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FACULDADE MERIDIONAL – IMED ESCOLA DE ARQUITETURA E URBANISMO Tiago da Silveira Bacin REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS ATRAVÉS DE INTERVENÇÕES URBANAS. Passo Fundo 2018 Tiago da Silveira Bacin REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS ATRAVÉS DE INTERVENÇÕES URBANAS. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista no curso de Arquitetura e Urbanismo, Escola de Arquitetura e Urbanismo, da IMED. Orientador(a): Prof. (ª) Arq. Ms. Laércio Maculan. Passo Fundo 2018 Tiago da Silveira Bacin REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS ATRAVÉS DE INTERVENÇÕES URBANAS. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista no curso de Arquitetura e Urbanismo , Escola de Arquitetura e Urbanismo., da IMED, com Linha de Pesquisa em morfologia. Passo Fundo, 11 de Dezembro de 2018. (data da defesa) AGRADECIMENTOS À Faculdade Meridional IMED, por me dispor de uma graduação de qualidade, por disponibilizar seu espaço de convivência e pelo auxilio em toda minha graduação. À todos professores, que ao longo do curso transmitiram seus conhecimentos profissionais. À meu orientador Arq. Me. Laércio Maculan, pelo apoio e incentivo ao longo das orientações desse trabalho. À minha família, por todo apoio e auxilio que me incentivou nos momentos difíceis e sempre acreditaram no meu potencial. À meu amigo Arq. Alifer Chiossi, por compartilhar seu conhecimento e experiência ao longo do meu trabalho de conclusão. RESUMO A intenção desse trabalho consiste em apresentar projetos de requalificação de espaços localizados no bairro José Alexandre Zachia, no município de Passo Fundo/RS, através da promoção de intervenções urbanas e reeducação dos moradores para com a consciência do patrimônio público. A partir de análises teóricas feitas em pesquisa com os residentes do bairro observando o perfil de necessidade e o desejo dos moradores, foi possível elaborar as diretrizes norteadoras do projeto, originando diferentes intervenções em locais estratégicos. Estas intervenções se apresentam como um impulso ao desenvolvimento social através do complemento social, do incentivo a reunião, convivência e prática de interações sociais. Diante desse contexto foi utilizada a estratégia de avaliação de estudos de caso, principalmente do Complexo Cantinho do Céu, que auxiliaram na visualização dos resultados positivos gerados pela implantação desse modelo. Por fim, a expectativa do projeto arquitetônico é demonstrar a relevância e o impacto positivo trazido a vida das pessoas. Palavras-chave: Interação Social. Intervenção Urbana, Orla, Parque Urbano. ABSTRACT The intention of this work is to present projects for the requalification of spaces located in the neighborhood of José Alexandre Zachia, in the city of Passo Fundo, RS, through the promotion of urban interventions and the re-education of the residents in the awareness of the public patrimony. Based on theoretical analyzes carried out in the research with residents of the neighborhood observing the profile of need and the desire of the residents, it was possible to elaborate the directives guiding the project, originating different interventions in strategic locations. These interventions are presented as an impetus to social development through the social complement, encouraging the meeting, coexistence and practice of social interactions. In this context, the evaluation strategy of case studies, mainly the Cantinho do Céu Complex, was used, which helped to visualize the positive results generated by the implementation of this model. Finally, the expectation of the architectural project is to demonstrate the relevance and the positive impact brought to people's lives. Keywords: Social interaction. Urban Intervention, Orla, Urban Park. LISTA DE FÍGURAS Figura 1 - Complexo Cantinho do Céu (São Paulo Brasil) ...................................................................... 16 Figura 2 Implantação Complexo Cantinho do Céu ................................................................................ 17 Figura 3- Implantação Complexo Cantinho do Céu ............................................................................... 18 Figura 4 - Faces dos Murais Pintados Complexo cantinho do céu ........................................................ 19 Figura 5 - Áreas de lazer multifuncionais Complexo Cantinho do céu .................................................. 20 Figura 6 - Grotinho de Paraisópolis - (São Paulo). ................................................................................. 20 Figura 7- Local antes da Implantação do Projeto .................................................................................. 21 Figura 8 - Local antes da implantação do projeto ................................................................................. 22 Figura 9 - Local antes da implantação do Projeto ................................................................................. 23 Figura 10 - Espaços de Lazer Grontinho de Paraisópolis ....................................................................... 24 Figura 11 - Locais de Intervenção do Bairro La Morán ( Caracas - Venezuela) ..................................... 24 Figura 12 - Encosta do Morro La Coñonera........................................................................................... 25 Figura 13 - Encosta do Morro La Cañonera após intervenção. ............................................................. 26 Figura 14 - Enconsta do Morro La Cañonera após intervenção. ........................................................... 27 Figura 15 - Encosta do Morro La Cañonera após intervenção. ............................................................. 28 Figura 16 - Localização Regional. .......................................................................................................... 29 Figura 17 - Evolução Urbana ................................................................................................................. 30 Figura 18 - Planta de Passo Fundo - RS, localização dos Programas Habitacionais da COHAB-RS. ...... 31 Figura 19 - Mapa de distância área de lazeres de Passo Fundo – RS. ................................................... 32 Figura 20 - Mapa Contextualização do bairro - Zachia .......................................................................... 34 Figura 21 - Mapa de Uso do Solo. ......................................................................................................... 35 Figura 22 - Mapa de Alturas. ................................................................................................................ 36 Figura 23- Estrutura Ambiental do Municipio. ...................................................................................... 37 Figura 24 - Sistema Viário ...................................................................................................................... 38 Figura 25 - Sistema Viário ...................................................................................................................... 39 Figura 26 - Transporte Público .............................................................................................................. 39 Figura 27- Infraestrutura Urbana .......................................................................................................... 40 Figura 28 - Mapa das Zonas de Ocupação. ...........................................................................................41 Figura 29 - Medidas do Terreno. ........................................................................................................... 42 Figura 30 - Topografia do Terreno. ....................................................................................................... 