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Resumo - roubo e furto

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→ Conceito de roubo : 
Previsto no Título II, dos crimes contra o patrimônio, do Código Penal Brasileiro, o 
crime de roubo possui as mesmas características do crime de furto, porém, quando há 
o emprego de grave ameaça, de violência ou outro meio que impossibilite a resistência 
da vítima, fatores estes, empregados pelo agente para que a vítima entregue o bem, 
está configurado o presente crime. 
Dessa forma, o artigo 157 do código penal qualifica o roubo, isto é, subtrair algo de 
outrem mediante ameaça ou agressão. 
O que é grave ameaça? – grave ameaça é a promessa de um mal grave e iminente (de 
morte, de lesões corporais, de praticar atos sexuais contra a vítima de “roubo” etc.). 
O que significa violência contra pessoa? – violência contra a pessoa, caracteriza-se 
pelo emprego de qualquer esforço físico sobre a vítima, a fim de possibilitar a 
subtração do bem (ex.: socos, pontapés, facada, disparo de arma de fogo, paulada, 
amarrar a vítima, violentos empurrões ou trombadas). 
→ Sujeitos do crime de roubo : 
 
• Sujeito ativo 
O Sujeito ativo deste crime pode ser qualquer pessoa. Trata-se de crime comum, em 
que qualquer pessoa pode praticá-lo, com exceção do possuidor ou proprietário do 
bem roubado. 
• Sujeito passivo 
O sujeito passivo, também pode ser qualquer pessoa. Mas também pode ser o terceiro 
que não seja titular do direito de propriedade ou posse. 
Ademais, o crime de roubo poderá ter mais de um sujeito passivo, como exemplo, 
tem-se o agente que entra em ônibus, rende os passageiros e mediante violência ou 
grave ameaça, subtrai bens de várias pessoas. 
Neste caso, estamos diante de um concurso formal de crimes (Art. 70, CP), pois 
mediante uma ação, o agente tem como resultado a prática de mais de um crime 
idêntico. 
→ Crime complexo : 
O crime de roubo é composto por um constrangimento, ameaça ou violência, 
acrescido do furto. 
roubo e furto 
 
É um crime complexo, pois atinge mais de um bem jurídico: o patrimônio e a 
liberdade individual (no caso de ser empregada “grave ameaça”) ou a integridade 
corporal (nas hipóteses de “violência”). 
Com a ocorrência do crime complexo, há o desaparecimento dos crimes autônomos. 
Todavia, para que o crime complexo seja consumado é necessário que todo o tipo 
penal seja realizado. 
A violência pode ser de três tipos: 
I – Física: que compreende as vias de fato, lesão corporal leve, grave ou morte (essas 
duas últimas qualificam o delito); 
II – Moral: manifesta-se como o ato de atemorizar ou amedrontar a vítima com 
ameaças, gestos ou simulações, como a de portar arma, por exemplo. A ameaça pode 
ser dirigida à vítima ou a terceiro; 
III – Imprópria: é a que reduz a capacidade de resistência, como a superioridade física 
do agente, colocar droga na bebida da vítima, amarrar a vítima, hipnotizá-la, induzi-
la a ingerir bebida alcoólica até a embriaguez etc. 
→ Modalidades do crime de roubo : 
 
Roubo Próprio: Está no caput do art. 157, no Código Penal, onde prevê o chamado 
roubo próprio, este se constitui na ação de subtrair coisa móvel alheia mediante grave 
ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência. 
 
A consumação do roubo próprio se dá com a efetiva subtração da coisa alheia, tendo 
o sujeito ativo a posse pacífica do bem, ainda que por pouco lapso de tempo, isso nos 
leva a concluir que para a consumação do roubo independe a posse pacífica do bem 
tutelado. 
 
Por conseguinte, o “roubo próprio” consuma-se, segundo entendimento do STF, no 
exato instante em que o agente, após empregar a “violência” ou “grave ameaça”, 
consegue apoderar -se do bem da vítima, ainda que seja preso no próprio local, sem 
que tenha conseguido a posse tranquila da “res furtiva”. 
 
Roubo Impróprio: Está previsto no parágrafo primeiro do artigo 157, “logo após 
subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de 
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro”. 
 
