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FMUSP21-prova-045-Psiquiatria-da-Infancia-eAdolescencia

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PROCESSO SELETIVO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA 2021 
ANOS ADICIONAIS E ÁREAS DE ATUAÇÕES 
PSIQUIATRIA DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSTRUÇÕES 
• Verifique se este caderno contém 20 (vinte) questões de múltipla escolha; 
• Caso não esteja completo, informe imediatamente o fiscal da sala. Não serão 
aceitas reclamações posteriores. 
• Confira seus dados impressos e assine no campo indicado; 
• Leia cuidadosamente cada questão e escolha a resposta que você considera 
correta; 
• Cada questão possui apenas uma resposta correta, mais de uma letra 
assinalada implicará anulação dessa questão; 
• Responda todas as questões; 
• Marque, de acordo com as instruções contidas na Folha de Respostas, com 
caneta de tinta preta, a letra correspondente à alternativa que você escolheu; 
• A duração da prova é de 2 (duas) horas, já incluído o tempo para o 
preenchimento da Folha de Respostas; 
• Só será permitida a saída da sala após 1 (uma) hora do ínicio da prova, 
podendo levar apenas o documento contendo suas respostas anotadas; 
• Durante a realização da prova não será permitida qualquer consulta ou 
comunicação entre os candidatos, nem a utilização de aparelhos eletrônicos 
de qualquer natureza ou qualquer outro material vedado nos termos do edital. 
 
É proibida a divulgação ou impressão parcial ou total sem autorização prévia. 
Direitos autorais reservados. 
Nome Inscrição 
Assinatura Carteira Sala 
 
Página 2/12 – Faculdade de Medicina da USP - Residência Médica 2021 
 
QUESTÃO 01 
R., 16 anos, foi avaliada pela equipe da Psiquiatria no PS, após ter tido quadro de 
provável catotonia resolvido. Apresenta provável diagnóstico de Esquizofrenia. A equipe 
do CAPSi vem acompanhando o caso durante o último ano. Realizou diversas visitas 
domiciliares, pois a mãe não levava a paciente ao local do CAPSi. Nestas visitas, puderam 
constatar que a paciente não recebe as medicações adequadamente, devido à resistência 
da mãe em administrá-las e que vive em condições precárias, com hábitos de higiene 
limitados. De acordo com relato da família da paciente, há grave suspeita de que a 
paciente foi abusada sexualmente por seu pai. Alguns vizinhos também relataram 
situações de maus tratos físicos (“batia com a cabeça das duas filhas contra a parede 
quando se irritava” - sic). A equipe do CAPSi também constatou que a irmã de R. 
demonstrava medo de ficar perto do pai e que R. apresentava crises de agitação quando 
se conversava a respeito do pai perto dela (mesmo na ausência dele). Há quatro anos ele 
já não mora mais com a família, porém sempre tenta manter contato telefônico e já 
demonstrou, através de contato com a mãe da paciente, intenção de visitá-la ou mesmo 
de tentar encontrá-la na rua. A mãe da paciente, segundo informações de familiares, 
apresenta um quadro de epilepsia refratária tratada cirurgicamente no passado. Desde a 
cirurgia, apresenta sintomas psiquiátricos variáveis, com tratamento instável e, por vezes, 
se recusa a seguir os tratamentos indicados. 
 
(A) Considerando os preceitos estabelecidos pelo ECA, no qual a criança deve 
permanecer com sua família, sendo o afastamento do convívio familiar uma medida 
de exceção, a menina deve receber alta sob os cuidados da mãe, devendo ser 
acionado CREAS para acompanhamento da família e a inserção da adolescente em 
CAPS-I, com atendimentos domiciliares, se necessário. 
(B) Considerando a situação de risco para as filhas e a incapacidade da mãe em 
assumir os cuidados de ambas, a menina deve receber alta hospitalar e ser acolhida 
em instituição e a mãe encaminhada para tratamento psiquiátrico compulsório. 
(C) A prioridade deve ser os cuidados de saúde de R. Para tanto, esta deve ser 
internada apenas se houver o consentimento da mãe, de forma que o vínculo seja 
preservado. Assim, após a sua internação, deve ser realizada avaliação detalhada 
sobre possíveis situações de negligência e abuso e, uma vez confirmadas, devem 
ser comunicadas ao Conselho Tutelar e Vara da Infância da região. 
(D) A prioridade deve ser os cuidados de saúde de R. Para tanto, esta deve ser 
internada, ainda que contra a vontade da mãe, acionando-se a Vara da Infância e 
Juventude. Após sua internação, deve-se enviar manifestação técnica para o 
Conselho Tutelar e Vara da Infância da região para informar a situação de 
negligência materna e suspeita de abuso, para que as medidas protetivas 
necessárias sejam tomadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Medicina da USP – Residência Médica 2021 - Página 3/12 
 