43 Figura 31 - Localização do Terreno. ...................................................................................................... 44 Figura 32 - Analise solar e ventos. ......................................................................................................... 45 Figura 33 - Dimensões Terreno 2 .......................................................................................................... 46 Figura 34 - Topografia Terreno 2. .......................................................................................................... 47 Figura 35 - Topografia Terreno 2 ........................................................................................................... 48 Figura 36 - Localização Terreno 2 .......................................................................................................... 48 Figura 37 - Analise solar e ventos terreno 2 ......................................................................................... 49 Figura 38 - Organograma Implantação ................................................................................................. 57 Figura 39 - Organograma Arquitetônico ............................................................................................... 57 Figura 40 - Proposta Zoneamento 1 ...................................................................................................... 58 Figura 41 - Proposta Zoneamento 2 ...................................................................................................... 59 Figura 42 - Proposta Zoneamento 3 ...................................................................................................... 60 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Distancias ............................................................................................................................. 33 Tabela 2 - Intervenções Urbanas ........................................................................................................... 54 Tabela 3 - Programa de Necessidade .................................................................................................... 55 Tabela 4 - Programa de Necessidades. ................................................................................................. 56 Tabela 5 Desenvolvimento do bairro ......................................................... Erro! Indicador não definido. Sumário CAPÍTUL0 1: INTRODUÇÃO ................................................................................... 10 1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO .......................................................... 10 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................... 10 1.2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 10 1.2.2 OBEJTIVO ESPECÍFICO .............................................................................. 10 1.3 TEMA DO PROJETO ......................................................................... 10 1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO .............................. 11 CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................... 12 2.1 O CONCEITO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS E AS INTERAÇÕES SOCIAIS ...... 12 2.2 INTERVENÇÕES URBANAS. ............................................................................ 13 2.3 O PAPEL DAS INTERNVENÇÕES URBANAS. ................................................. 14 2.4 TIPOS DE INTERVENÇÕES URBANAS ........................................................... 15 2.5 ESTUDOS DE CASO ......................................................................................... 16 2.5.1 COMPLEXO CANTINHO DO CÉU ............................................................................ 16 2.5.2 GROTINHO DE PARAISÓPOLIS. CONSTRUINDO ESPAÇOS DE CONVÍVIO. .. 20 2.5.3 Bairro La Morán .............................................................................................................. 24 CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICOS DA AREA DE IMPLANTAÇÃO. ........................... 28 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL .................................................................. 28 3.2MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES DO BAIRRO .... 33 3.2.1 Mapa Nolli ...................................................................................................................... 33 3.3 USO DO SOLO. ................................................................................................. 35 3.4 ALTURA DAS EDIFICAÇÕES. ................................................................................... 36 3.5 CARACTERIZAR O SUPORTE GEOFÍSICO. .................................................... 37 3.6 SISTEMA VIÁRIO .............................................................................................. 37 3.7 REDES DE INFRAESTRURA. ........................................................................... 40 3.8 CARACTERISTICAS EPECIFICAS DO TERRENO. ........................................... 41 3.8.1 DIMENSÕES DO TERRENO 1. ....................................................................... 42 3.8.2 TOPOGRÁFIA. ................................................................................................. 43 3.8.3 ANÁLISE SOLAR E VENTOS DOMINANTES. ............................................... 44 3.8.4 DIMENSÕES DO TERRENO 2. ..................................................................... 46 3.8.5 TOPOGRAFIA TERRENO 2. .......................................................................... 47 3.8.6 ANÁLISE SOLAR E VENTOS PREDOMINANTES. ........................................ 49 3.9 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS ................................................ 50 3.9.1 Código de Obras / Plano Diretor ................................................................................... 50 3.9.2 Normas 50 3.9.3 Lei 12651/2012 - Código Florestal Brasileiro ................................................................ 50 CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS ....................................... 51 4.1 INTRODUÇÃO. .................................................................................................. 51 4.2 CONCEITO DO PROJETO ................................................................................ 51 4.2.1 CONCEITO VOLUMETRICO. ......................................................................... 51 4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA ..................................................................... 52 4.3.1 DIRETRIZES DIRETAS ................................................................................... 52 4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS ........................................................................... 52 ROTEIRO 5- PROGRAMA E ZONEAMENTO .......................................................... 54 5.1 INTRODUÇÃO. .................................................................................................. 54 5.2 PROGRAMA DE NESSECIDADES................................................................... 54 5.2.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES ARQUITETONICO: ................................. 55 5.2.2 PROGRAMA DE NESSECIDADES: ESPAÇO URBANO. .............................. 56 5.3 ORGANOGRAMA ............................................................................................... 57 5.3.1 ORGANOGRMA – INTERVENÇÃO NA ORLA DO RIO PASSO FUNDO: ....... 57 5.3.2 ORGANOGRAMA – ARQUITETÔNICO: .......................................................... 57 ..................................................................................................................................57 5.4 PROPOSTAS ZONEAMENTO. .......................................................................... 