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Sindrome do lactente sibilante

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LARA BARRETO – SINDROME DO LACTENTE SIBILANTE 
Síndrome do lactente sibilante 
Introdução 
A síndrome do lactente sibilante tem como principal 
quadro a sibillância recorrente, que pode acometer 
crianças entre 1 mês e 5 anos de idade. Antigamente 
conhecida como a síndrome do bebê chiador, foi 
primeiramente definida pela ocorrência de sibilos 
durante o período de 30 dias, ou, 3 ou mais episódios 
no período de 6 meses. A prevalência da sibilância 
recorrente em lactentes é elevada, no Brasil cerca de 
60% das crianças apresentam esse quadro no primeiro 
ano de vida. 
Fisiopatologia 
É uma síndrome clínica que pode ter diferentes etiologias. 
Nas crianças em idade escolas e em adolescentes, a asma 
é a principal causadora dos sibilos, porém, em lactentes o 
diagnóstico é mais amplo e complexo. Alguns fatores 
podem favorecer esses pacientes mais jovens a sibilância, 
como: vias aéreas de calibre pequeno, maior resistência nas 
vias aéreas periféricas, maior complacência de caixa 
torácica, diafragma mais horizontalizado, menor quantidade 
de poros de Konh e canais de Lambert. 
Poros de Konh e canais de Lambert: fazem parte da 
ventilação colateral, os poros de kohn são pequenas 
aberturas existentes nos septos intralveolares que 
permitem que os alvéolos se comuniquem entre si. 
Existem alguns mecanismos que são responsáveis por 
ocasionar a sibilância, dentre eles temos: a redução do 
calibre dos brônquios (broncoespasmo), edema de mucosa 
ou anomalia brônquica congênita, compressões extrínsecas: 
como adenomegalias e tumores, obstrução dinâmica das 
vias aéreas (traqueomalácia, broncomalácia e 
laringomalácia), e obstruções intraluminais, corpos estranhos 
e secreção. 
 As causas mais frequentes são bronquiolite viral aguda, 
asma, doença do refluxo gastroesofágico, incoordenação 
cricofaríngea, bronquiolite, displasia broncopulmonar e 
tuberculose. 
Fatores de risco 
A prematuridade e baixo peso ao nascer são os 
principais fatores de risco, pois comprometem a função 
pulmonar. O tabagismo materno ativo ou passivo no 
período gestacional reduz a função pulmonar no 
neonato e aumenta a inflamação pulmonar. O 
aleitamento materno exclusivo até os 6 meses tem 
grande efeito protetor na síndrome do lactente 
sibilante. 
Manifestações clínicas 
Os principais sintomas apresentados são: tosse seca, 
dificuldade de respirar e chiado no peito, que podem 
aparecer quando ocorre alguma exposição a 
aeroalérgenos. No exame físico pode-se observar 
dispneia e taquipneia. Na ausculta pulmonar nota-se a 
presença de sibilos dispersos. Em casos mais graves, 
pode-se perceber sinais de esforços respiratórios, 
como batimento de asa de nariz, tiragem 
subdiafragmática e intercostal. A dermatite atópica, 
acompanhada de pele seca e áspera, com pápulas ou 
placas eritematosas pruriginosas em face também 
podem ser achados relevantes. 
Exames complementares 
Na maioria das vezes, os exames complementares não 
são efetivos para chegar a um diagnóstico, porém 
podem auxiliar. A radiografia de tórax deve ser solicitada 
na tentativa de visualizar malformações congênitas e 
infecções. Além disso, também é indicado a dosagem 
de IgE especifica sérica na suspeita de algum alérgeno, 
assim como a realização de teste cutâneo para 
aeroalérgenos (prick test) que possui alta sensibilidade. 
Tratamento 
O tratamento para SLS deve ser orientado conforme 
a etiologia da síndrome, em casos onde não se chegue 
a um diagnóstico conclusivo, pode-se presumir asma e 
ofertar tratamento de controle. 
Pacientes com crises intermitentes de sibilos podem 
indicar sibilância induzida por vírus, asma, alergia, e por 
isso devem ser medicados com beta agonista de curta 
duração (SABA) por via inalatória até melhora dos 
sintomas. 
Sibilantes persistentes devem ser tratados com 
corticoide inalatório em baixa dose por pelo menos 3 
meses e beta agonista de curta duração por via 
inalatória no momento da crise. O uso de antagonista 
de leucotrieno reduz a sibilância promovida por vírus , 
retirando a necessidade de uso de corticoide oral - o 
montelucaste é a droga de escolha, na dose de 4 mg 
diária em pacientes de 6 meses a 5 anos. 
O uso de CI é a primeira linha para o controle da asma 
em qualquer faixa etária (mínimo 6 semanas). O BB 
(LABA) é contraindicado para menores de 4 anos.

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