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Objetivos do capítulo Compreender os principais efeitos biológicos das radiações e quais os principais métodos de proteção radiológica; Familiarização com as unidades de medida da radiação ionizante e entender suas diferenças; Compreender os princípios de proteção radiológica e como são aplicados na rotina clínica. UNIDADES DA RADIAÇÃO • Exposição • Dose absorvida • Dose equivalente • Dose efetiva PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO RADIOLÓGICA • Princípio da justifi cação • Princípio da otimização • Princípio da limitação EFEITOS BIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO • Mecanismo direto • Mecanismo indireto • Efeitos somáticos • Efeitos hereditários TÓPICOS DE ESTUDO PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA PRÁTICA CLÍNICA • Distância • Tempo • Blindagem 64 Com a descoberta dos raios X por Roentgen, em 1895, e do fenômeno da radioatividade natural por Becquerel, em 1896, houve um grande avanço nas suas aplicações em diver- sas áreas. Por não serem conhecidos seus efeitos prejudiciais à saúde, as aplicações eram cada vez mais frequentes e desmedidas. Entretanto, ainda em 1896, quatro meses após a descoberta dos raios X e a sua desenfreada aplicação, o médico J. Daniels, da Universidade de Vanderbilt, publicou os primeiros efeitos biológicos da radiação descrevendo a queda de cabelo de um paciente submetido à radiografi a de crânio. Desde então, foram aplica- dos esforços para entender os mecanismos de interação e dano da radiação nos tecidos biológicos e minimizar seus efeitos negativos. Muitos avanços foram obtidos em diversas áreas e trouxeram uma relação benefício/pre- juízo extremamente alta para as aplicações médicas. Porém, a radiação ainda é um dos agentes prejudiciais à saúde mais estudados no mundo. Avanços signifi cativos para o en- tendimento dos mecanismos de atuação desse agente no organismo e para o melhor uso deste fenômeno ainda são obtidos anualmente. Com base neste cenário de dualidade entre os amplos benefícios e os danos consideráveis à saúde, como a radiação age no organismo vivo? Quais são as unidades de medida da radiação? Como nos proteger da radiação enquanto nos benefi ciamos dela? Todas essas perguntas serão respondidas neste capítulo. Contextualizando o cenário 65 Efeitos biológicos das radiações3. O uso da radioatividade e dos raios X traz benefícios inquestionáveis à humanidade em diversas áreas desde a sua descoberta. No entanto, quase tão logo suas benfeitorias foram descobertas, já se começou a constatar os efeitos danosos no organismo humano. Desde então, não só os efeitos positivos proporcionados pela radiação ionizante, mas também os prejudiciais, vêm sendo estudados com gran- de interesse pela ciência em todo mundo e mensurar os efeitos da radiação no organis- mo foi um desafi o de extrema importância e diversas grandezas e unidades foram usadas para quantifi car a radiação ionizante duran- te os estudos e práticas do último século. Entender como a radiação interage com a matéria e com o corpo humano foi e ainda é fundamental para garantir a segurança do uso da radiação em benefício da saúde. Unidades da radiação3.1 Desde a descoberta da radiação, mensurar este fenômeno é extremamente importante para se conseguir aplicações cada vez mais acuradas e benéfi cas. Medir a quantidade de radia- ção é extremamente importante para que se consiga manipular com precisão as práticas que envolvem essa energia. Para produzir uma imagem médica de qualidade, é fundamental saber a quantidade de ra- diação que está incidindo sobre o equipamento formador da imagem. Outro uso importante da mensuração é o de conhecer a quantidade de radiação depositada num volume de tumor para o planejamento do tratamento de um paciente com câncer, por exemplo. Para tal, duran- te o último século, diversas unidades de medida e grandezas foram utilizadas para mensurar esse fenômeno. Para o radiodiagnóstico e proteção radiológica, a grandeza mais importante é a da energia depositada por unidade de massa. A dosimetria da radiação ionizante pode ser realizada atra- vés de um dispositivo ou sistema que meça, de maneira direta ou indireta, certa quantidade de radiação. Para o radiodiagnóstico e proteção radiológica, as principais unidades de radiação são: exposição, dose absorvida, dose equivalente e dose efetiva. 66 Exposição3.1.1 A exposição foi uma das primeiras unidades utilizadas para mensurar a radiação ionizante e indica a quantidade de radiação necessária para produzir certa quantidade de pares de íons em um centímetro cúbico de ar em pressão e temperatura normais. Sua unidade é o Roentgen (R). Mais precisamente, o Roentgen é a quantidade de radiação necessária para produzir 1,610 x 1012 pares de íons num centímetro cúbico de ar seco a 0 ºC. A unidade no SI é Coulomb por kg (C/kg). O Roentgen aplica-se apenas a radiações X e gama, no ar. A unidade Roentgen foi substituí- da pelo Gray (1 Gy ˜ 100 R). Dose absorvida3.1.2 Em radiobiologia, radiologia clínica e proteção radiológica, a dose absorvida (DA) é a grandeza de dose básica. Essa grandeza é para qualquer tipo de radiação e geometria de irradiação. DA é defi nida pelo quociente de dE por dm, onde dE é a energia média depositada em um determina- do ponto P de interesse, num meio de massa dm conforme apresentado na equação 1. No Sistema Internacional (SI), a unidade de DA é J.kg -1 e o nome que essa unidade recebe é Gray (Gy). Antigamente, a dose absorvida era medida em rad (radiation absorved dose, onde 1 Gy = 100 rad) Essa grandeza independe do tipo de radiação, mas é específi ca para o material. A dose ab- sorvida depende do material em que a radiação está incidindo. Durante a rotina clínica, a dose absorvida pelo Indivíduo Ocupacionalmente Exposto (IOE) é medida através do uso de dosímetros. Todos os IOE devem usar um dosímetro na altura do tórax, como mostra a Fig. 1a. D A = dE dm (1) Figura 1. Dosímetros utilizados para medir a dose absorvida durante procedimentos que envolvem radiação ionizante. A) Dosímetro utilizado por todos os IOE no tórax. B) Dosímetro do tipo anel, utilizado no dedo por profi ssionais durante procedimentos de hemodi- nâmica. Fonte: Sapra Landauer. Acesso em: 2018. A) B) 67 Existem alguns procedimentos no qual o IOE fi ca muito próximo da fonte de radiação e, consequentemente, a dose absorvida por este profi ssional é maior. Um exemplo, são os proce- dimentos de radiologia intervencionista, onde o médico fi ca o tempo todo ao lado do paciente e do tubo de raios X. A Fig. 2 mostra a distribuição da radiação nestes procedimentos. Fica evi- dente que quanto mais próximo ao paciente (representado pela letra A na Fig. 2), mais será a dose absorvida pelo IOE. Nesses casos, pode-se solicitar o uso de dosímetros do tipo anel (Fig. 1b) ou pulseira. Esses dosímetros aumentam a precisão da mensuração da radiação. Figura 2. Esquema ilustrativo da radiação espalhada pelo paciente durante procedimento de hemodinâmica. Quando o indivíduo ocupacionalmente exposto está localizado próximo ao paciente (A) a dose absorvida é muito maior quando posicionado longe do paciente (F). Fonte: BONTRAGER; IAMPIGNANO, 2014. (Adaptado). Dose equivalente3.1.3 A grandeza de dose utilizada em proteção radiológica para expressar quantidades de dose específi ca decorrente de diferentes tipos de radiação, é a dose equivalente (DE). A somatória das doses absorvidas, DT,R, obtida sobre todo o tecido ou órgão T, devido à radiação R, mul- tiplicada pelo fator de ponderação da radiação, wR, resulta na DE conforme apresentado na equação 2. DE = ∑ RWR.DA,R (2) Para fótons, principal tipo de radiação utilizado no radiodiagnóstico, o fator de ponderação, wR, é igual a 1. No SI, a unidade de DE é J.kg -1 e recebe o nome de Sievert (Sv). Antigamente, era medida em rem, Roentgen equivalent in man (1 Sv = 100 rem). Essa grandeza é específi ca para o material e o tipo de radiação incidente esó se aplica a exposições de pessoas. A B C D E F TUBO DE RAIOS X INTENSIFICADOR 68 Dose efetiva3.1.4 Dose efetiva (E) é a principal grandeza de dose utilizada em proteção radiológica. No sen- tido de descrever os possíveis detrimentos que um indivíduo pode sofrer por exposições à radiação, a dose efetiva é a grandeza que melhor descreve os riscos envolvidos em uma