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03-Imaginologia

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Objetivo do capítulo
Entender os princípios de formação 
da imagem e os padrões normais e 
patológicos da estrutura da mama em 
mamografi a.
PRINCÍPIOS BÁSICOS NA FORMAÇÃO 
DA IMAGEM EM MAMOGRAFIA
• Aparelho de mamografi a
• Tipos de mamografi a
• Infl uência do kVp e mAs no contraste
da imagem
ANATOMIA DA MAMA
• Estruturas anatômicas da mama
• Classifi cação das mamas
• Quadrantes mamários
DOENÇAS MAMÁRIAS
• Calcifi cação acinar e vascular
• Nódulos mamários
• Estereotaxia
TÓPICOS DE ESTUDO
 164
O câncer de mama possui o maior índice de morte entre as mulheres. Quando diag-
nosticado em sua fase inicial, muitas opções de tratamentos são possíveis, aumentan-
do a probabilidade de cura. O rastreamento é o processo de procura do câncer ainda 
em sua fase inicial, em uma fase assintomática, e é realizado por meio do exame de 
mamografi a. Essa modalidade de exame é a mais indicada na fase de rastreamento e 
pode detectar até 90% dos casos. É considerado um exame de baixo custo, se compa-
rado a outros métodos como, por exemplo, a ressonância magnética e a tomossíntese. 
A mamografi a é um exame radiográfi co especialmente projetado para detectar pato-
logias mamárias. O equipamento de mamografi a é composto por um tubo de raios X 
e um detector. Entretanto, algumas características lhe são particulares, visando uma 
imagem de alta qualidade, capaz de diagnosticar patologias mamárias. 
Nesse cenário, surge o questionamento: quais são as características da mamografi a?
Contextualizando o cenário
 165
Anatomia imaginológica básica em mamografi a7.
A análise da mama e a classifi cação de lesões do tecido mamário requerem conhecimento 
da estrutura anatômica, bem como a sua correlação com métodos de imagem. 
A mama sofre alterações com o decorrer do tempo que, entre outros fatores, podem ser: 
modifi cações fi siológicas naturais de acordo com a idade, durante ou após uma gestação, com 
uso de terapia de reposição hormonal, alteração de peso etc. A Fig. 1 ilustra as principais es-
truturas anatômicas da mama, assim como a visão delas na mamografi a.
A mamografi a é um procedimento radio-
gráfi co otimizado para a região anatômica 
da mama. Para muitas mulheres, a mamo-
grafi a é altamente efi caz na detecção do 
câncer em estágios iniciais. Essa modalida-
de é utilizada para imagear mulheres assin-
tomáticas e não assintomáticas, a partir de 
uma certa idade. O exame é normalmente 
realizado a partir de duas projeções de cada 
uma das mamas: craniocaudal e mediolateral oblíqua direita. Apesar de ser utilizada prin-
cipalmente para detecção de patologias da mama, a mamografi a também é usada para 
avaliação pré-cirúrgica da região suspeita e, também, para guiar biópsias. 
Figura 1. A) Mamografi a mediolateral oblíqua direita e B) ilustração da mama apontando as principais estruturas anatômicas: pele; 
gordura subcutânea; veias; tecido glandular; mamilo; ligamentos de Cooper.
A) B)
Linfonodo
Veia
Músculo peitoral
Gordura
(preto ou radioluscente)
Fibroglandular
(branco ou radiopaco)
Mamilo
Ligamento
de Cooper
Princípios básicos na formação da imagem
em mamografi a
7.1
 166
Aparelho de mamografi a7.1.1
O sistema de imagem em mamografi a deve 
ter resolução espacial sufi ciente para visuali-
zar as bordas das lesões (nódulos e fi bras), 
assim como para defi nir pequenas estruturas 
(microcalcifi cações). Nesse contexto, o exa-
me de mamografi a deve ser capaz de exibir 
estruturas com aproximadamente 50 μm. A 
variação na atenuação dos raios X entre as estruturas dos tecidos da mama dá origem a va-
riações no sinal de raios X transmitido, e essa é a fonte fundamental do contraste da imagem.
Dessa forma, o equipamento de mamografi a é projetado para atender essas especifi cações, 
baseando-se na composição dos tecidos mamários. Na Fig. 2, o quadro a) mostra a curva para 
os principais tecidos encontrados na mama (fi broglandular e adiposo) e para o carcinoma duc-
tal infi ltrante, com relação à energia do feixe e ao coefi ciente de atenuação dos tecidos. Como 
pode ser observado, as curvas para o tecido fi broglandular e para o carcinoma são muito pró-
ximas uma da outra, para toda a faixa de energia representada. Além disso, com o aumento 
da energia, há a aproximação dessas curvas com a curva do tecido adiposo. Dessa forma, os 
aparelhos convencionais de raios X (que trabalham na faixa de energia de 40 a 120 kVp) não são 
indicados para aquisição de imagens da mama. Para essa faixa de energia, os coefi cientes de 
atenuação dos tecidos mamários são muito próximos, resultando em uma imagem com baixo 
contraste. O quadro b) da Fig. 2 mostra a dependência do contraste das estruturas de interesse 
na região anatômica da mama, com relação à energia do feixe. Fica evidente que, quanto maior 
a energia utilizada, menor será o valor do contraste. 
PAUSA PARA REFLETIR
Por que equipamentos de raios X convencionais não são utilizados para aquisição da 
imagem da mama?
Os requisitos essenciais para a qualidade da imagem em mamografi a representam um caso 
especial dos princípios gerais da radiografi a convencional. Esses requisitos são adaptados às 
tarefas específi cas de imagem, envolvidas na detecção dos sinais de patologias mamárias. A 
seguir, serão explicados os princípios físicos de formação da imagem em mamografi a, assim 
como os componentes presentes nos mamógrafos.
 167
Figura 2. a) relação do coefi ciente de atenuação e energia do feixe de raios X para o carcinoma ductal infi ltrante e os principais teci-
dos visualizados na imagem mamográfi ca: fi broglandular e adiposo. b) dependência do contraste com relação à energia do feixe de 
raios X para tumor de 5 mm e calcifi cações de 0,2 mm. Fonte: DANCE et al., 2014. (Adaptado).
Carcinoma ductal infi ltrante
Tecido fi broglandular
Tecido adiposo A)
1.0
0.1
10 100
Energia (keV)
Co
efi
 c
ie
nt
e 
de
 a
te
nu
aç
ão
Calcifi cação de 0,2 mm
Tumor de 5 mm
B)
0.00
0 50
Energia (keV)
Co
nt
ra
st
e
10 20 30 40
0.01
0.02
0.03
0.04
0.05
0.06
0.07
0.08
0.09
Sendo assim, o equipamento de mamografi a possui características diferenciadas: a esco-
lha do material que compõe o alvo e fi ltro, o detector, a distância entre a fonte de raios X e 
o detector e a necessidade de bandeja de compressão da mama. Vale salientar que a mama
é considerada radiossensível e, portanto, existe grande preocupação com a dose recebida
nessa região. Dessa forma, todas as características exemplifi cadas anteriormente são proje-
tadas para que a dose necessária para aquisição de uma imagem com boa qualidade seja a
menor possível.
ESCLARECIMENTO:
Alguns órgãos do corpo humano possuem maior sensibilidade à radiação, tais como 
gônadas, cristalino e tireoide. Esses órgãos possuem maior probabilidade de sofrer 
algum dano causado pela exposição à radiação.
Alguns órgãos do corpo humano possuem maior sensibilidade à radiação, tais como Alguns órgãos do corpo humano possuem maior sensibilidade à radiação, tais como Alguns órgãos do corpo humano possuem maior sensibilidade à radiação, tais como 
gônadas, cristalino e tireoide. Esses órgãos possuem maior probabilidade de sofrer 
Alguns órgãos do corpo humano possuem maior sensibilidade à radiação, tais como Alguns órgãos do corpo humano possuem maior sensibilidade à radiação, tais como Alguns órgãos do corpo humano possuem maior sensibilidade à radiação, tais como 
gônadas, cristalino e tireoide. Esses órgãos possuem maior probabilidade de sofrer 
Alguns órgãos do corpo humano possuem maior sensibilidade à radiação, tais como 
gônadas, cristalino e tireoide. Esses órgãos possuem maior probabilidade de sofrer gônadas, cristalino e tireoide. Esses órgãos possuem maior probabilidade de sofrer gônadas, cristalino e tireoide. Esses órgãos possuem maior probabilidade de sofrer gônadas, cristalino e tireoide. Esses órgãos possuem maior probabilidade de sofrer 
De forma geral, o equipamento de mamografi a possui um tubo de raios Xe um detector, 
posicionados paralelamente um ao outro. Na Fig. 3, os quadros a) e b) mostram os principais 
componentes do mamógrafo. Normalmente, são adquiridas duas projeções (craniocaudal – CC; 
e mediolateral oblíqua – MLO) e, para isso, o tubo de raios X e o detector rotacionam no eixo 
horizontal. Esse conjunto tubo-detector pode ser ajustado ao tamanho da paciente, deslizando 
no eixo vertical. 
 168
Figura 3. Ilustração dos principais componentes de um equipamento mamográfi co: a) tubo de raios X, bandeja de compressão, su-
porte para apoio da mama, grade antiespalhamento da radiação e o detector; b) ampliação da ilustração dos principais componentes 
do equipamento de mamografi a.
A)
Tubo de raios x
Bandeja
de compressão
Suporte de 
mama
Detector
Grade
antiespelhamento
B)
Detector
Bandeja de
 compressão
Ânodo
rotatório
Diagrama 1. Posicionamentos comumente realizados na mamografi a
CC
(craniocaudal
lado direito)
CC
(craniocaudal
lado esquerdo)
MLO
(mediolateral
oblíqua
lado direito)
MLO
(mediolateral 
oblíqua
lado esquerdo)
A imagem mamográfi ca é formada quando a radiação sai do tubo de raios X, atravessa um 
fi ltro posicionado na saída do tubo e, em seguida, atravessa a bandeja de compressão e a 
mama, passa pela grade antiespalhamento e, fi nalmente, atinge o detector.
