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Sistema auditivo

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Flávia Licia Mendes de Assis 
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Roteiro 5 AES 10 
1. Identificar os pares de nervos cranianos relacionados com a audição aparelho auditivo, observando 
suas origens. 
Nervo vestibulococlear (VIII) 
➢ Origem aparente no encéfalo: sulco bulbo-pontino (lateralmente ao VII); 
➢ Origem aparente no crânio: penetra no osso temporal pelo meato acústico interno, mas não sai do crânio. 
 
O nervo vestíbulo-coclear é um nervo exclusivamente sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do sulco bulbo-
pontino, entre a emergência do VII par e o flóculo do cerebelo, região denominada ângulo ponto-cerebelar. 
Ocupa, juntamente com os nervos facial e intermédio, o meato acústico interno, na porção petrosa do osso temporal. 
 
Composição 
Compõe-se de uma parte vestibular e uma parte coclear, que, embora unidas em um tronco comum, têm origem, funções 
e conexões centrais diferentes. 
➢ A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que 
conduzem impulsos nervosos relacionados com o equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular do 
ouvido interno. 
➢ A parte coclear do VIII par é constituída de fibras que se originam nos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que 
conduzem impulsos nervosos relacionados com a audição originados no órgão espiral (de Corti), receptor da 
audição, situado na cóclea. 
 
Nervo trigêmeo (V) 
➢ Origem aparente no encéfalo: entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio; 
➢ Origem aparente no crânio: fissura orbital superior (oftálmico); forame redondo (maxilar) e forame oval 
(mandibular). 
 
O nervo trigêmeo é um nervo misto, sendo o componente sensitivo consideravelmente maior. Possui uma raiz sensitiva e 
uma raiz motora. 
A raiz sensitiva é formada pelos prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos, situados no gânglio trigeminal (ou 
semilunar, ou gânglio de Gasser), que se localiza no cavo trigeminal sobre a parte petrosa do osso temporal. 
 
Função 
Responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça, através de fibras que se classificam como 
aferentes somáticas gerais. 
 
Os prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos do gânglio trigeminal formam distalmente ao gânglio os três ramos 
ou divisões do trigêmeo: 
➢ Nervo oftálmico 
➢ Nervo maxilar 
➢ Nervo mandibular 
 
Originam-se: 
a) da pele da face e da fronte; 
b) da conjuntiva ocular; 
c) da parte ectodérmica da mucosa da cavidade bucal, nariz e seios paranasais; 
d) dos dentes; 
e) dos 2/3 anteriores da língua; 
f) da maior parte da dura-máter craniana. 
 
Os impulsos proprioceptivos originam-se em receptores localizados nos músculos mastigadores e na articulação têmporo-
mandibular. 
 
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A raiz motora do trigêmeo é constituída de fibras que acompanham o nervo mandibular, distribuindo-se aos músculos 
mastigadores (temporal, masséter, pterigóideo lateral, pterigóideo mediai, milo-hiódeo e o ventre anterior do músculo 
digástrico). Todos estes músculos derivam do primeiro arco branquial e as fibras que os inervam se classificam como 
eferentes viscerais especiais. 
O problema médico mais frequentemente observado em relação ao trigêmeo é a nevralgia, que se manifesta por crises 
dolorosas muito intensas no território de um dos ramos do nervo. 
 
Nervo Glossofaríngeo (IX) 
➢ Origem aparente no encéfalo: sulco lateral posterior do bulbo; 
➢ Origem aparente no crânio: forame jugular. 
O nervo glossofaríngeo é um nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sob a forma de filamentos 
radiculares, que se dispõem em linha vertical. Estes filamentos reúnem-se para formar o tronco do nervo glossofaríngeo, 
que sai do crânio pelo forame jugular. 
No seu trajeto, através do forame jugular, o nervo apresenta dois gânglios, superior (ou jugular) e inferior (ou petroso), 
formados por neurônios sensitivos. 
Ao sair do crânio, o nervo glossofaríngeo tem trajeto descendente, ramificando-se na raiz da língua e na faringe. 
 
