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Teoria das penas- Direito Penal

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Teoria da Pena 
 
 “DA SANÇÃO PENAL E PENAS” 
 
 
Definição de Pena 
Pena: é a retribuição imposta pelo Estado em razão da prática de um ilícito penal e 
consiste na privação ou restrição determinada pela lei, cuja finalidade é a 
readaptação do condenado ao convívio social e a prevenção em relação à prática 
de novas infrações penais. 
 
 
TEORIAS DA PENA 
1ª Abolicionismo penal: movimento para descriminalização e despenalização, 
evitando encarceramento, a pretexto de castigar ou promover a sua recuperação; 
 
2ª Direito penal máximo: finalidade de punir a infração mínima a fim de não se 
tornar algo mais grave, sem haver limites para aplicação de penas; 
 
3ª Garantismo penal: sistema equilibrado de aplicação na norma penal, com 
atuação nas infrações mais graves, abolindo delitos de menor potencial ofensivo, 
respeitando o devido processo legal; 
 
4ª Direito penal do inimigo: separa as pessoas de bem das pessoas 
consideradas inimigos (terroristas, crimes sexuais, criminosos organizados entre 
outros). Não aplicação das mesmas garantias fundamentais. As punições são 
severas, inclusive desproporcionais à gravidade do delito. Separar aqueles que 
estão em constante “guerra” com o Estado. 
 
PERGUNTA-SE ? 
Qual seria a opção melhor para o Brasil? 
 
R: Seria o garantismo penal. Sistema equilibrado, com a intervenção mínima do 
estado nos conflitos da sociedade, porém quando o fizer deve ser feito com 
eficiência e severidade, sem gerar impunidade, restaurando a confiança no direito 
penal. 
 
Espécies de Penas admitidas: 
Art. 5º da CF: 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: privação ou 
restrição da liberdade; 
perda de bens; 
multa; 
prestação social alternativa; 
suspensão ou interdição de direitos; 
Espécies de Penas vedadas 
Art. 5º da CF: 
XLVII - não haverá penas: 
de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
de caráter perpétuo; 
de trabalhos forçados; 
de banimento; 
cruéis; 
 
 
Pena de Morte 
 
 
A pena de morte é admitida pelo ordenamento jurídico brasileiro? 
 
 
Pena de Morte 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou 
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, 
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; 
 
 
Pena de Morte 
É admitida somente em caso de guerra declarada pelo Presidente da República, 
nos termos do art. 55 e seguintes do Código Penal Militar e a forma de execução 
encontra- se no art. 707 do Código de Processo Penal Militar. 
 
Pena de Morte: Código Penal Militar Penas principais 
 Art. 55. As penas principais são: 
morte; 
reclusão; 
detenção; 
 prisão; 
impedimento; 
suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função; reforma. 
 
Pena de morte 
Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento. 
 
Pena pérpetua: Limite das Penas 
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 
40 (quarenta) anos. (alteração pela lei 13964/19) 
 
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja 
superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste 
artigo. (alteração pela lei 13964/19) 
 
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far- se-á 
nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido. 
Trabalho do Preso 
Lei de Execução Penal: 
“Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de 
suas aptidões e capacidade. 
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser 
executado no interior do estabelecimento.” 
 
O preso condenado que se recuse a trabalhar, pode ser forçado? 
 
 
 
 
 
Trabalho do Preso 
Art. 5º da CF: XLVII - não haverá penas: 
c) de trabalhos forçados; 
 
Portanto, o preso condenado, que se recusa a trabalhar, não pode ser forçado, ao 
contrário, há um incentivo da lei, como o direito de remição da pena, pois a cada 3 
dias de trabalho abate 1 dia na condenação. 
 
 
 
 
Banimento 
 
O banimento ou desterro é uma medida jurídica pela qual um cidadão perde 
direito à nacionalidade de um país, passando a ser um apátrida (a não ser que 
previamente possua dupla-cidadania de outro país). 
O banimento foi usado com frequência pela ditadura militar brasileira, como método 
de repressão política, para punir dissidentes políticos e guerrilheiros que 
cometessem crimes contra a segurança nacional, como sequestro de diplomatas 
estrangeiros e luta armada nas cidades e em áreas rurais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Penas cruéis 
 
As penas cruéis são aquelas cumpridas em regime degradante ou desumano, não 
sendo admitidos açoites, como chicotadas, marcações com ferro a brasa, tortura, 
etc. 
 
 
Finalidade da pena 
 
Existem 3 teorias que procuram explicar as finalidades da pena: 
-Teoria absoluta ou da retribuição: a finalidade da pena é punir o infrator pelo 
mal causado à vítima, aos seus familiares e à coletividade. 
-Teoria relativa ou da prevenção: a finalidade da pena é a de intimidar, evitar que 
delitos sejam cometidos. 
-Teoria mista, unificadora ou conciliatória: a pena tem duas finalidades, punir e 
prevenir. 
 
Finalidade da pena 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, 
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
- as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
- a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
- o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
- a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, 
se cabível. 
 
 
 Finalidade da pena 
A teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro em seu artigo 59, é chamada de 
Teoria Mista ou Unificadora da Pena. Justifica-se esta teoria pela necessidade de 
conjugar os verbos reprovar e prevenir o crime. Assim sendo, houve a unificação 
das teorias absoluta e relativa, pois essas se pautam, respectivamente, pelos 
critérios da retribuição e da prevenção do mal cometido, como razões da existência 
do sistema penal. 
 
 
 Fundamentos da pena 
São as consequências práticas da condenação, de forma que a aplicação da pena 
ao condenado apresenta diversos fundamentos: 
Preventivo: subdivide-se na: 
prevenção geral: a existência da norma penal incriminadora visa intimidar os 
cidadãos, no sentido de não cometerem ilícitos penais; e 
prevenção especial: a aplicação da pena ao criminoso no caso concreto, em tese, 
evitaria que que ele cometesse novos delitos enquanto cumpre sua pena. 
 
 
 
 
Fundamentos da pena 
 
Retributivo: a pena funciona como um castigo ao transgressor de forma 
proporcional ao mal que causou, dentro dos limites constitucionais e penais 
estabelecidos. 
Reparatório: consiste em compensar a vítima ou seus parentes pelas 
consequências advindas da prática do ilícito penal. A obrigação de reparar o dano é 
um efeito secundário da sentença condenatória. 
Art. 91, do CP: São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. 
 
 
 Fundamentos da pena 
Readaptação: a aplicação da pena deve buscar a reabilitação do criminoso ao 
convívio social, devendo receber estudo, orientação, possibilidade de trabalho, 
lazer, aprendizado de novas formas laborativas, etc. 
 
Princípios relacionados às penas 
 
-Princípio da Legalidade e Anterioridade: a necessidade de que o crime se 
encontre definido em lei anterior, proibindo a retroatividade (maléfica), salvo para 
beneficiar o réu (art.5º, XL da XF). “Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege’”. 
 
