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AULA INSTITUICOES JUDICIARIAS- ETICA - PRESENCIAL

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1. PODER JUDICIÁRIO 
A estrutura judiciária brasileira está prevista no texto constitucional de 1988, assim, antes de tratar das Instituições 
Judiciárias cabe uma breve reflexão sobre os três Poderes da União. De acordo com artigo 2º da Constituição Federal 
“São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
Remonta da Antiguidade a primeira base teórica sobre a separação de poderes, sendo na obra Política[1] de Aristóteles 
que se vislumbrou a existência de três funções distintas que eram exercidas pelo poder soberano, quais sejam, edição 
de normas, aplicação das referidas normas e a função de julgamento, a fim de dirimir conflitos oriundos da aplicação 
das normas aos casos concretos. 
Não obstante, Aristóteles idealizou a teoria das três funções distintas exercidas por um mesmo soberano, que mais 
tarde, foi aprimorada por Montesquieu na sua obra O Espírito das Leis[2]. O aprimoramento se deu em razão de que 
as três funções eram exercidas por três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si. Com base nesta teoria, 
cada órgão exercia uma função típica, predominante, ou seja, inerente à sua própria natureza. 
A teoria de Montesquieu teve grande aceitação entre os Estados modernos sendo ao final abrandada, permitindo-se 
que um órgão tivesse além do exercício da sua função típica, o exercício de funções atípicas (de natureza de outros 
órgãos) sem, contudo, macular a autonomia e independência dos mesmos. É o que ocorre na atualidade, os três 
Poderes previstos constitucionalmente (art. 2º CF/88) são exercidos de forma autônoma e independente, porém, com 
o exercício de funções típicas e atípicas. Nos termos do texto constitucional cabe ao Poder Legislativo em sua função 
precípua, ou seja, típica, legislar. No entanto, o legislativo ao dispor sobre sua organização a fim de prover cargos, 
conceder férias e licenças a seus servidores, atua de maneira atípica, a qual seria uma função executiva, portanto, 
típica de outro poder. 
O Poder Executivo tem como função típica a prática de atos de chefia de Estado e atos da administração, porém, 
quando o Presidente da República adota medida provisória, com força de lei, estamos diante do exercício de uma 
função atípica, a qual seria legislativa. 
Por fim, com maior interesse para nossos estudos, o Poder Judiciário tem como função típica a função de julgar, 
também conhecida como função jurisdicional, ou seja, dizer o direito ao caso concreto, dirimindo conflitos que lhe são 
levados, quando da aplicação das leis. Não obstante, pode o Poder Judiciário exercer funções atípicas, tais como 
elaborar o regimento interno de seus tribunais (legislativa) assim como, conceder licenças e férias a seus magistrados 
e serventuários (executiva). 
Para melhor visualização segue quadro com as funções típicas de cada Poder: 
Poder Função Típica 
Legislativo 
a) Legislar 
b) Fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo. 
Executivo 
Prática de Atos de Chefia de Estado, Chefia de Governo e Atos de Administração. 
Judiciário 
Julgar (função jurisdicional). 
Dizer o direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de interesse, quando da aplicação da norma. 
Retomando o estudo sobre o Poder Judiciário, tem ele a função precípua de julgar, o mesmo encontra-se regularmente 
estruturado para exercer a sua função jurisdicional através de seus órgãos. O Poder Judiciário é o que detém o poder 
jurisdicional de forma que não pode ele abster-se de analisar as demandas jurídicas que lhe são submetidas (art. 5º, 
XXXV da CF/88), configurando o princípio da inafastabilidade da jurisdição que reza: "a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". 
No entanto, pelo princípio da inércia da jurisdição, o Poder Judiciário não atua de ofício nas demandas, ou seja, deve 
ser ele provocado pelo interessado para poder intervir nas relações conflituosas, é o disposto no artigo 2o do NCPC 
que dispõe: 
"O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei". 
A estrutura do Poder Judiciário está prevista no artigo 92 da Constituição Federal, qual seja: “São órgãos do Poder 
Judiciário: O Supremo Tribunal Federal; o Conselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, os Tribunais 
Regionais Federais e Juízes Federais; os Tribunais e Juízes do Trabalho, os Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e 
Juízes Militares e os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
Cabe ressaltar que o rol do artigo 92 acima transcrito é um rol taxativo, de forma que quaisquer outros órgãos, mesmo 
que recebam a denominação de Tribunal não integram o Poder Judiciário, como é o caso do Tribunal Marítimo, 
Tribunal de Contas e outros. Ademais, qualquer outro juízo criado à margem da Constituição Federal poderá ser 
considerado ilegítimo (art. 5º XXXVII). 
Para melhor exemplificar, reproduzimos abaixo o organograma do Poder Judiciário brasileiro (Lenza, Pedro): 
A doutrina costuma fazer distinção entre os órgãos do Poder Judiciário dividindo-os entre justiça comum ou ordinária 
e justiça especial ou especializada. Excetua-se o órgão de cúpula do Poder Judiciário que é o Supremo Tribunal Federal 
também conhecido como órgão de superposição, pois suas decisões se sobrepõem a todas as Justiças e Tribunais, não 
pertencendo, portanto, a nenhuma Justiça específica (comum ou especial). 
De acordo com a divisão doutrinária é a seguinte: 
Justiça Especial ou Especializada: a) Justiça do Trabalho (composta pelo Tribunal Superior do Trabalho – TST, Tribunais 
Regionais do Trabalho – TRT’s e pelos Juízes do Trabalho – Varas do Trabalho); b) Justiça Eleitoral (composta pelo 
Tribunal Superior Eleitoral – TSE, Tribunais Regionais Eleitorais – TRE’s, Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais); c) Justiça 
Militar da União (composta pelo Superior Tribunal Militar – STM e Conselhos de Justiça, Especial e Permanente, nas 
sedes das Auditorias Militares); d) Justiça Militar dos Estados, do Distrito Federal e Territórios (composta pelo Superior 
Tribunal de Justiça – STJ[3], Tribunal de Justiça – TJ, ou Tribunal de Justiça Militar[4], sendo em primeiro grau, pelos 
Juízes de direito togados e pelos Conselhos de Justiça, com sede nas auditorias militares). 
Com caráter residual, ou seja, o que não for da competência da justiça especializada, será da justiça comum ou 
ordinária, assim estruturada: a) Justiça Federal (composta pelos Tribunais Regionais Federais – TRF’s e Juízes Federais); 
b) Justiça do Distrito Federal e Territórios (Tribunais e Juízes do Distrito Federal e Territórios); c) Justiça Estadual 
comum (composta pelos Tribunais de Justiça e Juízes de Direito de 1º grau). 
A discussão doutrinária gira em torno de pertencer o Superior Tribunal de Justiça – STJ a uma justiça específica, no 
caso, a comum ou a especial. O entendimento majoritário da doutrina está no sentido de que o STJ não pertence a 
nenhuma das duas justiças, sendo considerado também um órgão de instância máxima da justiça brasileira. No 
entanto, faz-se necessário uma breve reflexão sobre a estruturação do Poder Judiciário nos termos prescritos pela 
Constituição Federal. Certo é que o STJ não recebe, em regra, recursos advindos das justiças especializadas, quais 
sejam, trabalhista, militar[5] e eleitoral, sendo que cada uma delas possui o seu próprio tribunal superior. 
Desta forma, o STJ tem atuação em sede recursal no que toca aos recursos vindos da justiça comum, ou seja, Federal 
e Estadual. Com base neste entendimento, poder-se-ia dizer que cada justiça especializada tem o seu tribunal superior, 
sendo Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal Militar, sendo que a justiça comum 
também teria o seu próprio tribunal superior, qual seja, o Superior Tribunal de Justiça. Mais uma vez relembramos 
que o entendimentomajoritário da doutrina está no sentido de que o STJ não pertence a nenhuma das justiças 
específicas. 
Cabe ressaltar mais uma divisão feita entre as justiças do Poder Judiciário. Temos órgãos judiciários federais e órgãos 
judiciários estaduais. As Justiças que são organizadas pela União são as chamadas Justiças Federais, são elas: Justiça 
Especializada do Trabalho, Justiça Especializada Eleitoral, Justiça Especializada Militar da União, Justiça Comum Federal 
e Justiça Comum do Distrito Federal e dos Territórios, além do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de 
Justiça. 
