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PARÁBOLA NO COTIDIANO Hercules de Souza Idelmario Macedo Correia Junior Pedro Henrique da Silva Silveira Wesley Sampaio de Jesus RESUMO O objetivo desse trabalho é abordar a parábola não só como aquela demonstrada em sala de aula, mas como objeto do nosso cotidiano. Unindo a parte teórica com exemplos práticos como: fornos solares, antenas parabólicas, pontes pênseis e faróis de carros que utilizam da parábola como base. Explorando a sua propriedade refletora, propriedade essa que fundamenta o uso da parábola não só nos exemplos citados no trabalho, mas em todos os outros. Palavras-chave: Parábola. Aplicabilidade. Cônicas. Professor Doutor Orientador. Graduado em Física, pela Universidade Federal de Campinas (1984), Mestrado em Geofísica, pela Universidade Federal da Bahia (1989), Doutorado em Geofísica, pela Universidade Federal da Bahia (1997). Docente do Curso Superior em Ciência da Computação da disciplina de Matemática Básica. Graduando do Curso Superior em Ciência da Computação. Graduando do Curso Superior em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Graduando do Curso Superior em Segurança da Informação. 2 INTRODUÇÃO A matemática está presente em nossas vidas desde muito cedo, creio que em algum momento de sua vida você já se deparou com um farol de carro, talvez uma antena parabólica ou até mesmo quando você vai ao consultório e se depara com aquela luz incrivelmente forte que os médicos colocam sob nossos rostos, tudo isso foi feito através dos estudos das Cônicas da matemática. Apesar do assunto ser inserido somente a partir do segundo grau, nos vemos suas aplicações no dia a dia desde sempre, e de forma despercebida ou sem conhecimento básico sobre como tal obra de arquitetura ou até mesmo infraestrutura é feita e como funciona. A assunto sobre Parábola é passado de forma meio tardia na vida dos alunos, ainda mais se comparado a países desenvolvidos, isso faz com que a maioria dos professores abordem muito pouco ou sem se aprofundar no tema, apenas com formulas, fazendo com que haja pouco sentido e interesse dos alunos, é importante mostrar exemplos reais pois estamos lidando com parábolas a todo tempo. Nosso trabalho tem o forte intuito de apresentar as definições do tema sobre Parábola, desde a teoria, e principalmente mostrar exemplos reais de suas aplicações. 1 APRESENTAÇÃO DA PARÁBOLA 1.1 Introdução sobre cônicas As cônicas são elementos da geometria plana obtidos através da intersecção da superfície de um cone com plano em diversas posições. Podem-se ser denominadas de cônicas as circunferências, elipses, parábolas e hipérboles. O cone, é uma figura geométrica tridimensional e pode ser definido como um sólido delimitado por uma base plana circular ou qualquer base plana, e a superfície formada por segmentos de retas que ligam todos os pontos do limite da base a um vértice comum. E seus elementos são: 1. Vértice do cone é o ponto (V) onde estão ligados todos os segmentos de retas da base. 2. Base é a região definida pela área interna da curva, incluindo ela mesma. 3 3. Diretriz é o caminho em forma de curva que envolve a base do cone. 4. Geratriz é qualquer segmento de reta que tenha uma extremidade ligada ao vértice e a outra a diretriz. 5. Eixo ou altura é a distância entre o vértice e o centro da base do cone. Figura 1 – Elementos do Cone 1.2 Definição de parábola Parábola pode ser descrita como a curva feita a partir da intersecção da superfície de um cone com um plano paralelo a qualquer uma de suas geratrizes, ou seja, é uma curva plana definida como um conjunto de todos os pontos equidistantes do foco e da diretriz. Na figura 2 pode-se observar a parábola formada pela intersecção do plano (π2), que é paralelo a geratriz (d) do cone, com a superfície do cone. A parábola possui um eixo de simetria(es) que passa pelo seu vértice (Vp), tal eixo divide a parábola em duas partes idênticas, chegasse à conclusão de que ela é uma curva simétrica. Como mostra a figura 2. (MACHADO, 2008: p. 5). 