de- terminada exposição. A dose efetiva é defi nida como uma somatória ponderada das doses equivalentes de todos os tecidos de um indivíduo, como descrito na equação 3. E = ∑TWT.HT (3) Em que wT é o fator de ponderação do tecido T e o somatório de todos os wT dos tecidos de um indivíduo resulta em 1. Todos os tecidos considerados sensíveis à indução de efeitos esto- cásticos, proporcionados pela radiação, recebem um valor de wT. Os valores de wT são deter- minados para representar as contribuições de um único órgão ou tecido para os detrimentos totais proporcionados por uma exposição à radiação. No SI, a unidade de dose efetiva é o J.kg-1 e também recebe o nome de Sievert (Sv). Essa grandeza é específi ca para o tipo de radiação incidente e órgão ou tecido irradiado e só se aplica à exposição de pessoas. Os diferentes valores de wT para todos os órgãos de maior radiossensibilidade são apre- sentados na Tabela 1. ESCLARECIMENTO: Quanto maior o valor de wT mais radiossensível é o órgão/estrutura e mais prejudi- cial é a exposição desta estrutura. mais radiossensível é o órgão/estrutura e mais prejudi- mais radiossensível é o órgão/estrutura e mais prejudi- mais radiossensível é o órgão/estrutura e mais prejudi- mais radiossensível é o órgão/estrutura e mais prejudi- mais radiossensível é o órgão/estrutura e mais prejudi- mais radiossensível é o órgão/estrutura e mais prejudi- Tecido wT ∑wT Medula óssea, Cólon, Pulmão, Estômago, Mama e Tecidos restantes* 0,12 0,72 Gônadas 0,08 0,08 Bexiga, Esôfago, Fígado, Tireoide 0,04 0,16 Superfície óssea, Cérebro, Glândulas salivares e Pele 0,01 0,04 ∑ Total 1,00 Tabela 1. Valores de wT para todos os órgãos de maior radiossensibilidade *Tecidos restantes: Adrenais, Região extratorácica, Vesícula biliar, Coração, Rins, Nódulos linfáticos, Músculos, Mucosa oral, Pâncreas, Próstata, Intestino delgado, Baço, Timo e Útero/Colo do útero. Fonte: IRCP, 2007. 69 Efeitos biológicos da radiação3.2 A radiação ionizante é um importante recurso utilizado em diagnósticos e tratamentos de doenças, no entanto, é um potente agente carcinogênico e promotor de mutações. Os efeitos biológicos induzidos pela radiação ionizante podem ter um grande tempo de latência e só se manifestar anos depois de sua indução. No entanto, os eventos químicos que os desenca- deiam acontecem em poucos milissegundos. Conversão entre unidades antigas e as unidades do Sistema Internacional: Unidades antigas Equivalência Unidades do SI Roentgen (R) 1 R = 2,58 x 10-4 C kg-1 Coulomb por quilo- grama (C kg-1) rem 1 rem = 0,01 Sv Sievert (Sv = Joule kg-1) rad 1 rad = 0,01 Gy Gray (Gy = Joule kg-1) Tabela 2. Relação entre as unidades de radiação PAUSA PARA REFLETIR A radiação é uma energia, como a luz, e não possui cheiro, cor e na grande maioria das vezes não produz calor a ponto de ser notado pelos nossos sentidos. De que forma poderia ela passar pelo nosso corpo, interagir com ele e produzir alterações biológicas? O processo de ionização, produzido pela radiação ionizante, pode alterar o arranjo da eletros- fera dos átomos. Ao alterar esses átomos, podem alterar as estruturas das moléculas que os con- têm. Se a energia de excitação ultrapassar a energia de ligação química entre os átomos, é possível a ocorrência de quebra das ligações químicas e, consequentemente, mudanças moleculares. 70 Caso a radiação afete moléculas que fazem parte da composição de uma célula, esta pode sofrer as consequências de suas alterações, diretamente ou indiretamente, com a produção de íons, elétrons e radicais livres. A interação da radiação com a célula pode resultar em alteração ou morte celular. Os mecanismos de ação das radiações podem ser divididos em duas categorias, direto e indireto, como representadas na Fig. 3. DNA REPARO ERRÔNEOREPARO CORRETO CÉLULA NORMAL DNA LESADO NÃO REPARO MECANISMO INDIRETO RADIÓLISE DA ÁGUA: RADICAIS LIVRES E ÍONS RADIAÇÃO IONIZANTE DNA MUTADO CÉLULA MUTADA VIÁVEL MECANISMO DIRETO AÇÃO DIRETA NO DNA MORTE CELULAR (APOPTOSE) Figura 3. Mecanismo dos efeitos biológicos da radiação ionizante. Os danos provocados pela radiação também podem ser divididos em duas categorias: os somá- ticos e os hereditários. Veja, no Diagrama 1, as descrições detalhadas dos mecanismos de atuação, direto e indireto, e dos danos, somáticos ou hereditários, que a radiação pode produzir. EFEITOS BIOLÓGICOS DIRETO INDIRETO SOMÁTICO HEREDITÁRIO DANOS MECANISMO DE ATUAÇÃO Diagrama 1. Efeitos biológicos 71 Mecanismo direto3.2.1 O mecanismo direto ocorre quando a radiação age diretamente nas moléculas importantes, como as de Ácido Desoxirribonucleico (DNA). Os danos nos DNAs resultam em anormalidades nos cromossomos, chamadas de aberrações cromossômicas. Entre seus danos, os mais frequentes são: mudança de uma base, perda de uma base, quebra das pontes de hidrogênio, quebra de uma fi ta, quebra de duas fi tas, ligação cruzada dentro da hélice de uma molécula de DNA, ligação cruza- da entre duas moléculas de DNA ou ligação de uma molécula de DNA a uma proteína. As quebras das duas fi tas da molécula de DNA é a lesão que mais demanda energia, no entanto, exposições à raios X em doses bastante baixas já são sufi cientes para proporcionar essas lesões. A Fig. 4 repre- senta a interação da radiação com a molécula de DNA causando o dano diretamente. Figura 4. Mecanismos de interação da radiação com a molécula de DNA. Quando os raios X interagem diretamente com a molécula de DNA causando a quebra do DNA, esse mecanismo recebe o nome de direto. Quando os raios X interagem primeiramente com outra molécula do corpo, por exemplo a água, e os radicais livres formados por esta quebra interagem com a molécula de DNA cau- sando danos, esse mecanismo é denominado indireto. Fonte: RIDOLFI, 2018. (Adaptado). Mecanismo indireto3.2.2 No mecanismo indireto de produção de dano biológico, a molécula da água irradiada so- fre radiólise (quebra por radiação). Durante a quebra, são produzidos íons H+ e OH- e radicais livres. Os íons H+ e OH- não produzem nenhuma consequência, já que estes existem em gran- de quantidade nos fl uidos corporais. No entanto, os radicais livres podem se manter estáveis ou reagir com outras moléculas em solução. Os radicais livres podem ainda se recombinar e Radiação H2O eaq’ H .,.OH .OH Radiação P- o- P- o- 3’ 5’ Direto Indireto 72 Figura 5. Eritema no braço do paciente após o uso inadequado da radiação ionizante. Fonte: DANCE et al., 2014. produzir peróxido de hidrogênio, agente oxidante poderoso, e demais reagentes, que podem interagir com as moléculas de DNA resultando em dano biológico. Efeitos somáticos3.2.3 São os efeitos provocados pela radiação que surgem no próprio indivíduo que recebeu a ex- posição, não afetando, assim, gerações futuras. São originados devido aos danos às células do corpo do indivíduo. Dependem, principalmente, da dose absorvida, do tempo durante o qual a exposição aconteceu e da região corporal irradiada. A Fig. 5 mostra um exemplo de efeito somático resultante do uso inadequado da radiação ionizante. Efeitos hereditários3.2.4 Os efeitos hereditários são aqueles que acontecem nos descendentes. Ocorrem somente quando o patrimônio genético do indivíduo é afetado pela radiação. Para que esses efeitos ocorram, a radiação deve interagir com os cromossomos das células germinativas dos indiví- duos, provocar danos e essas células precisam ser utilizadas para a produção de gametas. 