçador da reação – a comida. No condicionamento clássico, reforçar 
é apresentar o estímulo incondicionado ao mesmo tempo, ou logo depois do 
estímulo neutro (sinal). 
Na maioria das escolas,é comum se adotar uma campainha para” 
sinalizar” o horário do intervalo para o lanche. Ocorre que, como essa é uma 
prática diária, a maioria dos alunos fica condicionada a “ficar alegre” ao ouvir a 
campainha. Mediante a condição de associar por algumas vezes o estímulo 
neutro “o som da campainha”, ao estímulo incondicionado “intervalo”, o primeiro 
“perdeu a neutralidade”, passando a deixar os alunos “alegres”. 
O experimento pavloviano também identificou que o condicionamento 
pode ser desfeito. Sendo assim, como se poderia extinguir a reação de salivar 
ao som no experimento de Pavlov? Vejamos... 
A EXTINÇÃO. Para extinguir a reação condicionada de salivação no cão, 
Pavlov retirou o estímulo reforçador. Parece óbvio: sem reforço o 
14 
 
 
condicionamento acaba; sem a comida, a campainha não mais provoca a 
salivação. O condicionamento existirá enquanto persistir a condição para sua 
existência. 
 A GENERALIZAÇÃO. Ao utilizar determinado som para o seu cão 
aprender, Pavlov observou posteriormente que sons semelhantes produziam 
também a reação salivar. 
A DISCRIMINAÇÃO. Pavlov fez a seguinte experiência: ao emitir som 
original, o verdadeiro sinal da comida, era sempre reforçado; outro som foi 
apresentado após o condicionamento, pela primeira vez produzira salivação, 
passou a ser apresentado sem a comida e o cão não salivou mais. Isso mostra 
que a generalização pode ser extinta, se não for reforçada, em contraste com o 
regular reforço do condicionamento original. 
Mariana, de 6 anos, começou a ir para a escola e passou a generalizar 
para a professora o bem querer que ela sente pela mãe. Entretanto, não teve da 
parte da professora a atenção que é fundamental para provocar esse gosto., 
enquanto a mãe continua dispensando-lhe a mesma atenção. Com a 
continuidade a criança discriminará/ diferenciará a mãe da professora, passando 
a gostar da mãe e não mais da professora. 
É importante destacar como assinala Falcão (1988) que, em se tratando 
de condicionamento clássico ao comportamento humano, grande parte dos 
casos se refere a reações emocionais ou afetivas tais como: medo, satisfação, 
insatisfação, gosto, desgosto, simpatia, antipatia, ódio, amor, repulsa, raiva... 
Experimentos Clássicos com Humanos 
Uma experiência clássica realizada pelos behavioristas Watson e Rayner, 
em 1920, mostra a utilização do condicionamento no comportamento humano. 
Os citados psicólogos se utilizaram do reflexo incondicionado da criança 
de sobressaltar-se ao ouvir barulho forte e inesperado. Então, utilizaram um 
ratinho branco como sinal para um barulho forte, no caso uma martelada, na 
presença de Alberto, menino de cerca de um ano, que anteriormente não tinha 
medo do ratinho. A presença do Ratinho Branco passou a ser estímulo neutro 
em relação à reação de medo do barulho. Desta forma, por várias vezes, foi 
15 
 
 
realizada a associação entre o estímulo neutro ratinho com o estímulo 
incondicionado barulho, ao ponto de que aquele perdeu neutralidade e passou a 
provocar medo na criança. 
Desta forma, Alberto ficou condicionado a ter medo do rato, isto é, 
aprendeu a ter medo do rato, mudando o comportamento anterior. O medo que 
era antes apresentado diante um barulho forte e repentino passou também a ser 
provocado pelo ratinho branco. 
Posteriormente, Watson e Rayner procuraram o pequeno Alberto para 
desfazer o condicionamento, conforme a proposta de extinção de Pavlov, mas o 
menino já havia sido liberado do hospital onde estava, quando participou da 
experiência. Assim, não ficou mais nada registrado sobre Alberto e o seu medo 
de rato. 
Contra condicionamento 
Alguns anos depois, outro psicólogo, chamado Jones deparou-se com 
Pedro, uma criança de três anos, que apresentava violento medo de coelho. 
Jones então, se propôs a extinguir o medo de Pedro. Então, planejou associar 
o coelho a algo que desse satisfação ao menino e para isso, escolheu a hora da 
alimentação. 
A proposta era de tornar o coelho um sinal para a chegada da comida 
para que provocasse satisfação ao invés de medo. Entretanto, havia um 
complicador, pois, na experiência de Pavlov o sinal escolhido era fraco, só pra 
marcar o anúncio da presença da comida. No caso do menino Pedro, o coelho 
era estímulo fortemente desencadeador de medo, o que poderia provocar medo 
da comida e não satisfação pelo coelho. Então, a proposta foi de minimizar o 
caráter de estímulo forte representado pelo animal. 
Assim, escolheu-se um coelhinho branco e pequeno para ficar preso em 
uma gaiola, numa distância que desse para Pedro vê-lo, mas não fosse 
assustador. Aos poucos a gaiola foi sendo aproximada ao ponto de, no final, a 
criança aceitar o coelhinho em seu colo. 
Dessa forma, foi realizado o contra condicionamento, que, como sugere o 
nome, trata-se em condicionar uma resposta contrária aquela produzida pelo 
16 
 
 
estímulo condicionado. No caso de Pedro, o condicionamento realizado foi para 
que ele passasse a sentir pelo coelho a satisfação que tinha ao ver a comida. O 
resultado foi favorável e o menino perdeu o medo do coelho. 
Aprendizagem por Condicionamento Operante 
O condicionamento operante ou instrumental 
Você já sabe que quando se quer ensinar um animal a salivar ao som de 
uma campainha, um organismo associa diferentes estímulos que não controla, 
através do condicionamento clássico. Agora vamos conhecer o condicionamento 
operante, no qual o organismo associa seus comportamentos com as 
consequências. Se um operante for repetido vezes acompanhado de resultados 
agradáveis para o sujeito, terá mais probabilidade de ser realizado mais vezes 
em condições semelhantes. Se, por outro lado, for geralmente acompanhado de 
consequências desagradáveis, o comportamento tem probabilidade de ser 
repetido menos frequentemente em circunstâncias semelhantes. O princípio 
central desta concepção é que os comportamentos seguidos por reforços 
aumentam; os que são seguidos por punição diminuem. Desta forma, através do 
condicionamento operante a associação é entre comportamentos e 
consequências. De forma prática, digamos que uma nova técnica de estudo 
provoque um melhor aproveitamento nos seus estudos; através dela você passe 
a aprender mais. Evidentemente, você irá utilizá-la toda vez que for estudar. 
Assim, o condicionamento operante, como o clássico, envolve: a 
aquisição; a extinção; a recuperação espontânea, a generalização e a 
discriminação. Mas, há distinções evidentes: enquanto o condicionamento 
clássico, forma associações entre estímulos (um Estímulo Condicionado- EC- e 
o Estímulo Incondicionado -EI- que sinaliza) e o comportamento respondente ( 
ex. salivar em reação a comida e depois a campainha), o condicionamento 
operante envolve o comportamento operante, que já é chamado assim, porque 
o ato opera no ambiente para produzir estímulos de recompensa ou punição. 
Myers (1999, p.180) propõe uma questão para se fazer a distinção do 
condicionamento simples para o condicionamento operante: o organismo está 
aprendendo associações entre eventos que não controla (condicionamento 
17 
 
