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Tecnologias educacionais Nalva Moura www.unipar.br UNIVERSIDADE PARANAENSE MANTENEDORA Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC REITOR Carlos Eduardo Garcia Vice-Reitora Executiva Neiva Pavan Machado Garcia Vice-Reitor Chanceler Candido Garcia Diretorias Executivas de Gestão Administrativa Diretorias Executivas de Gestão Acadêmica Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Comunitários Cássio Eugênio Garcia Diretora Executiva de Gestão da Cultura e da Divulgação Institucional Cláudia Elaine Garcia Custódio Diretora Executiva de Gestão e Auditoria de Bens Materiais Permanentes e de Consumo Rosilamar de Paula Garcia Diretor Executivo de Gestão dos Recursos Financeiros Rui de Souza Martins Diretora Executiva de Gestão do Planejamento Acadêmico Sônia Regina da Costa Oliveira Diretor Executivo de Gestão das Relações Trabalhistas Jânio Tramontin Paganini Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Jurídicos Lino Massayuki Ito Diretora Executiva de Gestão da Educação a Distância Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Diretora Executiva de Gestão do Ensino Superior Maria Regina Celi de Oliveira Diretora Executiva de Gestão da Pesquisa e da Pós- Graduação Evellyn Cláudia Wietzikoski Diretor Executivo de Gestão da Extensão Universitária Adriano Augusto Martins Diretor Executivo de Gestão da Dinâmica Universitária José de Oliveira Filho Diretorias dos Institutos Superiores das Ciências Diretora do Instituto Superior de Ciências Exatas, Agrárias, Tecnológicas e Geociências Giani Andréa Linde Colauto Diretora do Núcleo dos Institutos Superiores de Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas e Educação Fernanda Garcia Velásquez Diretora do Instituto Superior de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde Irinéia Paulina Baretta DEGEAD – DIRETORIA ExECUTIVA DE GESTãO DA EDUCAçãO A DISTâNCIA Diretora Executiva de Gestão da Educação a Distância Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Coordenador dos Cursos Superiores de Licenciatura e de Graduação Plena (História, Letras, Pedagogia e Filosofia) Heiji Tanaka Coordenador dos Cursos Superiores de Tecnologia e Bacharelado do Eixo Tecnológico de Gestão e Negócios (Gestão Comercial, Logística, Marketing, Processos Gerenciais e Administração) Evandro Mendes de Aguiar Coordenadora dos Cursos Superiores de Tecnologia e Bacharelado do Eixo Tecnológico de Gestão e Negócios (Gestão Financeira, Gestão Pública, Recursos Humanos e Ciências Contábeis) Isabel Cristina Gozer Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR M929t Moura, Nalva. Tecnologias educacionais / Nalva Moura. – Umuarama : UNIPAR, 2016. 74 f. ISBN: 978-85-8498-097-0 1. Educação. 2. Ensino a distância - EAD. I. Universidade Paranaense - UNIPAR. II. Título. (21 ed.) CDD: 371.33 Assessoria pedagógica Daniele Silva Marques e Marcia Dias Diagramação e Capa Diego Ricardo Pinaffo, Fernando Truculo Evangelista e Renata Sguissardi * Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela reservados. Sumário UNIDADE I – A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NA EAD ................................................................................15 Educação e tecnologia: uma parceria de sucesso .....................................16 Educar e aprender com qualidade utilizando as novas tecnologias .17 O uso das tics na educação ..................................................................................18 Professor, aluno e seus novos papéis no processo educacional mediado por tecnologias .....................................................................................20 Educação e tecnologias: surge uma nova forma de ensinar e aprender .................................................................................................22 O uso das tecnologias em materiais didáticos ............................................24 O design e sua integração com o meio educacional .................................24 Princípios do design e suas aplicações .........................................................26 Proximidade ..............................................................................................................27 Alinhamento ..............................................................................................................29 Repetição ....................................................................................................................30 Contraste ....................................................................................................................32 TecnologiaS educacionaiS Cores .............................................................................................................................33 Terminologias cromáticas ...................................................................................34 Tipografia ...................................................................................................................37 Layout ..........................................................................................................................39 O processo de criação de materiais didáticos .............................................39 UNIDADE II – CONHECENDO AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E SUAS POSSIBILIDADES PARA O PROCESSO EDUCACIONAL ................................................. 49 Conceituando tecnologias da informação e comunicação .....................50 Recursos e ferramentas que contribuem para a transmissão de conteúdos didáticos ...............................................................................................51 Editando e formatando textos ...........................................................................51 Apresentando conteúdos de forma atraente ..............................................53 Editando imagens vetoriais ................................................................................55 Editando fotos e imagens ....................................................................................56 Editoração e diagramação de materiais didáticos ....................................58 Utilizando recursos audiovisuais na produção de materiais didáticos .................................................................................................58 Utilizando softwares de autoria .......................................................................60 A internet e a educação a distância na produção de conteúdos didáticos ......................................................................................................................61 Um pouco de história sobre ead .......................................................................63 O uso dos diversos dispositivos como meio de transmissão do conhecimento ...........................................................................................................65 Surgem novas tecnologias educacionais – presente ou futuro? .........66 referências .................................................................................................73 Apresentação Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporâneo e o surgimento de um novo paradigma educacional frente às Tecnologias de Informação e Comunicação dis- poníveis que favorecem a construção do conhecimento, a revolução educacional está entre os mais pungentes, levando as universidades a assumirem a sua missão como instituição formadora, com competência e comprometimento, optando por uma gestão mais aberta e flexível, democratizando o conhecimento científico e tecnológico, atra- vés da Educação a Distância. Sendo assim, a Universidade Paranaense - UNIPAR - atenta a este novo cenário e buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, res- ponsáveis, críticos e comprometidos com a formação de uma sociedade mais demo- crática,vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e acessível estimulando o processo de autoaprendizagem. Como parte deste processo e dos recursos didático-pedagógicos do programa da Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, possa construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a importância dele em sua formação profissional. Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educação a Distância da UNIPAR. Carlos Eduardo Garcia Reitor Seja bem-vindo caro(a) acadêmico(a), Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educação a dis- tância, são compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e atividades presenciais obrigatórias, os quais individualmente e no conjunto são planejados e or- ganizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos objetivos pedagógicos estabelecidos em seus respectivos projetos. As atividades de autoestudo, de caráter individual, compreendem o cumprimento das atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e práti- cas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediação de recursos didáticos orga- nizados em diferentes suportes de informação e comunicação. As atividades de tutoria, também de caráter individual, compreendem atividades de comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre as- suntos concernentes à disciplina; auxiliá-lo na execução das atividades propostas no material didático, conforme calendário estabelecido, enfim, acompanhá-lo e orientá-lo no que for necessário. As atividades presenciais, de âmbito coletivo para toda a turma, destinam-se obriga- toriamente à realização das avaliações oficiais e outras atividades, conforme dispuser o plano de ensino da disciplina. Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integrados que se preocupa com a construção do seu conhecimento, independente da distância geográfica que você se encontra. O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade, e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora disponibilizado seja construído e apropriado de forma que, progressivamente, novos comportamentos, no- vas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por você. A interatividade será vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA, nele serão disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de tuto- ria que possibilitarão o desenvolvimento de competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento. Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos sugeridos e as indicações de leituras, resolva às atividades propostas e participe dos fóruns de discussão, considerando que estas atividades são fundamentais para o sucesso da sua aprendizagem. Bons estudos! e-@braços. Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Diretora Executiva de Gestão da Educação a Distância Introdução Prezado(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina Tecnologias Educacionais, que abordará o uso das novas tecnologias como ferramenta ativa e diferencial no pro- cesso educacional que está sendo construído na atualidade. Primeiramente, gostaria de me apresentar a você. Sou a professora Nalva Moura, graduada em Comunicação Social/Jornalismo e pós-graduada em Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial e em Gestão de Projetos, possuo experiência de aproximadamente 10 anos no ensino a distância, sendo que desses, os últimos seis foram trabalhando com gestão de equipes de produção de conteúdos, portanto espero contribuir com o seu aprendizado repassando um pouco da experiência que adquiri neste período. Este livro foi produzido com muito cuidado e dedicação visando a informá-lo(a) sobre as possibilidades oferecidas pelas TICs no processo ensino-aprendizagem, processo esse que vem passando por alterações significativas, seja pelo uso desses recursos ou mesmo pela mudança nos papéis de professores e alunos, que estão tendo que (re)pensar suas atitudes e objetivos quando o assunto é ensinar e aprender. Procurarei trazer para este material embasamentos teóricos de autores reconhecidos no meio educacional por estudarem e pesquisarem o uso e o impacto destas ferra- mentas no processo educacional. Porém, também apresentarei a você conceitos e re- cursos que são importantes quando tratamos sobre novas tecnologias educacionais e, ainda, sugerirei algumas possibilidades que poderão ser utilizadas por professores e alunos para facilitar a aquisição do conhecimento. Lembro que este material não deverá ser sua única fonte de estudos, pois não po- demos nos esquecer que uma das qualidades do aluno do EAD é a autonomia e capacidade para buscar outras formas de aprender. Sendo assim, convido você a uti- lizar este livro como norte rumo à mágica aventura no mundo do conhecimento e da experimentação que as várias tecnologias oferecem, contribuindo assim, com a sua formação profissional e também pessoal. Espero que este livro possa instigá-lo(a) a conhecer e investigar a fundo as várias possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias para adquirir conhecimento, tenho certeza de que será gratificante. Bons estudos e um ótimo aprendizado! UNIDADE I – A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS PARA A PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS NA EAD ObjetivOs a serem alcançadOs nesta unidade Prezado(a) Acadêmico(a), ao terminar os estudos dessa unidade, você deverá ser capaz de: • Conhecer as transformações que o uso das tecnologias tem gerado no meio educacional. • Apresentar os papéis de professores e alunos neste novo processo. • Compreender o que é design e sua importância para a elaboração de mate- riais didáticos. • Conhecer os princípios utilizados pelo design gráfico. • Compreender como se dá o processo de produção de materiais didáticos e os profissionais envolvidos. Para que esses objetivos sejam alcançados, é de extrema importância que você de- senvolva seus estudos com seriedade e dedicação, lendo as literaturas recomenda- das e os capítulos dos livros didáticos que forem referenciados neste guia. Bons estudos! 16 Tecnologias educacionais educaçãO e tecnOlOgia: uma parceria de sucessO Prezado(a) aluno(a), ao iniciar nossa discussão sobre o uso das tecnologias da infor- mação e comunicação na educação, gostaria de convidá-lo(a) a uma reflexão: será que essas tecnologias surgiram há pouco tempo e estão associadas ao advento da internet? Certamente seu primeiro impulso foi de responder que sim, mas receio informar que você estaria optando pela resposta incorreta, pois as mais antigas tecnologias utiliza- das no processo ensino-aprendizagem são o giz e o quadro-negro, porém as inova- ções mais recentes têm alterado toda nossa forma de viver e nos relacionarmos, e na educação não poderia ser diferente. Segundo Castells (2005, p.17), “a tecnologia não determina a sociedade: ela é a so- ciedade. A sociedade é que dá forma à tecnologia de acordo com as necessidades, valores e interesses das pessoas que utilizam as tecnologias”. Do ponto de vista deste sociólogo espanhol, os maiores avanços tecnológicos experi- mentados pela humanidade de modo geral a partir de meados do século passado or- bitam ao redor das chamadas tecnologias da informação e da comunicação, ou seja, hoje em dia é impossível pensar em nossas vidas sem estarmos conectados quase que 24 horas por dia. Como não poderia deixar de ser, as tecnologias acabaram influenciando e criando novas culturas, já que estas são dinâmicas e passíveis de mudanças e adaptações o tempo todo. De acordo com Levy (1997, p.29): as verdadeiras relações não se travam,portanto, entre a tecnologia (que seria de ordem da causa) e a cultura (que sofreria os efeitos), mas entre uma multidão de agentes hu- manos que inventam, produzem, utilizam e interpretam diversamente as técnicas. 17Tecnologias educacionais O que Levy quis dizer é que a cultura não se cria ou reinventa sozinha, esse movi- mento dinâmico se dá conforme são estabelecidas as relações humanas e estas, claro, são influenciadas por inúmeros fenômenos, dentre eles o uso das tecnologias da informação e comunicação. É aí então que começamos a pensar no uso dessas tecnologias no meio educacio- nal, pois se somos influenciados pelas relações e culturas a que estamos expostos o tempo todo, como não poderia deixar de ser, a educação também tem experimentado mudanças significativas que têm alterado toda a forma de pensar e conceber o que se é ensinar e aprender. Ao lembrarmos em como se dava o processo educacional até pouco tempo atrás é natural sentirmos que ele está ultrapassado e que é preciso mudar, inovar e evoluir a fim de acom- panhar as mudanças que estamos experimentando nos outros campos da nossa vida. É aí, caro(a) aluno(a), que se faz necessária uma análise crítica sobre como utilizar as tecnologias da forma correta visando a alcançar os objetivos educacionais estabe- lecidos e, também e principalmente, qual deve ser agora o papel do professor e o do aluno neste processo que está mudando radicalmente. educar e aprender cOm qualidade utilizandO as nOvas tecnOlOgias Caro(a) aluno(a), se é óbvio que as aulas tradicionais estão ultrapassadas também é evidente que alguns questionamentos precisam ser respondidos, dentre eles: como educar com qualidade utilizando as tecnologias e como será o papel do professor e do aluno neste novo processo? Mas antes disso, é preciso refletir sobre este processo, sobre o que é educar, ensinar e aprender. Sendo assim, tomemos o que diz Moran (2000, p.12): 18 Tecnologias educacionais Ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender áreas específicas do co- nhecimento (ciências, história, matemática). Na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade. Você pode estar confuso(a) ao pensar que educação e ensino são conceitos di- ferentes, mas pense que ensinar está ligado às leis, tradições, currículos e tudo o que está parametrizado e deve ser seguido com o intuito de se alcançar os objetivos propostos. Já educar é algo mais amplo, tem a ver com a formação do indivíduo como ser social, suas aspirações, conhecimentos, experiências e o uso delas para a formação do seu “eu social”. É aí, caro(a) aluno(a), que podemos buscar as respostas para os primeiros questiona- mentos levantados no início deste tópico, vamos lá? O usO das tics na educaçãO Se educar é um processo que envolve a formação do indivíduo como um todo, po- demos afirmar que o uso de recursos educacionais contribui significativamente para que os resultados esperados sejam alcançados. Sendo assim, as novas tecnologias viabilizam muito este processo. Mas então, querido(a) aluno(a), será que apenas o uso destes recursos, tecnologias e metodologias contribuirão para que se alcance uma educação de qualidade? Segundo Moran (2000, p.15): Nosso maior desafio é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade, que in- tegre todas as dimensões do ser humano. Para isso precisamos de pessoas que façam 19Tecnologias educacionais essa integração em si mesmas...e transitem de forma fácil entre o pessoal e o social, que expressem nas suas palavras e ações que estão sempre evoluindo, mudando, avançando. Então, é preciso que o uso das tecnologias seja um diferencial no processo educacional e que possibilite a formação de um profissional/cidadão crítico, que esteja apto a aprender e utilizar os conhecimentos adquiridos com o intuito de alcançar resultados profissionais e pessoais que sejam satisfatórios não apenas para ele, mas para toda a sociedade. É aí, prezado(a) aluno(a), que a definição de metas educacionais claras é fundamen- tal neste processo, ou então nem as tecnologias, nem excelentes professores ou ma- teriais poderão ser capazes de contribuir para uma educação de qualidade. Segundo Moran (2000, 19), “atualmente, cada vez mais processamos também a in- formação de forma multimídia, juntando pedaços de textos de várias linguagens su- perpostas simultaneamente”, portanto, ao ensinar é preciso que o educador esteja preparado para atingir seu público com a mesma intensidade como ele é atingido pelas demais informações que povoam seu cotidiano, e é aí que as tecnologias de informação e comunicação podem contribuir significativamente. É preciso extrair o que de melhor as tecnologias podem oferecem, pois se hoje as bar- reiras físicas já não são problema para que os relacionamentos e informações aconte- çam, também não pode ser um impeditivo para a educação. Se o professor conseguir criar o hábito em seus alunos de utilizar todos os recursos que eles têm disponíveis para pesquisarem e buscarem as informações que os ajudem a atingir os objetivos educacionais estabelecidos para sua disciplina, certamente este educador estará um passo à frente e contribuirá para a formação de cidadãos mais bem preparados para enfrentarem as mudanças que ainda estão por vir. Mas então, qual será o papel do professor e do aluno neste novo processo que muda tão rapidamente? 