73 CURIOSIDADE: Não existe comprovação da incidência de efeitoshereditários em humanos. Em- bora esse efeito seja observável em estudos, as grandes exposições à radiação so- fridas por grupos de pessoas, que servem de estudo desse efeito em humanos, podem ser muito recentes para constatar-se a existência deste efeito. bora esse efeito seja observável em estudos, as grandes exposições à radiação so-bora esse efeito seja observável em estudos, as grandes exposições à radiação so- Não existe comprovação da incidência de efeitos hereditários em humanos. Em- bora esse efeito seja observável em estudos, as grandes exposições à radiação so- fridas por grupos de pessoas, que servem de estudo desse efeito em humanos, bora esse efeito seja observável em estudos, as grandes exposições à radiação so- fridas por grupos de pessoas, que servem de estudo desse efeito em humanos, bora esse efeito seja observável em estudos, as grandes exposições à radiação so- fridas por grupos de pessoas, que servem de estudo desse efeito em humanos, bora esse efeito seja observável em estudos, as grandes exposições à radiação so-bora esse efeito seja observável em estudos, as grandes exposições à radiação so- Princípios da proteção radiológica3.3 A proteção radiológica, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN, 2011), é o conjunto de medidas que visam proteger o homem, seus descendentes e seu meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados por radiação ionizante. As medidas se dividem em três princípios básicos: justifi cação, otimização e limitação de doses individuais. Princípio da justifi cação3.3.1 O princípio da justifi cação defende que nenhuma prática que envolva radiação ionizante deve ser autorizada, a menos que produza sufi ciente benefício para o indivíduo exposto ou para a sociedade. A exposição de caráter médico deve ser útil para produzir um benefício real LIMITAÇÃO JUSTIFICAÇÃO OTIMIZAÇÃO PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA Diagrama 2. Princípios da proteção radiológica 74 para a saúde do indivíduo e/ou para a sociedade. A efi cácia, os benefícios e os riscos de outras técnicas diagnósticas e terapêuticas que envolvam menos ou nenhuma exposição à radiação ionizante devem ser levados em consideração. Princípio da otimização3.3.2 O princípio da otimização sugere que as exposições devem ser feitas com o menor nível de radiação possível, sem que isso implique em perda na qualidade do objetivo da exposição, otimizando a proteção radiológica. Tais atividades devem ser planejadas, analisando-se em detalhes o que se pretende atingir e de que maneira os profi ssionais deverão atuar. Princípio da limitação3.3.3 O princípio da limitação de doses individuais explicita que as doses de radiação, decorren- tes de todas as práticas que o indivíduo possa estar exposto, não devem exceder os limites es- tabelecidos pelas normas de radioproteção. Para os IOE, os limites de dose são apresentados na Tabela 3. Esse princípio só se aplica à IOE e ao público em geral, não restringindo doses de radiação para o paciente sob tratamento. Grandeza Região Limite de dose anual Dose efetiva Corpo inteiro 20 mSv/a Dose equivalente Cristalino Pele Mãos e pés 20 mSv/a 500 mSv/a 500 mSv/a Tabela 3. Limites de dose efetiva e equivalente para IOE 75 Proteção radiológica na prática clínica3.4 Durante a prática clínica, diferentes estratégias são utilizadas para promover uma redu- ção da dose recebida pelos indivíduos ocupacionalmente expostos. Existem várias maneiras possíveis de se proteger da radiação. Os métodos mais genéricos, que inclusive norteiam ba- sicamente todas as estratégias de radioproteção, são: tempo, distância e blindagem. A Fig. 6 mostras estas três estratégias. Figura 6. Estratégias de proteção radiológica. Fonte: Universo Radiológico. Acesso em 2018. (Adaptado). Distância3.4.1 De modo geral, a distância é extremamente efi ciente na proteção contra as radiações. Nor- malmente, podemos aplicar esse princípio em qualquer situação. Manter distância da fonte de radiação é uma solução prática e muito efi caz. A Fig. 7 ilustra a aplicação da estratégia de DISTÂNCIA Quanto maior for a distância da fonte radioativa - Menor a radiação recebida Atrás da barreira - Menor radiação recebida. Quanto menor for o tempo de exposição - Menor a radiação recebida. BLINDAGEM TEMPO DICAS: Lembre-se: quanto menor for o tempo de exposição, maior for a distância em rela- ção à fonte e maior for a blindagem entre você e a fonte, mais seguro você estará. Lembre-se: quanto menor for o tempo de exposição, maior for a distância em rela- ção à fonte e maior for a blindagem entre você e a fonte, mais seguro você estará. Lembre-se: quanto menor for o tempo de exposição, maior for a distância em rela-Lembre-se: quanto menor for o tempo de exposição, maior for a distância em rela-Lembre-se: quanto menor for o tempo de exposição, maior for a distância em rela-Lembre-se: quanto menor for o tempo de exposição, maior for a distância em rela- ção à fonte e maior for a blindagem entre você e a fonte, mais seguro você estará. 76 distância. Quanto mais distante da fonte de radiação, menor a dose absorvida pelo IOE. De modo geral, desprezando algumas particularidades de cada exposição, podemos defi nir uma regra de que a dose que um indivíduo recebe é inversamente proporcional ao quadrado da distância entre ele e a fonte. Figura 7. Estratégia da distância. Fonte: Universo Radiológico. Acesso em 2018. (Adaptado). Tempo3.4.2 O tempo de exposição é diretamente proporcional à dose de radiação. Dessa maneira, quan- to menor o tempo empregado em uma tarefa em que o indivíduo está exposto à radiação, me- nor será a dose recebida nesta atividade. Esse princípio é bastante óbvio, mas é muito importan- te considerarmos o que infl uencia no tempo de exposição em determinadas atividades. Quanto maior o treinamento para a execução de determinada atividade e quanto maior for a otimização da habilidade do indivíduo, menos tempo será gasto e, assim, menor a será a dose recebida. Distância B A EXEMPLO: Caso a distância em relação à fonte dobre, a dose diminui quatro vezes. 77 Figura 8. Biombo utilizado como blindagem. Fonte: Grxsp. Acesso em 2018. Blindagem3.4.3 O treinamento e algumas práticas conservadoras durante a execução de determinada tarefa podem diminuir o tempo de exposição e aumentar a distância entre o indivíduo e a fonte de radiação. No entanto, a blindagem, quando aplicável, é extremamente efi ciente e deve ser con- siderada como indispensável em qualquer prática envolvendo radiação ionizante. A blindagem deve ser feita em todos os ambientes onde possuem equipamentos e fontes de radiação. Nestes casos, as paredes são construídas com cimento de maior número atômico e são mais espessas que paredes comuns. Além disso, podem ser aplicados camadas de chumbo às paredes. Como proteção extra, são utilizados muitas vezes biombos de chumbo que permitem que o operador do equipamento permaneça dentro da sala que contém a fonte de radiação. Um exemplo de biombo é mostrado na Fig. 8. Além disso, os IOE e indivíduos do público que estiverem dentro da sala durante os procedi- mentos que envolvam radiação ionizante, devem utilizar equipamentos plumbíferos, como ócu- los, aventais e protetores de tireoide, os quais são itens indispensáveis em um setor de radiolo- gia. A Fig. 9 mostra exemplos de vestimentas de proteção individual. 78 Figura 9. Principais blindagens utilizadas como EPI. Fonte: Z & Z Medical. Acesso em: 2018. (Adaptado). Além disso, quando possível, os pacientes também devem se munir com acessórios que os protejam da radiação. Nesses casos, a blindagem é feita de modo a proteger órgãos que não serão objeto de estudo do exame. Um exemplo dessa blindagem pode ser observado na Fig. 10. O diagnóstico a ser realizado não foi prejudicado pela blindagem dos órgãos reprodutores mas- culinos (Fig. 10a) e femininos (Fig. 10b) A blindagem pode ser o método mais custosode proteção radiológica, mas, sem dúvida, tem o maior potencial de proteção e redução de dose. Figura 10. Exemplo de proteção de gônadas durante exame de radiografi a. Nestes casos, o diagnóstico não foi prejudicado pela utiliza- ção da proteção. Fonte: BONTRAGER, 2014. A) B) 79 PAUSA PARA REFLETIR Como a radiação traz benefícios e prejuízos, a sua utilização só pode acontecer quando o benefício para a pessoa irradiada for maior do que o prejuízo. Essa relação benefício/prejuízo deve ser sem- pre a máxima possível. Portanto, durante uma imagem, que irá auxiliar o médico no diagnóstico do paciente, a dose empregada pode ser desnecessariamente alta? É comum algumas radiografi as serem solicitadas apenas para registro de algum tratamento, principalmente em casos odontoló- gicos. Nesses casos, o paciente será benefi ciado diretamente pelo resultado da radiografi a? Essa prática está bem justifi cada? Proposta de Atividade Agora é a hora pôr em prática tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um peque- no resumo, destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir sua síntese, seja objetivo e considere as leituras básicas e complementares realizadas. Recapitulando A radiação ionizante é uma ferramenta extremamente importante para diversas práticas. A cada dia, a medicina diagnóstica