 
clássico)? Ou está aprendendo associações entre seu comportamento e eventos 
resultantes (condicionamento operante)? 
A História do Condicionamento Operante 
Muitos estudiosos contribuíram para aprimorar o estudo do 
Condicionamento Operante. Vamos conhecer o trabalho de dois pioneiros que 
tiveram especial destaque: 
THORNDIKE e a importância das consequências 
O psicólogo americano, EDWARD LEE THORNDIKE (1874-1949), foi um 
dos primeiros estudiosos do comportamento a dar ênfase ao fato de que as 
consequências são importantes para a aprendizagem. Ele observou gatos 
famintos para saber como eles resolviam seus problemas. Então, privava os 
animais de comida e colocava em gaiolas, chamadas” caixas quebra-cabeças” 
ou “de segredos”, de onde os animais podiam fugir através atos simples, como:manobrar uma corda, movimentar uma alavanca ou pisar uma plataforma. Logo 
à saída da gaiola havia alimento, em lugar onde pudesse ser visto e cheirado, 
como incentivo para a resolução do problema. Esse cientista do comportamento 
observou como muitos gatos aprenderam a fugir de várias caixas. A conclusão 
que Thorndike chegou foi que os animais, inclusive o homem, resolvem 
problemas pela aprendizagem por ensaio e erro. Inicialmente, o animal 
experimenta várias respostas ‘instintivas’. Os comportamentos exitosos tornam-
se mais frequentes e os atos frustrados passam a ser menos prováveis. 
Skinner e a tecnologia operante 
B.F. Skinner nasceu em Susquehanna, Pennsylvania, no dia 20 de março 
de 1904, numa família presbiteriana e republicana. Seu pai era um advogado 
bem-sucedido, embora basicamente autodidata. Segundo seu próprio relato, seu 
ambiente da infância era estável e não lhe faltou afeto. Ele se formou em inglês 
e, logo, manifestou o desejo de tornar-se escritor, mas frustrou e ingressou numa 
pós-graduação em Psicologia. Tornou-se a figura mais influente do behaviorismo 
moderno. Teve como influentes John B. Watson, Ivan Pavlov e Thorndike. 
Skinner usou como ponto de partida a “lei do efeito” e desenvolveu uma 
“tecnologia do comportamento” que lhe permitia ensinar animais a 
desenvolverem comportamentos que não era comum na espécie, como um 
18 
 
 
pombo a andar num desenho do número oito. Nenhum pensador ou cientista do 
século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o 
comportamento animal, inclusive o humano, como o norte-americano Burrhus 
Frederic Skinner (1904-1990). 
Skinner realizou a maioria de suas experiências com animais inferiores, 
principalmente o Rato Branco e o Pombo, por conta da preocupação que ele 
tinha com controles científicos estritos. Ele desenvolveu como aparelho 
adequado para estudo animal a “Caixa de Skinner”. Então, ele colocava um rato 
dentro de uma caixa fechada que continha apenas uma alavanca e um 
fornecedor de alimento. Quando o rato apertava a alavanca sob as condições 
estabelecidas pelo experimentador, uma bolinha de alimento caia na tigela de 
comida, e desta forma, rato era compensado. Após o rato fornecer essa 
resposta, Skinner colocou o comportamento do rato sob o controle de uma 
variedade de condições de estímulo. Além disso, o comportamento pode ser 
gradualmente modificado ou modelado até que aparecessem novas repostas 
que não faziam parte do repertório comportamental do rato. A conclusão de 
Skinner foi que as leis de aprendizagem se aplicam a todos os organismos, pois, 
o que é comum ao homem, a pombos, e a ratos é um mundo no qual prevalecem 
certas contingências de reforços trazendo esses ensinamentos para a educação 
a grande contribuição de Skinner foi que o comportamento de alunos podem ser 
modelados pela apresentação de materiais em cuidadosa sequência e pelo 
oferecimento das recompensas ou reforços apropriados. Ele criou os métodos 
de ensino programado que podem ser aplicados sem a intervenção direta do 
professor, através de livros, apostilas ou mesmo máquinas. Reforço- pode ser 
qualquer evento que aumenta a frequência de uma reação precedente. 
Reforço positivo- quando o comportamento desejado é alcançado um 
elemento de recompensa é adicionado. 
Para Skinner, a aprendizagem programada e máquinas de ensinar, são 
os meios mais apropriados para realizar a aprendizagem escolar. 
Termos e Conceitos Chaves 
Modelagem - Skinner usou esse procedimento onde utilizava 
“recompensas”, como alimento, gradativamente, para orientar o comportamento 
19 
 
 
de um animal para o comportamento desejável. Por exemplo: Se você 
condicionar um rato para apertar uma barra, primeiro você vai observá-lo como 
ele se comporta naturalmente antes do treino para ter como base os 
comportamentos existentes. Então, dê ao rato uma recompensa de comida cada 
vez que ele se aproxima da barra. Vá, cada vez mais, diminuindo a distância da 
barra para recompensá-lo, até exigir que ele toque na barra antes de lhe dar a 
comida. Esse é o método de aproximações sucessivas, através do qual 
pesquisadores e adestradores de animais moldam aos poucos comportamentos 
complexos. Skinner chama a atenção para o fato de que, na vida cotidiana, 
sempre recompensamos e moldamos a vida das pessoas, embora, na maioria 
das vezes, agimos de maneira não intencional, de forma que, recompensamos 
o comportamento desagradável, e, consequentemente, o fortalecemos. 
Reforço1 - O conceito de reforço de Skinner, considera que qualquer 
evento aumenta a frequência de uma reação precedente. Um reforço pode ser 
uma recompensa tangível, como uma boa nota na escola. Pode ser um elogio 
ou uma atenção, como o reconhecimento do professor em público. Ou pode ser 
uma atividade, como poder brincar depois de uma hora e meia de estudo. 
Mas, reforço não é só recompensa. Há dois tipos de reforços: o reforço 
positivo, que fortalece uma reação ao oferecer um estímulo depois de uma 
reação desejada. Por exemplo, no nosso sistema educacional, tirar uma nota 
boa é um reforço positivo para a maioria dos alunos. O outro tipo de reforço, o 
negativo, fortalece uma reação ao reduzir ou remover um estímulo aversivo. Por 
exemplo: um aluno ficou muito preocupado porque errou bastante numa prova e 
tirou uma nota baixa. Para próxima avaliação, ele resolve estudar mais, 
consequentemente, ele tira uma nota melhor, consegue atingir a média e, diminui 
a ansiedade. Observe que um reforço é uma consequência que fortalece 
comportamento, tanto por oferecer algo positivo ou por reduzir alguma coisa 
negativa. 
Punição - Enquanto o reforço aumenta um comportamento à punição 
diminui, assim, uma punição é uma consequência aversiva que diminui a 
frequência de um comportamento que vem logo em seguida. O psicólogo Robert 
Larzelere (1996 apud: MYERS,1999, p.183) apontou em seus estudos que 
crianças espancadas tem risco aumentado de agressividade, depressão e baixa 
20 
 