Em sistemas modernos de mamografi a, o gerador de raios X é do tipo alta frequência. O 
tubo de raios X é posicionado de forma que o cátodo esteja adjacente à parede torácica da 
paciente. O foco grosso utilizado, normalmente, possui tamanho de 0,3 mm e foco fi no de 0,1 
mm. Esses tamanhos estão relacionados ao tamanho das estruturas que devem ser visualiza-
das na mama (na ordem de 50 μm). Assim como em equipamentos convencionais, a saída do
 169
tubo de raios X é composta por uma janela de berílio. Entretanto, não há óleo, envoltório de 
vidro e outros metais no tubo, pois esses materiais podem atenuar excessivamente os fótons 
de raios X com energias úteis para o exame mamográfi co. 
ESCLARECIMENTO:
O tubo de raios X em mamografi a deve respeitar esse posicionamento adjacente à 
parede torácica da paciente, devido ao efeito anódico.
O tubo de raios X em mamografia deve respeitar esse posicionamento adjacente à O tubo de raios X em mamografia deve respeitar esse posicionamento adjacente à O tubo de raios X em mamografia deve respeitar esse posicionamento adjacente à O tubo de raios X em mamografia deve respeitar esse posicionamento adjacente à O tubo de raios X em mamografia deve respeitar esse posicionamento adjacente à O tubo de raios X em mamografia deve respeitar esse posicionamento adjacente à O tubo de raios X em mamografia deve respeitar esse posicionamento adjacente à 
Assim como na radiografi a convencional, é necessário defi nir um espectro de raios X que for-
neça energias adequadas, sempre levando em consideração a dose de radiação e a qualidade 
da imagem. Na mamografi a, a forma espectral é controlada pelo ajuste da tensão do tubo, pela 
escolha do material alvo e espessura do fi ltro posicionado entre o tubo de raios X e a mama. As 
estratégias para otimização do espectro de raios X para mamografi a, utilizando sistema tela-fi lme 
e mamografi a digital, são bem diferentes. Na mamografi a com sistema tela-fi lme, o contraste da 
imagem é limitado pela composição da estrutura do fi lme, enquanto que, na mamografi a digital, a 
qualidade da imagem é limitada pela relação entre a quantidade de fótons detectados e o ruído da 
imagem. Uma das características particulares dos equipamentos de mamografi a é uma bandeja 
de compressão. A mama é posicionada entre a bandeja de compressão e o suporte da mama. 
Existem várias razões para aplicar a compressão fi rme (mas não dolorosa) da mama duran-
te o exame mamográfi co. A compressão faz com que os vários tecidos mamários se espalhem, 
minimizando a superposição de diferentes planos e, assim, melhorando a visibilidade das es-
truturas. Esse efeito pode ser acentuado porque diferentes tecidos (adiposos, fi broglandulares 
e cancerosos) possuem diferentes elasticidades. Isso resulta na dispersão dos tecidos, de ma-
neira diferenciada, tornando o câncer mais fácil de ser visto.
Como em outras modalidades de imagem que utilizam os raios X, a radiação espalhada 
degrada o contraste na mamografi a. Quando os fótons de raios X atravessam espessuras me-
nores, há menor probabilidade de interagirem com as estruturas anatômicas da região na 
qual serão espalhados. Os quadros a) e b) da Fig. 4 ilustram uma mama não comprimida e uma 
mama comprimida, respectivamente. A mama exemplifi cada em b) está sendo comprimida 
por uma bandeja de compressão. Essa bandeja comprime a área da mama em sua totalidade. 
Nesse exemplo, fi ca evidente que o uso de compressão diminui a proporção de radiação espa-
lhada que atinge o receptor de imagem. Além disso, vale salientar que a compressão também 
diminui a distância dos tecidos da mama até o detector de imagem e, dessa forma, reduz a 
perda de resolução geométrica. 
 170
Figura 4. Ilustração da diferença entre as dimensões da mama não comprimida (a) e comprimida pela bandeja de compressão (b). 
Exames de rotina clínica utilizam a bandeja de compressão total da mama (c). Quando um exame da rotina clínica possui alguma sus-
peita, faz-se necessário o estudo aprofundado de uma região e, neste caso, pode-se fazer uso da bandeja de compressão local (d). 
A)
Mama não comprimida
B)
Mama comprimida
C) D)Compressão de toda área da mama Compressão local da mama
Razão de espalhamento: 0,4 - 0,5Razão de espalhamento: 0,8 - 1,0
Bandeja de compressão total:
densidade uniforme em toda a imagem
Bandeja de compressão local: maior
compressão em uma pequena área suspeita
A mama comprimida fornece uma atenuação geral menor para o feixe de raios X incidente, 
permitindo que a dose de radiação seja reduzida. Finalmente, a compressão fornece uma ação 
de fixação, o que reduz o movimento anatômico durante a exposição e, portanto, reduz tam-
bém os artefatos de movimento.
Há, ainda, a possibilidade de usar uma bandeja de compressão local (conforme ilustrado 
pelo quadro d) da Fig. 4), em que uma menor área da mama (5 cm de diâmetro) é comprimida, 
reduzindo ainda mais a espessura da mama nessa região. Além disso, a bandeja de compres-
são local redistribui o tecido mamário para melhor contraste. A compressão localizada é extre-
mamente valiosa para obtenção de mais informações de uma região que apresenta achados 
suspeitos em exames anteriores. 
Além da bandeja de compressão, a grade antiespalhamento também é utilizada com a fi-
nalidade de diminuir a quantidade de radiação espalhada que atinge o detector da imagem. 
Quando a grade antiespalhamento não é utilizada durante o exame de mamografia, de 37% a 
50% da radiação total que atinge o detector é resultante de radiação espalhada. Quando a gra-
de é usada, a quantidade de radiação espalhada pode ser reduzida por um fator de 5, levando 
à melhoria no contraste da imagem.
Entretanto, a utilização da grade faz com que parte dos fótons que não foram espalhados, 
também sejam removidos. Dessa forma, uma menor quantidade de fótons em geral atinge 
o detector de imagem. Isso também afeta negativamente a qualidade da imagem. Para com-
pensar esse fato e manter a qualidade da imagem quando a grade é usada, é necessário com-
pensar as perdas de fluência de raios X nos detectores, aumentando a quantidade do valor
171
de mAs. O aumento do mAs causa aumento na dose. Entretanto, a melhoria no contraste da 
imagem pelo uso da grade antiespalhamento justifi ca sua utilização.
Tipos de mamografi a7.1.2
Os equipamentos de mamografi a podem utilizar o modo analógico (sistema tela-fi lme) 
ou digital para aquisição da imagem. A diferença entre esses sistemas é a forma de detecção 
da imagem. O tubo de raios X, a bandeja de compressão e os fi ltros são os mesmos para os 
dois sistemas.
Na mamografi a com sistema tela-filme, uma tela intensifi cadora fl uorescente de alta reso-
lução é usada para absorver os raios X e pela mama em fótons de luz que sensibilizam o fi lme. 
Essas telas são usadas em conjunto com fi lme radiográfi co de emulsão única, dentro de um 
cassete à prova de luz. O fi lme, normalmente está disponível em dois tamanhos: 18 cm × 24 
cm e 24 cm × 30 cm. É costume usar o menor tamanho possível que garanta a cobertura radio-
gráfi ca completa da mama, pois resulta em melhor posicionamento e compressão da mama. 
Nesse sistema, a tela intensifi cadora e o fi lme são dispostos conforme mostrado na Fig. 5. Os 
raios X devem passar pelo cassete e o fi lme para atingir a tela intensifi cadora. A absorção é 
exponencial, de modo que uma maior quantidade de raios X é absorvida e convertida em luz, 
na porção da tela intensifi cadora que fi ca mais próxima do fi lme. Diferentemente da radiologia 
convencional, esse sistema possui apenas uma emulsão. 
Figura 5. Ilustração do sistema tela-fi lme utilizado em sistemas de mamografi a. 
Cassete
Base do fi lme
Emulsão do fi lme
Tela de fósforo
Luz
Raio x
Local de absorção
do raio x
O fósforo típico utilizado em mamografi a é o oxissulfeto de gadolínio (Gd2O2S: Tb). A emul-
são de fi lme radiográfi co para mamografi a é sensível ao espectro de luz emitido a partir da tela 
de fósforo. O fi lme é processado de forma automática, semelhante ao método utilizado para 
fi lmes radiográfi cos convencionais. É importante que a temperatura do revelador, o tempo e a 
taxa de reabastecimento dos químicos sejam compatíveis com o tipo de emulsão de fi lme usa-
do e sejam projetados para manter um bom contraste do fi lme. A garantia diária de qualidade 
é exigida na mamografi a para garantir um ótimo desempenho.
 172
No sistema tela-filme, o filme deve atuar 
como um detector de radiação para aquisi-
ção da imagem, bem como um dispositivo de 
armazenamento e exibição da imagem. Uma 
das limitações desse sistema se deve ao fato 
de que a curva característica do filme resulta 
em latitude restrita. Dessa forma, o contraste 
da imagem pode não ser suficiente para vi-
sualização de lesões. Isso é particularmente 
preocupante em pacientes com mamas que contêm grandes quantidades de tecido fibroglan-
dular. Outra limitação da mamografia com sistema tela-filme é o efeito do ruído da imagem, 
devido ao padrão de granularidade da tela de fósforo e da emulsão do filme usado. Isso preju-
dica a detectabilidade de microcalcificações e outras estruturas finas dentro da mama.
Outro sistema que pode ser empregado para aquisição da imagem mamográfica, é o siste-
ma digital. A mamografia digital é capaz de superar muitas das limitações técnicas da mamo-
grafia com o sistema tela-filme. Na mamografia digital, a aquisição, processamento, exibição e 
armazenamento de imagens são realizados de forma independente, permitindo a otimização 
de cada uma dessas etapas. A aquisição é realizada com detectores de raios X, que possuem 
uma ampla faixa dinâmica. Como a imagem é armazenada digitalmente, ela pode ser exibida 
com contraste independente das propriedades do detector. Assim como a radiografia conven-
cional, os sistemas digitais são divididos em sistemas de radiologia computadorizada e radio-
logia digital (direto e indireto). Para o sistema de radiologia computadorizada, emprega-se uma 
placa formada por um material de fósforo fotoestimulável, alojado em um cassete à prova 
de luz. Essa placa de fósforo fotoestimulável substitui o filme na mamografia convencional. A 
imagem nesse sistema é adquirida quando a placa é exposta aos raios X e os elétrons do ma-
terial da placa são excitados e, subsequentemente, capturados por armadilhas no fósforo. O 
número de elétrons aprisionados é proporcional à quantidade de energia de raios X absorvida 
em um determinado local da placa. Após a exposição, a placa é colocada em um dispositivo de 
leitura e digitalizada com um feixe de laser vermelho. A energia da luz laser estimula as arma-
dilhas para liberar os elétrons armadilhados. A transição desses elétrons através dos níveis de 
energia no cristal de fósforo resulta na formação da luz azul. Essa luz é coletada por um tubo 
fotomultiplicador e o sinal é, então, digitalizado, formando a imagem digital. Nos denominados 
detectores digitais indiretos, o detector é composto por um fotodiodo sensível à luz. Nesse sis-
tema, é empregada uma camada de fósforo, normalmente feita de Iodeto de césio (CsI). Dessa 
173
forma, a radiação que chega ao detector é, primeiramente, convertida em luz e, depois, con-
vertida em sinal elétrico, para formar a imagem. Esse sistema de aquisição de imagem permite 
que os sinais elétricos sejam lidos em uma fração de segundo.