No roubo impróprio, a subtração já se efetivou, consuma-se o crime com a violência 
posterior, nesse caso não se admite a forma tentada. 
 
Nesse caso, o roubo impróprio traz a tipificação quando a violência ou grave ameaça 
ocorrem após a consumação da subtração, objetivando assim assegurar a posse da 
coisa subtraída ou a impunidade do crime. 
→ Crime de roubo e o latrocínio : 
O latrocínio é uma espécie de crime contra o patrimônio e não dos crimes contra vida, 
e está enquadrado no artigo 157, §3, II do Código Penal. 
Deste modo, o que diferencia o latrocínio do homicídio simples é o dolo (intenção) 
do criminoso 
No latrocínio o dolo é de tomar o objeto da outra pessoa mediante uso de violência 
ou ameaça, e não de lhe tirar a vida, mas a morte acaba ocorrendo pela necessidade 
de garantir a posse do bem ou pela forma de execução da conduta. 
 O termo latrocínio até pouco tempo não era positivado no direito penal comum, era 
somente previsto no art. 242, § 3º, do Código Penal Militar desde 1969, sendo, 
portanto, para o Código Penal, uma construção doutrinária. 
Sendo assim, as hipóteses em que ocorrerá o latrocínio, serão: 
1- Homicídio consumado e roubo consumado: Haverá latrocínio. 
2 – Homicídio tentado e roubo tentado: Haverá tentativa de latrocínio. 
3 – Tentativa de homicídio e roubo consumado: Haverá tentativa de latrocínio. 
4 – Homicídio consumado e roubo tentado: Haverá latrocínio. 
→ Consumação: 
O momento consumativo do delito de roubo, são elas: 
a) Da contrectatio: para essa teoria, bastava o contato físico com o objeto material do 
delito para que esse se apresentasse perfeito, consumado, ou seja, quando o criminoso 
pega para si o bem, sendo, para essa teoria, dispensável o deslocamento e/ou a posse 
mansa e pacífica da coisa 
b) Da apprehensio ou amotio: é a teoria mais aceita e atualmente a mais aplicada pela 
jurisprudência e doutrina. 
Para essa teoria, o delito de roubo consuma-se no momento em que o agente se torna 
possuidor da res furtiva mediante grave ameaça ou violência, ainda que não obtenha 
a posse tranquila do bem, sendo desnecessário que saia da esfera de vigilância da 
vítima, com a simples modificação da posse pelo agente concerne consumado o 
delito. 
c) Da ablatio: adotada pela doutrina clássica, sustenta a necessidade da posse mansa 
e pacífica do material subtraído. 
d) Da Illatio: para essa teoria, o momento consumativo se dará a partir do momento 
em que o objeto subtraído for levado a um local calmo, tranquilo, de livre escolha do 
autor do delito, culminando com o sucesso do iter criminis. 
Antes de ocorrer esse locupletamento do bem, o crime seria tentado. 
→ Conceito de furto : 
De acordo com a doutrina, furto é a subtração de coisa alheia móvel para si ou para 
outrem com o fim de apoderar-se dela de modo definitivo. “Disposto no artigo 155 
do Código Penal, o caput traz a figura do ‘Furto Simples’”, explica o professor: 
 
• Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
✓ Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
✓ § 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso 
noturno. 
✓ § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode 
substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou 
aplicar somente a pena de multa. 
✓ § 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha 
valor econômico. 
 
→ Observação: 
 
“É importante notar, no parágrafo primeiro, o agravo de pena quando o crime 
acontece durante o repouso noturno. E, logo no segundo, traz a cláusula de diminuição 
de pena caso o réu seja primário”, enfatiza o professor Paulo Sumariva. 
 
→ O bem jurídico tutelado: 
 
O professor Paulo Sumariva explica que, quando falamos de bem jurídicos tutelados 
pelo art. 155, é fundamental fazer uma análise por três óticas diferentes.Corrente de Nelson Hungria: “A ideia defendida por Nelson Hungria é a de que o 
bem jurídico protegido no crime de furto é somente a propriedade”, diz Paulo. 
 