 
autoestima. Outras desvantagens são que o comportamento punido não é 
esquecido, mas é suprimido. A supressão pode reforçar o comportamento (de 
forma negativa) o comportamento punitivo. Uma criança que leva uma punição 
da mãe toda vez que roer as unhas, pode deixar de roer na presença da mãe e 
voltar a roer quando ela não está por perto. 
A punição também pode criar o medo e ensinar agressividade. Por 
exemplo, uma criança pode temer uma professora punitiva e não querer ir mais 
à escola. Pode também, desenvolver sentimentos de as coisas estão fora do 
controle dos indivíduos e, provocar desamparo e depressão. Em poucas 
palavras, a punição diz o que não fazer e não ensina como agir de forma positiva. 
Por isso, a maioria dos psicólogos é favorável ao reforço e não é a punição. 
Implicações na Educação: A Tecnologia do Ensino 
Um dos grandes problemas do ensino, segundo Skinner, é o uso do 
controle aversivo. É verdade que atualmente, as escolas não usam mais a 
punição física como a palmatória, mas ainda adota como herança, o controle 
aversivo, fazendo uso de repreensão, sarcasmo, crítica, tarefa de casa adicional, 
retirada de privilégios e outros comportamentos violentos, como forma de 
“proporcionar” a aprendizagem. Skinner observou que o aluno perde muito 
tempo, fazendo coisas que não deseja fazer e para as quais não há reforços 
positivos. Assim, ele trabalha principalmente para fugir da estimulação aversiva. 
Faz o que tem a fazer porque o professor detém o poder e autoridade, mas, com 
o tempo, o estudante descobre outros meios de fugir como: chegar atrasado ou 
faltar, não prestar atenção (retirando assim reforçadores do professor), ficar 
pensando “longe”, não parar na cadeira, tornar-se agressivo, recusar-se a 
obedecer e abandonar os estudos na primeira oportunidade. Como se não 
bastasse, na avaliação, as provas são usadas como ameaça e são destinadas 
principalmentea mostrar o que o aluno não sabe e coagi-lo a estudar Skinner 
acredita, que na verdade, os professores não desejam usar controles aversivos. 
Possivelmente, as técnicas aversivas continuam sendo usadas porque não 
foram desenvolvidas alternativas eficazes. De acordo esse teórico, as pessoas 
aprendem porque foram reforçadas para lembrar o que viram ou ouviram. Para 
ocorrer à aprendizagem devemos reconhecer a resposta, a ocasião em que 
21 
 
 
ocorrem as respostas e as consequências da resposta. Desta forma, Skinner 
propôs a aplicação de seus métodos através do arranjo de contingências de 
reforço sob as quais estudantes aprendem. 
O primeiro passo é modelar as respostas, para tanto, deve-se colocar o 
comportamento sob numerosas espécies de controle de estímulo. Os reforços 
devem ser contingentes a cada passo da conclusão satisfatória, pois os reforços 
ocorrem frequentemente, quando cada passo sucessivo no esquema for 
conquistado no menor extrato possível. Para isso, sustentava Skinner, aparelhos 
mecânicos e elétricos devem ser usados para maior aquisição do conhecimento. 
A Máquina de Ensinar 
A mais conhecida aplicação educacional do trabalho de Skinner é sem 
dúvida Instrução programada e máquinas de ensinar Skinner acredita que as 
máquinas de ensinar apresentam várias vantagens sobre outros métodos. Uma 
vez que os alunos podem compor sua própria resposta em lugar de escolhê-la 
em um conjunto de alternativas. Como também, se exige mais do aluno porque 
além de responder, ele tem que verificar quais são as respostas corretas para 
poder ir adiante. A máquina assegura que esses passos sejam dados em uma 
ordem cuidadosamente prescrita. É claro que a máquina, propriamente dita, não 
ensina, mas ela coloca estudantes em contato com o professor ou a pessoa que 
escreve o programa. Em muitos aspectos, diz Skinner, é como um professor 
particular, no sentido de haver constante intercâmbio entre o programa e o 
estudante. A máquina mantém o estudante ativo e alerta. Além do mais, a 
máquina de Skinner permite a liberação do professor para formas mais sutis de 
instrução, como a discussão, e também para se concentrar nas necessidades 
especiais do aluno. 
Materiais Programados (Instrução Programada) 
O sucesso de tais máquinas depende, naturalmente, do material nelas 
usado. Podem hoje, ser encontrados comercialmente numerosos programas em 
qualquer área de matéria, mas muitos professores estão aprendendo a escrever 
seus próprios programas. Os programas não precisam ser necessariamente 
usados em máquinas; muitos são escritos em forma de livro, embora, através do 
livro, o aluno se exponha mais. De acordo com Skinner (apud MYERS,1999, 
22 
 