58 5.4.1 ZONEAMENTO DO PARQUE EDUCATIVO – OPÇÃO 01 .............................. 58 5.4.2 ZONEAMENTO DO PARQUE EDUCATIVO – OPÇÃO 02 .............................. 59 5.4.3 ZONEAMENTO DO PARQUE EDUCATIVO – OPÇÃO 03 .............................. 60 5.5 REFERENCIAS. ................................................................................................. 61 10 CAPÍTUL0 1: INTRODUÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO O tema da monografia é centrado nas informações necessárias para o desenvolvimento de um projeto de requalificação de espaços públicos através de intervenções urbanas. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL Desenvolver projeto de intervenções urbanas, capaz de atender as demandas dos moradores do bairro José Alexandre Zachia. 1.2.2 OBEJTIVO ESPECÍFICO • Definir as diretrizes para intervenção urbana aplicáveis ao bairro José Alexandre Zachia • Diagnosticar a morfologia do bairro José Alexandre Zachia • Verificar a percepção dos moradores referente os espaços públicos do bairro José Alexandre Zachia. 1.3 TEMA DO PROJETO Com o crescimento acelerado e desordenado das cidades brasileiras, os locais para lazer na sua maioria estão instalados em difícil acesso de grande parcela da população. É fundamental o incentivo para conservação de diversas áreas verdes e espaços públicos 11 urbanos em locais distintos, dessa forma garantindo que toda população possa usufruir dos mesmos, proporcionando o mínimo em qualidade de vida. (SILVESTRE; SOARES, ANO) No decorrer do tempo a limitação dos espaços e a obsessão de priorização dos carros, fez a área de lazer deixar de serem quintais e ruas, passando para espaços públicos limitados. Ainda alerta sobre um planejamento futuro para limitação dos direitos dos automóveis. Maculan (2018) apud Lefebvre (1999). Segundo (TUAN, 1983) é apontado a experiência de como as pessoas ao apropriar-se de um espaço, concedem o significado de lugar. Este adjetivo que se explica conceitualmente através de suas experiências, e sentimentos, ressaltando a atribuição de valores receptivos ao local. Assim diferenciando espaço e lugar, sendo espaço todo meio em redor, e lugar a área com uma valência de memórias, vivências e emoções. No âmbito dos bairros segregados e com baixa infraestrutura urbana, é vinculada a relação de violência, criminalidade, pobreza, irregularidade e ausência de ordem, assim sendo esquecidos dos seus problemas sanitários, sociais e morais pelos meios de mídia e população. Por outro lado, a consciência destas adversidades e as consequências das mesmas, efetivam o poder público a tomar atitudes para conceder os direitos básicos de cidadania aos moradores destes locais. Muitas dessas iniciativas, vem por meio de intervenções urbanas. (FREIRE, 2008). A intervenção urbana é uma estratégia de transformação física, tática e social. Possibilitando a recuperação gradual do espaço público, apropriação e extensão temporária para fins de socialização. A fim de educar a população para a importância do tema e melhorar a qualidade de vida na implantação do mesmo. Partindo de um local público adequando-o às necessidades dos moradores de um modo geral. (FONTES 2017). 1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO A implementação de projetos de intervenções urbanas para o bairro José Alexandre Zachia na cidade de Passo Fundo – RS, se deve ao fato de que o bairro fica situado as margens da BR 285, localiza-se distante do centro (parques e locais de socialização, lazer e diversão), assim não satisfazendo as necessidades básicas dos moradores. Esse local foi escolhido por estar segregado e por ser deficitário de infraestrutura urbana. O projeto prevê o desenvolvimento de diretrizes que atendam as demandas dos próprios residentes, que incentive as relações com o espaço público. Atualmente existe um engajamento e apropriação por parte dos moradores com a orla do rio Passo Fundo. Com as intervenções é possível incrementar a participação dos grupos sociais, através de programas de atividades móveis e flexíveis. Estas ações tornarão os ambientes receptivos, seja as margens do rio Passo Fundo e os becos existentes. 12 O bairro conta com 3.342 habitantes, segundo Censo (2010), possui uma ampla área de preservação permanente (APP) a qual atualmente é utilizada para recreação e banho. Este espaço é uma oportunidade de transformar a orla, em uma zona de uso comum e de atrair a participação da comunidade. Outra área importante é o terreno utilizado como campo de futebol, que está localizado na parte central do bairro. Os locais definidos pela municipalidade como áreas de recreação estão abandonados e em péssimo estado. Assim reforçando a importância do projeto para a comunidade, além disso foi observado, que os próprios moradores criaram lugares voltados à recreação, e eles próprios fazem a manutenção e conservação. A inserção da proposta trará desenvolvimento, e atenderá as necessidades dos habitantes que no momento precisam se deslocar para fora do bairro para buscar áreas verdes, parques, praças e ações culturais. Trará benefícios econômicos e sociais aos mesmos, tendo em vista que na sua grande maioria são de baixa renda. CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O presente capítulo trata a fundamentação teórica para o desenvolvimento de uma proposta de requalificação de espaços públicos que abordará os seguintes assuntos: Os espaços públicos, Intervenção Urbana e sua importância, o papel da intervenção urbana e as interações sociais e os tipos de intervenções urbanas e suas diretrizes. 2.1 O CONCEITO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS E AS INTERAÇÕES SOCIAIS Para melhor compreensão das funções que os espaços públicos exercem na cidade, é indispensável explorar o âmbito histórico que as interações sociais têm com o desenvolvimento urbano (SANTANA, 2015). A prática das interações sociais e demais atividades de socialização tem seu crescimento nos espaços públicos (NARCISO, 2009). Com as convicções do modernismo, o assunto principal era voltado para o tráfego dos automóveis, deixando em segundo plano os espaços comuns voltados para as interações sociais, tornando assim a socialização em locais cada vez mais isolados (GEHL, 2014). 13 As mudanças no planejamento urbano deve ser prioridade para solucionar os problemas do crescimento acelerado dado na virada do milênio. Atendendo às necessidades dos moradores da área urbana, requalificando as funções dos espaços públicos, assim satisfazendo a função social dos mesmos. (GEHL, 2014). 2.2 INTERVENÇÕES URBANAS. Intervenção urbana se compõe em manifestações artísticas, na pluralidade das artes, visuais, arquitetura, design entre outras áreas que auxiliam no desempenho desta tarefa. Se trata de transformar o espaço urbano, em busca de criar novos cenários, ressignificar o cotidiano, buscar resolução de adversidades e estudar um ambiente. A relação de intervenção se sustenta na quebra da rotina, repensar o espaço expondo o inusitado até mesmo como protesto e solicitação de providência. (Silva 2008). A cidade concentra uma quantidade grande de indivíduos, porém as interações sociais são limitadas, dando ideia de que os espaços urbanos funcionam apenas como circulação entre locais. Na necessidade de reivindicar esses espaços em busca da convivência coletiva e troca de experiências, a intervenção urbana traz um choque essencial na rotina. Através da interferência no espaço, possibilita a interação entre estranhos, uma troca de conceitos, brevemente recaracterizando a realidade. (Silva; Oliveira 2010). Ocupar as cidades é mais do que habitá-la, as intervenções urbanas nos permitem apropriar-sedos espaços públicos e transforma-los em locais de convivência. Extensões temporárias de calçada proporcionam aos usuários um melhor uso do mesmo, sendo mais democrático e permitindo que este seja produzido por quem