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Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Docente: Pierre Joseph Nelcide Discente: Letícia Deminski Lezman RESENHA DO ARTIGO ‘’MODELO DE KALDOR’’ Cascavel-PR 2022 Introdução Conforme apontado pela teoria keynesiana e extensões de Kaldor (1956) e Pasinetti (1961), há uma existência positiva, proporcional e correlacionada entre o conceito de distribuição e crescimento econômico, onde o crescimento é classificado como um processo endógeno de acumulação de capital e, portanto, progresso tecnológico benéfico, que por sua vez aumenta a taxa de acumulação de capital. Assim, considerando que o motor fundamental do crescimento é a acumulação de capital, pode-se concluir que o nível de produção é limitado pela quantidade de recursos disponíveis. 8.2 Modelo de Kaldor (1957) Kaldor usa o modelo de Solow como referência para explicar as economias capitalistas avançadas, nas quais a taxa de poupança é o principal determinante do estoque de capital no estado estacionário, e tenta visualizar o processo de desenvolvimento econômico como o efeito combinado de múltiplas variáveis econômicas, além das mudanças ao longo do tempo, interferem entre si como vieses de estabilidade, tais como: distribuição funcional da renda entre salários e lucros, índices de produto de capital e rentabilidade do investimento em capital fixo. 8.2.1 O Progresso Técnico "Não há diferença entre o crescimento da produtividade do trabalho devido ao crescimento do estoque de capital e o crescimento da produtividade devido ao progresso tecnológico", dada a função de produção neoclássica, é impossível quantificar os diferentes tipos de expansão do capital devido ao movimento da curva significa que cada vez mais tecnologia avançada com pouco capital humano, suas críticas partem do princípio do pensamento neoclássico de que o progresso tecnológico, aliado ao aumento da produção de cada trabalhador, leva à absorção econômica, a novos processos de produção. No entanto, prevê-se que o progresso tecnológico se dê através do crescimento econômico, confirmado ao longo do tempo por rupturas estruturais que provocam um deslocamento ascendente na curva do progresso tecnológico. O principal desvio do processo de crescimento reside não apenas na disponibilidade de capital, mas também na facilidade com que a mudança tecnológica é absorvida. 8.2.2 Supostos Adicionais Dada a importância do estoque de capital e sua heterogeneidade, Kaldor sugere que a melhor forma de quantificar essa variável pode ser decomposta em dois fatores: uma medida do potencial mecânico do estoque existente e a quantidade de aço utilizada para a produção (de por tonelada de aço). O preço médio do capital permanece inalterado). Os autores também assumem que as taxas de juros conectadas à economia desempenham um papel passivo, uma vez que as variáveis monetárias e financeiras muitas vezes não são fatores condicionantes ao crescimento tecnológico ou às novas tecnologias de produção, portanto, quaisquer mudanças nas taxas de juros terão como alvo o equilíbrio futuro. e margens de lucro. À medida que o ciclo entre capital e crescimento tecnológico é facilitado, o capitalista investidor busca garantir o investimento em capital fixo à medida que observa possíveis mudanças positivas na economia, atuando como uma combinação de efeitos multiplicadores e aceleradores. Dada a suposição de espíritos animais ou a existência de um otimismo capitalista mínimo, podemos questionar que a função investimento de Kaldor impõe uma relação direta entre produtos de capital, capital fixo e capital de giro, de modo que as decisões de investimento ocorrem ao longo de um período. A empresa é capaz de ajustar seu capital efetivo ao estoque de capital desejado. 8.2.3 O funcionamento do modelo Entende-se, portanto, que existam três equações básicas que determinam os fatores de crescimento econômico, que podem ser essencialmente reduzidos a: poupança, investimento e progresso técnico. E que esses fatores se baseiam em duas situações: com força de trabalho constante e com crescimento da força de trabalho. 