O QUE É DOR LOMBAR_ Vol I básico I - básico

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PARA UMA FISIOTERAPIA MELHORPARA UMA FISIOTERAPIA MELHOR
TO LEARN
Walking
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Primeiramente, seja muito bem vindo(a)!!!
 A estrada pelo conhecimento é bem longa, e nos
deparamos com muitas possibilidades neste
caminho. 
Pensando no objetivo principal de disseminar
conhecimento e ajudar profissionais e acadêmicos,
o projeto "walking to learn", esta em
desenvolvimento, neste projeto traremos E-BOOK's
para te ajudar na busca pelo conhecimento. 
E claro, sempre baseado em livros e artigos
científicos.
TO LEARN
Walking
 A dor lombar é um sintoma muito comum. Ocorre em países de alta, média e
baixa renda e todas as faixas etárias, desde crianças até a população idosa.
Globalmente, os anos vividos com incapacidade causada por dor lombar
aumentaram 54% entre 1990 e 2015, principalmente por causa do aumento
populacional e envelhecimento, com o maior aumento observado em países de
baixa e média renda. A dor lombar é hoje a principal causa de incapacidade em
todo o mundo. 
 Apenas uma pequena proporção de pessoas tem uma causa patológica bem
compreendida, por exemplo, uma fratura vertebral, malignidade ou infecção.
Pessoas com empregos fisicamente exigentes, comorbidades físicas e mentais,
fumantes e indivíduos obesos correm maior risco de relatar dor lombar.
 A maioria das pessoas com novos episódios de dor lombar se recupera
rapidamente; no entanto, a recorrência é comum e, em uma pequena proporção
de pessoas, a dor lombar torna-se persistente e incapacitante. A alta
intensidade inicial da dor, sofrimento psicológico e dor concomitante em vários
locais do corpo aumentam o risco de dor lombar incapacitante persistente.
RESUMO
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INTRODUÇÃO
 A dor lombar é um sintoma extremamente comum experimentado por pessoas
de todas as idades. Em 2015, a prevalência global de lombalgia limitante de
atividade foi de 7,3%, o que implica que 540 milhões de pessoas foram afetadas a
qualquer momento. A dor lombar é agora a causa número um de incapacidade
em todo o mundo.
 Raramente uma causa específica de dor lombar pode ser identificada; assim, a
maioria das lombalgias é denominada inespecífica. A dor lombar é caracterizada
por uma série de dimensões biofísicas, psicológicas e sociais que prejudicam a
função, a participação social e a prosperidade financeira pessoal. O impacto
financeiro da dor lombar é intersetorial porque aumenta os custos nos sistemas
de assistência médica e de apoio social.
 Neste contexto, o objetivo deste material é elevar seus conhecimentos a
respeito deste problema de saúde pública.
 
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A maioria dos episódios de dor lombar é de curta duração com pouca ou
nenhuma consequência, mas episódios recorrentes são comuns e a dor
lombar é cada vez mais entendida como uma condição de longa duração
com um curso variável, em vez de episódios de ocorrências não
relacionadas;
A dor lombar é uma condição complexa com múltiplos contribuintes tanto
para a dor quanto para a incapacidade associada, incluindo fatores
psicológicos, fatores sociais, fatores biofísicos, comorbidades e mecanismos
de processamento da dor;
Para a grande maioria das pessoas com dor lombar, atualmente não é
possível identificar com precisão a fonte nociceptiva específica;
Fatores de estilo de vida, como tabagismo, obesidade e baixos níveis de
atividade física, que se relacionam com pior saúde geral, também estão
associados à ocorrência de episódios de lombalgia;
Os custos associados aos cuidados de saúde e incapacidade para o trabalho
atribuídos à dor lombar variam consideravelmente entre os países e são
influenciados por normas sociais, abordagens de saúde e legislação;
A carga global de dor lombar deverá aumentar ainda mais nas próximas
décadas, particularmente em países de baixa e média renda;
PONTOS 
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O QUE É DOR LOMBAR?
 A dor lombar é um sintoma, não uma doença, e pode resultar de várias
anormalidades ou doenças conhecidas ou desconhecidas.
 É definida pela localização da dor, tipicamente entre as margens das costelas
inferiores e as pregas das nádegas. É comumente acompanhada de dor em uma
ou ambas as pernas e algumas pessoas com dor lombar apresentam sintomas
neurológicos associados nos membros inferiores.
 Para quase todas as pessoas que apresentam lombalgia, a fonte nociceptiva
específica não pode ser identificada e os afetados são classificados como
portadores da chamada lombalgia inespecífica.
 Existem algumas causas graves de dor lombar persistente (malignidade,
fratura vertebral, infecção ou distúrbios inflamatórios, como espondiloartrite
axial) que requerem identificação e tratamento específico visando a causa, mas
são responsáveis por uma proporção muito pequena de casos. 
