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Tosse e dispneia 1 😷 Tosse e dispneia Tosse É um reflexo para expelir muco e materiais da árvore traqueobrônquica; Ainda, há vertentes que dividem em normal e patológica: Normal: É um mecanismo de proteção das vias aéreas (tosse normal/fisiológica), quando há broncoaspiração ou substâncias anormais. Tosse patológica: Seria o sintoma, nem sempre é efetiva em proteger a via aérea. Ela não tem um objetivo. ¨A tosse é a própria doença¨. 💡 Tosse psicogênica - origem no aspecto emocional. Exemplo: durante a pandemia. Fisiopatologia da tosse Existem dois mecanismos básicos de depuração para proteção das vias aéreas com relação à entrada de partículas procedentes do meio externo: -Clearence mucociliar: é contínuo, porém não tão efetivo. As células ciliadas do epitélio respiratório conduzem/expelem a secreção em direção à boca. -Tosse: Não é um mecanismo frequente. Por outro lado, consegue expelir corpos estranhos de volume maior. Anatomia e neurofisiologia do reflexo da tosse O reflexo da tosse envolve 5 grupos de componentes: Tosse e dispneia 2 Receptores da tosse: encontram-se nas vias aéreas, não propriamente nos alvéolos. O contato químico ou mecânico das vias com o corpo estranho ativa esses receptores. Existem na pleura também. Nervos aferentes: conectados aos receptores, levam a informação e ativam o nervo vago, que chega ao centro na tosse no bulbo. Nervos eferentes: o bulbo gera o reflexo da tosse à musculatura por meio dos nervos frênico e os motores espinhais no geral. Os impulsos eferentes são transmitidos à laringe e à árvore traqueobrônquica pelo nervo vago. Fisiopatologia Controle voluntário e involuntário. A tosse tem algumas fases: Fase inspiratória: inspirar o ar; Fase compressiva: contração da musculatura com a glote fechada e ativação dos músculos respiratórios. A glote fechada gera a pressão para expelir o fluxo de muco. Oscilações nos tecidos e gás que geram os sons característicos. A pressão torácica > 300 mmHg. Tosse e dispneia 3 Fase relaxamento: relaxamento pós tosse. Quanto maior a fase inspiratória, melhor será a eficácia da tosse. Caracterização Nem toda tosse é gerada nos brônquios, às vezes só alterações na garganta a produzem (situação comum em crianças). Dor pleurítica: dor que piora quando se respira fundo. Desconfiar que há componente pleurítico. 1. Localização: Prurido na garganta? Dor pleurítica? Vem do peito o incômodo? Sibilos? Sibilos: Quando há acúmulo de secreção espessa, o ar entra na cavidade brônquica e é desviado pela obstrução, gerando um som de sibilo. Som musical, diferente de uma crepitação (estalos). Crepitação: o ar entra na cavidade brônquica, onde há acúmulo de secreção mais aquosa, espumosa, tipo bolha de sabão/película. Esse ar vai ¨estourar¨ essa barreira e gerar o som de crepitação. Própria de doenças que fazem acúmulo de líquido, água - ex: acumulação de líquido por conta de doenças cardíacas. 2. Qualidade: seca x produtiva. Se produtiva (catarro ou sangue) é indispensável descrever a secreção - cor, consistência (espessa, líquida), hemoptóicos. A expectoração pode ser clara (vírus), esverdeado, purulenta (amarelada), catarro mucóide (parece saliva espessa, característica de alergia ou tosse viral). Seca pode ser viral, alérgica, psicogênica. Alteração na cor está relacionado a infecção bacteriana. Ex: bactéria que gera catarro cor de barro. Hemoptise: tosse com eliminação de sangue. Exemplo: câncer, tuberculose. Tosse e dispneia 4 Bastante líquidos são recomendados quando há tosse produtiva com secreção densa, para liquidificar a secreção e expelir mais facilmente. 