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Diagnóstico por Imagem Aula 3- Segmento torácico RX

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Marina Ribeiro Portugal 
 
MARINA RIBEIRO PORTUGAL 
 
AULA 3: ANATOMIA RADIOLÓGICA – SEGMENTO TORÁCICO NO RAIO X 
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1. Etimologia 
 Anatomia → Ramo da biologia no qual se estudam as estruturas e organizações dos seres 
vivos tanto externa quanto internamente 
 Radiologia → Parte da ciência que estuda órgãos e/ou estruturas através da utilização dos 
diversos diagnósticos por imagem 
 Anatomia radiológica → Estudo morfológico e seccional dos diversos sistemas que compõe 
o corpo humano, nos diferentes métodos de diagnósticos por imagem, incluindo RX, TC, 
RNM, USG e Medicina Nuclear 
2. Objetivos 
 Identificar as estruturas anatômicas perante aos diferentes estudos radiológicos 
 Interpretar as diferentes técnicas e incidências radiológicas referentes aos estudos 
3. Simplificando 
 Raio X é o primeiro exame para qualquer queixa torácica; método de investigação inicial 
 USG possui indicações específicas, avaliando as características do tipo derrame pleural; 
utilizado para derrames menores que 200mL 
 FAST USG avalia derrame pleural e pneumotórax 
 TC quando o RX não esclarece, sendo o padrão ouro para patologias torácicas; método que 
esclarece 
 RNM não serve para avaliar parênquima pulmonar; indicado para exceção onde há 
contraindicação para a TC 
4. Anatomia radiológica torácica 
 Metodologia do ABCDE do trauma para avaliar 
❖ A → Vias aéreas; traqueia centrada; brônquio fonte direito e esquerdo; carina 
❖ B → Respiração; campos pulmonares direito e esquerdo; avalia o volume (simetria); 
avalia a transparência 
❖ C → Circulação; avaliação do coração e os grandes vasos 
❖ D → Diafragma; avaliação da cúpula frênica direita e esquerda 
❖ E → Algo a mais (demais estruturas); avaliação do arcabouço ósseo, clavícula, escapula, 
úmero, vertebras e arcos costais (anteriores e posteriores); avalia as partes moles 
musculares e subcutâneo; próteses, acessos, cateteres, sondas e drenos 
 Avaliação quanto à exposição de acordo com o biotipo do paciente: 
❖ Exposição → Pode ser adequada, super (película pouco 
queimada; vê muito os corpos vertebrais; pulmão muito 
preto; estruturas vasculares apagadas) e sub (película 
muito queimada; não visualiza os corpos vertebrais) 
❖ Posicionamento → Omoplata (escapula) fora do campo; se 
está ou não rodado sendo avaliada através do traçado 
vertical no centro do corpo vertebral (dentro do corpo 
vertebral tem os pedículos (mais na parte periférica) e no 
centro tem os processos espinhosos – faz o traçado nele) e 
horizontal para estabelecer a simetria entre o espaçamento das clavículas (borda medial 
da clavícula); outro parâmetro é através do posicionamento das escapulas (ideal quando 
a escapula está fora do campo) 
❖ Inspiração → Avalia a extensão longitudinal do campo pulmonar; a avaliação de é ou não 
satisfatório é feita pela contagem das vertebras anteriores (obliquas) e posteriores 
(horizontalizados); para um RX estar com inspiração satisfatória os campos pulmonares 
anteriores devem cobrir entre 7 e 9 e posteriores entre 9 e 11 
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 Estruturas: 
 
 Incidências (direcionamento da entrada a saída do RX): 
❖ AP → Utilizado quando o paciente não consegue ficar em ortostase ou que não é 
colaborativo 
❖ PA → Melhor incidência, pois não tem falsa cardiomegalia; deixa as bordas mais 
definidas; sinal patognomônico dessa incidência é a bolha ar gástrica; sinais sugestivos 
de PA (escápula fora do campo; tamanho do coração menor e mais verticalizado; 
tamanho menor dos grandes vasos da base; menor calibre dos vasos intrapulmonares; 
maior diâmetro longitudinal dos campos pulmonares; maior numero de costelas e 
espaçamento entre elas) 
❖ Perfil 
❖ A necessidade de ter duas incidências é para evitar a sobreposição das densidades 
*Quanto maior a distância, maior distorção haverá 
 Imagem das estruturas que são avaliadas: 
 
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5. Segmentos radiológicos avaliados 
 Lobos: 
❖ Direito → Superior, médio e inferior 
❖ Esquerdo → Superior e lígula 
 Cisura (visualizado melhor no perfil): 
❖ Direito → Menor e obliqua (maior) 
❖ Esquerdo → Obliqua (maior) 
 Contornos do mediastino: 
❖ Superior direito → Veia cava superior 
❖ Inferior direito → Átrio direito 
❖ Superior esquerdo → Botão aórtico 
❖ Médio esquerdo → Tronco pulmonar 
❖ Inferior esquerdo → Ventrículo esquerdo 
 
 Bolha de ar gástrica com o nível hidroaéreo → Paciente em ortostase em PA; é o único 
sinal patognomônico de raio X e ortostase 
 Contorno da borda frênica 
 Sinal da silhueta → Ausência do contorno quando duas estruturas adjacentes possuem a 
mesma densidade 
 
