Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
São Luís 2021 SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO CIÊNCIAS ECONÔMICAS DIVERSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DA EMPRESA USINA A&E São Luís 2021 DIVERSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DA EMPRESA USINA A&E Trabalho de apresentado à, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas: Teoria Microeconômica: Mercados Teoria Macroeconômica Teoria do Crescimento Econômico Formação Econômica do Brasil Teoria do Desenvolvimento Econômico Professores: SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 4 2.1 CICLO ECONÔMICO DO AÇUCAR NO BRASIL ........................................... 4 2.2 ESTRUTURAS DE MERCADO ........................................................................ 5 2.3 POLITICAS MONETÁRIAS E FISCAIS ........................................................... 6 2.4 ESTADO ESTACIONÁRIO E CAPITAL DO TRABALHADOR ...................... 9 2.5 IMPACTOS SOCIAIS E ECONOMICOS ....................................................... 10 3 RESULTADOS ................................................................................................... 11 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12 1. INTRODUÇÃO Considerando o tema proposto, nesse trabalho abordaremos os principais aspectos que envolvem a indústria sucroalcooleira ou sucroenergética em nosso país, presente em nossa história desde a época em que éramos colônia de Portugal, a cana-de-açúcar representou e ainda tem um importante papel na cadeia econômica brasileira. Se analisarmos que o Brasil é o único país do mundo que domina plenamente todas as etapas industriais da produção a transformação da cana, bem como ainda temos plantas industriais integradas verticalmente articulando todas as atividades inerentes a cadeia de processamento até o fornecimento final ao consumidor, não atoa somos o maior produtor/exportador mundial de açúcar e o segundo maior de etanol. Já no ramo energético de primeira linha, a geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana representa cerca de 5% de toda energia consumida no país, são números consideráveis. Como em todo o ramo da indústria, a atividade econômica de exploração da cana também gera consequências socioeconômicas, nesse caso vale ressaltar que são mais positivos que negativos. Cerca de 40 bilhões de dólares ano em geração de riqueza e renda em toda a cadeia produtiva/consumidora, mais de 6 bilhões de dólares por ano em exportações e divisas estrangeiras por meio de contratos, são 800 mil empregos diretos formais isso sem contar com os efeitos do multiplicador Keynesiano, onde um só polo industrial sucroalcooleiro pode transformar toda economia de uma macrorregião. As externalidades ambientais são da mesma forma inegáveis, enquanto outras atividades mundo afora necessitam comprar, nós estamos vendendo créditos de carbono através de programas mundialmente reconhecidos como CBIO – Catalyst Biosciences. Comparativamente em relação a combustíveis de origem fóssil, a emissão de gases de feito estufa são 90% menores na cadeia da cana. Sabendo de todos os benefícios e representatividades dessa atividade, ajudaremos analisar a viabilidade para a Usina A&E sobre a diversificação do seu negócio, passando pela abordagem história da indústria da cana, análise de estruturas de mercado, variantes e agentes exógenos de políticas econômicas governamentais, calculo macroeconômico e impactos socioeconômicos regionais da nova unidade planta processadora de etanol. 3 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 CICLO ECONÔMICO DO AÇUCAR NO BRASIL No início do Brasil colônia, o comercio se baseou escambo entre índios e europeus em troca da exploração extrativista vegetal do Pau-Brasil. A metrópole estabelecia todas as regras comerciais para a colônia, que por sua vez trabalhava para suprir as demandas de seu “senhorio”. Estabelecendo isentivos fiscais para exploração de terras, emissão de latifúndios e sempre usando a mão de obra escrava indígena ou negra africana. A partir de 1530 muitos polos de plantio de cana-de-açúcar e engenhos de processamento se estabeleceram ao longo do litoral brasileiro, com destaque para os estados nordestinos de Pernambuco e Bahia. Em 1580 ocorre a formação da União Ibérica, onde a Coroa Espanhola proíbe a comercialização do açúcar com a Holanda. Nos anos de 1624 e 1630, respectivamente, os holandeses invadiram as cidades de Salvador e Recife, sendo