Componentes 
Os componentes funcionais das fibras do nervo glossofaríngeo assemelham-se aos do vago e do facial. 
Desses, o mais importante é o representado pelas fibras aferentes viscerais gerais, responsáveis pela sensibilidade geral 
do terço posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva, além do seio e corpo carotídeos. 
Merecem destaque também as fibras eferentes viscerais gerais pertencentes à divisão parassimpática do sistema nervoso 
autônomo e que terminam no gânglio ótico. 
1) Desse gânglio saem fibras nervosas do nervo auriculotemporal que vão inervar a glândula parótida. 
2) Das afecções do nervo glossofaríngeo, merece destaque apenas a nevralgia. 
 
2. Caracterizar a orelha média, observando: 
A orelha média inclui a cavidade timpânica com os três ossículos da audição. Existem conexões através do antro mastóideo 
com as células aéreas do processo mastoide, e através da tuba auditiva (trompa de Eustáquio) com a parte nasal da faringe. 
 
Cavidade Timpânica 
A cavidade timpânica é hermeticamente separada do meato acústico externo pelo tímpano e, portanto, representa um 
espaço fechado que deve ser ventilado. Esta ventilação da cavidade timpânica (e das células aéreas mastóideas) ocorre 
apenas no processo de deglutição, durante o qual a tuba auditiva, usualmente fechada, abre rapidamente e permite a troca 
de ar entre a parte nasal da faringe e a orelha média. 
 
Divisão: 
➢ O epitímpano (cúpula da cavidade timpânica, ou ático) acomoda o aparelho de sustentação e a maior parte dos 
ossículos da audição, e se comunica com as células mastóideas (espaços retrotimpânicos) através do antro 
mastóideo. Abaixo do antro, projeta-se a maior parte dos canais semicirculares, o “osso do labirinto”. A área situada 
entre a parte flácida da membrana timpânica (lateralmente), a cabeça do martelo e o corpo da bigorna 
(medialmente) é o recesso epitimpânico. Um espaço ainda menor entre a parte flácida e o colo de martelo é o 
recesso superior da membrana timpânica (espaço de Prussak). 
 
➢ O mesotímpano (espaço timpânico) inclui o cabo do martelo, o processo lenticular da bigorna e o tendão do 
músculo tensor do tímpano, e se posiciona diretamente atrás do tímpano. 
 
➢ O hipotímpano (recesso hipotimpânico), que recebe a tuba auditiva, é a parte mais profunda da cavidade timpânica 
e está localizado abaixo do nível do tímpano. 
 
A cavidade timpânica é revestida por um epitélio cúbico simples; células caliciformes e células ciliadas podem estar 
presentes isoladamente. Os ossículos da audição são recobertos por um epitélio pavimentoso estratificado não 
 
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queratinizado. Na lâmina própria, localizam-se glândulas tubulosas (glândulas timpânicas), as quais são inervadas pelo 
plexo timpânico. 
 
Ossículos da Audição 
Os três ossículos da audição, recobertos por mucosa– o martelo, a bigorna e o estribo – encontram-se suspensos na 
cavidade timpânica e formam uma cadeia móvel que se estende da membrana timpânica até a janela oval (janela do 
vestíbulo): 
➢ O martelo consiste na cabeça do martelo, no colo do martelo, no cabo do martelo, no processo anterior longo 
e no processo lateral curto. O cabo do martelo e o processo lateral são fundidos à membrana timpânica. Além 
disso, o tendão do músculo tensor do tímpano insere no cabo do martelo. 
 
➢ A bigorna é composta por 1 corpo (corpo da bigorna) e 2 ramos (ramo longo e ramo curto da bigorna). Na face 
anterior do corpo se localiza a superfície para a articulação com o martelo. O ramo longo segue paralelamente ao 
cabo do martelo. Em sua extremidade se encontra o processo lenticular, que está dobrado em ângulo reto e 
contém a superfície para a articulação com o estribo. 
 
