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O Existencialismo de Sartre 6/23/2021 “A ciência desenha a onda; a poesia enche-a de água” Teixeira Pascoaes 6/23/2021 Qual o objetivo da psicoterapia? Qual o objetivo da psicoterapia existencialista? ▪ SCHNEIDER, Daniela R. A Náusea e a Psicologia Clínica: interações entre Literatura e Filosofia em Sartre. Estudos e Pesquisas em Psicologia, UERJ, RJ, ANO 6, N. 2, 2º SEMESTRE DE 2006. Qual é o objeto inicial da investigação psicológica para Sartre? Processos da Ciência ▪ Momento inicial – Paciente mais alienado, aprisionado em sua dinâmica psicofísica, vivenciando suas possibilidades conforma as certezas que seu saber-de-ser lhe impõe em relação ao seu projeto e desejo-de-ser. ▪ Momento final – Paciente menos alienado, como sujeito da sua história, ciente de suas possibilidades e de posse das ferramentas para a viabilização de seu ser-no-mundo. 23/06/2021 ▪ https://www.youtube.com/watch?v=Bl1FOKpFY2Q ▪A essência precede a existência, ou a existência precede a essência? 23/06/2021 ▪ O que você entende por liberdade? Como o conceito de liberdade se relaciona com o conceito de responsabilidade? 23/06/2021 ▪ Em que aspectos o caso do Genet mencionado no artigo faz sentido no que se relaciona ao conceito de liberdade? 23/06/2021 ▪ “O Homem está ontologicamente livre, mas psicologicamente determinado”. O que você compreende com isso? 23/06/2021 ▪ “E quando dizemos que o homem é responsável por si mesmo, não queremos dizer que ele é responsável estritamente por sua individualidade, mas é responsável por todos os homens.” Sartre, 2016, p20. O que Sartre quis dizer com essa frase? 23/06/2021 ▪ O que faz uma pessoa agir, muitas vezes, “contra a sua própria vontade”? Como explicar, por exemplo, que alguém não suporte mais a rotina de, mesmo sem necessidade, lavar as mãos constantemente, mas, ainda assim, por mais que lute contra, não consiga parar com esse comportamento compulsivo? 23/06/2021 ▪ “o essencial não é aquilo que se fez do homem, mas sim aquilo que ele fez daquilo que fizeram dele” (Sartre 1952). O que essa frase de fato quer dizer, segundo o artigo? 23/06/2021 ▪ O que o texto quer dizer quando afirma que o psicológico é segundo? 23/06/2021 ▪ O que você compreendeu sobre o conceito de “estrutura de escolhas”? 23/06/2021 O que é ciência? Ciência definições Fenomenologia e ciência 23/06/2021 ▪ O fenômeno não indica, como se apontasse por trás do seu ombro, um ser verdadeiro que fosse, ele sim, o absoluto. O que o fenômeno é, é absolutamente, pois se revela como é. Pode ser estudado e descrito como tal, porque é absolutamente indicativo de si mesmo.” (SARTRE: 2019, p16) Capacidade de repetição: em se repetindo as mesmas condições em que o fenômeno ocorreu inicialmente, ele acontece novamente. Controle de resultados: sempre que as mesmas condições ocorrerem, teremos os mesmos resultados. 23/06/2021 Sempre que encontrarmos a estrutura abaixo, teremos água. Capacidade de repetição e controle de resultados 23/06/2021 A psicologia pode ser ciência? Qual é o objeto de estudo da psicololgia? 23/06/2021 Psicologia e ciência 23/06/2021 ▪ “As chamadas ciência da natureza não buscam descobrir o sentido da totalidade sintética do mundo. Procuram sim esclarecer ‘as condições de possibilidade de certos fenômenos de ordem geral’ (Sartre, 1965, p11). Isto é o mesmo que dizer que a ciência moderna não persegue o conhecimento absoluto, mas dedica-se ao esclarecimento dos fenômenos, compreendendo as variáveis envolvidas e sua articulação interna, para tornar possível a intervenção com controle de resultados sobre ele” (Erlich 2002, p29 grifo nosso) Metodologia científica A Ciência nao trabalha com fatos, mas com fenômenos, enquanto conjunto de ocorrências. 23/06/2021 Psicologia existencialista 23/06/2021 ▪ Compreender o que é o homem, o que é o mundo, o que é uma personalidade, como ela se estrutura, como ela se complica, o que é uma emoção, para então ter segurança para intervir. Uma psicologia científica Uma metodologia de intervenção Metodologia de trabalho 23/06/2021 ▪ Conjunto de instrumentos que tem por objetivo recuperar a segurança de ser no mundo do paciente, e possibilitar a viabilização do seu projeto e desejo de ser, colocando em mãos verdades cientificas a respeito de sua vida e da realidade humana. ▪ Onde o profissional tenha segurança de realizar intervenções científicas da sua área de atuação. Jean paul-sartre 23/06/2021 ▪ Jean-Paul Charles Aymard Sartre foi um filósofo, escritor e crítico francês. ▪ Nascimento: 21 de junho de 1905, Paris, França ▪ Falecimento: 15 de abril de 1980, Paris, França https://www.google.com.br/search?q=jean-paul+sartre+nascimento&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3MDFNStcSy0620i9IzS_ISQVSRcX5eVZJ-UV5ADCbgokkAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjew8OUw7HeAhWFfpAKHfYHD3QQ6BMoADAaegQIBBAG https://www.google.com.br/search?q=Paris&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3MDFNSlcCs0wLS7K0xLKTrfQLUvMLclKBVFFxfp5VUn5RHgDS3JBDLgAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjew8OUw7HeAhWFfpAKHfYHD3QQmxMoATAaegQIBBAH https://www.google.com.br/search?q=jean-paul+sartre+falecimento&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3MDFNSteSz0620i9IzS_ISdVPSU1OTSxOTYkvSC0qzs-zSslMTQEAC52oVS0AAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjew8OUw7HeAhWFfpAKHfYHD3QQ6BMoADAbegQIBBAK https://www.google.com.br/search?q=Paris&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LQz9U3MDFNSlcCs0wLS7K05LOTrfQLUvMLclL1U1KTUxOLU1PiC1KLivPzrFIyU1MAp08CIjcAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjew8OUw7HeAhWFfpAKHfYHD3QQmxMoATAbegQIBBAL Algumas Obras de Sartre ▪ Transcendência do Ego (1936) ▪ A Náusea (1938) ▪ O ser e o nada (1943) ▪ Existencialismo é um humanismo (1946) ▪ Baudelaire (1947); ▪ Jean Genet – Comediante e Mártir (1952) ▪ Questão de Método (1957) ▪ O Idiota da Família – G.Flaubert (1971- 1972) Biografia 23/06/2021 ▪ 1921 a 1936: a formação do filósofo ▪ Em 1921 encontra Paul Nizan, de quem se torna amigo inseparável. Estuda de 1922 a 1924. Inicia seu interesse pela filosofia. Sua primeira influência importante foi a obra de Henri Bergson. ▪ Em 1924 ingressou na École Normale Supérieure na mesma turma de Nizan, Daniel Agache E Raymond Aron. No campo filosófico, além de Bergson, passou a Ler Nietzsche, Kant, Descartes e Spinoza. Já na escola começa a desenvolver as primeiras ideias de uma filosofia da liberdade leiga, da oposição entre os seres e a consciência, do absurdo e da contingência que ele viria a desenvolver posteriormente em suas grandes obras filosóficas. Seu principal interesse filosófico é o indivíduo e a psicologia. Biografia 23/06/2021 ▪ Em 1928 presta o exame de mestrado e é reprovado. Durante o ano de preparação para a segunda tentativa, estuda com Nizan e René Maheu na Sorbonne. Conhece a namorada de Maheu, Simone de Beauvoir que mais tarde se tornaria sua companheira e colaboradora até o fim da vida. Na segunda tentativa do mestrado, Sartre passa em primeiro lugar, no mesmo ano em que Beauvoir obtém a segunda colocação. ▪ Entre 1929 e 1931, Sartre presta o serviço militar e torna- se soldado meteorologista. Escreve alguns contos e começa a trabalhar em seu primeiro romance, "Factum Sur La Contingeance" (panfleto sobre a contingência), que depois viria a se chamar "la nausée" (A náusea). Ele é nomeado professor de filosofia de um liceu em Havre onde permanece até 1936. Sartre ainda seria professor em Laon e paris até 1944, quando abandonou definitivamente o magistério. Biografia 23/06/2021 ▪ Em 1933, ele é apresentado à fenomenologia de Husserl por Raymond Aron, percebendo a semelhança dessa corrente à sua própria teoria da contingência, Sartre fica fascinado e imediatamente começa a estudar a fenomenologia através de uma obra introdutória. ▪ Por sugestão de Aron, candidata-se à mesma bolsa e, aprovado, permanece em Berlim entre1933 e 1934. Durante esta viagem, estuda a fundo a obra de Husserl e conhece também a filosofia de Martin Heidegger. Publica em 1936 o artigo la transcendence de l"égo (A transcendência do ego), uma crítica à teoria do ego husserliana que por sua vez se baseava no cogito cartesiano. Biografia 23/06/2021 ▪ Sartre desafia o conceito de que o ego é um conteúdo da consciência e afirma que ele está fora da consciência, no mundo e a consciência se dirige a ele como a qualquer outro objeto do mundo. Este é um dos primeiros passos para livrar a consciência de conteúdos e torná-la o "nada" que mais tarde seria um dos conceitos-chave do existencialismo. De volta à França, continua a trabalhar nas mesmas ideias e entre 1935 e 1939 escreve l"imagination (A imaginação), l"imaginaire (O imaginário) e esquisse d"une théorie des émotions (esboço de uma teoria das emoções). Volta então suas pesquisas para heiddegger e começa a escrever l´être et le néant (O ser e o nada). Biografia 23/06/2021 ▪ Em 1938 publica o romance la nausée (A náusea) e a coletânea de contos le mur (O muro). A náusea apresenta, em forma de ficção, o tema da contingência e torna-se seu primeiro sucesso literário, o que contribui para o início da influência de Sartre na cultura francesa e no surgimento da moda existencialista que dominou paris na década de 1940. ▪ Em sua produção literária, escreveu vários romances, teatros, livros autobiográficos, biografias e livros técnicos de filosofia. ▪ Faleceu em 1980 de edema pulmonar. Trabalhava um grande ensaio sobre Flaubert – o idiota da família. Mais de 50 mil pessoal estiveram presentes no seu funeral. Fato curioso 23/06/2021 ▪ Sartre se recusou a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1964. Enviou uma carta com a recusa, cujo trecho segue abaixo: ▪ “Nela invoquei duas espécies de razões; razões pessoais e razões objetivas. As razões pessoais são as seguintes: minha negativa não é um ato improvisado. Sempre recusei as distinções oficiais.” Da filosofia à psicologia “Que significa, aqui, que a existência precede a essência? Significa que o homem existe primeiro, se encontra, surge no mundo, e se define em seguida. Se o homem, na concepção do existencialismo, não é definível, é porque ele não é, inicialmente, nada. Ele apenas será alguma coisa posteriormente, e será aquilo que se tornar. (...) O homem nada é além do que se faz. Esse é o primeiro princípio do existencialismo.” Sartre, 2016. p19 “A existência precede a essência” ▪ Ninguém nasce com personalidade formada, traços ou potencialidades para desenvolve-los. Nascemos ninguém e nos tornamos alguém, diferente das outras pessoas, mediante um processo social, educacional, de relações, desde que nascemos. Nascemos corpo, que e coisa, células, órgãos e sistemas que funcionam de certo modo; e consciência que é nada, puro vazio, pura transcendência. Corpo e consciência se unificam em direção a um futuro, a uma realização de um desejo de ser. Justamente esse movimento constante e esse esforço de unificação do corpo e consciência mediados pela reflexão que possibilitam o aparecimento da personalidade, do eu. Da filosofia à psicologia 23/06/2021 Da filosofia à psicologia 23/06/2021 ▪ Conceito de Liberdade ▪ “O homem é, inicialmente, um projeto que se vive em quanto sujeito, e não como um musgo, um fungo, ou uma couve-flor; nada existe anteriormente a este projeto; nada existe de inteligível sob o céu e o homem será, antes de mais nada, o que ele tiver projetado ser. Não o que vai querer ser. Pois o que entendemos ordinariamente por querer, é uma decisão consciente que, para a maior parte de nós, é posterior ao que fizemos efetivamente de nós mesmos. Posso querer aderir a um partido, escrever um livro, casar-me, tudo isso é apenas uma manifestação de uma escolha mais original, mais espontânea do que aquilo que se chama vontade.” Sartre, 2016. p20 Da filosofia à psicologia 23/06/2021 ▪ Liberdade e responsabilidade ▪ “Mas se realmente existência precede a essência o homem é responsável pelo que é. Assim, a primeira decorrência do existencialismo é colocar todo homem em posse daquilo que ele é, e fazer repousar sobre ele a responsabilidade total por sua existência. E quando dizemos que o homem é responsável por si mesmo, não queremos dizer que ele é responsável estritamente por sua individualidade, mas é responsável por todos os homens.” Sartre, 2016, p20. Da filosofia à psicologia 23/06/2021 ▪ Senso de coletividade, engajamento ▪ “(...) Ao escolher por si, cada homem escolhe por todos os homens. (...) Assim, nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, pois ela envolve a humanidade como um todo. (...) O homem que se engaja e que se dá conta de que ele não é apenas o que escolhe ser, mas é também um legislador que escolhe ao mesmo tempo o que será a humanidade inteira, não poderia furtar-se do sentimento de sua total e profunda responsabilidade.” Sartre, 2016 p20,21. O que é Psicologia Existencialista? Trata-se de uma psicologia e um método de trabalho. Conjunto de conhecimentos acerca do homem, da realidade humana, do psicológico, do eu e das relações. Compreender o que é o homem, o que é o mundo, o que é uma personalidade, como ela se estrutura, como ela se complica, o que é uma emoção, para então ter segurança para intervir. Método progressivo-regressivo – do singular ao geral e do geral ao singular. Conjunto de instrumentos que tem por objetivo recuperar a segurança de ser no mundo do paciente, e possibilitar a viabilização do seu projeto e desejo de ser, colocando em mãos verdades cientificas a respeito de sua vida e da realidade humana. 23/06/2021 Psicologia existencialista As condições de possibilidade da Personalidade As variáveis constitutivas do fenômeno Emoção As condições de possibilidade do fenômeno Imaginário Alguns questionamentos... 23/06/2021 Personalidade 23/06/2021 Quais são as condições de possibilidade para uma personalidade existir? O que é imprescindível para a constituição de qualquer personalidade? Emoção 6/23/2021 Será a tempestade fisiológica que provoca a emoção, ou a emoção que provoca uma tempestade fisiológica? A pessoa esta triste porque esta chorando, ou esta chorando porque esta triste? Imaginação 6/23/2021 O QUE É UM FENÔMENO IMAGINANTE? QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DE UMA IMAGEM, E O QUE A DIFERENCIA DE OUTRO FENÔMENO COMO A PERCEPÇÃO? “Viver é se equilibrar entre escolhas e consequências” Caso Isaura 23/06/2021 23/06/2021 Leitura do Caso Isaura ▪ Definindo o problema – Crises de pânico e projeto de ser. (leitura até pagina 182) ▪ O que é possível perceber acerca dessa situação? Aula 18/05/21 23/06/2021 Caso Isaura 23/06/2021 ▪ Cite pelo menos dois conceitos que você conseguiu compreender, e explique-os. ▪ Cite pelo menos dois conceitos que ficaram obscuros pra você e sua equipe. ontologia Introdução a Psicanálise Existencial – capítulo 01 6/23/2021 ontologia O OBJETO INVESTIGADO O SER SUJEITO QUE INVESTIGA O NADA Consciência ou nada ▪ A consciência é pura espontaneidade, é o nada que permite tomar as coisas como objeto. É a consciência que nos permite ler esse slide, folhear o livro, etc. ▪ Tomar algo como objeto da consciência é abstraí-lo da continuidade do mundo. A consciência não altera o objeto, ela o abstrai, destaca-o do fundo, e o demarca. (figura/fundo) ▪ A consciência é sempre consciência de alguma coisa (intencionalidade). Para ocorrer ela precisa de um objeto transcendente a ela sobre o qual absorve-se. ▪ Ela é transparente para ela mesma, é um nada que absorve se inteiramente no objeto. A consciência é sempre consciência si. Objeto ou ser ▪ Não depende da consciência para existir. ▪ Temconsistência de ser própria, tem sua opacidade independente de qualquer espontaneidade para ter seu lugar no tempo e no espaço. Tem sua própria consistência de ser. ▪ O livro não se diferencia da folha nem da mesa nem se assemelha aos outros livros. Ele simplesmente é, e não se comunica nem com ele mesmo nem com nenhum outro ser. ▪ É plena positividade, ele simplesmente é, sem se reconhecer sendo. ▪ Os objetos impõem diante da consciência ao mesmo tempo sua essência e sua existência, ou seja, sua singularidade e sua universalidade. ▪ O objeto sempre escapa ao conhecimento que temos dele. Relação L'être et le néant ▪ A realidade é tal que independe da consciência para existir; a consciência é o nada que abstrai os objetos sem modifica-los, por isso mesmo pode haver um conhecimento objetivo. ▪ A realidade tem regularidades, trata se de uma condição ontológica que torna a ciência possível. O mundo impõem se a consciência com a regularidade que lhe é própria. ▪ A caneta se impõe como caneta , diferente do lápis, do livro. É a opacidade que se impõe a consciência enquanto caneta diferente da mesa. Não há confundimos com um copo. A essência se impõem de uma só vez, de imediato, incluindo- se numa série de objetos no mundo, a série das canetas. ▪ A consciência não altera essa materialidade, apenas a destaca. ▪ Duas regiões ontológicas irredutíveis: o ser que independe da consciência para existir, por ter sua consistência de ser em si, e a consciência que numa atitude reflexiva intui a essência dos objetos a partir da materialidade que lhe é constitutiva. ▪ Perante essa atitude de consciência o mundo impõem se como um conjunto de seres singulares universais. Teoria das emoções Emoção 6/23/2021 Será a tempestade fisiológica que provoca a emoção, ou a emoção que provoca uma tempestade fisiológica? A pessoa esta triste porque esta chorando, ou esta chorando porque esta triste? Teoria das emoções ▪ Como uma pessoa pode se emocionar? ▪ Quais as variáveis componentes desse fenômeno? Caso 01 “Estou em casa escrevendo no computador. Preciso entregar um trabalho em breve e me vejo atrasado com minhas tarefas. Tenho que fazer uma remissão bibliográfica e chamo o item “inserir” nota de rodapé. Em seguida pego o livro que quero citar, verifico a página certa, o nome do autor. Quando vou escrever, penso de que modo fazer a citação, que padrão usar. Busco no computador outro texto, abrindo outro arquivo, para me servir de modelo em como fazer as citações que pretendo. Num momento seguinte, quando novamente fazia outra citação, faço alguns comandos errados, que não consigo identificar direito quais. O computador em seguida, abre uma “janela” na tela e me avisa para “salvar” o meu texto com outro nome, mandando fazer coisas que não sabia como! Começo a ficar nervoso por perder meu texto, e rapidamente mando imprimir o que já havia feito. A impressão sai com partes modificadas, e alguns sinais estranhos estavam impressos. Também não consigo gravar meu texto com