4 Figura 2 – Cone seccionado pelo plano π2, paralela à sua geratriz d 1.3 Confecção de uma parábola Para construir uma parábola deve-se considerar um ponto F (foco) e uma reta d (diretriz), onde o ponto F não pertence a reta d, assim todos os pontos que forem equidistantes de F e d em conjunto chama-se parábola. (PAIVA, 1999: p.378). Figura 3 – PF=PD e PD é perpendicular à reta d 5 Na figura 3 foi confeccionada uma parábola levando em consideração a definição exposta anteriormente. É possível observar que independentemente das posições que F e d se encontram, sempre será possível a obtenção de uma parábola. A parábola pode ter a concavidade não só voltada para cima e para baixo, mas também voltada para a esquerda e direita. E para cada uma delas tem-se uma equação reduzida. As equações das figuras a seguir foram embasadas no livro; “Matemática” (PAIVA, 1999: p.379-380). Considerando um plano cartesiano onde x é o eixo das abcissas (reta horizontal) que é perpendicular ao y, eixo das ordenadas (reta vertical): Sendo a reta d (diretriz) paralela ao eixo x e a concavidade virada para o lado positivo do eixo y, ou seja, côncava para cima, dará a seguinte equação: (x – x0)2 = 4α (y – y0), como mostra a figura 4. Figura 4 – Parábola com concavidade para cima Sendo a reta d (diretriz) paralela ao eixo x e a concavidade virada para o lado negativo do eixo y, ou seja, côncava para baixo, dará a seguinte equação: (x – x0)2 = - 4α (y – y0), como mostra a figura 5. 6 Figura 5 – Parábola com concavidade para baixo Sendo a reta d (diretriz) paralela ao eixo y e a concavidade virada para o lado positivo do eixo x, ou seja, côncava para direita, dará a seguinte equação: (y – y0)2 = 4α (x – x0), como mostra a figura 6. Figura 6 – Parábola com concavidade para direita Sendo a reta d (diretriz) paralela ao eixo y e a concavidade virada para o lado negativo do eixo x, ou seja, côncava para esquerda, dará a seguinte equação: (y – y0)2 = - 4α (x – x0), como mostra a figura 7. 7 Figura 7 – Parábola com concavidade para esquerda 2 APLICAÇÕES DAS PARÁBOLAS O uso da parábola é muito comum, grande parte das pessoas não sabem, mas a parábola está nos faróis dos carros que utilizam todos os dias, nas antenas de tv que possuem em suas casas, nas pontes e lanternas. Enfim, não é difícil encontrar algo que seja construído com base em uma parábola. 2.1 Pontes pênseis Os comentários a seguir, sobre as pontes pênseis, foram extraídos da tese de mestrado apresentada a UFRJ: “Programa para análise de superestruturas de pontes de concreto armado e protendido” (MATOS, 2001: p. 35). As pontes penseis ou suspensas, juntas com as estaiadas, são aquelas que possibilitam os maiores vãos. Nelas o tabuleiro continuo e sustentado por vários cabos metálicos atirantados ligados a dois cabos maiores que, por sua vez, ligam-se as torres de sustentação. Os cabos comprimem as torres de sustentação, que transferem os esforços de compressão para as fundações. Nas pontes penseis os cabos metálicos são uniformemente distribuídos, consequentemente toda a carga da ponte é distribuída nos dois cabos maiores, e esses formas a parábola. Como mostra a figura 8. 8 Figura 8 – Parábola numa ponte pênsil A maior ponte suspensa da atualidade encontra-se no Japão, ligando as cidades de Kobe e Awaji Island, possui um comprimento total de 3.911 metros e um recorde de 1.991 metros de vão central, chamada de Akashi-Kaikyo e construídano ano de 1998. Figura 9 – Ponte Akashi-Kaikyo, Japão (disponível em: https://en.wikiarquitectura.com/building/akashi-kaikyo-bridge/) 9 2.2 Faróis de carro O farol do carro é um grande exemplo da aplicação pratica da parábola, onde em sua estrutura tem-se uma fonte de luz posicionada no foco da parábola que ilumina um espelho parabólico, que por sua vez reflete os raios e os lança paralelamente ao seu eixo de simetria. Como mostra a figura 10. Figura 10 – Farol parabólico (disponível