As Justiças que são organizadas pelos Estados são as chamadas Justiças Estaduais, são elas: Justiça Especializada Militar 
dos Estados e a Justiça Comum Estadual. A estrutura das Justiças Federais está prevista no texto constitucional, 
enquanto que das Justiças Estaduais no texto das respectivas Constituições Estaduais, respeitadas as diretrizes 
constitucionais. 
No que toca ao Poder Judiciário há que se falar ainda do princípio do duplo grau de jurisdição, tendo como significado 
que toda demanda apresentada ao Poder Judiciário para apreciação está sujeita a um duplo exame, sendo o primeiro 
exame feito pelo juízo monocrático (um só juiz) e o segundo exame, em caráter recursal, por um juízo colegiado (vários 
juízes), com prevalência da segunda decisão em relação à primeira. Exceção a este princípio ocorre nas causas que 
têm início diretamente nos Tribunais ou órgãos colegiados e não no juízo monocrático, denominada competência 
original dos Tribunais. 
[1] LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado, p. 199. [2] Idem. [3] Cabe aqui um esclarecimento sobre o 
assunto em tela, o STJ não é um órgão da Justiça Militar Estadual, no entanto, poderá o mesmo julgar, dependendo 
do assunto, recursos interpostos em face dos acórdãos do TJ ou TJM. Nestes casos, o STM não julgará matéria da 
justiça militar estadual já que a sua competência está restrita à justiça militar federal (enquanto instância recursal). 
[4] Nos Estados em que o efetivo militar for superior a 20.000 integrantes. [5] Verificar nota de número 3. 
2. ÉTICA 
Conceito - Ética é a ciência do comportamento moral (costumes, regras, convenções estabelecidas por cada 
sociedade), dos homens em sociedade. É uma reflexão sobre a moral. [1] 
Desta forma, a ética tem como objeto o comportamento moral do indivíduo através da prática reiterada de seus atos 
livres, visando à realização do bem comum. Sabemos que a reiteração de certos atos pode nos tornar virtuosos ou 
viciados. 
Objeto – Comportamento moral humano. 
A ação humana nada mais é do que uma movimentação de energias que se desenvolvem no tempo e no espaço, tais 
como trabalhar ou roubar, elogiar ou ofender, construir ou destruir, agradar ou desagradar. 
Normas sociais - Podemos dizer que as normas morais decorrem na verdade das experiências morais das práticas 
vivenciais sócio-humanas. Desta forma, as normas éticas têm em vista o que a experiência sócio-humana registrou 
como sendo bom e como sendo mau. 
Direito - Complexo de normas e obrigações, para serem cumpridas pelos homens, compondo o conjunto de deveres, 
aos quais não podem fugir, sem que sintam a ação coercitiva da força social organizada. 
As normas jurídicas em muito se assemelham às normas morais, que muitas vezes antecedem àquelas. No entanto, as 
normas jurídicas caracterizam-se pela cogência, imperatividade e sanção. As normas jurídicas decorrem de um 
procedimento formal, complexo e rígido (processo legislativo), com o qual se dá publicidade aos mandamentos 
jurídicos. 
Lacuna legal - Há regras morais que balizam as condutas humanas em sociedade, porém, não são consideradas 
relevantes para o ordenamento jurídico. Exemplo: incesto. 
Há, no entanto, regras jurídicas que demonstram a importância da moralidade e dos bons costumes. Exemplo: Art. 4° 
da LINDB, senão vejamos: Art. 4° Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes 
e os princípios gerais de direito. 
Justiça - Nada seria mais certo do que o entendimento de que o Direito que advém da moral fosse justo. O conceito 
de justiça tem-se mostrado bastante relativo. Pode adotar o conceito jurídico daquilo que se faz conforme o Direito, 
ou ainda, a realização do Direito, ou mais, num ponto de vista de discussão ética, dar a cada um o que é seu [...] a 
impulsão firme e consciente para o bem. 
Códigos de Ética - A ética profissional, quando regulamentada, perde seu conteúdo de espontaneidade, passando a 
ser um conjunto de prescrições de conduta. Portanto, não se fala mais em normas puramente éticas, e sim, em normas 
jurídicas de direito administrativo com sanções administrativas (perdas de cargo, advertências, suspensões etc.). 
Normas puramente éticas – livre arbítrio do cidadão. 
Normas éticas – conduta prescrita pelas normas administrativas. 
Normas jurídicas – conteúdo legal. Coerção do Estado. 
[1] NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 5 ed. São Paulo: RT, 2006. 
3. MAGISTRATURA 
Conceito: Derivado do latim magistratus, exprime o cargo ou dignidade de magistrado. Assim, literalmente, quer 
significar uma função de mando ou designar aquele que a exerce [...] que manda, que ordena, que dirige. [1] 
 Requisitos para Ingresso: 
a) ser brasileiro nato ou naturalizado, 
b) ser diplomado em Curso de Direito por Instituição de Ensino oficial assim reconhecida pelo Ministério da Educação, 
c) possuir 03 anos de atividade jurídica (incluindo exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério 
superior, que exija a utilização de conhecimento jurídico – Resolução 75 do CNJ), 
d) regularidade com o serviço militar, 
e) estar em pleno gozo dos direitos políticos, 
f) integridade física e mental 
g) boa conduta social. 
Ingresso na Carreira: O concurso público de provas e títulos para ingresso na carreira de magistrado, em regra, é 
composto de fases, sendo todas eliminatórias. A Resolução 75 do CNJ dispõe sobre as diretrizes para ingresso na 
carreira de Magistrado. Acesse abaixo o arquivo com a íntegra da Resolução. 
Ética do Magistrado: Ao se exigir do Magistrado, enquanto aplicador da lei e da justiça, um comportamento ético, este 
virá revestido por uma ética da prudentia (o bem julgar implica em exercício constante de faculdades garantidoras da 
higidez psíquica. A paciência, a prudência, o interesse pelos dramas humanos, a sadia análise dos fatos e seu cotejo 
com o fluir da história, convertem o juiz em eficaz redutor de conflitos). [2] 
O juiz é antes de tudo um agente público atuante na realização da justiça e na pacificação dos conflitos. Para que ele 
possa exercer com liberdade e independência seu mister, proferindo seus julgamentos com isenção e retidão de 
acordo com sua convicção racional, faz-se necessária a existência de mecanismos reguladores e sustentadores da 
carreira. 
Garantias Constitucionais: As garantias funcionais da magistratura são atributos que permitem ao juiz agir com 
liberdade e imparcialidade. Não constituem simples privilégios ou tampouco afrontam o princípio da igualdade (Art. 
5°, caput da CF/88), pois existem em favor do jurisdicionado. 
São duas espécies de garantias funcionais: de liberdade e de imparcialidade. 
• São garantias funcionais de liberdade de acordo com o artigo 95 caput da CF/88: 
Vitaliciedade: impossibilidade da perda do cargo por mero procedimento administrativo do Tribunal ao qual o juiz 
estiver vinculado. Esta garantia é adquirida após 2 anos de efetiva atividade do magistrado quando o ingresso na 
Magistratura se dá por meio de concurso público, sendo considerado este período como estágio probatório, com a 
necessidade do envio de relatórios periódicos à Corregedoria-Geral de Justiça. Uma vez vitaliciado, o magistrado 
somente poderá perder o cargo através de processo judicial específico, mediante sentença judicial transitada em 
julgado, sendo-lheassegurados o contraditório e a ampla defesa. 
Inamovibilidade: garantia dada aos juízes titulares, que não poderão ser removidos de seus respectivos cargos, ou até 
mesmo promovidos para entrância/instância superior, sem seu consentimento. A inamovibilidade não é uma garantia 
absoluta, comportando exceção que é o interesse público. Nestes casos, a decisão caberá ao respectivo Tribunal ao 
qual o juiz estiver vinculado ou ao Conselho Nacional de Justiça, por voto da maioria absoluta de seus membros, 
sempre assegurado o exercício da ampla defesa (art. 93, VIII CF/88). 