➢ O estribo consiste na cabeça do estribo, 2 ramos (ramoanterior e ramo posterior do estribo) e na base do 
estribo. A base do estribo é fixada, apresentando certo grau de mobilidade, na janela oval através de um ligamento 
anular de tecido conectivo (ligamento estapedial anular) e transfere as vibrações sonoras para a perilinfa da orelha 
interna. 
 
Os três ossículos estão conectados em série e através de articulações verdadeiras (a articulação incudomalear – uma 
articulação em sela – e a articulação incudoestapedial – uma articulação esferoide). Na cavidade timpânica, os 
ligamentos fixam os ossículos: 
➢ Ligamento superior do martelo, ligamento anterior do martelo [resquício da cartilagem de Meckel] e ligamento 
posterior do martelo (os ligamentos anterior e posterior do martelo juntos formam o “ligamento axial”, que atua 
como um braço de alavanca para o martelo) 
➢ Ligamentos superior e posterior da bigorna 
 
Músculos 
A transmissão do som é influenciada por dois músculos estriados (músculos dos ossículos da audição), o músculo tensor 
do tímpano e o músculo estapédio. Sua contração faz com que as altas intensidades sonoras sejam reduzidas e a faixa de 
volume seja dinamicamente ajustada. Além disso, eles enfraquecem a condução da própria voz. 
 
O músculo tensor do tímpano se origina no semicanal do músculo tensor do tímpano, na porção petrosa do osso 
temporal. Seu tendão entra no processo cocleariforme, através da parede tegmental na cavidade timpânica e, em seguida, 
é desviado quase em ângulo reto. Após um curto trajeto, ele se insere na margem superior do cabo do martelo. Ele é suprido 
pela artéria timpânica superior, e sua inervação é fornecida pelo nervo pterigóideo medial, ramo do nervo mandibular 
[V/3]. Sob o ponto de vista funcional, o músculo tensor do tímpano tensiona a membrana timpânica através da tração do 
cabo do martelo e do enrijecimento da cadeia de ossículos. Deste modo, ele promove uma melhor transmissão das altas 
frequências. 
 
O músculo estapédio está situado na cavidade do músculo estapédio. Seu tendão entra no ápice do processo piramidal, 
na parede mastóidea na cavidade timpânica, e segue em direção à cabeça do estribo. A artéria estilomastóidea fornece 
o seu suprimento sanguíneo, enquanto o nervo facial [VII] é responsável pela sua inervação. Uma contração inclina desse 
músculo a base do estribo na janela do vestíbulo (oval) e reduz a transferência de energia. Deste modo, ruídos muito altos 
são enfraquecidos, protegendo a orelha interna 
 
Tuba Auditiva 
A tuba auditiva (ou trompa de Eustáquio) tem aproximadamente 3,5 cm de comprimento e segue, obliquamente, da região 
lateral superior e posterior para a região medial inferior e anterior. Ela une a cavidade timpânica à parte nasal da faringe 
(espaço nasofaríngeo) e atua, funcionalmente, na equalização das pressões. Para uma adequada condução do som, a 
mesma pressão do ar deve estar presente tanto na cavidade timpânica quanto no meato acústico externo. 
 
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A tuba auditiva é contígua ao hipotímpano e se inicia na parede anterior da cavidade timpânica (parede carótica) com o 
óstio timpânico da tuba auditiva. Ele desemboca no óstio faríngeo da tuba auditiva que se projeta lateral e posteriormente 
na parte nasal da faringe (os óstios de ambos os lados se projetam como os toros tubários). Em sua mucosa se localiza a 
tonsila tubária, como componente do anel linfático da faringe (anel de Waldeyer). 
 
Na tuba auditiva são distinguidas uma parte óssea e uma parte cartilagínea, esta última é cerca de duas vezes mais longa, 
contendo uma peça de cartilagem elástica em formato de calha (cartilagem da tuba auditiva). O sulco da peça cartilaginosa, 
voltado para baixo, é fechado medialmente por um tecido conectivo (lâmina membranácea) para constituir um canal, em 
forma de fenda. A tuba auditiva é aberta pela contração dos músculos tensor e levantador do véu palatino, durante a 
deglutição. 
 