paralisada a produção de açúcar na região. Apenas em 1637, sob o governo de Mauricio de Nassau, é retomada a atividade da cana. Todavia em 1649, Portugal retoma o controle das terras. No século XVIII o largo cultivo de cana-de-açúcar na Antilhas, quebrou o monopólio brasileiro na oferta do açúcar para a exportação. O preço do produto despencou, e a metrópole portuguesa começou a abandonar o comercio dessa commodity em benefício da extração de metais preciosos no centro-oeste do país, iniciando-se o fim do primeiro ciclo econômico da cana-de-açúcar no Brasil Colônia. No início do século XIX, o cultivo da cana e seu processamento em bens de consumo toma um sobre fôlego, com o estabelecimento de engenhos centrais alimentados por produtores regionais, só que dessa vez com uma infraestrutura organizada e financiada pelo governo na região sudeste do país. Mesmo assim, os preços mundiais do açúcar refinado se mantiveram baixos, com pouca elasticidade os lucros dos produtores estiveram sempre deficitários ou precários até meados do século XX, onde programas de incentivo a outro produto derivado da cana, o etanol, equilibraram a balança comercial dos investidores. De todas as formas, seja no Brasil colônia ou contemporâneo, os produtos e subprodutos dos ciclos da cana sempre sofreram por agentes exógenos a nível internacional. 4 2.2 ESTRUTURAS DE MERCADO A microeconomia estuda as formas de interação entre os agentes econômicos, como estes tomam suas decisões baseadas em tradeoffs do dia-a-dia. Para uso de tais faculdades, os mesmos estão inseridos dentro de estruturas de mercado, que se caracterizam principalmente por grau de concentração, diferenciação de produto e barreiras de entrada. Essas características definem de forma sistemática como ofertantes e demandantes se comportam economicamente. O grau de concentração de mercado determina a quantidade de compradores e ofertantes de um certo produto ou serviço. A extremidade u pulverização entre vendedores e compradores determina maior ou menor controle sobre os preços. A diferenciação do produto é uma variante qualitativa, e meche diretamente com a ponta da demanda, já que produtos substitutos servem como concorrência entre seus congêneres. Já as barreiras de entrada afetam diretamente os ofertantes, pois maior ou menor grau de dificuldade em surgir novos concorrentes, seja por questões legalistas ou capital exigido para início das operações, promove uma maior concentração entre players ofertantes. Definindo as estruturas em si, temos: • Concorrência perfeita, onde o numero de ofertantes e consumidores é bem pulverizado, e não há grandes concentrações de mercado. • Concorrência monopolística, a exemplo da anterior existe uma pulverização entre oferta e demanda, porém o grau de diferenciação é alto e as barreiras de entrada são pequenas. • Oligopólio, tem-se poucos ofertantes para um grande número de consumidores, os produtos são homogêneos ou não e as barreiras de entrada são altas. • Monopólio,existe apenas um ofertante para todo o mercado consumidor, o produto não tem substituto e as barreiras de entrada são altíssimas, normalmente legalistas. • Oligopsônio e Monopsônio, são equivalentes semânticas as 5 estruturas anteriores, porém do lado da demanda, onde o mercado consumidor se sobressai aos ofertantes. Normalmente ocorre a nível regional. Levando em consideração a empresa Usina A&E do estudo proposto, podemos afirmar que a venda de etanol pós produção é baseada numa estrutura oligopsônio, pois por força da Lei Estatal (Norma ANP – Agência Nacional de Petróleo) a produtora só pode vender a distribuidora mais próxima de sua sede. Todavia a MP – Medida Provisória 1.063/2021 do então Presidente Jair Messias Bolsonaro, garante a oferta direta do produto aos postos de combustíveis, o que por sua vez mudaria o ensejo da estrutura de mercado da usina para uma concorrência monopolística, pois o numero de ofertantes no mercado sucroalcooleiro ficaria pouco mais pulverizado, todavia ainda para uma grande demanda. 