QUESTÃO 02 
Com relação ao Diagnóstico de Dependência de Substâncias Psicoativas em 
adolescentes, é possível afirmar que: 
 
(A) Como a dependência química não se estabelece de imediato, sendo necessário a 
passagem do uso experimental, uso ocasional, uso regular, uso abusivo e daí a 
dependência, quando esta se instala na grande maioria das vezes o indivíduo é 
maior de 18 anos. É por esta razão que não existem critérios específicos para 
diagnóstico de dependência de substâncias para adolescentes. 
(B) Pelas novas diretrizes do DSM-5, não há mais a distinção entre uso abusivo e 
dependência. O diagnóstico de transtorno por uso de substâncias é feito pela 
intensidade de problemas apresentados: os onze critérios (divididos em quatro 
categorias – falta de controle; prejuízo social; uso arriscado; critérios farmacológicos) 
são listados todos juntos e de acordo com o número de critérios presentes, seria 
definida a gravidade do quadro clínico. 
(C) O adolescente é mais resistente às consequências físicas do uso de drogas, sendo 
raro o desenvolvimento de abstinência e tolerância nesta população. Esta é a razão 
pela qual o número de leitos para internação de adolescentes dependentes químicos 
é significativamente menor do que para adultos. 
(D) Como os adolescentes ainda estão em fase de desenvolvimento, o uso de qualquer 
substância psicoativa, em qualquer frequência e quantidade, é considerado 
patológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 4/12 – Faculdade de Medicina da USP - Residência Médica 2021 
 
QUESTÃO 03 
Masculino, 16 anos e 10 meses, cursando 3º ano EM em escola particular. Há cerca de 5 
anos, paciente vem apresentando restrição progressiva da dieta alegando medo de passar 
mal e vomitar. Investigações clínicas e laboratoriais conduzidas pelo Pediatra exibiram 
resultados dentro dos parâmetros de normalidade, sendo assim inconclusivas. 
Perda de peso se intensificou no último ano junto com maior preocupação com 
desempenho acadêmico. Relata ficar muito incomodado ao comer junto com outras 
pessoas e o cheiro de determinados alimentos lembram “refeições em que já passou 
muito mal”. Nega induzir vômitos ou usar laxantes com o intuito de perder de peso. 
Negava incomodo com comentários recorrentes sobre estar muito magro. Diz que gostaria 
de comer melhor, mas tem muito medo de alimentos diferentes dos que come hoje. 
Na data da avaliação, paciente com peso de 41 kg, altura 163 cm e IMC de 15.43 kg/m² 
que o coloca no percentil de IMC/idade < 1% (Z-escore de IMC/idade de -3). Marcada 
lentificação psicomotora, hipocorado e emagrecido com presença de lanugo visível em 
antebraços. Inversão do ciclo sono-vigilia. Ausência de alterações da sensopercepção. 
Considerando os critérios do DSM-5, a hipótese diagnóstica e as condutas iniciais mais 
adequadas para o caso são: 
 