 
p.186), a boa instrução exige que o aluno seja informado se acertou ou errou a 
resposta da questão e quando acertar deve logo ser orientado para o passo 
seguinte. Em síntese, as características deste método são: a matéria a ser 
aprendida é apresentada em pequenas partes; estas são seguidas de uma 
atividade cujo acerto ou erro é imediatamente verificado. Outra característica é 
que o estudo é individual, mas com o auxílio do professor, permite ao aluno 
progredir em seu próprio ritmo. 
O Legado de Skinner 
Desde 1950, tem-se expandido muito o estudo do condicionamento 
operante para utilização com animais superiores, inclusive os humanos. A 
aplicação prática que se tem feito dos estudos experimentais do 
condicionamento operante é baseada na eficácia da administração sistemática 
de recompensas (reforços) a um organismo, que tem como alvo o 
desenvolvimento de certas reações. Essa aplicação prática requer que se faça 
o levantamento dos eventos que reforçam um dado indivíduo, uma vez que o 
estímulo é particular. As reações são controladas utilizando as consequências 
reforçadoras. O ideal de Skinner está mais próximo agora de ser alcançado, por 
conta dos pacotes de software para estudantes bastante interativo e da facilidade 
de acesso a internet. Concordo com Myers (2009) ao destacar que Skinner 
provocou um grande debate intelectual sobre a natureza da liberdade humana, 
as estratégias e éticas de dirigir as pessoas. Indubitavelmente, os pressupostos 
desta teoria são importantes em todos os campos em que o comportamento 
figura, com principal destaque para a Educação. 
Aprendizagem por observação 
Como você já sabe para os comportamentalistas nem toda aprendizagem 
ocorre exclusivamente por Condicionamento Básico ou Condicionamento 
Operante, mas também por meio da Observação ou Aprendizagem Social, 
Modelação ou Imitação. Essa modalidade de aprendizagem ocorre quando as 
respostas dos animais, inclusive o homem, são influenciadas pela observação 
de outros, que fazem o papel de modelos. 
Na verdade, Albert Bandura considera que a aprendizagem por imitação 
não ocorre inteiramente separada do condicionamento clássico e do 
23 
 
 
condicionamento operante. Ela acontece como uma extensão do alcance dos 
condicionadores. De acordo com esse teórico, tanto o condicionamento clássico 
como o operante podem acontecer de forma indireta através da aprendizagem 
por observação, a qual envolve ser condicionado indiretamente por meio da 
observação do condicionamento dos outros (Weiten, 2010). 
Aprendizagem por observação 
Como você já sabe para os comportamentalistas nem toda aprendizagem 
ocorre exclusivamente por Condicionamento Básico ou Condicionamento 
Operante, mas também por meio da Observação ou Aprendizagem Social, 
Modelação ou Imitação. Essa modalidade de aprendizagem ocorre quando as 
respostas dos animais, inclusive o homem, são influenciadas pela observação 
de outros, que fazem o papel de modelos. 
Na verdade, Albert Bandura considera que a aprendizagem por imitação 
não ocorre inteiramente separada do condicionamento clássico e do 
condicionamento operante. Ela acontece como uma extensão do alcance dos 
condicionadores. De acordo com esse teórico, tanto o condicionamento clássico 
como o operante podem acontecer de forma indireta através da aprendizagem 
por observação, a qual envolve ser condicionado indiretamente por meio da 
observação do condicionamento dos outros (Weiten, 2010). 
• Atenção. A aprendizagem por observação requer que o educando 
observe o comportamento de outra pessoa, que exerce a função de modelo, 
suas consequências, e reconheça os traços distintivos da conduta do modelo. 
• Retenção. Há o armazenamento das respostas do modelo na 
memória do educando por um período que pode ser de semanas, meses ou 
anos. 
• Reprodução. A execução de uma resposta modelada depende da 
habilidade do aluno em reproduzi-la, convertendo suas imagens mentais 
armazenadas em comportamento observável. 
• Motivação. Para se reproduzir uma resposta observada, é 
necessário que o aluno esteja motivado o que depende de como ele encara a 
situação e de acreditar que a resposta trará resultados positivos. 
24 
 
 
De acordo com Davidoff (2001) a aprendizagem por observação é mais 
complicada que o condicionamento operante ou respondente, pois ela sempre 
implica atividades cognitivas e, por outro lado, geralmente é muito demorada. 
Mas , assim como o condicionamento operante e respondente, a aprendizagem 
por observação pode ser usada propositalmente na modificação do 
comportamento. 
Quem é o Modelo? 
Há um caso clássico relatado pelo jornal americano, Washington Post, em 
1962, no qual um menino de onze anos, que se juntou a um bando de cães, 
andava de quatro e ladrava todas as noites com os seus companheiros. Casos 
como esse tem muita repercussão porque geralmente as pessoas são mais 
exigentes do que o citado na escolha de modelos. 
Há algumas características que os modelos frequentemente possuem que 
foram identificados em estudos experimentais como: Glamour ou status, 
poderosos, os indivíduos do mesmo sexo e idade e antecedentes econômicos, 
temperamento educação e valores parecidos. Outros determinantessão o 
estado emocional e o estilo de vida do educando aumentam a suscetibilidade à 
aprendizagem por observação. (Davidoff, 2001) 
 Aplicações da Aprendizagem por Observação 
Os estudos comprovaram que os modelos antissociais na família, na 
escola, na vizinhança ou na TV- podem ter efeitos antissociais. Assim como, os 
modelos positivos, prestativos podem ter efeitos pró sociais. Isso pode explicar 
por exemplo, por que pais agressivos tinham filhos agressivos, e, por outro lado, 
por que os cristãos europeus que arriscaram a vida para salvar judeus dos 
nazistas, tinham em geral um relacionamento estreito com pelo menos um dos 
pais, que exerciam a função de modelo de preocupação moral ou humanitária 
(Myers, 1998). 
Você já ouviu falar no ditado popular: “faço o que eu digo, mas não faça o 
que eu faço”. Pois bem, os experimentos da observação mostraram que se forem 
expostas a um comportamento hipócrita, as crianças tendem a imitar a hipocrisia, 
dizendo e fazendo como o modelo. Por outro lado, os modelos são eficazes 
quando suas ações e palavras são coerentes. 
25 
 
 
O que determina quando um modelo será imitado? 
De acordo com Bandura (apud MYERS, 1998) parte da resposta está em 
reforços e punições recebidos tanto pelo modelo, quanto pelo imitador. 
Observamos e aprendemos tanto pelo modelo, como pelo imitador. Ao observar, 
aprendemos a prever as consequências de um comportamento em situações 
como as que estão observando. Por exemplo: quando assistem a programas de 
TV, as crianças tendem a “aprender” que a intimidação física é um modo eficaz 
de controlar comportamentos de outras pessoas. 
Aprendizagem por Observação e a Violência na Mídia 
O experimento clássico de Bandura, em 1960, já investigou e constatou 
que a observação de modelos filmados pode influenciar a aprendizagem do 
comportamento agressivo nas crianças. Essa pioneira pesquisa foi uma das 
primeiras demonstrações de causa e efeito entre a exposição à agressão 
demonstrada na TV e o crescente comportamento agressivo, quer seja físico, 
verbal e de emoções e pensamentos agressivos em crianças e que, 
posteriormente, outros estudos comprovaram também nos adultos. 
Esse longo debate sobre a violência na mídia demonstra que a 
aprendizagem por observação tem um importante papel na regulagem do 
comportamento. Ela é o terceiro mais amplo tipo de aprendizagem que surge 
após o Condicionamento Clássico e o Condicionamento Operante. (Myers, 
1998). 
Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel 
Você já sabe que as teorias comportamentalistas ou behavioristas 
investigam as relações entre os estímulos, as respostas e as consequências do 
comportamento. Seus defensores priorizam o estudo do comportamento objetivo 
e nas condições observáveis que impulsionam o comportamento. 
A outra orientação, a chamada Psicologia Cognitiva, considera que o mais 
importante é a explicação dos eventos intelectuais como pensamento, 
imaginação, solução de problemas, processamento de informação, percepção e 
conhecimento. Desta forma, as abordagens cognitivas trabalham com 
representação mental e priorizam a pesquisa com humanos. 
26 
 
