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1 A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO E DE SEUS PROFISSIONAIS Por: Adm Marília Gonçalves Martins Serrão1 - CRA/PA - 3095 Adm. Sidney de Assis Castilho Ferreira - CRA/PA - 13633 Adm. Luciano Feitosa da Costa - CRA/PA – 14153 Adm. Maria Dulcinéia Valente da Cruz – CRA/PA - 13927 1 INTRODUÇÃO A profissão na área de Administração é influenciada pelas inúmeras mudanças econômicas e sociais da era atual, assim estes profissionais devem dispor, não só de conhecimentos adequados, mas de serem capaz de praticá-los, através de habilidades e competências que atendam às novas necessidades da sociedade e de um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e competitivo. A administração é considerada uma ciência jovem, se comparada com outras ciências mais tradicionais. Seus estudos científicos, começaram no início do século XX, por dois engenheiros, um era americano, Frederick Taylor, que desenvolveu a Escola da Administração Científica, estudando o aumento da produtividade e da eficiência organizacional através da racionalização do trabalho operário. Paralelamente, na europa, Henri Fayol, desenvolvia a Teoria Clássica, dando ênfase a eficiência da empresa através da sua organização, criando princípios gerais de Administração. Foi assim que Administração se firmou como ciência O mundo está experimentando mudanças profundas e aceleradas em todos os âmbitos. Este processo de transformações aceleradas, exige dinamismo das organizações para que tenham condições de antecipação e adaptação aos novos desafios. Essas mudanças têm modificado o mercado do trabalho, que se apresenta mais dinâmico. Este novo contexto exige novas abordagens nos campos da organização e atividade produtiva, onde o desempenho profissional se constitui numa das peças 1 Marília Gonçalves Martins Serrão . Administradora (CRA - PA, 3095) – Diretora de Desenvolvimento Profissional e Social do Conselho Regional de Administração do Pará. Pós graduada em Adm. de Recursos Humanos, Extensão em Mediação e Arbitragem pela Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem em convênio com o Conselho Federal de Administração. Extensão em Gestão de Empreendimentos Cooperativistas pela OCB - PA. Atuou na Área de Segurança pública. Tem experiência como professora universitária e nos cursos de formação Técnica em Administração. 2 chave para alcançar os níveis de competitividade, produtividade e excelência na dinâmica do mercado. O fator de destaque competitivo passa a ser o conhecimento, as habilidades e competências das pessoas de cada organização. Os profissionais do campo da Administradores, além de desenvolverem suas atividades profissionais em diversos ramos da administração como logística, gestão de pessoas, financeira, produção, marketing, entre outras, podendo atuar em diversos cargos, com características completamente distintas, pois é um profissional de múltiplas competências. Mas, há competências e habilidades que, acredita-se serem comuns ao seu desempenho profissional e conhecê-las pode ser fundamental para a prática profissional. As competências profissionais podem ser desenvolvidas através da formação educacional e das experiências obtidas no exercício da profissão. A atuação do profissional é como um agente de transformação de conhecimentos, habilidades e atitudes, em competências entregues à organização, ressaltando no entendimento de agregação de valor como algo entregue pela pessoa à organização, de forma efetiva, melhorando processos ou introduzindo tecnologias, não somente atingindo metas organizacionais. Os profissionais da Administradores são importantes para a sustentação de uma empresa, tendo como exigência para o exercício da função o raciocínio rápido e inovação nas decisões, suas estratégias traçadas determinam o planejamento futuro da organização. Liderança, objetividade e versatilidade devem ser caracteristicas desses profissionais. O mundo dos negócios na atualidade é muito dinâmico e competitivo, exigindo das empresas a manutenção de profissionais que correspondam a esse perspectiva do mercado. No que concerne ao profissional de Administração, sua atuação deve ir muito além das funções de planejar, organizar, dirigir e controlar, pois as exigências são muito maiores, busca - se de todas as formas o respaldo de seus atos nas competências e habilidades mínimas necessárias para o exercício da