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2 Investigação I - Crimes Patrimoniais

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Investigação I - Crimes
Patrimoniais
Aula 2 - Roubo (art. 157, Código Penal)
INTRODUÇÃO
Nesta aula, esclareceremos o bem jurídico tutelado no crime de roubo, com a classi�cação doutrinária.
Identi�caremos os elementos do tipo, ou seja, elementos objetivos, normativos e subjetivos. Em seguida, reconheceremos os
sujeitos do delito (sujeito ativo e sujeito passivo). Identi�caremos o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa.
Por �m, analisaremos a atual jurisprudência dos Tribunais Superiores.
OBJETIVOS
Esclarecer os elementos do tipo;
Reconhecer os sujeitos do delito;
Identi�car o momento consumativo e a possibilidade ou não da tentativa.
BEM JURÍDICO TUTELADO NO CRIME DE ROUBO
Trata-se de crime complexo, pois protege bens jurídicos diversos, como:
Analise as imagens abaixo e responda:
Dean Drobot / Shutterstock e Kittisak Jirasittichai / Shutterstock
A imagem “A” representa furto e a imagem “B” representa roubo.
A imagem “A” representa roubo e a imagem “B” representa furto.
As duas imagens representam furto.
As duas imagens representam roubo.
Justi�cativa
ELEMENTOS DO TIPO (OBJETIVOS, NORMATIVOS E SUBJETIVOS)
O tipo penal pode ser constituído de elementos objetivos, normativos e subjetivos. Quando o tipo penal contiver somente elementos
objetivos temos tipo normal, porém quando a de�nição típica contém além de elementos objetivos, elementos normativos e
subjetivos, chama-se de tipo anormal.
Analise a situação a seguir:
Dean Drobot / Shutterstock e EKKNORA / Shutterstock
Neste caso, houve o crime de roubo? Explique sua resposta.
Resposta Correta
Vamos analisar o caso a seguir:
Fonte: Pentium5 / Shutterstock
Photographee.eu / Shutterstock, originalpunkt / Shutterstock e paulaphoto / Shutterstock
O ato praticado por Sabrina pode ser considerado um roubo?
Sim
Não
Justi�cativa
DISTINÇÃO ENTRE ROUBO PRÓPRIO E IMPRÓPRIO
Dean Drobot / Shutterstock e altafulla / Shutterstock
A diferença reside basicamente no momento (glossário) em que é empregada a violência ou grave ameaça contra a pessoa.
É importante não confundir roubo próprio e impróprio com violência própria e violência imprópria.
O roubo próprio está no art. 157, caput, e o roubo impróprio está no art. 157, §1º, do Código Penal. O roubo próprio (art. 157, caput,
do CP) tem como meio de execução a violência, que é o emprego de força física contra a vítima; grave ameaça, que é promessa de
mal grave e iminente e por qualquer meio que reduza a vítima à impossibilidade de resistência.
Com relação à maneira de execução grave ameaça ou violência, temos violência própria, já a forma de execução qualquer meio que
reduza a vítima à impossibilidade de resistência temos violência imprópria.
Atenção
, No roubo impróprio somente há as formas de violência própria, isto é, violência ou grave ameaça.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA NO ROUBO PRÓPRIO
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA NO ROUBO IMPRÓPRIO
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
Crime comum     |     Aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo; 
Crime de dano     |     Consuma-se apenas com a lesão efetiva ao bem jurídico tutelado; 
Crime material - quanto ao resultado     |     Que causa transformação no mundo exterior, consistente à diminuição do patrimônio da
vítima; 
Crime comissivo     |     É da essência do próprio verbo nuclear, que só pode ser praticado por meio de uma ação positiva; 
Crime doloso     |     Não há previsão legal para a �gura culposa; 
Crime de forma livre     |     Pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo; 
Crime instantâneo     |     A consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo; 
Crime unissubjetivo     |     Pode ser praticado, em regra, apenas por um agente; 
Crime plurissubsistente     |     Pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta. 
Atenção
, É inaplicável o princípio da insigni�cância no crime de roubo, conforme orientação dos Tribunais Superiores
(STF: HC 96.671/MG e HC 95.174/RJ; STJ: REsp. 1.159.735/MG).
FIGURAS TÍPICAS
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Roubo Simples - Próprio
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
No roubo próprio, temos a subtração por meio da grave ameaça (violência moral) que é promessa de mal à
vítima.