20 Tecnologias educacionais prOfessOr, alunO e seus nOvOs papéis nO prOcessO educaciOnal mediadO pOr tecnOlOgias Chegou a hora, caro(a) aluno(a), de tratarmos sobre qual deve ser o papel do pro- fessor e do aluno neste novo processo educacional que vem se desenhando e que está inserido em uma sociedade cada vez mais conectada e dependente das novas tecnologias. Behrens (2000, p.71), afirma que: Em face da nova realidade, o professor deverá ultrapassar seu papel autoritário, de dono da verdade, para se tornar um investigador, um pesquisador do conhecimento crítico e reflexivo. O docente inovador precisa ser criativo, articulador e, principalmente, parceiro de seus alunos no processo de aprendizagem. O que podemos concluir da afirmação acima é que a nova realidade educacional exige educadores que jamais deixam de ser alunos e que busquem constantemente qualificação e informação, tendo como principal objetivo a mediação do processo edu- cacional do seu aluno. Você lembra que ao iniciarmos esta unidade refletimos que a forma educacional tra- dicional está ultrapassada? Sim, esta é uma grande verdade e aqui começamos a entender o porquê disso, pois se o professor não é mais o detentor total do conhe- cimento, se seu principal papel é o de mediar o conhecimento e fornecer subsídios para que seus alunos consigam chegar aos resultados esperados, considerando que cada um aprende e apreende as informações a seu tempo e de formas diferentes, já estamos caminhando para uma grande quebra de paradigma. E essas mudanças impactam não apenas o papel do professor, mas também o do aluno, pois, ainda segundo Behrens (2000, p. 71 “o aluno precisa ultrapassar o papel 21Tecnologias educacionais de passivo, de escutar, ler, decorar e de repetidor fiel dos ensinamentos do professor e tornar-se criativo, crítico, pesquisador e atuante, para produzir conhecimento”. Esta reflexão é bastante esclarecedora e nos mostra que a quebra de paradigma é ainda mais significativa para os educandos, pois se antes a sociedade acreditava em uma educação bancária, onde o conhecimento apenas era depositado nos alunos sem que estes tivessem como criticar ou refletir sobre o que estavam “aprendendo”, eles agora tornam-se agentes ativos no processo e capazes de alterar a realidade na qual estão inseridos e buscar novas formas de acessar as informações. Sendo assim, é fundamentalque haja uma parceria e sinergia entre educadores e educandos, pois seus papéis agora se confundem e estes passam a ter os mesmos objetivos e a adquirir conhecimento da mesma forma. Porém, a principal diferença é que o primeiro precisará estar melhor capacitado e munido de informações que auxi- liem na formação do segundo, sem imposições ou críticas, mas sendo um ser atuante na construção do aprendizado em que todos estão envolvidos. É aí que o uso das novas tecnologias torna-se fundamental, pois com seus mais va- riados recursos de conexão, pesquisas e interações, elas revolucionam a forma de ensinar e aprender e permitem que as aulas convencionais deixem de ser monótonas e tornem-se algo atrativo, livre de horários, espaços físicos ou imposições. Então, o papel do professor passa a ser fundamental, pois ele deve ser o orientador neste pro- cesso e fazer com que não se perca o foco estabelecido e que todos caminhem juntos para alcançar o conhecimento que se espera. Querido(a) aluno(a), gostaria de salientar que sabemos que estas mudanças de paradig- mas e de papéis no processo educacional ainda fazem parte de um processo novo e que não é realidade em muitos bancos escolares. Minha intenção é a de apresentar a você o que vem sendo discutido e percebido por pesquisadores da área e qual é a realidade para a qual estamos caminhando, mas sabendo que ainda há muito o que se construir. 22 Tecnologias educacionais Sendo assim, compartilho com você uma afirmação do professor Masetto (2000, p.142): Para nós, professores, essa mudança de atitude não é fácil. Estamos acostumados e sentimo-nos seguros com nosso papel tradicional de comunicar ou transmitir algo que conhecemos bem [...] confiar no aluno, acreditar que ele é capaz de assumir a respon- sabilidade pelo seu processo de aprendizagem junto conosco [...] todos esses compor- tamentos exigem, certamente, uma grande mudança de mentalidade, de valores e de atitude de nossa parte. Sim, caro(a) aluno(a), todas estas questões têm exigido mudanças de mentalidade e de postura de todos os envolvidos, mas certamente nós, professores, somos os que mais precisam se adequar e aceitar que é preciso se reinventar para que nosso tra- balho seja capaz de dar os frutos almejados e formar cidadãos mais bem preparados para enfrentarem a nova realidade que está surgindo. educaçãO e tecnOlOgias: surge uma nOva fOrma de ensinar e aprender Imagino que você, caro(a) aluno(a), que integra essa nova realidade educacional e que também está vivenciando a mudança de papéis que acabamos de tratar, possi- velmente imaginou ao iniciar seu curso a distância que o uso das tecnologias seria predominante e que os professores e tutores que o acompanhariam seriam exímios entendedores das novas tecnologias, correto? Na modalidade a distância este fato está mais próximo da realidade, mas no presen- cial não é bem assim. Professores e alunos ainda estão se adequando e buscando integrar o uso das tecnologias em seu dia a dia de sala de aula, mas é preciso cautela, pois apenas inserir estas tecnologias sem definições claras dos objetivos que se pre- tendem alcançar pode gerar resultados desastrosos. 23Tecnologias educacionais Masetto (2000, p.143), nos alerta que: As técnicas precisam ser escolhidas de acordo com o que se pretende que os alunos aprendam. Como o processo de aprendizagem abrange o desenvolvimento intelectual, afetivo, o desenvolvimento de competências e de atitudes, pode-se deduzir que a tec- nologia a ser usada deverá ser variada e adequada a esses objetivos [...]. É preciso que haja coerência entre as técnicas que serão utilizadas e os novos papéis, tanto do aluno quanto do professor. Por isso, é fundamental que se tracem estratégias educacionais que fortaleçam este papel e o uso das tecnologias seja voltado a desen- volver o potencial de cada um, conforme as metas estabelecidas. Não podemos nos iludir pensando que o uso exagerado de uma ou duas técnicas serão suficientes para que se trilhe o caminho delimitado. Pelo contrário, é preciso considerar as especificidades que cada conteúdo exige para que, assim, se consiga definir quais os recursos que melhor auxiliarão no processo de aprendizagem. Por exemplo, em uma aula expositiva, o educador poderá utilizar recursos audiovisu- ais que facilitem a compreensão do tema abordado ou, ainda, reforçar os conceitos que foram tratados. Já disciplinas exatas permitem que o professor faça uso de labo- ratórios de informática e de games que facilitem a prática das teorias trabalhadas e aproximam a aplicação do conteúdo à realidade do aluno. As possibilidades são inúmeras, mas nem por isso todas precisam ser aplicadas de forma exagerada. Cabe ao professor/mediador perceber qual a que oferece os recur- sos mais adequados e propor o uso por parte de seus educandos, sem esquecer que pode ser que essa escolha não seja a mais correta e que, talvez, sejam necessários ajustes no meio do caminho. É fundamental estar atento ao desenvolvimento dos alunos e, principalmente, ter bem claro que nem tudo o que está disponível na rede é verdade absoluta e que aquilo o 24 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS que foi publicado hoje, pode ser alterado ou excluído amanhã, por isso deve-se primar pela qualidade e não pela quantidade de informações que são absorvidas da internet. Conforme Moran (2013, p 02), “os professores podem ajudar os alunos incentivando -os a saber perguntar, a enfocar questões importantes, a ter critérios na escolha de sites, de avaliação de páginas, a comparar textos com visões diferentes”. A criticidade de todos os atores envolvidos no processo educacional se faz necessária desde o início, ao avaliar quais recursos devem ser utilizados e analisar com cuidado as informações e fontes que estão sendo pesquisadas. Essas posturas certamente contribuirão para que se faça um trabalho educacional visando a qualidade, focando não apenas o uso das tecnologias em sala de aula, mas sabendo utilizá-las de modo com que contribuam para a construção de um aprendizado sólido e capaz de contri- buir para uma mudança de postura por parte de toda uma sociedade. reflita “A ciberaprendizagem é o terreno por excelência das experiências e das atividades pedagógicas inovadoras utilizando a autoformação e inventando abordagens novas em razão das tecnologias utilizadas [...]” (MARCHAND, 2002, p.05). O usO das tecnOlOgias em materiais didáticOs O design e sua integração com o meio educacional Querido(a) aluno(a), começaremos agora a conhecer as possibilidades que as novas tecnologias da informação e comunicação oferecem para a produção de materiais didáticos que auxiliem no processo ensino-aprendizagem. 