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EMBRIOLOGIA SISTEMA GENITAL

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AULA 3 – EMBRIOLOGIA 
DANIELA FRANCO 
EMBRIOLOGIA 
̈O sexo cromossômico determina o sexo gonadal 
que determina o sexo fenotípico ̈
A embriologia é importante para entendermos 
algumas mal formações uterinas, que tem 
importante interferência na fertilidade e 
desenvolvimento sexual feminino. 
 
DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS 
O sexo genético do embrião é determinado no 
momento da fertilização, e o trato urogenital se 
desenvolve a partir de tipos celulares distintos, que se 
diferenciam e crescem durante a vida intrauterina. No 
entanto, até a sétima semana de gestação não há 
indicação morfológica de sexo do embrião, quando 
então as gônadas começam a adquirir suas 
características sexuais peculiares. 
No início do desenvolvimento, essa gônada indiferente 
apresenta medula interna e córtex externo, que em 
indivíduos com padrão cromossômico XX normalmente 
se diferencia em ovário, enquanto a medula regride. 
Observa-se, portanto, que o sexo gonadal se dará de 
acordo com o complemento cromossômico sexual (X ou 
Y). As células gonadais, por sua vez, juntamente com a 
atuação de genes específicos, determinam o tipo de 
diferenciação que ocorrerá nos ductos genitais e na 
genitália externa. Assim, na ausência de um 
cromossomo Y e na presença de dois cromossomos X, os 
ovários se desenvolvem, os ductos mesonéfricos ou 
ductos de Wolff regridem, e os ductos paramesonéfricos 
ou ductos de Müller se desenvolvem a partir da 
invaginação do epitélio celômico. No entanto, a 
formação dos ductos de Wolff é essencial para o 
desenvolvimento dos de Müller, uma vez que aqueles 
funcionam como um guia aos paramesonéfricos 
 
OBS: estreita relação entre os sistemas genital e 
urinário, e ambos se desenvolvem a partir do 
mesoderme intermediário 
Na quarta semana de vida intrauterina, as células 
germinativas primordiais migram ao longo do 
mesentério dorsal do intestino caudal até 
aproximadamente o nível da 10ª torácica, que é o sítio 
inicial do futuro ovário. 
Uma vez que as células germinativas alcançam essa 
área, elas induzem a proliferação de células no 
mesonefro adjacente e epitélio celômico para formar 
um par de cristas gonadais. Na sexta semana, migram 
para o interior do mesênquima e se incorporam aos 
cordões sexuais primários. 
• FETO FEMININO, esses cordões degeneram e 
desaparecem, e o mesotélio da crista gonadal 
forma cordões corticais à medida que vão 
aumentando de tamanho, as células germinativas 
vão sendo incorporadas a eles. Por volta da 10ª 
semana, esses cordões começam a se separar em 
agrupamentos celulares que consistem em uma 
ovogônia. Os folículos primordiais são pequenos 
ovócitos circundados por uma única camada de 
células da granulosa e uma membrana basal. O 
mesênquima que envolve os folículos forma o 
estroma ovariano. Ao redor da 20ª semana de 
gestação, devido à intensa divisão mitótica, haverá 
entre 6 e 7 milhões de células germinativas e, 
devido ao processo de atresia, ao nascimento, 1 a 2 
milhões dessas células estarão presentes no estágio 
de prófase da primeira divisão meiótica, estágio 
esse em que permanecerão quiescentes até o 
momento da ovulação. 
Assim, na ausência do fator determinante de testículo, 
produto de um gene que é codificado na região SRY do 
cromossomo Y, a medula regride e as células do cordão 
sexual cortical separam-se em agrupamentos celulares 
isolados, que são os folículos primordiais, que consistem 
em uma ovogônia. No entanto, inicialmente pensada 
apenas como a ausência do SRY, a diferenciação sexual 
feminina pretensamente “passiva”. 
• FETO MASCULINO Sob a influência do fator 
determinante de testículo, as gônadas indiferentes 
começarão a se diferenciar, e o córtex regride e a 
medula normalmente se diferencia em testículo. Os 
cordões sexuais primitivos se estendem para o 
interior da medula, dando origem aos cordões 
seminíferos, que posteriormente se transformam 
em túbulos seminíferos e rede testicular. 
Desenvolve-se a túnica albugínea. Nos túbulos 
seminíferos encontram-se as células de Sertoli 
(derivadas do epitélio germinativo) e a 
espermatogônia, originada das células germinativas 
primordiais. O mesênquima dá origem às células 
intersticiais de Leydig 
DUCTOS GENITAIS E GENITÁLIA INTERNA 
◦ Diferenciação sexual na mulher: ocorre de forma 
PASSIVA, ou seja, não depende de HAM (MIF) e 
testosterona. 
◦ HOMEM - tem antimulleriano = desenvolve Wolff 
◦ MULHER - sem antimulleriano = desenvolve Muller 
◦ Ducto de Muller = genitália interna feminina (útero, 
Tubas uterinas e os 2/3 superior da vagina. 
 