outro nome, já me encontrando em estado de quase-pânico. Só penso na desgraça de fazer tudo de novo! Depois de várias tentativas fracassadas, me descontrolo totalmente. Não consigo mais pensar em fazer nada, só sentindo uma raiva enorme pelo computador <este inferno de máquina, que sempre emperra o trabalho da gente> esbravejo! O computador era algo tão odiável naquele momento, que se não fosse irene segurar minha mão e me levar para sala, acho que teria dado um soco nele!!” Condições de possibilidade dos fenômenos emotivos: “Um sujeito psicofísico na relação irrefletida com o mundo, se depara com uma dificuldade objetiva da complexidade da materialidade, que se impõe como empecilho para este mediar-se pelo conjunto de utensílios para chegar ao futuro que deseja. Como o futuro atrai psicofisicamente o sujeito e, ao mesmo tempo, este não consegue lidar com a dificuldade objetiva do mundo, a consciência age sobre o corpo e constitui o mundo mágico, onde as barreiras deterministas deixam de existir.” Condições de possibilidade dos fenômenos emotivos: “Um sujeito psicofísico na relação irrefletida com o mundo, se depara com uma dificuldade objetiva da complexidade da materialidade, que se impõe como empecilho para este mediar-se pelo conjunto de utensílios para chegar ao futuro que deseja. Como o futuro atrai psicofisicamente o sujeito e, ao mesmo tempo, este não consegue lidar com a dificuldade objetiva do mundo, a consciência age sobre o corpo e constitui o mundo magico, onde as barreiras deterministas deixam de existir.” emoção Ser humano e mundo um par indissolúvel emoção ▪ Sartre esclarece que para compreender uma emoção, tem que se ter presente em primeiro lugar, que o ser humano está em relação com o mundo e não com a realidade bruta. Isso significa que o mundo, enquanto organização da realidade, é constituído pelo ser humano a partir da materialidade que lhe é constitutiva. ▪ O mundo enquanto realidade organizada, sem o ser humano, deixa de existir. ▪ Sem o ser humano há apenas materialidade bruta, indiferenciada para ela mesma. ▪ Em contrapartida não há ser humano que não esteja na relação com o mundo, não há ser humano em relação com a materialidade bruta simplesmente. ▪ A emoção é uma determinada maneira de apreender o mundo. ▪ Não e algo interno... Não há homem sem mundo nem mundo sem homem... Seja ao agirmos ou ao nos emocionarmos. ▪ O computador e irritante como uma qualidade constitutiva dele. Não esta na minha cabeça a irritação. ▪ A consciência emocional seria, em primeiro lugar, consciência do mundo. ▪ A consciência só ocorre quando está esgotada no objeto, totalmente. Ou seja – todo medo é medo de alguma coisa. Toda raiva e raiva de alguma coisa. Não há homem emocionado que não esteja no plano irrefletido com um objeto emocionador. A emoção se aliena no objeto e só existe enquanto o objeto estiver presente. ▪ A emoção retorna a todo instante ao objeto e dele se alimenta. ▪ Sujeito emocionado e objeto emocionador. ▪ O individuo emocionado e o objeto emocionador são unidos numa síntese indissolúvel. ▪ A emoção é psicofísica, não é apenas a consciência, mas um corpo e consciência, um sujeito complexo emocionado. ▪ É posicional do objeto e não posicional dela mesma, portanto, irrefletida. Condições de possibilidade dos fenômenos emotivos: “Um sujeito psicofísico na relação irrefletida com o mundo, se depara com uma dificuldade objetiva da complexidade da materialidade, que se impõe como empecilho para este mediar-se pelo conjunto de utensílios para chegar ao futuro que deseja. Como o futuro atrai psicofisicamente o sujeito e, ao mesmo tempo, este não consegue lidar com a dificuldade objetiva do mundo, a consciência age sobre o corpo e constitui o mundo magico, onde as barreiras deterministas deixam de existir.” ▪ Tanto o livro, a nota, o computador são meios para realizar o trabalho. ▪ Eu me relaciono com as coisas a partir das possibilidades que elas me oferecem. Me relaciono com um mundo determinado. ▪ Ao localizar o livro, eu me demarco, me diferencio dele. Me compreendo ali, diante do livro na mesa e oriento minha conduta, adapto minhas ações em direção ao fim que busco na situação. ▪ Ao ver o vento na janela, vejo da onde vem e vou fechá-la. ▪ Quando falamos do mundo, não é algo bruto, mas um conjunto organizado de objetos, com seu ser próprio, mas que se organiza assim, por e para um sujeito. Quando estou na frente do computador esse conjunto de objetos se impõe dessa forma, para serem usufruídos por um sujeito. A isso chamamos de mundo determinado. Condições de possibilidade dos fenômenos emotivos: “Um sujeito psicofísico na relação irrefletida com o mundo, se depara com uma dificuldade objetiva da complexidade da materialidade,que se impõe como empecilho para este mediar-se pelo conjunto de utensílios para chegar ao futuro que deseja. Como o futuro atrai psicofisicamente o sujeito e, ao mesmo tempo, este não consegue lidar com a dificuldade objetiva do mundo, a consciência age sobre o corpo e constitui o mundo magico, onde as barreiras deterministas deixam de existir.” ▪ O mundo assim apreendido parece como um conjunto de meios e utensílios para alcançarmos fins determinados, impondo-se com seus obstáculos e caminhos. ▪ Na medida em que vou esbarrando nas dificuldades que a realidade do computador me oferecem, não conseguindo gravar meu texto, os fins que busco vão me escapando, intuitivamente o texto parece quase perdido, meu trabalho de horas a fio sendo destruído. O computador passa a ser posicionado como a maquina que sumiu com meu texto e eu não suporto ser aquele que perde o trabalho. Perco a posição de escritor em que me encontrava, experienciando a desgraça, o estar sem saída diante da maquina abominável. Me comporto nesse horizonte de compreensão onde o computador e a maquina abominável e irritante que sumiu com meu trabalho. ▪ Notemos – o mundo determinado passou a impor suas dificuldades, seus caminhos passaram a se tornar muito difíceis impedindo minha ultrapassagem em direção a fins esperados. Não suporto ser o que perdeu o texto, me desoriento e perco os rumos da minha ação. A situação original em que me encontrava se desfaz e vivo a relação