 Pessoas com dor lombar frequentemente apresentam dor concomitante em
outros locais do corpo e problemas de saúde física e mental mais gerais, quando
comparadas com pessoas que não relatam dor lombar.
 O efeito combinado em indivíduos com dor lombar e comorbidade é muitas
vezes maior do que o efeito da dor lombar ou da comorbidade isoladamente e
resulta em mais cuidados, mas normalmente uma resposta mais pobre a uma
variedade de tratamentos. Assim, muitas pessoas que vivem com dor lombar têm
diversos problemas nos quais fatores psicológicos, sociais e biofísicos, bem
como comorbidades e mecanismos de processamento da dor, impactam tanto
na experiência da dor quanto na incapacidade associada. Em resumo, a dor
lombar assim como outras patologias devem ser abordadas em todos os
aspectos do indivíduo, levando em conta conceito de abordagem biopsicossocial
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CAUSAS DA DOR LOMBAR
 Muitos achados de imagem (radiografia, tomografia computadorizada e
ressonância magnética) identificados em pessoas com dor lombar também são
comuns em pessoas sem essa dor, e sua importância no diagnóstico é fonte de
muito debate.
 No entanto, as evidências são insuficientes para saber se os achados de
imagem podem ser úteis para prever o início futuro ou o curso da dor lombar. É
importante ressaltar que não existe evidência de que a imagem melhore os
resultados dos pacientes e as diretrizes recomendam consistentemente contra
o uso rotineiro de exames de imagem para pessoas com dor lombar.
 No geral o exame físico realizado de maneira criteriosa é capaz de identificar
as causas na grande maioria dos casos. 
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DOR LOMBAR
FATORES 
SOCIAIS
COMORBIDADES
FATORES 
GENÉTICOS
FATORES 
PSICOLÓGICOS
FATORES 
BIOFÍSICOS
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SINTOMAS NEUROLÓGICOS
 A dor radicular ocorre quando há
envolvimento da raiz nervosa; O
diagnóstico de dor radicular baseia-
se em achados clínicos, incluindo
história de dor dermatomal na
perna, dor na perna pior que dor nas
costas, piora da dor na perna
durante tosse, espirro ou esforço, e
teste de elevação da perna reta. 
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 A estenose espinhal lombar é
clinicamente caracterizada por dor
ou outro desconforto ao andar ou
ficar em pé estendido que se irradia
para um ou ambos os membros
inferiores e geralmente é aliviado
pelo repouso ou flexão lombar
(claudicação neurogênica).
 Geralmente é causada pelo
estreitamento do canal espinhal ou
forames devido a uma combinação
de alterações degenerativas, como
osteoartrite facetária, hipertrofia do
ligamento amarelo e discos
protuberantes. O consenso dos
especialistas é que o diagnóstico da
síndrome clínica da estenose
espinhal lombar requer a presença
de sintomas e sinais característicos,
bem como a confirmação por
imagem do estreitamento do canal
ou forame espinhal lombar.
 Acredita-se que os sintomas de
estenose espinhal lombar resultem
de congestão venosa ou isquemia
das raízes nervosas na cauda
equina devido à compressão.DOR RADICULAR
RADICULOPATIA
 A radiculopatia é caracterizada
pela presença de fraqueza, perda de
sensibilidade ou perda de reflexos
associados a uma determinada raiz
nervosa, ou uma combinação destes,
e pode coexistir com dor radicular.
Pessoas com dor lombar e dor
radicular ou radiculopatia são
relatadas como sendo mais
gravemente afetadas e têm piores
resultados em comparação com
aquelas com apenas dor lombar.
ESTENOSE 
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CAUSAS PATOLÓGICAS
ESPECÍFICAS
 Causas potenciais de dor lombar que podem exigir tratamento específico
incluem fraturas vertebrais, distúrbios inflamatórios (por exemplo,
espondiloartrite axial), malignidade, infecções e causas intra-abdominais. 
 Um estudo de 1.172 novas apresentações de episódios agudos (<2 semanas) de
dor lombar na atenção primária na Austrália encontrou causas específicas de
dor nas costas em 0,9% dos participantes, sendo a fratura de longe a mais
comum (oito de 11 casos ), seguido por distúrbios inflamatórios (dois de 11 casos).
 Apesar não não serem tão frequentes na prática clínica, algumas destas
condições requerem atenção especial, a seguir falaremos brevemente sobre
algumas das possíveis causas patológicas específicas.
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 Fraturas vertebrais sintomáticas de
trauma mínimo devido à osteoporose
são raras com idade inferior a 50
anos, mas a incidência aumenta
rapidamente com a idade. 
 Uma revisão sistemática (14
estudos) descobriu que a
probabilidade pós-teste de ter uma
fratura vertebral sintomática foi de
9% para aqueles que eram mais
velhos (homens com idade > 65 anos,
mulheres > 75 anos), 33% para
aqueles com história de uso
prolongado de corticosteróides e
62% quando uma contusão ou
abrasão estava presente.
