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Módulo II 1 SSSEEEMMMIIIOOOLLLOOOGGGIIIAAA EEE SSSEEEMMMIIIOOOTTTÉÉÉCCCNNNIIICCCAAA Turma 201_____.____/_____ -Técnico em Enfermagem Professor_________________________________________ Módulo II 2 FUNDAMENTOS E PRINCÍPIOS DA SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA BÁSICA A Semiologia é a investigação e estudo dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Enquanto a Semiotécnica é o estudo e metodização das ações que sucedem ao exame físico (VOLPATO e PASSOS, 2009). Procedimentos Básicos de Enfermagem Os procedimentos básicos correspondem às técnicas/procedimentos que a equipe de enfermagem executa na prestação de cuidados ao cliente, utilizando um método/roteiro que pode ser adaptado à realidade e ao cliente, desde que não interfira em seus procedimentos básicos. A finalidade é conduzir e guiar as ações dos profissionais de Enfermagem (VOLPATO e PASSOS, 2009). Dentre os objetivos dos procedimentos básicos de Enfermagem estão: • Garantir a qualidade assistencial do Serviço de Enfermagem, por meio de padrões previamente aceitos; • Contribuir com o conhecimento e aprendizado por meio de um roteiro de procedimentos das ações de enfermagem para os discentes, docentes, cuidadores e profissionais de enfermagem e da área da saúde; • Melhorar a qualidade do ensino e assistência em todos os níveis, visando a segurança, conforto e economia; • Contribuir no controle de infecção e complicações para o cliente e profissionais; • Prevenir e tratar doenças. Instituições de Saúde Hospitalar O termo hospital origina-se do latim hospitium, que quer dizer local onde se hospedam pessoas, em referência a estabelecimentos fundados pelo clero, a partir do século IV dC, cuja finalidade era prover cuidados a doentes e oferecer abrigo a viajantes e peregrinos. Segundo o Ministério da Saúde (1998), hospital é definido como estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência sanitária em regime de internação a uma determinada clientela, ou de não internação, no caso de ambulatório ou outros serviços. Módulo II 3 Para se avaliar a necessidade de serviços e leitos hospitalares numa dada região faz-se necessário considerar fatores como a estrutura e nível de organização de saúde existente, número de habitantes e freqüência e distribuição de doenças, além de outros eventos relacionados à saúde. De acordo com a especialidade existente, o hospital pode ser classificado como geral, destinado a prestar assistência nas quatro especialidades médicas básicas, ou especializado, destinado a prestar assistência em uma especialidade, como, por exemplo, maternidade, ortopedia, entre outras. Um outro critério utilizado para a classificação de hospitais é o seu número de leitos ou capacidade instalada: são considerados como de pequeno porte aqueles com até 50 leitos; de médio porte, de 51 a 150 leitos; de grande porte, de 151 a 500 leitos; e de porte especial, acima de 500 leitos. Quanto ao tipo de entidade mantenedora, podem ser: • Hospital público: são sustentados por recursos provenientes da arrecadação de impostos e patrocinados pelos governos federal, estadual ou municipal; • Hospital privado: são os que operam com a finalidade de obter lucros, sendo financiados por médicos ou outros indivíduos que desejam as vantagens de maior dependência; • Hospital escola: são mantidos por uma Universidade à qual estejam vinculados; • Hospital filantrópico: aqueles que não visam lucros, não distribuem dividendos e aplicam os resultados financeiros nos fins da instituição; • Hospital de ensino: que recebem estudantes, é reconhecido como campo de estagiários para diversas áreas da saúde. ADMISSÃO DO PACIENTE NA UNIDADE HOSPITALAR O paciente procura o hospital por sua própria vontade (necessidade) ou da família, e a internação ocorre por indicação médica ou, nos casos de doença mental ou infectocontagiosa, por processo legal instaurado. A internação é a admissão do paciente para ocupar um leito hospitalar, por período igual ou maior que 24 horas. Para ele, isto significa a interrupção do curso normal de vida e a convivência temporária com pessoas estranhas e em ambiente não familiar. Para a maioria das pessoas, este fato representa desequilíbrio financeiro, isolamento social, perda de privacidade e individualidade, sensação de insegurança, medo e abandono. As informações do paciente, geradas durante seu período de internação, constituirão o documento denominado prontuário – o qual, segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução nº 1.331/89), consiste em um conjunto de documentos padronizados e ordenados, proveniente de várias fontes, destinado ao registro dos cuidados profissionais prestados ao paciente. Módulo II 4 O prontuário agrega um conjunto de impressos nos quais são registradas todas as informações relativas ao paciente, como histórico da doença, antecedentes pessoais e familiares, exame físico, diagnóstico, evolução clínica, descrição de cirurgia, ficha de anestesia, prescrição médica e de enfermagem, exames complementares de diagnóstico, formulários e gráficos. O tempo de permanência do paciente no hospital dependerá de vários fatores: tipo de doença, estado geral, resposta orgânica ao tratamento realizado e complicações existentes. Atualmente, há uma tendência para se abreviar ao máximo o tempo de internação, em vista de fatores como altos custos hospitalares, insuficiência de leitos e riscos de infecção hospitalar. Em contrapartida, difundem-se os serviços de saúde externos, como a internação domiciliar, a qual estende os cuidados da equipe para o domicílio do doente, medida comum em situações de alta precoce e de acompanhamento de casos crônicos, é importante que, mesmo neste âmbito, sejam também observados os cuidados e técnicas utilizadas para a prevenção e controle da infecção hospitalar e descarte adequado de material perfurocortante. O período de internação do paciente finaliza-se com a alta hospitalar, decorrente de melhora em seu estado de saúde, ou por motivo de óbito. Entretanto, a alta também pode ser dada por motivos tais como: a pedido do paciente ou de seu responsável; nos casos de necessidade de transferência para outra instituição de saúde; na ocorrência de o paciente ou seu responsável recusar(em)-se a seguir o tratamento, mesmo após ter(em) sido orientado(s) quanto aos riscos, direitos e deveres frente à terapêutica proporcionada pela equipe. PREPARO DA UNIDADE DO PACIENTE A unidade do paciente é a área destinada a promover a internação de pacientes em ambiente individual ou coletivo, conforme faixa etária, patologia, sexo e intensidade de cuidados. Esta unidade é espaço físico hospitalar, onde o paciente permanecerá a maior parte do tempo durante seu período de internação. Composta basicamente de cama, mesa de cabeceira, cadeira, mesa de refeições e escadinha. (POTTER e PERRY, 2006). O objetivo da unidade do paciente é favorecer o repouso confortável e sono adequado do paciente por meio de uma unidade preparada e biologicamente segura. Materiais • 02 lençóis (01 protetor do paciente e 01 protetor do colchão); • 01 lençol móvel; • Suporte de soro; • Escadinha ou tripé; • Prontuário do paciente. Módulo II 5 Procedimento • Realizar limpeza, desinfecção e descontaminação da unidade de acordo com a necessidade; • Preparar o leito para receber o paciente; • Realizar trocasdiárias e quando necessárias; • Acolher o acompanhante/visitante. Arrumação da cama Consiste em arrumar o leito de acordo com as características do paciente que vai ocupá-lo, com a finalidade de proporcionar conforto e segurança e manter a unidade com aspecto agradável. A forma como a cama é arrumada pode ser classificada em: • Cama Fechada: Está aguardando a admissão do paciente. • Cama aberta: (sem paciente) Leito ocupado com paciente que pode locomover-se. • Cama com paciente: É a cama ocupada por paciente que não pode locomover-se. A troca deve ser feita evitando-se cansar o paciente. Geralmente a arrumação é feita durante o banho dado no leito, para evitar perda de tempo e de esforço. Em caso de doente grave, a troca deverá ser feita por 2 pessoas, para evitar esforço demasiado do paciente e da enfermagem e evitar acidentes. • Cama para Operado: É feita para aguardar o paciente que está na sala de cirurgia ou em exame, sob anestesia. • Procedimento • Limpe a cabeceira com pano úmido; • Desprenda a roupa de cama iniciando pelo lado oposto da mesa de cabeceira; • Retire as peças desprezando no hamper as sujas e dobrando as outras; • Estenda o lençol protetor do colchão sobre a cama. Coloque o impermeável na metade da cama e prenda-o; • Disponha o lençol protetor do paciente cerca de 20 cm abaixo da borda superior do lençol protetor do colchão. Prenda o lençol na parte do colchão começando da parte proximal. Disponha a colcha. Faça a borda superior ultrapassar o cobertor, dobre para dentro. Prenda e faça os cantos. Coloque a fronha no travesseiro