-Princípio da humanização: vedação de penas cruéis, de morte, de trabalhos 
forçados, de banimentos ou perpétuas, devendo respeitar os direitos humanos e o 
princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. 
 
-Princípio da Proporcionalidade: É o juízo de ponderação entre a gravidade do 
ilícito praticado e a sanção a ser aplicada, a pena deve ser proporcional. 
 
-Princípio da Intranscedência ou Pessoalidade: a pena não pode passar da 
pessoa do condenando, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens, nos termos das lei, serem estendidas aos sucessores e contra 
eles executadas até o limite do valor do patrimônio transferido. 
 
-Princípio da Inderrogabilidade: o juiz não pode deixar de aplicar a pena ao réu 
considerado culpado, bem como de determinar seu cumprimento, salvo exceções 
expressamente previstas em lei, como, por exemplo, o perdão judicial em crimes 
como homicídio culposo, lesão corporal culposa, receptação culposa, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ESPÉCIES DE PENAS E CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO 
 (artigos 32 e seguintes do C.P.) 
 
 
ESPÉCIES DE PENA (artigo 32 C.P.) 
 
Privativa de liberdade; (artigo 33 C.P.) 
Restritiva de direitos; (artigo 43 C.P.) 
Multa. (artigo 49 C.P.) 
 
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
(artigo 33 a 42 C.P.) 
 
DEFINIÇÃO: é a modalidade de pena que tem por finalidade privar o sujeito ativo 
do crime do seu direito de ir e vir quando praticado o injusto típico. 
 
ESPÉCIES: 
Reclusão; 
Detenção; 
Prisão simples. 
 
PENA DE RECLUSÃO (artigo 33, 1ª parte, C.P.) 
Definição: é a modalidade de pena privativa de liberdade que decorre da prática de 
fato definido como crime, em que pode ser aplicado como início do cumprimento 
de pena, regime fechado, semiaberto ou aberto. 
 
PENA DE DETENÇÃO (artigo 33, 2ª parte, C.P.) 
Definição: é a modalidade de pena privativa de liberdade que decorre da prática 
de fato definido como crime, em que pode ser aplicado como início do 
cumprimento de pena, regime semiaberto ou aberto. 
 
 
 DIFERENÇAS ENTRE RECLUSÃO E DETENÇÃO 
RECLUSÃO 
prática de crime 
fechado, semiaberto ou aberto 
efeito da condenação a incapacidade para exercício do poder familiar, tutela ou 
curatela em crimes dolosos cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; 
Internação em casos de medida de segurança 
 
DETENÇÃO 
prática de crime 
semiaberto ou aberto 
aplicação de regime de tratamento ambulatorial 
. 
PARA A DOUTRINA ,HÁ DIFERENÇA ENTRE AS DUAS MODALIDADE DE 
PENA? 
 
 
 
 Prisão simples (artigo 6º da L.C.P.) 
DEFINIÇÃO: é a modalidade de pena privativa de liberdade prevista para as 
contravenções penais, seguindo as seguintes regras: 
 
 -aplicada os regimes semiaberto ou aberto, vedada a regressão ao regime 
fechado; 
 -deve ser cumprida sem rigor penitenciário em estabelecimento especial; 
 -cumprimento da pena em separado daqueles que foram condenados pela 
prática de crime. 
 
 
 Prisão simples 
 
OBS: Na prática o condenado só será efetivamente condenado a cumprir pena de 
prisão simples se for reincidente, pois existem inúmeras medidas despenalizadoras 
a fim de evitá-la, como a transação penal, suspensão condicional do processo, 
substituição pelas penas restritivas de direitos. 
 
 
REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA 
 
ESPÉCIES: 
 
-Fechado: estabelecimento de segurança máxima ou média; (art. 33, par. 1º, “a”) 
-Semiaberto: colônia agrícola, , industrial ou estabelecimento similar; (art. 33, par. 
1º, “b”) 
-Aberto: casa de albergado ou estabelecimento similar. (art. 33, par. 1º, “c”) 
 
REGRAS DE FIXAÇÃO DE REGIME DE PENA (art. 33, par. 2º, “a”, 
“b” e “c”, C.P.) 
o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em 
regime fechado; 
 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não 
exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; 
 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
 
O magistrado na fixação do regime inicial, deve analisar as circunstâncias judiciais 
do condenado, na forma do art. 33, par. 3º do C.P., aplicando os critérios previstos 
no artigo 59 do mesmo diploma. 
 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do 
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”. 
 
 
 
 
OBS: Na forma do artigo 33, parágrafo 4º do C.P., o condenado a crime contra a 
administração pública só poderá progredir de regime de pena após a reparação do 
dano que causou ou devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos 
legais. 
 
 REGIME DE PENA PARA CRIMES HEDIONDOS 
Crimes hediondos ou equiparados: Lei 8.072-90: 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: 
I - anistia, graça e indulto; 
II - fiança. 
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em 
regime fechado. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
A Corte Constitucional, no julgamento do HC no 111.840/ES, datado de 
14/06/2012, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, removeu o óbice constante do § 1o 
do art. 2º da Lei no 8.072/90, com a redação dada pela Lei no 11.464/07, o qual 
determinava que à pena por crime previsto nesse artigo será cumprida inicialmente 
em regime fechado', declarando, de forma incidental, a inconstitucionalidade da 
obrigatoriedade de fixação do regime fechado para o inicio do cumprimento de 
pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado. Possibilidade 
de fixação, no caso em exame, do regime semiaberto para o início de cumprimento 
da pena privativa de liberdade. Ordem concedida. 
 
 SÚMULA VINCULANTE 
 Crimes hediondos ou equiparados: 
Súmula Vinculante 26: 
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, 
ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da 
Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado 
preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo 
determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame 
criminológico. 
 
 CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME FECHADO 
O regime fechado é cumprido em estabelecimento de segurança máxima ou média, 
ou seja, em penitenciárias. 
No início da pena, o condenado é submetido a exame criminológico, para obtenção 
dos elementos necessários a uma adequada classificação com vistas a 
individualização da pena (art. 34 da LEP). 
 
 CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME SEMIABERTO 
O regime semiaberto é cumprido em colônia penal agrícola ou industrial ou em 
estabelecimento simular. 
É faculdade o exame criminológico. 
O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno dentro da 
colônia penal, sendo permitido o trabalho externo e a frequência a cursos 
profissionalizantes. 
 
 SITUAÇÃO PROBLEMA 
 
Condenado em regime inicial semiaberto e não tem vagas. Como fica essa 
situação? 
 
RESPOSTA 
Constrangimento ilegal configurado. Ordem concedida pelo TJSP em HC 
990.10.388749-5, 16ª C., Rel Almeida Toledo, 11/01/2011 vu. Não pode o 
condenado em regime inicial semiaberto aguardar vaga em regime fechado. Deve 
ser transferido imediatamente para o regime contido na sentença condenatória, ou 
se for o caso deve aguardar em regime aberto a vaga no semiaberto. 
 
 CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME ABERTO 
O regime aberto é cumprido em casa do albergado ou estabelecimento adequado. 
Baseia-se na autodisciplina e responsabilidade do condenado que ficará fora do 
estabelecimento, sem vigilância, duranteo período diurno, devendo retornar no 
período noturno ou nos dias de folga. 
 
SITUAÇÃO PROBLEMA 
Condenado em regime semiaberto cumpre os requisitos estabelecidos em lei e 
progride para o regime aberto, porém não há estabelecimento adequado ou casa 
de albergado para cumprir em regime aberto o restante de sua pena. Como ficaria 
essa situação? 
RESPOSTA 
 
Julgado STJ: HABEAS CORPUS HC 66806 MG 2006/0205842-4 (STJ) 
Data de publicação: 05/02/2007 
Ementa: CRIMINAL. HC. CONDENAÇÃO EM REGIME SEMI-ABERTO. 
PROGRESSÃO AO REGIME ABERTO. INEXISTÊNCIA DE VAGA EM 
ESTABELECIMENTO PRISIONAL ADEQUADO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
EVIDENCIADO. DETERMINAÇÃO DE CUMPRIMENTO 
EM REGIME DOMICILIAR. ORDEM CONCEDIDA. I. Obtendo o paciente a 
progressão ao regime aberto e não havendo vaga em casa de albergado, 
evidencia-se o constrangimento ilegal a imposição de cumprimento do restante da 
pena em presídio comum. II. Não se podem exceder os limites impostos ao 
cumprimento da condenação, sob pena de desvio da finalidade da pretensão 
executória. III. Deve ser concedida a ordem a fim de que o paciente cumpra o 
restante da reprimenda em regime domiciliar, até que surja vaga em 
estabelecimento adequado. IV. Ordem concedida, nos termos do voto do Relator. 
 
 
 PROGRESSÃO DE REGIME 
 
Na forma do art. 33, parágrafo segundo, as penas privativa de liberdade serão 
executadas de forma progressiva, de acordo com o mérito do condenado, 
passando de um regime mais rigoroso para outro mais brando, desde que previstos 
os requisitos legais, a fim de estimular sua ressocialização. 
 
LEGISLAÇÃO QUE REGULA A PROGRESSÃO DE REGIME DE PENAS 
-Artigo 40 C.P.: legislação especial regulará a matéria. 
 -lei nº 7.210/84 (lei das execuções penais) 
 
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE PEDIDOS DE PROGRESSÃO DE 
REGIME DE PENA 
-Juiz da Vara das Execuções Criminais do local onde o preso cumprirá sua pena. 
 
 
REQUISITOS DE ORDEM OBJETIVA PARA PROGRESSÃO 
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a 
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o 
preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido 
cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
 
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem 
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
. 
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido 
cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com 
violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime 
hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019 
 
. 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for 
primário, vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa 
estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) 
. 
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime 
hediondo ou equiparado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou 
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
. 
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa 
conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas 
que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e 
precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também 
será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, 
respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
. 
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas 
com deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente: (Incluído 
pela Lei nº 13.769, de 2018) 
 
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (Incluído 
pela Lei nº 13.769, de 2018) 
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído pela Lei nº 
13.769, de 2018) 
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; (Incluído 
pela Lei nº 13.769, de 2018) 
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do 
estabelecimento; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
V - não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 
2018) 
. 
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do 
benefício previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
 
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico 
de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade 
interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, 
caso em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena 
remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
. 
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local 
especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. 
 
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. 
. 
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: 
 
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; 
II - fugir; 
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; 
IV - provocar acidente de trabalho; 
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; 
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. 
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que 
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei 
nº 11.466, de 2007) 
VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. 
 
 
LEI 11.464/07 
 -crimes hediondos ou equiparados cometidos antes desta lei, a progressão 
se dará com 1/6. 
 
REQUISITOS DE ORDEM SUBJETIVA 
-Exame criminológico favorável 
-SUMULA 439 STJ: não é obrigatório, faculdade do juiz – decisão fundamentada. 
-Bom comportamento (B.I.) 
-Ausência de falta no prontuário 
 
REQUISITOS DE ORDEM OBJETIVA 
-Lapso temporal (tempo de pena) 
 
PROGRESSÃO PROVISÓRIA: é admitida (Súmula 716 do STF); 
 
PROGRESSÃO POR SALTOS: incabível (Súmula 491 do STJ); 
 
FALTA GRAVE INTERROMPE CONTAGEM DE PRAZO PARA PROGRESSÃO: 
deve iniciar novamente a contagem (Súmula 534 do STJ) E alteraçãopelo pacote 
anticrime atual. 
 
 
REGRESSÃO (artigo 118 da LEP) 
Definição: é o inverso da progressão. E pode ocorrer nas seguintes situações: 
-praticar fato definido como crime doloso (vide Súmula 526 do STJ – necessidade 
de transito em julgado); 
-sofrer condenação por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena a 
execução, torne incabível o regime; 
-se podendo, não pagar a multa imposta; 
-falta grave 
 
REMISSÃO: é o instituto pelo qual permite que o condenado ou preso provisório 
que facultativamente opte por trabalhar ou estudar durante o cumprimento da pena, 
tenha remidos (perdoados) 1 dia de pena a cada 3 dias trabalhados ou 1 dia de 
pena a cada 12 horas de estudo. 
 
DETRAÇÃO PENAL: é o computo junto à pena aplicada do período que a pessoa 
ficou presa ou internada provisoriamente antes da sentença. (Brasil ou Exterior). 
 
 
 PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
ESPÉCIES (artigo 43 C.P.) 
Prestação de serviços à comunidade; 
-tarefas gratuitas ao condenado 
 
Interdição temporária de direitos; 
-proibições: dirigir, mandato eletivo, exercício de cargo, frequentar determinados 
lugares, concurso público, etc.. 
Limitação de fim de semana; 
-permanecer aos sábados e domingos por 5 horas diárias em casa de albergado. 
 
Prestação pecuniária (art. 45 par. 1º) 
-pagamento em dinheiro à vitima, ou a entidade pública com fins sociais 
-mínimo 1 salário mínimo e máximo 360 salários mínimos. 
 
Perda de bens e valores. 
-provento do crime; 
-bens suficientes para arcar com o prejuízo causado; 
 
Recolhimento domiciliar (crimes ambientais) 
 
. 
REQUISITOS PARA SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM 
RESTRITIVA DE DIREITOS 
 
-pena não superior a 4 anos em crimes dolosos; 
-crime sem violência ou grave ameaça; 
-todos os crimes culposos; 
-réu não reincidente em crime doloso; 
-culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente indicarem 
que a substituição da pena será suficiente para punir o ato praticado. 
 
 
 PENA DE MULTA 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia 
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no 
máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. 
 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um 
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 
5 (cinco) vezes esse salário. 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de 
correção monetária. 
 