No sistema detector digital do tipo direto, o fósforo é substituído por um absorvedor 
de raios X, composto por selênio amorfo, que é um fotocondutor. Nesse sistema, a energia 
dos raios X é absorvida de maneira direta, sem a necessidade de conversão em luz. Sendo 
assim, os fótons de raios X são diretamente convertidos em sinal elétrico para a formação 
da imagem.
Diagrama 2. Tipos de tecnologia existentes em sistemas de mamografi a
SISTEMA DIGITAL
RADIOLOGIA
COMPUTADORIZADA
SISTEMA TELA-FILME
MAMOGRAFIA
RADIOLOGIA
DIGITAL
INDIRETADIRETA
Infl uência do kVp e mAs no contraste da imagem7.1.3
Uma das principais diferenças entre os 
equipamentos de raios X convencionais e 
os equipamentos de mamografi a é a esco-
lha da energia a ser utilizada para aquisição 
da imagem. A energia do espectro de raios 
X, em mamografi a, é basicamente defi nida 
a partir da escolha da combinação entre o 
alvo e o fi ltro. Molibdênio (Mo), ródio (Rh) e 
tungstênio (W) são os materiais que podem ser empregados no alvo. Os fi ltros utilizados 
normalmente são produzidos de Mo, Rh, prata (Ag) e alumínio (Al). 
 174
No caso da mamografia com sistema te-
la-filme, sugere-se que a energia ótima para 
a aquisição de imagens no filme seja entre 
18 e 23 keV, dependendo da espessura e 
composição da mama. Para uma mama de 
espessura e composição típicas, os raios X 
característicos, utilizando-se alvo de Mo e de 
Rh, fornecem uma boa qualidade de imagem 
ao sistema. Por essa razão, tubos de raios X 
com alvo de Mo e/ou Rh estão disponíveis na 
maioria dos equipamentos de mamografia. 
Entretanto, como o contraste das imagens di-
gitais pode ser controlado durante a exibição 
da imagem, energias mais altas podem ser 
preferíveis nesses sistemas. Por esse motivo, 
alguns equipamentos de mamografia digital fornecem tubos compostos com alvos de W.
Como na radiologia convencional, os filtros são usados durante a aquisição da imagem, em 
mamografia, de forma a remover seletivamente fótons de baixa energia do feixe de raios X, 
antes que os mesmos incidam sobre o paciente. Tais fótons de baixa energia devem ser remo-
vidos para que não sejam absorvidos pela mama, causando dose excessiva. 
Em equipamentos de mamografia, frequentemente são empregados tubos de raios X com 
ânodo de Mo em conjunto com filtro de Mo, com espessura de 30 a 35 μm. Esse filtro é utili-
zado para remover fótons de baixa energia e, além disso, remover fótons de alta energia do 
espectro. Nessa modalidade de exame, é importante que os fótons de alta energia sejam re-
movidos do espectro, pois, como demonstrado na Fig. 6b, a utilização de alta energia diminui 
o contraste dos tecidos na imagem. A Fig. 6a mostra o espectro de raios X quando utilizado
um conjunto de alvo/filtro de Mo/Mo, onde pode-se observar que fótons a cima de 20 keV são
removidos do espectro. Dessa forma, para esse caso, o espectro resultante é composto de
fótons de raios X na faixa de 17 a 20 keV.
PAUSA PARA REFLETIR
Os equipamentos de mamografia podem utilizar diferentes materiais no alvo. Como 
isso se relaciona com os diferentes tamanhos e composições da mama? Pode-se usar 
qualquer material em qualquer tipo de mama?
 175
Figura6. Ilustrações de diferentes espectros de raios X. a) espectro de raios X utilizando alvo de molibdênio e filtro de molibdênio 
com energia de 25 kV (linha tracejada) e 28 kV (linha laranja); b) espetros de raios X utilizando energia de 28 kV com combinação alvo/
filtro de molibdênio/molibdênio (linha tracejada) e molibdênio/ródio (linha laranja); c) espectros de raios X produzidos utilizando 
combinação alvo/filtro de molibdênio/ródio (linha laranja) e ródio/ródio (linha tracejada); d) diferentes espectros de raios X utilizan-
do-se alvo de tungstênio e diferentes filtros: ródio (linha tracejada), prata (linha azul) e alumínio (linha laranja). Fonte: DANCE et al., 
2014. (Adaptado).
Mo/Rh - 28 kV
Rh/Rh - 28 kV
C)
0
5
Energia (keV)
N
úm
er
o 
de
 fó
to
ns
 (x
10
6)
/ m
m
²
5
10
15
20
10 15 20 25 30
D)
5
Energia (keV)
N
úm
er
o 
de
 fó
to
ns
 (x
10
6)
/ m
m
²
10 15 20 25 30
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
35
W/Rh - 28 kV
W/Ag - 30 kV
W/Al - 32 kV
Mo/Mo - 28 kV
Mo/Rh - 28 kV
B)
25
0
5
Energia (keV)
N
úm
er
o 
de
 fó
to
ns
 (x
10
6)
/ m
m
²
5
10
15
20
10 15 20 25 30
A)
25
0
5
Energia (keV)
N
úm
er
o 
de
 fó
to
ns
 (x
10
6)
/ m
m
²
5
10
15
20
10 15 20 25 30
Mo/Mo - 25kV
Mo/Mo - 28kV
Embora o espectro resultante da combinação alvo/filtro Mo/Mo seja adequado para a for-
mação de imagens de uma mama com tamanho médio, energias ligeiramente mais altas são 
desejáveis para aquisição de imagem em mamas espessas e densas. A energia média do feixe 
pode ser aumentada empregando filtros com maior número atômico do que o Mo (Z = 42). 
Nesse contexto, a utilização do filtro Rh (Z = 45) remove fótons de baixa energia e fótons com 
energia acima de 23 keV. Sendo assim, a combinação alvo/filtro Mo/Rh possui espectro de 
raios X na faixa entre 17 e 23 keV. A Fig. 6b representa o espectro de raios X, quando utilizada 
a combinação alvo/filtro de Mo/Rh. Comparando-se com o espectro Mo/Mo, pode-se observar 
que há presença de fótons com energia entre 20 e 23 keV. Dessa forma, um feixe resultante 
da combinação Mo/Rh possui energia média maior quando comparado a um feixe resultante 
da combinação Mo/Mo. Pode-se dizer, então, que o feixe Mo/Rh é mais energético ou mais 
penetrante, podendo reduzir consideravelmente a dose. Entretanto, vale salientar que esse 
espectro de raios X não é indicado para mamas pequenas e pouco densas, uma vez que a 
utilização dessa combinação alvo/filtro torna o feixe mais energético, resultando em fótons de 
 176
maior energia, que irão diminuir o contraste 
da imagem. Pode-se, ainda, conseguir feixes 
de raios X mais energéticos para serem usa-
dos em mamas grandes e densas. Isso pode 
ser alcançado utilizando-se outras combina-
ções alvo/filtro. Um exemplo é a utilização da 
combinação alvo/filtro de Rh/Rh. Nesse caso, 
utiliza-se o filtro de Rh com 25 a 35 μm de 
espessura. A Fig. 6c ilustra o espectro produ-
zido a partir da combinação Rh/Rh. Quando 
comparado ao espectro de raios X resultante 
da combinação Mo/Rh, nota-se um aumento 
ainda maior na energia média do feixe. Da 
mesma forma, particularmente para a mamo-
grafia digital, pode-se utilizar o W como alvo 
e diferentes filtros, como por exemplo Rh, Ag 
e Al. A utilização do W permite a obtenção de 
energias ainda mais altas. A Fig. 6d ilustra os 
espectros de raios X para a combinação alvo/
filtro de W/Rh, W/Ag e W/Al. 
Comparando as Figs. 6a, 6b, 6c e 6d, percebe-se que os espectros resultantes da utilização 
de W como material de alvo não produzem picos de radiação característicos. Os espectros 
dessas figuras são compostos por fótons resultantes da produção por radiação de frenagem e 
radiação característica (assim como o espectro estudado no capítulo 1 para raios X convencio-
nais). No caso dos espectros mostrados na Fig. 6d, a tensão aplicada ao tubo de raios X não é 
o suficiente para que haja produção de fótons de raios X, devido à radiação característica. Esse
espectro possui apenas fótons produzidos a partir da radiação de frenagem.