Irredutibilidade de subsídio: refere-se à proteção do valor nominal dos subsídios, não alcançando esta regra a 
reposição de eventuais perdas inflacionárias, bem como não impedindo descontos previdenciários e tributos 
incidentes. 
• São garantias funcionais de imparcialidade de acordo com o artigo 95 § único CF/88: 
As garantias funcionais de imparcialidade manifestam-se por meio de vedações constitucionais à magistratura, e são 
elas: 
I - Exercer ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
II - Receber a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
III - Dedicar-se à atividade político-partidária; 
IV - Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, 
ressalvadas as exceções previstas em lei; 
V - Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos do afastamento do cargo 
por aposentadoria ou exoneração (quarentena). (g.n). 
O dever de imparcialidade é antes de tudo um dever ético, de dignidade, de paridade de tratamento entre as partes 
e de justiça na aplicação correta da lei ao caso concreto. Para assegurar esta imparcialidade, o legislador 
infraconstitucional também cuidou de algumas situações, que uma vez verificadas poderão comprometer a 
imparcialidade do juiz na sua atuação processual. 
Estatuto da Magistratura: De acordo com a CF/88, lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, 
disporá sobre o Estatuto da Magistratura (art. 93, caput). Na falta de uma nova lei que dispusesse sobre o Estatuto da 
Magistratura tem-se aplicado a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), lei complementar n. 35, de 14-3-
1979, recepcionada pela Carta Magna. 
A exemplo do que ocorre com outras carreiras jurídicas, o magistrado possui deveres fixados em lei e deve cumpri-los 
à risca, uma vez que, da sua atuação decisória implicará no destino material, moral, psicológico, familiar e profissional 
das pessoas. A LOMAN, por exemplo, em seu artigo 35 faz a previsão dos deveres do magistrado: 
Art. 35. São deveres do magistrado: 
I - cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e atos de ofício; 
II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar; 
III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais; 
IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os 
funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quando se trate de 
providência que reclame e possibilite solução de urgência; 
V - residir na sede da comarca, salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver subordinado; 
VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou sessão, e não se ausentar injustificadamente antes 
de seu término; 
VII - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e 
emolumentos, embora não haja reclamação das partes; 
VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular. 
[1] SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. 25ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. [2] NALINI, José Renato. Ética e 
justiça. São Paulo: Oliveira Mendes, 1998. 
 
4. STF (Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça) 
Órgãos do Poder Judiciário → Art. 92 da CF/88 que reza: 
São órgãos do Poder Judiciário: 
I – O Supremo Tribunal Federal; 
I-A – O Conselho Nacional de Justiça; 
II – o Superior Tribunal de Justiça. 
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V – os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI – os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
4.1 Supremo Tribunal Federal - STF 
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, isso quer dizer, é a máxima instância da Justiça 
brasileira, cabendo-lhe especialmente a guarda da Constituição Federal. 
Nos termos do artigo 101 da CF/88 o STF é composto de 11 Ministros que são escolhidos e indicados pelo Presidente 
da República, devendo esta escolha ser aprovada pela maioria absoluta do Senado Federal. Uma vez aprovada a 
escolha e indicação, passa-se à nomeação do Ministro, momento em que ele é vitaliciado. 
São requisitos para ocupar o cargo de Ministro do STF: 
a) ser brasileiro nato, 
b) ter mais de 35 e menos de 65 anos de idade, 
c) ser cidadão (estar em pleno gozo dos direitos políticos), 
d) ter notável saber jurídico, 
e) reputação ilibada. 
A competência do STF vem prescrita na Constituição Federal em seus artigos 102 a 103, sendo competência: 
a) originária, 
b) recursal ordinária, 
c) recursal extraordinária 
d) competência para a edição de súmulas vinculantes. 
(O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas 
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito 
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas 
federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei - 
artigo 103-A CF/88). 
O Supremo Tribunal Federal tem sede na Capital Federal (Brasília) e jurisdição em todo o território nacional. 
4.2 Superior Tribunal de Justiça – STJ 
Composição → O Superior Tribunal de Justiça, nos termos do artigo 104 da CF/88 é composto de pelo menos 33 
Ministros, os quais serão escolhidos e nomeados pelo Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal 
em maioria absoluta. 
Requisitos → São requisitos para ocupar o cargo de Ministro do STJ: 
a) ser brasileiro nato ou naturalizado, 
b) ter mais de 35 e menos de 65 anos, 
c) notável saber jurídico, 
d) reputação ilibada. 
Regra do terço constitucional → A escolha dos Ministros do STJ segue a regra do terço constitucional, ou seja, 1/3 de 
Desembargadores Federais dos Tribunais Regionais Federais, 1/3 de Desembargadores dos Tribunais de Justiça, 1/3 
de Advogados e Membros do Ministério Público (não especializado – regra do artigo 94 da CF/88). 
Art. 94 – Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e 
Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de 
notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em 
lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. (g.n). 
Nota - Verifica-se uma limitação no poder de escolha do Presidente da República, uma vez que necessariamente, o 
Ministro a ser escolhido será proveniente de um dos órgãos do Poder Judiciário listados, da Advocacia ou do Ministério 
Público. No caso dos Desembargadores Federais e dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça, o STJ elaborará lista 
tríplice, enviando-a ao Presidente da República que escolherá um nome e depois o nomeará Ministro após a aprovação 
do Senado Federal. 
No caso da escolha de Advogados e Membros do Ministério Público, os órgãos de representação de cada classe farão 
a indicação em lista sêxtuplade seus membros. 
Órgãos de representação → Colégio de Procuradores da República pela indicação de membros do Ministério Público 
Federal. Conselhos Superiores de cada Ministério Público Estadual e Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil com relação à Advocacia. 
Competência → A competência do STJ vem prescrita na Constituição Federal em seu artigo 105, sendo competência 
originária, recursal ordinária e recursal especial (guarda do direito federal comum). 
Jurisdição → O Superior Tribunal de Justiça tem sede na Capital Federal (Brasília) e jurisdição em todo o território 
nacional. 
Há divergência na doutrina quanto à classificação do STJ como um órgão de superposição, tal qual o STF, como visto 
acima. 
Exercício 1: 
De acordo com o texto constitucional, o Superior Tribunal de Justiça - STJ é composto por: 
A) 11 Ministros. 
B) 20 Ministros. 
C) Pelo menos 33 Ministros. 
D) Pelo menos 35 Ministros. 
E) 11 Ministros e 10 juízes dos Tribunais dos Estados. 
Exercício 2: 
Segundo texto constitucional, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) é composto de 1/3 de juízes dos Tribunais Regionais 
Federais, 1/3 de Desembargadores dos Tribunais de Justiça e 1/3 de advogados e Membros do Ministério Público. 
A regra acima prevista é chamada de: 
A) regra do quinto constitucional. 
B) regra da reserva constitucional. 
C) regra do terço constitucional. 
D) regra da magistratura de carreira. 
E) regra do merecimento e antiguidade. 
Exercício 3: 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem sede: 
A) Em Brasília com jurisdição em todo o território nacional. 
B) Nas capitais de cada Estado, com jurisdição nas respectivas Capitais. 
C) Em cada região do país, a saber Norte, Sul, Leste, Oeste e Central, com jurisdição específica na região Central. 
D) Em Brasília porém sem função jurisdicional. 
E) Não tem sede no país. 
Exercício 4: 
A quem compete a guarda da Constituição Federal? 
A) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). 
B) aos Tribunais Regionais Federais (TRFs). 
C) ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 
D) ao Supremo Tribunal Federal (STF). 
E) aos Tribunais de Exceção (TE). 
Exercício 5: 
Analise as assertivas abaixo: 
I - Em regra, toda demanda apresentada ao Poder Judiciário para apreciação está sujeita a um duplo exame. 
II - As decisões do segundo grau de jurisdição são em regra proferidas por um juízo monocrático. 
III - A decisão proferida em segundo grau prevalece em relação à proferida em primeiro. 
Assinale a alternativa correta: 
A) Todas são verdadeiras. 
B) Todas são falsas. 
C) Apenas I é verdadeira. 
D) I e II são verdadeiras. 
E) I e III são verdadeiras. 
Exercício 6: 
Podemos dizer que o princípio pelo qual o Poder Judiciário deva ser provocado pelo interessado para poder intervir 
nas relações conflituosas é chamado de: 
A) Princípio do devido processo legal. 