profissão. O conhecimento deve transformar-se em competência e esta em habilidade para solucionar problemas com êxito no cotidiano e nas situações de incerteza, tão presentes no ambiente de trabalho, o profissional de Administração é formado para 3 alcançar resultados com e através de pessoas, e , para isso, entende-se que é primordial buscar o equilibrio e a capacidade de agir diante das adversidades. Este profissional enfrenta muitos desafios, entre eles a capacidade de relacionar-se em um ambiente organizacional mais criterioso, e exigente com relação à qualificação de seus profissionais, pois isso implica na forma de conduzir as empresas no competitivo, mutante e turbulento mercado global, onde o risco de um gerenciamento amador, sem a devida formação, contribui decisivamente para os altos índices de ineficiência e mortalidade das empresas. Hoje, as empresas conscientes já sabem que Administração é para profissionais, não cabendo mais amadorismo sob pena de má gestão, entropia e consequente falência de seus negócios. 2 A ADMINISTRAÇÃO "É o processo que tem como finalidade garantir a eficiência (processos adequados) e a eficácia (produtos, resultados esperados) de um sistema". ( MAXIMIANO, 2011, p. 60) A Administração está inserida no ramo das Ciências Sociais Aplicadas . Esses tipos de ciências caracterizam – se por dinamizarem invenções tecnologicas que possam intervir na natureza, na vida humana e nas sociedades (CHAUÍ, 2004). A ciência da Administração, especificamente, caracteriza-se por estudar os empreendimentos humanos, com o objetivo de alcançar um resultado eficaz. Assim, a Administração, sua competência, sua integridade e seu desempenho será decisiva nas próximas décadas para o dinamismo organizacional. As ciências sociais, diferente das ciências físicas, exigem metodologia diferente, pois apresentam características próprias. O objeto da ciência social é histórico, e a Administração, faz parte desse rol de características, surgiu no início do século XX sendo uma ciência social aplicada, tendo como objeto de estudo as organizações.( SHIGUNOV NETO; MACIEL, 2008). A prática da Administração, no contexto organizacional, está associada a busca e concretização da melhoria do desempenho e da competitividade das organizações perante a complexidade do mercado. A Administração percorreu caminhos que a legitimou como ciência. Há em Administração princípios, teorias e instrumentos, que norteiam as tomadas de decisões gerenciais. 4 Chiavenato (2007) afirma que a Teoria Geral da Administração (TGA) é o campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo da Administração em geral, não se preocupando onde ela seja aplicada, se nas organizações lucrativas (empresas) ou se nas organizações não lucrativas. A Administração é um fenômeno universal no mundo moderno.Cada organização requer o alcance de objetivos em um cenário de concorrência acirrada, onde a tarefa de administrar se aplica a qualquer tipo ou tamanho de organização, seja ela uma grande indústria,uma cadeia de supermercados, uma escola, clube, hospital ou uma empresade consultoria. Toda oiganização, seja ela industrial ou prestadora de serviços,precisa ser administrada para alcançar seus objetivos com a maior eficiência e economia de ação e de recursos. ( CHIAVENATO, 2007, pág 13) Desta forma, entende-se que a Administração é preponderante para alcançar objetivos e metas, estando presente em todas as áreas da sociedade, principalmentepartindo do individual para o geral. A trajetória histórica do uso da administração ao longo dos anos, ressaltou sua importância, motivando o surgimento de diversas teorias defendidas por nomes importantes da história administrativa. A figura 1, demonstra a interação da ciência da administração com outras ciências. Figura 1: interação da ciência da administração com outras ciência Fonte: Shigunov Neto, Teixeira e Campos( 2008). A ciência da administração evolui através do contexto histórico de cada época. Nas próximas décadas, as tarefas administrativas serão cada vez mais incertas e desafiadoras, visto que passará por inúmeras transformações e mudanças (CHIAVENATO, 2007). Alguns dos fatores que contribuirão para essas mudanças, podem estar relacionados a concorrência mais acirrada, aceleradas modificações 5 tecnologicas, a globalização da economia, assim como a internacionalização dos negócios, que proporcionam maior visibilidade das organizações. A