Dois pares de ductos genitais se desenvolvem em ambos 
os sexos: os mesonéfricos (ductos de Wolff) e os 
paramesonéfricos (ductos de Müller). 
Os ductos paramesonéfricos, que se desenvolvem no 
feto feminino enquanto os mesonéfricos regridem, são 
originados do epitélio celômico e, laterais aos ductos de 
Wolff, crescem caudalmente a eles e depois os cruzam 
ventralmente para se fundirem na linha média. 
Fundidos, formam o canal uterovaginal e progridem até 
a face posterior do seio urogenital, onde se inserem no 
tubérculo de Müller 
Da fusão dos ductos paramesonéfricos, formam-se duas 
dobras peritoneais que formarão os ligamentos largo 
esquerdo e direito, e dividem a cavidade pélvica em 
região retouterina posterior e vesicouterina anterior. 
A vagina se forma no terceiro mês de vida embrionária. 
Enquanto o canal uterovaginal está se formando, do 
seio urogenital proliferam os bulbos sinovaginais, que 
formam a parte inferior da vagina e a placa vaginal, que 
ocluirá a parte mais distal do canal uterovaginal. 
Obs: Na mulher, também poderão persistir vestígios dos 
ductos mesonéfricos na forma de túbulos, o epoóforo 
na região do ligamento largo entre o ovário e a trompa 
uterina, e o paraoóforo, que fica próximo ao útero. 
Partes do ducto mesonéfrico também poderão persistir 
ao longo da parede lateral do útero, no ligamento largo 
e na parede vaginal, dando origem aos chamados cistos 
do ducto de Gartner. 
DUCTO DE MÜLLER transformação em útero, trompas 
uterinas e porção superior da vagina é independente do 
ovário. 
No testículo do feto masculino, as células de Sertoli 
secretam o hormônio antimülleriano (AMH), que leva à 
regressão do sistema paramesonéfrico ipsilateral, e as 
células de Leydig começam a secretar testosterona ao 
redor da oitava semana de gestação, a qual promove a 
virilização do ducto mesonéfrico em epidídimo, canal 
deferente, vesícula seminal e ducto ejaculatório 
CASO CLÍNICO 1 
◦ UnB – Residência médica R4 – 2018 
Alterações no desenvolvimento embrionário podem 
levar a malformações congênitas que afetam 
permanentemente a vida reprodutiva da mulher. Com 
referência a esse assunto, julgue o item a seguir: os 
ductos paramesonéfricos (ductos de Müller) são 
responsáveis pela formação anatômica das tubas 
uterinas, útero e terço superior da vagina. 
a) Certo 
b) Errado 
ANOMALIAS MULLERIANAS 
◦ Agenesia Mülleriana: Sd Rokitansky 
◦ Útero unicorno 
◦ Útero bicorno 
◦ Útero didelfo 
◦ Útero septado 
 
AGENESIA MÜLLERIANA: SÍNDROME DE 
MAYER-ROKITANSKY-KÜSTER-HAUSER 
 
◦ Cariótipo 46 XX 
◦ Ovários normais – desenvolvimento sexual secundário 
normal 
◦ Ausência de tubas, útero e parte superior da vagina (o 
ducto de muller não desenvolveu). 
◦ Amenorréia primária (Nunca menstruou) 
◦As pacientes apresentam vagina curta, ovários e 
genitália externa feminina normal. 
 