os desfruta como espaço de convivência. Através da arte das intervenções, integrar símbolos eloquentes de maneira incomum impactam nos indivíduos, os retirando de seus sentidos passivos aos espaços e designando-os a uma visão abrangente sobre o meio comum. Esses projetos buscam favorecer a interação social, visando de várias maneiras a alteração do espaço público. (Costa 2015). Essas intervenções podem ter muitos tipos e variados portes, desde pequenas iniciativas artísticas, trabalhos pequenos, colagens de cartazes, adesivos, pintura de paredes e ruas, até estruturas temporárias como parklets e até projetos com estruturas permanentes e de grande porte. A duração da intervenção pode durar minutos ou anos, esses dependem do objetivo, porém seus resultados são atemporais. (Silva 2008) Projetos para soluções a longo prazo, para problemas de partes abandonadas ou problemáticas das cidades surgiram como modelos de intervenção urbana. Estes projetos denominados como renovações, revitalizações ou ampliações buscam devolver a estética, conexões, auxiliar a novas centralidades, ampliar locais coletivos e também instalar parques, dando novo uso principalmente aos vazios urbanos. Em algumas ocasiões os projetos têm auxílios não só público como privado, podendo ter ligações de programas de integração e implantação de infra-estrutura. Uma vez que o impacto deste pode auxiliar socioeconomicamente a cidade e região. (Rossetto; Rezende 2007). 14 2.3 O PAPEL DAS INTERNVENÇÕES URBANAS. Intervenções em centros urbanos mais do que analisar patrimônio, herança histórica, caráter utilitário e funcional e estruturas urbanas é essencialmente localizar quais são as necessidades do meio. O conceito atende determinações urbanas, provenientes das ciências biológicas. Como um ato cirúrgico se intervêm em situações de reabilitação, cura, preservação, acidentes e também padrões estéticos. Estímulos que encaminham estas intervenções são considerados pelo papel fundamental desses centros em relação aos seus cidadão e visitante, sociabilidade existente, infraestrutura, mudanças nos padrões sociodemográficos e deslocamentos pendulares. (Comin 2006) Partindo desta visão as ruas, praças e edificações são locais de convivência, pois os mesmos influenciam e são influenciados pelo comportamento coletivo. (Costa 2015). No caso das intervenções artísticas, estas auxiliam na compreensão prática dos resultados obtidos em pesquisas teóricas, sobre um local em questão. Trazendo à tona novas questões as quais só podem ser constatadas em realização efetiva. Da mesma forma se investiga em diversos pontos de vista os episódios decorrentes diariamente no espaço em estudo. Além de uma reeducação acerca das formas como os espaços públicos devem ser conservados e impactam positivamente se dadas as utilidades adequadas, estas intervenções trabalham na reflexão, capacitação, e acumulam conhecimento que só são possíveis através desse método de interações sociais. (COSTA e LOPES, 2018). As interações sociais são de grande importância no âmbito comum, tendo em vista a vida em sociedade, é prejudicial a falta de contato com outras pessoas. (Cosmides & Tooby, 1992; Pinker, 2004). Essa importância pode ser explicada por as interações serem assimiladas como ligações entre dois ou mais indivíduos. Estes indivíduos criam laços de transitividade e inclinam-se a motivar-se reciprocamente, tendo como proveito a função em convocar reflexo das necessidades de ambos. O ser humano deve seu desenvolvimento de acordo com as experiências nas interações sociais que sofre durante a vida. As ligações em sociedade, com indivíduos frente a convívio, trocas de informações e emoções, auxiliam a desenvolver o meio psicológico mais saudável, assim como a linguagem, e atribuem por vezes conexões culturais. (DIAS e ALMEIDA, 2009). Com o exemplo de intervenções artísticas pode-se reunir essas conexões culturais através das interações sociais. Em maior nível, as manifestações fazem com que os visitantes passem de simples espectadores a participantes, exibindo suas características, cultura, e envolvendo- se simultaneamente. Partilhando suas experiências com outros indivíduos. (COSTA e LOPES, 2018). A julgar esses níveis, compreende-se que é no meio urbano que se dá o ressalto das relações sociais. Com os espaços nas cidades cada vez mais reduzidos, os locais de recrear para jovens e crianças saíram dos pátios para a rua e lugares públicos. Perante a essa situação, vem a ser importante adequar os espaços públicos para tornar-se adequados para o convívio. (RECHIA, 2009; TSCHOKE, 2010). Essa relação implica em superar o egocentrismo infantil, progressão em empatia, condutas sociais e resulta nos primeiros conflitos sóciocognitivos. Contribuindo assim nos padrões de comportamento e julgamento moral. Nos meios de 15 recreação e com a combinação ambiental as crianças voluntariamente realizam processos onde atribuem novas visões de si mesmas, dos indivíduos e objetos em relação ao mundo em seu redor, salientando a importância das relações sociais. (DIAS e ALMEIDA, 2009). 2.4 TIPOS DE INTERVENÇÕES URBANAS As intervenções urbanas podem ser de derivados tipos e se adequam a cada perfil de local. Nas periferias por exemplo, a segregação carrega uma bagagem histórica, as cidades seguiam os modelos estéticos europeus, onde as elites procuravam distanciar a ralé, a qual se caracterizava pela baixa renda, pessoas incultas, e não civilizadas. Desta forma, a população pobre ocupou os locais menos favorecidos, formaram-se os primeiros cortiços, e ocupações de morros. Desde então, a carência de saneamento básico e demais infraestruturas é um indício das favelas. Nestes locais, um método é a execução de intervenções que auxiliam na requalificação local, e reeducação social. Estas trazem por vezes por meio da arte e cultura a inserção dos indivíduos novamente ao meio coletivo. (FERREIRA, 2005) Em grandes centros urbanos, as cidades através de processos de mudanças deixam marcas urbanas. Assim surgem os vazios urbanos, que são vestígios deixadas em meio as oscilações de declínios e progressos. Estes em conceito são terrenos ou edificações vagas que divergem do tecido urbano não executando efetivamente sua posição social. (BORDE, 2006). Estes espaços de terra localizam-se desvalorizados, e com potencial a se destinar novas funções que venham beneficiar coletivamente a comunidade. Assim desenvolve-los e refaze- los através de intervenções urbanas é uma forma mais sustentável de otimizar a infraestrutura urbana, emancipando espaços verdes e transformar estes em redes policêntricas. (PORTAS,2000). Métodos de intervenção urbana com abordagem simples e efetiva envolvem pesquisas teóricas e ações de análise dos espaços nos centros urbanos. Essas intervenções são temporárias, possibilitando experimentar de forma real os processos que serão necessários para posteriores projetos e alternativas permanentes para tais locais. Desta maneira, pequenas intervenções ativam e estimulam breves transformações graduais o q estimula novas visões e diagnósticos, fomentando mudanças a longo prazo. (Fontes 2018). 16 2.5 ESTUDOS DE CASO Os presentes estudos de caso servirão de referência para o desenvolvimento da requalificação urbana, referenciando o projeto pretendido. Para um melhor entendimento do tema, foram analisados três projetos, Complexo cantinho do céu, Grotinho de paraisópolis e cada estudo servirá de ponto norteador à seus principais requisitos. O primeiro estudo será feito em base do complexo cantinho do céu como projeto de múltiplas intervençõesna favela. O segundo será o caso Grotinho de paraisópolis, com intervenções e requalificação do espaço dentro da favela. 