administração como ciência se desenvolve através das organizações, por meio da coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais que possuem o objetivo de efetuar transações planejadas com o ambiente, ou ainda, uma organização é um sistema de atividades pessoais ou forças conscientemente coordenadas. Chiavenato (2007) afirma que “a compreensão da natureza organizacional é um importante fator para o gerenciamento eficaz e a sobrevivência da empresa no mercado”. A Administração, pode ser considerada ciência por possuir um corpo teórico próprio, dando um direcionamento de como agir em casos específicos, para obter-se resultados previstos mas, que pode ser considerada como arte por exigir o desenvolvimento de habilidades baseadas na intuição, sem prever os riscos desse comportamento, definindo-a como uma competência para alcançar resultado concreto. Partindo do pressuposto de que arte é conseguir um resultado desejado por meio de aplicação de habilidades, pode-se dizer que a Administração é uma arte no sentido de proporcionar o desenvolvimento por meio do treinamento educativi=o das habilidades necessárias para que o administrador realize com desenvoltura as atividades nas organizações . O gestor frente ao paradigma da instabilidade, da incerteza e da imprevisibilidade, deve atuar muito mais como um artista do que como um mero executor de tarefas. Deve ser maestro, ter jogo de cintura para improvisar e reinventar, a fim de não deixar a organização passar por dificuldades para alcançar os objetivos pretendidos. (ANDRADE, 2007,p. 9) Desde o Séc. XIX, esse problema do critério desenvolveu-se sob aspectos como: afirmar a independência da ciência em relação ao saber revelado, combater as chamadas pseudociências, distinguir entre teorias mais e menos científicas e acolher ou excluir dos ambientes científicos a produção de certas escolas ou tradições que não continham sustentação científica. Assim, não se pode afirmar que a Administração limita-se a um processo artístico pois apoia-se em ciências exatas como a estatística e a matemática, além disso, existe em Administração princípios, teorias, instrumentos e técnicas que a definem como ciência. Quem, a respeito de um saber, pergunta se ele é ou não ciência, está com isso evocando um dos debates que mais ocuparam os filósofos e teóricos da ciência desde o Séc. XIX até meados do Séc. XX, e que 6 ainda se arrasta em alguns ambientes mais conservadores. É a chamada “questão da demarcação”, a demarcação ou linha divisória entre ciência e não-ciência, um critério teórico sustentável, qualquer que seja sua aplicação à prática – sendo inevitável pensar em distinguir dissertações e teses, artigos e,em geral, publicações de livros e periódicos acreditados como “científicos”. (MATOS, 2009, pág. 12). A Ciência da Administração obteve diversos enfoques e visões através do tempo, e, ainda assim, mesmo com diferentes abordagens, ela permanece como forma de aprimorar os meios para atingir os melhores fins 3 A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO A palavra Administração tem origem no latim e significa A palavra administração tem origem no latim e significa: administratione. Ad = (direção para, tendência, junto de).Minister = Comparativo de inferioridade, o sufixo ter (subordinação e obediência) aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem. Função que se desenvolve sob o comando de outro, um serviço que se presta a outro. (FERREIRA, 2001). O interesse pela Administração enquanto objeto de pesquisa científica aconteceu no início do século XIX através da Revolução Industrial. Autores, estudiosos dessa área de interesse como: afirmam que conceitos e funções do que se denomina atualmente de Ciência Administrativa já eram utilizados pelos egípcios (4000 A.C.), pelos hebreus (1491 A.C.), pelos gregos (400 A.C.) e pelos romanos (175 A.C.). Desta forma, pode-se atribuir que a Ciência da Administração é uma área do conhecimento humano recente, mas que seus conceitos e funções têm sua origem nos primórdios da civilização. Seu progresso tem caminhado junto com o avanço tecnológico, a partir da Revolução Industrial, ocorrido na Inglaterra. Essa revolução, obrigou as empresas a encontrarem maneiras eficientes e eficazes de utilizar seus recursos na produção de bens para a sociedade. ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA: tem seu marco inicial com as proposições de Frederick Wislow Taylor (1856-1915) e seus seguidores Frank B. Gilbreth (1868- 1924) , Lilian Gilbreth (1878-1972) Henry L Gantt (1861-1919) e Harrigton Emerson (1853-1931), Os estudos desse grupo, buscavamem a melhoria da eficiência e produtividade das empresas, através racionalização de métodos e processos organizacionais. 7 ABORDAGEM CLÁSSICA: Escrita por Henry Fayol (1841-1925), onde seus estudos estiveram voltados em compreender a organização mediante a aplicação de um conjunto de princípios administrativos relacionados à sua estrutura e funcionamento. É de Fayol que surgem as primeiras funções do processo administrativo. Para ele, segundo Chiavenato (2007) a empresa tinha seis grupos de atividades Henri Fayol estabeleceu que todas as atividades ou operações de uma empresa poderiam ser divididas em seis grupos, conforme o quadro 00: Quadro 01 : Sintese dos seis grupos de atividades empresariais, segundo Fayol. Nº ATIVIDADE RELAÇÃO 01 Técnicas com a transformação e produção de bens (produtos e serviços); 02 Comerciais com as transações de compra, venda e permuta 03 Financeira com a captação e bom uso do capital 04 Segurança: com a preservação e proteção das pessoas e dos bens 05 Contábeis com os controles e registros das despesas organizacionais ,como inventários, balanços, custos e estatísticas. 06 Administrativas com a integração de todas as operações da organização; Fonte: Elaborado a partir de Chiavenato ( 2007) Fayol frequentemente empregava metáforas biológicas para expressar suas idéias e fazia isto de uma maneira que sugere que ele tinha alguma compreensão da importância que o complexo relacionamento entre a organização e os elementos do ambiente tem para o sucesso organizacional. Desta forma, o teórico trata a organização como um corpo, explicitando as relações entre estrutura e função. Ao explicar a natureza das organizações, aborda o fator humano para a construção de uma unidade social orgânica. Mas é como planejador e estrategista que Fayol destaca-se por sua inovação e contemporaneidade. Ao identificar as seis funções básicas de uma organização, Fayol aponta que é na função administrativa que se desenvolvem as atividades essenciais. Desta forma, aponta as atividades de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar como inerentes às funções administrativas. 8 Figura 03: : As seis funções básicas da empresa para Fayol. Fonte: Adaptado Lacombe e Heilborn. ( 2008)As teorias administrativas, no decorrer dos tempos, foram incorporadas ao conhecimento global e organizacional, onde Rodrigues e Carrieri ( 2000), apontam que esta evolução vem a ser um produto da diversidade um empreendimento, cujos produtos são frequentemente negociados e submetidos a ajustes de significados. Sem a pretensão de esgotar o tema sobre o histórico da evolução do pensamento administração, após os estudos de Taylor e Fayol, será abodado um resumo das teorias evolutivas sintetizando os ensinamentos de vários autores lidos sobre o assunto como: Chiavenato ( 2008), Maximiano (2008) e Andrade (2007): 1) ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS, desenvolveu estudos que deram ênfase aos aspectos comportamentais dos grupos sociais na organização, sendo seus nomes de referência Mary Parker Follet (1868-1933) , George Elton Mayo (1880- 1949) e Chester Barnard (1861-1961); 2) TEORIA DA BUROCRACIA Max Weber, sociólogo por formação, associou o estudo das organizações ao desenvolvimento histórico da sociedade. Weber entendia que em cada época da sociedade há uma característica que determinado seu sistema político e, portanto, é direcionado por uma elite que, para manter a legitidade de poder, desenvolve um sistema administrativo que dê suporte à sua autoridade. 3) A CORRENTE COMPORTAMENTALISTA , Complementa os estudos da abordagem de relações humanas, trazendo à tona estudos sobre as questões da 9 aspectos da motivação humana nas organizações, marcada como principal influência das ciências do comportamento nas teorias administrativas. .Em destaque: os níveis de hierarquia de necessidades de Abraham Maslow (1908-1970), a teoria X e Y de Douglas MacGregor (1906-1964), a teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg (1923-2000) e a teoria da motivação de David McClelland (1917 -1998); 4) A ABORDAGEM SISTÊMICA, amplia a visão da organização, demonstrando que estas fazem parte de um sistema, que deve ser vista e analisada como um conjunto de partes