FRATURA
 A dor nas costas é um sintoma
comum em pessoas com câncer
metastático; metástases vertebrais
ocorrem em 3-5% das pessoas com
câncer, e 97% dos tumores espinhais
são doença metastática.
 No entanto, a malignidade é uma
causa incomum de dor lombar.
História pregressa de malignidade é
o indicador mais útil para identificar
tal doença em pessoas com dor
lombar.
 Os tumores sólidos comuns com
metástases para a coluna são os
adenocarcinomas – isto é, mama,
pulmão, próstata, tireoide e
gastrintestinal.
MALIGNIDADE
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 A espondiloartrite axial é uma
doença inflamatória crônica que
afeta principalmente o esqueleto
axial em jovens (pico de início 20-40
anos). Embora tradicionalmente
considerada uma doença de homens
jovens, há apenas uma leve
predominância do sexo masculino
em estudos populacionais.
 O termo espondiloartrite axial
abrange tanto pessoas que já
desenvolveram danos estruturais
visíveis em radiografias
(espondiloartrite axial radiográfica;
também denominada espondilite
anquilosante) nas articulações
sacroilíacas ou coluna vertebral, ou
ambos, e aqueles que ainda não
desenvolveram tais danos
estruturais (não radiográficos
espondiloartrite).
 A apresentação típica da
espondiloartrite axial inclui rigidez
matinal, principalmente na região
lombar, com melhora observada com
exercício, mas não com repouso.
ESPONDILOARTRITE
AXIAL As infecções da coluna vertebral
incluem espondilodiscite,
osteomielite vertebral, abscesso
epidural e, raramente, infecção da
articulação facetária. As infecções
bacterianas são divididas em
doenças piogênicas (por exemplo,
Staphylococcus aureus e S
epidermidis ) e granulomatosas (por
exemplo, tuberculose, brucelose).
Embora raros, esses distúrbios estão
associados a uma mortalidade
substancial; até 3% para abscessos
epidurais, 6% para osteomielite
espinhal e possivelmente até 11%
para espondilodiscite piogênica.
 Pessoas com comorbidades
crônicas, particularmente distúrbios
imunossupressores e usuários de
drogas intravenosas, têm maior risco
de infecções na coluna vertebral.
INFECÇÕES
 Embora não seja estritamente uma
causa de dor lombar, a compressão
da cauda equina, que surge
principalmente da hérnia de disco,
pode ter consequências
catastróficas. É raro e a maioria dos
médicos de cuidados primários não
verá um caso verdadeiro.
SD. DA CAUDA EQUINA
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QUÃO COMUM É 
A DOR LOMBAR?
 A dor lombar é incomum na primeira década de vida, mas a prevalência
aumenta acentuadamente durante a adolescência; cerca de 40% dos jovens de
9 a 18 anos em países de alta, média e baixa renda relatam ter tido dor lombar. A
maioria dos adultos terá dor lombar em algum momento. A prevalência média do
período de 1 ano globalmente na população adulta é de cerca de 37%, atinge o
pico na meia-idade e é mais comum em mulheres do que em homens.
 Na Europa, a dor lombar é a causa mais comum de licença médica e
aposentadoria precoce. Nos EUA, a dor lombar é responsável por mais dias de
trabalho perdidos do que qualquer outra condição musculoesquelética
ocupacional. No Reino Unido, em 2006, uma em cada sete consultas registradas
com médicos de clínica geral foi por problemas musculoesqueléticos, sendo as
queixas de dor nas costas as mais comuns.
 A dor lombar e outros sintomas musculoesqueléticos resultam em
consequências econômicas e de subsistência, bem como perda de
independência e identidade social devido à incapacidade de cumprir os papéis
sociais tradicionais e esperados em uma sociedade. 
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 Como você pode notar, a dor lombar é um problema
de saúde pública global, e que deve ser encarado com
maior atenção. 
 Essa dor pode afetar o individuo de maneira
biopsicossocial, afinal muitas das vezes este doloroso
individuo se afasta de suas atividades cotidianas e
familiares por dor ou medo de provocar novos
episódios dolorosos. 
 As respostas aos tratamentos são
individuais, assim como o próprio
tratamento deve ser, não existe
fórmula mágica. Mas certamente um
profissional de saúde especializado
poderá ajudar na quebra do ciclo
doloroso.
FALE COM SEU FISIOTER
APE
UT
A
 Hartvigsen, J., Hancock, M. J., Kongsted, A., Louw, Q., Ferreira, M. L., Genevay,
S., Hoy, D., Karppinen, J., Pransky, G., Sieper, J., Smeets, R. J., Underwood, M., &
Lancet Low Back Pain Series Working Group (2018). What low back pain is
and why we need to pay attention. Lancet (London, England), 391(10137),
2356–2367. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)30480-X
REFERÊNCIA UTILIZADA:
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https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29573870/