(A) Anorexia nervosa restritiva. Condutas: Psicoeducação sobre o diagnóstico e o 
tratamento ao paciente e aos pais; Terapia familiar com foco na responsabilização 
dos pais pela realimentação; Reintrodução progressiva dos alimentos e reduzir gasto 
energético. 
(B) Anorexia nervosa atípica. Condutas: Psicoeducação sobre o diagnóstico e o 
tratamento ao paciente e aos pais; Terapia familiar com foco na responsabilização 
dos pais pelo tratamento; Iniciar Mirtazapina 15 mg/noite para insônia; Orientação 
nutricional com organização de horários e proibir atividadesfísicas. 
(C) Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo. Condutas: Psicoeducação sobre o 
diagnóstico e o tratamento ao paciente e aos pais; Psicoterapia com foco na 
motivação do paciente para o tratamento e estimular os pais a ajudá-lo; Orientação 
nutricional com aumento do volume utilizando alimentos já aceitos e reduzir gasto 
energético. 
(D) Fobia específica (Vômitos – Emetofobia). Condutas: Tranquilizar pais e paciente; 
Orientar sobre processos de realimentação baseado em técnicas de enfrentamento 
da Terapia Cognitivo Comportamental; Iniciar Sertralina 25 mg/dia para os sintomas 
ansiosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Medicina da USP – Residência Médica 2021 - Página 5/12 
 
QUESTÃO 04 
Em relação à esquizofrenia na infância e adolescência, qual a resposta correta? 
 
(A) Apresenta funcionamento pré-mórbido bem marcado por alterações do 
neurodesenvolvimento: motor, linguagem e sociabilidade. 
(B) Os sintomas negativos surgem na fase crônica da doença e não estão presentes na 
fase aguda ou até mesmo antes dela. 
(C) Os delírios tendem a ser persecutórios, auto referentes ou de grandeza, são bem 
estruturados, contendo elementos da vivência da criança (monstros, personagens de 
filmes e jogos). 
(D) Um pior funcionamento pré-mórbido está presente na psicose de início na vida 
adulta quando comparado com as alterações pré-psicóticas da esquizofrenia na 
infância e adolescência. 
 
QUESTÃO 05 
Em relação a agentes farmacológicos, seus efeitos adversos e esquemas posológicos, 
assinale a alternativa correta: 
 
(A) Clonidina deve ser introduzida inicialmente em doses diárias de 0,05 mg ao deitar, e 
aumentada 0,05 mg a cada 3 dias até que um esquema de dose de 3 ou 4 vezes por 
dia seja alcançado, com doses médias de 0,4-0,6 mg/dia e doses máximas de 
1 mg/dia. 
(B) Poliúria e polidipsia associada à terapia com lítio pode indicar diabete insípido 
nefrogênico. 
(C) Carbamazepina, oxcarbazepina e Erva de São João são indutores potentes de 
CYP3A4 e podem aumentar nível sérico de medicações como risperidona. 
(D) Citalopram e escitalopram são medicações bastante seguras pois não alteram o 
intervalo QT. 
 
QUESTÃO 06 
Quanto aos sinais precoces de risco para o transtorno do espectro autista (TEA) podemos 
afirmar como sendo correto: 
 
(A) Não respondem quando chamado pelo nome entre 6 e 8 meses. 
(B) Não se interessam pelo prazer que provocam nos outros por volta dos 18 meses. 
(C) Perda de aquisição de fala funcional e interação por volta dos 18 meses. 
(D) Não se orienta que o pediatra faça escalas de triagem por ser parte do trabalho do 
especialista. 
 
 
 
 
 
Página 6/12 – Faculdade de Medicina da USP - Residência Médica 2021 
 
QUESTÃO 07 
Particularidades marcam a diferença nos aspectos clínicos e na terapêutica da depressão 
em crianças e em adolescentes. Dentre essas diferenças podemos citar: 
 
(A) O risco de suicídio está fortemente associado ao diagnóstico de depressão e 
aumenta consideravelmente na adolescência. 
(B) As crianças respondem melhor a tratamentos farmacológicos do que adolescentes, 
posto que os adolescentes sofrem maior influência dos hormônios sexuais. 
(C) Em crianças há uma maior diferença de gêneros, enquanto essa diferença é menor 
nos adolescentes. 
(D) Crianças respondem melhor aos antidepressivos tricíclicos, enquanto os 
adolescentes respondem melhor aos inibidores seletivos da recaptura de serotonina. 
 