A parte óssea da tuba auditiva encontra-se em um canal ósseo triangular (semicanal da tuba auditiva do canal 
musculotubário), na porção petrosa do osso temporal. Separado deste canal através de uma delgada parede óssea, o 
músculo tensor do tímpano segue no semicanal do músculo tensor do tímpano do canal musculotubário 
 
Músculos 
A manutenção da abertura da tuba auditiva e, consequentemente, o equilíbrio de pressão entre a cavidade timpânica e a 
parte nasal da faringe, são realizados com o auxílio dos músculos tensor do véu palatino e levantador do véu palatino, além 
do músculo salpingofaríngeo. Durante a deglutição, ocorre a contração dos músculos tensor e levantador do véu palatino. 
➢ A contração do músculo tensor do véu palatino promove uma tração da parte membranácea e da margem 
superior da cartilagem da tuba auditiva, o que amplia o lúmen da tuba. 
 
➢ A contração do músculo levantador do véu palatino, devido à disposição do ventre muscular, promove uma onda 
de pressão de baixo para cima sobre a cartilagem da tuba auditiva. Com isso, o sulco da peça cartilaginosa torna-
se encurvado, e o lúmen da tuba é alargado. O músculo salpingofaríngeo colabora para o fechamento da tuba 
auditiva. 
 
3. Com o auxílio do livro de anatomia caracterizar a orelha interna, observando: 
A orelha interna é um complexo de canais e dilatações ósseas, na parte petrosa do osso temporal (labirinto ósseo). Em 
seu interior há um sistema de tubos e sacos membranosos, constituindo o labirinto membranáceo. 
 
Labirinto Ósseo 
O labirinto ósseo consiste nas seguintes porções: 
➢ O vestíbulo 
➢ Três canais semicirculares ósseos 
➢ A cóclea óssea 
➢ O meato acústico interno 
 
O vestíbulo é o ponto de origem para a cóclea e para os canais semicirculares. Ele está conectado à cavidade timpânica 
através da janela do vestíbulo. 
 
Os canais semicirculares compreendem o canal semicircular anterior, o canal semicircular posterior e o canal 
semicircular lateral. Eles se estendem a partir do vestíbulo em direção posterossuperior. Os canais se estendem por cerca 
de dois terços de um círculo, nos quais uma extremidade se inicia no vestíbulo e a outra extremidade é dilatada para formar 
uma ampola. 
 
A cóclea consiste em um canal (canal espiral da cóclea), enovelado em 2½ voltas, em torno de um eixo ósseo (modíolo 
da cóclea). Ela está disposta de modo que sua base (base da cóclea) esteja direcionada posteromedialmente e sua 
extremidade (ápice da cóclea) seja direcionada anterolateralmente. Deste modo, a base do modíolo se situa próxima ao 
meato acústico interno. No canal espiral e nos canais longitudinais do modíolo se situa o gânglio espiral da cóclea, com 
os corpos celulares dos neurônios bipolares do nervo coclear 
 
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A partir do modíolo, a lâmina espiral óssea se projeta no canal espiral da cóclea. Ao redor do modíolo, o ducto 
coclear (parte do labirinto membranáceo) se enovela, sendo fixado à lâmina espiral e lateralmente à parede externa da 
cóclea. Este arranjo resulta em dois canais (um acima – a rampa do vestíbulo – e um abaixo – a rampa do tímpano – do 
ducto coclear), os quais se estendem por toda a cóclea e se comunicam no ápice, através do helicotrema. 
A rampa do vestíbulo se inicia no vestíbulo; a rampa do tímpano conduz à janela da cóclea (janela redonda) e é separada 
da orelha média por uma membrana de tecido conectivo. Próximo à janela da cóclea se inicia um pequeno canal (canalículo 
da cóclea), que atravessa o osso temporal e se abre na face posterior na fossa posterior do crânio. Nele existe uma conexão 
entre o espaço perilinfático e o espaço subaracnóideo. 
 
O meato acústico interno se inicia no poro acústico interno e se continua, lateralmente, por aproximadamente 1 cm. Ali 
termina em uma placa óssea porosa. No segmento de 1 cm de comprimento seguem o nervo facial [VII] e o nervo 
vestibulococlear [VIII]. 
 