25Tecnologias educacionais Então, para iniciamos, é importante sabermos o que é design e qual seu papel neste novo processo. Segundo Cardoso (2004, p.14): A origem mais remota da palavra está no latim designare, verbo que abrange ambos os sentidos, o de designer e o de desenhar. Percebe-se que do ponto de vista epistemo- lógico, o termo já contém nas suas origens uma ambiguidade, uma tensão dinâmica, entre um aspecto abstrato de conceber/projetar/atribuir e outro concreto de registrar/ configurar/formar. A maioria das definições concorda que o design opera a junção des- ses dois níveis, atribuindo forma material a conceitos intelectuais. Trata-se, portanto, de uma atividade que gera projetos, no sentido objetivo de planos, esboços ou modelos. Seguindo o raciocínio do autor, caro(a) aluno(a), compreendemos que o design é a arte de transformar conceitos, ideias e informações em algo concreto e moldá-lo con- siderando a melhor maneira de repassar a mensagem ao seu receptor. Mas então, qual a aplicação do design no meio educacional? Considerando que agora o professor tem a seu dispor não apenas o quadro e o giz para repassar os conteúdos, mas uma gama enorme de recursos tecnológicos que apresentam uma infinidade de possibilidades,o design faz-se importante para contribuir na concepção dos projetos que serão abordados e moldá-los conforme as necessidades de cada disciplina. É então que um ramo do design apresenta-se para auxiliar nesta concepção, é o design gráfico. Conforme Hollis (2001, p 01, “o design gráfico é a arte de criar ou es- colher marcas gráficas, combinando-as numa superfície qualquer para transmitir uma ideia”. Ainda segundo o autor, estas marcas gráficas seriam “como linhas de um dese- nho ou os pontos de uma fotografia [...] são signos cujo contexto lhes dá um sentido especial e cuja disposição pode conferir-lhes novo significado” (p 01). Sim, caro(a) aluno(a), o design gráfico é responsável por definir layouts, formas e con- ceitos gráficos visando a melhor transmissão da mensagem que está sendo trabalhada 26 Tecnologias educacionais e isso, até então, fazia parte apenas do mundo publicitário e mercadológico. Mas se não estamos discutindo aqui qual a melhor maneira de comercializar um produto ou serviço, por que estamos adentrando estes conceitos? É simples: porque agora, com o uso das TICs, essa área tem migrado para o meio educacional visando a contribuir para a formatação de materiais visualmente atrativos e informativos com o intuito de atingir da melhor forma os receptores das mensagens que estão sendo trabalhadas, no caso, os estudantes. Conforme já discutimos, os recursos tecnológicos são inúmeros e suas possibilidades devem ser exploradas ao máximo com o intuito de se alcançar os objetivos educacio- nais propostos e, para isso, a estruturação de conteúdos bem trabalhados e sua dis- ponibilização nas mais variadas plataformas pode contribuir significativamente para o alcance dos resultados esperados. É aí então que presenciamos a importância da multidisciplinaridade no meio educa- cional, pois o professor pode agora trabalhar em conjunto com profissionais de outras áreas e essa integração certamente gerará frutos altamente criativos e capazes de transformar a realidade educacional que até então conhecemos. princípiOs dO design e suas aplicações O designer, que é o profissional que trabalha com design gráfico, precisa conhecer alguns princípios básicos que norteiam o seu trabalho no desenvolvimento dos mais variados projetos. Como não deixaria de ser, é preciso conhecer tais princípios para que a produção de materiais didáticos atendam as exigências da área e possibilitem a formatação de conteúdos atrativos e eficientes, facilitando o entendimento da mensagem que está sendo trabalhada para os alunos. É evidente, caro(a) aluno(a), que não conseguiremos trabalhar à fundo todos os 27Tecnologias educacionais conceitos que a área contempla, até porque nosso propósito neste livro não é o de formar futuros designers gráficos, mas apresentar a você as possibilidades que a área oferece e como elas podem ser aplicadas na transmissão do conhecimento mediada por recursos tecnológicos afinal, você está inserido(a) neste novo contexto educacio- nal e seu aprendizado também contempla estes novos recursos, então vamos lá! prOximidade Williams (2013), salienta que o Princípio da Proximidade afirma que devemos agrupar itens relacionados, aproximá-los fisicamente, para que sejam vistos como um grupo coeso em vez de um monte de pedaços sem relação. Este princípio determina a maneira como as informações devem ser distribuídas em uma página ou layout, de forma com que facilitem a leitura e visualização do conteúdo apresentado. O autor chama atenção, ainda, para o fato de que itens ou grupos de informações que não estejam relacionados não devem estar próximos, o que dá ao leitor uma dica visual imediata da organização e do conteúdo da página. Imagine uma página de texto que esteja repleta de informações desconexas, sem sentido e agrupadas de maneira desorganizada. Certamente sua primeira reação se- ria a de ficar incomodado(a) e, possivelmente, abandonar a leitura. Pois bem, o prin- cípio da proximidade estabelece regras para a distribuição de tais informações e men- sagens, considerando a melhor forma de agrupar as mensagens fazendo com que a visualização aconteça de maneira confortável e capaz de deter a atenção do receptor. Observe o exemplo a seguir: 28 Tecnologias educacionais Minhas flores: Calêndula Amor-perfeito Crisântemo Madressilva Margarida Primavera Cravo Prímula Minhas flores: Calêndula Amor-perfeito Crisântemo Madressilva Margarida Primavera Cravo Prímula Adaptado de Williams (2013) Ao ler a lista do lado esquerdo, o que você imagina sobre todas essas flores? Prova- velmente, que elas têm algo em comum, certo? Na lista à direita, o que você imagina? Parece que as últimas quatro flores são diferentes das outras. Você entende isso ins- tantaneamente e sem ter consciência de que entendeu. Você sabe que as últimas quatro flores são diferentes porque elas estão fisicamente separadas do resto da linha. Esse é o conceito da proximidade: em uma página (como na vida), a proximi- dade física indica uma relação (WILLIAMS, 2013, p.15). Ao produzir materiais didáticos este princípio torna-se fundamental porque determina a composição de páginas, distribuindo de forma agradável textos e imagens que tenham re- lação e contribui para uma melhor apresentação do conteúdo que está sendo trabalhado, sempre considerando a plataforma na qual tal material será apresentado para os alunos. Tenho certeza de que você, como aluno(a) de um curso a distância, consegue perce- ber alguns diferenciais de um conteúdo bem produzido e aí, caro(a) aluno(a), o princí- pio da Proximidade faz toda a diferença, pois sua principal função é a de organizar as informações, contribuindo assim para uma leitura prazerosa e de fácil compreensão. 29Tecnologias educacionais alinhamentO Segundo Williams (2013, p 50.), “a finalidade básica do alinhamento é de unificar e organizar a página [...] geralmente, é um alinhamento forte (combinado com a fonte adequada) que cria um visual sofisticado, formal, divertido ou sério”. Ou seja, o alinha- mento serve para conectar de forma correta os elementos que estão sendo trabalha- dos levando em consideração a forma visual mais agradável para o leitor. Este princípio leva em consideração a ligação visual que as informações possuem entre elas, mesmo que estejam fisicamente separados, pois quando estão bem ali- nhados eles tornam-se uma unidade forte e coesa. Observe o exemplo a seguir: Fonte: Williams (2013, p.34) 30 Tecnologias educacionais Sendo assim, prezado(a) aluno(a), verificamos que o alinhamento torna possível tra- balhar diversas informações fazendo com que se conectem entre si e alcancem o objetivo comum de informar de forma clara e visualmente organizada. repetiçãO Este princípio é bastante utilizado não apenas por designers, mas por todos nós que costumamos escrever documentos, trabalhos acadêmicos, artigos etc., pois ele nada mais é do que a padronização de elementos que são utilizados nestes materiais fa- zendo com que sejam unificados e criando mais interesse visual por eles. Conforme afirma Williams (2013, p 51.), “o elemento repetitivo pode ser a fonte em negrito, uma linha grossa, um certo marcador, uma cor, um elemento de design, um formato especial, enfim, qualquer coisa que o leitor reconheça visualmente”. Vejamos o exemplo a seguir: 31Tecnologias educacionais Fonte: Williams (2013, p.54) Sendo assim, caro(a) aluno(a), percebemos que muitos dos princípios do design grá- fico são utilizados pela grande maioria das pessoas que se preocupam em apresentar 32 Tecnologias educacionais trabalhos e documentos visualmente bonitos e padronizados, favorecendo assim a compreensão do receptor da mensagem. cOntraste Caro(a) acadêmico(a), assim como tudo na vida, no design também existe elementos que são totalmente diferentes e contrastantes, porém, se forem utilizados corretamen- te, eles podem contribuir significativamentepara a transmissão de uma informação. Williams (2013, p 65.) diz que “o contraste é criado quando dois elementos são dife- rentes. Se dois elementos forem apenas um pouco diferentes não haverá contraste, haverá conflito”. O autor exemplifica dizendo que “você pode contrastar uma fonte grande com uma pequena; uma fonte em um gracioso estilo antigo com uma fonte sem serifa em negri- to; uma linha fina com uma linha grossa, etc.” (p 65.). Ao criar um contraste em um layout não se pode ter medo, é preciso ousar e contras- tar elementos que sejam totalmente diferentes e prendam logo a atenção do receptor, conforme veremos a seguir: 33Tecnologias educacionais Fonte: Williams (2013, pp.68 e 69) cOres As cores estão presentes em todos os âmbitos da nossa vida, existem vários estudos sobre qual a melhor forma de serem empregadas em vários campos profissionais e pessoais e, em algumas culturas, são utilizadas até mesmo para definir gêneros se- xuais, como o rosa e o azul, por exemplo. 