QUESTÃO 08 
Com relação aos Transtornos Ansiosos na Infância e Adolescência (TAIA), é correto 
afirmar: 
 
(A) Os TAIA são raros e acometem mais frequentemente os meninos em relação às 
meninas, numa razão aproximadamente de 2:1. 
(B) No DSM-5, houve a retirada dos diagnósticos de Transtorno Obsessivo-Compulsivo 
e de Transtorno de Estresse Pós-Traumático da seção dos Transtornos de 
Ansiedade, além da criação de uma nova seção para os diagnósticos referentes aos 
“Transtornos geralmente diagnosticados na primeira vez na infância ou 
adolescência”, da qual passaram a fazer parte o Transtorno de Ansiedade de 
Separação e o Mutismo Seletivo. 
(C) Na avaliação de crianças, são de grande importância as informações obtidas junto 
aos pais/cuidadores, professores e outros profissionais envolvidos nos cuidados 
delas, sendo geralmente dispensável a avaliação direta das crianças, uma vez que 
elas, na maioria das vezes, não conseguem expressar adequadamente os sintomas 
que apresentam. 
(D) O tratamento dos TAIA visa à redução dos sintomas ansiosos a um ponto em que 
deixem de interferir no funcionamento social ou escolar, no funcionamento familiar e 
no desenvolvimento normal. Abrange diversas modalidades, tais como intervenções 
de psicoeducação, terapia cognitivo-comportamental, terapia psicodinâmica, terapia 
familiar e/ou farmacoterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Medicina da USP – Residência Médica 2021 - Página 7/12 
 
QUESTÃO 09 
No tratamento de crianças e adolescentes que sofreram algum trauma, agudo ou crônico, 
deve-se: 
(A) Abordar imediatamente todas as lembranças do trauma sofrido, para que a criança 
não crie memórias traumáticas. 
(B) A abordagem deve, obrigatoriamente, ser multidisciplinar, visando promover fatores 
de resiliência individuais, na família – através de orientação e suporte familiar - e na 
comunidade, através do acionamento dos serviços que compõem a rede de 
proteção. 
(C) Quando os pais são as figuras que cometem os abusos em seus filhos, a conduta 
deve ser o afastamento dos filhos, visando a proteção imediata das crianças, e o 
início do processo de perda da guarda para que possam ser encaminhados para 
família substituta o mais rápido possível. 
(D) A vivência apenas de negligência acarreta consequências de menor gravidade no 
desenvolvimento cognitivo e emocional, quando comparada às consequências do 
abuso físico e sexual, e portanto demanda menos intervenções terapêuticas. 
 
QUESTÃO 10 
Paciente Débora, 15 anos, é trazida à consulta ambulatorial acompanhada pela mãe. A 
mãe diz que filha é muito nervosa, tem crises de “explosão emocional” frequentes, nas 
quais chora muito e fica agressiva. Também refere que durante essas crises, que duram 
algumas horas, a paciente fica “fora de si”, sendo frequente Débora não lembrar das 
crises após ficar mais calma. O quadro começou aos 13 anos, quando a mãe percebeu 
autolesões na coxa da filha. Ao interrogar sobre o ambiente da adolescente, ela relata que 
tem dificuldades de fazer amigos na escola, onde sofre bullying por ser muito magra. O 
IMC de Débora está dentro do esperado, na faixa inferior da normalidade. Ao exame 
físico, identifica-se uma série de cicatrizes lineares nacaradas na região das coxas e 
algumas incisões superficiais com crostas sero-sanguinolentas. A mãe fala que não 
aguenta mais esse jeito “ansioso” da filha e sua baixa “autoestima”, que não respondem 
às medicações em uso. Ela traz a receita médica na qual consta sertralina 200 mg/dia e 
lorazepam 2 mg/dia. 
Escolha a alternativa que contenha melhor descrição da crise, hipótese diagnóstica mais 
provável e abordagens terapêuticas adequadas: 
 
(A) Crise dissociativa / Transtorno de Personalidade Borderline / Suspensão gradual de 
benzodiazepínico. Psicoeducação e treinamento de habilidades. 
(B) Explosões comportamentais recorrentes / Transtorno explosivo intermitente / 
Suspensão de benzodiazepínico e manutenção de inibidor seletivo de recaptura de 
serotonina. 
(C) Crise de agressividade para confronto de autoridade / Transtorno de Oposição 
Desafiante / Suspensão gradual de benzodiazepínico e sertralina. Introdução de 
lamotrigina. Terapia cognitivo-comportamental. 
(D) Reação de intolerância à frustração normal para a idade / Adolescência normal / 
Suspensão de medicações, psicoterapia psicodinâmica e seguimento ambulatorial 
espaçado. 
 