e este em oposição vertical da cabeceira. • Responsabilidade • Técnico e Auxiliar de Enfermagem. MOVIMENTAÇÃO DO PACIENTE NO LEITO Módulo II 6 A movimentação de pacientes acamados tem por finalidade promover conforto, manter um bom alinhamento corporal, prevenir contraturas, promover drenagem de fluidos, facilitar a respiração e impedir o desenvolvimento de lesões na pele. Ao iniciar o procedimento deve-se avaliar a situação encontrada para planejar a atividade a ser executada. Os seguintes aspectos devem ser avaliados: • Estado geral do paciente; • Grau de mobilidade e de consciência; • Presença de contraturas, musculatura flácida, áreas doloridas, infecções, rubores, edemas, lesões ósseas, ausência ou diminuição de sensibilidade, fraqueza, paralisias; • Peso do paciente; • Presença de equipamentos e aparelhos monitorando o paciente; • Incontinência urinária e/ou fecal, presença de dispositivos de coleção de secreções ou fluídos; • Presença de cateteres, talas; • Horários para movimentação. Posições do paciente no leito • Decúbito dorsal O paciente deita-se com as costas sobre o colchão, com os membros inferiores apoiados em um coxim, e os membros superiores sobre o abdome. Esta posição é bastante utilizada para a realização de exame físico. • Decúbito lateral esquerdo e direito Nestas posições, o paciente deita-se de lado, com os membros inferiores flexionados. Esta posição é utilizada para a realização de enemas, ou repouso, se indicado. Módulo II 7 • Decúbito Ventral Nesta posição, o paciente fica deitado sobre o abdome, com a cabeça lateralizada. É indicada para situações em que o paciente será submetido a exames da coluna vertebral e região cervical. • Posição de Fowler Nesta posição, o paciente é colocado em posição semi-sentada (45°). A posição de Fowler é indicada para clientes que apresentam dificuldades respiratórias, no momento da alimentação, em pós- operatório nasal, bucal, maxilar e tireoidectomia. • Posição de Sims Módulo II 8 Paciente em decúbito lateral esquerdo, com os braços posicionados de maneira confortável para o paciente, perna direita ligeiramente mais fletida que a esquerda e apoiada sobre a cama. Colocar travesseiro sob a cabeça para aumentar o conforto. A posição de sims é indicada para realizar exames retais, lavagem intestinal, exames vaginais, clister, dentre outros. • Posição Ginecológica O paciente deita-se de costas, com as penas flexionadas em suportes. As coxas ficam afastadas uma da outra e apoiadas no abdome. Esta posição é indicada para cirurgias ou exames ginecológicos. • Posição litotômica Paciente em decúbito dorsal, com as pernas afastadas, joelhos fletidos e pés apoiados sobre a cama. Esta posição é indicada para partos normais, cirurgias ou exames e períneo, vagina e bexiga. • Posição genupeitoral Paciente ajoelhado, mantendo os joelhos afastados, com o peito apoiado sobre a cama e a cabeça lateralizada sobre os braços. Esta posição é utilizada para exames vaginais e retais. Módulo II 9 • Posição de Trendelenburg Paciente em decúbito dorsal, em plano inclinado, de forma a manter a cabeça mais baixa em relação ao corpo. É indicada para facilitar a drenagem de secreções brônquicas e para melhorar o retorno venoso. Transporte do paciente Deitar na cama por um longo período de tempo é geralmente deprimente e cansativo para a maioria dos pacientes. Para melhorar o seu humor, os pacientes frequentemente pedem por uma mudança na sua posição e no ambiente ao seu redor. O manejo de forma própria do paciente, e a mecânica do corpo do cuidador devem ser aplicadas de forma a executar a tarefa da maneira mais segura possível. Se o paciente tem força suficiente no corpo para se mover, é melhor fazer com que ele o ajude com a manobra. Transferência do paciente da maca para o leito Para se fazer a transferência do paciente da maca para a cama, ou vice-versa, é necessário utilizar- se de técnicas que facilitam o manejo e a transferência de forma mais segura. Neste caso, utilizamos o lençol móvel, que é colocado sob o paciente, como suporte para a transferência. Volta-se o paciente para a posição de decúbito dorsal, puxando-o para o leito ou para a maca com a ajuda do lençol. O Módulo II 10 número de profissionais para fazer esse tipo de transporte, irá depender das condições e do peso do cliente. Nunca esquecer de travar as rodas do leito ou da maca e de ajustar a sua altura. Transferência do paciente da cama para a cadeira ou cadeira de rodas Ser transferido para uma cadeira permite ao paciente a execução de alguns pequenos movimentos, o que é benéfico para a melhora da circulação. Sobre ser transferido em uma cadeira de rodas, isso serve como uma maneira de transportar um paciente debilitado em áreas hospitalares (como o raio-x e salas de ultrassom) para completar alguns exames de laboratório. Isso também pode ser benéfico para transportar o paciente para mudar de cenário que irá ajudá-lo na melhora do seu humor e aumentar as suas chances de socialização. Esse tipo de transferência deve ser feito com extrema cautela. A transferência deve ser feita da seguinte forma: ✓ Avalie o estado físico do paciente, pois muitas vezes o mesmo pode participar das movimentações, facilitando o manejo e a transferência; ✓ Informe o paciente sobre o procedimento. Se ele quer ser transferido para uma cadeira, explique os detalhes de como a manobra será feita; ✓ Coloque a cadeira ou cadeira de rodas ao lado da cama, de frente para os pés da mesma. Traga a cadeira o mais perto possível para reduzir a distância da transferência. Se uma cadeira de rodas é utilizada, certifique-se de travar o seu freio e dobrar osdescansos para os pés, assim que a posicionar perto da cama; ✓ Ajuste a altura da cama para a posição mais baixa; dessa maneira será fácil para o paciente pisar fora da cama, no chão, reduzindo então o risco de lesões da queda. Trave o freio da cama e então ajude o paciente a deitar-se de lado, de frente para a direção da transferência; Módulo II 11 ✓ Coloque um braço embaixo do ombro do paciente e o outro braço segurando a coxa do paciente no lado oposto (você estará de frente para o paciente quando estiver fazendo essa manobra). Já com o paciente lateralizado, ajude-o a levantar até que fique na posição sentada; ✓ Coloque um braço do paciente sobre o seu ombro, enquanto o outro braço dele está estendido na cama, para ajudar no apoio da posição. Instrua o paciente para chegar para a borda da cama até que os seus pés estejam plantados no chão; (Fig. 20a). ✓ Dobre levemente os seus joelhos e incline o seu corpo. Então instrua o paciente a ficar pronto para empurrar o seu braço que está estendido na cama, enquanto você o levanta para ficar de pé. Conte até três enquanto você ajuda o paciente a ficar de pé e ele está empurrando a mão da cama ao mesmo tempo; (Fig. 20b). ✓ Levante o paciente para a posição de pé e mantenha as suas costas eretas enquanto faz essa manobra. Gire o paciente para que as costas dele estejam posicionadas na frente na cadeira ou cadeira de rodas, e instrua-o a pegar no recosto de braço para apoio adicional, e então lentamente ajude-o a abaixar-se até sentar no assento da cadeira; (Fig. 20c). ✓ Ajude o paciente a posicionar-se propriamente quando sentar. Certifique-se de que as suas nádegas estejam totalmente descansadas no assento e as suas costas encostando firmemente no encosto. Quando estiver em uma cadeira de rodas, coloque os braços dele nos descansos de braço e os seus pés nos descansos para pés. (Fig. 20d) Módulo II 12 Cuidados gerais no transporte ✓ O transporte do paciente deve ser feito com muito cuidado. A movimentação mal feita pode provocar lesões, às vezes irreversíveis; ✓ Para que o transporte seja eficiente deve-se agir com rapidez e segurança, porém com cuidado; ✓ Observar constantemente o estado geral do paciente durante o transporte; ✓ Movimentos suaves ao manipular o paciente diminuem as vibrações, solavancos, dor e desconforto; ✓ Não mova local fraturado ou suspeito de fratura, nestes casos, uma pessoa deverá apoiar apenas este segmento (perna, braço, etc.); ✓ Ao se movimentar ou transportar pacientes politraumatizados, os cuidados devem ser redobrados: pacientes com trauma crânio-encefálico devem ser movimentados com máxima atenção, sem movimentos de flexão e rotação e com maior número de pessoas; ✓ Ao descer a rampa, transportar sempre a cadeira de ré; ✓ Subir a rampa com o paciente olhando para frente; ✓ Solicitar auxílio, sempre que necessário, para subir e descer a rampa; ✓ Entrar no elevador puxando a cadeira, de ré. Desta forma, ao sair do elevador estará na posição correta. Exame Físico Específico Exame da Cabeça (inspeção) • Tamanho: normocefálica, arredondada e simétrica; (alteração: macrocefalia, microcefalia). • Posição e movimento: desvio (torcicolo→ inclinação lateral e alterações dos movimentos (tiques, paralisia). Superfície e couro cabeludo (inspeção e palpação) • Saliências (tumores, tumefações, hematomas), depressões (afundamentos), e pontos dolorosos. • Higiene do couro cabeludo e cabelos (presença de caspas, piolhos e lêndeas). Face (inspeção e palpação) • Simétrica ou normal, assimétrica (tumefações ou depressão unilateral, paralisias). • Pele – cicatrizes, lesões cutâneas (acne, mancha, cloasma). Módulo II 13 Olhos (inspeção) • Simétricos, límpidos e brilhantes; pálpebras com oclusão completa; conjuntiva palpebral rósea e bulbar transparente: esclerótica branca e limpa; pupilas isocóricas, redondas e reativas à luz. Ouvidos (inspeção e palpação) • Posição, tamanho e simetria das orelhas. • Acuidade auditiva-perda parcial ou total (uni – ou bilateral), uso de aparelho. • Observar sintomas gerais: dor, prurido, zumbido, secreções, edema, hiperemia, sangramento. Nariz e cavidade paranasais (inspeção e palpação) • Simetria, coloração da mucosa, deformidades. • Observar sintomas gerais: dor, espirros, obstrução nasal (uni ou bilateral), secreção, epistaxe, edema, inflamação, lesões, pólipos. Boca (Inspeção) • Lábios (cor, textura, hidratação, contorno) • Dentes (coloração, número, estado e alinhamento dos dentes e uso de prótese) Pescoço (inspeção, palpação e ausculta) • Forma e volume: cilindrico de contorno regular variando conforme biótipo. • Posição: mediana; rigidez (torcicolo), ou flacidez muscular. • Pele (coloração, sinais flogísticos: edema, calor, rubor e dor) • Exame do Tórax (inspeção) • Inspeção estática: estudo do arcabouço torácico (pontos, linhas e regiões anatômicas, forma do tórax). • Inspeção dinâmica: estudo dos movimentos torácicos • Forma do tórax: atípica ou normal; típico ou patológico (enfizematoso ou tonel, em quilha ou peito de pombo, pectus excavatum ou sapateiro, chato, em sino, escoliótico, ou cifoescoliótico). Módulo II 14 • Deformações da caixa torácica: abaulamentos e retrações • Alterações da pele Exames das mamas • Época: 1ª Semana após a menstruação e na menopausa no inicio de cada mês. • Posições: ortostática (paciente em pé) 1. braços laterais ao corpo 2. braços acima da cabeça decúbito dorsal (paciente deitado) braços sobre a cabeça. Sistema Cardiovascular • Inspeção: observar área precordial (protuberâncias, retrações, ictus), varizes edema dos MMII. • Palpação: análise do ictus cordis (4º e 5º EIE de 6 a10 cm da linha medioesternal), presença de pulsos periféricos (freqüência, ritmo, amplitude, tensão), perfusão periférica. • Ausculta: ritmo normal – regular em dois tempos (1ª bulha = fechamento das válvulas mitral e tricúspide = TUM; 2ª bulha = fechamento das válvulas aórtica e pulmonar =TÁ) anormal – irregular (ritmo de galope, extrasístole) • Frequência: normocárdico, taquicádico, bradicárdico. Sistema Respiratório • Inspeção: estática (forma e tipo de tórax) • Dinâmica: movimentos respiratórios (frequência, tipo e ritmo respiratório) • Pesquisar tosse: (cheia com ou sem expectoração, seca), dor e retrações ao respirar • Ausculta: sons normais (respiração brônquica, broncovesicular e murmúrios vesiculares) • Sons anormais (ruídos adventícios → roncos e sibilos, creptações, estertores) MEDIDAS PARA PROPORCIONAR CONFORTO AO PACIENTE O conforto e a segurança constituem-se também em uma das necessidades básicas do ser humano e podem manifestar-se pela necessidade de proteção diante de perigos físicos, ameaças psicológicas e dor. A enfermagem tem um papel importante durante a hospitalização do paciente para promover ou proporcionar conforto e segurança necessários diante dos riscos que ele poderá sofrer de sua vulnerabilidade física e psicológica ocasionada pela enfermidade. Módulo II 15 Massagem de Conforto É a manipulação sistemática dos tecidos do corpo, geralmente feita na região dorsal, para estimular a circulação, proporcionar relaxamento muscular, conforto e bem-estar e prevenir úlceras de pressão. Os movimentos básicos que devem serobservados durante a massagem são: deslizamento leve e pesado, amassamento e fricção. Essas manobras geralmente são feitas durante a higienização do paciente ou em mudanças de decúbito programadas. Procedimentos para aplicação de massagem de conforto • Providencie o material necessário: toalha de banho e creme hidratante. • Verifique o produto a ser utilizado. • Lave as mãos e reúna o material. • Informe o paciente sobre o procedimento a ser realizado. • Abaixe a cabeceira da cama e coloque o paciente em decúbito lateral D (direito), E (esquerdo) ou ventral. • Sobre o pijama ou a camisola, descobrindo as costas até as nádegas. • Disponha a toalha no sentido longitudinal junto ao paciente, protegendo a cama. • Coloque pequena quantidade de creme na palma de uma mão e espalhe, friccionando uma mão na outra. • Inicie o deslizamento, iniciando das nádegas junto à coluna vertebral aos ombros até os deltóides, retornando pela superfície lateral. • Repita esses movimentos nesta seqüência: três deslizamentos leves, três deslizamentos pesados e mais três leves. • Inicie o amassamento na parte superior das nádegas, junto à coluna vertebral, procurando comprimir e descomprimir os músculos ritmicamente até o pescoço. • Deslize as mãos comprimindo os músculos, pela superfície lateral. • Repita o amassamento do outro lado. • Mantenha sempre as mãos sobre a pele do paciente e faça três deslizamentos leves. Módulo II 16 • Una os dedos e realize movimentos conjuntos de fricção nas proeminências de cada vértebra, cintura escapulo-umeral, nuca e área de incisão do couro cabeludo, costelas e crista ilíaca. • Recomponha a camisola ou o pijama e retire a toalha. • Coloque o paciente em posição confortável. • Anote o procedimento realizado com observações quanto ao aspecto da pele e intercorrências. Aplicação de Calor Trata-se da aplicação de calor sobre a pele por meio de calor seco ou calor úmido. A técnica utilizada para calor seco pode ser por auxílio de bolsa de água quente, bolsas elétricas ou raios infravermelhos. Quanto a técnica de aplicação de calor úmido, trata-se da aplicação de compressas quentes ou cataplasma (medicamento de consistência pastosa, tipicamente caseiro, que se aplica geralmente em duas compressas sobre a região afetada, desencadeando uma reação térmica). Objetivos • Aquecer o cliente; • Relaxar a musculatura aumentando a circulação sanguínea no local da aplicação; • Aliviar dor; • Auxiliar no processo de drenagem de exsudato e no processo de cicatrização de feridas. • Aumentar peristaltismo; • Favorecer o relaxamento e bem-estar do cliente; • Auxiliar na reabsorção de edemas. Materiais • Bolsa de borracha ou 02 compressas; • Bacia de água quente; • Toalha; • Jarro; • Impermeável; • Luvas de procedimento. Procedimento • Verificar a temperatura da água para evitar queimaduras; • Explicar o procedimento ao cliente e sua finalidade; • Se a aplicação for com bolsa quente, colocar a água quente na bolsa, fechar bem a bolsa e testar para que não haja vazamento. Envolver a bolsa em uma toalha e aplicar sobre a área indicada; Módulo II 17 • Se for feito com compressas, colocar as compressas na água quente, aplicar a compressa quente sobre a região, preparar outra compressa para substituir a que já foi utilizada; • Deixar a unidade do cliente em ordem; • Realizar anotação de Enfermagem. Aplicação de frio É a aplicação de frio na pele por meio da utilização de compressas, banhos e bolsas de gelo, sendo respectivamente nas formas úmidas e secas. As compressas devem ser estéreis ou limpas e aplicadas por 15 minutos, com temperatura de aproximadamente 15°C. Essa terapêutica é indicada em casos de febre, entorses, contusão e até mesmo fraturas, pois ajuda na redução do processo inflamatório no local. Auxilia ainda na diminuição de pequenas hemorragias, proporcionando analgesia local. Objetivos • Diminuir e aliviar a dor; • Diminuir a temperatura corporal; • Diminuir e controlar o sangramento; • Diminuir o processo inflamatório; • Prevenir a formação de edemas; • Anestesiar a parte do corpo afetada. Materiais • Bandeja; • 02 compressas ou bolsa de borracha; • Toalha; • Bacia com água gelada; • Gelo picado; • Impermeável; • Luvas de procedimento. Procedimento • Lavar as mãos; Módulo II 18 • Separar o material; • Forrar a cama com impermeável ou toalha; • Colocar compressas na bacia com água gelada, retirar o excesso de água e aplicá-las no local indicado. Realizar o procedimento por pelo menos 15 minutos; • Se utilizar a bolsa de borracha, deve-se encher a bolsa com gelo picado, remover o excesso de umidade, revestir a bolsa com uma toalha, colocar a bolsa sobre a região afetada; • Retirar a bolsa ou a compressa; • Deixar a unidade em ordem; • Realizar anotação de enfermagem. LAVAGEM BÁSICA DAS MÃOS No dia-a-dia de nosso trabalho executamos grande variedade de procedimentos, muitos deles repetidas vezes. Em geral, a importância que lhes é conferida associa-se ao grau de complexidade, à tecnologia envolvida, à capacidade de provocar danos ou complicações ao paciente e à frequência de realização. Procedimento • Retirar