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1 2 DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL PROFESSORA: LIARA REIS DATA: 1. A MATÉRIA E SUAS PROPIEDADES: Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço e possui massa. Porém, cada matéria pode apresentar uma ou mais características (propriedades da matéria) que são diferentes de outra matéria, como também pode apresentar características semelhantes. De uma forma geral, as propriedades da matéria estão divididas em dois grupos, as gerais e as específicas, todas exploradas a seguir: 1.1 Propriedades gerais da matéria São as características que toda matéria apresenta, independentemente do seu estado físico (sólido, líquido ou gasoso). Inércia: Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de repouso, seja de movimento, a não ser que uma força externa influencie. Massa: Fisicamente, massa é uma grandeza que indica a medida da inércia ou da resistência de um corpo de ter seu movimento acelerado. Porém, podemos, de uma forma geral, associar a massa à quantidade de partículas existentes em uma matéria. Volume: É o espaço que uma matéria ocupa independentemente do seu estado físico. Impenetrabilidade: Duas matérias não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Para enchermos uma garrafa com água, por exemplo, o ar tem que sair dela. Compressibilidade: É a característica que a matéria apresenta de diminuir o espaço que estava ocupando quando submetida a uma força externa. Isso pode ser visto quando tampamos a ponta de uma seringa e empurramos o gás em seu interior com o êmbolo. Elasticidade: É a característica que uma matéria tem de voltar à sua forma original quando uma força externa a estica ou comprime. Divisibilidade: É a capacidade que a matéria possui de ser dividida inúmeras vezes sem deixar de ser o que ela é, isto é, não há modificação de sua composição química. 1.2 Propriedades específicas da matéria São características próprias de cada matéria, ou seja, se uma matéria apresenta, não quer dizer que outra também apresentará a mesma característica. a) Propriedades organolépticas É a característica que a matéria apresenta de estimular pelo menos um dos cinco sentidos. Veja alguns exemplos: Paladar: quando ingerimos cloreto de sódio, sentimos o sabor salgado; Audição: o som produzido pelo bife sendo frito em uma panela; Tato: quando passamos uma toalha no rosto e sentimos que ela é áspera; Visão: luz percebida a partir da explosão de fogos de artifício; Olfato: o aroma liberado quando descascamos uma mexerica. b) Propriedades funcionais É a característica que algumas substâncias apresentam de desempenhar um mesmo papel (função) ou promover uma mesma sensação. Veja alguns exemplos: Ácidos Toda substância classificada como ácida apresenta sabor azedo (quando ingerida) e é capaz de sofrer o fenômeno da ionização (produzir íons). https://brasilescola.uol.com.br/quimica/propriedades-gerais-especificas.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/propriedades-gerais-especificas.htm https://www.google.com/url?q=https://brasilescola.uol.com.br/quimica/estados-fisicos-materia.htm&sa=U&ved=0ahUKEwjqjJm18onNAhXFHB4KHVcaBZkQFggFMAA&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNHgfQJi2qvYIPkDUz6E2L8lzSxW5A https://www.google.com/url?q=https://brasilescola.uol.com.br/fisica/inercia-massa-forca.htm&sa=U&ved=0ahUKEwjGx6vM8YnNAhUKGh4KHR0oAxAQFggNMAM&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNFqFVUn-QbkPwS7mYXxGdfOObI-Zg https://www.google.com/url?q=https://brasilescola.uol.com.br/fisica/inercia-massa-forca.htm&sa=U&ved=0ahUKEwjGx6vM8YnNAhUKGh4KHR0oAxAQFggNMAM&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNFqFVUn-QbkPwS7mYXxGdfOObI-Zg https://www.google.com/url?q=https://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/&sa=U&ved=0ahUKEwje-OLK94nNAhWGHR4KHUvSCYQQFggFMAA&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNH46q-Wo1A8mVpfWi8gxz5P0z6OSw https://www.google.com/url?q=https://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/paladar.htm&sa=U&ved=0ahUKEwje-OLK94nNAhWGHR4KHUvSCYQQFggKMAI&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNHmFfPiKcHRWHA5kxEXKOJNoejoDA https://brasilescola.uol.com.br/quimica/cloreto-sodio.