B) Princípio da legalidade. 
C) Princípio da inércia da jurisdição. 
D) Princípio da economia processual. 
E) Princípio do nom bis in idem 
JUSTIÇA DO TRABALHO 
Nesta aula daremos sequência aos órgãos que compõem o Poder Judiciário, iniciando este módulo com o estudo da 
Justiça Especializada do Trabalho. 
Justiça do Trabalho→ A Justiça do Trabalho exerce atividade especializada em razão da matéria. 
 Previsão constitucional → Arts. 111 a 116. 
 Competência da Justiça do Trabalho → A competência da Justiça do Trabalho vem prevista no artigo 114 da CF/88. 
Dentre as alterações trazidas pela Emenda Constitucional número 45, de 30 de dezembro de 2004, tem-se a ampliação 
da competência da Justiça do Trabalho, inicialmente prevista como julgamento da “relação de emprego” para “relação 
de trabalho” no novo texto constitucional (competência processual), excetuando-se as ações instauradas entre o 
Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-
administrativo (por força da ADI 3.395-6 em virtude de liminar com efeito ex tunc que suspendeu toda e qualquer 
interpretação dada ao inciso I do artigo 114 que inclua na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas 
que sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados pela típica relação de ordem 
estatutária ou de caráter jurídico-administrativo). 
 Ainda, de acordo com o artigo 114, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
• as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
• as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e 
empregadores; 
• os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à 
sua jurisdição; 
• os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no artigo 102, I, "o"; 
• as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
• as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das 
relações de trabalho; 
• a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no artigo 195,I, "a" e II, e seus acréscimos legais, 
decorrentes das sentenças que proferir; 
• outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
 Organização da Justiça do Trabalho 
O art. 111 da CF/88 dispõe sobre os órgãos da Justiça do Trabalho: 
 I – o Tribunal Superior do Trabalho. 
II – os Tribunais Regionais do Trabalho 
III – Juízes do Trabalho. 
Vejamos o organograma da Justiça do Trabalho: 
Tribunal Superior do Trabalho – TST 
É o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho. Em regra, suas decisões são irrecorríveis, salvo os casos previstos em lei, 
bem como as decisões que contrariarem a Constituição Federal/88. 
 Composição → O Tribunal Superior do Trabalho, nos termos do artigo 111-A da Constituição Federal, é constituído 
por 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da 
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
 - 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público 
do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94 da CF/88. 
 - Os demais, ou seja, 4/5, dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, 
indicados pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho. Anote que o texto fala em magistratura da carreira, ou seja, os 
juízes dos TRTs que ingressaram por meio da regra do quinto constitucional não poderão integrar a lista desses 4/5 de 
Ministros do TST. 
 Tribunais Regionais do Trabalho – TRT’s 
Os Tribunais Regionais do Trabalho estão divididos por Região, sendo ao todo 24 Regiões no território nacional. 
 Composição→ Nos termos do artigo 115 da Constituição Federal os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, 
no mínimo, 07 juízes, recrutados quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República 
dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo: 
 - 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público 
do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto no artigo 94 da CF/88. 
 - Os demais integrantes dos TRT’s, ou seja, 4/5 serão mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade 
e merecimento, alternadamente. 
Cabe anotar que que como forma de efetividade do processo os TRTs instalarão a justiça itinerante com a realização 
de audiências e demais atividades da função jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, podendo 
ainda funcionar descentralizadamente, com a constituição de Câmaras regionais, assegurando desta forma o pleno 
acesso à justiça. 
Os Tribunais Regionais do Trabalhos estão dividos por Região, conforme segue: 
1a Região - Rio de Janeiro 13a Região- Paraíba 
2a Região - São Paulo 14a Região - Acre e Rondônonia 
3a Região - Minas Gerais 15a Região - Campinas (SP) 
4a Região - Rio Grande do Sul 16a Região - Maranhão 
5a Região - Bahia 17a Região - Espírito Santo 
6a Região - Pernambuco 18a Região - Goiás 
7a Região - Ceará 19a Região - Alagoas 
8a Região - Pará e Amapá 20a Região - Sergipe 
9a Região - Paraná 21a Região - Rio Grande do Norte 
10a Região - Distrito Federal e Tocantins 22a Região - Piauí 
11a Região - Amazonas e Roraima 23a Região - Mato Grosso 
12a Santa Catarina 24a Região - Mato Grosso do Sul 
Observação: Os Estados grafados em negrito indicam a sede do TRT respectivo. 
Juízes do Trabalho 
Dispõe a Constituição Federal que nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular, com ingresso 
na magistratura do Trabalho, mediante concurso público de títulos e provas. As Varas do Trabalho compõem a primeira 
instância do Judiciário laboral e são instituídas por lei. 
Em comarcas em que não houver Vara do Trabalho, a competência será atribuída aos juízes de direito, com recurso 
para o Tribunal Regional do Trabalho da respectiva Região. 
 De acordo com o artigo 668 da CLT “Nas localidades não compreendidas na jurisdição das Juntas de Conciliação e 
Julgamento (JCJ), os Juízes de Direito são órgãos de administração da Justiça do Trabalho, com a jurisdição que lhes 
for determinada pela lei de organização judiciária local”. 
 Nota: A Emenda Constitucional n.o 24/99 extinguiu a representação classista da Justiça do Trabalho, substituindo as 
Juntas de Conciliação e Julgamento (órgão colegiado), composta por 1 juiz do trabalho e 2 juízes classistas pelos Juízes 
do Trabalho (órgão singular) que exercem a jurisdição nas Varas do Trabalho. A referida emenda assegurou o 
cumprimento dos mandatos dos então ministros classistas temporários do TST e dos juízes classistas temporários dos 
TRTs e das extintas JCJ. 
Casuística: O STF já se manifestou sobre alguns pontos trazidos pela Reforma do Judiciário (EC 45/2004) a saber: 
A Justiça do Trabalho não é competente para apreciar as causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, 
a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 
Ação de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de trabalho - competência da Justiça do 
Trabalho. 
Ação de indenização proposta por viúva e filhos de empregado morto em serviço - Justiça do Trabalho. 
A Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ações penais. 
Segundo o STJ, a Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ação alusiva a relações contratuais de caráter 
eminentemente civil, diversa da relação de trabalho. 
Ação Possessória decorrente do exercício do direito de greve: Justiça do Trabalho. 
 Exercício 1: 
Assinale a alternativa correta: 
I - Nas Varas do Trabalho a jurisdição será exercida por um juízo colegiado. 
II - As Varas do Trabalho são instituídas por lei. 
III - Nas comarcas em que não houver Vara do Trabalho, a competência será atribuída aos juízes de direito, com recurso 
para o TRT da respectiva Região. 
A) todas as assertivas são verdadeiras. 
B) todas as assertivas são falsas. 
C) I e II são verdadeiras. 
D) I e III são verdadeiras. 
E) somente I é falsa. 
Exercício 2: 
Os TRT's da 1ª, 5ª e 16ª Região têm sede e jurisdição em: 
A) Rio de janeiro, Bahia e Campinas. 
B) Rio de Janeiro, Goiás e Sergipe. 
C) São Paulo, Ceará e Paraná. 
D) Rio de Janeiro, Bahia e Maranhão. 
E) Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Piauí. 
Exercício 3: 
Assinale a alternativa correta: 
4/5 dos componentes do TST são escolhidos dentre juízes dos TRT's, oriundos da magistratura de carreira 
PORQUE 
Em regra, os juízes que foram nomeados através do sistema do quinto constitucional para o TRT não poderão ser 
Ministros do TST. 
A) as duas assertivas são falsas. 
B) a primeira é falsa e a segunda é verdadeira. 
C) a primeira é verdadeira e a segunda é falsa. 
D) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
E) as duas assertivas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
Exercício 4: 
Assinale a alternativa que não indica uma competência da Justiça do Trabalho de acordo com entendimento do STF: 
A) Causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem 
estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 
B) Ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho. 
C) Ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e 
empregadores. 
D) Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita 
à sua jurisdição. 
E) ações que envolvam exercício do direito de greve. 