anéis, pulseiras e relógio; • Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia. • Colocar nas mãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser, de preferência, líquido e hipoalergênico. • Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos. • Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas deverá ser feito com atenção). • Os antebraços devem ser lavados cuidadosamente, também por 15 segundos. • Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente abundante, retirando totalmente o resíduo do sabão. • Enxugar as mãos com papel toalha. • Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha; ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos. Módulo II 19 HIGIENIZAÇÃO DO PACIENTE Banho do Leito O banho no leito, como qualquer outro procedimento, requer prévio planejamento e organização dos materiais e roupas da unidade, considerando as especificidades do paciente. Materiais Módulo II 20 Luvas de procedimento; 01 toalha de rosto; 01 toalha de banho; 02 luvas de banho ou compressas; 01 camisola; 02 bacias de banho ou balde; jarro de água quente; 01 sabonete antisséptico; comadre ou papagaio; biombo; saco de hamper. Procedimento o Colocar o biombo; o Fechas janelas e portas; o Desocupar a mesa de cabeceira; o Oferecer comadre ou papagaio antes de iniciar o banho; o Desprender a roupa de cama, retirar a colcha, o cobertor, o travesseiro e a camisola, deixando-o protegido com o lençol; o Abaixar a cabeceira da cama caso seja possível; o Colocar o travesseiro sobre o ombro; o Ocluir os ouvidos; o Colocar a bacia sob a cabeça; o Lavar os cabelos; o Fazer higiene oral; o Calçar as luvas de procedimento; o Molhar as luvas de banho retirando o excesso de água; o Lavar os olhos do paciente do ângulo interno; o Lavar os olhos do paciente do ângulo interno para o externo; o Utilizar água limpa para lavar cada olho; o Ensaboar pouco e secar com a toalha derosto; o Colocar a toalha de banho sob um dos braços do paciente e lavá-lo no sentido do punho para as axilas em movimentos longos; o Enxaguar e secar com a toalha de banho; o Repetir a operação com o outro braço; o Colocar a toalha de banho sobre o tórax do paciente, cobrindo-o até a região púbica; o Com uma as mãos suspender a toalha e com a outra lavar o tórax e abdômen; o Enxaguar, secar e cobri-lo com o lençol; o Lavar as pernas fazendo movimentos passivos nas articulações, massagear as proeminências ósseas e panturrilha; o Flexionar o joelho do paciente e lavar os pés, secando bem entre os dedos; o Colocar o paciente em decúbito lateral, com as costas voltadas para você, protegendo-a com toalha, lavar, enxugar e secar; o Fazer massagem de conforto; Módulo II 21 o Colocar o paciente em posição dorsal; o Colocar a toalha de banho e comadre sob o paciente; o Oferecer a luva de banho para que o paciente possa fazer sua higiene íntima (se tiver limitações, calçar a luva e fazer a higiene para o paciente); o Lavar as mãos; o Vestir a camisola; o Trocar a roupa de cama; o Recolocar o travesseiro e deixá-lo em posição confortável. Higiene do cabelo e couro cabeludo A lavagem dos cabelos e do couro cabeludo visa proporcionar higiene, conforto e estimular a circulação do couro cabeludo. Quando o paciente não puder ser conduzido até o chuveiro, esta tarefa deve ser realizada no leito. Material • 02 jarros com água morna; sabão neutro ou xampu; duas bolas de algodão; pente; toalha; grande de banho (duas, caso necessário); balde; bacia; luvas de procedimento; impermeável / saco plástico. Procedimento • Lavar as mãos. • Preparar o material e colocar sobre a mesa de cabeceira do cliente. • Orientar o cliente e/ ou o acompanhante sobre o que será feito. • Fechar portas e janelas para evitar corrente de ar. • Isolar com biombo. • Posicionar o cliente em decúbito dorsal. • Forrar o travesseiro com o impermeável e posicioná-lo sob os ombros do cliente. • Ocluir os ouvidos do cliente com bolas de algodão para evitar entrada de água. • Posicionar a bacia sob a cabeça, segurando a nuca do cliente com uma das mãos e com a outra proceder à lavagem. • Molhar, ensaboar e friccionar bem o cabelo e o couro cabeludo. • Enxaguar bem até retirar todo o sabão, despejando a água do jarro delicadamente sobre a cabeça. • Despreze a água suja da bacia no balde, sempre que for necessário. • Escorra bem a água do cabelo, impedindo que tenha contato com a água suja. • Retire a bacia. Módulo II 22 • Proteger a cabeça enrolando-a na toalha. • Retire o impermeável. • Posicionar o travesseiro. • Pentear os cabelos. • Colocar o cliente em posição confortável. • Desprezar os líquidos usados. • Reunir os materiais e guardá-los. • Lavar as mãos. • Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente. HIGIENE ÍNTIMA FEMININA E MASCULINA Higiene íntima feminina Material • 01 par de luvas de procedimento; 01 sabonete pequeno; compressa não esterilizada; 01 Jarro com água, 01 comadre, 01 tolha e 01 bandeja. Procedimento Lavar as mãos; • Explicar o procedimento ao paciente; • Reunir o material e colocá-los sobre a mesa de cabeceira; • Calcar as luvas; • Trazer o hamper próximo ao leito; • Proteger a unidade com biombos; • Colocar o paciente em posição ginecológica, procurando expô-la o mínimo possível; • Colocar o forro sobre o saco plástico, colocando-os sobre a região glútea; • Colocar a comadre sob a região glútea da paciente, com ajuda da mesma; • Irrigar monte pubiano e vulva com água, despejando-a suavemente com o auxílio da jarra; • Despejar pequena quantidade de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante sobre o monte pubiano; • Ensaboar a região pubiana com a pinça montada em gaze, de cima para baixo sem atingir o ânus, desprezando a gaze, apos cada movimento vulva - ânus; • Afastar os grandes lábios e lavá-la no sentido anteroposterior, primeiro de um lado, desprezando a gaze e depois do outro lado; • Lavar por último a região anal; • Despejar a água da jarra, sobre as regiões ensaboadas; • Retirar a comadre; Módulo II 23 • Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que está sob a região glútea do paciente; • Colocar a paciente em posição de conforto; • Desprezar as roupas (toalha, forro) no hamper; • Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e a jarra e guardá-los; • Retirar a luva; • Lavar as mãos; • Anotar no prontuário. Higiene íntima masculina Material 01 balde; 01 jarra; Pacote de gazes; Comadre; Toalha de banho; Sabão líquido ou P.V.P.I. degermante; Luvas para procedimento; Hamper; Pinça auxiliar (Cheron); Biombo; Forro e saco plástico. Procedimento • Lavar as mãos; • Explicar o procedimento ao paciente; • Reunir o material e levá-lo à unidade do paciente; • Proteger a unidade com biombos; • Trazer o hamper próximo ao leito; • Calçar as luvas de procedimentos; • Posicionar o paciente expondo somente a área genital; • Colocar o forro com plástico sob a região glútea do paciente; • Colocar a comadre sob a região glútea em cima do forro com a ajuda do paciente; • Irrigar com a jarra com água, a região genital; • Dobrar e pinçar gaze com a pinça auxiliar; • Despejar pequena quantidade de sabão líquido ou P.V.P.I. degermante, sobre os genitais; • Ensaboar os genitais com a pinça montada em gaze, desprezando a gaze, a cada etapa; • Tracionar o prepúcio para trás, lavando-o em seguida, com movimentos únicos e circulares; • Iniciar a higiene intima pelo meato urinário, prepúcio, glande, corpo do pênis, depois região escrotal e por último a região anal; • Despejar o conteúdo da jarra sobre a região pubiana, pregas inguinais, pênis e bolsa escrotal; • Tracionar o escroto, enxaguando a face inferior no sentido escroto perineal; • Retirar todo o sabão líquido ou P.V.P.I. degermante; • Retirar a comadre; Módulo II 24 • Enxugar a região lavada com a toalha de banho ou com o forro que esta sob a região glútea do paciente; • Posicionar o prepúcio; • Colocar a paciente em posição de conforto; • Desprezar as roupas no hamper (toalha, forro); • Lavar a comadre no banheiro, juntamente com o balde e jarra e guardá-los; • Retirar a luva; • Lavar as mãos; • Anotar no prontuário. Higiene Oral Material Solução anti-séptica; Espátula envoltas em gazes; Copo para colocar solução anti-séptica; Seringa de 20 ml; Toalha; Luvas Procedimento • Lavar as mãos; • Explicar ao paciente o que ser feito; • Calçar luvas; • Reunir o material na mesa de cabeceira; • Colocar o paciente em posição confortável, com a cabeceira elevada ou em decúbito lateral se estiver inconsciente. Caso o paciente esteja com sonda nasogástrica, abri- la, para evitar náuseas e refluxo do conteúdo gástrico para a boca; • Colocar a toalha na parte superior do tórax e pescoço do paciente, com forro plástico, se necessário; • Proceder a limpeza de toda a boca do paciente, usando as espátulas envoltas em gazes embebidas em solução anti-séptica. Limpar o palato superior e toda a arcada dentaria; • Limpar a também a língua; • Enxugar os lábios com a toalha e lubrificá-los