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/cloreto-sodio.htm https://www.google.com/url?q=https://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/audicao.htm&sa=U&ved=0ahUKEwjt6f7z94nNAhUKqx4KHbNVAGw4ChAWCA0wAw&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNGEPUMRC7ag75TjK3hoy5zRTNs7QA https://www.google.com/url?q=https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/tato.htm&sa=U&ved=0ahUKEwje-OLK94nNAhWGHR4KHUvSCYQQFggXMAc&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNEvTuyixCpOCTmlSuQeoTo5HwEv4g https://www.google.com/url?q=https://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/visao.htm&sa=U&ved=0ahUKEwje-OLK94nNAhWGHR4KHUvSCYQQFggNMAM&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNGqUXfXs3OXhHrDqlOcsM74jjfsHw https://brasilescola.uol.com.br/quimica/quimica-presente-nos-fogos-artificio.htm https://www.google.com/url?q=https://brasilescola.uol.com.br/oscincosentidos/olfato.htm&sa=U&ved=0ahUKEwje-OLK94nNAhWGHR4KHUvSCYQQFggVMAY&client=internal-uds-cse&usg=AFQjCNHpO-kqo3Nd5MeHsI5M4ej-cAKXSg https://brasilescola.uol.com.br/quimica/acidos.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/dissociacao-ionizacao.htm 3 Bases Toda substância classificada como básica promove a sensação de adstringência (sensação de secura e aperto na boca quando ingerida) e é capaz de sofrer o fenômeno da dissociação (liberar íons) em água. Sais Toda substância classificada como salina possui sabor salgado (quando ingerida) e é capaz de sofrer o fenômeno da dissociação (liberar íons) em água. c) Propriedades químicas É a característica que uma matéria apresenta de se transformar em outra, em um processo denominado de fenômeno químico. Muitas vezes um fenômeno químico só ocorre quando a matéria é submetida a determinadas condições (temperatura, catalisadores, eletrólise etc.). Uma matéria só se transforma em outra quando apresentam uma caraterística química em comum, principalmente átomos de elementos químicos em comum. Se queremos produzir iogurte, é preciso utilizar leite, e não suco de uva, por exemplo. Outro exemplo clássico de fenômeno químico é a formação da água. Nesse processo, submetemos os gases oxigênio (O2) e hidrogênio (H2) a altas pressões e temperaturas, sendo o resultado a produção de uma substância completamente diferente, a água. Isso não é possível quando reagimos os gases cloro (Cl2) e hidrogênio (H2). Nesse caso, o resultado é a formação de ácido clorídrico (HCl). d) Propriedades físicas São características da matéria determinadas de forma experimental. Solubilidade: É a característica que uma determinada matéria apresenta de dissolver outra. A água, por exemplo, tem a capacidade de dissolver o cloreto de sódio (sal de cozinha). Vale ressaltar que a quantidade de soluto, solvente e a temperatura são fatores que influenciam a solubilidade. Um exemplo da influência da temperatura, quantidade de soluto e solvente está descrito na tabela a seguir: Tabela que expressa a solubilidade da sacarose em água Na tabela, podemos observar que, se tivermos 100 mL de água, a 10oC, dissolveremos 190,5 g de sacarose. Agora, se essa mesma quantidade de água estiver a 50 oC, a quantidade de sacarose que poderá ser dissolvida é de 260,4 g. Densidade (d): É a relação entre a massa (m) da matéria e o espaço (volume) que ela ocupa. Ela é calculada por meio da seguinte expressão: d = m V Ponto de fusão (PF): É a temperatura que indica quando uma matéria deixa de ser sólida e passa a ser totalmente líquida. O ferro, por exemplo, deixa de ser sólido e passa a ser líquido a 1535 oC. Ponto de ebulição (PE): É a temperatura que indica quando uma matéria deixa de ser líquida e passa a ser totalmente gasosa. O metal mercúrio, por exemplo, deixa de ser líquido e passa a ser gasoso a 356,9 oC. Tenacidade: É a capacidade que uma matéria tem de resistir ao impacto com outra matéria. Quando uma pedra é arremessada no vidro, este se quebra, ou seja, a pedra é mais tenaz que o vidro. Dureza: É a capacidade que uma matéria apresenta de riscar outra. Um exemplo é quando uma pedra arranha o vidro de uma janela, ouseja, a pedra é mais dura que o vidro. https://brasilescola.uol.com.br/quimica/bases.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/dissociacao-ionizacao.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/sais.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/fenomenos-fisicos-quimicos.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/Acido-cloridrico.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/Acido-cloridrico.htm https://brasilescola.uol.com.br/quimica/densidade.htm 4 2. TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA 2.1 Transformações físicas e químicas As transformações que ocorrem nos materiais são classificadas em químicas e físicas. As transformações físicas, embora sejam perceptíveis pela mudança na aparência do material, ocorrem de maneira mais passageira, não alterando intimamente a natureza da substância. Já as transformações químicas são tão intensas que alteram a composição do material, fazendo com que a transformação produza uma substância quimicamente diferente do que se tinha no início. Uma transformação física é diferente de uma transformação química porque: em uma transformação química novas substâncias são formadas, já a transformação física altera a forma do material, mas sua composição é a mesma. 