Exercício 5: 
Tendo em vista a alteração da competência da Justiça do Trabalho (Emenda Constitucional de nº 45), é correto afirmar 
que o Representante Comercial, pessoa natural e inscrito no Conselho Regional respectivo: 
A) deve reclamar na Justiça Comum todos os direitos decorrentes daquela relação de trabalho. 
B) pode reclamar na Justiça do Trabalho apenas o pagamento das comissões. 
C) pode optar livremente por reclamar, tanto na Justiça do Trabalho quanto na Justiça Comum, todos os direitos 
decorrentes daquela relação de trabalho. 
D) deve reclamar na Justiça do Trabalho todos os direitos decorrentes daquela relação de trabalho. 
E) nada pode reclamar tendo em vista não ser regularmente admitido pelo Empregador. 
Exercício 6: 
O conflito positivo de jurisdição entre um Juiz do Trabalho e um Juiz de Direito, este último no exercício da jurisdição 
trabalhista, na forma do artigo 668 da Consolidação das Leis do Trabalho, deverá ser julgado pelo: 
A) Tribunal Superior do Trabalho, em qualquer hipótese. 
B) Superior Tribunal de Justiça, em qualquer hipótese. 
C) Tribunal Regional do Trabalho, se a competência geográfica de ambos estiver afeta a um mesmo Tribunal 
Regional do Trabalho. 
D) Tribunal de Justiça do Estado em que se situar a Vara Cível. 
E) Tribunal Regional Federal em que se situarem as unidades judiciárias conflitantes. 
 
JUSTIÇA ELEITORAL 
Nesta aula, passaremos ao estudo da Justiça Especial ou Especializada Eleitoral. 
De acordo com o artigo 118 da CF: 
São órgãos da Justiça Eleitoral: 
I – o Tribunal Superior Eleitoral; 
II – os Tribunais Regionais Eleitorais; 
III – os Juízes Eleitorais; 
IV – as Juntas Eleitorais. 
Vejamos o organograma da Justiça Eleitoral: 
 Tribunal Superior Eleitoral – TSE 
 O órgão máximo da Justiça Eleitoral é o Tribunal Superior Eleitoral, posicionando-se acima dos Tribunais Regionais 
Eleitorais e dos juízes eleitorais e juntas eleitorais. 
 A Justiça eleitoral não configura a magistratura de carreira, isso quer dizer que, toda a sua estrutura organizacional é 
composta de membros de outros órgãos do Poder Judiciário, de forma que não há ingresso mediante concurso público 
na carreira para juiz eleitoral. 
 Composição do TSE 
Dispõe o artigo 119 da CF/88 que o TSE compõe-se de no mínimo 7 juízes sendo: 
a) 3 juízes eleitos dentre os Ministros do STF, pelo voto secreto, 
b) 2 juízes eleitos pelo voto secreto dentre os Ministros do STJ; 
c) 2 juízes escolhidos da seguinte forma: O STF elaborará lista sêxtupla, escolhendo nomes dentre advogados de 
notável saber jurídico e idoneidade moral, encaminhando-se ao Presidente da República, que escolherá 2 nomes, 
nomeando-os, sem haver necessidade de aprovação pelo Senado Federal. 
 Observa-se que as exigências são no tocante aos juízes que sairão da lista sêxtupla elaborada pelo STF, a saber, notável 
saber jurídico e idoneidade moral. No entanto, tem sido entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, o qual foi 
manifestado nas Resoluções de n.º 20.958/2001 e 21.461/2003 ser necessário também que o advogado tenha o 
requisito adicional de dez anosde efetivo exercício profissional. 
 Os membros do TSE, assim como os demais juízes eleitorais terão o mandato de 02 anos, no mínimo, e nunca por 
mais de dois biênios consecutivos. 
 Respeitadas as diretrizes constitucionais, a organização e competência dos órgãos da Justiça Eleitoral são definidas 
por meio de lei complementar (art. 121 da CF/88). 
O TSE tem competência originária e recursal. A competência originária encontra-se prevista no artigo 22, I do Código 
Eleitoral (Lei 4.737/65). A competência recursal ocorre na medida das revisões que são feitas das decisões dos 
Tribunais Regionais Eleitorais, dentro dos limites previstos no artigo 121, § 4º da CF/88. 
Código Eleitoral 
Trata-se de legislação que foi recepcionada pela Constitucição Federal/88 e que disciplina a matéria eleitoral. Veja a 
íntegra da Lei: 
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior: 
I – processar e julgar originariamente: 
a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus Diretórios Nacionais e de candidatos à Presidência 
e Vice-Presidência da República; 
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e Juízes Eleitorais de Estados diferentes; 
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador-Geral e aos funcionários da sua Secretaria; 
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus próprios Juízes e pelos Juízes dos 
Tribunais Regionais; 
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do Presidente da República, dos 
Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a 
violência antes que o Juiz competente possa prover sobre a impetração; 
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos políticos, quanto à sua contabilidade e à apuração 
da origem dos seus recursos; 
g) as impugnações à apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos e expedição de diploma na eleição de 
Presidente e Vice-Presidente da República; 
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da conclusão 
ao Relator, formulados por partido, candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada; 
i) as reclamações contra os seus próprios Juízes que, no prazo de trinta dias a contar da conclusão, não houverem 
julgado os feitos a eles distribuídos; 
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de cento e vinte dias de decisão 
irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado; 
As decisões do TSE são irrecorríveis, salvo as que contrariarem a Constituição e as que forem denegatórias de habeas 
corpus ou mandado de segurança. 
 Tribunais Regionais Eleitorais – TRE’s 
 Conforme o disposto no artigo 120 da CF/88, na Capital de cada Estado e no Distrito Federal haverá um Tribunal 
Regional Eleitoral. 
 Composição dos TREs 
O TRE compõe-se de 7 juízes, sendo: 
 a) eleição pelo voto secreto de 2 juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; 
b) eleição pelo voto secreto de 2 juízes dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 
c) 1 juiz do TRF com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em 
qualquer caso, pelo TRF da respectiva região; 
d) 2 juízes, por nomeação, pelo Presidente da República, dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade 
moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. 
 Os Tribunais Regionais Eleitorais têm competência originária (art. 29, I do CE) e recursal (art. 29, II do CE). 
Cabe ressaltar que de acordo com o artigo 121, parágrafo 4o da CF somente caberá recurso das decisões dos TREs 
quando: 
- forem proferidas contra disposição expressa da Constituição ou de lei; 
- ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; 
- versarem sobre ineligibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; anularem diplomas ou 
decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; 
- denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. 
 Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais 
 Os juízes eleitorais, de acordo com o disposto no artigo 32 do Código Eleitoral, são os próprios juízes de direito em 
efetivo exercício, cabendo-lhes a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais em que se divide a circunscrição eleitoral 
com as competências expressas prescritas no artigo 35 do Código Eleitoral. 
 As juntas eleitorais são órgãos da justiça eleitoral que são criadas para apurar as eleições em cada zona eleitoral. De 
acordo com o artigo 36 do CE as juntas eleitorais compõem-se de um juiz de direito, que será o presidente, de 02 ou 
04 cidadãos de notória idoneidade. 
Os membros das juntas devem ser nomeados 60 dias antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal Regional 
Eleitoral, pelo seu presidente. É competência da junta eleitoral, de acordo com o artigo 40 do CE, apurar, no prazo de 
10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua jurisdição, resolver as impugnações e demais incidentes 
verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração, bem como expedir os boletins de apuração e expedir 
diploma aos eleitos para cargos municipais. 
Assinale a seguir a alternativa que não indica uma competência da Junta Eleitoral: 
A apurar, no prazo de 10 dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob sua jurisdição. 
B processar e julgar os crimes eleitorais. 
C resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos da contagem e da apuração. 
D expedir boletins de apuração. 
E expedir diplomas aos eleitos para cargos municipais. 
 
Podemos dizer que os juízes eleitorais são: 
A juízes leigos escolhidos dentre os cidadãos 60 dias antes das eleições. 
B juízes de carreira dos Tribunais Regionais Eleitorais. 
C juízes leigos escolhidos dentre os juízes de paz. 
D juízes de direito em efetivo exercício. 
E juízes aposentados recrutados excepcionalmente para as eleições. 