 
A autora Bock (1999) aponta três controvérsias entre as duas orientações 
acima mencionadas: (1) diz respeito ao que e como se aprende; (2) refere-se ao 
que mantém o comportamento aprendido; e, (3) diz respeito a como resolvemos 
uma nova situação problema. 
De acordo com os teóricos do condicionamento aprende-se os hábitos; a 
relação entre um estímulo e uma resposta, através da prática. Já para os 
cognitivistas, a aprendizagem se dá através da relação entre as ideias 
(conceitos), abstraídas das experiências passadas. 
No que diz respeito a segunda questão, a teoria do condicionamento 
considera que o comportamento que foi aprendido se mantém pelo 
sequenciamento de respostas. De acordo com a teoria cognitivista, o 
comportamento é mantido através dos processos cerebrais mentais, como a 
atenção e a memória. 
Em relação a última controvérsia apontada, segundo os behavioristas, 
numa nova situação problema, evoca-se os hábitos já adquiridos adequados , 
seja de acordo com os elementos em comum existentes entre o novo problema 
e experiências passadas , ou de acordo com a semelhança entre esses 
elementos. Para os cognitivistas, a apresentação da nova situação problema 
permite a percepção de um “insight”, ou seja, a compreensão interna das 
relações essenciais da situação; é aquela “sacada” do ‘X” da questão. Nas 
palavras de Lefrançois (2008) insigt é a percepção das relações de uma situação 
problema. 
O termo insight vem da psicologia da Gestalt1, movimento iniciado 
segundo os historiadores em 1912, teve como fundadores: Wertheimer, Koffka 
e Köhler. Você se lembra, de acordo com o que vimos no estudo que fizemos na 
evolução da psicologia científica, na unidade I, esse conhecido “grupo de Berlim” 
foi considerado a “ponte” entre behaviorismo e cognitismo, ao adotar como 
objeto de estudo a percepção, o pensamento e a resolução de problemas, e 
também por possuir como métodos de pesquisas a introspecção informal e 
métodos objetivos. 
Antes de iniciarmos o estudo dos principais conceitos dessa abordagem 
teórica, não poderia deixar de destacar que existe uma falsa ideia de que há 
27 
 
 
mais consistência e aplicação prática nas mais recentes formulações, ledo 
engano! 
Muitos pontos das primeiras concepções teóricas ainda aparecem nas 
teorias atuais, embora muitas vezes subliminarmente. O comportamentalismo 
ainda sobrevive na Psicologia, com uma literatura forte e aplicação prática em 
vários programas educacionais. 
Cognitismo moderno 
A psicologia cognitiva, mais do que a behaviorista, faz o uso de metáforas 
para explicar como se dá o funcionamento das estruturas mentais no ser 
humano. Como a metáfora é uma comparação, a mais comum utilizada 
ultimamente para a cognição humana é com uma máquina de computador. Desta 
forma, os modelos cognitivos se referem ao funcionamento da mente humana 
com temos utilizados na computação como: processamento, armazenamento e 
recuperação da informação, dentre outros. 
Nesses termos, Lefrançois (2009), citando Massaro e Cowan (1993), 
ressalta que a metáfora dominante na psicologia cognitiva é a do processamento 
de informação (PI). Esse refere-se a como a informação (input) é modificada ou 
alterada, destacando os processos perceptuais e conceituais que fundamentam 
pensamento, memorização, resolução de problemas, etc. 
Assim, a psicologia cognitiva tem como características a representação 
mental e o processamento de informação. De forma que, o desenvolvimento da 
teoria cognitiva tem a forma de metáforas que envolvem a natureza da 
representação mental e aos processos de construção e uso dessas 
representações. 
O nosso trabalho destacará dentre os que mais contribuíram para a 
psicologia cognitiva as contribuições de David Ausubel, Jerome Bruner, Jean 
Piaget e Lev Vygotsky. 
De acordo com Salvador (2000), a perspectiva cognitiva passa a conceber 
a aprendizagem como um processo de modificação do conhecimento e a 
enfatizar o valor que os processos mentais têm nesse desenvolvimento. 
28 
 
 
O primeiro dos cognitivistas que vamos ver é Ausubel. A teoria da 
aprendizagem significativa defendida por ele, parte do princípio de que as 
pessoas possuem uma organização cognitiva interna fundamentada em 
conceitos, e que a sua complexidade depende das relações que os conceitos 
têm entre si. Essa estrutura cognitiva é entendida como uma rede de conceitos 
organizados de modo hierárquico, de acordo com o grau de abstração e de 
generalização. 
De acordo com Ausubel, a aprendizagem significativa no processo de 
ensino tem que fazer algum sentido na vida do aprendiz, para que a informação 
interaja e passe pelo processo de ancoragem nos conceitos já existentes na 
estrutura do aluno. O autor entende que a aprendizagem significativase verifica 
quando o banco de informações no plano mental do aluno se revela, tanto 
através da aprendizagem por descoberta, como também, por recepção. 
Quem foi Ausubel? 
David Paul Ausubel (nasceu em 25 de outubro 1918, Nova Iorque e 
morreu em 9 de julho de 2008), destacou-se como grande psicólogo da 
educação norte-americano. 
Filho de pais imigrantes da Europa Central, oriundo de uma família judia 
e pobre, ele era revoltado com a educação que teve. Inconformado com os 
castigos e humilhações recebidos na escola, ele considerava a educação 
violenta e reacionária. Ausubel era indignado com várias experiências negativas 
que passou na escola e que o marcaram muito. 
Ele chegou a comparar a escola a um cárcere e os educadores aos 
carcereiros que se aproveitavam da pouca idade das crianças para lhes passar 
castigos e humilhações. Perseguiu uma formação acadêmica na qual pudesse 
contribuir com as melhorias necessárias ao verdadeiro aprendizado. Totalmente 
contra a aprendizagem puramente mecânica, concebeu a aprendizagem como 
um processo de organização das informações e de integração do material à 
estrutura cognitiva existente. Desta forma, ele valorizou os conhecimentos 
prévios dos alunos, para que possam construir estruturas mentais cognitivas, 
com significados que darão origem a atribuição de outros significados, tornando 
a aprendizagem prazerosa e significativa na vida dos sujeitos. 
29 
 