DEFINIÇÃO: é o pagamento ao Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) de certa 
quantia em dinheiro fixada na sentença. 
 
É o Estado-Membro que deve disciplinar como deve aplicar os recursos 
provenientes das multas de condenações criminais proferidas no âmbito de sua 
justiça. (Nucci e Fernando Galvão) 
 
BASE DE CÁLCULO: mínimo 10 e máximo 360 dias-multa, considerando o salário 
mínimo nacional (vigente na data do fato) para o cálculo, podendo ser elevada até 
5 vezes. 
 
FIXAÇÃO DA MULTA: bifásico 
1º número de dias-multa (mínimo 10 e máximo 360). 
2º estabelece o valor do dia-multa (mínimo de 1/30 do salário mínimo e máximo de 
5 vezes esse salário) 
 
 
CRITÉRIOS PARA ESTABELECER O VALOR DO DIA-MULTA 
 
-proporcionalidade com o caso concreto 
-atender as circunstâncias judiciais do artigo 59 do C.P. 
-possibilidade econômico-financeira do apenado (art. 60 CP) -poder discricionário 
do Juiz (art. 60, par. 1º CP) – pena pode ainda ser aumentada até o triplo se o juiz 
perceber a multa foi ineficaz devida a situação econômica do réu. 
 
 EXCEÇÕES AO CRITÉRIO DE DIAS MULTA 
-quando no preceito secundário (cominação de pena), houver previsão legal 
diferente. 
 
Exemplo: Artigo 244 C.P.: abandono material (multa de 1 a dez vezes o maior 
salário mínimo) 
 
 
CONSEQUENCIAS DO NÃO PAGAMENTO DA PENA DE MULTA: 
 
-se tiver condições e não pagar, não poderá progredir de regime em caso de 
condenação cumulada com pena privativa de liberdade. 
 
Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada 
perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis 
as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne 
às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 
 ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DA MULTA 
 
Parte da doutrina defende ser inconstitucional Corrigir uma multa que já foi fixada 
em salário mínimo) 
Posição majoritária entende ser constitucional a correção, embora tenha sido 
utilizada salário mínimo como indexador. 
 
 
 PAGAMENTO DA MULTA 
10 dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória para as partes. (Art. 
50 caput CP) 
 
 PARCELAMENTO DA MULTA 
-Art. 50, caput, 2ª parte: possibilidade de parcelamento, a critério do juiz o número 
de parcelas, analisando a situação econômica do réu. (discricionariedade) 
 
 DESCONTO DE PARCELA DO SALÁRIO DO CONDENADO 
 -Art. 50, par. 1º CP.: é possível o desconto da parcela da multa sobre 
eventual salário do condenado, não devendo incidir sobre recursos indispensáveis 
ao sustento da família (art. 50, par. 2º). 
 
 SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA MULTA 
 
-Art. 52 CP.: a execução da pena de multa será suspensa se sobrevém ao 
condenado doença mental. 
 
 
 
 DOSIMETRIA DA PENA 
 
DEFINIÇÃO: é a fixação pelo juiz, após apurar os fatos e condenar o réu de uma 
quantia de pena necessária e suficiente para prevenção e reprovação da infração 
penal. 
ATO DISCRICIONÁRIO DO JUIZ: o juiz pode, de forma abstrata e de acordo com 
seu livre convencimento (discricionariedade), atendendo os limites mínimo e 
máximo de pena estabelecidos, fixar a quantidade de pena. 
 
PREVISÃO LEGAL 
Art 59 CP: O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à 
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do 
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de 
pena, se cabível. 
 
. 
FIXAÇÃO COMPLETA DA PENA: a pena deve ser fixada pelo juiz em três 
estágios. 
 
1º ESTÁGIO: é o estágio primário, onde o juiz elege o montante de pena, 
utilizando-se do critério trifásico (artigo 68 C.P.): 
-pena base (artigo 59 do C.P.) 
-atenuantes (artigos 65 e 66 C.P.) e agravantes (artigos 61 e 62 C.P.); 
-causas de diminuição e aumento (artigos 69 a 71 C.P) 
 
2º ESTÁGIO: é o estágio secundário onde o juiz elege o regime de pena (fechado, 
semiaberto ou aberto); 
 
3º ESTÁGIO: é o estágio terciário, onde o juiz analisa eventual substituição da 
pena privativa de liberdade em restritiva de direitos ou multa, ou mesmo aplicação 
do sursis processual. 
 
 CRITÉRIO TRIFÁSICO 
1ª FASE - FIXAÇÃO DA PENA BASE: leva em consideração as circunstâncias 
judiciais do artigo 59 do CP, quais sejam: 
 
-culpabilidade: juízo de censuralibilade – reprovação da conduta do sujeito 
-antecedentes: vida pregressa (maus ou bons) 
-conduta social: relacionamento na família, trabalho, lazer – antecedentes sociais 
-personalidade: é o caráter do sujeito 
-motivos: causa que inspirou o delito 
-circunstâncias: tempo, lugar e forma como executou o crime 
-consequência do crime: dano causado para a vítima. (moral ou material) 
-comportamento da vitima: participação da vítima no momento da inspiração do 
agente e na facilitação da execução. 
 
OBS: o quantum de cada circunstância fica a critério do juiz. 
(discricionariedade). 
 
 POSIÇÃO DA DOUTRINA DOMINATE: 
 
-se as circunstâncias judiciais forem favoráveis, a pena base deve ser fixada no 
mínimo legal estabelecido no tipo penal. 
-se as circunstâncias judiciais forem desfavoráveis, a pena base deve ser fixada em 
uma média entre o mínimo e o máximo. 
 
2ª FASE - CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES 
 
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES: 
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) 
anos, na data da sentença; 
II - o desconhecimento da lei; 
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; 
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, 
evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o 
dano; 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem 
de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato 
injusto da vítima; 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; 
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 
 
 
 CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES: 
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem 
ou qualificam o crime: 
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe; 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem 
de outro crime; 
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que 
dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que podia resultar perigo comum; 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de 
coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei 
específica; 
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou 
profissão; 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, 
ou de desgraça particular do ofendido; 
l) em estado de embriaguez preordenada. 
 
 CONCURSO ENTRE CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE E CIRCUNSTÂNCIA 
AGRAVANTE 
 
Artigo 67 CP: No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se 
do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais 
as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e 
da reincidência. 
. 
3ª FASE – CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO 
 
-trata-se da última fase do critério trifásico de fixação da pena, onde o juiz analisa 
se há causas que possam diminuir a pena primeiro e posteriormente causas que 
eventualmente possam aumentar a pena. 
-essas causas de aumento e diminuição estão previstas no preceito primário de 
cada tipo penal. 
 