34 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Bom, vejamos agora a importância de se utilizar corretamente as cores na comunica- ção visual. Para Ambrose e Harris (2013, p.117): A cor acrescenta dinamismo a um design, atrai a atenção e pode produzir reações emocionais. Ela também pode facilitar a organização dos elementos em uma página – dividindo elementos em zonas ou agrupando itens semelhantes, codifi cando certos tipos de informações e auxiliando o receptor a encontrar as informações que deseja [...] O uso da cor deve enriquecer a capacidade e um design de comunicar, conferindo-lhe hierarquia e ritmo. O uso das cores deve estar de acordo com a fi nalidade de cada material a ser pro- duzido e seguir o padrão defi nido para cada layout. Por isso, é importante levar em consideração o objetivo de cada um, pois conforme nos alertam os autores, as cores estão diretamente ligadas às emoções e sentimentos, por isso é importante ter crité- rios claros ao utilizá-las, considerando o meio em que a informação será transmitida. terminOlOgias crOmáticas Vamos agora conhecer algumas terminologias que são fundamentais ao se trabalhar com cores, principalmente quando o intuito principal é o de comunicar visualmente. saiba mais Por que temos uma cor preferida? Por que escolhemos sempre as mesmas cores? Por que pintei meu quarto com aquela cor? As cores estão por toda parte e não as escolhemos apenas porque são agradáveis ou porque gostamos. As cores represen- tam algo e nós preferimos e/ou escolhemos porque nos identifi camos com o que elas “dizem”. Veja os signifi cados de algumas cores. 35Tecnologias educacionais Leia mais em: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online: Mais de 1000 cursos online com certificado. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/cotidiano/artigos/49290/cromoterapia-significado- das-cores#ixzz3pbNuTWj8>. • Círculo Cromático Williams (2013) afirma que “o círculo cromático começa com amarelo, vermelho e azul. São as chamadas cores primárias porque são as únicas que não podemos criar” (p.92). Ou seja, estas são as únicas cores que não podem ser obtidas por meio da mistura de outras, elas originam todas as outras cores. Fonte: Williams (2013, p.92) 36 Tecnologias educacionais Já as cores secundárias resultam da mistura em quantidades iguais das cores primá- rias, como você já deve saber desde criança quando utilizava giz de cera e lápis de cor. Portanto, sabemos que amarelo e azul fazem o verde; azul e vermelho fazem o roxo, vermelho e amarelo fazem o laranja. Fonte: Williams (2013, p.92) Por último, temos as cores terciárias, que são o resultado das misturas entre as cores primárias e as secundárias, sempre em quantidades iguais. 37Tecnologias educacionais Fonte: Williams (2013, p.93) Assim, completa-se o círculo cromático com 12 cores básicas cujas combinações po- dem resultar em inúmeras outras que podem ser trabalhadas juntas ou separadas. Prezado(a) aluno(a), o princípio das cores poderia render ainda muitos outros assun- tos que são interessantes a designers e profissionais que trabalham com comunica- ção visual, porém, como já foi dito anteriormente, nosso foco aqui é o de apresentar a você os princípios básicos utilizados por esta área, porém sem nos aprofundarmos totalmente ou poderíamos perder o foco deste livro. Caso tenha interesse em buscar mais informações sobre qualquer um dos assuntos relatados aqui, você pode utilizar as referências bibliográficas e também os livros que são sugeridos ao término da unidade, tenho certeza de que você encontrará muitas informações interessantes. Então, vamos adiante? tipOgrafia A tipografia nada mais é do que o uso adequado das fontes, levando em consideração seus estilos, formatos, mensagem e o meio pelo qual será transmitida. 38 Tecnologias educacionais A escolha de uma fonte correta está intimamente ligada à forma visual do texto que será lido, pois segundo Ambrose e Harris (2012, p55), “a seleção da forma visual pode afetar significativamente a legibilidade da ideia escrita e as sensações de um leitor em relação a ela”. Hoje em dia, os designers têm a sua disposição uma infinidade de tipos de fontes e muitas estão surgindo diariamente, por isso é importante ter bom senso e estar aten- to(a) ao contraste que podem ser utilizados ao se elaborar um material gráfico. Vejamos algumas relações que Williams (2013) nos apresenta ao se definir o estilo da fonte: • Uma relação concordante ocorre quando se usa apenas uma família de fon- tes sem muita variação de estilo, tamanho, pelo e assim por diante. É fácil deixar a página harmonizada e a disposição tende a parecer calma e bastante serena ou formal [...] às vezes, bem chata. • Uma relação conflitante ocorre quando se combinam fontes semelhantes (mas não a mesma fonte) em estilo, tamanho, peso e assim por diante. As semelhanças são perturbadoras porque a atração visual não é a mesma (con- cordante), mas também não é diferente (contrastante). Por isso, há conflito. • Uma relação contrastante ocorre quando se combinam fontes e elementos separados que são claramente diferentes uns dos outros. Os designs visual- mente atraentes e instigantes, que chamam a atenção, costumam ter muito contraste, e esse contraste é enfatizado (p.145). Sendo assim, caro(a) estudante, a escolha da fonte mostra-se fundamental ao se transmitir uma informação e isso é importante também para a produção de materiais 39Tecnologias educacionais didáticos, afinal sua principal função é a de gerar conhecimento utilizando todas as formas que estão disponíveis. Layout Para Ambrose e Harris (2012, p33), “layout é o arranjo dos elementos do design em relação ao espaço que eles ocupam no esquema geral do projeto. Também é chama- do de gestão da forma e do espaço”. Quando lemos um livro ou uma revista e admiramos a sintonia com que os elemen- tos visuais são distribuídos, facilitando nossa leitura e visualização da mensagem, estamos admirando na verdade o layout que foi estabelecido e que contribui para a padronização dos conteúdos que estão sendo abordados. Na formatação de materiais didáticos também deve-se seguir essa premissa, pois um layout bem elaborado facilita o processo de aprendizagem dos alunos e contribui para a criação de uma identidade visual da Instituição que o produziu, sendo que este poderá ser utilizado nos mais diversos formatos, sejam livros impressos, objetos de aprendizagem, e-books, videoaulas, entre outros. O prOcessO de criaçãO de materiais didáticOs Prezado(a) aluno(a), agora que já vimos a importância do design para a concepção de materiais gráficos e, como não poderia deixar de ser, para a produção de mate- riais didáticos, vamos compreender como se dá o processo de escrita e produção destes materiais, os processos e profissionais envolvidos até que eles cheguem ao seu destino final, no caso você, estudante. Antes de mais nada, é necessário que se definam os objetivos educacionaisque se quer alcançar com tais materiais e os meios onde serão disponibilizados, sempre con- siderando o plano de ensino da disciplina. 40 Tecnologias educacionais Cardoso e Silva (2008, p.1), afirmam que: Ao se pensar em uma metodologia para construção de materiais didáticos, o início do caminho é discutir algumas questões pedagógicas. Os conteúdos estudados e o conhecimento que será incorporado ao aluno, estão intrinsecamente ligados à proposta pedagógica do curso. A responsabilidade sob este conteúdo, em relação à sua responsabilidade social, é primordial, pois estes conhecimentos levarão ao descobrimento e entendimento dos saberes que a área de conhecimento da futura profissão escolhida possui. A partir de uma ementa oriunda do Projeto Pedagógico, o planejamento é siste- matizado sob a responsabilidade de ser a base que direciona de que forma os temas e propostas contemplarão os assuntos específicos determinados através das unidades de conteúdo. Também é preciso considerar a necessidade de se estabelecer um processo de produ- ção bem definido, definindo funções, etapas, cronogramas, profissionais envolvidos e, por que não, os possíveis riscos que este processo poderá sofrer durante o percurso, pois assim será possível trabalhar as incertezas visando o cumprimento das metas. Porém, caro(a) estudante, não basta apenas definir este processo, é necessário tam- bém que ele seja gerenciado. Geralmente as Instituições contam com um coordena- dor ou gerente que tem a responsabilidade de garantir que este gerenciamento acon- teça, sempre estando em contato com os profissionais envolvidos e que seja capaz de detectar as possíveis falhas e definir estratégicas para corrigi-las quando necessário. Inicialmente, é preciso definir os autores que, na maioria das vezes, são professores conteudistas que ministram as disciplinas relacionadas ao conteúdo a ser trabalhado. Estes precisam dominar o assunto e estar preparados para repassar o conhecimento conforme o que estabelece a ementa. 