 
 
No que toca à competência recursal do TSE com relação aos recursos oriundos das decisões proferidas pelos TRE's, 
assinale a alternativa incorreta: 
A quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais. 
B quando as decisões forem proferidas contra disposição expressa da Constituição Federal ou de lei. 
C quando anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais. 
D quando versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais. 
E quando versarem sobre direitos disponíveis. 
 
 
 
 
JUSTIÇA MILITAR 
Trata-de se Justiça Especializada → Direito (Penal) Militar. 
Organização → De acordo com o artigo 122 da CF/88 são órgãos da Justiça Militar: 
I – O Superior Tribunal Militar. 
II – Os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. 
 Há dois tipos de servidores militares: integrantes das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e militares 
dos Estados, Distrito Federal e Territórios, que integram as Forças Auxiliares e reserva do Exército (Polícia Militar e 
Corpo de Bombeiro Militar). 
 Há, portanto, duas justiças militares: Justiça Militar da União (art. 124 da CF/88) e Justiça Militar dos Estados (art. 125, 
§§ 3º, 4° e 5º da CF/88). 
 Competência da Justiça Militar da União 
 De acordo com o artigo 124 da CF/88 a Justiça Militar da União tem competência exclusivamente penal, competindo-
lhe processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Ainda dispõe referido artigo que lei disporá sobre a 
organização, funcionamento e a competência da Justiça Militar. 
 A lei 8457/92 organizou a Justiça Militar da União. De acordo com este diploma legal o território brasileiro está 
dividido em 12 Circunscrições Judiciárias Militares (CJM), sendo: 
 1ª - Estados do Rio de Janeiro e EspíritoSanto; 
2ª - Estado de São Paulo; 
3ª - Estado do Rio Grande do Sul; 
4ª - Estado de Minas Gerais; 
5ª - Estados do Paraná e Santa Catarina; 
6ª - Estados da Bahia e Sergipe; 
7ª - Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas; 
8ª - Estados do Pará, Amapá e Maranhão; 
9ª - Estados do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso 
10ª - Estados do Ceará e Piauí; 
11ª - Distrito Federal, Estados de Goiás e Tocantins; 
12ª - Estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. 
 A primeira instância da Justiça Militar da União é composta pelo Juiz Federal da Justiça MIlitar da União e pelos 
Conselhos de Justiça Militar (Especial e Permanente – Órgãos Colegiados), os quais funcionarão nas sedes das 
Auditorias Militares (mínimo de 1 Auditoria Militar por Circunscrição Judiciária Militar). Em jurisdição superior pelo 
Superior Tribunal Militar (STM). 
Vejamos o organograma da Justiça Militar da União: 
Juiz Federal da Justiça Militar da União 
De acordo com a lei 13.774/2018 o Juiz Federal da Justiça MIlitar da União passa a ter competência para processar e 
julgar civis no caso de prática dos crimes previstos nos incisos I e III do art. 9o do Código Penal Militar, asism como os 
militares, quando estes forem acusados conjuntamente com os civis em mesmo processo. 
 Conselho Especial de Justiça 
Este Conselho é competente para o julgamento dos Oficiais, exceto Oficiais-Generais – cuja competência é originária 
do STM - nos delitos previstos na legislação penal militar. 
A competência deste conselho se estende aos crimes praticados em coautoria com oficiais, mesmo que por não 
oficiais. Cabe ressaltar que o Conselho Especial é constituído para cada processo e dissolvido após a conclusão dos 
seus trabalhos. 
 Conselho Permanente de Justiça 
Este Conselho é competente para julgamento das Praças (não Oficiais). É renovado a cada 3 meses consecutivos. 
 Os Conselhos Especial e Permanente são compostos cada, do Juiz Federal e quatro Juízes Militares. 
 Antes de prosseguirmos para melhor visualização segue quadro ilustrativo dos postos e graduações das Forças 
Armadas: 
Superior Tribunal Militar – STM 
Composição 
Compõe-se de 15 Ministros vitalícios, sendo 3 oficiais-generais da Marinha, da ativa e do posto mais elevado da 
carreira, de 4 oficiais-generais do Exército, da ativa e do posto mais elevado da carreira, de 3 oficiais-generais da 
Aeronáutica, da ativa e do posto mais elevado da carreira e de 5 civis, dos quais, 3 serão escolhidos dentre advogados 
de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, 1 dentre juízes 
auditores e 1 membro do Ministério Público da Justiça Militar. 
 Requisitos 
Oficiais – generais (brasileiros natos). 
Civis – brasileiro (nato ou naturalizado), mais de 35 anos de idade, notório saber jurídico, conduta ilibada com mais de 
10 de efetiva atividade profissional para os advogados. 
 Nomeação 
Cabe ao Presidente da República apontar a indicação dos 15 Ministros, a qual deve ser aprovada pela maioria simples 
do Senado Federal. Uma vez aprovada a indicação, deve-se proceder à nomeação. 
 O STM tem competência originária e recursal de acordo com seu Regimento Interno. 
 Notas: 
a) A Justiça Militar da União poderá em alguns casos, julgar além dos Militares integrantes das Forças Armadas, 
também o civil em crimes praticados contra as instituições militares, como por exemplo, contra o patrimônio sob a 
administração militar, ou contra a ordem administrativa militar, ou em lugar sujeito a administração militar contra 
militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no 
exercício de função inerente ao seu cargo e outras hipóteses previstas no artigo 9° do Código Penal Militar. 
b) No que toca aos crimes dolosos contra vida em que a CF/88 prevê como sendo o julgamento da competência do 
Tribunal do Júri, para a Justiça Militar da União, quando praticados contra civil serão da competência da justiça comum 
(Tribunal do Júri) e não da especializada militar, salvo se praticado no contexto de ação militar realizada na forma do 
artigo 303 da Lei 7.565/1986 (CBA - Código Brasileiro de Aeronáutica), notadamente no abate de aeronave considerada 
hostil (Lei 9.614/98), bem como, quando praticados no contexto: 
a) de cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de 
Estado da Defesa; 
b) de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou 
c) de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária, 
realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da CF/88 e demais diplomas legais pertinentes. 
 Competência da Justiça Militar dos Estados 
 De acordo com o artigo 125 da CF/88, §3°, a lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a 
Justiça Militar estadual, sendo: 
 1° grau – Juízes de Direito (Juiz Auditor) e Conselhos de Justiça (Permanente e Especial). 
 2° grau – Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça Militar em que o efetivo militar seja superior a 20.000 integrantes 
(exemplos: São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul). No caso da inexistência de um TJM, o órgão recursal será o 
próprio Tribunal de Justiça (TJ). 
Vejamos o organograma da Justiça MIlitar dos Estados: 
Cabe ressaltar que é de competência da Justiça Militar dos Estados processar e julgar os militares dos Estados, nos 
crimes militares definidos em lei, e as ações judiciais contra atos disciplinares militares. Neste particular conclui-se que 
a Justiça Militar Estadual não julga civis. 
 Conselhos de Justiça 
a) Permanente 
A este Conselho compete processar e julgar as Praças – soldados, cabos, sargentos, subtenentes e aspirantes a oficial. 
b) Especial 
A este Conselho compete processar e julgar os tenentes, capitães, majores, tenentes-coronéis e coronéis. 
Os Conselhos de Justiça, compostos por 1 juiz de direito e 4 juízes militares (Oficiais sorteados e temporários para o 
exercício da função específica) têm competência para processar e julgar os militares nos crimes militares, exceto 
aqueles praticados contra civil. 
Juiz de Direito do Juízo Militar Estadual 
De acordo com o artigo 125 da CF, § 5º, compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente 
(juízo monocrático), os crimes militares cometidos por militares contra civis (exceto crime doloso contra a vida) e as 
ações judiciais contra atos disciplinares militares. 
POLÍCIA 
1. Conceito 
Corporação que engloba os órgãos e instituições incumbidos da prevenção e repressão à prática de crimes, bem como 
responsáveis em impor ao cidadão o respeito às leis e regras sociais, a fim de garantir a manutenção da ordem e da 
segurança pública. ¹ 
2. Segurança Pública 
A Constituição Federal trata em seu artigo 144 da Segurança Pública, que é dever do Estado, direito e responsabilidade 
de todos, tendo como objetivo fundamental a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio. 