 Exemplos de causas de aumento e diminuição: 
 
Aumento: Artigo 155, par. 1º: “a pena aumenta-se de 1/3 se o crime é praticado 
durante o repouso noturno” 
 
Diminuição: Artigo 155, par. 2º: “se o criminoso é primário e é de pequeno valor a 
coisa furtada....o juiz pode diminuí-la de 1/3 a 2/3. 
 
 
 CONCURSO ENTRE CAUSA DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO 
 
Artigo 68, parágrafo único C.P.: “No concurso de causas de aumento ou de 
diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a 
uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua”. 
 
OBSERVAÇÃO FINAL: 
 
-a causa de diminuição de pena pode diminuir a pena a baixo do mínimo legal 
estabelecido no preceito secundário do tipo penal; 
-a causa de aumento de pena pode superar o máximo da pena estabelecida no 
preceito secundário do tipo penal. 
 CONCURSO DE CRIMES 
 
 
 CONCURSO DE CRIMES 
Ocorre o concurso de crimes quando o agente pratica dois ou mais crimes 
mediante uma, duas ou mais condutas (ação/omissão). 
 
 
Cezar Roberto Bitencourt destaca que o concurso pode ocorrer entre crimes de 
qualquer espécie, comissivos ou omissivos, dolosos ou culposos, consumados ou 
tentados, simples ou qualificados, e ainda entre crimes ou contravenções (Tratado 
de Direito Penal, 2011, p. 680). 
 
CONCURSO DE CRIMES 
As modalidades de concurso de crimes previstas no Código Penal são: 
-Concurso Material – Art. 69 do CP; 
-Concurso Formal – Art. 70 do CP; e 
-Concurso Continuado – Art. 71 do CP. 
 
Concurso Material, Concurso Real ou Cúmulo Material 
Ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação/omissão, pratica dois ou 
mais crimes, somar-se-ão as penas aplicadas para cada delito. 
 
“Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas 
de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de 
reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. ” 
 
 Concurso Material: Espécies 
-Homogêneos: os crimes praticados são idênticos, isto é, da mesma espécie (ex.: 
dois furtos, dois homicídios, dois estupros, etc.). 
 
-Heterogêneos: os crimes praticados são diversos (ex.: um furto e um homicídio, 
um homicídio e um estupro, uma lesão corporal e um estelionato, etc.). 
 
 Concurso Formal ou Concurso Ideal 
 Ocorre quando o agente, mediante uma única ação/omissão, pratica dois ou mais 
crimes. 
 
 Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se 
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até 
metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão 
é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante 
o disposto no artigo anterior. 
 
 Critério para exasperação da pena 
A jurisprudência pacificou o entendimento no sentido de que o número de crimes 
praticados é o critério que deve ser levado em conta pelo juiz para aplicar o índice 
de exasperação da pena. 
 Concurso Formal: Espécies 
-Concurso Formal homogêneo: nos crimes idênticos o juiz deve aplicar uma só 
pena aumentada de um sexto até metade. 
 
-Concurso Formal heterogêneo: nos crimes não idênticos o juiz deve aplicar a 
pena do crime mais grave aumentada de um sexto até metade. 
 
-Concurso Formal Próprio/Perfeito: analisa-se o aspecto subjetivo do agente 
(dolo), uma vez que ele deve pretender alcançar apenas um resultado. 
 
-Concurso Formal Impróprio/Imperfeito: há dolos autônomos, isto é, dolos 
distintos em relação a cada um dos resultados. 
-Concurso Material Benéfico 
Deve-se levar em conta a ideia que permeia o concurso formal de crimes, e deve 
beneficiar o agente que com uma única ação/omissão produziu dois ou mais 
resultados não desejados. 
 
Desta feita, é preciso verificar se a exasperação é mais benéfica do que a soma. 
Caso a soma seja mais benéfica, deverá ser aplicada no caso concreto o concurso 
material em detrimento do concurso formal. 
 
“Art. 70, Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela 
regra do art. 69 deste Código.” 
 
 Aberratio ictus ou erro de execução 
No aberractio ictus ou erro na execução, o agente direciona a sua conduta para 
atingir determinado resultado contra uma pessoa específica, mas, por erro, acaba 
atingindo outra não pretendida. 
 
Caso o sujeito atinja somente a pessoa não visada, responderá como se tivesse 
atingido a vítima a quem pretendia, conforme art. 20, §3º, do CP. 
 
Contudo, pode acontecer de o agente atingir a vítima não visada e também uma 
terceira pessoa, consubstanciandoem um resultado duplo. 
 
 Aberratio ictus ou erro de execução 
Resultado duplo: Se o agente não tiver dolos distintos de praticar a ação contra 
ambas as pessoas, aplica-se o critério da exasperação, isto é, considera-se a pena 
mais grave ou, se iguais, somente uma delas acrescida de 1/6 até ½. Trata-se de 
concurso formal próprio. 
 
Caso fique comprovado que o agente tinha vontade de atingir ambos os resultados, 
será aplicado o critério do cúmulo material e as penas serão somadas. Neste caso, 
trata-se de concurso formal impróprio. 
Aberratio criminis ou 
resultado diverso do pretendido 
O agente almeja atingir determinado resultado (bem jurídico), mas, por erro, acerta 
outro. 
 
Neste caso, na forma do art. 74 do CP, o sujeito somente será responsabilizado 
pelo resultado não pretendido caso exista previsão da modalidade culposa para o 
caso. 
 
Caso, além do resultado não pretendido, ocorra aquele desejado pelo agente, será 
aplicado o concurso formal de crimes. 
 
 
 Crime continuado 
Configura-se o crime continuado quando o agente, mediante mais de uma 
ação/omissão, pratica dois ou mais crimes de mesma espécie e pelas mesmas 
condições de tempo, lugar, maneira de execução, etc., devendo os crimes 
subsequentes ser tidos como continuação do primeiro. 
 
 
Tem a finalidade de evitar a aplicação de penas exorbitantes, pois visa a aplicação 
de uma só pena, aumentada de um sexto a dois terços. 
 
 
 Crime continuado 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois 
ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como 
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou 
a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois 
terços. 
 
 Aplicação da Pena no Crime Continuado 
A jurisprudência pacificou o entendimento no sentido de que o número de crimes 
praticados é o critério que deve ser levado em conta pelo juiz para aplicar o índice 
de exasperação da pena. 
 
 Crime continuado: Requisitos 
-Pluralidade de ações/omissões: o agente deve praticar mais de uma conduta, 
consubstanciada em ação ou omissão. 
 
-Pluralidade de crimes de mesma espécie: pela corrente majoritária, crimes de 
mesma espécie são aqueles previstos no mesmo tipo penal, independentemente 
de sua forma simples, qualificada ou privilegiada. 
 
-Mesmas condições de tempo: a periodicidade exigida entre uma conduta e 
outra, segundo entendimento jurisprudencial, é de trinta dias. 
 
 
 Crime continuado: Requisitos 
-Mesmas condições de lugar: entende-se que, quanto ao lugar, os crimes devem 
ter sido praticados na mesma comarca ou em comarcas interligadas. 
 