41Tecnologias educacionais É fundamental que a Instituição ofereça suporte aos autores, oferecendo orientação, capacitação e, principalmente, subsídios para que consiga discorrer o assunto da me- lhor forma possível. Para isso, existe um profissional de uma área bastante nova, mas que tem a responsabilidade de oferecer este suporte aos conteudistas, dentre outras funções, é o designer instrucional. Segundo Filatro (2004, p.10): De maneira simplista, dizemos que o design instrucional - DI é uma ação intencional e sistemática de ensino que envolve o planejamento, desenvolvimento, aplicação de técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas, a fim de promover a aprendizagem humana. Percebemos, então, que é primordial sistematizar o processo de produção dos materiais didáticos, estabelecendo critérios e visualizando qual a melhor ma- neira de repassar o conteúdo que está sendo trabalhado, daí a importância do profissional de DI. A produção de conteúdos didáticos para EAD não termina após o conteudista concluir sua função, na verdade, podemos até mesmo dizer que é aí que o verdadeiro proces- so de produção inicia. Uma equipe multidisciplinar entra em ação visando a formatar tais materiais conforme os cronogramas e padrões definidos por cada IES. E como é maravilhoso perceber que a educação pôde agregar profissionais das mais diversas áreas. Além dos designers gráficos e instrucionais, a concepção de materiais didáticos bem feitos exige ainda a participação de revisores ortográficos, ilustradores, diagramadores, web designer, jornalistas, cinegrafistas, editores, enfim, uma equipe multidisciplinar voltada a desenvolver os conteúdos conforme as mais variadas plata- formas que as tecnologias oferecem. 42 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Enfi m, caro(a) aluno(a), podemos perceber que as novas tecnologias não apenas passaram a oferecer novas possibilidades de ensinar, mas também abriram campo para a inserção de outros profi ssionais que, certamente, têm agregado signifi cativa- mente o processo ensino-aprendizagem gerando materiais cada vez mais ricos visual e pedagogicamente. pré-requisitOs para a cOmpreensãO da unidade Para compreensão desta unidade, é muito importante: • Compreender as mudanças que vêm impactando o processo ensino-aprendi- zagem mediado por novas tecnologias. • Entender que o uso das TICs tem exigido uma mudança de postura, tanto de professores quanto de alunos e que agora, em alguns momentos, seus papéis se confundem. • Identifi car a importância do design para a composição de materiais didáticos e os princípios que regem este ramo profi ssional. • Compreender a importância de um processo de produção bem defi nido e os profi ssionais envolvidos na produção de materiais didáticos para EAD. 43TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS atividades para cOmpreensãO dO cOnteúdO 1) Nos dias atuais, o professor pode fazer uso de uma série de tecnologias para au- xiliá-lo no processo ensino-aprendizagem, porém não são apenas os dispositivos que acessam à internet que podem ser considerados tecnologias. Sendo assim, assinale a alternativa que apresenta os primeiros recursos tecnológicos utilizados pelos professores em sala de aula: a) Computador e tablet. b) Quadro-negro e giz. c) Televisão e computador. d) Pincel e lousa branca. e) Nenhuma das alternativas está correta. 2) Conforme estudamos, o uso das novas tecnologias no meio educacional tem exigido uma mudança de postura, tanto de professores quanto de alunos. Assinale a alterna- tiva que apresenta o novo papel desempenhado pelo professor neste processo: a) Cabe ao professor oferecer os conhecimentos de maneira clara e que não exija que seus alunos busquem outras formas de aprender. b) O professor não precisa mais se preocupar em orientar seus alunos, apenas mostrar onde devem buscar o conhecimento. c) Ele deve repassar os conteúdos e criar formas que possibilitem que seus alu- nos decorem o que foi ensinado. d) O professor deve ser mediador e orientador, oferecendo suporte a seus alunos para que alcancem os objetivos educacionais conforme a realidade de cada um. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 44 Tecnologias educacionais 3) O uso das tecnologias tem alterado toda a realidade educacional que conhece- mos e possibilitado que profissionais de outras áreas sejam inseridos nesse novo contexto. Assinale a alternativa que apresenta o profissional responsável pela formatação gráfi- ca e visual dos materiais didáticos utilizados na EAD: a) Designer gráfico. b) Designer de produto. c) Design gráfico. d) Designer instrucional. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 4) O design gráfico faz uso de alguns princípios básicos para a criação de materiais visualmente agradáveis e que facilitem a compreensão da mensagem que está sendo transmitida. Assinale a alternativa que apresenta o conceito básico para o uso de cores na produção de materiais gráficos: a) Cores primárias e secundárias. b) Círculo cromático. c) Tipografia. d) Contraste. e) Nenhuma das alternativas anteriores. 45TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS 5) Para a produção de materiais didáticos voltados a EAD é necessário contar com autores que dominem o conteúdo a ser trabalhado e sejam capacitados e orienta- dos a fi m de se alcançar os objetivos estabelecidos. Qual profi ssional é responsá- vel por acompanhar os conteudistas e verifi car a padronização destes materiais? a) Designer gráfi co. b) Gerente de processos. c) Design. d) Designer instrucional. e) Nenhuma das alternativas anteriores. artigOs, sites e LINKS Artigos: ALMEIDA, F. J.; SILVA, M. G. M. O currículo como direito e a cultura digital. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/20229/15391>. ALMEIDA, M. E. B. Maria Elizabeth de Almeida fala sobre tecnologia na sala de aula. Disponível em: <http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/entrevista-pesquisa-dora-puc-sp-tecnologia-sala-aula-568012.shtml>. ______. Tecnologias trazem o mundo para a escola. Disponível em: <http://portaldo- professor.mec.gov.br/noticias.html?idCategoria=8&idEdicao=2>. MORAN, J. M. Educação Humanista Inovadora. Disponível em: <http://www2.eca. usp.br/moran/>. 46 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS ______. O Uso das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação na EAD - uma leitura crítica dos meios. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/ pdf/T6%20TextoMoran.pdf>. REVISTA TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO. Disponível em: <http://tecnologiasnaedu- cacao.pro.br/>. site: <www.abradi.com.br>. livrOs recOmendadOs FILATRO, Andrea. Design Instrucional na Prática. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2000. 47TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS prOpOsta para discussãO oN-LINE - Roberto é professor universitário há 20 anos, possui doutorado e é muito res- peitado em sua área. Agora, ele foi convidado para ministrar aulas a distância e, no primeiro momento, pensou em não aceitar, pois não estaria em sua zona de conforto e sua opinião sobre esta modalidade não era das melhores, ele imagina- va que a EAD não conseguia realmente formar profi ssionais críticos e preparados para o mercado. Porém, decidiu encarar o desafi o e então foi surpreendido por uma realidade total- mente nova e encantadora. O uso das tecnologias, a produção coletiva e a intera- ção com os alunos fez Roberto rever seus conceitos e mudar sua opinião sobre o ensino a distância. Com base no exemplo acima, elabore uma análise crítica que contenha de 7 a 10 linhas comentando sobre a atitude de Roberto e de outros profi ssionais que têm a mesma postura dele e como a EAD tem alterado a realidade educacional brasileira. O ensino a distância e o uso das tecnologias têm contribuído para uma quebra de pa- radigmas na educação brasileira, possibilitando a formação de indivíduos autônomos, que comandam seu processo de aprendizagem e capazes de buscar conhecimento nas mais variadas fontes de informação. 48 Tecnologias educacionais 49Tecnologias educacionais UNIDADE II – CONHECENDO AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E SUAS POSSIBILIDADES PARA O PROCESSO EDUCACIONAL ObjetivOs a serem alcançadOs nesta unidade Prezado(a) Acadêmico(a), ao terminar os estudos dessa unidade, você deverá ser capaz de: • Compreender o que são tecnologias da informação e comunicação. • Conhecer os recursos e ferramentas oferecidas pelas novas tecnologias. • Entender o papel das TICs no processo educacional. • Compreender a importância da internet para a expansão do ensino a distância. • Conhecer as novas tecnologias que estão surgindo e a importância delas para o futuro da educação. 