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QUESTÃO 11 
Em relação a efeitos adversos de medicações psicotrópicas, assinale a alternativacorreta: 
 
(A) O diagnóstico de toxicidade serotoninérgica é clínico, a partir da identificação de, na 
vigência de tratamento com medicação serotoninérgica, clônus espontâneo ou 
clônus induzido e agitação ou diaforese, tremor e hiperreflexia, sendo a 
descontinuação do agente causal fundamental para o tratamento, assim como 
medidas de suporte e deve-se evitar o uso de benzodiazepínicos para controle da 
agitação. 
(B) Para o tratamento da distonia aguda em crianças, recomenda-se o uso de 
difenidramina 5 mg/kg/dia a cada 6h ou 8h via endovenosa ou intramuscular 
profunda ou biperideno 0.04 mg/kg/dose intramuscular (máximo de 2 mg) a cada 30 
minutos até 4 doses em 24 horas. 
(C) Síndrome neuroléptica maligna envolve hipertermia, rigidez muscular, disfunção 
autonômica, taquicardia, taquipneia, labilidade de pressão arterial e níveis flutuantes 
de consciência, com início agudo e evoluindo em até 12h, com etiologia 
provavelmente secundária a níveis elevados abruptos de bloqueio de receptores 
dopaminérgicos em vias nigroestriatais, hipotalâmicas, mesolímbicas e 
mesocorticais. 
(D) Para o manejo da acatisia, recomenda-se o uso de anti-psicóticos de segunda 
geração, na menor dose possível, podendo ser mantidas medicações como 
valproato e inibidores seletivos da recaptação da serotonina e eventualmente 
introduzindo anticolinérgico, clonazepam ou propranolol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Medicina da USP – Residência Médica 2021 - Página 9/12 
 
QUESTÃO 12 
P. de 4 anos e 6 meses, vem para consulta de rotina, acompanhado de sua mãe. Mãe 
refere que está preocupada porque na escola, onde frequenta educação infantil, a 
professora relatou que P. tem apresentado comportamentos inadequados. De acordo com 
a professora, P. é inquieto, distrai-se por qualquer coisa, tem dificuldade em se manter 
nas atividades propostas e, às vezes, chuta os colegas quando frustrado. Mãe descreve 
que a criança sempre foi muito cheia de energia. Desde que começou a andar, não parava 
quieto, não obedecia a seus comandos, se machucava com frequência a ainda hoje não 
se atenta ao perigo (por exemplo, sobe em lugares altos, atravessa a rua sem prestar 
atenção, mesmo sabendo que não deve). Consegue sustentar a atenção quando está 
diante da televisão ou jogando no celular. Tanto na escola quanto em casa, diante de 
regras ou limites, irrita-se, opondo-se à instrução dada. Quanto ao desenvolvimento 
neuropsicomotor, mãe diz que P. foi um pouco mais “devagar” que seu irmão: andou com 
1 ano e 4 meses e falou as primeiras palavras com 20 meses. Nessa época, chegou a 
fazer uma audiometria, cujo resultado foi normal. Atualmente, P. ainda apresenta trocas 
fonêmicas, sendo difícil a compreensão do que diz em alguns momentos, mas mãe e 
escola consideram que geralmente P. consegue se comunicar de forma adequada. 
Baseado no caso clínico acima, escolha a alternativa correta: 
 
(A) O diagnóstico de TDAH ainda não pode ser realizado nesta idade, uma vez que a 
inquietude é uma característica esperada em crianças pré-escolares. 
(B) Os sintomas opositores devem ser manejados através do uso de antipsicóticos 
como, por exemplo, a risperidona, não havendo eficácia para as abordagens 
psicoterápicas destes nesta idade. 
(C) O manejo inicial deve ser feito com psicoestimulantes, uma vez que está bem 
estabelecido na literatura dentro desta faixa etária. 
(D) As trocas fonêmicas podem ocorrer nesta idade e não configuram transtorno de 
linguagem. O paciente deverá ter abordagem multidisciplinar com fonoaudiologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 10/12 – Faculdade de Medicina da USP - Residência Médica 2021 
 