2.5.1 COMPLEXO CANTINHO DO CÉU O Complexo cantinho do céu, (FIGURA 1), localizado no distrito de Grajaú, cidade de São Paulo, estado de São Paulo, Brasil. Foi projetado por Boldarini Arquitetura e Urbanismo - Marcos Boldarini e Melissa Matsunaga no ano de 2008. Área: Intervenção 150 hectares, paisagismo 30 hectares (parque). O projeto relaciona de forma funcional preservação da margem com a manutenção e reconstituição de espécies vegetais nativas, usos de lazer e recreação, evitando o acúmulo de detritos da represa e promovendo a qualidade de vida dos moradores. Figura 1 - Complexo Cantinho do Céu (São Paulo Brasil) Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). 17 2.5.1.1 IMPLANTÇÃO Localizado nas margens da represa Billings. A intervenção na comunidade que abrange cerca de 10 mil famílias, com moradias precárias e falta de infraestrutura básica. O projeto teve em vista adotar diretrizes que visam voltar as moradias para o reservatório assim valorizando as vistas da paisagem para a comunidade revelando toda a natureza à sua frente. Foram posicionados os equipamentos as margens e adequações urbanísticas, habitacionais e ambientais. (Figura 2). Figura 2 Implantação Complexo Cantinho do Céu Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). 2.5.1.2 ANÁLISE ESCALA DA CIDADE Para a reintegração da comunidade, medidas de requalificação ambiental e infraestrutura foram necessárias, assim desenvolvendo o local em relação à cidade. As ações 18 ocorreram de forma simultânea, dispostas pelo eixo conforme a criação dos espaços públicos, focando primeiramente em acessibilidade, mobilidade e infraestrutura de saneamento básico. Apenas as moradias localizadas em áreas de risco geotécnico foram removidas, assim auxiliando na melhoria das condições das águas da represa Billings. Através de estudos das estruturas viárias existentes, foram integrados os 3 loteamentos do local, pensando em melhorar as condições de acesso e mobilidade, assim articulando e conectando-os. Assim para garantir facilidade de acesso aos pontos de interesse, novas ruas foram propostas. 2.5.1.4 ANÁLISE NA ESCALA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO Os conjuntos de estratégias utilizados no complexo foram relacionados a: • Reparação das situações de risco identificadas. • Integração do tecido urbano existente com as novas estratégias. • Desenvolvimento de melhorias sanitárias, mobilidade, adaptação da mobilidade em todo o assentamento. • Acesso a equipamentos comunitários, áreas de lazer e esporte. • Regularização fundiária do parcelamento do solo. Figura 3- Implantação Complexo Cantinho do Céu Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). 19 01 – Brinquedos 02 – Mirante 03 – Pista de skate 04 – Campo de Futebol 05 – Deck de madeira 07 – Capoeira e dança de rua 08 – Deck Flutuante 09 – Pingue-pongue 10 – Passarela de madeira 11 – Árvores frutíferas 12 – Estacionamento 13 – Arquibancada 14 – Bicicletário 15 – Cancha de malha 16 – Canteiro Pluvial 17 – Horta 18 – Cinema aberto 19 – Futebol de areia 20 – Vôlei de areia 21 – Trajeto de transporte público. 2.5.1.5 DIRETRIZES PROJETUAIS A intervenção busca definir vários locais em que os habitantes de todas as faixas etárias possam usufruir de seu lazer. Nestas áreas situam-se decks, quadras, cinema e playgrounds podem ser apropriados para diversas atividades. As faces cegas das edificações estão voltadas para o parque proporcionando um mural de cores e artes, integrando uma proposta de paisagem e ritmo. (figura 4 e 5) Figura 4 - Faces dos Murais Pintados Complexo cantinho do céu Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). 20 Figura 5 - Áreas de lazer multifuncionais Complexo Cantinho do céu Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). 2.5.2 GROTINHO DE PARAISÓPOLIS. CONSTRUINDO ESPAÇOS DE CONVÍVIO. Figura 6 - Grotinho de Paraisópolis - (São Paulo). Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). 21 O espaço de convívio e edifício multifuncional Grotinho de paraisópolis, (figura 6), localizado na favela de Paraisópolis, cidade de São Paulo, estado de São Paulo, Brasil. Foi projetado por Boldarini Arquitetura e Urbanismo no ano de 2008. Área: Intervenção 1.000m². Implantado em um espaço com problemas de drenagem, fragilidade do solo, circulação de pedestres e veículos entre outros fatores habitacionais, assim acarretando risco da população residente da área, tanto físico como material. (Figura 7). Figura 7- Local antes da Implantação do Projeto Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). 2.5.2.1 IMPLANTÇÃO As primeiras medidas de urbanização foram acerca de extinção de riscos geotécnicos, implantação da área de lazer e infraestrutura, para em seguida propor uma edificação multifuncional que estabelece a intervenção integral neste trecho da favela. 22 Implantação de áreas de lazer e infraestruturas Edificação Multifuncional Figura 8 - Local antes da implantação do projeto Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). 2.5.2.2 COMPOSIÇÃO Composto em três blocos integrados, possui áreas comerciais, habitações de interesse social, centro comunitário e centro de referência de assistência social (Cras). Com 100m², o pavimento térreo contém cinco áreas para comércio, o pavimento superior com 50m² possui duas habitações com dois quartos, sala, cozinha, área de serviço e banheiro. O segundo bloco, intercalado entre os conjuntos horizontal e vertical, compreende uma estrutura de pavimento único, com 60 m², destinada ao centro comunitário. Já o terceiro bloco, com três pavimentos, contempla uma unidade do Cras, no térreo, com 50 m², e duas habitações no primeiro e segundo andares, semelhantes às habitações do primeiro bloco. (Figura 7 ) 23 Figura 9 - Local antes da implantação do Projeto Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012). O edifício pretende estabelecer novas possibilidades de uso e apropriação do espaço ao explorar as relações entre os âmbitos do público e do privado a partir da coexistência dos diversos usos (moradia, comércio e serviços) e sua composição considera o espaço livre como elemento articulador e de suporte para o desenvolvimento das atividades coletivas. Como alternativa para a gestão do espaço, as unidades habitacionais serão destinadas às famílias moradoras da favela e que possuíam pontos comerciais como fonte de geração de renda. Este modelo visa criar um condomínio onde a manutenção e a zeladoria ficarão sob responsabilidade dos próprios moradores, correspondendo à definição física do uso multifuncional. 24 Figura 10 - Espaços de Lazer Grontinho de Paraisópolis Fonte: Boldarini Arquitetura e Urbanismo (2012) 2.5.3 Bairro La Morán Figura 11 - Locais de Intervenção do Bairro La Morán ( Caracas - Venezuela) Fonte: archdaily (2014) 25 A requalificação do bairro La Morán, (figura 8), localizado no Bairro La Morán, Caracas, Venezuela. Foi projetado por Enlace Arquitectura no ano de 2011, na comunidade com área de 15.2 hectares Gravemente afetado por ameaças ambientais e de segurança, o projeto busca enfoque nos problemas de saneamento e instigar o desenvolvimento dos moradores a partir dos espaços de uso pessoal, tornando o tempo livre mais produtivo. Projetos de regeneração de vazios urbanos introduzindo praças e parques infantis e paisagismo amenizam o ar perigoso do local. A implantação de reciclagem da oportunidade aos residentes através da coleta e classificação de resíduos, assim também mantendo o ambiente preservadode impurezas. 2.5.3.1 Recuperação do Morro La Cañonera Com o trabalho conjunto da comunidade, a proposta de sanar os problemas de contaminação através de esgoto os quais acarretam uma situação de problema ambiental, e risco a saúde pública trazendo doenças. (figura 10) Para isso, o sistema de esgoto foi projetado a se ligar a cada moradia e com fácil acesso pelas bocas de lobo. No entorno o paisagismo auxiliara no deslocamento da água da chuva e se encaixam naturalmente ao espaço público. (figura 11) Figura 12 - Encosta do Morro La Coñonera. Fonte: archdaily (2014). http://www2.enlacearquitectura.net/?utm_medium=website&utm_source=archdaily.com.br 26 Figura 13 - Encosta do Morro La Cañonera após intervenção. Fonte: archdaily (2014). 