e terapêutica a utiliza mais e é dependente deste recurso em diversas circunstâncias. Essa prática está entre as tecnologias que surgiram para incrementar a qualidade do diagnóstico médico e o tratamento de diversas doenças. Os benefícios de sua utilização são inquestionáveis e trouxeram signifi cativos aumentos na qualidade de serviços de- sempenhados em diversas áreas. No entanto, a radiação ionizante é um importante agente car- cinogênico e a exposição de indivíduos a ela deve ser extremamente controlada. Diminuir a dose de radiação empregada durante as práticas, mantendo os resultados obtidos das mesmas, au- menta a relação benefício/detrimento, fazendo com que sejam obtidos os melhores resultados com as menores doses de radiação. Para tal, é extremamente importante quantifi car as radia- ções ionizantes e entender de maneira completa e profunda como elas agem no organismo vivo. DICAS: Recomendamos a leitura de Grandezas e Unidades para Radiação Ionizante, publica- ção do Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes, disponível no site do IRD – Instituto de Radioproteção e Dosimetria. , publica- ção do Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes, disponível no ção do Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes, disponível no , publica- ção do Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes, disponível no 80 Todos os danos biológicos causados pela radiação ionizante são originados na alte- ração de moléculas de DNA. A radiação pode alterar o DNA de forma direta ou indireta. Na forma direta, a radiação age diretamente na estrutura do DNA. Na forma indireta, a radiação ionizante produz substâncias extremamente reativas, que irão influenciar na estrutura do DNA das células. Os danos causados pela radiação podem influenciar o próprio indivíduo que sofreu a exposição, esses são os chamados efeitos somáticos. É possível que os danos biológicos inci- dam sobre o patrimônio genético do indivíduo e que alguma célula afetada seja utilizada na produção de gametas. Dessa forma, o dano causado pela radiação pode se manifestar nesse descendente, sendo assim chamado de efeito hereditário. Diversos princípios são utilizados para controlar as exposições à radiação, e esses prin- cípios são: justificação, otimização e limitação. Já na proteção radiológica, diferentes estra- tégias são utilizadas, dentre as mais comuns temos a diminuição no tempo de exposição, o aumento da distância entre os indivíduos e as fontes de radiação e a criação de blindagens entre os indivíduos e as fontes. O princípio da otimização impede que uma dose aplicada durante um tratamento, ou um diagnóstico, seja desnecessariamente alta. Esse princípio defende que a dose utilizada deve ser tão baixa quanto for razoavelmente exequível. E, ainda, o princípio da justificação defen- de que o benefício para o paciente deve ser maior do que o detrimento gerado pela dose. Sendo assim, radiografias para registro de tratamentos não são justificáveis e quebram esse princípio. O benefício não se dá para o paciente e sim para o executor do tratamento e, por- tanto, são inaceitáveis do ponto de vista de proteção radiológica. As unidades de medida definidas para mensurar as radiações são: exposição, que indica a quantidade de radiação necessária para produzir certa quantidade de pares de íons em um centímetro cúbico de ar em pressão e temperatura normais; dose absorvida, a grande- za de dose básica, usada para qualquer tipo de radiação e geometria de irradiação; dose equivalente, que expressa quantidades de dose específica decorrente de diferentes tipos de radiação; e dose efetiva, definida como uma somatória ponderada das doses equivalentes de todos os tecidos de um indivíduo. 81 Referências bibliográficas ANVISA. Portaria n. 453. Aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes bási- cas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico. Agência Nacional de Vigilância Sanitária: Diário Oficial da União. 1998. ATTIX, F. H. Introduction to radiological physics and radiation dosimetry. New York: Wiley, 1986. BACCHIM et al. 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ANATOMIA RADIOGRÁFICA ÓSSEA E CRESCIMENTO ÓSSEO • Anatomia radiográfi ca do esqueleto axial • Anatomia radiográfi ca do esqueleto apendicular • Determinação radiográfi ca da idade óssea ANATOMIA RADIOGRÁFICA EM LESÕES TRAUMÁTICAS DOS OSSOS • Tipos de fraturas e terminologia • Fraturas de crânio • Fraturas de membros superiores e inferiores • Luxações das articulações do ombro e quadril ANATOMIA RADIOGRÁFICA DO TÓRAX • Considerações gerais na interpretação radiográfi ca do tórax • Síndromes parietal e pleural • Síndromes alveolar e mediastinal • Síndromes brônquica e intersticial TÓPICOS DE ESTUDO ANATOMIA RADIOGRÁFICA DAS PATOLOGIAS ARTICULARES • Anatomia radiográfi ca na artrite infecciosa • Anatomia radiográfi ca na artrite reumatoide • Anatomia radiográfi ca na doença degenerativa articular • Avaliação radiográfi ca de prótese articular 84 A radiografi a é um método de diagnóstico por imagem à base de radiação ionizante, os raios x. Por ser um exame de baixo custo e estar disponível em grande parte dos serviços de saúde, a radiografi a é amplamente utilizada na medicina diagnóstica e tem grande importância nos casos de fraturas, tumores, distúrbios de crescimento e de postura, os- teoporose, artrite, pneumonia, detecção de corpos estranhos, entre outros. É de suma importância para o biomédico conhecer os aspectos radiográfi cos normais e as principais patologias estudadas por esse método de imagem. Quais as principais regiões e patologias estudadas pela radiografi a? Contextualizando o cenário 85 Anatomia radiográfi ca óssea e crescimento ósseo4.1 O esqueleto pode ser dividido em dois seg- mentos, de acordo com a posição topográ- fi ca dos ossos: o esqueleto axial e o esque- leto apendicular. O esqueleto axial é o eixo central do corpo, composto pelos ossos do crânio, pescoço, tórax e abdômen. Os demais ossos, todos dos membros superiores e infe- riores, apensos à região central, formam o es- queleto apendicular. A união entre o esqueleto axial e o apendicular é realizada por estruturas denominadas cíngulos. A união dos membros superiores ao tronco é realizada pelo cíngulo do membro superior (escápula e clavícula) e a união dos membros inferiores ao tronco é realizada pelo cíngulo do membro inferior (osso sacro e osso do quadril). Anatomia radiográfi ca do esqueleto axial4.1.1 O esqueleto axial é composto pelos ossos do crânio, pescoço, tórax e abdômen. O crânio é subdividido em 22 ossos: frontal, parietal, temporal, esfenoide, occipital, nasal, maxila, et- moide, zigomático, lacrimal, palatino, concha nasal inferior, vômer e mandíbula. O pescoço é composto pelos ossos da coluna cervical – sendo esta composta por sete vértebras cervicais – Anatomia imaginológica básica em raios X4. O estudo das estruturas anatômicas na radiografi a tem como objetivo identifi car e reco- nhecer alterações causadas por doenças e lesões. O conhecimento dos aspectos anatômicos normais facilita na identifi cação de alterações patológicas e estruturais. Tenha em mãos um atlas de anatomia radiológica para apoio durante esse capítulo. As diferentes técnicas e proje- ções infl uenciam na posição das estruturas na imagem, sendo selecionadas de acordo com a estrutura de estudo e a justifi cativa médica. CURIOSIDADE: O osso sacro faz parte do esqueleto axial, mas também faz parte do cíngulo do membro inferior. O osso sacro faz parte do esqueleto axial, mas também faz parte do cíngulo do O osso sacro faz parte do esqueleto axial, mas também faz parte do cíngulo do O osso sacro faz parte do esqueleto axial, mas também faz parte do cíngulo do O osso sacro faz parte do esqueleto axial, mas também faz parte do cíngulo do O osso sacro faz parte do esqueleto axial, mas também faz parte do cíngulo do 86 e o osso hioide. A região do tórax é formada pela coluna torácica (12 vértebras torácicas), pelo esterno e pelas costelas. A região do abdômen é formada pelos ossos da coluna lombar (cinco vértebras lombares) e osso sacro. Figura 1. Imagem representando esqueleto axial (em azul) e esqueleto apendicular (em amarelo). Fonte: BONTRAGER, 2015. (Adaptado). Anatomia radiográfi ca do esqueleto apendicular4.1.2 O esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros inferiores e superiores. O membro superior é composto por úmero, rádio, ulna, ossos do carpo (trapézio, trape- zoide, capitato, hamato, escafoide, piramidal, semilunar e pisiforme), metacarpos e falanges. O esqueleto do membro inferior é composto pelo fêmur, patela, tíbia, fíbula, calcâneo, tálus, cuboide, navicular, cuneiformes, metatarso e falanges. AXIAL APENDICULAR CRÂNIO MEMBROS SUPERIORES MEMBROS INFERIORES PESCOÇO TÓRAX ABDÔMEN ESQUELETO Diagrama 1. Divisão do esqueleto de acordo com a posição topográfi ca 87 Determinação radiológica da idade óssea4.1.3 Em 1950, Greulich&Pyle publicaram um atlas radiológico de mãos e punhos, demonstrando o desenvolvimento ósseo, utilizando amostras de radiografi as de indivíduos americanos des- de recém-nascidos até 19 anos. Nesse método, a idade óssea é determinada comparando a radiografi a em estudo com as radiografi as padrões do atlas. Para identifi car a idade óssea são avaliados 28 centros de ossifi cação, listados na Tabela 1: Tabela 1. Centros de ossifi cação da mão listados no Atlas de Greulich&Pyle para identifi cação da idade óssea Capitato (1) Epífi se da falange média do segundo dedo (15) Hamato (2) Triquetral (16) Epífi se distal do rádio (3) Epífi se da falange distal do terceiro dedo (17) Epífi se da falange proximal do terceiro dedo (4) Epífi se da falange distal do quarto dedo (18) Epífi se da falange proximal do segundo dedo (5) Epífi se do primeiro metacarpo (19) Epífi se da falange proximal do quarto dedo (6) Epífi se da falange proximal do primeiro dedo (20) Epífi se do segundo metacarpo (7) Epífi se da falange distal do quinto dedo (21) Epífi se da falange distal do primeiro dedo (8) Epífi se da falange distal do segundo dedo (22) Epífi se do terceiro metacarpo (9) Epífi se da falange média do quinto dedo (23) Epífi se do quarto metacarpo (10) Lunar (24) Epífi se da falange proximal do quinto dedo (11) Trapézio (25) Epífi se da falange média do terceiro dedo (12) Trapezoide (26) Epífi se da falange média do quarto dedo (13) Escafoide (27) Epífi se do quinto metacarpo (14) Epífi se distal da ulna (28) Fonte: GREULICH; PYLE, 1970; MORAES, 1995. (Adaptado). 88 DICAS: Atlas de anatomia radiológica: o Pocket Atlas of Radiographic Anatomy, de Torsten B. Moeller e Emil Reif, é facilmente encontrado em sites acadêmicos de busca. Apre- senta a anatomia em imagens radiográfi cas e ilustrações, facilitando a identifi cação das estruturas anatômicas. , de Torsten B. Moeller e Emil Reif, é facilmente encontrado em sites acadêmicos de busca. Apre- senta a anatomia em imagens radiográficas e ilustrações, facilitando a identifi cação Moeller e Emil Reif, é facilmente encontrado em sites acadêmicos de busca. Apre- , de Torsten B. Moeller e Emil Reif, é facilmente encontrado em sites acadêmicos de busca. Apre-Moeller e Emil Reif, é facilmente encontrado em sites acadêmicos de busca. Apre- senta a anatomia em imagens radiográficas e ilustrações, facilitando a identifi cação Figura 2. Ossifi cação da mão; e radiografi as de mão. A imagem da esquerda representa os 28 centros de ossifi cação da mão, exami- nados na interpretação da idade óssea; as imagens da direita são radiografi as de mão evidenciando a maturação óssea. Na foto (A), mão de um paciente recém-nascido; (B) com seis meses; (C) dois anos; (D) três anos; (E) 7 anos e 10 meses; (F) 10 anos; (G) 15 anos; (H) 19 anos. Fonte: GREULICH et al, 1970; MORAES, 1995. PAUSA PARA REFLETIR O exame de raio X émuito indicado nos casos de traumatologia. Mas, será que conseguimos visua- lizar todo tipo de fratura por meio dele? A radiografi a é considerada o método padrão ouro para o estudo de fraturas e tu- mores ósseos. Importante método na traumatologia, a radiografi a apresenta de forma detalhada a anatomia e a estrutura óssea, além de auxiliar na escolha de métodos diag- nósticos mais complexos. Anatomia radiográfi ca em lesões traumáticas dos ossos 4.2 89 Tipos de fraturas e terminologia4.2.1 Fraturas são lesões que acometem os te- cidos moles, ocorrendo descontinuidade do osso ou da cartilagem. Elas são descritas e classifi cadas de acordo com sua localização, extensão, direção, posição e número de linhas de fraturas e fragmentos ósseos resultantes. A fratura pode ser simples (fechada), quan- do a pele permanece intacta, ou composta (aberta), quando há presença de ferimento na pele e projeção do osso através da mesma. A fratura é considerada completa quando acontece o corte e separação das partes fratura- das. Existem três tipos principais de fraturas completas: • Fratura transversal: a fratura é transversal em um ângulo quase reto em relação ao eixo longitudinal do osso; • Fratura oblíqua: a fratura atravessa o osso em um ângulo oblíquo. Mecanismo de lesão, geralmente é uma força compressiva; • Fratura em espiral: o osso é separado e a fratura forma espirais ao redor do eixo longitudinal. A fratura incompleta ocorre quando há ruptura focal do córtex, podendo ser classifi cada: de estresse, em galho verde, toro, em encurvamento e lead pipe. • Fratura de estresse: tem origem não traumática. Resulta de estresse repetido em um osso, como durante a marcha ou corrida; • Fratura em galho verde: fratura de um córtex somente com a ramifi cação da fratura para dentro da medula; • Fratura toro: ruptura somente do córtex; • Fratura encurvamento: deformidade plástica do osso; • Fratura lead pipe: combinação de galho verde e toro. A fratura é considerada cominutiva quando o osso é estilhaçado ou esmagado, resultando em dois ou mais fragmentos. Existem três tipos principais de fraturas cominutivas que podem alterar o prognóstico: • Fratura segmentar: fratura dupla com duas linhas de fratura isolando um segmento dis- tinto de osso; • Fratura em borboleta: dois fragmentos de cada lado de um fragmento principal separado em forma de cunha; • Fratura estilhaçada: o osso é esmigalhado em fragmentos pontiagudos. 90 Figura 3. Fraturas. (A) Fratura Simples; (B) Fratura Composta; (C) Fratura em Galho verde; (D) Fratura Cominutiva. Fonte: BONTRAGER, 2015. (Adaptado). Figura 4. (A) Fratura em espiral (fêmur); (B) fratura cominutiva (tíbia); (C) fratura composta (tíbia-fíbula). Fonte: BONTRAGER, 2015. (Adaptado). Quando a fratura ocorre devido a um processo patológico no interior do osso, como osteo- porose, neoplasia ou outras doenças ósseas, ela é classifi cada como fratura patológica. De acordo com a direção de sua linha, a fratura pode ser classifi cada como transversa, oblíqua, oblíqua-transversa ou espiral. Já a posição dos fragmentos ósseos classifi ca a fratura como: não deslocada, impactada, sobreposta ou rodada. Quando há lesão da cartilagem, as fraturas são classifi cadas como: transcondral (somente a superfície cartilaginosa), condral (somente a cartilagem envolvida) e osteocondral (cartilagem + osso subjacente envolvidos). Fraturas de crânio4.2.2 O traumatismo cranioencefálico (TCE) tem alta incidência no mundo atual, principalmen- te devido ao aumento no número de casos em acidentes automobilísticos. A radiografi a con- vencional nas incidências em posteroanterior, perfi l e Reverchon (semiaxial anteroposterior ou A) B) C) D) A) B) C) 91 Bretton) são extremamente úteis para identifi car fraturas que, dependendo da localização do trauma, podem passar desapercebidas na tomografi a computadorizada. Muitas vezes, a utilização de incidências tangenciais, colocando o crânio em posições oblíquas, facilita a documentação de fraturas que não foram identifi cadas nas incidências de rotina. As fra- turas do crânio podem ser do tipo linear (mais comum), com afundamento ou da base do crânio. É importante não confundir sulcos vasculares com fraturas, pois estas não apresentam ramifi cações. Figura 5. Raio X de crânio na incidência (A) PA; (B) perfi l; (C) posição Reverchon. Na incidência em (A) PA, o posicionamento adequado projeta as bordas superiores das partes petrosas dos ossos temporais (rochedo) no 1/3 inferior das órbitas (seta). A mandíbula, a atlas e a áxis devem estar projetadas nas radiografi as; (B) perfi l, toda a cabeça, inclusive mandíbula, devem estar projetadas; (C) posição Reverchon, o posiciona- mento adequado é quando o dorso da sela túrcica (seta pontilhada) é projetado dentro do forame magno (seta contínua). Fonte: FREIRE, 2001. Baseado no efeito da força recebida no crânio, o TCE pode ser classifi