QUESTÃO 13 
VMC, sexo feminino, 11 anos, pré-pubere, chega ao Pronto-Socorro trazida pelos pais em 
função de recusa alimentar há 72 horas, onde confessa ter ingerido somente água no 
período. Nas últimas 8 horas, os pais tentaram realizar realimentação sob supervisão, 
conforme orientados por Nutricionista especialista em Transtornos Alimentares. 
Entretanto, sem sucesso. 
Há cerca de 1 mês, após ter descoberto que não era a mais magra do grupo de amigas, 
passou a pular refeições, aprendeu a contar calorias com aplicativos de celular e cortou a 
maioria dos alimentos ricos em gorduras. Contou que estava muito triste e achava que, se 
não fosse a mais magra, deixaria de ser a aluna mais querida da sala. Perdeu 4 kg nas 
últimas semanas, no entanto, ainda se sentia bastante insatisfeita com sua forma física e 
após as refeições descreve sentir uma angústia intensa, muito medo de engordar e as 
únicas coisas que a aliviavam era dançar ou fazer abdominais no seu quarto. 
Ao exame: Paciente chora copiosamente, falando que prefere morrer a comer algo que 
possa engordá-la. Peso = 37 Kg; Altura = 146 cm; IMC de 17.36 kg/m²; percentil de 
IMC/idade 51% (Z-escore de IMC/idade de +0,1); PA = 70x50 mmHg; FC = 70 bpm; 
Glicemia capilar = 36 mg/dL; ECG sem alterações; Potássio sérico= 3,7 mEq/L. 
No caso acima, após estabilização dos parâmetros clínicos na emergência, qual seria a 
modalidade de tratamento mais adequada? Qual os principais critérios que justificam a 
escolha? 
 
(A) Modalidade: Internação hospitalar. Justificativa: Recusa alimentar aguda com rápida 
perda de peso e risco de suicídio. 
(B) Modalidade: Internação hospitalar. Justificativa: Hipocalemia e risco de suicídio. 
(C) Modalidade: Internação domiciliar com equipe pediátrica de Homecare. Justificativa: 
Falha de tratamento ambulatorial e risco de instabilidade clínica. 
(D) Modalidade: Ambulatorial com equipe especializada em Transtornos Alimentares. 
Justificativa: Sintomatologia típica de anorexia nervosa e perda de 10% do peso 
corporal. 
 
QUESTÃO 14 
Em relação à evolução e tratamento da esquizofrenia na infância e adolescência, qual a 
resposta correta? 
(A) As indicações clínicas do uso da clozapina em crianças e adolescentes não são as 
mesmas do uso na população adulta, como refratariedade e redução de 
comportamento suicida. 
(B) Crianças e adolescentes são mais vulneráveis a efeitos adversos de psicofármacos, 
no entanto o impacto metabólico a longo prazo nessa faixa etária é menos 
expressivo. 
(C) O pior prognóstico relatado para pacientes de esquizofrenia de início precoce talvez 
possa ser explicado pelo tempo de psicose não tratada e maior associação com 
déficits cognitivos de base. 
(D) Todos os antipsicoticos são igualmente efetivos no tratamento da esquizofrenia na 
infância e adolescência. 
 
Faculdade de Medicina da USP – Residência Médica 2021 - Página 11/12 
 
QUESTÃO 15 
Sobre o TDAH é correto afirmar: 
 
(A) Na abordagem de adolescentes com TDAH, a terapia comportamental é a 
modalidade de tratamento preconizada. Os psicoestimulantes não devem ser 
usados, devido ao risco de abuso nesta população. 
(B) Crianças em uso de estimulantes devem ter o peso e a altura aferidos 
rotineiramente. Havendo alteração nestes parâmetros, a pausa da medicação em 
finais de semana/férias pode ser considerada. 
(C) A avaliação neuropsicológica, além de ser necessária para firmar o diagnóstico de 
TDAH, auxilia no planejamento de intervenções terapêuticas, uma vez que possibilita 
o mapeamento de déficits nas funções executivas. 
(D) Em relação aos fatores de risco bem estabelecidos para o TDAH temos os fatores 
genéticos (herdabilidade ~76%) e o ambientais, nos quais se destacam a 
prematuridade e o uso de eletrônicos. 
 