Labirinto Membranáceo 
O labirinto membranáceo é um sistema associado de ductos ede sacos no interior do labirinto ósseo e inclui as seguintes 
porções: 
➢ Ducto coclear 
➢ Sáculo 
➢ Utrículo 
➢ Três ductos semicirculares membranosos 
 
Os três ductos semicirculares membranosos estão conectados ao utrículo. Cada ducto semicircular forma uma 
dilatação (ampola membranácea) na transição com o utrículo. Os ductos semicirculares superior e posterior unem-se um 
ao outro para formar um pilar membranáceo comum. Cada ampola contém um epitélio sensorial (crista ampular); 
 
O labirinto membranáceo é preenchido com endolinfa, um líquido rico em potássio e pobre em sódio (produzido 
principalmente na estria vascular do ducto coclear), sendo separado do periósteo das paredes ósseas do labirinto pela 
perilinfa. Ele não se situa diretamente adjacente ao labirinto ósseo, mas é separado deste pelo espaço perilinfático, 
preenchido com perilinfa. Acredita-se que o espaço perilinfático seja formado por células semelhantes a células epiteliais 
adjacentes ao osso e ao labirinto membranáceo. 
A perilinfa é formada como um exsudato de capilares do espaço perilinfático e, provavelmente, é absorvida na região de 
vênulas pós-capilares do espaço perilinfático, ou passa através do aqueduto da cóclea, um tubo situado no canalículo da 
cóclea óssea, para o líquido cerebrospinal. De acordo com sua função, o labirinto membranáceo é dividido em uma parte 
vestibular e uma parte coclear. 
 
Órgão do Equilíbrio 
Estrutura 
O labirinto vestibular inclui as estruturas localizadas no vestíbulo – o sáculo e o utrículo – o ducto utriculossacular, os três 
ductos semicirculares e o ducto endolinfático. 
➢ O utrículo é maior do que o sáculo e está localizado na parte superoposterior do vestíbulo. Nele, todos os três 
ductos semicirculares se abrem tanto com a sua porção inicial quanto com a sua porção ampular. 
 
➢ O sáculo encontra-se anterior e inferiormente ao vestíbulo; nele desemboca o ducto coclear. 
 
O ducto utriculossacular conecta o sáculo ao utrículo. Aproximadamente no ponto médio, origina-se deste ducto o ducto 
endolinfático, que após um curto trajeto através do vestíbulo entra no aqueduto do vestíbulo (parte do labirinto ósseo), se 
estende pelo osso temporal, em direção à face posterior da porção petrosa e ali desemboca com o saco endolinfático na 
fossa posterior do crânio. 
 
Células Sensoriais 
As células sensoriais do labirinto vestibular, preenchido com endolinfa, estão organizadas como a mácula do 
sáculo (registro de acelerações lineares verticais), como a mácula do utrículo (registro de acelerações lineares 
horizontais) e como as cristas ampulares dos três ductos semicirculares (registro de acelerações rotacionais. As células 
 
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sensoriais do órgão vestibular têm um longo quinocílio, além de estereocílios, os quais se projetam para o interior de uma 
massa gelatinosa (cúpula). Os movimentos da cúpula causam uma inclinação dos prolongamentos das células sensoriais. 
Este estímulo leva à ativação sináptica das fibras aferentes do nervo vestibular. 
 
Órgão da Audição 
Estrutura 
O labirinto coclear é formado pelo ducto coclear. O labirinto vestibular e o labirinto coclear se comunicam através 
do ducto de união, ou ductus reuniens. 
O ducto coclear se enovela ao redor do modíolo. Ele está fixado à lâmina espiral e, lateralmente, à parede externa da cóclea, 
dividindo o canal espiral da cóclea em três espaços (›: 
➢ A rampa do vestíbulo, preenchida com perilinfa e que se estende do vestíbulo até o helicotrema, estando 
localizada na parte superior e separada do ducto coclear, situado abaixo, através da membrana vestibular 
(membrana de Reissner) 
 
➢ O ducto coclear, preenchido com endolinfa, delimitado da rampa do tímpano pela membrana basilar 
 
➢ A rampa do tímpano, preenchida com perilinfa, que se estende do helicotrema até a janela da cóclea, na parede 
medial da cavidade timpânica 
 
➢ No helicotrema, a rampa do vestíbulo e a rampa do tímpano estão conectadas uma à outra. 
 