3. Organização 
Art. 144 da CF – A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercido para a 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I – polícia federal. 
II – polícia rodoviária federal. 
III – polícia ferroviária federal. 
IV – polícias civis. 
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
4. Organograma 
Para que a Segurança Pública possa alcançar os seus objetivos, ela está estruturada, de acordo com o artigo 144 da 
CF, com os seguintes órgãos: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis, 
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares. 
 Segue quadro ilustrativo para melhor visualização (Lenza, Pedro): 
Por questões estruturais a atividade policialé dividida inicialmente em duas grandes áreas: 
 5. Polícia Administrativa 
 É aquela polícia que atua preventivamente, buscando evitar que o crime aconteça. Responsável pela manutenção da 
tranquilidade social, procura desestimular a prática criminal. São exemplos da atividade policial administrativa, 
abordar cidadãos, dissolver algazarras e outros (poder de polícia da autoridade policial). Podemos citar como 
exemplos da polícia administrativa: Polícia Rodoviária Federal (União), Polícia Ferroviária Federal (União) e Polícias 
Militares (Estados). 
 5.1 Polícia Rodoviária Federal - vinculada à União, tem atribuição específica de efetivar o patrulhamento ostensivo 
nas rodovias federais. 
 5.2 Polícia Ferroviária Federal - vinculada à União com atribuição específica de patrulhar ostensivamente as ferrovias 
federais. 
 5.3 Polícias Militares - vinculadas aos Estados e ao Distrito Federal, com função de polícia ostensiva, bem como a 
função de preservação da ordem pública. 
 6. Polícia Judiciária 
 A Polícia Judiciária também é conhecida como polícia de investigação, tem função de investigar a prática de infrações 
penais, a fim de apurar as respectivas autorias. Ao lado da apuração dos delitos, cabe também à polícia judiciária 
auxiliar o Poder Judiciário na execução de medidas administrativas e processuais, tais como: cumprimento de 
diligências, mandados de prisão e outros. Podemos citar como exemplos de Polícia Judiciária a Polícia Federal (União) 
e as Polícias Civis (Estados). 
 6.1 Polícia Federal - vinculada à União, cabendo-lhe exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de 
fronteiras, e, em caráter de exclusividade, as funções de polícia judiciária da União, além, de apurar infrações penais 
contra a ordem política e social, ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades 
autárquicas e empresas públicas, bem como outras infrações que causem repercussão interestadual ou internacional. 
É também da competência da polícia federal, por fim, a prevenção e a repressão ao tráfico ilícito de entorpecentes, 
ao contrabando e ao descaminho, sem prejuízo da atuação de outros órgãos públicos. 
 6.2 Polícias Civis - vinculadas aos Estados e ao Distrito Federal, destinando-se ao exercício das funções de polícia 
judiciária, incluindo a apuração de infrações penais, ressalvada a competência da União. 
 Cabe ressaltar que de acordo com CF/88 os Municípios poderão constituir guardas municipais destinas à proteção de 
seus serviços e instalações, conforme dispuser a lei (artigo 144,§8º). Trata-se de dispositivo constitucional que já foi 
regulamentado pela Lei 13.022/2014 que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais e que está sendo 
questionada no STF, ainda pendente de julgamento. 
 7. Corpo de Bombeiros 
 No que toca ao Corpo de Bombeiros, também considerado força auxiliar e reserva do Exército, é igualmente vinculado 
aos Estados e ao Distrito Federal, com incumbência principal de execução das atividades características de defesa civil, 
além daquelas definidas em lei, tais como: prevenção e extinção de incêndios, proteção, busca e salvamento de vidas 
humanas, prestação de socorros em casos de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em geral, 
catástrofes, calamidades públicas e outros. 
 8. Carreira 
 O ingresso na Carreira de Delegado de Polícia Estadual e Delegado da Polícia Federal se dá por meio de concurso 
público. São requisitos para o ingresso: 
 8.1 Delegado de Polícia Civil: nacionalidade brasileira; diploma de Bacharel em Direito; não registrar antecedentes 
criminais; regularidade com o serviço militar, estar em pleno gozo dos direitos políticos, capacidade física e mental, 
conduta irrepreensível na vida pública e privada, comprovação de 2 anos de atividade jurídica. 
 O concurso para Delegado prevê 07 fases: prova preambular com questões de múltipla escolha, de caráter 
eliminatório e classificatório, constituída de questões objetivas, consistentes em testes de múltipla escolha; prova 
escrita, de caráter eliminatório e classificatório; exame oral, de caráter eliminatório e classificatório; prova de aptidão 
psicológica - PAP, de caráter eliminatório; prova de aptidão física - PAF, de caráter eliminatório; comprovação de 
idoneidade e conduta escorreita, mediante investigação social, de caráter eliminatório e prova de títulos, de caráter 
classificatório. 
 8.2 Delegado da Polícia Federal: nacionalidade brasileira ou portuguesa; diploma de Bacharel em Direito; não registrar 
antecedentes criminais; regularidade com o serviço militar e estar em pleno gozo dos direitos políticos. Três anos de 
atividade jurídica ou policial. O concurso divide-se em etapas, quais sejam: 
 1ª etapa → consiste na admissão do candidato no Curso de Formação Profissional de Delegado de Polícia Federal, o 
qual se divide em fases: prova objetiva; prova discursiva; exame de aptidão física; exame médico; prova oral; avaliação 
psicológica, apresentação de títulos e investigação social. 
 2ª etapa → consiste em frequência e aproveitamento em Curso de Formação Profissional de Delegado de Polícia, 
ministrado pela Academia Nacional de Polícia. 
ADVOCACIA 
Introdução 
Com a organização do Estado e o afastamento da justiça privada, para a solução das lides, necessita-se da observância 
de um conjunto de regras, processuais e materiais, que compõem o Direito. Tendo em vista que o leigo não domina a 
sistemática definida por lei para que o exercício da função jurisdicional seja provocado e tenha consequência até uma 
sentença, nasce a necessidade da função do Advogado. 
Previsão Constitucional 
De acordo com o artigo 133 da Constituição Federal de 1988 “O Advogado é indispensável à administração da justiça, 
sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. 
Natureza jurídica 
Híbrida - aspectos de cunho privado (contrato de mandato) e aspectos públicos (múnus público – busca da justiça e 
realização do direito). Na atualidade considera-se como sendo de natureza pública. 
Somente ao Advogado é dada a capacidade postulatória para que o mesmo possa representar seu cliente em juízo, 
mediante a outorga de uma procuração (art. 104 CPC) 
Denominação 
Advogado (Bacharel em Direito habilitado nos quadros da OAB). 
Requisitos 
De acordo com o Estatuto da Advocacia e Ordem dos Advogados do Brasil – EAOAB (Lei 8.906/94), artigo 8º, são 
requisitos para ingresso nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil: 
I – capacidade civil. 
II – diploma ou certidão de graduação em Direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e 
credenciada. 
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro. 
IV – aprovação em Exame de Ordem. (ver liberdade de profissão – Art. 5°, XIII da CF). 
V – não exercer atividade incompatível com a advocacia. 
VI – idoneidade moral. 
VII – prestar compromisso perante o Conselho. 
Estagiário - No que toca aos requisitos para inscrição nos quadros da OAB como Estagiário, o artigo 9º do referido 
diploma disciplina a questão determinando que deverão ser preenchidos os requisitos mencionados nos incisos I, III, 
V, VI e VII do artigo 8º, bem como ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. O estagiário não pode 
isoladamente realizar qualquer ato próprio da atividade da advocacia sem assistência do advogado, salvo nas 
hipóteses previstas em lei. 
Exame da OAB 
No que toca ao Exame de Ordem, podemos dizer que é a prova realizada pela Ordem dos Advogados do Brasil para 
verificar a aptidão do candidato ao exercício da função de advogado. Para o Exame Unificado, constitui-se de duas 
fases. A primeira prova é objetiva, com oitenta (80) questões de múltipla escolha sobre várias áreas do Direito (Direito 
Constitucional, Direito Civil, Direito Empresarial, Direito Penal, Direito do Trabalho, Direito Administrativo, Direito 
Tributário, Direito Processual Civil,Direito Processual Penal, Direito Ambiental, Código de Defesa Consumidor, Direitos 
Humanos, Filosofia do Direito, ECA e também questões sobre o Estatuto da OAB, seu Regulamento Geral e o Código 
de Ética e Disciplina). 