2.5.3.2 TRATAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Diante da falta de locais de coleta de lixo, e os problemas viários para que os caminhões cheguem na comunidade, resíduos são depositados em locais não apropriados, causando proliferação de doenças. Assim a reciclagem é uma alternativa que elimina 70% do lixo produzido, e a partir disso foi determinado o projeto de um centro de reciclagem junto a Av. Morán, onde os materiais são recebidos , reciclados, vendidos e despachados. O centro será uma cooperativa, sendo sustentada com auxílio monetário dos membros da comunidade e venda dos materiais produzidos. Assim a cooperativa fará a coleta de cada residência na comunidade. 27 Figura 14 - Enconsta do Morro La Cañonera após intervenção. Fonte: archdaily (2014). 2.5.3.3 DEPÓSITOS DE LIXO CONVERTIDOS EM ESPAÇOS PUBLICOS. Sanando os problemas de lixo em locais informais, os terrenos que antes eram como aterros, são convertidos em espaços públicos. 28 Figura 15 - Encosta do Morro La Cañonera após intervenção. Fonte: archdaily (2014). CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICOS DA AREA DE IMPLANTAÇÃO. Neste capitulo será apresentado o diagnóstico do bairro José Alexandre Zachia, e áreas de implantação dos projetos de intervenção urbana. 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL O projeto de intervenções será implantado na região sul do Brasil, norte do Estado do Rio Grande do Sul, na cidade de Passo Fundo. O munícipio abrange a extensão territorial de aproximadamente 783,421 km², com uma população aproximada de 201.767 habitantes (IBGE, 2018). A cidade é referência em educação e saúde, conhecida como capital do planalto médio, tem como fontes econômicas principalmente o comércio e agropecuária. 29 Figura 16 - Localização Regional. Fonte: Autor, 2018. O conjunto habitacional Bairro José Alexandre Zachia, local das intervenções, fica situado as margens da BR 285, noroeste da cidade de Passo Fundo RS. Localiza-se distante do centro (tanto de comercialização quanto a parques e locais de socialização, lazer e diversão), abrigando uma população de classe média baixa e baixa. A partir de financiamentos pelo Cohab-RS, foram incorporados quatro conjuntos habitacionais. Estes beneficiavam trabalhadores com renda salarial de dois a cinco salários mínimos. Dentro do programa Cohab foi criado o departamento Pró-Morar, assim beneficiando operários com renda de zero a dois salários mínimos. Este realocou moradores das margens dos trilhos de trem dando origem ao conjunto habitacional José Alexandre Zachia. 30 Figura 17 - Evolução Urbana Fonte: Autor, 2018. Os demais conjuntos habitacionais implantados na cidade, (Lucas Araújo, Planaltina, Edmundo Train, Luiz Secchi) já foram considerados periféricos nas décadas de suas criações, porém como pode-se perceber na figura (17) situam-se atualmente integrados a malha urbana e atuam como condutores no desenvolvimento urbano. A marca da marginalização e conflitos no bairro se dá a distância do centro urbano, e sua população de baixa renda que foi removida do local de origem. Investimentos do poder público nas áreas de saúde, segurança, serviço social e educação foram indispensáveis, porém a infraestrutura precária acarreta no maior número de mudança de moradores, inadimplência e questões judiciais entre os empreendimentos da Cohab-RS. 31 Figura 18 - Planta de Passo Fundo - RS, localização dos Programas Habitacionais da COHAB-RS. Fonte: KALIL, R., 2003. Para melhor entendimento da dificuldade de deslocamento dos moradores do bairro onde o projeto será implantado, foi utilizada a ferramenta Google Earth para medir as distâncias do bairro aos principais parques, praças e locais de lazer da cidade. 32 Figura 19 - Mapa de distância área de lazeres de Passo Fundo – RS. Fonte: Autor, 2018. 33 Local Área Aproximada Distância Parque da Gare 43.348,05m² 7,7km Praça Boqueirão Legal 14.446,46m² 6,7km Praça da Mãe 739,79m² 6,4km Praça Tamandaré 8.513,34m² 6,2km Campo do Antigo Quartel 11.312,31m² 6,2km Praça Itália 1.667,52m² 5,4km Parque Banhado da Vergueiro 13.529,65m² 5,7km Praça Armando Sbeghen 1.145,19m² 4,0km Praça Cidade Nova 10.065,38m² 4,0km Parque Linear Sétimo Céu 31.223,36m² 8,4km Praça Tochetto 5.492,77m² Praça Antônio Xavier 15.527,16m² 6,8km Tabela 1 – Distancias Fonte: Autor 2018. 3.2MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES DO BAIRRO 3.2.1 Mapa Nolli Com base na análise dos cheios e vazios, podemos observar a densidade de edificações no bairro. Assim pode-se concluir a grande aglomeração de residências e poucos vazios na área central, a qual deu origem ao bairro. Pode-se observar também uma expansão desordenada devido às invasões no perímetro do bairro. 34 Figura 20 - Mapa Contextualização do bairro - Zachia Fonte: Adaptação do autor, 2018. 35 3.3 USO DO SOLO. Baseado no levantamento de usos, verifica-se a presença predominante de edificações residenciais. Como a área situa-se segregada da cidade, os moradores necessitam se deslocar para fora do bairro para atender necessidades de estudo, lazer e trabalho. Os pontos de comércio são serviços feitos pelos próprios moradores. Constata-se na região ainda algumas igrejas, CAIS, ginásio, campo de futebol, escola infantil, centro de assistência social, escola de ensino médio e a casa de apoio a mulher, todos em estado precário. Figura 21 - Mapa de Uso do Solo. Fonte: autor 2018 36 3.4 ALTURA DAS EDIFICAÇÕES. Analisando o mapeamento do bairro, pode-se constatar que consiste em classe baixa e média baixa, compreendendo assim a existência predominante de edificações térreas. Contudo, observa-se que em alguns poucos lotes as construções foram elevadas entre um e dois pavimentos. Figura 22 - Mapa de Alturas. Fonte: Autor 2018. 37 3.5 CARACTERIZAR O SUPORTE GEOFÍSICO. Figura 23- Estrutura Ambiental do Municipio. Fonte: GOOGLE MAPS (2018), adaptações da Autor, 2018. 3.6 SISTEMA VIÁRIO A via que concede entrada e saída ao bairro José Alexandre Zachia é única e tem como princípio um trecho da BR 285. Este trecho possui duas vias, e um fluxo de 12.000 veículos por dia (SETCERGS 2017), o qual excede o dobro do limite para duplicação de uma rodovia, tornando a mesma extremamente movimentada e perigosa, enquanto as demais vias se 38 classificam em vias locais na sua predominância, duas vias coletoras e algumas não pavimentadas. (figura ) Figura 24 - Sistema Viário Fonte: autor 2018. Como as vias são bem distribuías e de baixo fluxo, não existem cruzamentos que possam ser identificados como conflituosos. Após a realização dos levantamentos, foi constatada a presença de placas e sinalização das vias em boas condições, porém o estado de conservação das ruas está predominantemente em mau estado. Algumas delas apresentam buracos, imperfeições no calçamento e em certoscasos não existe pavimentação (figura 24), o que dificulta a mobilidade e acessibilidade dos pedestres dentro do bairro, visto que o passeio público é inexistente em grande parte das vias, e quando presente se encontra em péssimo estado, inviabilizando uma caminhada agradável. 39 Figura 25 - Sistema Viário Fonte: autor 2018 Para essa análise delimitou-se um diâmetro de 100m como área de influência dos pontos de ônibus, verificando assim que algumas áreas do bairro não são atendidas pelo transporte coletivo, não atendendo a distância mínima adequada para deslocamento. Com relação as linhas de transporte que atendem o bairro, encontram-se apenas duas, São Luiz – Zachia da empresa Coleurb, e Zachia - Universidade da empresa Codepas, as quais executam o mesmo trajeto sinalizado abaixo. Figura 26 - Transporte Público Fonte: Autor 2018. 