Assim como nos equipamentos de raios X convencionais, o aumento da tensão aplicada 
ao tubo irá aumentar a energia média do feixe de raios X produzidos. Entretanto, devido à 
utilização de filtros que permitem a produção de fótons em apenas uma faixa energética, o 
aumento da tensão no tubo não altera substancialmente a forma do espectro de raios X. Isso 
pode ser melhor observado na Fig. 6a, que ilustra o espectro de raios X para dois valores de 
tensão diferentes (25 kV e 28 kV). Para mamografia com sistema tela-filme, a curva caracte-
rística do filme impõe limitações à faixa de energia adequada a ser utilizada. Nesse sistema, o 
contraste e ruído são limitados pela dose de radiação aceitável para a mama. Entretanto, para 
 177
a mamografia digital, as limitações impostas pelo filme não são válidas e o contraste da ima-
gem é livremente ajustável na estação de trabalho. Isso proporciona uma oportunidade para 
utilizar feixes com energia mais elevados. Com isso, aumenta-se a quantidade de fótons que 
atingem o detector e tem-se a diminuição de ruído. Além disso, essas características tornam 
possível a redução de dose quando comparados os sistemas tela-filme e digital. Para aquisição 
da imagem mamográfica, assim como em equipamentos convencionais, o operador do equi-
pamento deve selecionar valores de tensão (kVp) e produto corrente-tempo (mAs) que irão 
ser aplicados ao tubo de raios X. Quando o operador do mamógrafo adquire uma imagem, 
ele deve levar em consideração a espessura e 
composição da mama. A seleção da tensão do 
tubo deve ser delicadamente estudada para 
cada caso. Para mamas pequenas e pouco 
densas, devem ser utilizados valores de ten-
são pequenos de forma a produzir imagens 
com alto contraste. Nesse caso, o aumento 
considerável da tensão irá tornar o feixe de 
raios X mais energético, resultando em dimi-
nuição do contraste na imagem. Para casos 
nos quais a mama é grande e muito densa, 
a melhor escolha são valores de tensão mais 
elevados. Se aplicados valores pequenos, os 
fótons não possuirão energia suficiente para 
atravessar a mama. Isso resulta em aumento 
na dose para o paciente. 
A quantidade de fótons a serem produzidos está relacionada com a corrente que atravessa 
o tubo. Dessa forma, um aumento no mAs selecionado, resulta em um número maior de fótons
sendo produzidos. Esse aumento no mAs está diretamente relacionado com a qualidade da
imagem. Quanto maior o mAs, maior a quantidade de fótons que irão atingir o detector e, con-
sequentemente, melhor a qualidade da imagem. Entretanto, deve-se lembrar que o aumento
no mAs traz aumento considerável da dose no paciente. A quantidade de mAs a ser utilizado
também está relacionada com a espessura e composição da mama, entretanto, estimar tais
parâmetros a partir de inspeção visual é uma tarefa difícil. Portanto, equipamentos modernos
de mamografia são equipados com o controle automático de exposição (CAE).
Em equipamentos que possuem esse sistema, o sensor de radiação do CAE está locali-
zado abaixo do detector de imagem, de forma a evitar que o mesmo apareça na imagem. 
 178
Esses sensores medem a fl uência dos raios X transmitida através da mama e do detector 
de imagem. Eles fornecem um sinal para interromper a exposição quando uma quantidade 
pré-defi nida de radiação foi recebida pelo detector de imagem. A localização do sensor é 
ajustável para diferentes tamanhos de mama, de modo a obter uma exposição adequada 
para cada paciente. A penetração dos fótons através da mama depende da espessura e 
composição dela.
Para uma mama espessa ou densa, é possível que, para uma tensão de tubo relativa-
mente baixa, seja necessário um tempo de exposição muito longo para obter um enegre-
cimento do fi lme ou sinal digital adequado. Isso resultaria em uma alta dose na mama 
e, possivelmente, borramento da imagem, devido ao movimento derespiração. Um feixe 
mais penetrante permite que uma dose menor seja usada, mas com perda de contraste 
da imagem. Dessa forma, muitos sistemas CAE de mamografi a também incorporam o con-
trole automático da tensão do tubo ou da combinação alvo/fi ltro/tensão do tubo. Esses 
sistemas detectam a espessura da mama comprimida e a taxa de exposição transmitida e 
empregam um algoritmo para escolher automaticamente o alvo de raios X e/ou fi ltro, bem 
como a tensão do tubo. Normalmente, uma curta pré-exposição (geralmente <100 ms) 
é feita primeiro. O sinal de raios X registrado e a espessura da mama medida a partir da 
bandeja de compressão são usados para inferir a composição da mama e determinar as 
condições ótimas de exposição.
Anatomia da mama7.2
A mama, ou glândula mamária, é uma glândula sudorípara modifi cada que tem a função 
específi ca de produção de leite. Uma compreensão da anatomia básica é importante na inter-
pretação da mamografi a. Conhecendo-se a anatomia da mama normal, é possível correlacio-
nar informações radiológicas e patológicas. A imagem resultante da realização do exame de 
mamografi a deve possuir alta qualidade, grande resolução e excelente contraste. Com essa 
imagem, o médico radiologista deve ser capaz de identifi car e detectar as principais formas do 
câncer de mama, com base em quatro principais sinais no exame:
1. a morfologia característica de uma massa tumoral, que pode incluir margens irregulares
e espículas;
2. apresentações de depósitos minerais, visualizados como pontos brancos, chamados
microcalcifi cações;
3. distorção arquitetural dos padrões normais dos tecidos causados pela doença e;
4. assimetria entre as regiões correspondentes das mamas esquerda e direita.
 179
Estruturas anatômicas da mama7.2.1
A mama adulta é composta por três estruturas básicas: a pele, a gordura subcutânea e 
o tecido mamário, que inclui o parênquima e o estroma. Abaixo da mama, está o músculo
peitoral maior, que também é visualizado durante a mamografi a. O parênquima mamário é
envolvido por camadas de fáscias profundas e superfi ciais. Os ligamentos de Cooper, com-
postos de fi bras que sustentam as mamas, atravessam o parênquima e fi xam-se às camadas
de fáscias. O parênquima é dividido em 15 a 20 segmentos, sendo cada um drenado por um
ducto lactífero. Os ductos lactíferos convergem abaixo do mamilo, com cerca de 5 a 10 duc-
tos principais, drenando para dentro do mamilo. Cada ducto drena um lobo composto de 20
a 40 lóbulos. A Fig. 7a ilustra a mama vista em uma seção sagital externamente, no centro da
face convexa, anterior.
Figura 7. a) ilustração da mama vista em corte sagital. O tecido glandular fi ca imerso em tecido adiposo. b) visualização dos linfono-
dos presentes na região da mama.
Gordura
Retromamária
Ducto Lactífero
Seio Lactífero
Ducto Excretor
Ligamento de Cooper
Linfonodos interpeitorais
(de Rotter)
Linfonodos frênicos
inferiores
Linfonodos
paraesternais e
mediastinais
anteriores
Linfonodos
axilares
A) B)
Lobulo
Ducto Interobular
Ducto Terminal
Ácinos
Em um exame de mamografi a, o tecido adiposo da mama possui coefi ciente de atenuação 
de radiação menor que os tecidos glandulares e fi brosos. Dessa forma, o tecido adiposo é 
representando na imagem de mamografi a em tons mais enegrecidos. Os tecidos fi brosos e 
glandulares possuem coefi ciente de atenuação muito próximos e, por isso, são visualizados 
em um mesmo tom de cinza. É por esse motivo que esses dois tecidos são descritos como te-
cido fi broglandular em um exame de mamografi a. A Fig. 8 mostra um exame de mamografi a 
nas projeções mediolateral oblíqua (MLO) e craniocaudal (CC). Nessas imagens, nota-se que 
o tecido fi broglandular fi ca imerso em meio ao tecido adiposo.
 180
Figura 8. Exame de mamografi a nas projeções (a) MLO direita e (b) CC direita. Fonte: SICKLES et al., 2013. (Adaptado).
Músculo
Peitoral
Tecido
Adiposo
Tecido
Fibroglandular
Pele
Tecido
Fibroglandular
Mamilo
Tecido
Adiposo
A drenagem linfática é feita através do plexo superfi cial para o plexo profundo até os linfo-
nodos axilares e internos da mama. Os linfonodos inferiores axilares são frequentemente visí-
veis na mamografi a, assim como os pequenos linfonodos intramamários. É incomum identifi -
car, na mamografi a, os gânglios intramamários em um local diferente da região superfi cial do 
quadrante médio e superior externo da mama. A mama está posicionada sobre a musculatura 
da parede torácica: os músculos peitorais maiores e menores.
O músculo peitoral maior tem suas origens na superfície medial anterior da clavícula, no 
esterno e na aponeurose do músculo oblíquo externo e sua inserção no úmero proximal. O 
músculo peitoral maior, portanto, está obliquamente sobre a parede torácica. Para que uma 
mamografi a seja considerada bem posicionada na projeção MLO, faz-se necessário que o mús-
culo peitoral maior seja visível a partir da axila até a altura do mamilo. Isso pode ser melhor 
observado na Fig. 8a, onde o músculo peitoral está localizado no canto superior, do lado direito 
da imagem, com intensidade próxima a dos tecidos fi broglandulares. O músculo peitoral maior 
pode ser visto na projeção CC em cerca de um terço dos pacientes.
Classifi cação das mamas7.2.2
As mamas apresentam grande variação entre as mulheres e também entre os diferentes 
períodos da vida e possuem, em média, de 12 a 13 cm de largura, 10 a 11 cm de altura e de 5 a 6 
cm de espessura. Durante a infância, apenas ductos rudimentares estão presentes. Na puber-
dade, o crescimento e o alongamento dos ductos ocorrem e inicia-se a formação dos futuros 
lóbulos. O colágeno periductal é depositado e, mamografi camente, a mama parece muito densa 
e homogênea. No adulto, em resposta à progesterona, ocorre o segundo estágio do desenvolvi-
mento glandular, ou seja, a formação dos lóbulos. Com a menopausa, ocorre a lipossubstituição 
da mama. Os lóbulos diminuem de tamanho e os pequenos dutos se atrofi am. Os ductos princi-
181
pais não são muito afetados. A mama pós-menopausa possui uma aparência mais radiolucente, 
e apenas algumas glândulas podem ser visualizadas. No entanto, em algumas situações, a lipos-
substituição não ocorre e a mama pós-menopausa possui aspecto denso.
O Colégio Americano de Radiologia (American College of Radiology) desenvolveu um método 
para padronizar o laudo da mamografi a. Para isso, foi criado o sistema BI-RADS, que classifi ca 
de maneira quantitativa o grau de severidade da lesão mamária e o tipo de mama das pacientes. 
Em sua 5.ª edição, o BI-RADS classifi ca a composição das mamas da seguinte maneira:
a) mamas predominantemente adiposas;
b) mamas com áreas dispersas de densidade fi broglandular;
c) mamas heterogeneamente densas, o que pode obscurecer pequenas massas;
d) a mama é extremamente densa, o que diminui a sensibilidade da mamografi a.
Exemplos dessa classifi cação podem ser observados na Fig. 9.