cado em lesão primá- ria ou secundária. Nas lesões primárias do encéfalo, os tipos de trauma mais comuns são: • Fratura do osso da caixa craniana; • Ruptura das meninges; • Contusões e/ou lacerações do tecido cerebral; • Lesões por contragolpe em região cerebral oposta à área de impacto. Nesses casos, os achados mais específi cos são a hemorragia e a necrose. Lesões secundárias ocorrem após o trauma, quando termina o efeito inercial sobre as es- truturas acometidas. Essas alterações agravam as lesões iniciais do tecido nervoso e geram edema, classicamente descrito como sendo de origem vasogênica. Fraturas de membros superiores e inferiores4.2.3 As fraturas de membros superiores e inferiores, normalmente, ocorrem nos ossos longos. As extremidades são chamadas de epífi se e o centro do osso de diáfi se ou corpo (fêmur, tíbia, fíbula, úmero, radio, ulna). A) B) C) 92 A direção da linha de fratura depende de sua relação com o eixo longo do osso, que pode classifi car-se como: simples, cominutiva, transversa, longitudinal, oblíqua ou espiral. Figura 6. Tipos de fratura em membros superiores e inferiores. Fonte: FISIOTERAPIA PARA TODOS, 2018. (Adaptado). Figura 7. Imagens evidenciando luxação de ombro. Fonte: CARTUCHO, 2015. (Adaptado). A localização da fratura pode ser na epífi se, metáfi se ou diáfi se. Quando localizada na diáfi - se, deve-se descrever se ocorre no terço proximal, médio ou distal. Luxações das articulações do ombro e quadril4.2.4 Luxação é o acometimento em que a articulação é deslocada da posição normal. A luxação do ombro ocorre devido ao deslocamento da articulação glenoumeral (formada entre a cabe- ça do úmero e a cavidade glenoide da escápula). Pode ser dividida em luxação anterior (96% dos casos), posterior (2% a 4% dos casos) ou deslocamento anteroinferior do ombro (raro). TRANSVERSA LONGITUDINAL OBLÍQUA EXPOSTA OBLÍQUA DESVIADA ESPIRAL FRATURA SIMPLES COMINUTIVA 93 • Luxação posterior do ombro: pode ter causa traumática, contrações musculares violentas devido a desordens convulsivas; ou causas não traumáticas, relacionadas ao desenvolvimento. • Deslocamento anteroinferior do ombro: hiperabdução do braço, ocasionando o conflito da cabeça do úmero contra o acrômio. A superfície articular umeral aponta inferiormente. A luxação congênita de quadril consiste no deslocamento da cabeça femoral para fora do acetábulo, que pode estar integralmente deslocada ou subluxada. Pode ocorrer no período embrionário, fetal e infantil, e alguns estudos apontam que se estende até a puberdade. Etio- logia é multifatorial e o diagnóstico é feito por exame de imagem. Existem também as luxações do quadril pós-traumática, que podem ocorrer em três direções: posterior, anterior e superior. A luxação anterior é classificada de acordo com a posição assumida pela cabeça do fêmur: púbica (alta) e obturadora (baixa). Entre 50% a 80% dos casos de luxações, ocorrem associações com fraturas da cabeça do fêmur e acetábulo. As radiografias planas são suficientes parauma boa avaliação do tipo de fratura e diagnós- tico de luxação. No entanto, pequenas fraturas do rebordo acetabular e, principalmente, a presença de corpos livres intra-articulares, podem passar despercebidas, sendo melhor avaliadas pela tomografia computadorizada. Figura 8. Raio X de quadril, evidenciando luxação tipo traumática em quadril esquerdo. Fonte: OLIVEIRA, 2014. PAUSA PARA REFLETIR A radiografia é conhecida por seu vasto uso na traumatologia, que vai além das visualizações de fraturas e luxações. Você sabe quais outros tipos de acometimentos podem ser visualizados nos exames de raios X? 94 Anatomia radiográfi ca das patologias articulares4.3 Nas radiografi as articulares, os principais itens de avaliação consistem na visualização de alterações de partes moles, calcifi cações periarticulares, desvios de alinhamento, característi- cas do osso (densidade, erosão, cistos subcondrais, esclerose e osteófi tos), periostites, redu- ção do espaço articular e alterações ligamentares (frouxidão, rotura ou contratura levando à subluxação, luxação ou instabilidade). Anatomia radiográfi ca na artrite infecciosa4.3.1 A artrite infecciosa, também conhecida por artrite séptica, é causada por bactéria pato- gênica (Staphylococcus aureus; Neisseria gonorrheae; Streptococcus pyogenes; Salmonelas) com disseminação via hemática ou em decorrência de uma osteomielite metafi sária. A infecção articular leva à destruição da cartilagem, com posterior aumento do volume líquido intra-arti- cular, luxação e necrose epifi sária. As enzimas produzidas pelas bactérias degradam a matriz cartilaginosa da articulação, com consequente perda do colágeno cartilaginoso, provocando erosão na superfície articular. A erosão desprende fragmentos/grumos da superfície articular para o interior da articulação. Com o aumento do volume líquido dentro da articulação, ocorre o aumento da pressão intra-articular e distensão capsular, que geram isquemia e diminuição da irrigação sanguínea, com posterior ocorrência de necroses. As alterações agudas vistas em radiografi as simples são o espessamento de cápsula sinovial, infi ltração e edema de tecidos moles, aumento do espaço articular e osteoporose periarticular. Após 48 horas de evolução, pode-se verifi car, com mais facilidade, o afastamento entre as su- perfícies articulares e sinais de subluxação, ou luxação nas articulações do quadril e do ombro. Quando as artrites infecciosas agudas se tornam crônicas, passam a apresentar sinais diferentes nas radiografi as, como: envolvi- mento monoarticular, pinçamento do espaço articular, focos necróticos em ambos os lados das articulações, destruição completa da arti- culação (sem tratamento). Figura 9. Radiografi a em perfi l demonstrando comprometimen- to da epífi se distal do fêmur por osteomielite aguda e conse- quente artrite séptica. Fonte: HEBERT, 2009. 95 CURIOSIDADE: Tratamento: A artrite séptica é uma condição tratável e pode ser curada quando diagnosticada nas fases iniciais, antes do acometimento por condrólise, necrose epifi sária ou luxação. diagnosticada nas fases iniciais, antes do acometimento por condrólise, necrose Tratamento: A artrite séptica é uma condição tratável e pode ser curada quando diagnosticada nas fases iniciais, antes do acometimento por condrólise, necrose diagnosticada nas fases iniciais, antes do acometimento por condrólise, necrose Tratamento: A artrite séptica é uma condição tratável e pode ser curada quando diagnosticada nas fases iniciais, antes do acometimento por condrólise, necrose diagnosticada nas fases iniciais, antes do acometimento por condrólise, necrose Diagrama 2. Alterações radiográfi cas da artrite séptica Melhor visualiza- ção do afastamento entre as superfícies articulares Sinais de subluxa- ção ou luxação nas articulações do qua- dril e ombro A lt er aç õe s ap ós 4 8 ho ra s Envolvimento monoarticular Pinçamento do espaço articular Focos necróticos em ambos os lados das articulações Destruição completa da articulação A lt er aç õe s cr ôn ic as Espessamento de cápsula sinovial Infi ltração e edema de tecidos moles Aumento do espaço articular Osteoporose periarticular A lt er aç õe s ag ud as Anatomia radiográfi ca na artrite reumatoide4.3.2 A artrite reumatoide (AR) é uma doença crônica de tecido conjuntivo, patogenia au- Figura 10. Raios X demonstrando artrite reumatoide. (A) quadril; e (B) joelho. Redução do espaço articular em ambas as imagens. Fonte: GOELDNER, 2011. toimune, infl amatória, de etiologia desco- nhecida, cuja principal característica é a in- fl amação das articulações, embora outros órgãos também possam estar comprometi- dos. As manifestações clínicas da AR podem ter início em qualquer idade, embora sejam observadas com mais frequência na quar- ta e quinta décadas de vida. Calcula-se em 60% a contribuição genética para o desen- volvimento da AR. A) B) 96 Pode iniciar-se com apenas uma ou poucas articulações inchadas, quentes e dolorosas (ar- trite ou sinovite), geralmente acompanhada de rigidez matinal e fadiga. Para o diagnóstico da AR, o paciente deve apresentar, no mínimo, quatro dos critérios a seguir: (1) Rigidez matinal; (2) Edema simétrico; (3) Edema de pelo menos 3 articulações; (4) Alterações radiológicas típicas; (5) Nódulos reumatoides; (6) Fator reumatoide positivo. Diagrama 3. Diagrama das alterações radiográfi cas típicas na artrite reumatoide distensão de partes moles Alterações radiológicas fun- damentais na artrite reumatoide osteopenia periarticular erosões e cistos subcondrais (lesões mais comuns) redução uniforme do espaço articular As mãos são um dos locais mais atingidos pela rigidez matinal. Nas fases mais avançadas da mão reumatoide, pode-se constatar uma variedade de deformidades: - Deformidade “casa de botão”; - Deformidade “pescoço de cisne”; - Deformidade “dedo em martelo”; - Desvio cubital dos dedos; - Hiperextensão das interfalanges proximais; - Deformidade no polegar; - Síndrome da cabeça do cúbito. 