2.2 Transformações físicas Quando alteramos o tamanho ou a forma do material ele sofre uma mudança, mas não pode ser transformado em outro. Olhando microscopicamente, percebemos que os átomos, íons ou moléculas passam por uma agitação ou reordenação, mas eles não são alterados. Podemos observar isso nas mudanças de estado físico. Observe que: Sólido: as partículas permanecem em posições fixas, por isso o volume e forma são bem definidos. Líquido: as partículas se movimentam com mais liberdade e, por isso, o líquido tem volume específico, mas a forma varia conforme o recipiente. Gasoso: as partículas se movimentam em todas as direções e com grande velocidade, preenchendo todo o recipiente, por isso o volume e forma são variáveis. O exemplo mais comum que temos para as transformações físicas são os estados físicos da água. Ao aquecermos a água ela vaporiza, se congelarmos a água ela solidifica, e quando a colocamos na temperatura ambiente ela retorna ao estado líquido. A água em diferentes estados tem suas moléculas rearranjadas, mas a sua composição é a mesma. Por isso, temos uma transformação física. 2.2.1 Estados Físicos da Matéria Os estados físicos da matéria correspondem às formas pela qual a matéria pode se apresentar na natureza. Esses estados são definidos de acordo com a pressão, temperatura e sobretudo, pelas forças que atuam nas moléculas. A matéria, constituída de pequenas partículas (átomos e moléculas), corresponde a tudo aquilo que possui massa e que ocupa determinado lugar no espaço. Podendo se apresentar em três estados: sólido, líquido e gasoso. https://www.todamateria.com.br/mudancas-estado-fisico/ https://www.todamateria.com.br/estados-fisicos-da-agua/ https://www.todamateria.com.br/estados-fisicos-da-materia/ 5 No estado sólido as moléculas que compõem a matéria permanecem fortemente unidas e possuem forma própria e volume constante, por exemplo, o tronco de uma árvore ou o gelo (água em estado sólido). No estado líquido, as moléculas já apresentam uma menor união e maior agitação, de forma que apresentam forma variável e volume constante, por exemplo, a água em determinado recipiente. Já no estado gasoso, as partículas que formam a matéria apresentam intensa movimentação, pois as forças de coesão são pouco intensas nesse estado. Neste estado, a substância apresenta forma e volume variáveis. Sendo assim, no estado gasoso, a matéria terá forma segundo o recipiente que se encontra, caso contrário ela permanecerá disforme, tal qual o ar que respiramos e não vemos. Para exemplificar, podemos pensar no botijão de gás, o qual apresenta gás comprimido que adquiriu determinada forma. 2.2.2 Mudanças de Estados Físicos As mudanças de estado físico dependem basicamente da quantidade de energia recebida ou perdida pela substância. Existem essencialmente cinco processos de mudanças de estado físico: Fusão: passagem do estado sólido para o estado líquido por meio do aquecimento. Por exemplo, um cubo de gelo que fora do congelador vai derretendo e se transformando em água. Vaporização: passagem do estado líquido para o estado gasoso que é obtido de três maneiras: calefação (aquecedor), ebulição (água fervendo) e evaporação (roupas secando no varal). Liquefação ou Condensação: passagem do estado gasoso para o estado líquido por meio do resfriamento, por exemplo, a formação do orvalho. Solidificação: passagem do estado líquido para o estado sólido, ou seja, é o processo inverso à fusão, que ocorre por meio do arrefecimento, por exemplo, água líquida transformada em gelo. Sublimação: passagem do estado sólido para o estado gasoso e vice- versa (sem passagem pelo estado líquido) e pode ocorrer pelo aquecimento ou arrefecimento da matéria, por exemplo, gelo seco (dióxido de carbono solidificado). 2.2.3 Outros Estados Físicos Além dos três estados básicos da matéria, existe ainda mais dois: o plasma e o condensado de Bose- Einstein. O plasma é considerado o quarto estado físico da matéria e representa o estado onde o gás encontra-se ionizado. O Sol e as estrelas são formados basicamente de plasma. Acredita-se que a maior parte da matéria que existe no universo está em estado de plasma. https://www.todamateria.com.br/mudancas-estado-fisico/ https://www.todamateria.com.br/mudancas-estado-fisico/ https://www.todamateria.com.br/fusao/ https://www.todamateria.com.br/vaporizacao/ https://www.todamateria.com.br/ebulicao/ https://www.todamateria.com.br/evaporacao/ https://www.todamateria.com.br/liquefacao-ou-condensacao/ https://www.todamateria.com.br/solidificacao/ https://www.todamateria.com.br/sublimacao/ 6 O estado físico das estrelas pode ser considerado como Plasma. Além do plasma, existe ainda um quinto estado da matéria