Corrente de Magalhaes Noronha: “A segunda corrente diz que a proteção do bem 
jurídico no crime de furto recai sobre a propriedade e também sobre a posse”, conta 
Paulo. 
 
Corrente de Heleno Fragoso: “Mais abrangente e complementar, temos hoje uma 
terceira corrente capitaneada por Fragoso, que diz que o bem jurídico protegido pelo 
crime de furto abrange a propriedade, a posse e a detenção, desde que essas sejam 
legítimas”, explica o professor. 
 
→ Peculato: 
 
Peculato é o crime cometido pelo funcionário público contra a Administração Pública 
em geral. Configura tal conduta quando o funcionário apropria-se de dinheiro, valor 
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão da 
função, ou o desvia em proveito próprio ou alheio. 
 
 
 
Este crime funcional pode se dar de duas formas, como peculato furto, também 
chamado de peculato impróprio, previsto no § 1º do artigo 312 do Código Penal; ou 
como peculato culposo, previsto no § 2º desse mesmo dispositivo legal. A pena 
prevista para este crime é de reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
• Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro 
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou 
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
 
✓ Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 
✓ § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse 
do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em 
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a 
qualidade de funcionário. 
 
• Peculato culposo 
 
✓ § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
✓ Pena - detenção, de três meses a um ano. 
 
→ Furto de coisa comum: 
 
Este crime consistente em subtrair do condômino, do co-herdeiro ou do sócio, para si 
ou para outrem, que detenha a legitimamente da coisa comum. Não é punível a 
subtração de coisa comum cujo valor não exceda a cota de que o agente tenha direito. 
 
• Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a 
quem legitimamente a detém, a coisa comum: 
 
✓ Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 
✓ § 1º - Somente se procede mediante representação. 
 
✓ § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede 
a quota a que tem direito o agente. 
“A pena imposta de seis meses a dois anos indica que este é um crime de menor 
potencial ofensivo e de ação penal pública condicionada”, explica Paulo. 
 
→ Furto de uso: 
Furto de uso configura o crime de furto comum, em que o propósito é apenas o de 
usufruir momentaneamente da coisa em questão. O direito penal brasileiro não prevê 
crime no furto de uso. “O furto de uso é um fato atípico por ausência do dolo 
específico, ou seja, do dolo que caracteriza o furto”, explica o professor Paulo 
Sumariva. 
 
Há três requisitos necessários para caracterizar o furto de uso: 
 
 • A intenção desde o início do uso momentâneo da coisa subtraída; 
 
 • A coisa subtraída tem que ser não consumível; 
 
 • Deve haver a restituição imediata e integral da coisa subtraída à vítima. 
 
 “Detalhe importante é que esses requisitos são cumulativos”, reforça o professor. 
 
→ Furto famélico: 
 
O furto famélico ocorre quando alguém furta para saciar uma necessidade urgente e 
relevante. É a pessoa que furta para comer pois, se não furtasse, morreria de fome. O 
furto famélico também acontece quando alguém furta um remédio essencial para sua 
saúde ou um cobertor em uma noite de frio, por exemplo. 
O furto famélico não é crime porque a pessoa age em estado de necessidade, ou seja, 
para proteger um bem jurídico mais valioso – sua vida ou a vida de alguém – a pessoa 
agride um bem jurídico menos valioso, neste caso os bens de terceiros. 
Para que seja considerado crime famélico é essencial que se preencham alguns 
requisitos: 
 
 • Fato praticado para mitigar a fome; 
 
 • Inevitabilidade do comportamento lesivo; 
 
 • A coisa subtraída deve ser capaz de contornar, diretamente, a situação de 
emergência; 
 
 • Insuficiência de recursos adquiridos ou a impossibilidade de trabalhar. 
 
 O professor ressalta o detalhe de que o furto famélico é tese somente para 
desempregados e não se aplica essa tese para pessoas empregadas e assalariadas. 
“Esses são alguns dos crimes patrimoniais mais importantes e que, constantemente 
estão em discussão nos tribunais. Por isso, tanto o aluno que estuda na nossa pós-
graduação quanto aquele que se prepara para concursos públicos deve estar atento aos 
pontos discutidos aqui”, finaliza o professor Paulo Sumariva.

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