Figura 9. a) A mama é predominantemente adiposa, sendo possível visualizar pouco tecido fi broglandular; b) existem áreas dispersas 
de densidade fi broglandular; c) a mama é heterogeneamente densa, o que pode obscurecer pequenas massas; d) a mama é extrema-
mente densa, o que diminui a sensibilidade da mamografi a. Fonte: SICKLES et al., 2013.
A) B) C) D)
Quadrantes mamários7.2.3
A localização da lesão dentro da mama é reportada a partir de quatro formas: (i) lateralidade, 
(ii) quadrante ou relógio, (iii) profundidade e (iv) distância do mamilo. A lateralidade é dividida
em direita e esquerda. Os quadrantes, ou posições do relógio, são divididos em quadrante exter-
no superior (UOQ-upper outer quadrant), quadrante interno superior (UIQ-upper inner quadrant),
quadrante externo inferior (LOQ-lower outer quadrant) e quadrante interno inferior (LIQ-lower
inner quadrant). A Fig. 10a exemplifi ca os quadrantes e posições do relógio. Lesões de 12 horas
podem ser descritas como lesões centrais superiores, lesões de6 horas são descritas como
central inferior, e lesões às 3:00 ou 9:00 como central externa, ou central interna, dependendo
da lateralidade. Central é a região diretamente atrás do complexo mamilo-areolar em todas
as projeções. Retroareolar indica a localização central no terço anterior da mama, próximo ao
mamilo. A profundidade da lesão será descrita como posterior, medial ou anterior (Fig. 9b e 9c).
 182
Figura 10. (a) Subdivisão da mama em quadrantes, (b) ilustração da profundidade e (c) profundidade em exame de mamografi a.
UOQ UIQ
LOQ LIQ
UIQ UOQ
LIQ LOQ
9
12
6
3 9
12
6
3
A) B)
Po
st
er
io
r
M
ed
ia
l
A
nt
er
io
r
MLO
Po
st
er
io
r
M
ed
ia
l
A
nt
er
io
r
OC
Posterior
Medial
Anterior
Posterior
Medial
Anterior
C)
Doenças mamárias7.3
Além do BI-RADS avaliar o grau de severidade da lesão mamária e o tipo de mama das pa-
cientes, ele tem como objetivo diminuir as discordâncias na descrição e interpretação das ma-
mografi as, melhorar a efi cácia dos programas de rastreio mamário e implementar a qualidade 
dos pareceres emitidos pelos médicos radiologistas. Em 2013, novos termos foram introduzidos, 
e categorizaram BI-RADS em seis tipos, de acordo com os riscos e recomendações.
Tabela 1. Classifi cação de BI-RADS
CATEGORIA INTERPRETAÇÃO RISCO RECOMENDAÇÃO
0 INCONCLUSIVO EXAME ADICIONAL
1 BENIGNO 0.05% CONTROLE ANUAL A PARTIR DOS 40 ANOS
2 BENIGNO 0.05% CONTROLE ANUAL A PARTIR DOS 40 ANOS
3 PROVAVELMENTE BENIGNO ATÉ 2% REPETIR EM 6 MESES
4 (A,B,C) SUSPEITO >20% BIOPSIA
5 PROVAVELMENTE MALIGNO >75% BIOPSIA
6
LESÃO JÁ BIOPSIADA E DIAGNOSTICADA 
COMO MALIGNA, MAS NÃO RETIRADA 
OU TRATADA
100%
 183
Diagrama 3. O diagnóstico médico de lesões mamárias baseia-se no padrão da lesão,
no formato, nas características das margens e na localização 
Redondo
Oval
Lobulado
Irregular
Focal
Massa
Espiculado
Delineado
Irregular
Espiculado
Linear
Ductal
Segmentar
Regional
PADRÃO FORMATO MARGEM LOCALIZAÇÃO
Calcifi cação acinar e vascular7.3.1
As calcifi cações mamárias são depósitos de cálcio que se mobilizam do sangue para os 
tecidos, sofrendo alterações de pH e fi xando-se sob a forma de sais de cálcio. Podem ser en-
contradas em qualquer zona do tecido mamário, como no interior ou em torno dos ductos, 
no estroma glandular, nas estruturas vasculares, nos ácinos, no tecido adiposo, ou mesmo na 
pele. De acordo com o tipo de calcifi cação, pode ser considerada benigna, de preocupação in-
termediaria ou maligna. Essa classifi cação dependerá da morfologia da calcifi cação:
• Tamanho: macrocalcifi cações ou microcalcifi cações, quanto menores as partículas, maior
a probabilidade de que a lesão seja maligna. 
• Distribuição: difusa, regional, agrupada, segmentada, linear. Quando difusas e regionais,
a maioria dos casos corresponde a processos benignos; quando agrupadas, podem ser benig-
nas ou malignas. Quando a distribuição é linear (reta ou sinuosa), com calcifi cações puntifor-
mes, granulares ou modeladas, é altamente sugestiva de malignidade.
• Número: quanto maior o número de calcifi cação, maior o grau de malignidade.
• Forma: quanto maior a variedade de formas, maior o grau de suspeição para malignidade.
 184
CURIOSIDADE:
As calcifi cações mamárias não são vistas no Ultrassom. Logo a importância de se 
realizar mamografi a.
As calcificações mamárias não são vistas no Ultrassom. Logo a importância de se As calcificações mamárias não são vistas no Ultrassom. Logo a importância de se As calcificações mamárias não são vistas no Ultrassom. Logo a importância de se As calcificações mamárias não são vistas no Ultrassom. Logo a importância de se As calcificações mamárias não são vistas no Ultrassom. Logo a importância de se As calcificações mamárias não são vistas no Ultrassom. Logo a importância de se 
As calcifi cações são classifi cadas em dois grandes grupos:
I) Calcifi cações associadas a processos benignos:
• Vasculares: classifi cadas como BI-RADS 2. Caracterizadas por trilhas paralelas ou calcifi -
cações lineares, claramente associadas com estruturas tubulares. São localizadas ao longo das 
paredes dos vasos em aspecto serpentiforme. São denominadas calcifi cações de Mönckeberg 
e envolvem a camada média das artérias. Estão associadas a um componente lipídico e são 
semelhantes às demais artérias, sendo que o mecanismo de deposição ainda não é conhecido. 
A presença de calcifi cações na camada média das artérias está relacionada a um risco aumen-
tado de coronariopatias e diabetes. 
Figura 11. Exame de mamografi a evidenciando calcifi cação vascular a) exame bilateral com incidências CC e b) aproximando-se a 
região de calcifi cação. Fonte: PAREDES, 2007.
A) B)
• Acinares: tipicamente associadas a um processo infl amatório benigno; têm forma esféri-
ca, lisa, com diâmetro de 0,5 mm ou mais; resultam provavelmente de concreções nos ácinos 
dos lobos dilatados (microcistos).
• Cutâneas: apresentam uma confi guração geométrica com centro radiotransparente.
• Em forma de bastonetes: são resultantes de patologia secretória ductal e podem formar
bastonetes lineares, descontínuos ou sólidos, frequentemente com diâmetro igual ou superior a 
1 mm. Geralmente, são bilaterais e possuem uma distribuição ductal que se irradiam em direção 
a papila com possíveis ramifi cações. A Fig. 12a evidencia os bastonetes.
 185
• Casca de ovo ou em anel: geralmente, são extremamente finas e curvilíneas as quais são
visualizadas como depósito de cálcio sobre a superfície de uma esfera. As calcificações mais 
comuns desse tipo são necrose gordurosa e calcificações nas paredes de cisto. A Fig. 12b evi-
dencia a formação em casca de ovo.
• Distróficas: geralmente, apresentam um tamanho superior a 0,5 mm de diâmetro, são irregu-
lares e podem apresentar centro radiotransparente. A Fig. 12c evidencia calcificações distróficas.
• Fios de sutura: são filiformes, vermiculares, consistindo em depósitos de cálcio em fios de
sutura que geralmente surgem após irradiação. A Fig. 12d evidencia calcificações fios de sutura.
• Em leite de cálcio: geralmente, é amorfa ou esférica na incidência CC (craniocaudal) e
curvilínea ou linear na MLO (mediolateral oblíqua). A Fig. 12e evidencia calcificações “em leite 
de cálcio”.
• Grosseiras ou semelhantes à pipoca: são calcificações grandes, com diâmetro superior
a 2-3 mm, típicas de fibroadenomas em involução. A Fig. 12f evidencia calcificações “pipoca”.
• Centro radiotransparente: caracterizam-se por depósitos redondos ou ovoides, por super-
fícies lisas e têm centro radiotransparente. A “parede” formada é mais espessa que no tipo de 
calcificação em “anel” ou “casca de ovo”. Possuem um tamanho bem variável, assumindo valores 
entre menor que 1 mm ou maior que 1 cm. São associadas às áreas de necrose gordurosa e 
resíduos calcificados em ductos. A Fig. 12g evidencia calcificações centro radiostransparentes.
• Redondas: apresentam formato esférico, podendo variar em tamanho quando são múl-
tiplas. Porém, com tamanho, geralmente, igual ou superior a 0,5 mm de diâmetro. A Fig. 12h 
evidencia calcificações redondas. 
Figura 12. Mamografia (A) bastonete; (B) casca de ovo; (C) distrófica; (D) fios de sutura; (E) leite de cálcio; (F) pipoca; (G) centro radio-
transparente; (H) redondas. Fonte: ELPÍDIO, 2012.
A) B) C) D)
E) F) G) H)
 186
II) Calcifi cações associadas ao câncer de mama ou suspeitas de malignidade
• Puntiformes: são calcifi cações arredondadas e geralmente menores que 0,5 mm. A Fig.
13a evidencia calcifi cações puntiformes.
• Heterogêneas: apresentam tamanho e forma variável e podem caracterizar calcifi cações
benignas e malignas. A Fig. 13b evidencia calcifi cações heterogêneas.
• Calcifi cações ramifi cadas: apresentam um tamanho inferior a 0,1 mm, são delgadas e
irregulares. A Fig. 13c evidencia calcifi cações ramifi cadas.
Figura 13. Mamografi a (A) puntiforme; (B) heterogênea; (C) ramifi cada. Fonte: ELPÍDIO, 2012.
A) B) C)
Nódulos mamários7.3.2O câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil e no 
mundo, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. Embora o câncer de 
mama também acometa homens, as situações são raras e representam apenas 1% do total 
de casos da doença.
Existem vários tipos de câncer de mama e sua classifi cação depende da origem do tumor. 