chamado de condensado de Bose-Einstein. Que recebeu esse nome por ter sido previsto teoricamente pelos físicos Satyendra Bose e Albert Einstein. Um condensado é caracterizado pelas partículas se comportam de maneira extremamente organizada e vibrarem com a mesma energia como se fossem um único átomo. Esse estado não é encontrado na natureza e foi produzido pela primeira vez em 1995 em laboratório. Para se chegar a ele é necessário que as partículas sejam submetidas a uma temperatura próxima do zero absoluto (- 273 ºC). O condensado de Bose-Einstein 2.3 Transformações químicas Novas substâncias são criadas quando a matéria passa por uma transformação química. Reagentes são transformados em produtos por meio de reações. As reações fazem com que ligações químicas sejam quebradas ou formadas, mas os átomos que participam da reação são os mesmos, só que rearranjados. Percebemos a ocorrência de uma transformação química por aparecimento de luz, surgimento de bolhas de um gás, formação de partículas sólidas, mudança de cor e percepção de cheiro. Vejamos esse exemplo: O sódio é um metal alcalino e, como característica dessa família, reage violentamente com a água. A reação entre sódio e água origina o hidróxido do metal e libera gás hidrogênio. 2.4 Mistura ou transformação química? Nem sempre quando misturamos duas substâncias ocorre uma transformação. Por exemplo, quando misturamos ferro e enxofre obtemos uma mistura de cor diferente das substâncias, se observadas separadamente. Ao utilizar um ímã, conseguimos atrair o ferro e separá-lo do enxofre, devido o seu magnetismo. Ou seja, misturamos os dois, mas eles não perderam suas propriedades iniciais. https://www.todamateria.com.br/magnetismo/ 7 Entretanto, se misturarmos ferro e enxofre em uma proporção definida de 7g e 4g respectivamente, e colocarmos sob aquecimento, uma substância de cor preta é formada, trata-se do sulfeto de ferro II. Dessa forma, o ferro não pode mais ser separado, pois foi transformado em outra substância. Chegamos a conclusão que: uma mistura é um fenômeno físico, já uma reação éum fenômeno químico. 2.5 Fenômenos físicos e químicos As transformações que a matéria sofre ao passar por alguma alteração também são chamadas de fenômenos físicos e químicos. Vejamos esses dois exemplos: Água e açúcar O açúcar é um composto covalente e quando dissolvido em água as moléculas se dispersam, mas não alteram a sua identidade. Trata-se de um fenômeno físico. Água e sal Quando colocamos sal em água, os íons se dissociam, como demonstra a equação química: Por se tratar de um composto iônico e solúvel em água, o cloreto de sódio sofre uma alteração, rompendo- se em seus íons. Trata-se de um fenômeno químico. Os cátions e ânions são solvatados quando o polo negativo da água envolve os íons de sódio (cátions) e o polo positivo da água envolve os íons cloreto (ânions). Tanto a natureza quanto o ser humano são capazes de transformar os materiais. Naturalmente, a fruta apodrece e o ferro enferruja. Mas também, provocamos transformações quando fervemos a água ou assamos uma carne. Esses são exemplos de fenômenos materiais que presenciamos no nosso dia a dia. 3. SUBSTANCIAS PURAS E MISTURAS: Uma substância pura é formada por um único tipo de espécie química, ou seja, sua composição e propriedades são fixas. Uma mistura contém mais de um tipo de componente e, por isso, sua organização é variável. Dessa forma, só podemos distinguir uma substância pura de uma mistura ao conhecermos sua composição. Ao compararmos um copo com água e um copo com açúcar dissolvido, nossos olhos não percebem nenhuma diferença. Entretanto, se ingerirmos o conteúdo dos dois copos notaremos que um é a substância pura e o outro é constituído de uma mistura. 3.1 Substâncias puras Uma substância pura é o conjunto de apenas uma espécie química, ou seja, ela não está misturada com outras. Vamos utilizar a água como exemplo. A água (H2O) é reconhecida por suas características e as propriedades específicas desse material nos ajudam a identificá-lo. As principais propriedades da água são: https://www.todamateria.com.br/materia/ https://www.todamateria.com.br/propriedades-da-agua/ 8 Densidade 1,00 g/cm3 Ponto de fusão 0 ºC Ponto de ebulição 100 ºC Quando um material possui propriedades fixas e invariáveis em toda a sua extensão, dizemos que se trata de uma substância pura. Ao nível do mar (pressão de 1 atm), os pontos de fusão e ebulição da água (substancia pura) são, respectivamente, 0ºC e 100ºC. Assim, considere, por exemplo, um cubo de gelo a -20 ºC que passa a ser aquecido em uma panela no fogo. Com o tempo, a temperatura do gelo subirá: -19ºC... - 18 ºC... -17 ºC..., e assim por diante, até chegar à temperatura de 0ºC, isto é, ao seu ponto de fusão. Nessa