posicionando o objeto como imprestável, que só me prejudica, experimentando a desgraça e a irritação deste objeto. ▪ O computador não deixou de existir com sua utensilidade, mas deixou de ser apreendido dessa forma. ▪ Quando os objetos estão no seu lugar e eu antecipo minhas ações, demarcado frente ao mundo, buscando fins projetados, não há emoção. Ela só ocorre quando há uma modificação radical homem/mundo. ▪ Pânico diante de uma barata – ela pode ser morta a chinelada, mas passa a ser apreendida como algo nojento e assustador, em cada um dos movimentos seus. ▪ O mundo de utensílios impõe sua complexidade material ao homem. Se quero falar inglês tenho que estudar. Se quero ler o livro preciso folhear, entender as palavras, gastar tempo. Nenhum ato único escreve um texto. Nenhum ato único torna alguém um atleta. A materialidade exige do homem a mesma medida que ele exige dela. ▪ O ser humano entra na emoção por estar absorvido num mundo de utensílios que exige uma ação que ele não suporta executar. Condições de possibilidade dos fenômenos emotivos: “Um sujeito psicofísico na relação irrefletida com o mundo, se depara com uma dificuldade objetiva da complexidade da materialidade, que se impõe como empecilho para este mediar-se pelo conjunto de utensílios para chegar ao futuro que deseja. Como o futuro atrai psicofisicamente o sujeito e, ao mesmo tempo, este não consegue lidar com a dificuldade objetiva do mundo, a consciência age sobre o corpo e constitui o mundo magico, onde as barreiras deterministas deixam de existir.” ▪ Nosso ser ultrapassa o presente em relação a algo que desejamos viabilizar. O livro por escrever, o ser intelectual por conquistar. ▪ Se meu projeto é escrever, ser escritor, passa por livros, artigos, etc, e não por lavar a louça, passar roupas, e por isso incomoda fazer essas tarefas. ▪ Deste modo, os objetos, as pessoas, são elementos que viabilizam ou inviabilizam os fins que projeto, que contribuem essa minha passagem para o fim que desejo alcançar, ou dificultam. ▪ Na medida em que busco e desejo realizar- me como escritor, certas pessoas se tornam viabilizadoras, é por onde meu ser se viabiliza, e outras se tornam inviabilizadoras ou insignificantes, na medida em que não cumprem função no meu projeto ou o atrapalham. ▪ A realização do nosso ser e a realização do nosso projeto de ser, se viabiliza nessa relação com o mundo, com suas possibilidades materiais, sociais, culturais. ▪ A realidade do mundo, com sua transcendência própria, se impõe entre nós e a nossa realização de ser. Condições de possibilidade dos fenômenos emotivos: “Um sujeito psicofísico na relação irrefletida com o mundo, se depara com uma dificuldade objetiva da complexidade da materialidade, que se impõe como empecilho para este mediar-se pelo conjunto de utensílios para chegar ao futuro que deseja. Como o futuro atrai psicofisicamente o sujeito e, ao mesmo tempo, este não consegue lidar com a dificuldade objetiva do mundo, a consciência age sobre o corpo e constitui o mundo magico, onde as barreiras deterministas deixam de existir.” ▪ A personalidade é um ser completo que se emociona. Só tem sentido diante de um projeto de futuro. O futuro é marcado pelas coisas por vir, o que ainda não aconteceu. O futuro é a ausência. ▪ O homem é puxado pelo futuro, portanto utiliza-se dessa materialidade como um meio para realizar seus fins. O mundo impõe caminhos para realizar seus fins. Os objetivos a realizar aparecem como devendo ser realizados por certas vias. ▪ Para lançar-se para o futuro, é atraído pelo desejo em função de um projeto de ser. Quanto mais é atraído, mais exige desse mundo de utensílios para tornar-se meio para seu ser. O homem esta em relação com o mundo que exige certas ações para assim saciar suas necessidades. ▪ O projeto não e uma simples falta, é um continuo desejo em superar essa falta e transforma-la em objeto transcendente, o seu ser. E através do projeto que nasce o desejo de ser. Esse projeto de ser se revela no presente em cada ação, cada amanhecer e anoitecer. Não esta distante do presente – é presente e futuro. ▪ A emoção esta relacionada com o desejo de ser no momento em que a personalidade experiencia psicofisicamente a viabilização ou a inviabilização do ser. Não a insatisfação ou falta de conforto atual mas a possibilidade de realizar ou não realizar o ser. Condições de possibilidade dos fenômenos emotivos: “Um sujeito psicofísico na relação irrefletida com o mundo, se depara com uma dificuldade objetiva da complexidade da materialidade, que se impõe como empecilho para este mediar-se pelo conjunto de utensílios para chegar ao futuro que deseja. Como o futuro atrai psicofisicamente o sujeito e, ao mesmo tempo, este não consegue lidar com a dificuldade objetiva do mundo, a consciência age sobre o corpo e constitui o mundo magico, onde as barreiras deterministas deixam de existir.” ▪ O computador e o que resolve meus problemas, quando compreendido assim, como um utensilio que me auxilia, é apreendido nas suas possibilidades, na sua utensilidade. Ao mesmo tempo é imprestável. ▪ A dificuldade é uma qualidade do mundo. ▪ Não se faz um atleta em uma corrida. Condições de possibilidade dos fenômenos emotivos: “Um sujeito psicofísico na relação irrefletida com o mundo, se depara com uma dificuldade objetiva da complexidade da materialidade, que se impõe como empecilho para este mediar-se pelo conjunto de utensílios para chegar ao futuro que deseja. Como o futuro atrai psicofisicamente o sujeito e, ao mesmo tempo, este não consegue lidar com a dificuldade objetiva do mundo, a consciência age sobre o corpo e constitui o mundo magico, onde as barreiras deterministas deixam de existir.” ▪ Consciência refletida e consciência irrefletida ▪ Apenas na consciência irrefletida que o mundo magico tem seu lugar. A experiencia se dá de maneira espontânea com o mundo, sendo totalmente cativa, prisioneira do objeto emocionador. ▪ Magico – uma qualidade do mundo onde o sujeito não mais se relaciona com ele a partir dos seus processos deterministas, levando em conta suas possibilidades racionais, mas numa quebra dessas barreiras deterministas, onde o mundo se impõe sem barreiras sobreo sujeito. ▪ O mundo magico consiste nas quedas das barreiras definidas da realidade – as paredes ficam finas, fechaduras perdem o segredo e tal. Os assaltantes viram super homens, etc. Confere qualidades que não são do mundo determinista. ▪ É posicional do objeto e não posicional dela mesma. Não tem eu. Para lidar com uma situação insustentável, rompe a tensão e transforma o mundo determinista num mundo magico. Como não consegue agir sobre o mundo, age no corpo para modificar o mundo. ▪ Os recursos que utilizamos para lidar com um mundo mágico também são mágicos – desmaiamos, fugimos, trancamos a porta, gritamos. ▪ E possível uma reflexão purificadora, tomando distancia do objeto, mas não da pra escolher não se emocionar, pois ela atinge nossa personalidade. ▪ O mundo se impõe ao sujeito de forma magica ou o sujeito e que faz o mundo virar magico? ▪ Na primeira opção a pessoa espera um mundo determinado e encontra um mundo magico. Chega em casa, e alguém atrás da porta dá um grito e você se assusta coma situação. É o magico se revelando quando esperava o determinado. Não e visto como alguém querendo me assustar, mas um mundo magico agindo sobre mim. ▪ Eu transformo o mundo em magico quando as saídas não acontecem, não vejo alternativas para chegar onde eu preciso. Ai meu eu desaparece e há uma transformação do psicofísico. Lançamo-nos nessa nova atitude com toda força de que dispomos. O sujeito não consegue deixar de se emocionar. ▪ A pessoa não inventa – é pego pela emoção. Não consegue não ser pego. Vive sua impotência diante do objeto emocionador. Pode ate tentar uma atitude reflexiva critica, mas em seguida cai no mágico. Dito de outro jeito... Princípios básicos para definirmos a essência da emoção: ▪ A unidade sintética de sujeito emocionado/objeto emocionador, reflexão intuitiva espontânea, horizonte de compreensão magico, a personalidade, desejo de ser viabilizado ou inviabilizado. Esses elementos serão sempre encontrados no fenômeno emotivo. Vale mencionar que... ▪ A emoção é sofrida... ▪ Não escolho entrar nela, sou atropelado por ela, numa relação indissolúvel, mergulhando no objeto. ▪ Entramos na emoção porque exigimos do mundo meio para nos tornamos quem projetamos e quando isso esta barrado, nos emocionamos. ▪ Tanto alegria quanto outras emoções afetam o mundo de forma magica. Toda a fisiologia do corpo se altera. Sente sono, dorme, histeria. ▪ A personalidade emocionada é autônoma. Tem um eu unificado por certos estados de medo, timidez, alguns fracassos o sujeito esta propenso a se sentir inseguro, com facilidade de entrar em tais emoções. Com essas qualidades se move psicofisicamente no mundo. A pessoa ao consegue deixar de ser insegura, e ser de outro jeito frente a certas circunstancias. ▪ Uma pessoa que se emociona muito, se encontra frágil na sua demarcação de ser, na sua relação com os outros e com o mundo. Psicologicamente frágil, insegura. ▪ Qualquer que seja a emoção, o homem sairá dela na medida em que mudar o objeto de consciência ou realizar uma reflexão purificadora, fazendo um caminho para recuperar a relação determinista com o mundo. Caso 2 ▪ É inverno. A noite esta caindo e eu me levanto para acender a luz. Olhando para fora, vejo que começou a nevar. Tudo esta coberto pela neve brilhante, que esta caindo silenciosamente do céu encoberto. A gente caminha sem ruído ao longo da minha janela. Ouço alguém sacudir a neve dos seus pés. Esfrego as mãos e aguardo a noite com satisfação, pois, faz alguns dias, telefonei a um amigo convidando-o a vir ter comigo esta noite. Dentro de uma hora estará batendo a minha porta. A neve lá fora parece que dará a sua visita um caráter ainda mais agradável. Ontem comprei uma boa garrafa de vinho, que coloquei a distancia apropriada do fogo. ▪ Sento-me a mesa para responder algumas cartas. Meia hora mais tarde, toca o telefone. É o meu amigo, a dizer que não poderá vir. Trocamos algumas palavras e marcamos um novo encontro para outro dia. Quando torno a colocar o fone no gancho, o silencio do meu quarto ficou mais profundo. As próximas horas se parecem mais longas e vazias. Coloco mais uma acha de lenha no fogo e volto a minha escrivaninha. Dentro de alguns momentos estou absorto num livro. O tempo passa lentamente. ▪ Ao levantar os olhos por um momento, para refletir sobre um trecho pouco claro, a garrafa, perto do fogo, chama a minha atenção. Percebo mais uma vez que o meu amigo não virá e volto a minha leitura. ▪ Não foi apenas sartre… vamos verificar uma situação descrita no livro ao lado. Falsa emoção ▪ A falsa emoção ocorre apenas ao nível do comportamento. Quando alguém vai receber um amigo, mesmo que ele chegue numa hora ruim, exterioriza alegria, sorri. Realmente se emociona, não está representando. Porem é falsa porque foi expressa como uma exigência da situação, a visita do amigo que exigia um comportamento de alegria. Logo que ele fosse embora voltaria aos afazeres e não ficaria alegre. ▪ A entrada na falsa emoção é voluntaria. Ao estar na situação que exige certo comportamento, a pessoa não consegue deixar de cumprir esse comportamento exigindo alegria ou lágrimas. A qualidade do objeto emocionador passa pela magia, porem um qualidade falsa, posto que a satisfação ou insatisfação e decorrente de uma exigência, o que impede que seja verdadeira. Falsa emoção ▪ A falsa emoção é movida pelo dever ser. Há uma personalidade que não consegue deixar de exigir emocionar-se diante de uma situação. ▪ Embora a pessoa ficou alegre ou triste, há uma desqualificação do ser. Ela não consegue integrar na sua personalidade a satisfação ou insatisfação de vida. ▪ O sujeito não se reconhece sendo aquele que se emocionou, quando ele retoma isso numa consciência de segundo grau, colocando seu eu no horizonte. Ele percebe que foi dever-ser. É uma personalidade que não consegue deixar de lançar-se no dever ser. Mesmo ficando emocionado a pessoa não se realiza. Verdadeira emoção ▪ A verdadeira emoção é uma consciência cativa. A pessoa fica presa e não consegue sair de lá. ▪ O sujeito fica preso nessa magia. É arrastado pela crença e fica no mundo mágico. Ela é vivida psicofisicamente. “Pode parar de fugir mas não pode parar de tremer.” ▪ Na