8.2.3.1 A população trabalhadora constante Desta maneira na primeira situação, assume-se que a variação do PIB seja igual a variação da renda, baseando-se, respectivamente nas equações de poupança,investimento e progresso técnico: S t = sp Pt + sw (Yt − Pt ) 1 > sp ≥ sw Kt = [ 𝜶’ + 𝜷’ ( Pt - 1 / Kt -1 ) ] Yt-1 𝜶’ > 0, 𝜷’ > 0 Yt+1 - Yt / Yt = 𝜶’’ + 𝜷’’ It / Kt𝜶’’ > 0, 1 > 𝜷’’ > 0 Assumimos, portanto, que quanto maior a taxa de investimento, maior a produtividade do trabalho humano, de modo que a taxa de crescimento da renda é determinada pela taxa de investimento líquido, de modo que a distribuição da renda é autorregulada. e investimento. Para evitar valores extremos, como no crescimento populacional, há um teto na distribuição de renda, de forma que sempre fica abaixo do valor do salário-mínimo de subsistência. E o incentivo está abaixo do ponto em que a empresa não consegue mais cobrir seus custos operacionais. A taxa de aumento da produtividade do trabalho não está correlacionada com a propensão a poupar, pois a taxa de aumento é determinada apenas pelo grau de progresso tecnológico que as instituições governamentais devem estimular. No longo prazo, juntamente com a distribuição de renda, a taxa de retorno está relacionada ao crescimento econômico (determinado pelo progresso tecnológico) e à propensão dos capitalistas a poupar (esperar para ver). oportunidade de investimento). 8.2.3.1.1 Transição para o longo-prazo: uma simulação numérica A transição das variáveis que explica o comportamento de tendência ao constante no longo prazo da taxa de lucro e capital-produto pode ser expressa pela equação não linear e pela descrição: Determinados os valores para o cálculo existem uma tendência onde a variável da taxa de crescimento se torne constante a partir da metade do total do período estabelecido, de modo que através da equação do progresso técnico, a taxa de variação do produto e do capital será a mesma. Todavia se houvesse um crescimento exógeno do progresso técnico, que induzisse variações no crescimento autônomo da produtividade e na sensibilidade do progresso técnico ao ritmo de acumulação de capital. Ocorreria um desequilíbrio entre investimento e poupança de maneira que os empresários tenderiam a ampliar seu lucro, fazendo com que houvesse uma alteração na distribuição da renda e portanto uma elevação na poupança. 8.2.3.2 A população em crescimento Seguindo a teoria malthusiana de que a taxa de crescimento populacional é uma função da taxa de crescimento dos meios de subsistência, Kaldor argumenta que enquanto a taxa de natalidade é uma variável independente dos parâmetros econômicos, a mortalidade está relacionada ao desenvolvimento da economia. . Com efeito, tal impacto, disse, seria o resultado da falta ou disponibilidade de infraestruturas que coincidem com os serviços de saúde. Assumindo, no entanto, que existe um teto para a taxa de crescimento populacional, onde mesmo após o valor máximo ser atingido, a taxa de crescimento econômico continua a aumentar sem afetar essa variável, é representado por: 𝑔𝑛 = (α ' ÷ 1 − β) + η = 𝑔 + η 8.3 Os estágios do capitalismo Desta forma Kaldor interpreta os estágios do capitalismo como definidos por duas fases, isto é, uma primeira onde se predominam as ideias apresentadas por Marx (1867), de forma que os lucros são determinados como um excedente da produção em relação aos salários de subsistência. E uma segunda, onde se aplicam as equações e teorias determinadas pelo próprio autor. Definindo assim que o processo de crescimento econômico, inicialmente, não faz com que o crescimento de produtividade seja acompanhado por um desenvolvimento social, istoporque o acréscimo de produtividade não induz a um excedente sobre o salário de subsistência. Todavia, quando a taxa de investimento se iguala ao nível de capital desejado a cada período, a segunda fase começa, de modo que como apresentado, não há somente um aumento de salário real mas também uma maior disponibilidade de infraestrutura social. Abaixo o gráfico demonstra que passado um período M, o nível de lucro (tal que Pt = yt - Wmin) é o suficiente para financiar uma taxa de investimento condizente com o estoque “desejado” de capital. No longo prazo os salários reais aumentam à mesma taxa da produtividade da mão de obra de tal modo que a participação dos salários e lucros na renda permanece constante e o crescimento do capital igualasse ao crescimento da renda, mantendo constantes a relação capital produto e a taxa de lucro na economia. 8.4 Resumo Conclui-se que o progresso técnico é o motor que gira a roda do capital, atuando como causa e efeito do crescimento econômico, acelerando ainda mais a taxa de progresso. Portanto, com uma relação positiva entre o crescimento da produtividade do trabalho e o estoque de capital, as relações multiplicadoras keynesianas produzem um aumento no crescimento econômico, essencialmente, a relação, e esta, se caracteriza como uma relação endógena.
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