temperatura, a água que estava no estado sólido começará a passar para o estado líquido, mas a temperatura não continuará subindo, ela permancerá em 0ºC até que todo o gelo vire água líquida. É por isso que, no diagrama de mudança de estado físico apresentado a seguir, escrevemos um patamar, ou seja, um intervalo de tempo em que a temperatura permanece constante: Gráfico da fusão do gelo Se continuarmos aquecendo a água na panela, a sua temperatura subirá: 1ºC... 2ºC... 3ºC... e assim por diante. Durante todo esse tempo a água ainda estará no estado líquido. Porém, quando atingir a temperatura de 100ºC, as moléculas que estavam no fundo do recipiente ganharão energia térmica suficiente para vencer a pressão externa (da gravidade) e sua massa diminuirá, por isso, elas subirão, enquanto a água da superfície descerá. Com o tempo, essas águas que desceram também ganharão energia térmica e voltarão a subir, já que as da superfície perderão energia para o meio. Esse processo é chamado de convecção. Durante todo esse processo de ebulição, ou seja, em que a água no estado líquido passa para o estado de vapor, a temperatura da água não aumenta, mas permanece constante em 100ºC até que todo o líquido vire vapor. Desse modo, continuando a escrever o diagrama de mudança de estado físico, temos mais um patamar, mas que se refere ao ponto de ebulição: Gráfico de ebulição da água O diagrama de mudança de estado físico completo da água fica da seguinte forma ao nível do mar: Diagrama de mudança de estado físico da água Veja que o processo inverso do aquecimento, isto é, o resfriamento, ocorre da mesma forma, com o ponto de liquefação (condensação) igual ao 9 ponto de ebulição (100ºC), e o ponto de solidificação igual ao ponto de fusão (0ºC). Todo gráfico de mudança de estado físico, seja qual for a substância pura, apresentará dois patamares que se referem ao ponto de fusão e ao ponto de ebulição da substância. Essa informação pode ser usada, por exemplo, para determinar se uma substância é sólida, líquida ou gasosa em temperatura ambiente. Por exemplo, o ponto de fusão do fenol é 43ºC e o ponto de ebulição é 182,0ºC. Então, o seu diagrama de mudança de estado físico é dado por: Diagrama de mudança de estado físico do fenol A temperatura ambiente é cerca de 25 ºC, ou seja, no diagrama acima, está entre 0ºC e 43ºC, que é quando o fenol está no estado sólido. Isso significa que, em temperatura ambiente, o fenol é sólido. No caso de misturas de duas ou mais substâncias, o diagrama de mudança de estado físico não apresenta esses dois patamares, pois as mudanças de estado físico das misturas não ocorrem com a temperatura constante, mas sim em faixas de temperatura, porque, à medida que passa para outro estado físico, a composição da mistura muda. Assim, o diagrama de mudança de estado físico das misturas é parecido com o mostrado a seguir: Diagrama de mudança de estado físico de misturas Veja que as temperaturas de fusão e ebulição começam em um valor e terminam em outro. 3.2 Substâncias puras simples e compostas As substâncias puras são classificadas como simples quando em sua composição há átomos de apenas um elemento químico. O arranjo de átomos de dois ou mais elementos químicos formam as substâncias puras compostas. 3.3 Misturas Uma mistura corresponde a junção de duas ou mais substâncias puras, que são chamadas de componentes. Ao contrário das substâncias puras, suas propriedades não são fixas, pois dependem da proporção dos componentes na mistura. Veja como a densidade, uma propriedade física, varia conforme a quantidade de sal misturado com a água. 10 Porcentagem de sal na massa total da mistura Densidade da mistura (g/cm3) a 20 °C 1 1,005 8 1,056 12 1,086 16 1,116 26 1,197 Fonte: FURNISS, B. S. et al. Vogel’s Textbook of Practical Organic Chemistry. 4. ed. Londres: Longman, 1987. p. 1.312. Sendo assim, a adição de água e sal, em qualquer proporção, possui densidade variável e, por isso, não podemos classificar a mistura nem como água nem como sal. 3.4 Misturas homogêneas e heterogêneas Misturas homogêneas são aquelas que apresentam os componentes em apenas uma fase e, por isso, as mesmas propriedades em todos os seus pontos. Quando visualmente percebemos mais de uma fase, então a mistura é classificada como heterogênea. Resumo sobre substâncias puras e misturas Substâncias puras e misturas Sistema homogêneo Substância pura (um só componente) Substâncias puras e misturas (apenas uma fase) Mistura homogênea (mais de um componente na mesma fase) Sistema heterogêneo (mais de uma fase) Substância pura (um componente em diferentes estados físicos) Mistura heterogênea (mais de um componente em mais de uma fase) 3.5 Misturas eutéticas e azeotrópicas As misturas eutéticas e azeotrópicas são misturas que