verdadeira emoção a pessoa experiencia o corpo que ela é. Por mais que tente mudar o comportamento, o corpo continua tremendo e a respiração continua perturbada. Isso só é possível pela crença – vive tudo através da crença. Não tem distância do mundo magico. Se lança na magia. ▪ A verdadeira emoção é sofrida, acredita com toda a sua força que o objeto tem a qualidade ser emocionador. Emoção acompanhada de uma crença, por isso não se pode abandonar quando bem se entende. O sujeito e invadido, e a impotência faz com que ela seja sofrida. Verdadeira emoção ▪ É vitima da sua própria armadilha... Se lança no mundo magico e fica preso. Não consegue deixar de acreditar que é magico. Fica preso. ▪ É pelo fato do sujeito acreditar no mundo magico e ficar preso nele que perde sua segurança de ser, sua segurança ontológica. ▪ Quando o sujeito se perde nesse mundo magico, vê o objeto como infinitamente temível ou ameaçador. Na verdadeira emoção o objeto impõe essa qualidade. ▪ Quando nos posicionamos é que conseguimos colocar a objetividade no seu devido lugar. Quando a objetividade esta no devido lugar temos a garantia do que pode acontecer. Conseguimos prever que o assassino não sai do filme para o mundo real. Mas quando o mundo é pleno de magia, acontecem coisas – o assassino sai da tv. Por deixar de considerar o determinismo da objetividade é que somos impedidos de prever os próximos acontecimentos da nossa vida e ficamos inseguros ontologicamente. Enquanto isso... ▪ Será que todas as emoçõessão indicativos de complicações emocionais? ▪ Quais seriam as emoções que representam uma psicopatologia, e quais não seriam? Que emoção é essa? ▪ O que essa pessoa esta sentindo? ▪ Descreva o psicofísico que fica afetado nessa situação. emoção reativa ▪ Podemos afirmar que uma emoção é reativa quando a reação emocional está proporcional ao objeto emocionador. Emoção reativa ▪ Mesmo uma emoção como a tristeza, não é psicopatológica quando é uma reação a um acontecimento na realidade. O que você vê aqui? ▪ Uma emoção é considerada psicopatológica quando a reação emocional esta desproporcional ao objeto emocionador. ▪ Uma emoção psicopatológica pode acontecer quando a reação emocional for exagerada ou minimizada. Teoria da personalidade O Pequeno Príncipe O Pequeno Príncipe ▪ Trabalho em grupo: ▪ Que partes do texto sua equipe destaca como sendo significativo para vocês? ▪ Que relações é possível de se estabelecer entre o texto lido, e a teoria vista até então? O Pequeno Príncipe ▪ Relação de função ▪ Construção do processo relacional ▪ Construção do processo emocional ▪ Consciência Irrefletida/refletida - personalidade ▪ Formiguinha carregadeira - modelo O Homem que amava Caixas ▪ https://www.youtube.com/watch?v=UJ1tnReCF74 ▪ https://www.youtube.com/watch?v=3InSut4Z-fE ▪ Trabalho em grupo ▪ Construção do sociológico – a relação com o outro. ▪ Ser, fazer e ter. Teoria da personalidade Personalidade ▪ Uma personalidade é sempre singular. Se afeta por certas coisas, imagina tais outras, move-se para determinado futuro, mediado por certas relações, tendo determinada história singular em determinado tempo e lugar concreto. ▪ A personalidade assim como todo fenômeno também é singular/universal. Cada homem é ao mesmo tempo existência e essência. ▪ É a regularidade que possibilita a ciência, pela definição das essências. Personalidade ▪ A consciência é um nada que é tudo, visto que ele é a consciência de todos os objetos. ▪ Há um lugar para o eu nessa consciência? ▪ o ego não é um habitante material nem formal da consciência. O ego não está na consciência nem formal, nem materialmente ponto, ele está fora, no mundo; É um ser do mundo, tal como o ego de outro. ▪ A personalidade é o resultado da nossa objetivação no mundo, a resultante das relações concretas e não um ponto de Opacidade pré-existente que irradia de si nosso movimento no mundo, nossos desejos e habilidades. ▪ É na relação com os outros que constituímos nossos sentimentos, e é precisamente nesse mundo concreto que nos encontramos. Personalidade ▪ é na ação real e datada que construímos nossos sentimentos, concretizamos nossas ações e unificamos nossas qualidades. ▪ A personalidade encontra-se no mundo nas relações concretas e imediatas, no mundo material onde nos deparamos com os outros, com coisas por fazer, com o futuro por conquistar. ▪ Sendo ego um objeto do mundo, pode tanto ser conhecido por mim quanto para outro o, sendo possível uma psicologia científica. personalidade Experiências psicofísicas Consciência de primeiro grau - irrefletida Consciência de segundo grau Estados ou sentimentos Ações Qualidades Personalidade ▪ Experiência psicofísica: ▪ “Quando dirijo pela estrada e um carro corta a preferencial, tenham uma experiência de repulsam imediata. Trata se de uma experiência psicofísica, onde o carro que me corta é repulsivo, ele é aquele infeliz que poderia ter provocado um acidente, esbravejo, ficou com raiva, o sangue sobe. Entretanto, volta me absorvendo no trânsito, na vaga por estacionar, na antecipação do compromisso por comparecer. A experiência de repulsa, ainda que eu argumente com alguém, não comprometer o meu futuro, minha relação com aquele carro, não comprometeu minha relação com os carros da mesma marca e cor, não comprometer o meu futuro de ser motorista. A experiência de repulsam restringiu-se a momentaneidade daquela consciência.” (erlich, 2002, p.42) ▪ Diferente da garrafa de vinho! Video Daniela Schneider ▪ De que psicopatologia necessitamos? ▪ https://www.youtube.com/watch?v=CNjioVfnPF0 ▪ Minuto 1h25 ▪ Autismo - 53 https://www.youtube.com/watch?v=CNjioVfnPF0 Trabalho em Grupo ▪ O que você entendeu sobre psicopatologia a partir desse vídeo? ▪ O que essa percepção traz de diferente na relação com o paciente na psicoterapia? consciência de primeiro grau ▪ a consciência é absolutamente absorvida nos seus objetos, onde o ego não aparece. No sinal vermelho por parar, na água por beber, na porta por fechar, temos consciências que se esgotam em ser consciência desses objetos. ▪ Quando a consciência se absorve inteiramente no objeto, temos as denominadas consciências irrefletidas espontâneas ou consciência de primeiro