interativas e interdependente que se relacionam e interagem em processo dinâmico na construção de um todo. Esses estudos, levam a compreensão para que as organizações sejam vistas pelo conjunto das interações de suas partes que se interrelacionam formando uma totalidade e não pela visão das suas partes individuais. Figuras que se destacam nessa abordagem são: Ludwig Von Bertalanfy (1901-1972 ) C. West Churcman (1913-2004 ) Anatol Rapoport (1911-2007); 5) A ABORDAGEM CONTINGENCIAL é vista como eclética, por agregar estudos e conceitos de outras teorias administrativas. Seus estudiosos acreditam que não há um método ou técnica exclusiva para dministrar uma empresa, o que existe é uma variedade de alternativas de métodos ou técnicas proporcionados pelo ensinamentos de diversas abordagens administrativas, onde seus conceitos poderão ser adequados ao dinamismo variáveis que se apresentam no contexto mercadologico e suas influências nas organizações. 6) NOVAS ABORDAGENS ADMINISTRATIVAS: relacionadas a busca pela competitividade organizacional através da Inovação que são mais amplas, buscando melhor gerenciamento das empresas, exige novas competências e atitudes por parte dos funcionários assim como de toda a organização, assumem-se como alterações fundamentais na estrutura e na competitividade das empresas, que deve levar em consideração fatores tanto culturais da região onde atual, quando aos impactos econômicos. Pode-se dizer que o conhecimento administrativo não caminha em uma linha direta do passado para o presente mas que são transformados e recombinados para produzir o presente. O quadro 00, sintetiza as Teorias Administrativas, demonstrando suas ênfases atribuídas a cada período de sua evolução como: nas tarefas, na estrutura, nas pessoas, no ambiente, na tecnologia . 10 Quadro 2 : Resumo das Teorias Administrativas Fonte: Adaptado de Chiavenato ( 2007), Maximiano (2011) e Andrade (2007) 4 AS ORGANIZAÇÕESE O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO. As tendências que se configuram no mundo globalizado, sinalizam o quanto estas influenciam na estruturação e no funcionamento das organizações frente aos desafios que o mercado estabelece. (CAMPOS, 2009). Esse fato resulta na necessidade de adoção de novas estratégias para o enfrentamento da realidade. Os impactos da globalização atingem, todos os campos de atuação da sociedade, trazendo para as organizações necessidades urgentes de adaptação com relação a fatores como: 1) Sociocultural: a globalização influencia na cultura e valores sociais, predominando a cosmovisão ocidental/americanizante. A autora expõe uma crítica ao questionar se a globalização promove o declínio das identidades e a desconstrução do local, a descaracterização ou perda de autenticidade das culturas locais. Assim, a globalização provoca o aumento da diferenciação e da 11 complexidade cultural, bem como permite a consciência sobre a diversidade cultural existente no mundo. 2) Aspecto político:. A globalização também possibilita a estruturação de novos movimentos de revalorização local, resultando em manifestações nacionalistas, étnicas e fundamentalistas/religiosas pregadoras do separatismo e da autonomia em relação ao Estado. 3) Aspecto econômico nas organizações: a globalização resultou de uma nova matriz de relações espaciais e de acumulação de capital, o que estabelece novos padrões e possibilita que a economia mundial estabeleça competitividade entre as empresas e, nesse sentido, a diferenciação entre os territórios não é encontrada em seus atributos físicos, mas em relação ao que possuem de base de informações e de conhecimentos, o que revela as desigualdades espaciais de recursos e de mão de obra qualificada, originando padrões diferenciados em relação à tecnologia, estrutura e dinamismo. Neste contexto de constantes mudanças e adaptações, os profissionais de Administração tem papel fundamental para o desempenho das organizações, por esse motivo é importante identificar os diversos tipos de organizações, onde se resume como Máximiano ( 2011) as descreve: Organizações Governamentais – que são administradas pelo governo têm como objetivo prestar serviços à comunidade em geral, essas mantidas pela arrecadação de impostos, taxas e contribuição Organizações Empresariais – são organizações que têm como finalidade o lucro na produção e/ou comercialização de bens e serviços, podendo ser classificadas de acordo