possuem, respectivamente, o ponto de fusão e o ponto de ebulição fixos e constantes como se fossem substâncias puras. O álcool hidratado a 96% é uma mistura azeotrópica com ponto de ebulição igual a 78,1 ºC O gráfico que mostra a mudança de estado físico das substânicas puras apresenta dois patamares, ou seja, duas linhas horizontais, porque enquanto o tempo (eixo das abscissas) passa, a temperatura (eixo das coordenadas) permanece constante no ponto de fusão e no ponto de ebulição até que toda a substância mude deestado físico. Já as misturas não possuem nenhum patamar em seus diagramas de mudança de estado físico porque, à medida que a mistura muda de estado de agregação, sua constituição varia e, desse modo, tanto o processo de fusão 11 (ou solidificação) quanto o processo de ebulição (ou condensação) não ocorrem com uma temperatura fixa, mas começam em uma temperatura e terminam em outra. No entanto, existem dois casos especiais de misturas que não se enquadram nesses padrões. Trata-se das misturas eutéticas e azeotrópicas. Entenda do que se trata cada uma: 3.5.1 Misturas eutéticas: São aquelas que se comportam como uma substância pura durante o processo de fusão (ou solidificação). Isso significa que, quando a mistura é aquecida e começa a passar do estado sólido para o líquido, a temperatura de fusão é fixa e fica constante até que toda a mistura passe para o estado líquido. O mesmo ocorre com o processo inverso, de resfriamento, isto é, o ponto de congelamento ou solidificação é fixo e constante até que todo o líquido solidifique-se. Portanto, o diagrama de mudança de estado físico para as misturas eutéticas é dado por: Gráfico de mudança de estado físico das misturas eutéticas As misturas eutéticas possuem a concentração dos seus constituintes fixa. Um exemplo é a solda — liga metálica formada por exatamente 62% de estanho e 38% de chumbo. Nessas proporções, a solda possui ponto de fusão igual a 183ºC. A solda formada por 62% de estanho e 38% de chumbo é um exemplo de mistura eutética 3.5.2 Misturas azeotrópicas: São aquelas que se comportam como uma substância pura durante o processo de ebulição (ou condensação). Isso significa que, quando a mistura é aquecida e começa a passar do estado líquido para o gasoso, a temperatura de ebulição é fixa e fica constante até que toda a mistura passe para o estado gasoso. O mesmo ocorre com o processo inverso, de resfriamento, isto é, o ponto de condensação é fixo e constante até que todo o gás liquefaça- se. O diagrama de mudança de estado físico para as misturas azeotrópicas é dado por: Gráfico de mudança de estado físico das misturas azeotrópicas As misturas azeotrópicas também precisam ter proporções bem definidas. Um exemplo é o álcool a 96%, ou seja, com 96% de etanol e 4% de água. O ponto de ebulição dessa mistura é exatamente 78,1ºC . 12 4. SEPARAÇÃO DE MISTURAS 4.1 Processos de separação de misturas heterogêneas Os processos de separação de misturas heterogêneas são, no geral, mais simples que os outros. Os principais processos para separar misturas heterogêneas são: Catação: o processo de catação é o mais simples possível, onde utiliza-se a mão ou outro instrumento para realizar a separação. Quando utilizamos a mão para escolher o feijão, estamos realizando uma catação. Levigação: no processo de levigação, utiliza-se a água para separar sólidos com densidades diferentes. No garimpo, a levigação é utilizada para separar o ouro da areia. Decantação: a decantação, que é um processo de separação sólido-líquido, espera-se a sedimentação da parte densa, retirando a parte de menor densidade que ficou na parte de cima do recipiente. Quando é utilizada uma mangueira para retirar a parte de menor densidade, o processo leva o nome de sifonação. Filtração: é o processo de maior eficiência entre os citados até aqui. Na filtração, utiliza-se de micro furos que permitem a passagem do líquido e enquanto seguram a passagem do sólido. Por exemplo, utilizamos os filtros para coar café. 4.2 Processos de separação de misturas homogêneas Já os processos de separação das misturas homogêneas são mais complicados, uma vez que envolvem a mudança de fase de uma fase. Entre estes processos, vamos citar as destilações simples e fracionada. Não estaremos interessados, neste momento, na apresentação da aparelhagem utilizada (que não é simples!), mas sim no processo global. Destilação simples: No processo de destilação simples, participam uma fase líquida e uma sólida. Desta maneira, a forma mais volátil é aquecida até entrar em ebulição e, após isso, é condensada em um recipiente separado. Assim, são obtidas as duas formas separadamente. Destilação fracionada: já na destilação fracionada, são separados os componentes de uma mistura líquido- líquido, como