3. Intensidade/volume: A tosse é explosiva ou violenta? Quanto escarro é produzido em 24h? 4. Ritmo e duração: temporalidade, duração, frequência. Depois que começou o IECA? Piora no inverno? -Ver se há relação com medicação - IECA - a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona aumenta a retenção de líquido. Pode gerar o efeito colateral da tosse. PEBMED -Mudança na consistência do ar piora? Exemplo: umidade no ar gera ácaros, que gera alergia. Atenção aos outros fatores que descartam ou indicam determinadas patologias. Classificação: Aguda: é a presença do sintoma por um período de até três semanas. Paciente com 2 semanas de tosse tem que fazer pedido de bacterioscopia do escarro. Subaguda: tosse persistente por período entre três e oito semanas. Crônica: tosse com duração maior que oito semanas. 5. Circunstâncias em que o paciente tosse. Tosse e dispneia 5 Pode ser de origem por fatores ambientais (viagens, emprego) ou pessoais (disfagia) - exemplo: pacientes com disfagia - problemas na deglutição, pode ter refluxo. Depende da região também e as doenças às quais está exposto - pacientes do interior de minas que moram em casas de pau a pique podem ter chagas, que gera destruição das células do esôfago e alteração da digestão. 6. Fatores atenuantes e agravantes: piora quando deita? Melhora com remédios? Quando faz exercícios físicos? Quando usa produtos químicos? Piora quando deita? refluxo gastroesofágico, sinusite, asma, gotejamento pós-nasal, falta de rigidez das paredes dos brônquios. Melhora com broncodilatador? pode ser asma, alergia 7. Manifestações associadas Dispneia? Cianose? Dor? Febre? Vômitos? São os guias que vão direcionar o diagnóstico. O tabagista: A cada cigarro, as células ciliadas param de funcionar temporalmente. Logo, ele não tem o reflexo constante ciliar, então tosse mais constantemente. Além disso, a fumaça inalada vai destruir os alvéolos aos poucos. Pode gerar bolhas enfisematosas - alvéolos que perderam a superfície de contato, e por consequente, sua capacidade. Etiologia da tosse aguda A tosse aguda é gerada por doenças que não tem tanta gravidade: Exemplo: sinusite aguda. Resfriado comum; Gripe: influenza, Tosse e dispneia 6 Rinite, laringite, traqueite e faringite - diagnósticos mais relacionados às áreas anatômicas em vez do agente infeccioso, pois são comumente virais e não tem tratamento específico. Normalmente se tratam os sintomas, pois virais o paciente desenvolve defesas naturais. Bronquite aguda: pode ser parecida com quadro asmático. Doenças crônicas mais críticas: Tuberculose; Crise de asma: normalmente leve, sem cianose. Bronquiectasia: frequente em pacientes fumantes ou que tiveram pneumonia de estafilococos. Há deformação das vias respiratórias, que gera locais de acúmulo de secreção. Por conta disso, o paciente deve fazer fisioterapia respiratória constante. Exacerbação leve da DPOC; Rinossinusopatias: doença no nariz e nos seios da fase. Exposição a alérgenos ou irritantes: retirar a origem da alergia ou irritação. Podem ser ambientais ou ocupacionais. Drogas: inibidores da ECA ou beta-bloqueadores (bloqueadores de adrenalina que geram dispneia). Doenças com alto risco de complicações e morte: Pneumonia - tem que ter diagnóstico rápido. Crise grave de asma ou DPOC - eczema pulmonar. Edema pulmonar por IVE - causa circulatória. Embolia pulmonar - o sangue coagula dentro do vaso sanguíneo, gera coágulo que ao se deslocar pode bloquear um vaso ou chegar ao brônquio e obstruir. IC congestiva; Etiologia da tosse crônica Tuberculose; Gotejamento pós-nasal; Tosse e dispneia 7 Asma; Refluxo gastroesofágico; Tosse prolongada pós-resfriado; Bronquiectasia; Tosseseca e persistente idiopática; Tabagismo; Remédios ECA; Bronquite eosinofílica; Causas da tosse: TGI; Trato respiratório; Coração; Outros: medicamentos, AVC - paciente