2.3 POLITICAS MONETÁRIAS E FISCAIS Quando se estuda macroeconomia dois termos comuns são exaustivamente abordados: políticas fiscal e monetária. Normalmente relacionadas ao movimento da demanda agregada para uma ou outra direção, mais usual o interesse é estimular esse deslocamento para a direita. A política monetária pode ser traduzida como a literal “impressão” de moeda promovida pela Banco Central de um país ou bloco econômico como a União Europeia. Uma das frases que ficou mais famosa durante a cobertura midiática pós pandemia foi “injeção de divisas”, se referindo propriamente a geração de moeda eletrônica por essas instituições a todo sistema financeiro, não necessariamente representa produção de dinheiro físico. Essencialmente os Bancos Centrais compram títulos da dívida pública como meio de emprestar dinheiro no sistema financeiro, porém nos últimos anos vimos essas instituições comprando títulos de dívidas de grandes instituições privadas, como meio de salva-las durante as severas crises econômicas que se abateram sobre o sistema financeiro internacional nas últimas duas décadas, crise do subprime (2008) e pandemia (2020). Todo esse movimento garante, a curto prazo, um aumento da disponibilidade de moeda corrente no sistema, que é retroalimentado que crédito fácil e deslocamento da curva de demanda agregada para a direita, vejamos: 6 (Gráfico de deslocamento para expansão monetária) Já a política fiscal se traduz pela exigência intrínseca do governo produtos e serviços da economia. Através de impostos o Estado gera receitas, mas sem produção, ou através de geração de dívidas via emissão de títulos públicos. O aumento ou diminuição das despesas estatais são determinantes para a definição de políticas públicas contracionistas ou expansionistas, deslocando diretamente a curva de demanda. (Gráfico de deslocamento para expansão fiscal) Para todo caso, na situação proposta, qualquer empresa que se disponha a empreender uma nova iniciativa de negócio, deve contar com uma política 7 expansionista governamental, muito embora existam nichos de mercado que também prosperam perante uma contração monetária/fiscal, no primeiro caso a disponibilidade de crédito fácil, juros baixos e mercado aquecido, torna o retorno financeiro de qualquer empreendimento muito mais rápido. Embora deva se considerar que sustentadas essas condições por períodos mais prolongados, a expansão monetária exacerbada ou o descontrole fiscal das contas públicas dos governos trazem fatores negativos a longo prazo, sendo o maior deles a nefasta inflação. 2.4 ESTADO ESTACIONÁRIO E CAPITAL DO TRABALHADOR Analisando o estado estacionário da economia, dizemos que é a situação onde não há evolução ou involução das relações econômicas e comerciais por capital do trabalhador. Dadas as funções trabalho, poupança, crescimento populacional, depreciação e progresso tecnológico, podemos calcular a produção por trabalhador, ou seja, per capita. Considerando os dados para a Usina A&E em relação a situação nacional para os anos 2022/2023: 8 Ano 2022: 𝐾 ∗ = [ 0,4 0,05 + 0,04 + 0,1 ] 1 1−06 = 6,43 𝑌 ∗ = [ 0,4 0,05 + 0,04 + 0,1 ] 0,6 1−06 = 3,45 Ano 2023: 𝐾 ∗ = [ 0,4 0,05 + 0,06 + 0,08 ] 1 1−06 = 17,72 𝑌 ∗ = [ 0,6 0,05 + 0,06 + 0,08 ] 0,6 1−06 = 5,61 Verificando os resultados, podemos analisar que quando há uma mudança positiva no incremento per capita e a economia está aumentando, ocorre um aprofundamento do capital, o que proporciona um ambiente positivo para o investimento privado. 2.5 IMPACTOS SOCIAIS E ECONOMICOS É indiscutível as vantagens ambientais, sociais e econômicas da produção e processamento de etanol a base de cana-de-açúcar em comparação ao processamento dos demais combustíveis fosseis. O etanol é um combustível genuinamente brasileiro (independente de importação) e de fonte secundária, pois seu insumo é retirado diretamente da natureza, a posteriori passa por processo industrial. Essa dinâmica entre o plantio da cana até a oferta de etano ao consumidor final, sofre com etapas sucroenergéticas que demandam toda uma infraestrutura física, capital econômico e intelectual, pois nosso país é pioneiro nas melhores técnicas de processamento da cana, bem como no reaproveitamento dos subprodutos inerentes ao processo. Normalmente devido a necessidade de grandes áreas para o plantio 9 da cana, e/ou a facilidade de transporta-la, as usinas de produção de etanol são instaladas no interior litoral das regiões sul, sudeste e nordeste, priorizando cidades secundárias com histórico agrícola, por vezes com baixo índice de desenvolvimento humano, emprego e renda. Essas localidades podem ser beneficiadas direta e indiretamente com a instalação de uma planta desse tipo de usina. Da monocultura, logística de transporte e contratação de mão de obra empregada, parcerias públicas privadas podem ser estabelecidas para a melhoria da infraestrutura regional, e até mesmo a geração de energia local pode ser incrementada através da queima do subproduto da cana (bagaço), jogando seu excedente de produção energética na rede local e diminuindo os custos com energia elétrica da população. Com uma maior oferta de empregos e melhoria na renda popular, a concentração de riqueza tende a diminuir, contribuindo inclusive para melhorias nos resultados do índice de Gini. . 