 
As ideias de Ausubel, são um marco para a educação, suas formulações 
iniciais foram nos anos 60, quando publicou seus primeiros estudos sobre a 
teoria da aprendizagem significativa em 1963 (The Psychology of Meaningful 
Verbal Learning), tendo desenvolvido-a durante as décadas de 1960 e 1970. 
Mais tarde, no final da década de 1970, teve como colaborador Joseph Novak 
que muito contribuiu com a “teoria da aprendizagem verbal significativa” 
fundamentando as primeiras propostas psicoeducativas que conceberam a 
aprendizagem escolar e o ensino de uma maneira diferente do pensamento 
condutista dominante da época. 
Não precisa se aprofundar muito para perceber que a escola falada, 
considerada uma “jaula´, não é diferente da escola que Ausubel contestou e a 
chamou de ´cárcere”, 
A decoreba, conteúdos sem aplicação prática; estudar só pra passar na 
prova e no outro dia esquecer; conteúdos sem relação com a realidade 
vivenciada e todas as demais situações trazidas pelo Pensador são 
abomináveis, fazem da escola um pesadelo, e a teoria significativa repudia. 
Como o próprio Ausubel passou por uma experiência de vida escolar 
castigada e sofrível, ele abstraiu a inutilidade do professor querer forçar o aluno 
aprender arbitrariamente e de por outro lado, desperdiçar o saber que o aprendiz 
traz para a escola. Ausubel construiu a Teoria da Aprendizagem Significativa, 
propondo que todo ensinamento seja pautado no conhecimento prévio do aluno 
e traga algum sentido para a vida dele. 
Confesso que como uma educadora e mãe, uma tristeza tomou conta de 
mim ao analisar as músicas acima e as tantas outras que estão na relação do 
site. Claro que essa realidade eu já conhecia, mas confesso que esperava que 
fosse mais amena: das vinte músicas elencadas, nacionais e internacionais, só 
uma fazia uma relação positiva entre a vida dos alunos e a escola. Pode-se até 
considerar que o site teve como critério fazer o levantamento priorizando as 
letras das músicas que fizessem essa relação negativa. Mas, a verdade é que 
essa é uma realidade que apesar de fazer muito tempo que trabalhamos para 
transformá-la, parece que estamos “remando contra a maré” e não podemos 
deixar de analisar e questionar: 
30 
 
 
Qual o papel da educação na nossa vida? 
Quais os objetivos dos conhecimentos transmitidos pela escola? 
Para subsidiar nossa reflexão, vamos conhecer mais um pouco sobre a 
Teoria da aprendizagem de Ausubel que tem como objetivo favorecer a 
aprendizagem do aluno/ aprendiz, através da psicologia da aprendizagem 
significativa. 
De acordo com o eminente teórico, para que haja aprendizagem 
significativa é preciso que ocorra um processo de modificação do conhecimento 
através dos processos mentais e, não necessariamente, a mudança do 
comportamento em um sentido externo e observável. 
Por outro lado, as ideias de Ausubel também se caracterizam por 
provocarem uma reflexão específica sobre a aprendizagem escolar e o ensino. 
Diferentemente, de fazer generalizações e transferências de conceitos ou 
princípios explicativos, surgidos noutros contextos de aprendizagem, à 
aprendizagem escolar. 
Duas condições básicas são necessárias para haver aprendizagem 
significativa: Primeiro, o aprendiz precisa ter uma disposição para aprender; para 
que ele tenha uma participação ativa no processo. Em segundo lugar, o conteúdo 
escolar a ser aprendido tem que ser lógico e psicologicamente significativo; 
O significado lógico vai depender da natureza do conteúdo, e o significado 
psicológico especificamente da experiência pessoal de cada um, dependendo 
do seu contexto e história pessoal, cada aprendiz faz uma seleção dos 
conteúdos que têm significado para si. 
Destarte, as proposições de Ausubel partem do pressuposto de que os 
indivíduos apresentam uma organização cognitiva interna fundamentada em 
conhecimentos de caráter conceitual, mas a sua complexidade, vai depender 
mais das relações que esses conceitos estabelecem entre eles, do que do 
número de conceitos existentes. É importante destacar que essas relações 
possuem um caráter hierárquico, de forma que a estrutura cognitiva é entendida 
como uma rede de conceitos organizados de modo hierárquico dependendo do 
grau de abstração e de generalização. 
31 
 