acamado gera maior refluxo, etc. Doenças neurológicas - controle motor ligado ao tronco encefálico e alteração dos reflexos. Uma tosse que piora ao deitar: Sinusite (gotejamento retro nasal); Insuficiência cardíaca - quando o paciente deita, o sangue acumulado que não circula em pé, volta aos vasos e realiza hipovolemia na periferia. O sangue acumula no pulmão e há extravasamentode líquido no tecido intersticial ao redor dos alvéolos. Maior dificuldade na troca gasosa. Refluxo gastroesofágico; Gotejamento pós-nasal; Asma; Síndrome de Bonnet - falta de rigidez das paredes brônquicas; Disfagia; Tosse e dispneia 8 Neoplasia pulmonar ou de mediastino (compressão brônquica). Tosse + febre: doenças infecciosas. Dispneia É a dificuldade em respirar. O paciente pode ou não ter consciência desse estado. Ela pode ser: Objetiva: quando ocorre com manifestações perceptíveis ao exame físico - visível de forma concreta, que você vê. Subjetiva: depende do sujeito falar, porque não está perceptível. Pode ser acompanhada de: taquipneia (freq. respiratória aumentada) ou hiperpneia (amplitude respiratória aumentada). Variações da dispneia: Ortopneia: impede o paciente de ficar deitado e o obriga a sentar ou ficar de pé para obter algum alívio. O paciente precisa ficar em pé para respirar melhor. Exemplo: paciente com IC. Trepopneia: dispneia que surge em determinado decúbito lateral. Exemplo: pacientes com derrame pleural que se deitam sobre o lado são. Caracterização Início e duração: Quando começou? Como? É de doença descompensada? -Súbita x insidioso; -Aguda (<4 sem) x crônica x crônica agudizada; Intensidade: difícil mensurar e nem tão efetiva. -Escala de Borg (0-10) - exame físico; Tosse e dispneia 9 -Escala Medical Researh Councill; Padrão respiratório: abdominal, torácico. A mulher respira mais pelo tórax e o homem pelo abdome. Acredita-se que a mulher respira pelo tórax porque no período gestacional a expansão do abdome é dificultada. Pode indicar se há musculatura auxiliar em compensação. Respiração paradoxal - o paciente inspira, aumenta o volume do abdome, o tórax diminui e vice-versa. Comum em fraturas. Fatores agravantes e atenuantes: Postura, uso de ventilador. Sintomas associados: Febre, tosse, edema (IC), cianose (alteração na troca gasosa), etc. Periodicidade: Intermitente (padrão) - [alergia, asma brônquica] x contínua [DPOC]. Sinais e sintomas de alerta. Tipos de respirações: Normal:1/2 Cheynestokes: comum em paciente com lesão neurológica ou cardiopatias. Varia segundo a ativação de circuitos neurais e acúmulo de CO2. Tosse e dispneia 10 Kussmaul: mais comum em intoxicação por opióide. Cetocidose diabética ou acidose metabólica. Biot: hipertensão craniana e lesões do SNC. Nesses casos, muitas vezes o paciente não tem uma lesão pulmonar, porém uma lesão neurológica do centro que comanda o ritmo respiratório. Sinais de alerta: Cianose central; Arritmia respiratória; Uso de musculatura acessória; Batimento de asa do nariz; Dispneico em repouso; Hipoxemia; Tosse e dispneia 11 Alteração do nível de consciência e confusão mental; Causas pulmonares da dispneia: Doenças parenquimatosas: DPOC, fibrose pulmonar, asma, pneumotórax. Doenças da pleura: mesodenoma; Doenças vasculares: tromboembolismo pulmonar; Patologias cardíacas: doença valvar; Congestão pulmonar por edema agudo de pulmão - o paciente pode ter secreção espumosa rosada saindo das vias aéreas; Doenças sistêmicas: anemias; Intoxicação - incomum. Cianeto, monóxido de carbono, por exemplo; Alterações sistêmicas: ascite, derrame pleural; Causas infecciosas: pneumonias (bacterianas ou virais), pneumocistose, tuberculose; Psicogênicas; Obesidade - síndrome de pickwick. Febre;
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