10 11 3 RESULTADOS Renegado por alguns anos como um combustível de segunda classe, ou economicamente inviável, na era onde o apelo ambiental ganha cada vez mais força e o encarecimento social e econômico do uso de combustíveis fósseis é cada vez mais evidente, o etanol toma novamente sua posição de destaque no cenário energético mundial. O monopólio de uma só fonte energética mundial está se esvaindo, principalmente entre a indústria automobilística e de fabricação de meios de transporte de massa, caminhamos para um mundo plural em todos os sentidos, onde inúmeras fontes renováveis de energia são disponibilizadas ao público consumidor. O papel de qualquer empresa que se preste a fazer um investimento dessa magnitude e se inserir nesse tipo de mercado, sem dúvidas, é tornar sua atividade economicamente viável e garantir sustentabilidade com lucro. Como podemos acompanhar no assunto abordado nesse trabalho, a indústria sucroenergética sofreu reveses ao longo de sua história, parte em consequência de politicas públicas desastrosas, mas em parte por conta do próprio momento de mercado. De qualquer forma, no atual momento, vivemos uma ideia bem positiva a respeito de fontes energética renováveis, sendo o etanol um produtoque se encaixa nesse padrão. Obviamente que um empreendimento como a Usina A&E, mergulha num mundo até então desconhecido, mas seu know-how do mercado do açúcar, o domínio de parte do processo que envolve o ciclo da cana, já estabelece uma vantagem estratégica considerável e garante certa segurança no retorno do investimento. O aumento do leque de produtos processados na mesma planta fabril, como o reaproveitamento inteligente de sua infraestrutura já montada, se torna uma vantagem perfeitamente viável para se iniciar no ramo do etanol. A possibilidade de variação de produção durante a sazonalidade dos preços de mercado internacionais garante ao empreendimento mais de uma fonte de faturamento. Isso, como já mencionado, nos ganhos sociais e econômicos auferidos a região onde o complexo esteja instalado. REFERÊNCIAS FREEMAN, C.; SOETE,L. A economia da inovação industrial. Campinas: UNICAMP, 2010. MENGER, C. Princípios de economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983. GREMAUD, A. C. Economia Brasileira Contemporânea. São Paulo: Atlas, 2011. ABREU, M.P. (Ed.). A Ordem do Progresso: Cem Anos de Política Econômica Republicana 1889-1989. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1990. MOCELLIN, R. História Crítica da Nação Brasileira. São Paulo: Editora do Brasil S/A, 1987. BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. Rio de Janeiro: Campus, 1999. JONES, Charles I. Introdução à teoria do crescimento econômico. Rio de Janeiro: Campus, 2000. WESSELS, W. Microeconomia: Teoria e Aplicações. São Paulo: Saraiva, 2010. MANKIW, N. G. Introdução à Economia. 5 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. NETO, JOSE M.V. Determinação do Valor em Risco em Empresas Não Financeiras- Estudos de Casos em Empresa Geradora de Energia. Dissertação – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2005. SECURATTO, JOSE R. Avaliação do risco da empresa - Estudo Introdutório. Sao Paulo, Artigo USP, 2002. Olá Helder, parabéns seu trabalho apresenta uma boa estrutura e exposição de conceitos, porém há alguns pontos para serem melhorados, *Estrutura de introdução 4 parágrafos, com 4-6 linhas, ela é o primeiro item do trabalho a ser lido e deve ser sucinto, expositivo atraindo interesse do leitor. Deve conter uma breve contextualização, descrição do problema, como/quais métodos usou para solucionar/chegar à sua conclusão, *Ainda na introdução procure citar brevemente o que será feito em cada passo do portfólio, é um convite ao leitor, sugiro escrever introdução e conclusão por último; *Ampliar e diversificar a bibliografia, aumenta peso e respaldo para sua argumentação, *Citar direta/indiretamente o autor no corpo do texto, início/fim parágrafos (as normas ABNT terão mais peso nas correções futuras). *Seria interessante colocar mais analise no passo 3, a parte teórica ficou bem exposta, Atenciosamente, Alexandre S. Werri 12 Equipe de Tutores - EAD.
Compartilhar