em: http://1blogs2.blogspot.com/) 2.3 Antenas parabólicas Essas antenas são compostas por uma superfície parabólica e um receptor posicionado no foco da mesma. Como as ondas de radiofrequência tem comprimento que varia de algumas centenas de metros até o mínimo aproximadamente 0,3 metros, grande parte das superfícies servem como espelho para essas ondas, mesmo que seja uma tela de arame repleta de furos presente em quase todas as antenas parabólicas residenciais. O princípio de aplicação é o mesmo dos faróis do carro, mas de maneira reversa: no foco da parábola se encontra o receptor, responsável por concentrar todas as ondas refletidas pela superfície da antena, e transformá-los em um sinal que a tv converterá em canais. Para melhor compreensão observar as figuras 11 e 12. (SOUZA, 2014: pag. 49-41) 10 Figura 11 – Esquema de uma antena parabólica Figura 12 – Grande telescópio milimétrico, México (disponível em: https://gigantesdomundo.blogspot.com/2013/04/as-10-maiores-antenas-parabolicas- do.html) 2.4 Fornos solares Se levarmos em consideração a distância entre o Sol e a Terra, aproximadamente 150 milhões de quilômetros, o feixe de luz solar que nos atinge, tem seus raios praticamente paralelos. Sendo assim esses raios paralelos, quando refletidos pela superfície espelhada do forno solar convergem para o foco, o que acarretará numa grande concentração de energia, luminosa e térmica. A área a ser aquecida deve ficar exatamente sobre o foco. Um forno solar conhecido fica em 11 Odeillo na França (figura 13), onde se tem uma grande incidência de luz solar. Construído em 1969, é composto por 9.500 espelhos planos e individuais, 40 metros de altura e por 54 metros de largura, concentram os raios solares em um forno, que fica a uma distância de 18 metros do refletor, na torre do coletor, obtém-se um foco de aproximadamente 40 cm de diâmetro. Pode-se alcançar temperaturas de até 3.800ºC. (MACHADO, 2008: p. 5) Figura 12 – Forno solar – Odeillo, sul da França (disponível em: http://ofrioquevemdosol.blogspot.com/2013/09/universidade-de-perpignan-energia- solar.html) 12 3 CONCLUSÃO O conteúdo matemático abordado neste artigo apresentou uma análise do estudo de cônicas a fim de enfatizar o uso da parábola, apresentando seus conceitos contemplados com suas fórmulas algébricas e aplicações práticas. Foi realizado um estudo aprofundado em seus aspectos teóricos em diferentes artigos, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e livros digitais acadêmicos, o que ocasionou um maior conhecimento acerca da sua grande capacidade refletora, onde foi explicado como funciona essa reflexão usando alguns exemplos comuns do cotidiano, que na maioria das vezes as pessoas usam todos os dia e não sabem que ali existe uma parábola, exemplos como: pontes pênseis, faróis de carros, fornos solares e antenas parabólicas, o que possibilitou uma melhor compreensão da parábola. Ao unir as partes de conceito(teoria) e pratica(exemplos), o leitor terá a capacidade de identificar uma parábola nos lugares que passar e entender seu funcionamento. 4 REFERÊNCIAS MATOS, T. S. Programa para análise de superestruturas de pontes de concreto armado e protendido. p. 35. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais – UFRJ, Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: <http://www.coc.ufrj.br/pt/documents2/mestrado/2001-1/1912-tales-simoes-mattos- mestrado>. Acesso em: 9 novembro de 2019. PAIVA, Manoel. Matemática. São Paulo. Moderna, 1999. p. 378-380. MACHADO, M. T. G. Parábolas – As curvas preciosas. 2008. 31. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/673-4>. Acesso em: 9 de novembro de 2019. 13 SOUZA, Lindomar Duarte de. Cônicas e suas propriedades notáveis. 2014. 64f. Dissertação de Mestrado em Matemática – UFSC, Florianópolis, 2014. Disponível em:<https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/128599/328484.pdf?sequ ence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 9 de novembro de 2019.