50 Tecnologias educacionais cOnceituandO tecnOlOgias da infOrmaçãO e cOmunicaçãO Prezado(a) aluno(a), conforme vimos anteriormente, as tecnologias estão presentes na vida do ser humano desde sempre e foram fundamentais para que a sociedade evoluísse e chegasse onde estamos hoje. Sendo assim, a inclusão de técnicas inova- doras no processo ensino-aprendizagem tornou-se uma realidade cada vez mais pre- sente nos dias atuais e o termo TICs, ou Tecnologias da Informação e Comunicação, vem sendo usado cotidianamente em muitos âmbitos de nossas vidas. Mas afinal, o que são as TICs? Com o intuito de contextualizar esse novo termo e identificar sua importância para o meio educacional, vamos iniciar este capítulo com a definição de Sancho (1998, p.54): Com os anos 80 chegam, sob a denominação de “novas tecnologias da informação e da comunicação”, novas opções apoiadas no desenvolvimento de máquinas e dispositivos projetados para armazenar, processar e transmitir, de modo flexível, grandes quantida- des de informação. A autora confirma a evolução das técnicas que são utilizadas pelo homem e destaca que as TICs passaram a contribuir para a transmissão de conhecimento em larga es- cala, afinal, como ela própria afirma, com o uso destas tornou-se possível transmitir grandes quantidades de informações em um curto espaço de tempo e o fato de poder armazenar tais informações em dispositivos cada vez mais rápidos, robustos e meno- res, é algo fascinante e que mudou também a realidade educacional. Sendo assim, podemos afirmar que tais tecnologias começaram a ser inseridas aos poucos em sala de aula, evoluindo do uso de simples projetores a ambientes virtuais de aprendizagem que podem ser acessados a qualquer momento, de qualquer lugar. O uso destes dispositivos vem mudando a realidade educacional e contribuindo para que o conhecimento esteja acessível a um número cada vez maior de pessoas e que 51TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS se encontram nos mais diversos lugares, pois a educação a distância tem se tornado uma realidade cada dia mais sólida e só pôde evoluir graças às novas tecnologias de informação e comunicação. Comecemos agora, querido(a) aluno(a), a conhecer um pouco melhor sobre essas tecnologias, suas ferramentas e recursos e para quais objetivos podem ser utilizados na educação, vamos lá? reflita Existem diversos recursos e mídias que podem ser utilizados no processo educacio- nal, portanto será que ainda há espaço para surgirem novas tecnologias? Se sim, qual o papel que elas desempenharão daqui em diante? recursOs e ferramentas que cOntribuem para a transmissãO de cOnteúdOs didáticOs editando e formatando textos Prezado(a) aluno(a), é válido afi rmar que de todas as técnicas evolutivas que o ho- mem alcançou, a maior, sem sombra de dúvida, é a escrita, pois sem ela seria impos- sível nos comunicarmos e repassar o conhecimento adquirido durante nossas vidas. Começando pelos desenhos nas cavernas e passando pelo uso da pena e tinta, lápis e caneta, máquina de datilografi a até os dias atuais, para o computador, vemos que a transmissão de informações escritas tem evoluindo juntamente com o homem. Sendo assim, no meio educacional a forma que é utilizada desde os primórdios é a de escrever e arquivar as informações necessárias para que o processo edu- cacional aconteça. Com o intuito de contribuir para essa transmissão de conhe- cimento, temos à nossa disposição recursos tecnológicos que contribuem para 52 TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS uma escrita agradável, coesa e que pode estar acessível a todos os que dela pretendem fazer uso. Sei que, certamente, você já deve fazer uso destas técnicas, mas nunca é demais reforçar as informações que são essenciais para o aprendizado da nossa disciplina. Vamos então conhecer as ferramentas que os editores de textos têm a nos oferecer. Comecemos pelo mais conhecido, o Microsoft Word que teve sua última versão lançada em 2013. Segundo o manual (2011, p.03) do Instituto Crescer “Word, em inglês, signifi ca palavra, um nome que combina muito bem com uma ferramenta que torna a produção de textos uma tarefa muito mais prática”. O manual também informa que, com o Word, podemos incluir um texto e, com alguns cliques, podemos mudar a aparência; tipo, cor e tamanho da letra; incluir imagens, tarefas, gráfi cos e assim por diante. Este programa tem utilidades não apenas no meio educacional, mas em vários segmentos das nossas vidas, já que ele propicia não apenas a escrita, mas também o arquiva- mento e o envio de informações. Para a escrita de materiais didáticos o Word torna-se fundamental, pois seus recursos possibilitam que o conteudista siga padrões de fontes, espaçamentos, cores e demais formatos que são estabelecidos pela Instituição e também servem para que os conte- údos sejam trabalhados posteriormente pela equipe responsável pela diagramação e editoração de materiais. Meu intuito ao escrever este livro não é o de oferecer um passo a passo sobre as funcionalidades das ferramentas que aqui serão apresentadas, mas de propiciar em- basamento teórico sobre a importância delas para a elaboração de materiais didáticos que fazem usodas TICs. 53TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS Portanto, caro(a) aluno(a), imagine como seriam nossas vidas nos dias atuais se não tivéssemos à nossa disposição o Word. Ele serve não apenas para escrever e enviar trabalhos acadêmicos, mas também e-mails, redigir documentos e até a lista do su- permercado e outras atividades do nosso cotidiano. Outro editor de textos que está à nossa disposição é o Writer, que faz parte do pacote de aplicações livres do LibreOffi ce. org. Isso mesmo, enquanto que para utilizar o Word, que faz parte do pacote Microsoft você precisa pagar, o pacote do Li- breOffi ce.org é grátis e tem sido bastante utilizado por empre- sas e órgãos púbicos. O Writer apresenta basicamente as mesmas funções do Word, com um diferencial, você pode converter arquivos em pdf sem precisar de programas intermediários. Ao término deste capítulo deixarei algumas sugestões de manuais e apostilas que apresentam todas as funcionalidades do Word e Writer, bem como dos demais pro- gramas que veremos aqui, portanto caso tenha interesse você poderá se aprofundar mais na utilização destas ferramentas tão importantes nos dias atuais. apresentandO cOnteúdOs de fOrma atraente Para facilitar a apresentação de conteúdos temos à nossa dispo- sição alguns programas que tornam o seu visual mais atraente e objetivo. Um deles é o Microsoft Power Point, que também está na versão 2013. Essa ferramenta possibilita criar layout, inserir imagens, alte- rar cores e incluir efeitos e hiperlinks durante a apresentação, 54 Tecnologias educacionais tornando-a visualmente mais interessante. O Power Point é utilizado por professores para explanar conteúdos didáticos e também por alunos em seminários e demais apresentações e, ainda, por profissionais que participam de reuniões e pretendem demonstrar informações relevantes aos assuntos tratados em reuniões, palestras e demais eventos corporativos. Assim como o Word, para utilizar o Power Point é pre- ciso adquirir uma licença, porém o pacote LibreOffice. org também oferece uma opção de apresentação de conteúdos, é o Impress, que basicamente possui as mesmas funções do Power Point. Outra ferramenta que possibilita apresentação em forma de slides e que tem sido bastante utilizada é o Prezi, que pode ser acessa- da gratuitamente pelo site <www.prezi.com>. O prezi tem como diferencial em relação ao PPT e ao Impress a criação de histórias que ficam on-line, portanto, durante a apresentação você deve certificar-se de que o local tenha conexão com a internet. O Prezi possibilita a inserção de todos os recursos do Power Point e, ainda, vídeos do Youtube, linhas, setas e também a opção de zoom aos elementos que pretenda destacar. Seu uso é bastante fácil e intuitivo, por isso convido você a acessar o site informado anteriormente e já começar a fazer uso desta nova e fantástica ferramenta de apresentação, lembrando que as apresentações que você criar ficarão públicas e poderão ser acessadas por qualquer pessoa, desde que você utilize a versão paga. 55Tecnologias educacionais editandO imagens vetOriais Se você nunca teve contato com a área de design ou propaganda, acredito que deva estar se perguntando o que são imagens vetoriais, então vamos utilizar o conceito de Andrade (2008), que diz que “as ilustrações vetoriais são criadas a partir de equações matemáticas. Os cálculos utilizados para criar um quadrado, por exemplo, são refeitos quando ele é redimensionado, mantendo, assim, a qualidade da imagem” (p.03). Sendo assim, compreendemos que os aplicativos baseados em vetores são ideais para a criação de ilustrações formadas pela união de objetos individuais, o que garan- te uma melhor qualidade no produto final. Um dos softwares que possibilita a criação destas ilustrações é o CorelDRAW, que também é utilizado para a produção de layouts de páginas e está na versão X7. Andrade (2008) afirma que ele apresenta uma interface do usuário modernizada e intui- tiva, permitindo uma edição mais rápida de texto e layout com ferramentas e recursos novos. Portanto, este software pode ser usado para criar ilustrações e layouts que po- dem ser inseridos em apresentações, recursos gráficos e demais materiais, tornando-os mais ilustrativos e facilitando a exemplificação de situações trabalhadas nos conteúdos. Outro programa que possibilita estes recursos é o Adobe Illus- trator. Ele oferece basicamente os mesmos recursos do Corel e faz parte do pacote Adobe e, assim como o Corel, a licença para uso precisa ser paga. Porém, caso você esteja em busca de um software de edição de imagens vetoriais que seja grátis, você poderá baixar o Inkscape, que oferece todas as possibilidades que os outros sem que você precise pagar pela licença de uso. 56 Tecnologias educacionais Sendo assim, caro(a) aluno(a), verificamos que estes softwares oferecem ferramentas que podem contribuir significativamente na elaboração de materiais didáticos, tornan- do-os mais profissionais e explicativos, já que as ilustrações são recursos importantes para demonstrar situações e dados importantes na aplicação dos conteúdos que se pretende repassar. editandO fOtOs e imagens Até pouco tempo atrás, para se tirar uma foto era preciso ir a um estúdio profissional ou então possuir uma máquina que utilizava filmes que posteriormente seriam reve- lados, porém com a evolução das tecnologias surgiram máquinas digitais que possi- bilitavam tirar fotos e vê-las ou apagá-las instantaneamente, uma revolução para o mundo da fotografia, imaginava-se inclusive que jamais seriam substituídas. Porém, com o advento dos dispositivos móveis e smartphones que, dentre as inúme- ras funcionalidades, contam com a opção de tirar fotografias, as pessoas começaram a fotografar tudo e todos que estão ao seu redor e os famosos “selfies” (autorretratos) passaram a fazer parte de nossas vidas. Mas como seres vaidosos que somos, surgiu a necessidade de melhorar essas fotografias, corrigir pequenas imperfeições, luzes e cores ou, até mesmo, alterar silhuetas. Sendo assim, caro(a) aluno(a), surgiram programas que passaram a ser utilizados não apenas no meio profissional, mas por grande parte da população que tira e posta fotos em uma enorme quantidade e que passou a fazer uso também dos recursos dos editores de imagens. O mais conhecido deles é o Adobe Photoshop que, conforme informa o guia oficial de treinamento da Adobe “trabalha com imagens bitmap digitalizadas (isto é, imagens em tom contínuo convertidas em uma série de pequenos quadrados, ou elemen- tos de imagem, chamados pixels)” (2009, p.22). 