com vaselina; • Retirar luvas; • Lavar as mãos; • Recompor a unidade; Módulo II25 • Anotar no prontuário o que foi feito e anormalidades detectadas. SONDAGEM NASOGÁSTRICA A Sonda Nasogástrica é um tubo de polivinil que quando prescrito, deve ser tecnicamente introduzido desde as narinas até o estômago. Sua finalidade está associada à maneira como ficará instalada no paciente. Este procedimento é indicado para pacientes incapazes de se alimentar por via oral, devido a estreitamento do esôfago e garganta, em pós-operatório de cirurgia de grande porte, lavagem gástrica ou para a coleta de exames por via gástrica (Ex: lavado gástrico) (VOLPATO e PASSOS, 2009). Materiais Bandeja; Sonda gástrica LEVINE nº 16 ou 18; Seringa de 20 ml; Gaze; Toalha de rosto; Xilocaína gel; Fita adesiva; Estetoscópio; Biombo; Luvas de procedimento; Saco plástico para resíduos Inserindo a Sonda Nasogástrica • Prepare a bandeja com o material necessário para o procedimento; • Oriente o paciente sobre o cuidado; • Elevar a cabeceira da cama (posição Fowler – 45º) com a cabeceira inclinada para frente; • Proteger o tórax com a toalha e limpar as narinas com gaze; • Calçar luvas; • Verifique o uso de próteses dentárias móveis, solicitando ao paciente para retirá-las; • Medir a sonda do lóbulo da orelha até a ponta do nariz e até a base do apêndice xifoide; • Observar sinais de cianose, dispnéia e tosse; • Comprovar se a sonda está no local; • Fixar a sonda não tracionando a narina; • Em caso de drenagem, adapte um coletor de sistema aberto à extremidade da sonda; • Deixe o ambiente em ordem e o paciente confortável; • Providenciar a limpeza e a ordem do material; Módulo II 26 • Tirar as luvas e lavar as mãos; • Anotar o cuidado prestado e as observações feitas. Alimentação por sonda nasogástrica ✓ Para alimentar corretamente uma pessoa com sonda nasogástrica é importante ter o seguinte material: 1 seringa de 100 ml (seringa de alimentação); 1 copo de água; 1 pano (opcional). • A seringa de alimentação deve ser lavada após cada utilização, devendo ser trocada, pelo menos, de 2 em 2 semanas por um nova comprada na farmácia. • Além disso, para evitar que a sonda fique entupida e seja necessário trocá-la só se deve utilizar alimentos líquidos, como sopa ou vitaminas, por exemplo. A técnica correta para alimentar uma pessoa com sonda ajuda a facilitar a tarefa do profissional e a evitar complicações, como excesso de gases no estômago ou aspiração de alimentos para os pulmões. Procedimento • Coloque o pano debaixo da sonda nasogástrica para proteger a cama ou a pessoa de restos de comida que possam cair da seringa; • Dobre a ponta da sonda nasogástrica, aperte bem para que não entre ar no tubo, como mostra a primeira imagem, e retire a tampa, colocando-a sobre o pano; • Encaixe a ponta da seringa de 100 ml na abertura da sonda, desdobre o tubo e puxe o êmbolo para aspirar o líquido que está dentro do estômago. Caso consiga aspirar mais de metade da quantidade Módulo II 27 de líquido da refeição anterior (cerca de 100 ml) é recomendado alimentar a pessoa mais tarde, quando o conteúdo for inferior a 50 ml, por exemplo. Porém, se a quantidade de líquido aspirado for inferior a 100 ml, deve-se empurrar o êmbolo para voltar a colocar o conteúdo no estômago; • Volte a dobrar a ponta da sonda nasogástrica, aperte para não entrar ar no tubo e retire a seringa, voltando a colocar a tampa antes de desdobrar a sonda; • Encha a seringa com os alimentos e volte a colocá-la na sonda, dobrando o tubo para retirar a tampa; • Pressione lentamente o êmbolo da seringa, esvaziando os 100 ml em 3 minutos para evitar que os alimentos entrem muito rápido no estômago. Repita este passo até acabar de dar toda a comida, dobrando e tapando a sonda com a tampa sempre que retirar a seringa. • Depois de alimentar a pessoa com sonda nasogástrica é importante mantê-la sentada ou com as costas levantadas por, pelo menos, 30 minutos, para permitir uma digestão mais fácil e evitar o risco de vômito. Porém, caso não seja possível manter o paciente sentado, deve-se virá-lo para o lado direito para respeitar a anatomia do estômago e evitar o refluxo de alimentos. • Além disso, é importante dar água pela sonda regularmente e manter a higiene bucal do paciente porque, mesmo não se alimentando pela boca, as bactérias continuam se desenvolvendo, podendo provocar cáries ou sapinho, por exemplo. CATETERISMO VESICAL Consiste na inserção de um cateter estéril através do meato uretral até a bexiga, com o objetivo de drenar a urina. Existem dois tipos de cateterismo vesical: de alívio e de demora. O cateterismo vesical de alívio e feito nos seguintes casos: Módulo II 28 • Quando o paciente por algum motivo não consegue urinar, como em pós-cirúrgico; • Obtenção de amostras de urina estéril; • Avaliação de urina residual após a micção; • Gerenciamento a longo prazo de pacientes com lesões na medula espinhal, degeneração neuromuscular ou bexigas incompetentes. O cateterismo vesical de demora é realizado nos seguintes casos: • Retenção urinária grave com episódios recorrentes de infecção do aparelho urinário • Erupções cutâneas, úlceras ou feridas irritadas pelo contato com a urina • Doença terminal quando mudanças de roupa de cama são dolorosas para o paciente Materiais • Biombo; • Material para higiene íntima (luvas de procedimento, bacia, água morna, sabão neutro, toalha); • Frasco com solução antisséptica (PVPI tópico); • Pacotes de gazes estéreis; • Pacote de cateterismo (contendo 1 cuba-rim, 1 cuba redonda, 1 pinça cheron, gazes, 1 campo fenestrado); • Sonda vesical Foley (Adulto: nº 12 a 24) Sistema coletor de urina; • Seringa de 20 ml; • Seringa com bico luer slip (para pacientes do sexo masculino); • Lubrificante - xilocaína em gel; • Luvas estéreis; • Adesivo para fixação (micropore, esparadrapo ou similar); • 03 ampolas de água destilada (AD) de 10 ml; Cateterismo vesical feminino Módulo II 29 • Proceder a antissepsia - com a mão dominante e auxílio da pinça, manipular a gaze embebida com antisséptico na sequência: região supra púbica, inguinal, os grandes lábios, pequenos lábios, sempre no sentido anteroposterior e em movimento único; • Afastar os grandes lábios com os dedos da mão não dominante e realizar a antissepsia do meato. A mão deverá manter-se fixa nesta posição durante todo o procedimento “mão contaminada”; • Colocar a cuba rim sobre o campo fenestrado; • Lubrificar a extremidade da sonda (2,5 a 5 cm); • Com a outra mão “estéril”, insira suavemente a sonda no meato uretral (aproximadamente 5 cm) até que a urina comece a drenar; • Quando a urina começar a fluir, faça a inserção de mais 2,5 cm para assegurar que o balão fique posicionado no interior da bexiga; • Inflar o balão com AD; • Retirar o campo fenestrado; • Fixar a sonda na face interna da coxa; • Posicionar o paciente confortavelmente; • Reunir o material e retire as luvas; • Higienizar as mãos; • Registrar o procedimento, o calibre da sonda, a quantidade de água no balão, e as características da urina (volume, coloração). Cateterismo vesical masculino Módulo II 30 • Com a mão não dominante segure o pênis em um ângulo de 90° e retraia o prepúcio para a visualização do meato uretral. Retraia o meato uretral entre o polegar e o dedoindicador. A mão deverá manter-se fixa nesta posição durante todo o procedimento “mão contaminada”; • Com a mão dominante “mão estéril” e auxílio da pinça, manipular a gaze embebida com antisséptico e utilizar, em sequência (de cima para baixo), com movimentos circulares até a base da glande. Repita o procedimento mais três vezes; • Coloque a cuba rim sobre o campo fenestrado; • Lubrifique a extremidade da sonda (5 cm) passando-a no lubrificante dentro da cuba rim ou na gaze. Aspirar com a seringa de 3 ou 5 ml o lubrificante e introduzir no meato uretral; • Com a outra mão (mão estéril), insira suavemente a sonda dentro da uretra (aproximadamente 20 cm) até que a urina comece a drenar; • Quando a urina começar a fluir, faça a inserção de mais 2,5 cm para assegurar que o balão fique posicionado no interior da bexiga; • Com a outra mão, insira suavemente a sonda dentro da uretra (aproximadamente 20 cm) até que a urina comece a drenar; • Soltar o pênis; • Inflar o balão com AD; • Retirar o campo fenestrado; • Fixe a sonda na face interna da coxa; • Deixar o paciente em posição confortável; • Reunir o material e retirar as luvas; • Higienizar as mãos; • Registrar o procedimento, o calibre da sonda, a quantidade de água no balão e as características da urina. Módulo II 31 CONTROLE HÍDRICO DO PACIENTE O balanço hídrico é o registro diário de líquidos infundidos e eliminados de um paciente. Este registro é realizado em papel padronizado que possui espaço também para sinais vitais, PVC e hemoglucoteste. O principal objetivo do controle do balanço hídrico é realizar rígido controle sobre infusões versus eliminações para avaliação da evolução clínica do paciente. Por