com o seu tamanho, natureza jurídica e área de atuação. Organizações do Terceiro Setor – compreende as organizações de utilidade pública, sem fins lucrativos, e são criadas por pessoas sem vínculo com o governo, entre elas estão as ONGs (organizações não- governamentais) e outras entidades com fins filantrópicos. Pode-se afirmar, com propriedade, que objetivos e recursos são fatores determinantes que definem as organizações, fazendo-se compreender que a sociedade que cerca o homem é feita de organizações e que são elas que fornecem os mecanismos para se conseguir o atendimento das necessidades humanas.Os conceitos relativos à organização fazem alusão ao termo sistema. Sistema este formado por pessoas, recursos financeiros, recursos materiais atuando de forma conjunto para o alcance de objetivos. 12 De acordo com Chiavenato (2007), para que uma organização possa existir deve atender aos seguintes pré-requisitos: existirem pessoas aptas a se comunicarem; atuarem de forma conjunta; e atingirem um objetivo comum. Porém, para que as organizações atinjam os objetivos elencados anteriormente é necessário a participação nessas empresas de administradores capazes de satisfazerem às demandas internas concernentes ao tipo e porte de organizações por eles administradas. Lacombe ( 2008), conceitua as organizações como um agrupamento de pessoas, que se reuniramde forma estruturada e deliberada e em associação, traçando metas para alcançarem objetivos planejados e comuns a todos os seus membros. Outros conceitos são atribuídos às organizações, tal como: Organizações são instituições sociais e a ação desenvolvida por membros é dirigida por objetivos. São projetadas como sistemas de atividades e autoridade, deliberadamente estruturados e coordenados, elas atuam de maneira interativa com o meio ambiente que as cerca. MORAES (2004, p.91) A partir do início do século XX, as organizações passaram a possuir maior complexidade para atender às necessidades da população; tornou-se imprescindível adotar os novos conhecimentos administrativos, que estavam sendo formulados para enfrentar a concorrência cada vez maior, na tentativa constante de ofertar produtos e serviços, com qualidade e menores custos. A Administração passou a ser vista como de fundamental importância para a vida e para as organizações contemporâneas, considerando-se que a sociedade em que se vive é totalmente organizacional. Lacombe ( 2008), relata que a Tecnologia da Informação passou a ter domínio, produzindo grandes avanços tecnológicos e as organizações adotaram rapidamente essas técnicas, modernizando suas estruturas. Estes avanços e o desenvolvimento do conhecimento humano, por si mesmos, não produzirão efeitos, se a qualidade da administração a ser usada nos grupos organizacionais não permitir uma boa aplicação dos recursos disponíveis, humanos e materiais. Neste contexto, há vários conceitos sobre Administração que é conceituada para Chiavenato (2007) como a aplicação de técnicas com o intuito de estabelecer metas e operacionalizar o seu alcance pelos colaboradores participantes a fim de que se obtenham resultados que satisfaçam as necessidades de seus clientes assim como às suas próprias. Assim, pode-se entender que o desempenho do 13 administrador está diretamente relacionado à eficiência e eficácia na formulação e alcance dos objetivos propostos para uma determinada organização. Eficiência é um principio da administração de recursos, é mais que uma simples medida numérica de desempenho (MAXIMIANO (2011). Eficiência está relacionada entre o esforço e o resultado do trabalho. Quanto menor o esforço necessário para produzir um resultado, mais eficiente é o processo. Na ciência da Administração, a eficiência diz respeito à maneira de utilização dos recursos, ou ainda significa fazer as coisas de forma correta, solucionar problemas, cumprir com seu dever, diminuir custos. Portanto, a eficiência está relacionada ao fazer corretamente as coisas, otimizando os recursos disponíveis. Cada organização deve ser examinada sob a ótica da eficácia e de eficiência concomitantemente, vendo eficácia como medida normativa de obtenção de resultados e a eficiência como medida normativa da utilização dos meios durante o processo. (CHIAVENATO, 2007). A eficiência está relacionada a obtenção de um resultado; tendo a ver com a ação. Já a noção de eficácia propõe que esse resultado seja bom, desejado, concentrando-se