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Modelo Westminster de democracia (Reino Unido) - divisão dos poderes, partidos, sistema eleitoral, críticas e análises

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Modelo Westminster ou majoritário de democracia
Usado no Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte e em países colonizados;
É uma monarquia parlamentar, cujo chefe de GOVERNO é o primeiro ministro a o chefe de
ESTADO é o monarca;
As eleições são a cada 5 anos, mas podem ser antecipadas; O voto não é obrigatório.
Lijphart diz que seria mais correto chamar o Reino Unido de “democracia de maioria
simples” do que majoritária, já que é necessária apenas uma maioria simples para aprovar
emendas, entre outras coisas.
Poder executivo é o gabinete, formado pelo primeiro ministro e seus secretários
(equivalentes aos ministros no Brasil) - O primeiro ministro é indicado pelo partido em
maioria no parlamento;
O gabinete é uni partidário (todos os secretários são do partido do primeiro ministro), a
minoria não é incluída no governo;
Os gabinetes de coalizão são raros, eram mais comuns entre 1918 e 45, quando os partidos se
uniam contra o nazismo;
O gabinete depende da confiança do parlamento, que podem destituir o primeiro ministro.
Ainda assim, isso nunca ocorre pois os partidos são coesos e quase não há infidelidade
partidária, além do que os parlamentares não têm interesse em antecipar as eleições e
correrem o risco de não ganharem. Assim, os parlamentares acabam sendo controlados pelo
gabinete;
Boris Johnson não tem apoio dentre os parlamentares, entre outros motivos por conta do
Brexit. Ele tentou dissolver o parlamento, mas foi decretado inconstitucional;
Poder legislativo é o parlamento, que se divide entra câmara dos Lordes e câmara dos
comuns:
- A câmara dos comuns equivale à dos deputados no Brasil;
-Possui 650 cadeiras na eleição geral, divididas entre distritos de população quase igual,
sendo que cada um escolhe um candidato, sendo que o vencedor não precisa necessariamente
de mais da metade dos votos. O partido que conseguir 325 cadeiras escolhe o primeiro
ministro;
Concentração do poder legislativo em uma legislatura unicameral: mesmo sendo
dividido entra câmara dos lordes e câmara dos comuns, só a segunda tem poder de fato, sendo
que a primeira é mais decorativa.
“PARLAMENTO” se refere apenas à câmara dos COMUNS.
Os membros do parlamento são eleitos pelo voto popular e quase todo o poder legislativo é
deles. Já os membros da câmara dos lordes, que são membros da nobreza hereditária, são
mantidos em seus cargos por questões decorativas e têm o único poder de adiar a entrada em
vigor de alguma lei aprovada pelo parlamento por apenas um ano ou um mês no caso de leis
orçamentárias, não atuam como uma casa revisora e não têm poder de veto.
Os principais partidos são o conservador (Tory) (direita liberal- centro direita) e o
trabalhista (Labour) (centro-esquerda). Ambos têm força aproximadamente igual (40% dos
votos mais ou menos). O liberal é sub-representado, possui apenas 3% das cadeiras na câmara
dos comuns. O primeiro ministro atual é Boris Johnson, do conservador;
Bipartidarismo: em teoria, o sistema é pluripartidário, mas na prática apenas dois partidos
conseguem chegar ao governo (conservadores e trabalhistas). Os partidos menores, apesar de
serem uma minoria numerosa, não chegam ao governo por conta da maioria fabricada,
ficando apenas na oposição.
O sufrágio universal alterou as forças dos partidos, fazendo com que o Partido Trabalhista
substituísse o Liberal no sistema bi partidário durante o período entre guerras.
Os partidos são unidirecionais pois ambos tendem ao centro e aceitam as regras do jogo,
tendo apenas algumas divergências pontuais acerca de políticas econômicas (investimentos e
graus de Welfare State, por exemplo).
Maioria fabricada: um partido que vence em uma maior quantidade de distritos acaba tendo
mais cadeiras na câmara dos comuns do que um partido que obteve uma maior quantidade
absoluta de votos no país, mas que foram espalhados e acabou vencendo em um menor
número de distritos. Assim, um partido que, embora não tenha a maioria entre a população
acaba tendo a maioria no parlamento, o que desfavorece partidos menores. Por exemplo, o
Partido Escocês venceu em quase todos os distritos da escócia obteve mais cadeiras do que o
Partido Liberal, que obteve 1 milhão de votos a mais, porém foram espalhados e ele venceu
em poucos distritos.
Sistema de eleições majoritário e desproporcional: majoritário pois força os partidos a
adotarem posturas mais moderadas, já que os perdedores não ganham nada e desproporcional
por conta da maioria fabricada;
Esse sistema favorece a governabilidade, pois o primeiro ministro quase sempre tem maioria
no parlamento.
Pluralismo e grupos de interesse: é um sistema de pluralismo aberto a todos, o que
estabelece um estilo competitivo e conflitivo e um combativo padrão de relacionamento entre
governo e oposição, tornando os debates políticos mais acalorados e abertos.
Governo unitário e centralizado: o poder fica concentrado no parlamento britânico, o que
torna os governos locais dependentes do governo central. Os governos locais até executam
algumas funções, mas seu poder não é garantido pela constituição. O movimento separatista
da Irlanda contesta essa dependência e reivindica maior autonomia.
Flexibilidade constitucional: o Reino Unido não possui constituição escrita, são mais
apegados a costumes do que a leis e qualquer lei pode ser alterada pelo parlamento se obtiver
apenas uma maioria simples. Já as relações entre os poderes, instituições e direitos
fundamentais são definidos em textos legais, como a Magna Carta (1285), a declaração dos
direitos (1689) e os atos do parlamento de 1911 e de 1949.
Já no Brasil, há uma rigidez constitucional: para ser aprovada uma emenda é necessário que a
proposta desta seja feita pelo presidente ou por um terço dos membros de uma das casas
congresso ou de mais da metade das assembleias legislativas. Assim é o caso da reforma da
previdência, que precisa alterar o capítulo da constituição sobre seguridade social.
Ausência de revisão constitucional: apesar do parlamento normalmente aceitar as regras da
constituição não escrita, não está formalmente ligado a ela. Então, tudo que for aprovado por
maioria simples no parlamento terá validade, já que não há uma lei maior contra a qual
possam testar a constitucionalidade da legislação. Também não existem “guardiões da
constituição” (como o STF no Brasil e a Suprema Corte nos EUA, onde existem maiores
controles de constitucionalidade).
Banco central controlado pelo poder executivo: o banco central não é independente, é
controlado pelo gabinete, apenas em 1997 foi concedido ao Banco da Inglaterra o poder
independente de estabelecer taxas de juros. Também não está sob influência do Banco Central
Europeu, assim, usam a Libra esterlina e não o Euro.

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