Células Sensoriais 
O assoalho do ducto coclear é a membrana basilar (ou lâmina basilar), que sustenta o órgão da audição (órgão espiral, 
ou órgão de Corti). Nela, células sensoriais auditivas (células pilosas internas e externas) se encontram intimamente 
organizadas, juntamente com células de sustentação sobre a membrana basilar, e são recobertas por uma membrana 
gelatinosa (membrana tectória). 
O órgão espiral (de Corti) estende-se ao longo de todo o comprimento do ducto coclear. As células ciliadas são inervadas, 
de forma muito complexa, por fibras aferentes e eferentes. 
 
4. Com o auxílio do livro de neuroanatomia funcional conhecer o córtex auditivo primário 
O córtex auditivo primário compreende diversas representações organizadas de forma tonotópica no interior dos giros 
temporais transversos (de Heschl); 
As áreas corticais auditivas possuem uma organização hierárquica concêntrica. O córtex primário é circundado pelo córtex 
auditivo secundário, que é circundado por áreas auditivas de ordem superior. 
 
Córtex auditivo primário 
➢ Localizado no lobo temporal, no interior da fissura lateral, nos giros temporais transversos (de Heschl) 
 
➢ Recebe influxos diretos do tálamo provenientes do núcleo do corpo geniculado medial, processa atributos 
estimuladores auditivos básicos. 
 
➢ É organizado de forma tonotópica ao longo do eixo dos giros temporais transversos, a partir de frequências baixas 
laterais para frequências altas mediais. 
 
➢ Possui uma organização colunar (ou vertical): neurônios sensíveis a frequências semelhantes estão dispostos em 
todas as seis lâminas, desde a superfície da pia-máter até a substância branca. 
 
➢ No interior do córtex primário, os neurônios representam outras características dos estímulos auditivos além da 
frequência, incluindo interações binaurais específicas, sincronização de estímulo e características adicionais de 
regulac ̧ão. 
 
Áreas auditivas secundárias inferiores (caudais) 
➢ Formam cinturões concêntricos circundando grande parte da região central primária 
 
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➢ recebem seus influxos principais das áreas primárias e, por sua vez, fornecem informações para as áreas de ordem 
superior. 
 
➢ Os neurônios nas áreas secundárias e de ordem superior respondem seletivamente a aspectos mais complexos 
dos sons. 
 
➢ Há uma miríade de áreas auditivas corticais, em al- gumas contagens até 15, com pelo menos duas correntes 
principais de fluxos de informações auditivas que são semelhantes às vias “o quê” e “onde-como” do sistema 
visual. 
 
Córtex auditivo de ordem superior 
❖ Estudos em animais, revelaram uma conexão de longa distância entre a parte posterior do lobo temporal e o lobo 
parietal. 
Ao receber informações convergentes originárias dos sistemas somatossensorial e visual, junto com essas informac ̧ões 
auditivas, a parte posterior do lobo parietal constrói uma representação do espaço extrapessoal que o encéfalo usa para 
ajudar a estabelecer onde um indivíduo está e onde ocorrem os estímulos em relação ao mundo que o rodeia. 
 
❖ Ao se utilizar também a imagem por tensor de difusão, outra conexão ficou demonstrada entre o “giro temporal 
posterossuperior” e as duas áreas do lobo frontal, o córtex pré- -motor e o córtex pré-frontal posterolateral 
(dorsolateral). 
Essas áreas frontais participam do planejamento dos movimentos, da recepção de informac ̧ões sobre para “onde” nosso 
indivíduo deseja se mover, a partir do lobo parietal, e da transmissão de sinais de controle para o córtex motor sobre “como” 
se mover.

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