grau. consciência de segundo grau ▪ Em situações onde me pergunto fechei a porta, aparece para essa consciência um objeto novo, para além da porta por fechar: ou eu. Trata-se nesse caso, deu uma consciência de segundo grau, ou uma consciência que toma como objeto uma consciência passada. É nesse tipo de consciência de segundo grau que o eu aparece. ▪ O eu, ego, ou personalidade é precisamente o que singulariza cada ser humano na série de seres humanos. Estados ou sentimentos ▪ quando sinto ódio por tal pessoa é como se sempre tivesse tido e jamais deixarei de ter. Esse ódio ultrapassa uma simples experiência de repulsão, transcende sua momentaneidade, compromete o futuro é o passado, ultrapassando a instantaneidade da consciência. ▪ Os estados se dão através da experiência psicofísica, mas sempre são ultrapassados. Meu ódio faz parte do meu ser. Ele afirma sua permanência para além d cada experiência de desgosto. ▪ O estado escapa a instantaneidade da consciência, escapa aos domínios daquela experiência de repulsa. ▪ os meus sentimentos continuam a existir mesmo quando não os tomo como objeto. É o suficiente para afirmar que os estados não são da consciência. Os estados são objetos transcendentes a ela. Estados ou sentimentos ▪ Um sentimento, assim como uma mesa ou outro objeto aparece sempre por perfis a uma consciência. Os estados são objetos reais que existem fora da consciência, e como tais, aparecem diante dela por perfis. ▪ são unidades de infinidades de experiências concretas de atração ou repulsão. ▪ estados são unidades transcendentes das consciência. isso quer dizer que, os sentimentos tais como amor e ódio, são outra coisa que a consciência, por isso a unidade transcendente de uma infinidade de experiências. ações ▪ Para serem constitutivas de uma personalidade exigem ser totalizadas, mas são totalizações de experiências concretas na relação com o mundo concreto, material que exigem de nós ações a todo momento. ▪ As ações são transcendentes a consciência quando se trata de ações como caminhar, nadar, correr, por serem realizadas em meio as coisas, em meio a materialidade. ▪ As ações puramente psíquicas como duvidar, raciocinar, meditar, devem também ser entendidas como transcendências, segundo Sartre. ▪ As ações, são sempre o movimento do sujeito, corpo e consciência em relação com o mundo, e as ações serão constitutivas da personalidade, quando uma miríade de consciências irrefletidas foram totalizadas. ▪ A ação exige tempo para se consumar, é uma realização concreta no mundo, é transcende a consciência, objeto para ela, portanto passível de ser conhecido. qualidades ▪ totalizamos os estados ou ações formando as qualidades, ou seja: ao experimentar várias vezes ódios as diferentes pessoas, rancores tenazes ou longas cóleras, nós unificamos essas diversas manifestações intentando numa disposição psíquica para as produzir, segundo Sartre. ▪ essas totalizações como: sou rancorosa, por exemplo, constitui-se em um objeto transcendente, ou seja, é também objetopara a consciência. ▪ As qualidades enquanto essas totalizações de estados e ações, podem ou não serem realizadas pelo sujeito, por isso mesmo são facultativas. Entretanto os estados e ações Independem dessas totalizações para serem constitutivas do ego. ▪ são as qualidades que decorrem dos estados e ações e não o contrário. Então... E o eu/ego? ▪ Em qualquer personalidade, o caminho é sempre do concreto para o abstrato. Ou seja, encontramos sempre um sujeito que é corpo consciência, em certa situação material, datada, singular, na relação concreta com um objeto transcendente, ou seja, com outras pessoas, com as coisas. Em outros termos, encontramos sempre um sujeito absorvido numa ação ou contemplação sobre o mundo. ▪ A consciência que ocorre numa situação dessas é a consciência irrefletida de primeiro grau , ou seja, aquela que se absorve inteiramente no objeto, seja o telefone por atender, a porta por passar, os degraus for subir. ▪ Temos até aqui um sujeito que é corpo e consciência em relação com um objeto, em um lugar concreto, em determinado momento, e a consciência absorvendo se inteiramente nesse objeto. Então... E o eu/ego? ▪ Na medida em que a situação ocorrida do plano irrefletido for apropriada ou seja ao tornar-se passado e ser objeto para outra consciência, aparecerá um objeto novo para essa consciência de segundo grau além da situação passada: o ego. ▪ Se por exemplo no plano irrefletido, um sujeito bate se com a complexidade de uma equação matemática e finalmente consegue resolvê-la após várias horas; depois toma essa situação concreta do plano e refletido, como objeto de consciência, terá como objeto desta segunda consciência, além do cálculo resolvido, o eu. ▪ O eu que aqui aparece é saboreado concretamente pelo sujeito, ocorre como experiência de ser como horizonte. Trata se de uma personalidade psicofisicamente experimentando-se no presente e apontando para o ser futuro por conquistar, ou seja, tem um saber-de-ser que aponta para um campo de possibilidades de ser. Então... E o eu/ego? ▪ Esse ser concreto, que se sabe sendo, que se experimenta sendo como horizonte em seu campo de possibilidades, implica em diferentes perfis do ego. ▪ Essa é uma condição de ser do homem: viabilizar os diferentes perfis de sua personalidade, mediado por diferentes grupos, em direção ao futuro. Cada um dos perfis do ego: ser filho, pai, professor, amigo, constitui a face ativa da personalidade, ou je. A experiência da totalidade de ser quem se é, o que é o ser por inteiro movendo-se para o futuro, sendo seu projeto de ser , é o que sartre denomina moi. ▪ Aqui fica expresso como na teoria da personalidade formulada por sartre, o homem é um ser voltado para o futuro, e que portanto, a psicologia existencialista tem como espinha dorsal a noção de projeto de ser, que precisamente constitui nosso objeto de estudo. bibliografia O existencialismo é um humanismo A transcendência do ego Tese mestrado irene Artigo dani Schneider Livro formação – a Personalidade O Ser e o Nada 6/23/2021 6/23/2021 6/23/2021 6/23/2021 6/23/2021 23/06/2021 O que ficou das aulas de existencialismo pra você?
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