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[Roubo] Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. Crime de alto potencial ofensivo Roubo próprio – caput Crime material Para que haja roubo é necessário haver subtração de coisa alheia móvel Mediante Grava Ameaça: que pode se dar por meio de palavras, gestos, símbolos, qualquer meio idôneo, inclusive implícito. Mediante Violência – Própria/física/Vis absoluta: Pode acorrer de qualquer forma e não precisa que deixe marcas ou lesões. Pode ser uma lesão leve, grave, gravíssima, seguida de morte, como também apenas uma via de fato. Roubo por arrebatamento: há emprego de uma violência rápida para que haja a subtração do bem. Redução à Impossibilidade de Resistência da Vítima: Violência Imprópria/ Meio Sub-reptício: Sonífero -> a vítima não consegue resistir à ação do agente. Crime complexo - Crimes complexos são aqueles que resultam da fusão de dois ou mais tipos penais. Crime Pluriofensivo - é aquele que atinge mais de um bem jurídico. Contra o patrimônio, contra a liberdade individual, integridade física da pessoa. Roubo de uso- não configura crime de roubo. Roubo de coisa comum- configura crime de roubo Roubo privilegiado- não existe. Não pode aplicar a privilegiadora do crime de furto no crime de roubo. Responde normalmente pelo crime de roubo. Princípio da Insignificância: Não se aplica ao roubo. Ausência de bens patrimoniais da vítima caracteriza crime impossível? A corrente adotada, diz que não. Configurará a tentativa de roubo. O roubo é um crime complexo, mesmo se não foi possível a subtração, o agente praticou a grave ameaça, a violência. Súmula 582 – STJ “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.” Teoria do Apprehensio/Amotio: Basta haver a inversão da posse. 1) Violência ou grave ameaça, mediante uma só ação, contra duas ou mais pessoas, com a finalidade de subtrair somente o patrimônio de uma delas. Somente um crime de roubo. 2) Violência ou grave ameaça, mediante uma só ação, contra duas ou mais pessoas, com a subtração de patrimônio de todas. O número de roubos será correspondente aos patrimônios que vieram a ser subtraídos. Concurso formal de crimes – acontece quando o agente, mediante uma ação, pratica dois ou mais crimes. ->quando houver a subtração, mediante uma ação de diversos patrimônios, será concurso formal de crimes de roubo. § 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. Pena, reclusão de 4 a 10 anos e multa. Tanto no caput (roubo próprio), quanto no § 1º (roubo impróprio), as duas situações irão configurar roubo simples, pois não irão contar com a majorante, a qualificadora, etc. Aqui a intenção do agente era apenas de praticar um furto, porém algo de errado acontece, após já estar com a posse da coisa (crime de furto já aconteceu), ele emprega violência ou grave ameaça contra a pessoa afim de assegurar a impunidade do crime ou garantir a detenção da coisa para si ou para terceiro. Absolve-se o agente do crime de furto e responde pelo roubo impróprio. O roubo impróprio não pode ser praticado por meio da violência imprópria. Crime formal, pois a subtração já ocorreu. Se consuma no momento que o agente emprega a violência ou a grave ameaça com a finalidade de assegurar a detenção da coisa ou a sua impunidade. Não é possível tentativa, pois ou o agente subtrai e é capturado, não praticando violência ou grave ameaça, respondendo então pelo crime de furto; ou efetua a subtração e pratica a violência ou a grave ameaça e o crime de roubo impróprio, consumando o crime, sem possibilidade de tentativa. Existem algumas hipóteses qualificadoras do furto, previstas no art. 155, § 4º, que se aplicam ao crime de roubo, mas, no crime de roubo, não serão consideradas qualificadoras, mas sim majorantes § 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade I – (revogado); II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; • Crime acidentalmente coletivo – pode ser praticado por somente um agente, mas a pluralidade exaspera a pena. • Não é necessário que todos sejam autores, podendo haver a exasperação da pena quando o roubo for cometido em concurso entre 1 autor e 1 partícipe. • Aplica-se a majorante do concurso de pessoas, ainda que somente um dos autores/ partícipes seja identificado. • Igualmente, aplica-se essa majorante se um dos autores/partícipes for menor de idade III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância. • Crime de dupla subjetividade passiva – transportador e proprietário. • Prévio conhecimento – não pode ser acidental. Trata-se de circunstância subjetiva. IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; Só se aplica a majorante mediante o efetivo resultado. Ou seja, quando há o efetivo transporte do veículo subtraído para outro Estado ou País. Se ele não conseguir chegar em outro estado, responde pelo roubo simples consumado. Não há tentativa. V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. Crime Hediondo Ex.: Agente que rouba um veículo e coloca a vítima no banco de trás ou no porta malas e fica com a vítima, soltando-a num lugar ermo somente horas depois para assegurar que ela não irá procurar a polícia. • Finalidade da restrição 1) Assegurar a subtração da coisa; ou 2) Evitar a ação polícia. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13654.htm#art4 • Tempo para caracterizar a restrição de liberdade – não há definição exata de tempo para que possamos considerar que a liberdade da vítima foi restringida. VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca; § 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (de uso permitido) Crime Hediondo Incide a majorante pelo emprego de arma de fogo nas seguintes situações? Não, pois não há possibilidade lesiva. 1) Arma de fogo com defeito (absolutamente incapaz de efetuar disparos). 2) Arma de fogo de brinquedo e simulacros. 3) Arma de fogo desmuniciada II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. Não é hediondo § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. Crime Hediondo A pena vai ser de reclusão, 8 a 20 anos e multa. • Crimes qualificados pelo resultado, porque é o resultado lesão corporal grave ou morte que vai gerar uma dessas qualificadoras. • Subtração dolosa + violência dolosa + resultado doloso ou culposo: para que haja uma dessas qualificadoras é preciso que o agente tenha a intenção de cometer uma subtração, uma violênciadolosa sendo praticada, e o resultado deve ser doloso ou culposo. §3º Se da violência resulta: Hediondos I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; Lesão grave e gravíssima Lesão corporal leve: responde apenas por roubo simples. Consome-se com a efetiva lesão corporal grave ou gravíssima gerada na vítima, ainda que não haja a subtração. Exemplo: cortar o braço para subtrair o relógio. O momento consultivo não vai ser o momento da subtração. II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. Latrocínio O latrocínio existe quando o agente quis provocar a morte da vítima para subtrair (matar para roubar, roubar e depois matar). Além disso, essas hipóteses qualificadoras vão acontecer mesmo quando não se quis gerar um desses resultados, mas que foram gerados pela violência praticada. ->a subtração foi dolosa, a violência foi dolosa e o resultado morte foi culposo, logo a situação é latrocínio, já que da violência praticada gerou morte. Quando o resultado for gerado de maneira culposa há a hipótese de crime preterdoloso, ou seja, aquele em que o agente tem dolo na conduta e culpa no resultado. Crime complexo: fusão do crime de roubo mais homicídio. Crime pluriofensivo: atinge bem patrimonial e o bem jurídico da vida. A violência deve ser dolosa (ainda que o resultado morte seja culposo): matar para roubar ou roubar e matar. Nexo causal entre o roubo e a morte: a morte e o roubo têm que estar ligados. Há latrocínio nas seguintes situações? 1) Dois agentes (Caio e Tício), em conluio, praticam um roubo. Após a consumação do roubo, Caio mata Tício para ficar com o proveito do crime: não há latrocínio. 2) João mata seu desafeto, Carlos. Após a consumação do homicídio, João aproveita a oportunidade e subtrai o relógio e aparelho celular de Carlos: não há nexo causal entre a morte e o roubo, logo não é latrocínio. João responde por homicídio e furto. Competência do latrocínio -> juízo comum CONTINUIDADE DELITIVA Não se reconhece a continuidade delitiva (artigo 71, CP) entre: 1) Roubo e latrocínio – apesar de estarem previstos no mesmo artigo, tutelam bens jurídicos distintos. 2) Roubo e furto – crimes do mesmo gênero, mas de espécies distintas. Para que haja continuidade delitiva precisa de dois crimes da mesma espécie. 3) Roubo e extorsão – crimes do mesmo gênero, mas de espécies distintas. Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, consumados ou tentados: II – roubo: a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
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