isto, a importância de um bom registro. Através do registro do balanço hídrico podemos observar juntamente com exames laboratoriais, o início de algumas patologias. Para facilitar a apuração nas 24 horas dos líquidos introduzidos como também dos eliminados, existe um formulário que é anexado ao prontuário do paciente chamado de folha de balanço hídrico. Compete ao enfermeiro, técnico e/ou auxiliar de enfermagem registrar todas as entradas e perdas líquidas do paciente e fazer o cálculo de balanço final, porém é de competência somente do enfermeiro identificar a necessidade ou não em prescrever balanço hídrico aos pacientes. Materiais • Impresso próprio • Calculadora Procedimento • Para a realização do procedimento, é necessário inicialmente ter o conhecimento dos ganhos ou entradas e das perdas ou saídas do paciente em um período de 24 horas. • São consideradas entradas: Dieta por sonda nasogástrica ou nasoentérica; ingestão de água, sucos, sopas, chás e terapias medicamentosas, como soros, medicamentos com diluentes e sangue. • São consideradas saídas: diurese, fezes líquidas e semilíquidas, vômitos, drenagens, secreções e sudorese. • Durante um período de 24 horas, é necessário computar os ganhos e perdas do paciente. Ao final do dia, soma-se o total de ganhos e perdas, e subtrai-se um do outro. Exemplo: O cliente recebeu 1.200 ml entre dieta e medicações e eliminou 980 ml entre diurese e drenagens. Então: 1.200 ml - 980 ml = 220 ml O Balanço das 24 horas neste caso é positivo, pois o cliente teve mais ganho do que perdas. Anotar o resultado final na folha de Controles, comunicando ao enfermeiro de plantão qualquer alteração. LAVAGEM INTESTINAL Clister e Enteroclisma ✓ Clister é introdução de líquido no intestino (até 500 ml), através de sonda retal no ânus ou da colostomia. Já o Enteroclisma é a introdução de uma solução no reto, com o objetivo de aliviar Módulo II 32 constipação, preparar o cólon para o pré-operatório, exames do trato gastrintestinal, administrar medicamentos e facilitar a eliminação fecal. Diferente do Clister, no enteroclisma, pode-se administrar uma solução com volume superior a 500 ml. ✓ Pode ser dividida em 3 grupos com seu modo de reação: Evacuadores: estimulam a evacuação com seu modo de ação; Carminativos: auxiliam na expulsão de gazes do cólon; sedativos: acalmam espasmos. ✓ Cabe ao médico prescrever o tipo de edema e a solução a ser administrada. Este procedimento tem como objetivo, aliviar distensão e flatulência; auxiliar eliminação de fezes; preparar o paciente para exames e cirurgias. Material • Bandeja; • Frasco com solução glicerinada, conforme prescrição médica; • Sonda retal (mulher: 22 ou 24 e homem: 24 ou 26); • Gazes; • Vaselina ou xylocaína; • Cuba rim; • Papel higiênico; • Luvas de procedimento; • Suporte de soro; • Comadre; • Biombo • Impermeável; • Lençol móvel; • Saco para lixo. Procedimento o Lavar as mãos; o Reunir o material na bandeja; o Cortar a ponta do frasco e conectar a sonda retal, mantendo-a protegida em seu invólucro; o Orientar o paciente sobre o que vai ser feito; o Levar o material à unidade do paciente, colocar na mesa de cabeceira; o Cercar a cama com biombo; o Proteger a cama com impermeável e lençol móvel; o Colocar a comadre sobre os pés da cama; o Colocar o paciente em posição de Sims; Módulo II 33 o Tirar ar da sonda sobre a cuba rim; o Lubrificar a sonda retal com xilocaína; o Calçar luvas; o Entreabrir as nádegas com papel higiênico; o Introduzir a sonda de 5 a 10 cm, usando uma gaze, pedir ao paciente que inspire profundamente; o Comprimir com as mãos o frasco com a solução glicerinada, até o término da solução; o Retirar a sonda retal; o Pedir para o paciente ficar em decúbito dorsal, retendo o líquido o máximo de tempo possível; o Colocar a comadre e o papel ao alcance do paciente, ou acompanhá-lo ao banheiro, para se deambular; o Proceder às anotações de enfermagem. Enteroclisma Clister LAVAGEM GÁSTRICA É um procedimento de urgência que deve ser realizado pelas equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) o mais precoce possível, quando indicado, nos casos de ingestão acidental ou intencional de substâncias tóxicas (medicamentos, plantas etc.), a fim de diminuir a exposição e absorção da substância em questão. Quanto mais rápida for a decisão e início do procedimento, maiores são as possibilidades de retirada do agente tóxico. Se o paciente tiver que aguardar o serviço de remoção, perde-se a oportunidade da descontaminação efetiva na maioria dos casos. Logo, torna-se importante que as equipes de saúde estejam treinadas/capacitadas para realizar esse procedimento. Material • Sonda oro ou nasogástrica. • Lidocaína gel. • Soro fisiológico para irrigação ou água. • Gaze. Módulo II 34 • Luva esterilizada. • Seringa de 20 ml. • Máscara e óculos para proteção. Procedimento o Identificar-se; o Checar o leito e o nome do cliente; o Orientar o cliente e/ou acompanhante quanto ao procedimento; o Calçar luvas; o Realizar sondagem gástrica conforme técnica própria; o Fixar a sonda com micropore; o Com a seringa, verificar se reflui suco gástrico ou resíduos; o Infundir soro fisiológico 0,9% ou outra solução em seringa ou através do equipo, conforme prescrição médica; o Aspirar o mesmo volume de solução que foi infundida, se necessário; o Fazer lavagem até que o líquido retorne totalmente límpido, ou conforme orientação do enfermeiro / médico; o Desprezar o líquido em cuba rim se necessário; o Observar aspecto, volume da solução retirada;o Manter sonda aberta / fechada conforme orientação médica; o Manter o cliente confortável e com a campainha a seu alcance; o Manter o ambiente em ordem. PROCEDIMENTOS DE VERIFICAÇÃO DE SINAIS VITAIS Verificação de temperatura A temperatura é o resultado das funções do organismo, tais como: alimentação, esforço físico, eliminações, infecções. A temperatura normal do corpo é mantida pelo equilíbrio perfeito entre a produção e eliminação mantida constante por um complexo ajustamento dos reflexos. A temperatura não é a mesma nas diferentes partes do corpo, no interior ela é mais alta (38°). Valores normais de temperatura: Temperatura axilar: 36°C a 37°C; Temperatura bucal: 37°C a 37,2°C; Temperatura retal: até 37,5°C; Temperatura inguinal: até 37°C. Módulo II 35 A vida tolera no máximo até 41-42°C, a partir daí os centros termorreguladores descontrolam-se, o ser humano entra em coma, sofre convulsões e chega à morte. Material • Algodão; Álcool a 70%; Termômetro. Procedimento o Lavar as mãos; o Preparar o material; o Explicar ao cliente o procedimento; o Fazer a antissepsia do termômetro com bola de algodão embebida em álcool a 70% no sentido pedúnculo / bulbo; o Abaixar a coluna do mercúrio do termômetro até 35ºC; o Deixar o cliente em posição confortável (sentado ou deitado); o Colocar o termômetro diretamente na região axilar, sem enxugá-la, deixando o bulbo em contato com a pele e a mão do cliente sobre o abdome; o Deixar o termômetro no cliente de 5 a 7 minutos (enquanto isso, ou outros sinais vitais podem ser verificados); o Retirar o termômetro segurando-o pelo pedúnculo e fazer a leitura na altura dos olhos; o Baixar o nível da coluna de mercúrio até abaixo de 35ºC e desinfetar o termômetro; o Anotar o valor obtido no impresso próprio; o Colocar o cliente em posição confortável e a unidade em ordem. Interpretação da temperatura encontrada o Hipotermia: < 36ºC o Temperatura Normal: 36 a 37,4ºC o Hipertermia (FEBRE): 37,5 a 38,5ºC o Pirexia: 39 a 40ºC o Hiperpirexia: > 40ºC Verificação do pulso Pulso é a onda de expansão e contração das artérias, resultantes dos batimentos cardíacos (KOCH, 2004). O nodossinoatrial é o marcapasso do coração, porque recebe o estímulo e distribui carga elétrica para todo o músculo cardíaco. É estimado um total de cinco litros de sangue bombeados do coração a cada batimento cardíaco. Com isso, todo o sistema arterial se dilata para receber o sangue. Módulo II 36 Essa dilatação provoca o aparecimento da onda de pulso e a sensação do impacto do batimento recebe o nome de pulso. As artérias mais comuns para a verificação do pulso são: temporal, braquial, radial, carótida comum, femoral, poplítea e dorsal dos pés. Procedimento o Colocar os dedos indicador, médio e anular da mão direita sobre a artéria, fazendo leve pressão – evitar a compressão da artéria – e começar a contar quando as pulsações forem perceptíveis; o Contar os batimentos durante 60 segundos; o Anotar o valor obtido no impresso próprio; o Colocar o cliente em posição confortável e a unidade em ordem. Interpretação ✓ Pulso normal – 60 a 100 bp; ✓ Bradicardia – lento (< 60 bpm); ✓ Taquicardia – acelerado ( > 100bpm); ✓ Dicrótico - impressão de dois batimentos. Verificação da Respiração Respiração é o ato de inspirar e expirar, promovendo a troca de gazes entre o organismo e o ambiente. Como a respiração está parcialmente sujeita ao controle voluntário, deve ser contada sem que o cliente perceba, procedendo a sua contagem após a verificação do pulso, como se ainda estivesse realizando-a. Módulo II 37 Procedimento Colocar a mão no pulso do cliente, simulando verificar o pulso; Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax; os dois movimentos (inspiratório e expiratório) somam um movimento respiratório; Contar os movimentos respiratórios por 60 segundos; Anotar o valor obtido no impresso próprio; Deixar o cliente confortável e a unidade em ordem. Frequência Lactentes – 30 a 40 movimentos respiratórios/minuto; Crianças - 30 a 40 movimentos respiratórios/minuto; Adulto - 14 a 20 movimentos respiratórios/minuto. Interpretação Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa. Eupneia: respiração normal. Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta. Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda. Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade. Apneia: ausência da respiração. Verificação da pressão arterial Pressão arterial é a verificação da pressão exercida pelo sangue nas paredes das artérias; ela depende da força de contração do coração, da quantidade de sangue circulante e da resistência das paredes dos vasos. Ao verificar a pressão arterial, consideramos a pressão máxima, também denominada de sistólica. A contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias, e a pressão mínima, também denominada de diastólica. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg). Fatores constitutivos e ambientais interferem na pressão arterial, como por exemplo: Hipertensão: aumento da pressão ocasionada por alimentação rica em sódio, medo, ansiedade, exercícios, dor e estimulante; Hipotensão: diminuição da pressão, ocasionada por repouso, depressão e jejum. Módulo II 38 Procedimento • Insufla-se o manguito, fechando-se a válvula e apertando-se a “pêra” rapidamente até o desaparecimento do pulso radial; • Verifica-se o valor e acrescenta-se 30 mmHg; • Coloca-se o diafragma do estetoscópio suavemente por sobre a artéria braquial; • Insufla-se o manguito suavemente até o nível previamente determinado (30 mmHg acima da pressão arterial máxima verificada pelo método palpatório) e em seguida desinfla-se lentamente, à uma velocidade de 2 a 3 mmHg por segundo; • Verifica-se o nível no qual os ruídos (de Korotkoff) são auscultados, o que corresponde à pressão arterial máxima; • Continua-se baixando a pressão até o abafamento das bulhas e a seguir o desaparecimento completo dos ruídos (de Korotkoff), o que corresponde à pressão arterial mínima. Interpretação Mensuração do Peso e Altura É o ato ou processo de verificação do peso do corpo. Este procedimento tem como objetivo detectar variações patológicas do equilíbrio entre peso e altura, acompanhar o crescimento pondo- estatural, auxiliar no acompanhamento do balanço hídrico e auxiliar no acompanhamento nutricional. Já o procedimento de verificação de altura, tem como objetivo detectar variações patológicas do equilíbrio entre peso e altura, acompanhar o crescimento pondo-estatural e auxiliar no acompanhamento nutricional. Procedimento o Fazer planejamento; o Lavar as mãos; o Informar ao paciente o que vai ser feito e encaminhá-lo até o local da balança; o Forrar o piso da balança com papel toalha; Módulo II 39 o Tarar a balança; o Abaixar o pino da trave; o Pedir ao paciente para retirar o penhoar ou roupão e chinelos, subir na balança e ficar no centro da mesma; o Destravar a balança e dispor o massor de quilos na escala graduada até o número estimado; o Movimentar omassor de gramas até o número em que o fiel da balança fique nivelado; o Ler corretamente o peso indicado, colocando-se à frente do paciente; o Abaixar o pino da trave e retornar os massores ao ponto zero; o Pedir ao paciente para ficar com as costas para o antropômetro, unir os calcanhares e manter-se ereto; o Erguer a régua, com o braço voltado para um dos lados do paciente, até acima da cabeça. Girar o braço da régua até a frente do paciente e abaixá-lo lentamente, até que o ângulo reto da régua encoste-se à cabeça; o Ler a escala graduada a altura do paciente; o Virar o braço da régua para um dos lados até voltá-lo a posição anterior; o Auxiliar o paciente a descer da balança. Calçar os chinelos e vestir o roupão; o Retirar o papel da balança e desprezar; o Anotar no prontuário, e comparar com os dados anteriores. ASSISTÊNCIA AO CLIENTE COM LESÕES DE PELE Curativo é um cuidado de enfermagem dispensado a uma área do corpo que sofreu perda de continuidade. A ferida é uma ruptura estrutural ou fisiológica que estimula respostas de reparação tecidual ou não. As feridas podem envolver parcial ou totalmente a espessura da pele, podendo atingir tecido subcutâneo, músculos, tecidos e órgãos. Podem ser: Agudas: cicatrizam espontaneamente, sem complicações, durante as três fases normais de cicatrização: inflamação, proliferação, remodelação. Crônicas: são aquelas que falharam no processo normal e na sequência ordenada e temporal da reparação tecidual ou são aquelas que, apesar de passarem pelo processo de reparação, não tiveram restaurações anatômicas e resultados funcionais. Classificação das feridas Quanto ao mecanismo de lesão as feridas podem ser descritas como incisas, contusas, Módulo II 40 lacerantes, perfurantes e escoriações. • As feridas incisas ou cirúrgicas são aquelas produzidas por um instrumento cortante. As feridas limpas geralmente são fechadas por suturas. • As feridas contusas são produzidas por objeto rombo e são caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e edema. • As feridas laceradas são aquelas com margens irregulares como as produzidas por vidro ou arame farpado. • As feridas perfurantes são caracterizadas por aberturas na pele. Um exemplo são as feridas feitas por bala ou ponta de faca. • As escoriações são lesões que surgem na superfície cutânea com retirada da pele. Módulo II 41 Quanto ao grau de contaminação, as feridas podem ser limpas, limpas-contaminadas, contaminadas ou sujas e infectadas. • Feridas limpas são aquelas que não apresentam inflamação e em que não são atingidos os tratos respiratório, digestivo, genital ou urinário. • Feridas limpas-contaminadas são aquelas nas quais os tratos respiratórios, alimentar ou urinário são atingidos, porém em condições controladas. • As feridas contaminadas incluem feridas acidentais, recentes e abertas e cirurgias em que a técnica asséptica não foi respeitada devidamente. • Feridas infectadas ou sujas são aquelas nas quais os microorganismos já estavam presentes antes da lesão. Tipos de cicatrização A maneira pela qual uma ferida é fechada ou " deixada" fechar é essencial para o processo de cicatrização. Existem três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar que dependem da quantidade de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de infecção, são elas: Primeira intenção, Segunda intenção e Terceira intenção. • Primeira intenção (união primária) - este tipo de cicatrização ocorre quando as bordas da ferida são apostas ou aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo. Quando as feridas cicatrizam-se por primeira intenção, a formação de tecido de granulação não é visível. Módulo II 42 • Segunda intenção (granulação) - Neste tipo de cicatrização ocorre perda excessiva de tecido e presença de infecção. O processo de reparo, neste caso, é mais complicado e demorado. Esse método de reparo é também denominado cicatrização por granulação, pois no abscesso formam-se brotos minúsculos chamados granulações. • Terceira intenção (sutura secundária) - caso uma ferida não tenha sido suturada inicialmente ou as suturas se romperam e a ferida tem que ser novamente suturada. Isso é feito pelo cirurgião que, após a drenagem do material, promove a aproximação das bordas. Fatores que influenciam na cicatrização • Existem alguns fatores que influenciam o processo de reparo tecidual de forma extrínseca (fatores ligados ao indivíduo acometido) e intrínseca (fatores ligados diretamente à ferida). • São fatores extrínsecos: idade (quanto mais idoso é o indivíduo, mais lento é o processo de reparo); estado nutricional (indivíduos mal nutridos têm dificuldade em formar cicatriz pela ausência de certas proteínas, metais e vitaminas importantes para a síntese de colágeno); estado imunológico (a imunidade baixa prolonga a fase inflamatória e predispõe a ocorrência de infecções); diabetes (a síntese do colágeno está diminuída, assim como a oxigenação local); uso de medicamentos (sobretudo esteroides que retardam e alteram a cicatrização); realização de quimioterapia (leva à neutropenia, predispondo à infecção); tabagismo (a nicotina induz à isquemia tissular). Módulo II 43 • São fatores intrínsecos: tipo de tecido lesado; localização da lesão, ocorrência de reações imunológicas ou auto imunes locais; infecção local (dano tecidual constante e reação inflamatória persistente); oxigenação local (em caso de anóxia, as células inflamatórias têm