Contudo, é importante ressaltar que até 80% dos tumores mamários palpáveis são alterações 
benignas, que não aumentarão signifi cativamente o risco de desenvolvimento do câncer de 
mama. Os principais tipos de nódulos estão descritos a seguir:
Fibroadenoma: tumor benigno, mais frequente em mulheres em idade reprodutiva. Macros-
copicamente, apresenta nódulos móveis bem delimitados e crescimento lento. O nódulo tem 
tamanho médio de 2 a 3 cm, podendo alcançar 6 a 7 cm. A Fig. 14a evidencia o fi broadenoma.
Tumor fi loide: possui estrutura semelhante ao fi broadenoma, mas com crescimento do es-
troma comprimindo e distorcendo as estruturas glandulares mamárias. Podem ser benignos 
ou malignos e são conhecidos por atingirem rapidamente um grande tamanho (até 30 cm). Al-
guns podem se apresentar mais volumosos, endurecidos e com ulcerações, sugerindo formas 
malignas. Na imagem mamográfi ca possuem aparência de massas redondas ou multilobula-
das. A Fig. 14b evidencia esse tipo de tumor. 
 187
Tumor desmoide: também chamado de fibromatose da mama, sarcoma de baixo grau ou 
fibromatose agressiva, é uma entidade rara. A aparência ecográfica típica do tumor desmoide 
é uma massa hipoecogênica, espiculada ou microlobulada, mal definida, com halo hiperecogê-
nico e atenuação acústica posterior: aspectos que simulam lesões malignas. Também têm sido 
descritos tumores desmoides com características mais benignas, como margens regulares, 
orientação paralela ao plano cutâneo e ausência de halo hiperecogênico. A terapêutica envol-
ve sempre excisão cirúrgica alargada. Apesar de não haver recomendações claras quanto à 
margem cirúrgica, ao menos 1 cm de margem livre deve ser alcançada. A Fig. 14c representa 
o tumor desmoide.
Figura 14. A: Mamografia com Fibroadenoma evidenciando imagem ovoide, bem delimitada e circunscrita (seta); B: mamografia com 
tumor filoide, C: nódulo desmoide (seta). Fonte: NAZÁRIO, 2007; SILVA, 2013; SERRADO, 2016. (Adaptado).
Figura 15. Radiografia realizada da peça retirada da mama con-
tendo microcalcificações. Fonte: ADAM et al., 2008.
A) B) C)
Carcinoma in situ: subdivide em carcinoma ductal in situ (CDIS) e carcinoma lobular in situ 
(CLIS). O CLIS é um achado, sendo, na maioria das vezes, diagnosticado incidentalmente no mo-
mento de uma biópsia. É uma lesão pré-maligna, e o seu tratamento consiste de ressecção da 
lesão e seguimento da mulher, com exame físico e mamografias periódicas. Para as mulheres 
que apresentam CDIS, dependendo da avaliação do médico e da opção da paciente, pode-se 
indicar a mastectomia e cirurgia reconstruto-
ra imediata. O CDIS pode se manifestar como 
microcalcificações agrupadas, tumores ou se-
creção papilar. Nas pacientes com microcalci-
ficações agrupadas, procede-se à localização 
pré-operatória, orientada por estereotaxia, 
executando-se, em seguida, a ressecção da 
área com margem de segurança (limites mar-
cados com fio cirúrgico), seguida da radiogra-
fia da peça operatória, como mostra a Fig. 15.
 188
Estereotaxia7.3.3
A mamografi a com estereotaxia é utilizada para guiar biópsias em lesões que não são pos-
síveis de identifi car ecografi camente. As lesões são, em geral, microcalcifi cações ou pequenas 
distorções do estroma. Através de um sistema computorizado, a lesão é marcada e são identi-
fi cadas três coordenadas nos eixos, X, Y e Z, que permitem a progressão da agulha e a retirada 
das amostras sob controle radiológico. Por regra, esse procedimento é mais demorado do que 
quando se usa a ecografi a, uma vez que não se faz em tempo real.
Proposta de Atividade
Chegou a hora de pôr em prática tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Sabe-se que a 
importância do rastreamento mamográfi co na detecção precoce do câncer de mama já é con-
fi rmada por diversos estudos científi cos. A detecção precoce e o início rápido do tratamento 
permitem às mulheres um prognóstico positivo. 
Com base nessas informações e no conteúdo estudado, elabore uma pesquisa acerca do 
que o Ministério da Saúde informa sobre os exames preventivos para câncer de mama e o 
que, de fato, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece. Ao elaborar sua pesquisa, responda as 
seguintes perguntas: 
a) Qual é a idade para se iniciar os exames preventivos em uma mulher sem sintomatologia
e histórico familiar? 
b) Quando a mulher tem sintomas e/ou histórico familiar, qual é o exame mais indicado
(mamografi a, ultrassom)?
Recapitulando
Nesse capítulo, vimos que a mamografi a é um procedimento radiográfi co otimizado para 
a região anatômica da mama. Para muitas mulheres, a mamografi a é altamente efi caz na de-
tecção do câncer de mama em estágios iniciais. A mamografi a também é usada em exames 
pré-operatórios e para guiar biopsias. O exame é normalmente realizado, adquirindo duas 
projeções de cada uma das mamas: craniocaudal e mediolateral oblíqua.
O sistema de imagem em mamografi a deve ter resolução espacial sufi ciente para visua-
lizar as bordas das lesões (nódulos e fi bras), assim como para defi nir pequenas estruturas 
(microcalcifi cações). Os aparelhos convencionais de mamografi a estão sendo substituídos 
por sistemas digitais, que possuem potencial de melhora do contraste da imagem e diminui-
 189
ção da dose recebida pela paciente. Ressaltamos que a mama é considerada radiossensível 
e, portanto, existe grande preocupação com a dose recebida nessa região.
 A imagem mamográfica é formada quando a radiação sai do tubo de raios X, atravessa 
um filtro posicionado na saída do tubo e, em seguida, atravessa a bandeja de compressão e 
a mama, passa pela grade antiespalhamento e, finalmente, atinge o detector. A combinação 
ânodo/filtro em mamografia é especialmente elaborada para garantir a qualidade da imagem 
e suas variações podem ser Mo/Mo, Mo/Rh, Rh/Rh, W/Rh, W/Al e W/Ag. O alvo de W sem fil-
tração (caso da radiografia convencional) não é uma combinação indicada para a aquisição de 
imagens de mama, pois diminui o contraste dos tecidos. A escolha da combinação ânodo/filtro 
deve ser feita pensando na dose na paciente. Quanto mais espessa a mama, mais necessária 
se faz uma combinação cujo espectro resultante tenha uma energia alta. Dessa forma, ima-
gens de mamas pequenas podem ser adquiridas basicamente com qualquer combinação, mas 
mamas grandes e densas devem ser imageadas com ânodo de W. Os equipamentos podem 
utilizar o modo analógico (sistema tela-filme) ou digital para aquisição da imagem. A diferença 
entre esses sistemas é a forma de detecção da imagem.
Já os sistemas digitais são divididos em sistemas de radiologia computadorizada e radiologia 
digital (direto e indireto). Conhecendo-se a anatomia da mama normal, é possível correlacionar 
informações radiológicas e patológicas e é possível utilizar diferentes combinações de alvo e filtro, 
de forma a otimizar o contraste da imagem e a dose recebida pela paciente. A seleção do melhor 
conjunto alvo e filtro deve levar em consideração a composição mamária e a espessura da mama.
Vimos, também, que sistemas modernos de mamografia utilizam controle automático de 
exposição, que seleciona o produto corrente-tempo (mAs) que atravessa o tubo de raios X. 
Além disso, tais sistemas podem ter controle automático da seleção da tensão (kVp) no tubo.
Falamos sobre a mama adulta, que é composta por três estruturas básicas: a pele, a gordura 
subcutânea e o tecido mamário, que inclui o parênquima e o estroma. Abaixo da mama, está 
o músculo peitoral maior, que também é visualizado durante a mamografia. A mama possui
quatro quadrantes: quadrante interno superior,quadrante externo inferior, quadrante externo
superior e quadrante interno inferior. Em um exame de mamografia, o tecido adiposo da mama
possui coeficiente de atenuação de radiação menor que os tecidos glandulares e fibrosos. Dessa
forma, o tecido adiposo é representando na imagem de mamografia em tons mais enegrecidos.
Já os tecidos fibrosos e glandulares possuem coeficiente de atenuação muito próximos e, 
por isso, são visualizados em um mesmo tom de cinza. É por esse motivo que esses dois tecidos 
são descritos como tecido fibroglandular nos exames de mamografia. O BI-RADS classifica a 
composição das mamas, como mamas adiposas, densidade fibroglandular, heterogeneamente 
densas, extremamente densa.
 190
Vimos, também, as calcificações mamárias, que são depósitos de cálcio e, de acordo com 
o tipo de calcificação, podem ser consideradas benignas, de preocupação intermediária ou
malignas, dependendo da sua morfologia (tamanho, número, forma). Como calcificações be-
nignas, temos as vasculares, acinares, cutâneas, distróficas, “casca de ovo”, “leite de cálcio”,
fios de sutura, redondas. Nas calcificações malignas, temos puntiformes, heterogêneas e ra-
mificadas. Entre os nódulos mamários, temos os tumores desmoides (sarcoma de baixo grau),
fibroadenoma (tumor benigno), tumor filoide (pode ser benigno ou maligno), carcinoma in situ
(subdivide em carcinoma ductal in situ (CDIS) e carcinoma lobular in situ). Por fim, falamos so-
bre estereotaxia, que é uma biopsia utilizada para puncionar lesões, que, em geral, são micro-
calcificações ou pequenas distorções do estroma.
191
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 192
Objetivo do capítulo
Compreender os principais tipos 
de incidência e posicionamentos 
utilizados em radiologia, tomografi a 
computadorizada, ressonância 
magnética e mamografi a.