 
Após essa breve introdução, convidamos você a daqui pra frente, se 
aprofundar mais um pouco nos pressupostos da Teoria da Aprendizagem 
Significativa. 
Tipos de aprendizagem 
De acordo com Ausubel a produção da aprendizagem escolar se dá por 
meio de dois eixos distintos ou dimensões diferentes: 
1. Eixo da aprendizagem por descoberta/aprendizagem receptiva 
2. Eixo da aprendizagem significativa/aprendizagem mecânica ou 
repetitiva 
O primeiro eixo refere-se à organização do processo de aprendizagem e 
a estrutura relacionada a dimensão aprendizagem por descoberta/aprendizagem 
receptiva. Por essa dimensão situa-se à maneira como o aluno recebe os 
conteúdos que deve aprender: quanto mais os ensinamentos se aproximam do 
polo de aprendizagem por descoberta, mais vão exigir uma “descoberta’ do 
aluno, antes de assimilá-los. Doutra parte, quanto mais se aproximam do polo 
da aprendizagem receptiva, mais os conteúdos são repassados ao aluno de 
forma “pronta”. 
O segundo eixo diz respeito ao continuam que tem numa ponta a 
aprendizagem significativa, e, no outro lado, a aprendizagem mecânica ou 
repetitiva A aprendizagem é significativa quando um novo conteúdo é 
incorporado às estruturas de conhecimento do aluno e adquire significado para 
ele a partir da relação com seu conhecimento prévio. 
Por outro lado, quando o material a ser aprendido não consegue se 
relacionar a algo já conhecido na estrutura cognitiva, ocorre a denominada 
aprendizagem mecânica ou repetitiva. 
Na aprendizagem mecânica ou repetitiva o novo material é apresentado 
sem nenhuma ou pouca associação com o conhecimento já existente na 
estrutura cognitiva. Já na aprendizagem significativa o conteúdo novo relaciona-
se com o material existente na estrutura cognitiva do aprendiz, que é assimilado 
e passa a ter um significado próprio. 
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A importância da aprendizagem significativa 
A grande contribuição da teoria de Ausubel foi de fato, a proposta da 
aprendizagem significativa. Entendida como o significado dado à aprendizagem 
pelo aprendiz, a partir da incorporação de um novo material às estruturas 
cognitivas já existentes nele. Desta forma, há, através da elaboração da 
compreensão do novo,todo um processo de atribuição pessoal. 
De acordo com Salvador (2000), a aprendizagem significativa é a 
“tradução própria do que se aprende” pelo aluno, distinguindo-se da 
aprendizagem mecânica ou repetitiva, na qual o que se aprende é recebido como 
uma “cópia idêntica” da maneira como se apresenta, ocorrendo uma fiel 
reprodução, sem significado próprio. 
Ausubel aponta vantagens na aprendizagem significativa, tanto no que diz 
respeito na evolução da estrutura cognitiva do aluno, como da lembrança 
daquele novo conhecimento para uso posterior e utilização para novas 
aprendizagens. Esse teórico relaciona três vantagens da aprendizagem 
significativa em ralação à aprendizagem memorística: 1) o conhecimento que se 
adquire de maneira significativa é retido e lembrado por mais tempo; 2) a 
aprendizagem significativa aumenta a capacidade de aprender outros materiais 
ou conteúdos relacionados de uma maneira mais fácil, mesmo se a informação 
original for esquecida; 3) e, se for esquecida, a “reaprendizagem” é facilitada. 
Essas vantagens se dão por conta dos processos específicos por meio dos quais 
se produz a aprendizagem significativa. (SALVADOR, 2000). 
Tudo isso favorece para que a aprendizagem significativa seja a mais 
indicada para ser desenvolvida no contexto educacional. Ainda o autor acima 
ressalta que a aprendizagem significativa pode ser provocada tanto por meio da 
descoberta, como por meio da recepção, uma vez que essa dimensão não é tão 
marcante, como a dimensão aprendizagem significativa/aprendizagem 
memorística. 
A aprendizagem significativa como uma assimilação cognitiva 
Você já sabe que a Aprendizagem Significativa demanda um processo de 
interação entre a estrutura cognitiva que o aluno já possui e o material ou 
conteúdo da nova aprendizagem. Isso implica num processo de modificação 
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mútua na estrutura cognitiva já existente e no material a ser aprendido, formando 
um núcleo da aprendizagem significativa. 
Salvador (2000) destaca na teoria de Ausubel três conceitos básicos para 
que se entenda a caracterização desse processo. São eles: 1) Conceito incluso 
ou conceitos inclusores; 2) a inclusão obliteradora, por último, 3) A assimilação. 
O que vem a ser conceitos inclusores? 
Os inclusores atuam de modo a facilitar a aprendizagem subsequente, 
pois são os conceitos ou ideias já existentes na estrutura cognitiva do aprendiz, 
que darão embasamento para as novas ideias ou conceitos, objetos de 
aprendizagem. 
Em que consiste a inclusão obliteradora? 
A inclusão obliteradora é o processo de interação entre o novo material e 
os conceitos inclusores. Já sabemos que o conceito incluso, assim como o novo 
material, não são mais os mesmos. Tanto um, como outro se modificam de 
alguma forma: a mudança no incluso ocorre por causa do novo material e vem a 
ser proeminente na medida em que vão sendo incorporados novos materiais ou 
conteúdo de aprendizagem. Dessa forma, esse material não é aprendido ou 
incorporado na sua forma original, mas dependendo do incluso ou os inclusores 
com os quais entra interage. 
-E a assimilação, em que consiste? 
Ausubel considera que o resultado dos processos de inclusão obliteradora 
é a assimilação entre os velhos significados e os novos, resultando numa 
estrutura diferenciada do original. 
Exemplo de inclusão obliteradora e assimilação 
Você também já deve ter passado por uma experiência de tomar nota de 
uma palestra, sem a preocupação de fazer uma cópia literal das palavras do 
palestrante. Como o tomar notas provoca uma interação entre o conhecimento 
que você tem e o que o palestrante traz, as suas anotações refletirão o que tem 
mais relevância, a partir do conhecimento que você já sabia. Desta forma, as 
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suas anotações, não serão idênticas à palestra, mas uma versão específica, de 
acordo com a interação realizada. 
A inclusão obliteradora e a assimilação elucidam a potencialidade da 
aprendizagem significativa, no que diz respeito a lembrança e também a 
realização de novas aprendizagens ou aprendizagens posteriores. Mesmo 
considerando que o material assimilado seja esquecido, a inclusão obliteradora 
promoverá a incorporação significativa de outra informação semelhante a 
posteriori. Noutras palavras, a aprendizagem significativa potencializa a 
capacidade da estrutura cognitiva de “receber” novas informações idênticas, 
uma vez que foram enriquecidos e diferenciados os conhecimentos prévios que 
poderão interagir com essas informações. 
O que são os organizadores prévios? 
Os organizadores prévios são informações e recursos introdutórios que 
se apresentam antes do novo material de aprendizagem, para provocar os 
inclusores pertinentes; eles devem ser apresentados antes do material a ser 
aprendido, pois servem de ponte, entre o que o aprendiz já sabe e o que ele 
deve aprender, para que o conteúdo possa ser realmente aprendido de forma 
significativa. Desta forma, eles devem ser apresentados num nível de 
generalidade e abstração maior que o novo material, bem como, a linguagem e 
o conteúdo utilizados devem ser formulados em termos familiares para o 
aprendiz. Os organizadores prévios têm como objetivos favorecer um contexto 
assimilativo significativo e motivar o aluno para a aprendizagem. 
Nas palavras Ausubel “(...) A principal função de um organizador prévio é 
salvar o abismo que há entre o que o aluno já sabe e o que necessita saber antes 
que aprenda com bons resultados a tarefa imediata”. (1968 citado por 
SALVADOR, 2000, p.236) 
Entretanto, sendo essa ponte cognitiva entre um determinado material 
específico e os inclusores de um determinado aluno ou grupo de alunos, os 
organizadores prévios vão depender diretamente das especificidades do que se 