dificuldade de chegar à zona lesada, dificultando a proliferação dos fibroblastos e a síntese de colágeno); tensão na ferida (vômitos, tosse, atividade física em demasia, produzem tensão e interferem na cicatrização das feridas); hemorragia (o acúmulo de sangue cria espaços mortos que interferem na cicatrização); presença de corpos estranhos (inflamação e infecção persistente); técnica de sutura inadequada; hematoma (POTTER, 2004). Complicações na cicatrização de feridas • Infecção: ocorre por diversos fatores de contaminação da ferida; • Deiscência: abertura da cicatriz pode ser causada por: infecção, hematoma, técnica inapropriada ou deficiência metabólica; • Cicatriz hipertrófica: formação de tecido cicatricial exagerado, que não ultrapassa as bordas da ferida; Módulo II 44 • Quelóide: devido ao excesso de formação de tecido de granulação, surge uma proeminência nas bordas da ferida, ocorrendo com maior freqüência em pessoas de pele escura; • Hemorragia: quando ocorre o extravasamento de sangue de um vaso. O sangramento pode resultar de uma ruptura nos pequenos vasos sanguíneos da área lesada ou de trauma em vasos maiores e mais profundos. CURATIVOS É a técnica utilizada para favorecer a cicatrização de feridas, promovendo um meio terapêutico ideal para cada tipo e fase e, eliminando os fatores que possam estar retardando sua cura. Os objetivos de um curativo são: • Retirar corpos estranhos; • Reaproximar bordas separadas; • Proteger contra contaminação e infecções; • Promover hemostasia; • Preencher espaço morto e evitar a formação de sero-hematomas; • Favorecer a aplicação de medicação tópica; • Desbridar mecanicamente, removendo tecido necrótico; • Diminuir o edema; • Absorver exsudato; • Manter a umidade da superfícieda ferida; • Fornecer isolamento térmico; • Proteger a cicatrização da ferida; • Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida; • Dar conforto psicológico ao cliente; • Diminuir a intensidade da dor; Módulo II 45 Tipos de curativos • Semi-oclusivo: curativo absorvente, comumente utilizado em feridas cirúrgicas. Possui diversas vantagens: permite a exposição da ferida ao ar, absorve exsudato e o isola da pele saudável adjacente. • Oclusivo: não permite a passagem de ar ou fluidos, funcionando como uma barreira contra bactérias. Tem como vantagens: vedar a ferida; impedir a perda de fluidos; promover o isolamento térmico e de terminações nervosas e impedir a formação de crostas. • Compressivo: utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, ou promover estase, e auxiliar na aproximação das extremidades do ferimento. • Curativos abertos: são realizados em ferimentos descobertos e que não têm necessidade de serem ocluídos. Algumas feridas cirúrgicas (após 24 horas), cortes pequenos ou escoriações, queimaduras, etc. são exemplos desse tipo de curativo: Seco: fechado com gaze ou compressa seca; Úmidos: fechado com gaze ou compressa umedecida, com pomada ou soluções prescritas; Drenagens: usado em ferimentos com grande quantidade de exsudato, coloca-se dreno (penrouse ou Kehr), tubos, cateteres ou bolsas de colostomia. Materiais • Bandeja. • Pacote de curativo estéril (01 pinça Kocher, • 01 pinça Kelly, 01 pinça Dente de rato • 01 pinça Anatômica). • Frasco de SF 0,9%. • Agulha 40x12. • Saco plástico para lixo. • Pacote de gaze estéril. • Fita adesiva. • Solução anti-séptica, pomadas, cremes ou curativos especiais. • Luvas de procedimento. • Máscara. Módulo II 46 • Forro de papel, pano ou impermeável para proteger a cama do cliente. Procedimento • Lavar as mãos. • Preparar o material e colocar sobre o carrinho de curativos. • Orientar o cliente e/ou o acompanhante sobre o que será feito. • Solicitar ao acompanhante que aguarde fora do quarto e/ou posicione o biombo. • Realizar a limpeza da pele adjacente à ferida. • Realizar a limpeza da área menos contaminada para a mais contaminada, evitando movimentos de vai-e-vem (nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, ao passo que nas feridas infectadas, a área mais contaminada é a do interior da ferida). • Secar a pele ao redor da ferida sem tocar em seu leito. • Adequar o curativo ao tamanho da ferida. • Remover secreções, corpos estranhos e tecido necrótico. • Lavar a ferida com soro fisiológico em jato ou com solução anti-séptica (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais). • Utilizar cada gaze uma única vez. • Proteger a área da lesão com gaze em quantidade suficiente para cobri-la. • Fixar o curativo com atadura ou esparadrapo. • Colocar a data, a hora e seu nome sobre o curativo, com fita adesiva. • Desprezar os materiais descartáveis usados no saco para lixo. • Reunir os materiais e guardá-los. • Lavar as mãos. • Anotar o procedimento em impresso próprio, no prontuário do cliente. SUTURAS Sutura, mais conhecida como pontos cirúrgicos, são ligações utilizadas por médicos, dentistas e médicos veterinários em pele, mucosas, músculos, vasos sanguíneos e órgãos com a finalidade de mantê-los unidos ou fechados, dependendo do local suturado, depois de serem seccionados cirurgicamente ou por um ferimento. Os fios de sutura podem ser classificados como: Absorvíveis: estes, por meio de determinados processos do organismo, serão absorvidos e, deste modo, desaparecerão do local onde foram suturados. Este processo varia em tempo e modo de absorção, de acordo com o fio utilizado. Não-absorvíveis ou inabsorvíveis: o tipo de material utilizado nesse tipo de fio não pode ser Módulo II 47 absorvido pelo organismo, permanecendo no local onde foi colocado por tempo indefinido ou até sua remoção mecânica. Com relação aos tipos de suturas, estas podem ser de dois tipos: Interrompidas: neste tipo os nós são atados e os fios cortados depois de uma ou duas passagens nos tecidos. Contínuas: neste tipo de sutura, é feito um nó no início, o fio não é cortado, estendendo o ponto de origem por diversas passadas pelos tecidos, sendo que o fio só é cortado em seguida ao nó final. Já com relação à aparência de suas bordas, são classificas do seguinte modo: Aposição: neste caso, as bordas se encostam, no mesmo plano. Eversão: há um maior contato entre as bordas, que se viram, originado uma crista invertida. Inversão: neste tipo de sutura, a borda da ferida volta-se para dentro, originando uma invaginação. Sobreposição: neste caso, uma borda se sobrepõe a outra. No caso das suturas interrompidas, os nós são entidades independentes, sendo que o rompimento de um nó (ponto) não compromete a integridade dos outros, mas quando ocorre, causa alterações em toda a linha de sutura. As suturas contínuas utilizam menos material, quando comparada com as suturas interrompidas, o que resulta em uma menor quantidade de material de sutura nos nós e reduz o tempo de cirurgia, além de promoverem um melhor fechamento ao ar e água. Contudo, este tipo de sutura também apresenta algumas desvantagens, como: • Maior tempo para atar os nós; • Maior quantidade de material depositado nas feridas cirúrgicas; • Menor controle da tensão e a possibilidade de rompimento; Módulo II 48 • Não é ideal para algumas partes do organismo devido à sua habilidade de inverter ou everter as bordas. TIPOS DE DISPOSITIVOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Jelco - Os jelcos são dispositivos flexíveis onde a agulha é envolvida por um mandril flexível. Após a punção, a agulha é retirada ficando na luz da veia apenas o mandril. São numerados em números pares do 16 (maior e mais calibroso) até o 26 (menor e mais fino). ✓ Jelco 16: Adolescentes e Adultos, cirurgias importantes, sempre que se deve infundir grandes quantidades de líquidos. Inserção mais dolorosa e exige veia calibrosa. ✓ Jelco 18: Crianças mais velhas, adolescentes e adultos. Administrar sangue, hemoderivados e outras infusões viscosas. Inserção mais dolorosa e exige veia calibrosa. Jelco 20: Crianças, adolescentes e adultos. Adequado para a maioria das infusões venosas e hemoderivados. ✓ Jelco 22: Bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a maioria das infusões. É mais fácil de inserir em veias pequenas e frágeis, deve ser mantida uma velocidade de infusão menor. Inserção difícil, no caso de pele resistente. ✓ Jelcos, 24 e 26: RN's, bebês, crianças, adolescentes e adultos (em especial, idosos). Adequado para a maioria das infusões, mas a velocidade de infusão deve ser menor. É ideal para veias muito estreitas, por exemplo, pequenas veias digitais ou veias internas do antebraço em idosos. Scalp Dispositivo tipo "butterfly" ou "borboleta", agulhado, mais utilizado para infusões venosas que deverão permanecer por menor tempo, pois, com este tipo de dispositivo a agulha permanece dentro da veia e por ser rígida, caso o paciente movimente o local da inserção, pode lesionar a veia, http://4.bp.blogspot.com/-sxFJUz2TUw4/Ti9zaWtCCdI/AAAAAAAAABc/gejFBRtRas0/s1600/tipos+de+jelcos.jpg Módulo II 49 causando infiltração
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