Serão considerados habilitados para a 2ª fase os candidatos que tiverem, no mínimo, 50% de acerto das questões da 
1ª fase. A segunda etapa terá aplicação de prova prático-profissional e compreenderá redação de peça profissional, 
privativa de advogado, além de questões práticas sob a forma de situações-problema, nas seguintes áreas de Direito: 
Administrativo, Civil, Constitucional, Trabalho, Empresarial, Penal ou Tributário, bem como direito processual 
respectivo. 
Uma vez regularmente admitido nos quadros da OAB como advogado, o mesmo sujeita-se a uma série de direitos e 
deveres prescritos na legislação constitucional e infraconstitucional já mencionados, atuando de forma específica em 
atividades privativas da advocacia, a saber: postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos Juizados Especiais, 
ressalvadas as exceções legais, assim como as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. 
Inscrição 
Mesmo após regularmente inscrito, o advogado está sujeito a situações que possam ensejar o cancelamento da 
inscrição. As hipóteses estão previstas no artigo 11 do EAOAB, e são elas (rol taxativo): 
I – assim o requerer. (Art. 5°, XX da CF). 
II – sofrer penalidade de exclusão. 
III – falecer. 
IV – passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia. 
V – perder qualquer um dos requisitos necessários para a inscrição. 
Uma vez cancelada a inscrição, será admitido novo pedido de inscrição, sem que, no entanto, seja conferido ao 
postulante o mesmo número da inscrição anterior. 
Há casos também em que o profissional da advocacia poderá licenciar-se, os quais estão previstos no artigo 12 do 
EAOAB, sendo: 
I – assim o requerer por motivo justificado. 
II – passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia. 
III – sofrer doença mental considerada curável. 
Vedações 
A exemplo das vedações que ocorrem com os magistrados e membros do Ministério Público, os advogados também 
estão sujeitos a algumas limitações estabelecidas em lei, chamadas impedimentos e incompatibilidades. Pode-se 
entender como incompatibilidade a proibição total e o impedimento a proibição parcial para o exercício da advocacia. 
As pessoas proibidas não podem ser inscritas na Ordem, não prestam compromisso e não recebem a carteira da OAB. 
As pessoas impedidas são inscritas nos quadros da Ordem, prestam compromisso, recebem a respectiva carteira, mas 
com a observação expressa de que estão impedidas no exercício de determinados casos. 
Incompatibilidades 
O artigo 28 do EAOAB faz referência aos casos de incompatibilidade para o exercício da advocacia, a seguir transcritos: 
I – chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais. 
II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados 
especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de 
deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta. 
III – ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas 
fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público. 
IV – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que 
exercem serviços notariais e de registro. 
V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza. 
VI – militares de qualquer natureza. 
VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos 
e contribuições parafiscais. 
VIII – ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas. 
Nestes casos de incompatibilidade, o exercício da advocacia é vedado mesmo que em causa própria. 
Impedimentos 
No que toca aos casos de impedimentos, os mesmos encontram-se previstos no artigo 30 do EAOAB, e são eles: 
I – os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou a qual 
seja vinculada a entidade empregadora. 
II – os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito 
público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas 
concessionárias ou permissionárias de serviço público. 
PRERROGATIVAS DO ADVOGADO 
Elencados nos artigos 6º e 7º do EAOAB (Lei 8906/94) temos os direitos do advogado, sendo eles: 
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo 
todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. 
Art. 7 º São direitos do advogado: 
I – exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional. 
II - a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua 
correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia. 
III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se acharem 
presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis. 
IV – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, 
para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade [1] e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional 
da OAB. 
V – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações 
e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB [2], e na sua falta, em prisão domiciliar. 
 VI – ingressar livremente: 
a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados. 
b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e de registro, 
e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus 
titulares. 
c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviço público onde o advogado 
deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou 
fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado. 
d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este 
deva comparecer, desde que munido de poderes especiais. 
VII – permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente 
de licença. 
VIII – dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário 
previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada. 
IX – sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, 
em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido.[3] 
X – usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer 
equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como 
para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas. 
XI – reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de 
preceito de lei, regulamento ou regimento. 
XII – falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunalou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder 
Legislativo. 
XIII – examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos 
de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a 
obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos. 
XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de 
flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, 
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; 
XV – ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição 
competente, ou retirá-los pelos prazos legais. 
XVI – retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias. 
XVII – ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela. 
XVIII – usar os símbolos privativos da profissão de advogado. 
XIX – recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato 
relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, 
bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. 
XX – retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário 
designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicação 
protocolizada em juízo. 
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo 
interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele 
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: 
a) apresentar razões e quesitos; 
§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 
1) aos processos sob regime de segredo de justiça. 
2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que 
justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho 
motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada. 
3) até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo 
legal, e só o fizer depois de intimado. 
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato[4] puníveis qualquer 
manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares 
perante a OAB, pelos excessos que cometer. 
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime 
inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. 
§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de 
polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle[5] assegurados à OAB. 
§ 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou função de órgão da OAB, o conselho 
competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabilidade criminal em que 
incorrer o infrator. 
§ 6º Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária 
competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão 
motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de 
representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos 
pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham 
informações sobre clientes. 
§ 7º A ressalva constante do § 6o deste artigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo 
formalmente investigados como seus partícipes ou co-autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra 
da inviolabilidade. 
§ 10 Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de que trata o 
inciso XIV. 
§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos 
de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de 
comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. 
§ 12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento 
de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal 
e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o 
exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente. 
[1] O Plenário julgou constitucional o dispositivo acima, mantendo a necessidade de representante da OAB para a 
prisão em flagrante de advogado por motivo relacionado ao exercício da advocacia. Caso a OAB não envie 
representante em tempo hábil, a validade da prisão em flagrante será mantida. 
[2] A expressão em negrito havia sido suspensa por força de liminar concedida na ADin 1.127-8 em trâmite no STF, a 
qual foi julgada, sendo que o Supremo manteve o direito dos advogados à prisão especial, retirando da OAB a 
capacidade de reconhecer se as salas atendem ou não a essa exigência. 
[3] No julgamento da ADin 1.127-8 pelo STF o inciso foi julgado inconstitucional pela maioria do Plenário, afastando-
se a possibilidade de o advogado fazer sustentação oral após o voto do relator. 
[4] A expressão em negrito havia sido suspensa por força de liminar concedida na ADin 1.127-8 em trâmite no STF, a 
qual foi julgada, sendo que o Supremo suprimiu a expressão desacato, desta forma, a autoridade pública que for 
desacatada poderá promover o processo judicial. 
[5] A expressão em negrito havia sido suspensa por força de liminar concedida na ADin 1.127-8 em trâmite no STF, a 
qual foi julgada, sendo que o Supremo manteve a suspensão da expressão. 
SOCIEDADE DE ADVOGADOS 
Sociedade 
O advogado, visando sempre estar atualizado nas questões do direito e buscando a melhoria do trabalho prestado aos 
seus clientes, poderá, a exemplo do que ocorre em outras profissões, reunir-se em sociedade civil (sociedade simples) 
com outros advogados, para desempenho das atividades profissionais, é o disposto no artigo 15 do EAOAB, que reza: 
Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de advocacia ou constituir 
sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. 
Registro 
A chamada sociedade de advogados ou unipessoal de advocacia adquire a sua personalidade jurídica com o registro 
aprovado de seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. 
Permite-se a abertura de filiais em outra base territorial, desde que os atos de constituição da filial sejam averbados 
no registro da sociedade e arquivados junto ao Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios obrigados à 
inscrição suplementar. 
Limites 
Há algumas vedações/limitações à liberdade de associação dos advogados: 
Somente advogados devem integrar a sociedade de advogados ou a sociedade unipessoal de advocacia, uma vez que 
o exercício da atividade jurídica é ato privativo dos regularmente inscritos na OAB. 
Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal 
de

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