 
 
 
 
 
• Útero unicorno Resulta da falha no 
desenvolvimento de um ducto paramesonéfrico, 
podendo ou não apresentar um corno rudimentar. 
16% de partos pré-termo, 36% de abortos 
espontâneos e 54% de nascidos vivos nessas 
pacientes 
• Útero bicorno Causado pela fusão incompleta dos 
ductos de Müller, apresenta duas cavidades 
endometriais que se comunicam e uma cérvix. A 
falha da fusão pode ser pequena/parcial ou se 
estender atéo colo do útero. 
• Útero didelfo O útero duplo resulta da deficiência 
de fusão dos ductos paramesonéfricos, havendo, 
portanto, dois cornos uterinos separados, cada um 
com uma cavidade uterina e duas cérvix distintas. 
Costuma ser observado um septo longitudinal na 
porção superior da vagina. 
• Útero septado Se não houver regressão do 
segmento medial dos ductos paramesonéfricos 
após a fusão, o útero poderá ser dividido por um 
septo que, a partir do fundo uterino, poderá ser 
pequeno, ou mesmo se estender até a cérvix. Tem 
sido observada elevada taxa de abortamento 
espontâneo no primeiro trimestre 
• Útero arqueado Pode haver discreta convexidade 
no fundo uterino ou pequeno septo na linha média 
com um fundo normal. Não têm sido relatados 
maiores problemas obstétricos relacionados a essa 
condição 
 
CASO CLÍNICO 2 
◦ UFRN – Residência médica R4 – 2011 
Paciente de 19 anos, apresenta amenorréia primária, 
desenvolvimento mamário normal e útero ausente. O 
diagnóstico mais provável é: 
a) Síndrome de Turner 
b) Disgenesia gonadal 
c) Síndrome de Klinefelter 
d) Agenesia mulleriana 
GENITÁLIA EXTERNA 
◦ Totalmente diferenciada até a 12a semana 
◦ Homem: pênis, bolsa escrotal e próstata 
◦ Mulher: 1/3 inferior da vagina, pequeno lábios, 
grandes lábios e clitóris 
 
A masculinização da genitália indiferente ocorre devido 
à ação dos androgênios produzidos pelos testículos 
(TESTOSTERONA). 
 
Na quinta semana de vida embrionária, pregas de tecido 
se formam de cada lado da cloaca e se encontram 
anteriormente na linha média para formar o tubérculo 
genital. Com a divisão da cloaca pelo septo urorretal, no 
final da sexta semana, e consequente formação do 
períneo, as pregas cloacais anteriores são denominadas 
urogenitais e as posteriores, anais. O tubérculo genital 
começa a se alargar. 
 
• No embrião feminino, seu crescimento 
gradualmente se lentifica e se torna o clitóris, que é 
pequeno, não havendo fusão do sulco urogenital, a 
não ser diante do ânus. As pregas urogenitais que 
não se fundiram formam os lábios menores e as 
eminências labioescrotais, os maiores. Além disso, 
as eminências labioescrotais ligam-se 
anteriormente para formar o monte de Vênus ou 
monte pubiano e posteriormente para formar a 
comissura labial posterior. Não é necessária a 
atuação do estrogênio ovariano, que é produzido 
somente no final da gestação, para o 
desenvolvimento do fenótipo feminino normal. No 
entanto, sob a atuação desse hormônio gonadal, 
ocorrerá o desenvolvimento dos caracteres sexuais 
femininos secundários e o início dos ciclos 
ovulatórios na puberdade 
• No embrião masculino, o tubérculo genital 
continua a crescer e forma o pênis, e as pregas 
urogenitais se fundem para formar a uretra 
peniana. Além disso, o prepúcio cresce sobre a 
glande, os corpos cavernosos e esponjoso se 
desenvolvem do tecido mesenquimal do falo e as 
eminências labioescrotais se fundem e formam a 
bolsa escrotal. A testosterona mantém os ductos de 
Wolff, e a virilização da genitália externa e o 
crescimento da próstata resultam da ação da 
dihidrotestosterona (DHT), produto da conversão 
da testosterona nas células de Leydig pela enzima 
5α-redutase

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