os derivados de petróleo, por exemplo. O processo é similar à destilação simples, mas conta com uma coluna de fracionamento, que serve para separar os componentes de volatilidade diferentes. LISTA DE EXERCICIOS I 1. (Enem - 2018) Na fabricação de qualquer objeto metálico, seja um parafuso, uma panela, uma joia, um carro ou um foguete, a metalurgia está presente na extração de metais a partir dos minérios correspondentes, na sua transformação e sua moldagem. Muitos dos processos metalúrgicos atuais têm em sua base conhecimentos desenvolvidos há milhares de anos, como mostra o quadro: Podemos observar que a extração e o uso de diferentes metais ocorreram a partir de diferentes épocas. Uma das razões para que a extração e o uso do ferro tenham ocorrido após a do cobre ou estanho é: A) a inexistência do uso de fogo que permitisse sua moldagem. B) a necessidade de temperaturas mais elevadas para sua extração e moldagem. C) o desconhecimento de técnicas para a extração de metais a partir de minérios. D) a necessidade do uso do cobre na fabricação do ferro. E) seu emprego na cunhagem de moedas, em substituição ao ouro. 2. (Enem -2015) Ainda hoje, é muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de barro (moringas ou potes de cerâmica não esmaltada) para 13 conservar água a uma temperatura menor do que a do ambiente. Isso ocorre porque: A) o barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a uma temperatura menor que a dele, como se fosse isopor. B) o barro tem poder de “gelar” a água pela sua composição química. Na reação, a água perde calor. C) o barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água evapora, tomando calor da moringa e do restante da água, que são assim resfriadas. D) o barro é poroso, permitindo que a água se deposite na parte de fora da moringa. A água de fora sempre está a uma temperatura maior que a de dentro. E) a moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando substâncias higroscópicas que diminuem naturalmente a temperatura da água. 3. (Enem -2017) A gasolina é vendida por litro, mas em sua utilização como combustível, a massa é o que importa. Um aumento da temperatura do ambiente leva a um aumento no volume da gasolina. Para diminuir os efeitos práticos dessa variação, os tanques dos postos de gasolina são subterrâneos. Se os tanques não fossem subterrâneos: I. Você levaria vantagem ao abastecer o carro na hora mais quente do dia, pois estaria comprando mais massa por litro de combustível. II. Abastecendo com a temperatura mais baixa, você estaria comprando mais massa de combustível para cada litro. III. Se a gasolina fosse vendida por kg em vez de por litro, o problema comercial decorrente da dilatação da gasolina estaria resolvido. Destas considerações, somente: A) I é correta. B) II é correta. C) III é correta. D) I e II são corretas. E) II e III são corretas. 4. (Enem- 2021) A imagem apresenta as etapas do funcionamento de uma estação individual para tratamento do esgoto residencial. TAVARES, K. Estações de tratamento de esgoto individuais permitem a reutilização da água. Disponível em: https://extra.globo.com. Acesso em: 18 nov. 2014 (adaptado). Em qual etapa decanta-se o lodo a ser separado do esgoto residencial? A) 1 B) 2 C) 3 D) 5 E) 6 5. (Enem - 2021) Para preparar o vinho de laranja, caldo de açúcar é misturado com suco de laranja, e a mistura é passada em panos para retenção das impurezas. O líquido resultante é armazenado em garrafões, que são tampados com rolhas de cortiça. Após oito dias de repouso, as rolhas são substituídas por cilindros de bambu e, finalmente, após dois meses em repouso ocorre novamente a troca dos cilindros de bambu pelas rolhas de cortiça. RESENDE, D. R.; CASTRO, R. A.; PINHEIRO, P. C. O saber popular nasaulas de química: relato de experiência envolvendo a produção do vinho de laranja e sua interpretação no ensino médio. Química Nova na Escola, n. 3, ago. 2010 (adaptado). Os processos físico e químico que ocorrem na fabricação dessa bebida são, respectivamente, A) decantação e fervura. B) filtração e decantação. C) filtração e fermentação. D) decantação e precipitação. E) precipitação e fermentação. 14 6. (Enem - 2021) A densidade é uma propriedade que relaciona massa e volume de um material. Um estudante iniciou um procedimento de determinação da densidade de uma amostra sólida desconhecida. Primeiro ele determinou a massa da amostra, obtendo 27,8 g. Em seguida, utilizou uma proveta, graduada em mililitro, com água para determinar o volume da amostra, conforme esquematizado na figura. Considere a densidade da água igual a 1 g/mL. A densidade da amostra obtida, em g/mL, é mais próxima de A) 0,36. B) 0,56. C) 0,62. D) 0,79. E) 2,78. 