40 3.7 REDES DE INFRAESTRURA. No estudo de redes de infraestrutura, tais como rede de água, esgoto cloacal, pluvial e rede de energia, constatou-se que a rede de água abastece todos os domicílios do bairro que não são provenientes de invasão. Averiguou-se que não há rede de esgoto cloacal apenas a rede pluvial (marcado no mapa), os modelos de boca-de-lobo encontrados do tipo grelha. Figura 27- Infraestrutura Urbana Fonte: autor 2018. 41 Figura 28 - Mapa das Zonas de Ocupação. Fonte: Autor 2018. 3.8 CARACTERISTICAS EPECIFICAS DO TERRENO. Nos itens abaixo será mostrado as características das áreas de intervenções urbanas e os terrenos escolhidos para o desenvolvimento do projeto: dimensões, topografia, estudos solar, ventos predominantes, vegetação e imagens térreas e áreas do local. 42 3.8.1 DIMENSÕES DO TERRENO 1. Quatro locais para intervenção foram selecionados, os quais são: dois becos para intervenções temporárias situados nas ruas Ernesto Fazolo, Manoel Borges, o campo de futebol junto a praça do bairro, e a orla improvisada pelos moradores junto as margens do Rio Passo Fundo. Figura 29 - Medidas do Terreno. Fonte: Autor 2018 43 3.8.2 TOPOGRÁFIA. Para obter a topografia do local, se usou o programa Surfer11, com o auxílio do Google Earth, que coletou os pontos a partir das extremidades do bairro, para gerar as curvas de desnível do bairro e dos terrenos dos projetos. Assim o terreno que abriga a orla possui aproximadamente 2.00m de desnível do ponto mais alto ao ponto mais baixo às margens do rio passo fundo e adentrando 2.00m a dentro do rio. Figura 30 - Topografia do Terreno. Fonte: Autor 2018. 44 Figura 31 - Localização do Terreno. Fonte: Autor 2018. 3.8.3 ANÁLISE SOLAR E VENTOS DOMINANTES. O terreno possui uma projeção mínima de sombra, pois as edificações próximas do terreno são de pequeno porte. Com isso, durante todo período do dia o terreno possui uma iluminação predominante. 45 Figura 32 - Analise solar e ventos. Fonte: Autor 2018 46 3.8.4 DIMENSÕES DO TERRENO 2. Figura 33 - Dimensões Terreno 2 Fonte: Autor 2018. 47 3.8.5 TOPOGRAFIA TERRENO 2. O terreno que abriga o ginásio do bairro possui 1.00m de desnível apenas em uma pequena parte do mesmo. Figura 34 - Topografia Terreno 2. Fonte: Autor 2018 48 Figura 35 - Topografia Terreno 2 Fonte: Autor 2018. Figura 36 - Localização Terreno 2 Fonte: Autor 2018. 49 3.8.6 ANÁLISE SOLAR E VENTOS PREDOMINANTES. O terreno possui uma projeção mínima de sombra, pois as edificações próximas do terreno são de pequeno porte. Com isso, durante todo período do dia o terreno possui uma iluminação predominante. Figura 37 - Analise solar e ventos terreno 2 Fonte: Autor 2018. 50 3.9 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS No desenvolvimento do trabalho irão ser consideradas as seguintes normas e legislações, Plano Diretor e Código de Obras da cidade de Passo Fundo, leis ambientais das áreas de preservações e norma de acessibilidade NBR 9050. 3.9.1 Código de Obras / Plano Diretor Será utilizado o código de obras e o plano diretor da cidade de Passo Fundo - RS. Os terrenos da implantação do projeto estão localizados em três zonas de ocupação, terreno 01 está situado nas zonas ZE, ZPRH, ZRA. Terreno 02 ocupa a zona de ocupação ZE. • ZE, Zona de Ocupação Extensiva; TO 60%, CA 1,2. • ZPRH zona de Proteção recuos Hídricos; TO 20%, CA 0,2. • ZRA Zona de Recuperação Ambiental; TO 0%, CA 0. 3.9.2 Normas Será utilizada norma de acessibilidade universal NBR 9050 (2015). 3.9.3 Lei 12651/2012 - Código Florestal Brasileiro Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação nativa, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal. As áreas de preservação permanente (APP) são áreas protegidas, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a 53 estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Os limites das APPs são contadas a partir do leito regular do curso d’água, sendo assim, conforme a Lei 12651 (2012), a distância mínima será de: 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura. Distância de 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura. Distância de 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura. Distância de 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura. Distância de 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros. 51 CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS 4.1 INTRODUÇÃO. Nesta parte será apresentado o conceito de projeto e suas principais diretrizes para melhor entender as intenções do projeto. 4.2 CONCEITO DO PROJETO Desde o início das civilizações as margens de rios são locais escolhidos para que se pudessem formar raízes em sociedade, local onde se encontram os recursos básicos para o desenvolvimento, água e terra fértil. Deixando de serem nômades, criando vínculos com o local, assim criando as primeiras civilizações. A intervenção na orla do rio passo fundo e implantação de uma nova centralidade no bairro remete aos princípios coletivos que se estabelecem em sociedade, a essência das interações sociais e convívio em comunidade, proporcionando o sentimento de apropriação dos locais. Dividir estes espaços vivenciando com outras pessoas é essencial para formação do cidadão, onde as intervenções urbanas, tanto fixas quanto temporárias tem o papel de aproximar os indivíduos, trazendo interações e transferências de experiências. Os espaços propostos para o bairro trabalham gradativamente os usuários a se relacionarem em sociedade, educando a consciência do bem coletivo e provocando o sentimento de pertencimento, assim capacitando os moradores a preocupar-se com as condições do ambiente em que vivem. Os ambientes preconizam uma linha de aprendizado que prepara o cidadão a se estender do bairro para o mundo que está inserido, deixando de lado o ar de segregação social, afim de levar a um progresso comum. Em grande escala, essa evolução bairro para cidade conecta e influencia a sociedade para um caminho prospero. 4.2.1 CONCEITO VOLUMETRICO. Tirando proveito das visuais existentes, a proposta de caminhos orgânicos e sinuosos como as curvas do rio, de maneira simples e facilitando a acessibilidade universal, transportarão os visitantes entre os locais transmitindo sensações diferentes. As edificações propostaspara o projeto contrastarão em meio a implantação do parque em geral, remetendo as diferentes pessoas convivendo em sociedade. 52 4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA A proposta desse projeto é a implantação de intervenções urbanas fixas e temporárias, dentro do âmbito de intervenções fixas, será oferecido locais para lazer, sendo explorada com o projeto de uma Orla junto ao Rio Passo Fundo. Em conjunto com a orla diversos lugares para convivência e equipamentos públicos serão implantados. Edificações com salas multiuso, as quais serão desfrutadas por grupos sociais, trabalhos colaborativos, cursos, reuniões da comunidade, exposições e workshops, permitirão a apropriação dos locais de forma ampla, e incluindo aspectos de construção profissional. Essas edificações concentrarão os trabalhos em modo colaborativo, onde os usuários participarão de forma prática na comunidade, manuseando materiais e operando diretamente na comunidade. Essa forma de aprendizado colaborativo, auxilia na produção coletiva, conhecimento mutuo, e exercício da liberdade de ideias divergentes. 4.3.1 DIRETRIZES DIRETAS • Uso de um gabarito de alturas que não prejudique as visuais do entorno dos terrenos. • Utilizar estrutura metálica pela facilidade de manuseio e menor danos ao meio ambiente. • Propor um sistema de reutilização água da chuva. • Propor hortas comunitárias. • Plantio de arvores da mata nativa na área de proteção permanente. • Possuir acessos estratégicos com a malha urbana para que os usuários tenham maior facilidade de acessar a orla. • Áreas de contemplação • Mobiliário confortável • Academia ao ar livre • Playground acessível • Uso de decks com madeiras tratadas 4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS Intervenções urbanas em áreas estratégicas, de modo que locais já utilizadas como espaços de recreação criem vínculos entre os moradores, buscando a apropriação de becos e vielas afim de proporcionar lazer e interações sociais, resgatando e educando o cuidado com os bens coletivos. 