vai ensinar e dos alunos de cada caso. Dessa forma, é inadequado determinar, 
sem considerar esses fatores, se um material pode ser considerado “abstrato”. 
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Por outro lado, o aprendiz não tem condições de realizar sozinho essa “ponte”. 
Daí a importância do organizador prévio. 
A hierarquia conceitual é a proposta estrutural de sequenciar o ensino com 
o objetivo de facilitar a aprendizagem significativa. Isso significa organizar o 
ensino por uma sequência descendente, partindo dos conceitos mais gerais, 
passando pelos conceitos intermediários até chegar aos mais específicos, nessa 
sequência descendente os diferentes conceitos devem ser apresentados e 
revisados ciclicamente, para poder provocar a diferenciação progressiva dos 
conceitos mais gerais e a integração para o conjunto da estrutura, destacando 
as diferentes relações de classes entre os conceitos: subordinação e supra 
ordenação , coordenação, semelhança, diferença, etc. 
Para se organizar uma sequência de ensino a partir de hierarquias 
conceituais Ausubel sugere duas tarefas sucessivas: identificar os elementos 
fundamentais do conteúdo e ordenar os conceitos. 
1. A Identificação dos elementos fundamentais do conteúdo requer 
uma disposição do esquema hierárquico e relacional dos conceitos de maior 
generalização e que mais integrem conceitos restantes. 
2. Ordenar os conceitos de acordo com o modelo descendente e 
cíclico já visto anteriormente. Para tanto alguns princípios básicos são: 
apresentar os conceitos mais gerais e inclusivos; dar exemplos concretos que 
ilustrem os conceitos na prática; determinar sequencias de aprendizagem 
ordenadas; introduzir os conceitos específicos fazendo a relação que têm tanto 
com os mais gerais, como também entre eles. 
Você percebe que desse jeito, é necessário um constante “ir e vir”, e a 
construção teórica é um processo continuado de “subir e descer” pela escala da 
hierarquia conceitual. Constata-se então a reestruturação da aprendizagem 
significativa; O processo é dinâmico; o conhecimento vai sendo construído. 
Esse caráter de retomada que a própria teoria possui, tem favorecido para 
que haja um crescimentono decorrer do tempo, desde as suas concepções 
iniciais, com contribuições posteriores do próprio Ausubel e de outros autores. 
Dentre eles destaca-se os trabalhos de Novak e Gowin 1988; Moreira e 
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Novak,1988(citados em Salvador, 2000) os quais propõem processos de ensino 
que favorecem a “capacidade de aprender” do aprendiz. 
Alguns instrumentos específicos são propostos com o objetivo de 
favorecer a representação conhecimento do aprendiz sobre sua realidade e a 
reflexão sobre ela. Dentre esses instrumentos destacam-se: os mapas 
conceituais e o V epistemológico. 
Os Mapas Conceituais 
Os mapas conceituais são representações hierárquicas das relações 
entre conceitos relativos para uma determinada área de conhecimento. O uso 
destes são muito úteis na aprendizagem significativa para, dentre outros fins: ter 
acesso dos conhecimentos prévios dos alunos, averiguar os conhecimentos em 
diferentes momentos do processo de aprendizagem; representar uma trajetória 
de ensino e de aprendizagem; extrair o significado de um trabalho de campo etc. 
Trata-se de uma técnica desenvolvida em meados da década de setenta 
pelos seguidores de Ausubel, Joseph Novak e seus colaboradores na 
Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, como uma estratégia 
potencialmente facilitadora de uma aprendizagem significativa. 
Mapas conceituais, também denominados mapas de conceitos, são 
geralmente apresentados como diagramas, indicando relações entre conceitos, 
ou entre palavras utilizadas para representar conceitos. Diferentemente dos 
organogramas ou diagramas de fluxo não sugerem sequência, temporalidade ou 
direcionalidade, nem hierarquias organizacionais ou de poder. 
Mapas conceituais são diagramas de significados, de relações 
significativas; e podem representar também hierarquias conceituais. Figuras 
geométricas, elipses, retângulos, círculos, são muito utilizadas ao traçar mapas 
de conceitos, mas isso não quer dizer que seja uma padronização. 
O importante para o traçado de mapas de conceitos é que ele seja um 
instrumento capaz de traduzir significados atribuídos a conceitos e relações 
entre conceitos no contexto de um corpo de conhecimentos. O fundamental é 
que o construtor do mapa seja capaz de explicar o significado da relação que fez 
entre os conceitos. 
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Por ser uma técnica flexível o mapeamento conceitual pode ser usado em 
diferentes situações e finalidades como: instrumento de análise do currículo, 
técnica didática, recurso de aprendizagem, meio de avaliação (MOREIRA e 
BUCHWEITZ, 1993, citado em MOREIRA 2012). 
Através da utilização dos mapas, representações concisas das estruturas 
conceituais são ensinadas e, desta forma, facilitam a aprendizagem dessas 
estruturas. Entretanto, enquanto recurso didático, os mapas conceituais não são 
auto instrutivos e, por isso, devem ser explicados por quem os construiu, seja 
professor ou aluno. Outro ponto a ser destacado é a importância da utilização 
dos mapas para um público que já tenha uma certa familiaridade com o assunto, 
de modo que sejam potencialmente significativos e permitam a integração, 
reconciliação e diferenciação de significados de conceitos (MOREIRA, 1980 
apud MOREIRA) 
A utilização do mapeamento conceitual como um recurso de 
aprendizagem pode ser feita através da análise de artigos, textos, capítulos de 
livros, experimentos de laboratório, e outros do currículo com o objetivo de 
integrar, reconciliar e diferenciar conceitos. 
Também pode ser utilizado como instrumento de avaliação da 
aprendizagem, para se obter uma visão geral da organização conceitual que o 
aprendiz confere a um determinado conhecimento. Nesse caso, é uma técnica 
não tradicional de avaliação que busca informações sobre os significados e 
relações significativas entre conceitos-chave da matéria de ensino. 
O "V" Epistemológico 
Utilizando-se do arcabouço teórico da aprendizagem significativa D. B. 
Gowin (1970, 1981) desenvolveu o estudo da epistemologia no contexto 
educacional, ou seja, o estudo do conhecimento e produção de novos 
conhecimentos no cotidiano escolar. Desta forma, Gowin desenvolveu uma 
heurística de trabalho denominada de ‘V’ Epistemológico de Gowin ou 
simplesmente ‘V’de Gowin, a ser utilizada como um instrumento metodológico, 
norteador do processo de investigação e/ou como um instrumento de análise e 
interpretação de dados de um estudo. 
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Enquanto processo de investigação científica o “V” de Gowin (1981) é 
entendido como a construção de uma estrutura de significados a partir de 
elementos básicos, por ele denominado de eventos, fatos e conceitos. Desta 
forma, partindo-se da observação de um evento que ocorre na natureza ou é 
provocado pelo observador, o procedimento de pesquisa estabelece conexões 
específicas entre os registros deste evento, os julgamentos dos derivados do 
estudo desses registros, as regularidades evidenciadas por esse julgamento e 
os conceitos e sistemas conceituais utilizados para interpretar esses 
julgamentos, objetivando--se chegar à explicação deste evento. (FERRACIOLI, 
2005) 
No caso do método indutivo, este é caracterizado pelo caminho inverso, 
partindo-se do específico busca-se conclusões de cunho generalizante, através 
de observações, os padrões são estabelecidos, as generalizações são feitas e 
uma explicação é dada. 
Assim como os mapas conceituais, o “V’ epistemológico provoca a 
reflexão do aprendiz em relação aos próprios processos cognitivos e de 
aprendizagem como a melhor maneira de potencializar a sua capacidade para 
aprender. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
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