QUESTÃO 16 
Sobre TEA podemos afirmar como correto: 
 
(A) Deficiência intelectual e TDAH são sempre diagnósticos diferenciais, não podendo 
ser uma comorbidade do TEA. 
(B) Atraso de fala é um dos critérios diagnósticos mais importantes e deve ser 
pesquisado pela sua alta prevalência. 
(C) A comunicação não verbal frequentemente está preservada e pode utilizada como 
forma de substituição para a comunicação verbal. 
(D) Alterações sensoriais como hipo/hipersensibilidade aos estímulos é um critério 
diagnósticoe pode ser causa de comportamento disruptivo. 
 
QUESTÃO 17 
Como relação ao transtorno disruptivo da desregulação do humor (TDDH) é correto 
afirmar que: 
 
(A) Apesar de ser um quadro psicopatológico distinto do transtorno bipolar, com curso 
clínico e aspectos diagnósticos próprios, ele se encontra descrito, no DSM-5, dentro 
do grupo de transtorno bipolar do humor. 
(B) Há evidências, apesar de ainda pouco consistentes, de resposta parcial com o uso 
de carbonato de lítio e antiepilépticos. 
(C) A principal diferença com o transtorno explosivo intermitente (TEI) é que no TDDH 
as explosões de raiva são mais frequentes (ocorrendo até 03 vezes na semana), por 
um período maior de tempo (12 meses) e com a presença de humor 
permanentemente irritado no intervalo entre as explosões. 
(D) A idade mínima para o diagnóstico são 10 anos de idade, podendo o quadro persistir 
na vida adulta. 
 
Página 12/12 – Faculdade de Medicina da USP - Residência Médica 2021 
 
QUESTÃO 18 
Qual das seguintes afirmações a respeito de características clínicas, fatores de risco e 
prognóstico do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) em crianças e adolescentes está 
correta? 
(A) 40% dos jovens com TOC de início na infância ou adolescente podem experimentar 
remissão no início da idade adulta, mas muitos deles podem ter uma doença 
vitalícia. 
(B) A desinibição comportamental na infância é um possível fator de risco relacionado 
ao temperamento do indivíduo. 
(C) Meninas são afetadas em uma taxa mais alta do que meninos na população 
pediátrica. 
(D) A taxa de TOC entre parentes de primeiro grau de indivíduos com TOC na infância 
ou adolescência é 2 vezes maior do que entre parentes de primeiro grau daqueles 
sem o transtorno. 
 
QUESTÃO 19 
Sobre o desenvolvimento de adolescentes, assinale a alternativa correta: 
(A) O estilo autoritário parental organiza limites e direitos de forma balanceada enquanto 
o estilo parental indulgente é sinônimo de permissivo para o adolescente. 
(B) A adolescência é um período que a conscientização e a inquietação em relação à 
identidade pessoal se atenuam pela maior capacidade cognitiva e acesso às 
informações. 
(C) O adolescente pode ter seu sigilo quebrado na consulta e deverá ser informado 
disso quando houver risco à sua vida ou outros riscos significativos, como risco a 
terceiros. 
(D) A depressão está presente em igual proporção em homens e mulheres na 
adolescência, apesar de as mulheres terem mais tentativas de suicídio. 
 
QUESTÃO 20 
É comum em serviços de pronto atendimento os médicos se deparem com adolescentes 
com alto risco de suicídio, alguns com relatos de múltiplas tentativas de suicídio 
desencadeadas por estressores interpessoais. Essa característica, associada a um 
quadro frequente de desregulação emocional, alterações cognitivo-perceptual, 
comportamental e de identidade sob estresse, que ocorrem em diversos contextos, nos 
faz pensar em uma determinada hipótese diagnóstica. Sobre esta é possível afirmar que: 
 
(A) A abordagem terapêutica primária é o tratamento psicofarmacológico (ex. 
estabilizadores de humor e antipsicóticos). 
(B) Não é possível o diagnóstico de nenhum transtorno especifico em pacientes com 
menos de 18 anos, já que a personalidade ainda está em desenvolvimento. 
(C) Trata-se de um transtorno com prognóstico desfavorável, com tendência dos 
sintomas se manterem ao longo da vida. 
(D) As abordagens terapêuticas mais efetivas para esse transtorno são Terapia 
Comportamental Dialética (DBT) e Tratamento Baseado na Mentalização (MBT).

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