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JURISPRUDÊNCIA EM TESE COMENTADA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA enunciados 123

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JURISPRUDÊNCIA EM TESE COMENTADA SOBRE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Enunciados 1, 2 e 3 do STJ
por Evelyn Dutra
O Juizado de Violência doméstica é um importante avanço para a proteção da mulher na sociedade contemporânea. Todavia, para melhor aplicar o direito, não basta o conhecimento da lei e da doutrina. É importante saber o posicionamento dos órgãos de aplicação da lei para conferir maior eficácia aos instrumentos de proteção.
No presente trabalho, selecionamos a jurisprudência em teses produzida pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça e elucidamos como compreender a visão da Colenda Corte. Assim, passamos ao exame dos enunciados.
1) A Lei n. 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha, objetiva proteger a mulher da violência doméstica e familiar que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, e dano moral ou patrimonial, desde que o crime seja cometido no âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação íntima de afeto.
Nessa ementa, a corte delimita o escopo da lei. Desse modo, não basta que a lesão corporal ou a ameaça de qualquer crime seja proferida em face do gênero feminino. É necessária a qualificadora de estar em uma relação íntima de afeto para receber a proteção especial da lei. Demais hipóteses, seguirão o rito comum do Código Penal.
Observe-se, ainda, a jurisprudência formadora desse entendimento: Acórdãos HC 310154/RS,Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Julgado em 28/04/2015,DJE 13/05/2015 AgRg no REsp 1427927/RJ,Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, QUINTA TURMA,Julgado em 20/03/2014,DJE 28/03/2014 HC 172634/DF,Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, Julgado em 06/03/2012,DJE 19/03/2012
2) A Lei Maria da Penha atribuiu às uniões homoafetivas o caráter de entidade familiar, ao prever, no seu artigo 5º, parágrafo único, que as relações pessoais mencionadas naquele dispositivo independem de orientação sexual.
Por meio desse entendimento, os julgadores ampliam o conteúdo do princípio isonômico, conferindo igualdade substancial entre os diversos arranjos familiares, ao estabelecerem igual proteção que recebem as instituições do casamento, da união estável heteroafetiva, estendendo a mesma tutela às relações de afeto homoafetivas. 
Nesse sentido, podem ser consultados os acórdãos proferidos no REsp 1183378/RS,Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, Julgado em 25/10/2011,DJE 01/02/2012 REsp 827962/RS,Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA,Julgado em 21/06/2011,DJE 08/08/2011 REsp 1026981/RJ,Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, Julgado em 04/02/2010,DJE 23/02/2010. Bem como as Decisões Monocráticas REsp 1236524/SP,TERCEIRA TURMA,Julgado em 08/09/2011,Publicado em 15/09/2011.
3) O sujeito passivo da violência doméstica objeto da Lei Maria da Penha é a mulher, já o sujeito ativo pode ser tanto o homem quanto a mulher, desde que fique caracterizado o vínculo de relação doméstica, familiar ou de afetividade, além da convivência, com ou sem coabitação. 
A presente explanação trata dos pólo subjetivo das demandas. Desse modo, há o recorte de gênero, sob pena de esvaziar a finalidade protetiva da lei, no que se refere ao sujeito passivo da violência doméstica. Cabe ressaltar que há duas relações a serem estudadas. A relação de direito material e a relação de direito processual. Materialmente, o sujeito passivo da Lei Maria da Penha é a vítima do crime, da agressão. Que necessariamente é uma mulher. Demais disso, o sujeito ativo desse microssistema penal, de acordo com a tese aventada, pode ser tanto o homem quanto a mulher. 
Assim sendo, há que se observar que o sujeito ativo da agressão, portanto o sujeito ativo do crime contra a mulher, que em situação de relação íntima de afeto, está protegida pela lei, tal sujeito poderá ser o homem ou a mulher. Observe-se, todavia, que para que a mulher seja considerada como sujeito ativo da agressão, é necessária a presença de íntima relação de afeto e demonstração da vulnerabilidade dentro de tal vínculo. 
A vulnerabilidade em relação ao homem será presumida. Todavia, a vulnerabilidade em face da mulher requer prova trazida aos autos, ou perante o órgão que irá efetivar tal proteção.
Nesse sentido, observem-se os julgados a seguir. Acórdãos HC 277561/AL,Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA,Julgado em 06/11/2014,DJE 13/11/2014 HC 250435/RJ,Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,Julgado em 19/09/2013,DJE 27/09/2013 HC 181246/RS,Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, Julgado em 20/08/2013,DJE 06/09/2013 HC 175816/RS,Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, Julgado em 20/06/2013,DJE 28/06/2013 CC 088027/MG,Rel. Ministro OG FERNANDES, TERCEIRA SEÇÃO, Julgado em 05/12/2008,DJE 18/12/2008
Decisões Monocráticas RHC 046278/AL,Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, Julgado em 09/06/2015,Publicado em 16/06/2015.

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