POSICIONAMENTO E TÉCNICAS EM
EXAMES DE RAIOS X
• Incidências radiográfi cas
• Posicionamento do paciente
POSICIONAMENTO E TÉCNICAS EM 
EXAMES DE TOMOGRAFIA COMPUTA-
DORIZADA
• Posicionamento do paciente para
exames do crânio e coluna cervical
• Posicionamento do paciente para
exames do tórax e abdômen pelve
• Posicionamento do paciente
para exames do sistema
musculoesquelético
POSICIONAMENTO E TÉCNICAS EM 
EXAMES DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
• Posicionamento do paciente para
exames do crânio e coluna cervical
• Posicionamento do paciente para
exames do tórax e abdômen pelve
• Posicionamento do paciente
para exames do sistema
musculoesquelético
TÓPICOS DE ESTUDO
POSICIONAMENTO E TÉCNICAS EM
EXAMES DE MAMOGRAFIA
• Incidência de rotina craniocaudal
• Incidência de rotina mediolateral
oblíqua
 193
O diagnóstico por imagem é composto por diferentes modalidades de exames, como 
o raios X, a mamografi a, a tomografi a computadorizada e a ressonância magnética.
Cada uma dessas modalidades possui diferentes princípios de funcionamento na aqui-
sição de imagens e, concomitantemente, diferentes objetivos de diagnóstico. Quando
o assunto é o posicionamento do paciente para a obtenção das imagens, não é dife-
rente: cada modalidade possui diferentes tipos de incidências e posicionamentos e al-
gumas possuem posições mais limitadas, devido às peculiaridades do método. Nesse
capítulo, vamos estudar como o posicionamento infl uencia nos resultados obtidos nas
diferentes modalidades. Quais são os posicionamentos e incidências nos exames de
cada modalidade de diagnóstico por imagem?
Contextualizando o cenário
 194
Posicionamento e técnicas em exames de imagem8.
Cada modalidade do diagnóstico por imagem possui suas próprias particularidades quanto 
ao melhor posicionamento para a aquisição das imagens. Os posicionamentos são seleciona-
dos de acordo com a região de estudo e justifi cativa médica. É importante ressaltar que as 
terminologias de rotação são utilizadas em todas as modalidades de exames. 
Posicionamento e técnicas em exames de raios X8.1
Para realização dos exames de raios X, o posicionamento anatômico é de extrema im-
portância para escolher as incidências das estruturas. É necessário que o paciente permane-
ça imóvel durante todo o procedimento e, quando solicitado, apneia (parar de respirar) após 
inspiração ou expiração. Uma apneia bem realizada é fundamental no resultado de uma boa 
imagem de tórax, com nove a onze costelas posteriores, visíveis sobre os campos pulmonares.
Figura 1. Ilustração da posição anatômica.
ESCLARECIMENTO:
Posição Anatômica: Indivíduo em posição ortostática com a face voltada para fren-
te, com o olhar dirigido para o horizonte. Membros superiores estendidos, aplica-
dos ao tronco e com as palmas voltadas para frente. Membros inferiores unidos, 
com as pontas dos pés dirigidos para frente.
te, com o olhar dirigido para o horizonte. Membros superiores estendidos, aplica-te, com o olhar dirigido para o horizonte. Membros superiores estendidos, aplica-
Posição Anatômica: Indivíduo em posição ortostática com a face voltada para fren-
te, com o olhar dirigido para o horizonte. Membros superiores estendidos, aplica-te, com o olhar dirigido para o horizonte. Membros superiores estendidos, aplica-
dos ao tronco e com as palmas voltadas para frente. Membros inferiores unidos, 
Posição Anatômica: Indivíduo em posição ortostática com a face voltada para fren-Posição Anatômica: Indivíduo em posição ortostática com a face voltada para fren-Posição Anatômica: Indivíduo em posição ortostática com a face voltada para fren-Posição Anatômica: Indivíduo em posição ortostática com a face voltada para fren-Posição Anatômica: Indivíduo em posição ortostática com a face voltada para fren-
te, com o olhar dirigidopara o horizonte. Membros superiores estendidos, aplica-
dos ao tronco e com as palmas voltadas para frente. Membros inferiores unidos, 
te, com o olhar dirigido para o horizonte. Membros superiores estendidos, aplica-te, com o olhar dirigido para o horizonte. Membros superiores estendidos, aplica-
dos ao tronco e com as palmas voltadas para frente. Membros inferiores unidos, dos ao tronco e com as palmas voltadas para frente. Membros inferiores unidos, dos ao tronco e com as palmas voltadas para frente. Membros inferiores unidos, dos ao tronco e com as palmas voltadas para frente. Membros inferiores unidos, 
 195
Figura 2. Raios X de tórax em PA (A) com apneia realizada corretamente e (B) posicionamento realizado corretamente. Fonte: 
BONTRAGER, 1999.
Incidências radiográfi cas8.1.1
A incidência radiográfi ca é a relação entre a direção, ou trajetória, do feixe de raios X e a 
posição do paciente. Os exames de raios X possuem diversas incidências específi cas para o 
estudo de cada região. Entre as principais, estão:
• Incidência posteroanterior (PA): o paciente fi ca com a porção anterior da estrutura em
contato com o fi lme radiográfi co, de forma que o feixe de raios X entre pela porção posterior. 
No tórax, esse posicionamento evita a magnifi cação do coração e a presença das escápulas 
sobre a imagem do tórax.
• Incidência anteroposterior (AP): o paciente fi ca com a porção posterior da estrutura em
contato com o fi lme radiográfi co, de forma que o feixe de raios X entre pela porção anterior. 
Como esse posicionamento magnifi ca estruturas, como o coração, prejudica a qualidade do 
exame e somente é recomendado nos casos 
em que o paciente não consegue fi car em po-
sição ortostática (paciente debilitados, aca-
mados ou pediátricos).
• Incidência perfi l: rotineiramente, é reali-
zado o perfi l esquerdo. O paciente fi ca com o 
lado esquerdo em contato com o fi lme radio-
gráfi co, de forma que o feixe de raios X entre 
pelo lado direito do paciente.
A) B)
D
11
10
9
8
7
6
5
4
1
2
3
 196
Figura 3. Radiografi a de tórax nas incidências PA e perfi l (P). Fonte: PEREIRA, 2014.
Figura 4. Posicionamento de Raios X de tórax em perfi l esquerdo e PA. Fonte: BONTRAGER, 1999.
• Incidência lordótica: utilizada no estudo dos ápices pulmonares, pois retira as costelas
e clavículas da região do ápice, demonstrando bem o parênquima. O feixe de raios X entra 
horizontalmente em anteroposterior quando o paciente está em ligeira inclinação posterior, 
ou quando o feixe de raios X é inclinado em 15º em direção cefálica, estando o paciente ereto.
• Incidência oblíqua AP ou PA: feixe de raios X entrando na região posterior (PA) ou an-
terior (AP) do paciente, posicionamento do corpo fi ca oblíquo ao fi lme radiográfi co. Pode ser 
direito ou esquerdo. Utilizada para a caracterização e localização de lesões que estão enco-
bertas por outras estruturas.
PA P
 197
Figura 5. Posicionamento para radiografi a de tórax na incidência lordótica e imagem de tórax na incidência lordótica. Fonte: 
BONTRAGER, 1999; PEREIRA, 2014. (Adaptado).
• Incidência Towne (AP axial): é utilizada para demonstrar fraturas de crânio, processos
neoplásicos e doença de Paget. Paciente em posição ortostática com o queixo fl etido. O feixe 
de raios X entra na região anterior, com ângulo de 30º com a linha orbitomeatal.
• Incidência Waters (PA axial): visualização dos seios maxilares. Paciente em posição
ortostática com o queixo encostado na placa, ajustar a cabeça até que a linha orbitomeatal 
forme um angulo de 37° com o plano do fi lme. Essa incidência também pode ser realizada 
com a boca aberta, demonstrando também o seio esfenoidal.
Figura 6. Radiografi as de crânio nas incidências (A) posteroanterior; (B) Towne; (C) perfi l; (D) Waters. Fonte: TORSTEN, 2000.
A) B) C) D)
 198
Posicionamento do paciente8.1.2
O posicionamento do paciente corrobora com a incidência selecionada, podendo alterar a 
técnica e posição do feixe de raios X para que a imagem saia como esperado. O paciente pode ser 
posicionado em posição ortostática (de pé) ou em decúbito dorsal, ventral ou lateral (deitado). 
• Trendelenburg: decúbito dorsal com a cabeça mais baixa que os pés.
• Fowler: decúbito dorsal com a cabeça mais alta que os pés.
• Litotomia: posição ginecológica.
• Posição de Sims: semidecúbito ventral.
Figura 7. Posicionamento para radiografi as em incidência Waters (esquerda) e em incidência Towne com paciente em decúbito dorsal 
(direita). Fonte: BONTRAGER, 1999.
Figura 8. Posicionamento para radiografi as nos posicionamentos (A) posição Sims; (B) Trendelenburg; (C) litotomia; (D) Fowler. Fonte: 
BONTRAGER, 1999.
A) B)
C) D)
 199
Para a realização dos exames de tomografi a computadorizada, os pacientes devem per-
manecer em decúbito dorsal, ventral ou lateral. É necessário que o paciente permaneça 
imóvel durante todo o exame e, quando solicitado, realize apneia (inspiração forçada).
Luzes de posicionamento do gantry (horizontal e vertical) são utilizadas para marcar o 
ponto de início da aquisição das imagens e centralizar a região de estudo.
O posicionamento do paciente em relação ao equipamento pode ser com o crânio volta-
do para o equipamento (head fi rst) ou com os pés voltados para o equipamento ( feet fi rst). 
A posição preferencial é em decúbito dorsal, mas quando necessário, o paciente pode ser 
colocado em decúbito ventral ou lateral. Após a realização do exame, é realizado pós-pro-
cessamento da imagem.
Posicionamento e técnicas em exames de tomografi a 
computadorizada
8.2
ESCLARECIMENTO:
Os pós-processamentos da imagem são: MPR: reformatação multiplanar, que gera 
imagens em coronal, sagital e oblíquo; MIP: projeção de intensidade máxima, em 
que intensifi ca os realces de maior densidade; 3D: reformatação tridimensional. 
Proporciona a visão tridimensional do exame.
imagens em coronal, sagital e oblíquo; MIP: projeção de intensidade máxima, em imagens em coronal, sagital e oblíquo; MIP: projeção de intensidade máxima, em 
Os pós-processamentos da imagem são: MPR: reformatação multiplanar, que gera 
imagens em coronal, sagital e oblíquo; MIP: projeção de intensidade máxima, em imagens em coronal, sagital e oblíquo; MIP: projeção de intensidade máxima, em 
que intensifica os realces de maior densidade; 3D: reformatação tridimensional. 