97 Anatomia radiográfi ca na doença degenerativa articular4.3.3 A artrite mais comum vista pelos radiologistas é a doença articular degenerativa, tam- bém conhecida por osteoartrite, artrose ou osteoartrose. Processo degenerativo pro- fundo da cartilagem articular, é caracterizado por dor articular, limitação dos movimentos, crepitação, derrame e infl amação local. Nas imagens radiológicas, os sinais característicos dessa doença são: • Estreitamento do espaço articular; • Esclerose subcondral; • Osteófi tos (alteração óssea) na margem articular – osteofi tose; • Formação subcondral de cistos. A osteoartrite é classifi cada em dois tipos: primária (ou idiopática) e secundária. A os- teoartrite primária é uma artrite familiar com maior incidência em mulheres de meia-ida- de ou idosas. Afeta bilateralmente as articulações interfalangianas (proximais e distais) e carpometarcapais do polegar. Figura 11. Osteoartrite primária. Radiografi a da mão esquerda (A) em um paciente com osteoartrite primária mostrando achados clássicos de osteofi tose, estreitamento dos espaços articulares e esclerose nas articulações; (B) Ilustração de mão com osteoartrite primária, demonstrando os principais achados clínicos. Fonte: HEMS, 2014; HEBERT, 2009. (Adaptado). A osteoartrite secundária tem causas diversas como origem pós-traumática, doenças congênitas, doenças por deposição de cristais, entre outras. Pode ocorrer em qualquer articulação do corpo, mas é particularmente comum no joelho, ombro, quadril e coluna. NÓDULO DE BOUCHARD ESTREITAMENTO DO ESPAÇO ARTICULAR NÓDULO DE HEBERDEN ESCLEROSE 98 Figura 12. Evolução de 19 anos de artrose do quadril secundário à displasia acetabular. Na radiografi a inicial, a paciente tinha 20 anos. Fonte: HEBERT, 2009. 1980 1995 1986 1999 Quando ocorre a forma infl amatória da osteoartrite,esta é denominada osteoartrite erosiva. Atinge principalmente mulheres na pós-menopausa, nas articulações interfalan- gianas proximal e distal de forma bilateral e simétrica. As articulações apresentam o pa- drão de “asa de pássaro”, indicando a erosão central da articulação. Avaliação radiográfi ca de prótese articular4.3.4 Com o aumento da expectativa de vida da população em geral - por consequência, do nú- mero de pessoas idosas na sociedade – e dos níveis de atividade física entre pacientes com doenças sistêmicas, o número de tratamentos cirúrgicos de quadril aumentou progressiva- mente e inclui pacientes com qualidade óssea ruim, necessitando de próteses articulares. A determinação do tipo de tratamento cirúrgico a ser selecionado depende de fatores como idade, etiologia da doença, atividade do paciente, amplitude de movimentos e da bilateralidade (ou não) da doença. Existem três tipos de tratamentos cirúrgicos: • Osteotomia pélvica ou femoral: preservam a articulação; • Artroplastias: substituem a articulação; • Artrodeses: fusionam a articulação; É importante o uso de exames radiológicos em pacientes pré-operatórios e pós-opera- tórios. Na radiografi a pré-operatória é evidenciada a espessura das corticais e o formato do canal medular, fatores importantes na escolha da prótese. No pós-operatório, a radio- grafi a apresenta a prótese a fi m de confi rmar a integração óssea. 99 Anatomia radiográfi ca do tórax4.4 Para uma boa análise de imagens de tórax, as radiografi as devem ser obtidas com o correto posicionamento e técnica radiográfi ca. As incidências mais utilizadas são a PA (posteroante- rior) e a perfi l. A técnica ideal envolve uma alta kilovoltagem, de 115 kV a 150 kV, e baixa mi- liamperagem, de 5 mAs a 30 mAs. O correto posicionamento do PA: equidistância da borda medial das clavículas em relação à apófi se espinhosa da vértebra e as escápulas projetando-se fora dos campos pulmonares. A interpretação começa pela identifi cação da radiografi a, que deve estar posicionada ao lado direito do paciente. Múltiplas radiografi as do mesmo paciente devem ser colocadas em ordem cronológica. Primeiro, avalia-se a técnica, o posicionamento e a presença de artefatos na imagem (de- feitos no fi lme, objetos na imagem, mechas de cabelo, entre outros), que podem sobrepor regiões anatômicas importantes e prejudicar o laudo médico. Observa-se todas as regiões do tórax: partes moles, partes ósseas, diafragma, região superior do abdômen, lobos direito e esquerdo. Em relação à avaliação do parênquima, é realizada uma análise comparativa entre campos superior, médio e inferior do lado direito e esquerdo. O padrão vascular normal são vasos simétricos irradiando-se das artérias pulmonares em direção à periferia e com aumento gradativo do número e calibre dos ápices na base. A tra- queia e os brônquios podem ser vistos normalmente na radiografi a simples, já a circulação brônquica normalmente não é visível. A pleura e o espaço pleural não são visíveis em radiogra- fi as normais. As fi ssuras entre os lobos podem ser identifi cadas na maioria das radiografi as na incidência perfi l, raramente em PA. CURIOSIDADE: O mal posicionamento e apneia do paciente podem ocasionar erros de interpreta- ção da imagem, como assimetria de transparência, aumento da área cardíaca ou alargamento mediastinal. ção da imagem, como assimetria de transparência, aumento da área cardíaca ou O mal posicionamento e apneia do paciente podem ocasionar erros de interpreta- ção da imagem, como assimetria de transparência, aumento da área cardíaca ou ção da imagem, como assimetria de transparência, aumento da área cardíaca ou O mal posicionamento e apneia do paciente podem ocasionar erros de interpreta- ção da imagem, como assimetria de transparência, aumento da área cardíaca ou ção da imagem, como assimetria de transparência, aumento da área cardíaca ou Considerações gerais na interpretação radiográfi ca do tórax 4.4.1 100 Figura 13. Anatomia radiológica de tórax. Principais linhas anatômicas: (1) traqueia; (2) brônquio principal direito; (3) brônquio princi- pal esquerdo; (4) artéria pulmonar direita; (5) artéria pulmonar esquerda; (6) tronco da artéria pulmonar; (7) contornos cardíacos; (8) escápulas; (9) pregas axilares, sombra dos peitorais/mamas; (10) sombra dos músculos esternocleidomastoideos com as linhas com- panheiras das clavículas; (11) aorta descendente; (12) arco aórtico; (13) seios costofrênicos direitos, lateral e posterior; (14) seios cos- tofrênicos esquerdos, lateral e posterior; (15) cúpula diafragmática direita; (16) cúpula diafragmática esquerda; (17) veia cava inferior; (18) veia ázigos; (19) veia cava superior. Fonte: PEREIRA, 2014. Figura 14. Pequeno derrame pleural a esquerda, velando inicialmente o seio costofrênico posterior. Fonte: PEREIRA, 2014. Síndromes parietal e pleural4.4.2 O derrame pleural é o acúmulo de líquido no espaço pleural, de natureza sanguínea, linfática, exudado ou transudato. Por ser mais pesado que o ar, localiza-se na base da cavi- dade pleural. O primeiro sinal é o velamento do seio costofrênico posterior e depois o seio costofrênico lateral. Em seguida, forma-se o sinal de densidade com borda superior cônca- va, que apaga o contorno diafragmático, penetrando as fi ssuras. O tamanho da densidade é proporcional ao tamanho do derrame, podendo ocorrer velamento total do hemitórax e compressão do parênquima adjacente. 