-Semelhante maneira de execução: a forma pela qual o crime foi praticado deve 
ser semelhante, isto é, deve haver o mesmo modus operandi. 
 
-Outras condições semelhantes: refere-se a qualquer outra condição que possa 
indicar a continuidade delitiva. 
 
 Crime Continuado Qualificado 
Parágrafo único do art. 71 - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, 
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a 
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se 
idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do 
parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. 
 
*Situações Problemas: 
 
1. O juiz diante da prática de dois crimes de roubos graves, aplica o concurso 
formal, com o aumento da pena de um terço. O critério utilizado pelo 
magistrado foi correto? 
Um sujeito acometido de sífilis estupra uma jovem. O juiz fixou a pena mínima para 
o estupro (art. 213 do CP) em 9 anos, e para o crime de perigo (art. 130 do CP) em 
3 meses. Neste caso, qual o critério a ser utilizado pelo juiz referente ao concurso 
de crimes? 
Um criminoso furtou 100 estepes de carros diferentes nas cidades de São Paulo, 
Santo André e São Bernardo num período de 30 dias. Sendo a pena mínima do 
crime de furto simples, 1 ano de reclusão, tendo cometido 100 crimes, foi 
condenado a 100 anos de reclusão pelo concurso material. O critério utilizado pelo 
magistrado foi correto? 
 
O juiz diante da prática de dois crimes de roubos graves, aplica o concurso 
formal, com o aumento da pena de um terço. O critério utilizado pelo 
magistrado foi correto? 
Ementa 
PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIMES DE ROUBO. 
CONCURSO FORMAL: CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA PENA. NÚMERO DE 
CRIMES. CP, art. 70. 
I. - Não se justifica o aumento da pena em um terço, em razão do concurso formal, 
se foram praticados apenas 2 (dois) crimes de roubo. Redução do acréscimo para 
o mínimo de um sexto. 
II. - HC deferido. 
(Processo: HC 77210 SP, Orgão Julgador: Segunda Turma do STF, Julgamento: 9 
de Março de 1999, Relator: Min. CARLOS VELLOSO). 
 
2. Um sujeito acometido de sífilis estupra uma jovem. O juiz fixou a pena 
mínima para o estupro em 8 anos, e para o crime de perigo em 3 meses. 
Neste caso, qual o critério a ser utilizado pelo juiz referente ao 
concurso de crimes? 
Concurso Material, pois na forma do parágrafo único do art. 70 do CP, a pena 
obtida pela aplicação do concurso formal não pode ultrapassar a pena que seria 
cabível pela aplicação do concurso material. 
“Art. 70, Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela 
regra do art. 69 deste Código.” 
 
 
3. Um criminoso furtou 100 estepes de carros diferentes nas cidades de 
São Paulo, Santo André e São Bernardo num período de 30 dias. Sendo 
a pena mínima do crime de furto simples, 1 ano de reclusão, tendo 
cometido 100 crimes, foi condenado a 100 anos de reclusão pela 
aplicação do concurso material. O critério utilizado pelo magistrado foi 
correto? 
Não. Deveria utilizar o critério do crime continuado, aplicando a pena de 1 ano, 
aumentando no patamar máximo de dois terços, de forma que a pena final seria de 
1 ano e 8 meses. 
Nesse sentido: “o fato de serem diversas as cidades nas quais o agente perpetrou 
os crimes (São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo) não afasta a 
reclamada conexão espacial, pois elas são muito próximas umas das outras, e 
integram, como é notório, uma única região metropolitana” (STF, Rel. Min. Xavier 
de Albuquerque, RT 542/455). 
 
 
 
 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
SURSIS(artigos 77 a 82 do CP e artigo 156 a 163 da LEP) 
 
 
Conceito: 
 
SURSIS DA PENA: é o instituto de política criminal, que tem por finalidade a 
suspensão da execução da pena privativa de liberdade, evitando o recolhimento ao 
cárcere do condenado não reincidente, cuja pena não seja superior a dois anos (ou 
quatro, se septuagenário ou enfermo), sob determinadas condições, fixadas pelo 
juiz, bem como dentro de um período de prova pré-definido” (NUCCI, 2007, p. 441) 
 
Natureza Jurídica e Competência 
Natureza- Direito Subjetivo do Condenado Sanção Alternativa 
 
Competência- Juiz da sentença (após fixar a pena privativa de liberdade deve 
verificar os requisitos e, se adequados à lei, definir as condições da suspensão) 
 
 
 Espécies de Sursis e Período de Prova 
Espécies 
-Sursis simples ou comum 
-Sursis especial (Condições mais brandas) 
-Sursis etário (Idade do sentenciado) 
-Sursis humanitário (Razões de saúde do condenado) 
 
 Período de Prova (inicia com a audiência admonitória) 
-Sursis simples e especial: de 2 a 4 anos; (art.77, caput do CP) 
-Sursis etário e humanitário: de 4 a 6 anos. (art.77,§ 2º do CP) 
 
 
1 Sursis simples ou comum: 
 Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, 
poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro)anos, desde que: 
 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, 
bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste 
Código. (substituição por restritiva de direitos) 
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do 
benefício. 
 
 
Requisitos para sursis simples ou comum: 
 
 
Espécie de pena: privativa de liberdade (reclusão ou detenção); (art. 77, caput do 
CP) 
Quantidade da pena: igual ou inferior a 2 (dois) anos; (art. 77, caput do CP) 
Não reincidência em crime doloso (salvo se a condenação anterior for a pena de 
multa); (art. 77, I e § 1º do CP) 
Circunstâncias judiciais favoráveis; (art. 77, II do CP) 
Impossibilidade de aplicar restritivas de direito. (art. 77, III do CP) 
 
 
 2 Sursis especial: (condições mais brandas) 
 
§ 2º do Art. 78 do CP: Se o condenado houver reparado o dano, salvo 
impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem 
inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior 
(No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade ou 
submeter-se à limitação de fim de semana) pelas 3 seguintes condições, aplicadas 
cumulativamente: 
 
a) proibição de frequentar determinados lugares; 
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; 
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e 
justificar suas atividades. 
 
 
 Requisitos para Sursis especial: 
Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; 
Circunstâncias judiciais inteiramente favoráveis – Art. 59 do CP; 
 submeter a condições menos rigorosas (proibição de frequentar determinados 
lugares; de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do 
juiz; comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e 
justificar suas atividades). 
 
 
Sursis etário ou humanitário: 
§ 2º do Art. 77 do CP: A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 
quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o 
condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a 
suspensão. 
 
Requisitos para sursis etário ou humanitário: 
 
Sursis etário: idade superior a 70 anos da data da sentença; 
Sursis humanitário: razões de saúde do condenado; 
Pena: privativa de liberdade não superior a 4 (quatro anos) anos; 
Período de Prova: de 4 a 6 anos; 
 
 
 
Condições: 
Condições legais do sursis (comum, etário ou humanitário): art. 78, § 1º do 
CP) 
 
-Prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana no 1 º ano do 
benefício; 
-Proibição de frequentar determinados lugares; 
-Proibição de ausentar-se da comarca, sem autorização do juiz 
-Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e 
justificar suas atividades. 
 