Os pós-processamentos da imagem são: MPR: reformatação multiplanar, que gera Os pós-processamentos da imagem são: MPR: reformatação multiplanar, que gera Os pós-processamentos da imagem são: MPR: reformatação multiplanar, que gera Os pós-processamentos da imagem são: MPR: reformatação multiplanar, que gera Os pós-processamentos da imagem são: MPR: reformatação multiplanar, que gera 
imagens em coronal, sagital e oblíquo; MIP: projeção de intensidade máxima, em 
que intensifica os realces de maior densidade; 3D: reformatação tridimensional. 
imagens em coronal, sagital e oblíquo; MIP: projeção de intensidade máxima, em imagens em coronal, sagital e oblíquo; MIP: projeção de intensidade máxima, em 
que intensifica os realces de maior densidade; 3D: reformatação tridimensional. que intensifica os realces de maior densidade; 3D: reformatação tridimensional. que intensifica os realces de maior densidade; 3D: reformatação tridimensional. que intensifica os realces de maior densidade; 3D: reformatação tridimensional. 
O exame de TC pode ser utilizado em conjunto com o exame de medicina nuclear.
Diagrama 1. TC (esquerda), exame de PET (direita) fusão dos dois exames (centro)
 200
Nos exames de crânio e coluna cervical, os pacientes são posicionados em head fi rst so-
bre um suporte específi co de crânio, que possibilita melhor posicionamento e imobilização. 
Coxins de espuma e fi ta de imobilização são usados, quando necessário, para auxiliar no 
posicionamento. O crânio e a coluna cervical devem estar alinhados com o laser de posicio-
namento vertical do gantry. São realizados scout AP e perfi lpara planejamento dos cortes.
Para os exames da região do crânio, o laser de posicionamento horizontal deve ser ajus-
tada ao fi nal da mandíbula. O posicionamento dos cortes e os parâmetros de aquisição 
são específi cos para cada região de estudo, como: hipófi se, seios da face, mandíbula, en-
céfalo, órbitas, ouvidos, entre outras. As estruturas englobadas por cada protocolo depen-
derão da região de estudo:
• Encéfalo/encéfalo trauma: base do crânio ao fi nal da calota craniana. São realiza-
dos MPR axial e reformatação 3D (trauma);
• Hipófi se: 3 cm abaixo e acima da região selar. São realizados MPR coronal e sagital;
• Seios da face: início do seio maxilar ao fi nal do seio frontal. No scout perfi l, abranger
desde o nariz até o fi nal do seio esfenoide. São realizados MPR coronal e sagital;
• Órbitas: 2 cm abaixo e acima das órbitas. No scout perfi l, abranger desde o início
das órbitas ao fi nal do quiasma óptico. São realizados MPR coronal e sagital oblíquo;
• Ouvidos: abranger todo o osso mastoide. São realizados MPR coronal e sagital.
Posicionamento do paciente para exames do crânio e 
coluna cervical
8.2.1
Figura 9. Planejamento dos cortes para TC de encéfalo e uma imagem no corte axial (mostrando ventrículos cerebrais e plexos coroi-
des). Fonte: NOBREGA, 2005. 
 201
Para os exames da região da coluna cervical, o laser de posicionamento horizontal é ajusta-
da na região das órbitas. O exame deve abranger desde a base do crânio (transição crânio-cer-
vical) até a transição cervical-torácica. São realizados MPR coronal e sagital e reformatação 3D.
Nos exames de tórax, abdômen e pelve, os pacientes são posicionados em feet fi rst com 
os braços acima da cabeça. Durante esses exames, é solicitado apneia. O tórax e/ou ab-
dômen pelve devem estar alinhados com a luz de posicionamento vertical do gantry. São 
realizados scout AP e perfi l para planejamento dos cortes.
O exame de tórax consiste em cortes desde a região da fúrcula esternal, ao fi nal da 
cúpula diafragmática, com o laser de posicionamento horizontal na fúrcula. Uma fase com 
contraste é realizada em casos de: tumor, pneumonia, tuberculose e processos infl ama-
tórios. Em casos específi cos, é solicitado ao paciente fi car em decúbito ventral (doenças 
intersticiais) ou realizar expiração forçada (doenças de vias aéreas).
Posicionamento do paciente para exames do tórax, 
abdômen e pelve
8.2.2
Figura 10. Planejamento dos cortes pata TC de tórax e corte axial do tórax em janela de mediastino. Fonte: NOBREGA, 2005.
O exame de abdômen e pelve é realizado desde a cúpula diafragmática até a sínfise 
púbica, o laser de alinhamento horizontal é posicionada na região do processo xifoide. 
Um exame de abdômen e pelve pode possui diversas fases com contraste endovenoso 
(EV). Cada uma tem início em tempos variados, após a injeção do contraste, e a seleção 
dessas fases depende da justificativa médica:
 202
• Arterial: 30 a 40 segundos após injeção do contraste.
• Portal: 60 a 80 segundos após injeção do contraste.
• Equilíbrio: 120 segundos após injeção do contraste.
• Tardia: 6 a 10 minutos após injeção do contraste.
Figura 11. Planejamento dos cortes para TC de abdômen e imagem de TC axial sem contraste EV, com contraste Via oral. Fonte: 
BONTRAGER, 2010.
Nos exames de musculoesquelético de membro superior (ombro, cotovelo, punho, mão), 
os pacientes são posicionados em head fi rst, enquanto nos exames de membro inferior (joe-
lho, tornozelo, pé) a posição é feet fi rst. O paciente fi ca deslocado lateralmente, de forma que 
a estrutura de interesse fi que próxima ao laser de alinhamento vertical. Coxins de espuma e 
fi tas de contenção podem ser utilizadas para imobilizar o membro e auxiliar o posicionamento. 
A realização de uma fase após a injeção de contraste endovenoso é solicitada em casos de tu-
mor, processo infl amatório e infecção. Posicionamento dos cortes para aquisição das imagens:
• Ombro: início da articulação acrômio-clavicular ao fi nal da escápula.
• Cotovelo: 3 cm acima dos epicôndilos até a tuberosidade proximal do rádio.
• Punho: desde a articulação radioulnar até o início das articulações carpometacarpais.
• Mão: início das articulações carpometacarpais até o fi nal das falanges distais.
• Joelho: desde a margem superior da patela até abaixo da tuberosidade tibial.
• Tornozelo: desde a margem inferior do calcâneo até a porção distal da tíbia.
• Pé: devem incluir toda a planta do pé até a porção distal da tíbia.
Posicionamento do paciente para exames do sistema 
musculoesquelético
8.2.3
 203
PAUSA PARA REFLETIR
O scout , que é usado no planejamento dos cortes na Tomografia Computadorizada, 
utiliza radiação na obtenção das imagens? Se sim, ela seria alta ou baixa?
Figura 12. Planejamento dos cortes no joelho e corte axial. Fonte: NOBREGA, 2005.
Figura 13. Planejamento dos cortes no ombro e corte axial. Fonte: NOBREGA, 2005.
 204
Fonte: BONTRAGER, 2010. (Adaptado).
Na ressonância magnética (RM) os pacientes devem permanecer em decúbito dorsal duran-
te toda a realização do exame e, quando solicitado, realizar apneia (parar de respirar) após ins-
piração ou expiração. Por se tratar de um exame demorado, o paciente deve ser comunicado 
e conscientizado sobre a importância de permanecer imóvel durante todo o procedimento e, 
sempre que necessário, coxins de espuma e fi tas de contenção devem ser utilizadas para auxi-
liar no posicionamento e imobilização.
O posicionamento do paciente pode ser 
com o crânio voltado para o equipamento 
(head fi rst) ou com os pés voltados para o 
equipamento ( feet fi rst). 
Nos exames de RM são utilizadas as bobi-
nas específi cas para cada região, a fi m de se 
obter imagens com excelente SNR e resolu-
ção espacial.
Lasers de posicionamento do magneto 
(horizontal e vertical) são utilizados para mar-
Posicionamento e técnicas em exames de ressonância 
magnética
8.3
Diagrama 2. O exame de TC exige um scout e é adquirida a imagem na região de interesse. 
Utiliza-se diferentes janelas, afi m de se obter melhor contraste das estruturas de interesse. 
É possível reformatar em MPR e 3D
TOMÓGRAFO
REFORMATAÇÃO
EM MPR E 3D
JANELAS ÓSSEA,
MEDIASTINO E PULMONARSCOUT DE TÓRAX
 205
car o ponto central das estruturas e centralizar a região de estudo. No início do exame são rea-
lizadas três imagens de aquisição rápida, conhecidos como localizadoras. Essas imagens são 
adquiridas nos planos coronal, sagital e axial, e são utilizadas para a programação das imagens 
de cada sequência. Na RM são obtidas diversas sequências (T1, T2, STIR, FLAIR, DP, perfusão, 
etc.) em diferentes planos de cortes (sagital, coronal, axial e oblíquo) e, dessa forma, o posicio-
namento da linha de cortes é diferente em cada imagem localizadoras.
Figura 14. Bobinas utilizadas nos exames de ressonância magnética: (A) corpo; (B) de crânio; (C) de joelho. Fonte: SIEMENS HEALTH-
CARE. Acesso em 2018.
ESCLARECIMENTO:
A razão sinal-ruído ou SNR é um parâmetro importante na avaliação da qualidade 
das imagens por RM e essa relação pode ser alterada por diversas variáveis dentro 
de um protocolo (espessura de corte, FOV, largura da banda). Logo quanto maior o 
sinal, menor ruído e vice-versa. 
das imagens por RM e essa relação pode ser alterada por diversas variáveis dentro das imagens por RM e essa relação pode ser alterada por diversas variáveis dentro 
A razão sinal-ruído ou SNR é um parâmetro importante na avaliação da qualidade 
das imagens por RM e essa relação pode ser alterada por diversas variáveis dentro 
de um protocolo (espessura de corte, FOV, largura da banda). Logo quanto maior o 
A razão sinal-ruído ou SNR é um parâmetro importante na avaliação da qualidade A razão sinal-ruído ou SNR é um parâmetro importante na avaliação da qualidade A razão sinal-ruído ou SNR é um parâmetro importante na avaliação da qualidade A razão sinal-ruído ou SNR é um parâmetro importante na avaliação da qualidade A razão sinal-ruído

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