101 O espessamento pleural geralmente aparece como uma linha densa que separa o pul- mão do bordo interno das costelas, causando perda de profundidade dos seios costofrê- nicos e podendo ser inclusive ao longo das fi ssuras. O espessamento difuso ocorre devido a tuberculose pleural, empiema, hemotórax traumático, pós-operatório, entre outras cau- sas. Caracteriza-se pela redução do volume e da expansão do hemitórax com diminuição dos espaços intercostais e retração do mediastino. Nos casos mais graves causa fusão das pleuras visceral e parietal. No espessamento localizado, o diagnóstico principal é a doença pleural relacionada ao asbesto. O espessamento com origem neoplásica apresenta aspec- to bocelado e comprometimento da pleura mediastinal, fato raro em espessamentos de outra natureza. Figura 15. Espessamento pleural. Em (A), pequeno espessamento pleural sem velar o seio costofrênico, representada por linha densa paralela ao bordo interno das costelas; e em (B), maior espessamento com velamento do seio costofrênico e fi xação lateral alta da cúpula. Fonte: PEREIRA, 2014. Figura 16. Pneumotórax associado a linfangioleiomiomatose. Fonte: PEREIRA, 2014. (Adaptado). A presença de ar no espaço pleural é co- nhecida por pneumotórax. Pode ser cau- sado por trauma fechado ou penetrante, espontâneo ou por doença preexistente (DPOC, tuberculose, linfangioleiomiomatose, entre outras). O diagnóstico é feito pela iden- tifi cação da pleura visceral como uma linha fi na paralela à parede torácica sem sombras vasculares lateralmente. 102 Síndromes alveolar e mediastinal4.4.3 Mediastino é um espaço compreendido en- tre os dois pulmões, que abriga uma série de es- truturas anatômicas com predominância quase total do coração e vasos. É dividido em porções ou regiões superior e inferior, separados por um plano horizontal imaginário que vai da base do manúbrio até a quarta vértebra dorsal. Os alvéolos pulmonares são minúsculos sacos aéreos, presentes nos pulmões, envol- vidos por capilares sanguíneos e uma fi na membrana. Situam-se onde terminam as fi nas ramifi cações dos brônquios. Os alvéolos podem se apresentar isolados ou em grupos, formando os chamados sacos alveolares. A Síndrome de Angústia Respiratória do Adulto (SARA) tem cinco critérios principais de diagnóstico: antecedente histórico signifi cativo, infi ltrado difuso na radiografi a, hipoxemia refratária ao aumento da concentração de oxigênio, diminuição da complacênciapulmonar (quando possível ser estimada) e ausência de insufi ciência cardíaca. Em 1988, com estudo de Murray et al., estabeleceu-se uma classifi cação chamada de Lesão Pulmonar Aguda, que ca- racterizou dois tipos de SARA. • Moderada: maior sobrevida, mais frequente; • Grave: longa, pior prognóstico e pouca sobrevida. A radiografi a de tórax no leito ajuda, com ressalvas, na distinção entre edema cardiogê- nico ou não, tanto pelo aspecto do tamanho da área cardíaca como pela localização e as- pecto do infi ltrado pulmonar. Os infi ltrados podem ser progressivos, aparentando, inicial- mente, “vidro polido” ou com padrão alveolar de uma pneumonia “galopante”, entretanto não é um exame adequado para avaliar a melhora do SARA. A síndrome do desconforto respirató- rio agudo (SDRA) é a tradução fi siopatológi- ca de alterações pulmonares causadas por lesão pulmonar difusa aguda, caracterizada por edema pulmonar devido ao aumento da permeabilidade da microvasculatura pul- monar e que acomete, em geral, indivíduos previamente sadios. 103 Suas causas podem ser de origem pulmonar (como infecção pulmonar difusa, aspiração de con- teúdo gástrico), ou de origem extrapulmonar (como síndrome séptica, politransfusões, entre ou- tras). A magnitude do dano alveolar na SDRA resulta de um desequilíbrio entre a resposta pró-in- fl amatória e anti-infl amatória diante de um insulto inicial. Tanto as agressões diretas (pulmonares) quanto indiretas (extrapulmonares) induzem a liberação de mediadores infl amatórios humorais e celulares. Existem dois tipos de tumores de mediastino, dependendo da sua localização. • Tumores sem localização preferencial: dependem, exclusivamente, da sua origem em- brionária, tecido. Exemplo: tumores mesenquimatosos, fi bromas, lipomas e hemangiomas. • Tumores com localização preferencial: a) mediastino superior: bócio endotorácico, adenoma de paratireoide; b) mediastino anterior: timoma, teratoma, tumor de tireoide; c) mediastino médio: tumores ganglionares. Síndromes brônquica e intersticial4.4.4 Consolidação representa a substituição do gás alveolar por outros materiais (água, pus, sangue, células, gordura, proteína e cálcio), causando um aumento na densidade pulmonar. Os principais sinais radiológicos da lesão alveolar são: • Broncograma aéreo; • Distribuição lobar ou segmentar; • Distribuição em “asa de borboleta”; • Margens mal defi nidas; • Obscurecimento dos vasos pulmonares; • Coalescência precoce; • Concomitância com sintomas clínicos. A atelectasia é a perda de parte ou de todo volume pulmonar, sendo o termo colapso usado como sinônimo. Os sinais radiológicos de atelectasia são o deslocamento de fi ssuras e a aproximação de vasos e brônquios. Tam- bém podem aparecer alguns sinais indiretos como aumento da opacidade, deslocamento do mediastino, elevação da cúpula diafragmá- tica e redução do volume do hemotórax com aproximação das costelas. Figura 17. Raios X do tórax evidenciando atelectasia em lobo inferior direito (seta). Fonte: TAURANTINO, 2000. 104 Proposta de Atividade Agora é a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore uma síntese destacando as principais patologias estudadas pela radiografia e adicione as carac- terísticas de imagem de cada uma, diferenciando-as. Ao produzir seu resumo, considere as leituras básicas e complementares realizadas. Recapitulando A radiografia é um método de diagnóstico por imagem à base de radiação ionizante. Tra- ta-se de um exame barato, difundido em hospitais públicos e de grande importância para o diagnóstico de diversas patologias. No entanto, antes da abordagem das patologias, faz-se necessário o conhecimento prévio da anatomia radiográfica. O esqueleto humano pode ser dividido em dois segmentos, de acordo com a posição to- pográfica dos ossos: o esqueleto axial e o esqueleto apendicular. O esqueleto axial é com- posto pelos ossos do crânio, pescoço, tórax e abdômen. O esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros inferiores e superiores. O exame de raios X é solicitado para diagnóstico de fraturas, luxações, doenças degene- rativas articulares e para doenças pulmonares. Existem diversos tipos de fraturas que são classificadas de acordo com a quantidade de fragmentos e suas posições, direção da linha da fratura, lesão ou não da cartilagem e pele rompida ou intacta. Para evidenciar as fraturas em crânio, as incidências em posteroanterior (PA), perfil e Reverchon (semiaxial anteroposterior) são extremamente úteis. Já as fraturas de membros superiores e inferiores, normalmente ocorrem nos ossos longos (fêmur, tíbia, fíbula e úme- ro) e podem ser classificados como simples, cominutiva, transversa, longitudinal, oblíqua ou espiral. No entanto, nem todas as fraturas são visualizadas nos exames de Raios X, pois de- pendendo do local da fratura (exemplo platô tibial), ou do tipo de fratura, faz-se necessário uso de Tomografia Computadorizada. As luxações de articulações também são frequentemente estudadas. A luxação de om- bro, por exemplo, ocorre devido ao deslocamento da articulação glenoumeral. Quando há indicação de próteses articulares nesses pacientes, faz-se necessário o estudo das articu- lações pré e pós-implante. Diversas patologias articulares necessitam de exames radiológicos para auxílio no diag- nóstico, assim como para a avaliação da evolução e escolha de condutas terapêuticas. Den- tre as patologias articulares destacam-se: artrite infecciosa (causada por uma bactéria), 105 artrite reumatoide (etiologia desconhecida) e osteoartrite (causa hereditária ou causas secundárias). A osteoartrite e a artrite reumatoide são patologias crônicas, enquanto a artri- te infeciosa pode ser tratada quando descoberta no início. Para uma boa análise de imagens de tórax, as radiografias devem ser obtidas com o correto posicionamento e técnica radiográfica. As incidências mais utilizadas são a PA (pos- teroanterior) e a perfil. Existem diversas patologias que envolvem pleura, brônquios, inters- tício, alvéolos e mediastino. Todas as patologias descritas nesse capítulo podem, ou não, apresentar alterações na radiografia. 106 Referências bibliográficas ANDRADE et al. Tratamento Fisioterapêutico da Displasia do Desenvolvimento do Qua- dril: Revisão bibliográfica. Revista Paraense de Medicina. 2015. ARISTIDE et al. 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