na qualidade deste resultado. Uma organização tem mais chances de alcançar a excelência quando aplica os princípios da eficiência e da eficácia ,e, principalmente quando se vale da Administração, que é um processo de tomada de decisão e o controle sobre as ações dos indivíduos, para o expresso propósito de alcance de metas predeterminadas. A competitividade das organizações está diretamente ligada ao gerenciamento das variáveis que a cercam. A dinâmica dessas variáveis estão demonstradas na figura 1, a seguir: Figura 01: Variáveis do contexto organizacional 14 Fonte: Adaptado de Chiavenato, (2007, pág. 14) Chiavenato (2007) ratifica que a administração busca dois objetivos principais: proporcionar eficiência e eficácia às empresas. A eficiência refere-se aos meios, métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados. a eficácia refere-se aos fins: objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa. As últimas décadas estão sendo de grandes desafios para as organizações, devido a fenômenos como os processos de globalização, modernização e diversificação da economia, refletindo diretamente em seu ambiente inteno, sendo refletido tanto na qualidade de seus produtos e serviços, quanto nas questões da cultura e dos valores organizacionais, refletindo nas exigências de competências e Habilidades profissionais. 5 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DOS PROFISSIONAIS DE ADMINISTRAÇÃO O ensino de Administração evoluiu, e, hoje o profissional de Administração é formado para desenvolver suas atividades em diversos setores da economia, desde o setor privado, com cargos públicos, passando pela indústria ao terceiro setor, onde o mercado de trabalho para este profissional apresenta tendências evolutivas. Atualmente, o profissional de Administração deverá ter conhecimento do seu verdadeiro papel, os conhecimentos que lhes serão necessários e quais habilidades lhes serão exigidas, para se sobressairem num ambiente acelerado e de mudanças. Chiavenato (2007) afirma que esses profissionais “fazem uso de todos os conhecimentos e percepções das ciências humanas e sociais, mas devem focar esses conhecimentos sobre a eficiência e os resultados”. O quadro 1, faz referência as características dos Administradores do terceiro milênio. Quadro 04: Análise comparativa dos administradores do passado com os administradores do terceiro milênio OS ADMINISTRADORES DO PASSADO OS ADMINISTRADORES DO TERCEIRO MILÊNIO Aprendiam quando alguém lhes Procuram deliberadamente aprender. 15 ensinava. Achavam que o aprendizado ocorria principalmente na sala de aula. Reconhecem o poder do aprendizado decorrente da experiência de trabalho. Responsabilizavam o chefe pela carreira. Sentem-se responsáveis pela sua própria carreira. Não eram considerados responsáveis pelo próprio desenvolvimento. Assumem a responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento. Acreditavam que sua educação estava completa ou só precisava de pequenas reciclagens. Encaram a educação como uma atividade permanente para a vida toda. Não percebiam a ligação entre o que aprendiam e os resultados profissionais. Percebem como o aprendizado afeta os negócios. Deixavam o aprendizado a cargo da instituição. Decidem intencionalmente o que aprender. .Fonte: Adaptado de Andrade e Amboni ( 2007) A Administração é um dos melhores campos de atuação, por sua diversidade de áreas. Hoje, o mercado de trabalho está cada vez mais complexo e com muitas exigências, as empresas querem qualificação em um profissional competente que exerça as atividades de maneira clara e precisa. As habilidades de administrar são necessárias para a gestão das organizações contemporâneas que visam alcançar vantagens competitivas, (MAXIMIANO, 2011). Neste contexto, entende-se que as organizações necessitam de profissionais com foco em resultados, que apresentem competência para serem negociadores, criativos, empreendedores, e que saibam trabalhar sob pressão, mas isto só não basta. É preciso ter atitude para colocar tudo isso em prática. Vieira (2002) relata que a competência é baseada em três dimensões: conhecimento, habilidade e atitude, conforme a figura 2, a seguir: Figura 05: Uso das dimensões de competência 16 Fonte: Adaptado de Vieira, 2002 A junção das três iniciais das palavras competência, habilidades e atidude, formam a sigla CHA, que é tudo o que uma função/cargo de uma empresa exige para que o