 
2. Condições legais do sursis especial: art. 78, § 2º do CP (condições mais 
brandas) 
 
-Proibição de frequentar determinados lugares; 
-Proibição de ausentar-se da comarca, sem autorização do juiz 
-Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e 
justificar suas atividades. 
 
OBS: por ter condições mais brandas, não haverá necessidade de prestação de 
serviços à comunidade no primeiro ano. (condição dos demais) 
. 
3 Condições judiciais (art. 79 do CP): são outras condições que o juiz entender 
conveniente aplicar (discricionariedade), desde que adequadas ao fato e à situação 
pessoal do condenado. (aplicada a todos) 
 
Exemplos: imposição de processo de desintoxicação, frequência em curso, 
etc. 
 
 
ESPÉCIES DE REVOGAÇÃO DO SURSIS 
Revogação obrigatória (art. 81 do CP) 
 
é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo 
justificado, a reparação do dano; 
 Revogação tácita (artigo 81, inciso III) 
 
descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código (No primeiro ano do prazo, 
deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à 
limitação de fim de semana (art. 48); 
 
Não comparecimento, injustificado, do réu á audiência admonitória. 
 
. 
 Revogação facultativa (art. 81, § 1º do CP); 
 
Ocorre quando: 
 
-descumpre qualquer outra condição imposta; 
-é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena 
privativa de liberdade ou restritiva de direitos. 
 
 
 Extinção da Pena 
 
Extinção da pena. (art. 82 do CP) 
 
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a 
pena privativa de liberdade. 
Sursis para Crimes Hediondos e Assemelhados 
Doutrina: 2 Correntes: 
1: sursis é incompatível com o sistema dos crimes hediondos; 
 
2: como não há vedação expressa no texto legal, não cabe ao juiz negar o 
benefício. 
. 
 Entendimento atual do STF: 
 
 
Como inexiste vedação expressa, deve ser concedido a Suspensão da pena 
quando preenchidos os requisitos legais. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Ementa 
NORMAS PENAIS - INTERPRETAÇÕES. 
As normas penais restritivas de direitos hão de ser interpretadas de forma 
teleológica - de modo a confirmar que as leis são feitas para os homens -, devendo 
ser afastados enfoques ampliativos. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA - 
CRIME HEDIONDO - COMPATIBILIDADE. A interpretação sistemática dos textos 
relativos aos crimes hediondos e à suspensão condicional da pena conduz à 
conclusão sobre a compatibilidade entre ambos. 
STF: Processo: HC 84414 SP; Orgão Julgador: Primeira Turma; Publicação: DJ 
26-11-2004; Julgamento: 14 de Setembro de 2004; Relator: Min. MARCO 
AURÉLIO 
 
 
Sursis para o tráfico de drogas 
Para tráfico de drogas há expressa proibição da aplicação da suspensão da pena, 
no art. 44 da Lei 11.343-2006. 
 
Artigo 44. “Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são 
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade 
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.” 
Jurisprudência 
STF - HABEAS CORPUS : HC 104361 RJ 
Processo: HC 104361 RJ; Orgão Julgador: Primeira Turma; Publicação: DJe-
098 DIVULG 24-05-2011; Julgamento: 03 de Maio de 2011; Relator: Min. 
CÁRMEN LÚCIA 
Ementa 
HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. PENA 
FIXADA EM PATAMAR INFERIOR A DOIS ANOS. PEDIDO DE CONCESSÃO DE 
SURSIS. IMPETRAÇÃO PREJUDICADA. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO 
PARA RECONHECER A POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA PENA 
PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. 
1. O Supremo Tribunal Federal assentou serem inconstitucionais os arts. 33, § 4º, 
e 44, caput, da Lei n. 11.343/2006, na parte em que vedavam a substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em condenação pelo crime de 
tráfico de entorpecentes (HC 97.256, Rel. Min. Ayres Britto, sessão de julgamento 
de 1º.9.2010, Informativo/STF 598). 
 
. 
2. O art. 77, inc. III, do Código Penal estabelece que a suspensão condicional da 
pena (sursis) somente será aplicável quando não for indicada ou cabível a 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, prevista no 
art. 44 do Código Penal. 
3. Reconhecida pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal a possibilidade de 
substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos no crime de 
tráfico de drogas, fica vedada a concessão de sursis ao Paciente. 
4. Habeas corpus prejudicado. 
5. Concessão de ofício para reconhecer a possibilidade de se substituir a pena 
privativa de liberdade aplicada ao Paciente por restritiva de direitos, desde que 
preenchidos os requisitos objetivos e subjetivos previstos em lei, devendo a análise 
ser feita pelo juízo do processo de conhecimento ou, se tiver ocorrido o trânsitoem 
julgado, pelo juízo da execução da pena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Livramento Condicional 
 (arts. 83 ao 90 do CP) 
 
Conceito 
 
Instituto de política criminal, destinado a permitir a redução do tempo de prisão com 
a concessão antecipada e provisória da liberdade do condenado, quando é 
cumprida pena privativa de liberdade, mediante preenchimento de determinados 
requisitos e a aceitação de certas condições. 
 
Natureza Jurídica 
Incidente da execução da pena 
Direito Subjetivo do Condenado 
Última etapa do sistema progressivo de cumprimento da pena privativa de 
liberdade 
Benefício legal, concedido pelo Juízo da Execução Penal. 
 
Requisitos 
Espécie de pena: privativa de liberdade (reclusão ou detenção) 
 
Quantidade da pena aplicada igual ou superior 2 (dois) anos 
Cumprimento parcial da pena 
 
 
ESPÉCIES 
 
1 Livramento Condicional Simples; 
 
 
“Art. 83, I do CP - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for 
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;” 
 
2 Livramento Condicional Qualificado; 
 
Art. 83, II do CP - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em 
crime doloso;” 
 
. 
E Se tiver maus antecedentes ou for reincidente em crime culposo? 
 
Na dúvida, deve-se optar pela solução mais favorável ao condenado com maus 
antecedentes ou reincidente em crime culposo, com a interpretação da 
necessidade de cumprimento de somente de mais de 1/3 da pena para ter direito a 
obtenção do Livramento Condicional. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
Ementa 
CRIMINAL. HC. LIVRAMENTO CONDICIONAL. RÉU POSSUIDOR DE MAUS 
ANTECEDENTES. DIREITO AO LIVRAMENTO CONDICIONAL SIMPLES. 
NECESSIDADE DE CUMPRIMENTO DE 1/3 DA PENA. LIMITAÇÃO À 
LIBERDADE QUE DEVE VIR EXPRESSA EM LEI. VEDAÇÃO À 
INTERPRETAÇÃO AMPLA ÀS REGRAS RESTRITIVAS DE DIREITOS. ORDEM 
CONCEDIDA. 
STJ: Processo HC 57300 SP; Orgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA; 
Publicação: DJ 05/02/2007 p. 275; Julgamento: 05 de Dezembro de 2006; 
Relator: Ministro GILSON DIPP. 
 