53 Implantação de ciclovia afim de proporcionar um passeio agradável e que facilite a mobilidade às áreas de intervenção e orla, as quais darão uma nova centralidade ao bairro e segurança aos utilizadores. A intervenção na Orla do Rio Passo Fundo, respeitará a natureza e as leis municipais, e se relacionará com o conceito a fim de criar vários locais a partir da orla, onde atenderão a diversidade de públicos e idades, assim com caminhos de acesso universal que transportarão os visitantes como o curso do rio as diversas sociedades em conjunto (áreas de diferentes usos), assim incentivando as conexões sociais entre os distintos usuários. Áreas de gramados abertos remeterão também o sentido de apropriação, dando liberdade ao usuário de como usufruir do espaço. Pergolados de estrutura de madeira reflorestada contribuirão na sustentabilidade do projeto e conforto para encontro de grupos sociais. De mesmo modo, implantação de novas vegetações, arbustos, flores, arvores nativas e etc., serão necessárias para o sombreamento e melhoria do conforto ambiental. Problemas Problema Diretriz Estratégia Cerca de 60% do bairro não possui passeio público. Melhora e inserção de novos passeios públicos. Melhora do passeio para melhoria da mobilidade onde usuários possam se locomover com segurança até as áreas do projeto. Insegurança para os ciclistas. Ciclovias Implantação de ciclovia pelo bairro e percurso no interior da implantação do projeto. Pontos de Ônibus degradados e sem proteção climática. Transporte público. Melhora nos pontos de ônibus com maior proteção ao clima. Grande parte das ruas não possuem pavimentação asfáltica adequada. pavimentação Inserir pavimentação para melhora da mobilidade dos moradores e melhora de aspecto visual local Áreas de lazer degradadas. Revitalização. Revitalizar áreas de lazer e inserção de novos locais para melhora na qualidade de vida e social. 54 Potencialidades Potencialidade Diretriz Estratégia Novas áreas de centralidade. Valorização de pontos desvalorizados do bairro. Dar usos a vários pontos do bairro. Ruas sem saídas. Novos usos. Parklets, feiras de ruas, ações comunitárias. Mobiliários Urbanos Infraestrutura e Segurança Melhora na iluminação pública, adição de câmeras de segurança, sinalização urbana. Tabela 2 - Intervenções Urbanas Fonte: Autor 2018. ROTEIRO 5- PROGRAMA E ZONEAMENTO 5.1 INTRODUÇÃO. Neste capítulo serão apresentados o programa de necessidades do projeto, organograma/fluxograma e três propostas de zoneamento com sua respectiva escolha. 5.2 PROGRAMA DE NESSECIDADES. A configuração espacial do projeto se dividirá em três módulos: • Salas Multiuso • Intervenções urbanas • Intervenção na Orla do Rio Passo Fundo. 55 5.2.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES ARQUITETONICO: COMPARTIMENTO ÁREA MOBILIÁRIO EDUCACIONAL Sala Multiuso 1 72m² Mesas, cadeiras, quadro branco, projetor multimídia. Sala Multiuso 2 72m² Mesas, cadeiras, quadro branco, projetor multimídia. Sala Multiuso 3 72m² Mesas, cadeiras, bancadas, armários, projetor multimídia. Sala Multiuso 4 70m² Mesas, cadeiras, bancadas, armários, projetor multimídia. Biblioteca 150m² Mesas, cadeiras, dois computadores, prateleiras de livros, puffs. SERVIÇO Administrativo 8m² Mesa escritório, cadeiras, armários Depósito 20m² Prateleiras D.M.L 4m² Armários e tanque Banheiros 30m² Bacia sanitária e Lavatório ESPAÇO PÚBLICO Cinema ao ar livre 63m² Bancos, Projetor 120’’, tela de projeção 1,80 x 2,80 Local de eventos 70m² Mesas, cadeiras, churrasqueira, bancada com cuba, refrigerador. Tabela 3 - Programa de Necessidade Fonte: Autor 2018. 56 5.2.2 PROGRAMA DE NESSECIDADES: ESPAÇO URBANO. ESPAÇO PÚBLICO Pista para caminhadas 950m - Parque infantil 15 x 30 Pista de skate 35x20 Quadra Poliesportiva 16 x 27 Academia ao ar livre 10 x 25 Ciclovia e Bicicletário 2080m Cancha de Bocha 24,2m x 4,2m 101,64 Mesas para jogos e multiuso 15mx 10m 150m² Parede para escalada infantil Altura 2m Área de Contemplação Variável Horta comunitária Variável Mirante Sanitários Públicos Vestiário Campo de futebol 7 Tabela 4 - Programa de Necessidades. Fonte: Autor 2018. 57 5.3 ORGANOGRAMA 5.3.1 ORGANOGRMA – Intervenção na Orla do Rio Passo Fundo: Figura 38 - Organograma Implantação Fonte: Autor 2018. 5.3.2 Organograma – Arquitetônico: Figura 39 - Organograma Arquitetônico Fonte: Autor 2018. 58 5.4 PROPOSTAS ZONEAMENTO. 5.4.1 Zoneamento do Parque Educativo – opção 01 Figura 40 - Proposta Zoneamento 1 Fonte: Autor 2018. 59 5.4.2 Zoneamento do Parque Educativo – opção 02 Figura 41 - Proposta Zoneamento 2 Fonte: Autor 2018. 60 5.4.3 Zoneamento do Parque Educativo – opção 03 Figura 42 - Proposta Zoneamento 3 Fonte: Autor 2018 Proposta escolhida foi a opção 3, pela melhor distribuição dos espaços, e a que se melhor encaixava com o conceito, com seus caminhos sinuosos. 61 5.5 REFERENCIAS. Ribeiro Soares B -; SILVESTRE, M. – A Vegetação nos Centros Urbanos Considerações Sobre os Espaços Verdes em cidades médias brasileiras. Rio Claro: 2003. LEFEBYRE, H – Da cidade á Sociedade Urbana. Paris: 1999. 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São Paulo: Edusp/Fapesp. 1993. p. 201-225. 62 63 . . 64 65 66 67 68 69 CAPÍTUL0 1: INTRODUÇÃO 1.1 INTRODUÇÃO AO CAPÍTULO 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 OBJETIVO GERAL 1.2.2 OBEJTIVO ESPECÍFICO 1.3 TEMA DO PROJETO 1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO PROJETO CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 O CONCEITO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS E AS INTERAÇÕES SOCIAIS 2.2 INTERVENÇÕES URBANAS. 2.3 O PAPEL DAS INTERNVENÇÕES URBANAS. 2.4 TIPOS DE INTERVENÇÕES URBANAS 2.5 ESTUDOS DE CASO 2.5.1 COMPLEXO CANTINHO DO CÉU 2.5.1.1 IMPLANTÇÃO 2.5.1.2 ANÁLISE ESCALA DA CIDADE 2.5.1.4 ANÁLISE NA ESCALA DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 2.5.1.5 DIRETRIZES PROJETUAIS 2.5.2 GROTINHO DE PARAISÓPOLIS. CONSTRUINDO ESPAÇOS DE CONVÍVIO. 2.5.2.1 IMPLANTÇÃO 2.5.2.2 COMPOSIÇÃO 2.5.3 Bairro La Morán 2.5.3.1 Recuperação do Morro La Cañonera 2.5.3.2 Tratamento dos Resíduos Sólidos 2.5.3.3 DEPÓSITOS DE LIXO CONVERTIDOS EM ESPAÇOS PUBLICOS. CAPÍTULO 3: DIAGNÓSTICOS DA AREA DE IMPLANTAÇÃO. 3.1 CONTEXTUALIZAÇÃO REGIONAL 3.2MAPA NOLLI, USO DO SOLO E ALTURA DAS EDIFICAÇÕES DO BAIRRO 3.2.1 Mapa Nolli 3.3 USO DO SOLO. 3.4 ALTURA DAS EDIFICAÇÕES. 3.5 CARACTERIZAR O SUPORTE GEOFÍSICO. 3.6 SISTEMA VIÁRIO 3.7 REDES DE INFRAESTRURA. 3.8 CARACTERISTICAS EPECIFICAS DO TERRENO. 3.8.1 DIMENSÕES DO TERRENO 1. 3.8.2 TOPOGRÁFIA. 3.8.3 ANÁLISE SOLAR E VENTOS DOMINANTES. 3.8.4 DIMENSÕES DO TERRENO 2. 3.8.5 TOPOGRAFIA TERRENO 2. 3.8.6 ANÁLISE SOLAR E VENTOS PREDOMINANTES. 3.9 SÍNTESE DE LEGISLAÇÕES E NORMATIVAS 3.9.1 Código de Obras / Plano Diretor 3.9.2 Normas 3.9.3 Lei 12651/2012 - Código Florestal Brasileiro CAPÍTULO 4: CONCEITO E DIRETRIZES PROJETUAIS 4.1 INTRODUÇÃO. 4.2 CONCEITO DO PROJETO 4.2.1 CONCEITO VOLUMETRICO. 4.3 DIRETRIZES DE ARQUITETURA 4.3.1 DIRETRIZES DIRETAS 4.4 DIRETRIZES URBANÍSTICAS ROTEIRO 5- PROGRAMA E ZONEAMENTO 5.1 INTRODUÇÃO. 5.2 PROGRAMA DE NESSECIDADES. 5.2.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES ARQUITETONICO: 5.2.2 PROGRAMA DE NESSECIDADES: ESPAÇO URBANO. 5.3 ORGANOGRAMA 5.3.1 ORGANOGRMA – Intervenção na Orla do Rio Passo Fundo: 5.3.2 Organograma – Arquitetônico: 5.4 PROPOSTAS ZONEAMENTO. 5.4.1 Zoneamento do Parque Educativo – opção 01 5.4.2 Zoneamento do Parque Educativo – opção 02 5.4.3 Zoneamento do Parque Educativo – opção 03 5.5 REFERENCIAS.
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