serviço/produto seja bem administrado e de boa qualidade. Rabaglio (2001) discorre sobre o significados para essas letras da seguinte forma: C = Relacionado ao Saber, que são conhecimentos adquiridos no decorrer da vida,nas escolas, universidades, cursos, em que cada posto exige conhecimentos específicos e conhecimentos essenciais. Os processos de decisão, planejamento e organização, comunicação, controle de resultados, negociação e administração de conflitos, dentre outros, são afetados pelo nível de conhecimentos essenciais - aqueles que fazem parte do rol que todo gerente deve saber para ocupar o posto e tornar-se um líder. O domínio de procedimentos, conceitos, fatos e informações relevantes interferem diretamente na qualidade desses processos. H = Relacionado ao Saber fazer , sendo visto como a capacidade de realizar determinada tarefa, física ou mental. É a capacidade de enxergar a universalidade dos conhecimentos, generalistas ou específicos, diferenciando-os e exprimindo-os com liberdade e respeito ao próximo, completa Barbosa ( 2013). A = Relacionado ao Querer fazer , que são os comportamentos que se tem diante de situações do cotidiano e das tarefas que são desenvolvidas no dia-a-dia, está relacionado a atitude para agir e realizar tarefas. Há três grupos de habilidade. 17 Essas habilidades serão demonstradas, para melhor efeito didático, através do quadro 2. Quadro 2: Características das três habilidades do Administrador. Nº HABILIDADES CARACTERÍSTICAS 01 TÉCNICAS Consistem em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas, tecnologia e equipamentos necessários para a realização de tarefas específicas, através de sua instrução. Representam o conhecimento específico de um cargo normalmente associado à área funcional de sua especialidade. Maior aplicação no nível operacional onde é dada especial atenção à execução das operações de tarefas,voltadas ao curto prazo. Estão relacionadas com o fazer, através de máquinas e equipamentos. 02 HUMANAS consistem na capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz. As habilidades humanas representam as que o administrador deve ter no trato com pessoas. Se ele deve atingir resultados através das pessoas, é preciso que estas pessoas sejam lideradas, motivadas, recebam as comunicações necessárias ao seu trabalho, ora sendo valorizadas como indivíduos, ora sabendo trabalhar como uma equipe coesa. Estão relacionadas ao nível Tático da organização. ( setores e departamentos) 03 CONCEITUAIS consiste em compreender as complexidades da organização total enão apenas de acordo com os objetivos e necessidades de seu grupo imediato. Trata-se da necessidade do administrador ter uma visão do todo. É a habilidade de olhar além das fronteiras de seu setor, departamento ou empresa, saber como a organização se relaciona com o meio ambiente e entender suas relações. Fonte: Adaptado de Andrade ( 2007) , Chiavenato ( 2007), Maximiano (2011), Maximiano ( 2011) , aponta que cada uma dessas habilidades será mais exigida de acordo com o nível do cargo que esse profissional ocupa . A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. À medida que se alcançam níveis mais elevados na organização,diminui-se a necessidade de habilidades técnicas, enquanto se aumenta a necessidade de habilidade conceitual. Nos níveis táticos ( departamentos, setores) precisam de considerável habilidade técnica para poder instruir e formar técnicos e demais subordinados. Nos níveis estrtégicos, os administradores não precisam conhecer em 18 detalhes as tarefas específicas executadas no nível operacional. Embora varie a proporção das habilidades técnicas e conceituaisnecessárias aos diferentes níveis da organização, o denominador comum aparentemente crucial em todos os níveis é a habilidade humana. REFERÊNCIAS ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; AMBONI, Nério. Teoria Geral Da Administração. Das Origens às Perspectivas Contemporâneas. São Paulo: M. Books, 2007. CAMPOS, Vicente Falconi. O verdadeiro poder. São Paulo: INDG Tecnologia e Serviços Ltda, 2009 CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. LACOMBE, Francisco; HEILBORN, Gilberto. Administração: princípios e tendências. 2. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2008. MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria Geral da Administração. Da Revolução Urbana a Digital. 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