57Tecnologias educacionais Ainda segundo o guia (2009, p.23), você também pode trabalhar com elementos gráficos vetoriais, que são desenhos cria- dos com linhas suaves que retêm sua nitidez quando redimensionadas e, ainda, criar uma arte-final ou importar imagens para o programa a partir de diferentes fontes, como: *Fotografias de uma câmera digital. * CDs comerciais de imagens digitais. * Digitalizações de fotografias, transparências, negativos, imagens gráficas ou outros documentos. * Imagens capturadas em vídeo. * Arte-final criada em programas de desenho. Percebemos, então, que o photoshop possibilita muitas opções de manipulações de imagens que podem ser utilizadas nas mais diversas áreas profissionais e aca- dêmicas. Isso mesmo, querido(a) aluno(a), inclusive este nosso livro contou com o uso do photoshop para trabalhar as imagens que nele constam, portanto esta é uma importante ferramenta que contribui para a disseminação do conhecimento por meio do EAD. O photoshop também é utilizado para desenhar imagens que são utilizadas em vídeos animados, conforme veremos mais adiante na explanação dos programas de edição de vídeos. Uma opção grátis de software de edição de imagens é o GIMP, que além de poder ser baixado gratuitamente também é bastante leve, pesando apenas 20mb, facilitando assimsua instalação na grande maioria dos computadores existentes na atualidade. 58 Tecnologias educacionais editOraçãO e diagramaçãO de materiais didáticOs Após escrever e inserir imagens, gráficos e tabelas, o material gráfico precisa passar por uma última e fundamental etapa, a editoração, que é a distribuição de todos os elementos conforme projeto gráfico previamente definido e obedecendo ao design que foi adotado conforme sua finalidade. O programa mais utilizado na diagramação destes materiais é o Adobe InDesing. Vamos conhecer a definição apresentada pelo guia oficial de treinamentos da Adobe (2009, p.13): Com o InDesign, é possível produzir materiais de qualidade profissional para serem impressos em máquinas de alta tiragem a indústria gráfica ou em uma ampla variedade de dispositivos de saída e formatos, inclusive impressoras desktop e disposi- tivos de geração de imagem de alta resolução. Novamente, querido(a) aluno(a), você pode tomar como exemplo este nosso livro. Todo seu layout e disposição de textos e demais elementos gráficos foi feito no In- Design, seguindo um padrão estabelecido pela IES para todos os materiais que são utilizados para os cursos que são ofertados a distância. A editoração é utilizada não apenas pelo meio acadêmico, mas por toda a indústria que utiliza impressões gráficas, como jornais, revistas, panfletos, manuais e demais materiais gráficos. utilizandO recursOs audiOvisuais na prOduçãO de materiais didáticOs Caro(a) aluno(a), até agora conhecemos programas que oferecem recursos que po- dem ser utilizados em materiais gráficos e/ou impressos e também em apresentações, 59TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS então vamos agora completar o ciclo de materiais que utilizam as novas tecnologias para auxiliar na transmissão de conteúdos on-line, são as ferramentas audiovisuais. Grande parte das Instituições que oferecem educação a distância utilizam videoau- las, já que elas são um poderoso recurso de transmissão de conteúdos e podem ser gravadas, ao vivo e contar, ou não, com interação durante a explanação do conteúdo pelo professor. Para ofertar videoaulas faz-se necessário uma estrutura muito bem montada e uma equipe técnica capacitada para subsidiar professores e tutores duran- te todo o processo da aula. A principal preocupação ao se montar um estúdio para transmitir aulas, ou qualquer outro conteúdo, deve ser com os recursos de som e vídeo, pois eles fazem toda a dife- rença na qualidade do material que será disponibilizado para seu público-alvo. Dentre os softwares de edição, os mais conhecidos e utilizados são os do pacote da Adobe: o Premiere e o After Effects. O Premiere é utilizado para editar áudio e vídeo, lembrando que a gravação em um estúdio com isolamento e que utilize bons equipamentos faz toda a diferença no resultado fi nal do vídeo que será disponibilizado. Com ele, podem ser corrigidas imperfeições no áudio, sincronização entre áudio e vídeo, recortes de falhas ou erros durante a gravação, enfi m, ele faz com que o material fi que mais profi ssional e possa ser apresentado sem imperfeições. Já o After Effects também é um software de edição, porém seu diferencial é de possibilitar a inclusão de efeitos durante as edi- ções. Por exemplo: na criação de uma vinheta ou mesmo na edi- ção de um vídeo que precise contar com a inserção de elementos extras ou informações adicionais, esta ferramenta será impres- cindível para se alcançar o resultado esperado. 60 Tecnologias educacionais Existem outros softwares de edição no mercado, como o Sony Vegas, por exemplo, porém não oferecem todas as possibilidades que os dois apresentados anteriormente. Outra tecnologia que pode ser utilizada para criar materiais didáticos para vídeo é o Toon Boom, que é um software de animação. Caso a necessidade seja de criar uma ilustração animada, que contenha diálogos e com personagens desenhados para este fim, o Toon Bom é o software ideal, pois ele possibilita não apenas a criação destes personagens, como a movimentação deles, tornando o material final mais realista e com uma qualidade excelente. Porém, alerto que seu uso não é fácil, pois os tutoriais encontram-se atualmente todos em inglês e também é necessário adquirir a licença de uso, mas se você gosta de desa- fios e é criativo(a), certamente se dará muito bem utilizando o Toon Bom. utilizandO sOftwares de autOria Para finalizar a explanação sobre os recursos que contribuem para a criação de materiais didáticos, apresento agora as ferramentas de autoria, que são softwares que permitem produzir materiais in- terativos e que assimilam várias informações de todas as tecnologias que vimos até agora. 61Tecnologias educacionais As ferramentas de autoria possibilitam a inserção de videoaulas, animações, imagens, recursos audiovisuais e de questionários na criação de conteúdos, tornando o mate- rial mais intuitivo, dinâmico e interativo e oferecendo uma maior autonomia ao aluno. Este recurso passou a ser utilizado há pouco tempo por Instituições de ensino, pois seu uso até então acontecia na educação corporativa visando a formação de profissionais via e-learning, ou educação on-line, com o intuito de ganhar tempo e capacitar estes profissionais conforme a carreira na qual estão inseridos. Porém, com a evolução do EAD e a necessidade de produzir materiais mais dinâmicos e enxutos, as IES também estão começando a utilizar estas poderosas ferramentas para tornar seus materiais menos maçantes e autoexplicativos para seus alunos. Dentre os programas mais utilizados estão o Adobe Captivate e o Articulate, porém existem inúmeros outros no mercado. Portanto, para decidir qual melhor atenderá os objetivos esperados é necessário definir as metas educacionais que se pretende alcançar, assim certamente a ferramenta ideal poderá ser definida e tornará os conte- údos mais atrativos e facilmente gerenciáveis. a internet e a educaçãO a distância na prOduçãO de cOnteúdOs didáticOs Caro(a) aluno(a), agora que finalizamos nosso percurso sobre as mídias oferecidas pelas novas tecnologias para a concepção de materiais didáticos, vamos conversar sobre a modalidade que popularizou o uso destes recursos no meio educacional, a educação a distância. Conforme já conversamos anteriormente, a EAD trouxe novas formas de ensinar e aprender e redefiniu os papéis de professores e alunos, tornando-os corresponsáveis pelo processo educacional e 62 Tecnologias educacionais oferecendo uma maior gama de possibilidades na maneira de ensinar e aprender. Porém, nos dias atuais não seria possível pensar em educação a distância sem a internet, que foi a mola propulsora de todo este processo e venceu a barreira da dis- tância física, já que hoje em dia basta a vontade e um dispositivo ligado à rede para adquirir novos conhecimentos. Mas devemos lembrar que não foi a internet que originou o ensino a distância. Conforme já foi discutido neste livro, a escrita foi uma das maiores descobertas da humanidade e possibilitou a troca de informações entre indivíduos do mesmo grupo e que, posteriormente, começaram a utilizar técnicas para transmitir tais informações para um grupo cada vez maior de pessoas. Sendo assim, compre- endemos que foi a escrita que possibilitou a comunicação e, consequentemente, originou a educação a distância. Vejamos o que dizem Maia e Mattar (2007, p.21) sobre esta questão: Alguns autores consideram as cartas de Platão e as Epístolas de São Paulo exemplos iniciais e isolados de exercícios de educação a distância. Outros defendem que o en- sino a distância tornou-se possível apenas com a invenção da imprensa no século XV. A escrita, inicialmente, possibilitou que pessoas separadas geograficamente se comu- nicassem e documentasse informações, obras e registros. A invenção de Gutemberg, por sua vez, facilitou esse processo, permitindo que as ideias fossem compartilhadas e transmitidas
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