 
LIVRAMENTO CONDICIONAL EM CRIMES HEDIONDOS E OUTROS 
 
“Art. 83, V do CP - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de 
condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente 
específico em crimes dessa natureza.” 
 
 REQUISITOS DE ORDEM OBJETIVA 
 
1 LAPSO TEMPORAL 
-mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e 
tiver bons antecedentes. (simples) 
 
-mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso. (qualificado) 
 
-mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, 
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas 
e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa 
natureza. (hediondos e outro) 
 
 
 REQUISITOS DE ORDEM SUBJETIVA 
-Bom comportamento carcerário 
-Bom desempenho no trabalho durante a execução da pena 
-Aptidão para prover à própria subsistência 
-Reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade 
-Cessação de periculosidade nos casos de crimes cometidos com violência ou 
grave ameaça à pessoa 
 
 
Soma das Penas 
No caso de concurso de crimes reconhecidos na mesma sentença, deve-se 
observar o montante total aplicado, resultante da soma ou exasperação, para se 
verificar a possibilidade do benefício pelo cumprimento de parte desse total. 
No caso de superveniência de nova condenação quando o acusado já estava 
cumprindo pena por outro crime, as penas devem ser somadas para que com base 
no novo montante a cumprir, seja verificado o cabimento do livramento condicional. 
 
SITUAÇÃO PROBLEMA 
 
A falta grave cometida pelo sentenciado durante o cumprimento da pena privativa 
de liberdade, impede a concessão do benefício do livramento condicional, após ter 
o réu cumprido com os requisitos exigidos pela lei? 
 
Falta Grave 
Súmula 441 do STJ: 
 
“ A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional.” 
Período de Prova 
Tempo restante da pena privativa de liberdade aplicada em que o sentenciado deve 
cumprir com as condições do benefício de condicional. 
CONDIÇÕES 
Art. 85 CP - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o 
livramento. 
 
Art. 132 LEP - Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica 
subordinado o livramento 
 
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: 
 a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; 
 b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; 
 c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia 
autorização deste. 
 
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, 
as seguintes: 
 
 a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida 
da observação cautelar e de proteção; 
 b) recolher-se à habitação em hora fixada; 
 c) não frequentar determinados lugares. 
 
 
 Condições obrigatórias: 
 
obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; 
comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação 
não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização 
deste 
 
 Condições facultativas 
 
-não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da 
observação cautelar e de proteção. 
-recolher-se à habitação em hora fixada; 
-não frequentar determinados lugares. 
 
 
 Revogação 
 
 
Conceito: perda do benefício que acarreta o cumprimento do restante da pena 
 
 
ESPÉCIES DE REVOGAÇÃO 
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA 
 
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena 
privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: 
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; 
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. 
 
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para 
efeito do livramento. Para a concessão do livramento as penas de crimes diversos 
devem ser somadas 
. 
REVOGAÇÃO FACULTATIVA 
 
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de 
cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente 
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. 
 
 
 Efeitos da Revogação 
Situações: 
Se a condenação definitiva a pena privativa de liberdade ocorre por crime cometido 
durante a vigência do benefício 
Se descumprimento das condições impostas 
Se condenação definitiva por contravenção penal ou por crime a pena que não seja 
privativa de liberdade cometido durante a vigência do benefício; 
 
Efeitos: 
Não computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova e não 
será permitida, em relação ã mesma pena, novo livramento (art.142 da LEP) 
Efeitos da revogação (cont) 
 
Situações: 
Se condenação definitiva a pena privativa de liberdade ocorre por crime cometido 
antes da concessão do benefício 
Se condenação definitiva por contravenção penal ou por crime a pena que não seja 
privativa de liberdade cometido antes da vigência do benefício; 
 
Efeitos: 
Computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo 
permitida nova concessão de livramento sobre a pena unificada; (art. 141 da LEP) 
 
 
Prorrogação e Extinção 
Prorrogação do Período de Prova 
Suspende-se o Livramento Condicional enquanto não há decisão final a ser 
proferida no processo que apura o novo delito. 
 
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em 
julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na 
vigência do livramento. 
 
 
Situação Problema 
 
Direito Penal 
X EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2013.1)FGV - Prova aplicada em 16/06/2013 
 Questão 1 
O Ministério Público, tomando conhecimento da prática de falta grave no curso de 
execução penal, pugna pela interrupção da contagem do prazo para efeitos de 
concessão do benefício do livramento condicional, fundamentando seu pleito em 
interpretação sistemática do Art. 83, do CP, e dos artigos 112 e 118, I, ambos da 
Lei n. 7.210/84. 
Levando em conta apenas os dados contidos no enunciado, com base nos 
princípios do processo penal e no entendimento mais recente dos Tribunais 
Superiores, responda à seguinte questão: 
O Ministério Público está com a razão? 
O examinando deve fundamentar corretamente sua resposta. A simples menção ou 
transcrição do dispositivo legal não pontua. 
 
Padrão de Resposta 
 
Com efeito, existe jurisprudência no sentido de que o cometimento de falta grave 
interrompe o prazo de concessão do benefício de progressão de regime. Todavia, 
tal situação (progressão de regime) é diversa daquela narrada na questão, que 
trata de instituto distinto, qual seja, o livramento condicional. 
 
Nesse sentido, a resposta do examinando deve ser dividida em duas alegações 
complementares: partindo-se da premissa que o art. 83 do CP não prevê a 
interrupção do prazo se cometida falta grave, é forçoso reconhecer a total ausência 
de previsão legal. Aliás, é pacífico o entendimento, tanto na doutrina quanto na 
jurisprudência, no sentido de que o cometimento de falta grave, por falta de 
previsão legal, não interrompe o prazo para aquisição do benefício do livramento 
condicional, o que se subsume, inclusive, pelo teor do Verbete 441 da Súmula do 
STJ, in verbis: “A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento 
condicional” 
Padrão de Resposta 
Por fim, levando-se em conta o comando da questão, o examinando deve concluir 
seu raciocínio acerca da impossibilidade do pleito Ministerial com base em 
institutos principiológicos. A alegação do Ministério Público configura ofensa ao 
princípio da legalidade; ofende, outrossim, a vedação de dupla punição (princípio 
do ne bis in idem). 
Ressalte-se que com a finalidade de privilegiar a demonstração de conhecimento 
jurídico também poderá ser aceito desenvolvimento no sentido de que o objetivado 
pelo Parquet permitiria, em última análise, analogia in malam partem, o que 
também é vedado pelo Direito Penal, tendo em vista o já mencionado princípio da 
legalidade.

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