6. Patologias 
 Padrões pulmonares: 
❖ Aumento da densidade pulmonar 
❖ Diminuição da densidade pulmonar 
❖ Atelectasia 
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❖ Alterações pleurais e mediastinais 
❖ Massas ou nódulos 
 Doenças que aumentam a densidade (ou redução da transparência) 
❖ Consolidação → Sinal do broncograma aéreo; sinal da silhueta 
❖ Atelectasia (COCA) → Compressivo; Obstrutivo; Cicatricial; Adesivo; redução volumétrica 
❖ Derrame pleural → Sinal da parábola; sinal do velamento costofrênico 
❖ Neoplasia → Efeito de massa persistente 
 Doenças intersticiais (infiltrado) 
❖ Reticular → Congestão pulmonar; edema intersticial (linhas B de Kerley); consolidação 
(edema alveolar) 
❖ Reticulo-nodular → Fibrose; teia de aranha 
❖ Nodular → Tuberculose miliar; sarcoidose 
 Doenças que reduzem a densidade (ou aumentam a transparência) 
❖ Enfisema → Hiperexpandida; redução difusa do parênquima; coração em gota 
❖ Pneumotórax → Tanto o raio X quanto na Tc têm ausência de vasos; USG aspecto em 
barras 
❖ Escavação → Relaciona-se com tuberculose; bola fúngica 
❖ Oligoemia → Sinal de trombo embolismo pulmonar; sinal da corcova de Hampton 
(infarto pulmonar; aspecto triangular) 
 Ângulo obtuso, patologia pleural → Extrapulmonar (ex.mesotelioma) 
 4Ts → Teratoma, tireoide, timoma e terrível linfoma (alargamento do mediastino) 
 Sinal de silhueta 
 Sinal de parábola ou do menisco 
 Índice cardiotorácico 
 
7. Raio X do tórax 
 É o método de investigação inicial do paciente com queixa torácica 
 Possui duas incidências → PA e Perfil 
 O padrão outro é a tomografia computadorizada para o tórax, especialmente quando 
envolve parênquima 
8. Padrão de aumento da densidade pulmonar 
 Espaços alveolares 
 Interstício pulmonar 
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 São três padrões: 
❖ Doença alveolar 
❖ Doença intersticial 
❖ Doença mista 
 Padrão alveolar 
❖ A consolidação pulmonar é definida como a substituição do ar dos alvéolos por líquido, 
células ou a combinação destes dois 
❖ Nos exames radiológicos estas alterações se caracterizam por imagens opacas, causando 
apagamento dos vasos pulmonares, sem perda significativa de volume do segmento 
afetado 
❖ Os limites são mal definidos, exceto quando estas lesões alcançam a superfície pleural 
❖ Brônquios aerados no interior das consolidações são chamados de broncograma aéreo 
❖ A ocupação de alvéolos pode decorrer de sangue, pus, água, proteína e células 
 
*Opacidade (ou redução da transparência) em Lobo inferior direito – é no lado direito 
pois não há o apagamento da silhueta cardíaca; a seta mostra o broncograma aereo 
 
*Opacificação (ou redução da transparência) em Lobo superior direito; a seta mostra a 
cisura horizontal 
 Padrão bilateral hilar alveolar → Sinal da asa de borboleta/morcego; relacionada ao edema 
pulmonar 
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 Edemaintersticial 
 
9. Doenças difusas pulmonares 
 Radiografia → Tem limitações para a caracterização destas lesões 
 TCAR: 
❖ Diagnóstico diferencial 
❖ Controle evolutivo 
❖ Definir locais para biópsia 
 Nódulos ou massas 
❖ Até 3cm de diâmetro é nódulo 
❖ Maior que 3cm de diâmetro é massa 
❖ Radiografia simples 
❖ TC → Estadiamento de neoplasias (granulomas, embolia séptica) 
 
 
*Opacidade nodulariforme (ou arredondada) de contornos lobulados parcialmente 
definido situado no Lobo superior 
 
*Opacidade nodulariforme com bordas lisas, sem calcificações ou nível hidroaéreo, em 
região hilar direita, podendo acometer o Lobo superior 
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10. Lesão expansiva mediastinal 
 D4Ts → Teratoma, tireoide, timoma e terrível linfoma (alargamento do mediastino); ainda 
pode ter um aneurisma de aorta 
 
*Tireoide 
 
*Terrível linfoma 
11. Pleuras e espaços pleurais 
 Os espaços pleurais têm três dimensões 
 Envolvem os pulmões e se estendem pelas fissuras 
 RX, USG, TC e RNM → Mostram lesões pleurais 
 Pneumotórax → Acúmulo de ar; ausência de vasos; procurar a linha do pneumotórax 
 
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 Derrames e proliferações celulares → Densidade de partes moles (água); aumento da 
densidade; ausência do broncograma; sinal da parábola ou do menisco 
 
12. Atelectasia 
 Perda de volume de segmento, lobo ou de todo um pulmão 
 Causas: 
❖ Obstrução brônquica 
❖ Compressão passiva (pneumotórax) 
❖ Compressão ativa (fibrose) 
❖ Alteração do surfactante 
 
 Sinais → desvio da traqueia para o lado da lesão; elevação do diafragma; repuxamento da 
cisuras 
13. Lesões hipertransparentes 
 Radiografia → Avaliação limitada 
 TCAR 
❖ Tipo de lesão → Enfisema, doenças de pequenas vias aéreas e etc 
❖ Extensão das lesões 
 Sinais do enfisema 
 
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14. Bronquiectasias 
 dilatação brônquica irreversível 
 Raio X inespecífico 
 TCAR → Diagnóstico e extensão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência bibliográfica: 
Aula de Dra. Adriana Matos (22/02 - 08/03/2021)

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