A violência imprópria é caracterizada como qualquer meio que reduza a impossibilidade de resistência da vítima,
como, por exemplo, o uso de sonífero na vítima para subtrair a coisa, antes ou concomitante à subtração da
coisa.
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Roubo Simples - Impróprio
Art. 157 §1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa
ou grave ameaça, a �m de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
No roubo impróprio, temos somente a grave ameaça ou violência contra a pessoa após a subtração da coisa.
Entretanto, se a subtração é apenas tentada, ocorrendo posterior violência ou grave ameaça, haverá concurso
material entre furto (consumado ou tentado) e crime contra a pessoa.
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Roubo majorado ou circunstanciado
No roubo majorado aplica-se ou roubo próprio ou impróprio.
Art. 157 §2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância; 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996); 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996). 
Clique aqui (galeria/aula2/docs/a02_10_01.pdf) e conheça mais detalhes.
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Roubo quali�cado
Roubo quali�cado pelo resultado lesão grave (ou gravíssima) ou morte (latrocínio) - incidência da Lei 8.072/90 
§3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se
resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90) 
O §3º do art. 157 do Código Penal tem duas partes, ou seja, a primeira parte é quando da violência resulta lesão
corporal de natureza grave ou gravíssima (art. 129, §§ 1º e 2º do Código Penal).
Na segunda parte do §3º do art. 157 do Código Penal ocorre o latrocínio, que é o roubo seguido de morte e
aplica-se tanto ao roubo próprio como impróprio. Entretanto, somente ocorre latrocínio quando o meio de
execução do roubo é a violência. Desse modo, havendo grave ameaça e subsequente morte não ocorre
latrocínio. 
Fonte: Paul Matthew Photography / Shutterstock
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/GON833/galeria/aula2/docs/a02_10_01.pdf
ATIVIDADES
Para �nalizarmos esta aula, responda as questões a seguir:
Questão 1 - Tício, no vagão do trem lotado, habilmente consegue pegar a carteira de Caio. Ato contínuo, Caio percebendo a conduta
de Tício, pede a devolução da carteira e no mesmo instante é agredido por Tício. Neste caso, Tício comete crime de:
Roubo próprio.
Roubo impróprio.
Roubo majorado.
Roubo quali�cado.
Roubo próprio por violência imprópria.
Justi�cativa
Questão 2 - Elesbão, em determinada madrugada, precisando de dinheiro, pega a arma de brinquedo de seu �lho e, prevalecendo-se
de tal arma, subtrai bens de um determinado casal. Neste caso, é correto a�rmar que Elesbão cometeu:
Roubo majorado pelo emprega do arma.
Roubo quali�cado.
Roubo na sua forma simples.
Roubo circunstanciado mediante concurso de pessoas.
Fato atípico, uma vez que a arma era de brinquedo.
Justi�cativa
Questão 3 - Em determinada avenida de uma grande cidade, Caio querendo subtrair um automóvel utilitário, anuncia o assalto e a
vítima, assustada,acelera e sai com seu automóvel. Irritado com a atitude, uma vez que não conseguiu subtrair o automóvel, Caio
efetua disparos contra a vítima que vem a óbito. Neste caso, é correto a�rmar que Caio cometeu:
Latrocínio tentado.
Homicídio.
Tentativa de roubo na sua forma simples.
Latrocínio consumado.
Furto seguido de morte.
Justi�cativa
Glossário
MOMENTO DO EMPREGO DA VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA
No roubo próprio a violência ou grave ameaça é empregada antes da subtração do patrimônio, já no roubo
impróprio a violência ou grave ameaça é empregada após a subtração do patrimônio.
GRAVE AMEAÇA (VIOLÊNCIA MORAL)
Exemplo: 
• Apontar a arma de fogo para a vítima; 
• Violência à pessoa (violência física), como agarrar a vítima.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA (SÚMULA 610 DO STF)
No tocante à consumação ou tentativa de latrocínio, deve ser observado o seguinte: 
• Morte consumada e subtração consumada, gera latrocínio consumado. 
• Morte tentada e subtração tentada, latrocínio tentado. 
• Morte consumada e subtração tentada. De acordo com o enunciado 610 do STF é latrocínio consumado (Há
crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da
vítima). 
• Morte tentada e subtração consumada, há tentativa de latrocínio.

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