7. (Enem - 2021) Para assegurar a boa qualidade de seu produto, uma indústria de vidro analisou um lote de óxido de silício (SiO2), principal componente do vidro. Para isso, submeteu uma amostra desse óxido ao aquecimento até sua completa fusão e ebulição, obtendo ao final um gráfico de temperatura T (°C) versus tempo t (min). Após a obtenção do gráfico, o analista concluiu que a amostra encontrava-se pura. Dados do SiO2: Tfusão = 1 600 °C; Tebulição = 2 230 °C. Qual foi o gráfico obtido pelo analista? Alternativas A) B) C) D) E) 8. (Enem - 2019) Na perfuração de uma jazida petrolífera, a pressão dos gases faz com que o petróleo jorre. Ao se reduzir a pressão, o petróleo bruto para de jorrar e tem de ser bombeado. No entanto, junto com o petróleo também se encontram componentes mais densos, tais como água salgada, areia e argila, que devem ser removidos na primeira etapa do beneficiamento do 15 petróleo. A primeira etapa desse beneficiamento é a A) decantação. B) evaporação. C) destilação. D) floculação. E) filtração. 9. (Enem - 2019) “Antes da geração do céu, teremos que rever a natureza do fogo, do ar, da água e da terra. Primeiro, em relação àquilo a que chamamos água, quando congela, parece-nos estar a olhar para algo que se tornou pedra ou terra, mas quando derrete e se dispersa, esta torna-se bafo e ar; o ar, quando é queimado, torna-se fogo; e, inversamente, o fogo, quando se contrai e se extingue, regressa à forma do ar; o ar, novamente concentrado e contraído, torna-se nuvem e nevoeiro, mas, a partir destes estados, se for ainda mais comprimido, torna-se água corrente, e de água torna-se novamente terra e pedras; e deste modo, como nos parece, dão geração uns aos outros de forma cíclica.” PLATÃO, Timeu (c. 360 a.C.). Buscando compreender a diversidade de formas e substâncias que vemos no mundo, diversas culturas da Antiguidade elaboraram a noção de “quatro elementos” fundamentais, que seriam terra, água, ar e fogo. Essa visão de mundo prevaleceu até o início da Era Moderna, quando foi suplantada diante das descobertas da química e da física. Do ponto de vista da ciência moderna, a descrição dos “quatro elementos” feita por Platão corresponde ao conceito de A) partícula elementar. B) força fundamental. C) elemento químico. D) fase da matéria. E) lei da natureza. 10. (Enem - 2016) Para demonstrar os processos físicos de separação de componentes em misturas complexas, um professor de química apresentou para seus alunos uma mistura de limalha de ferro, areia, cloreto de sódio, bolinhas de isopor e grãos de feijão. Os componentes foram separados em etapas, na seguinte ordem: Em qual etapa foi necessário adicionar água para dar sequência às separações? A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5 DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL PROFESSORA: LIARA REIS DATA: 1. O ESTUDO DO ÁTOMO O termo átomo tem origem no grego ἄτομος (atomos, “indivisível”). Significa, na origem, que seria a menor partícula capaz de identificar um elemento químico,e de participar de uma reação química. Mas, será que ainda vale? Veja nesta aula gratuita: O estudo do átomo se iniciou na Grécia antiga com o filósofo Leucipo e seu discípulo Demócrito: para eles, o átomo era o menor componente de toda a matéria existente. Eles fizeram esta proposição 400 anos A.C. Para os gregos, naquela época, era impossível dividir o átomo em partes menores. Ao desenrolar da história, diversos cientistas e estudiosos tentaram definir o átomo quanto a sua forma, dando origem a 16 diversas teorias sobre sua constituição física. Surgiram, então, os modelos atômicos de John Dalton; de Joseph Tromson; de Ernest Rutherford; e de Niels Bohr, que aperfeiçoou o modelo anterior, criando o Modelo Bohr- Rutherford. 1.1 Os Modelos Atômicos 1 – Modelo de Dalton – Após as formulações iniciais dos gregos Leucipo e Demócrito vieram as contribuições de John Dalton, na Inglaterra, em 1808, destacando no ‘Modelo Dalton’ que a Matéria seria formada por partículas muito pequenas, os ‘átomos’; Estes átomos seriam esféricos, maciços, e indivisíveis; Os átomos com as mesmas propriedades seriam parte de um ‘elemento químico’; Os elementos diferentes, portanto, seriam formados por diferentes átomos; E, ainda, que as reações químicas seriam formas de unir, separar ou de rearranjar os átomos. 2 – Modelo de Thomson – No final do século XIX o pesquisador inglês Joseph John Thomson derrubou a concepção de que o átomo era uma esfera indivisível, e que estava no modelo de Dalton. Para chegar a esta conclusão ele produziu um experimento om a emissão de raios catódicos, tendo como resultado a atração de partículas negativas em direção ao polo positivo de um campo elétrico externo. Ele batizou estas partículas de ‘elétrons’. Thomson sugeriu, então, o átomo esférico em equilíbrio elétrico, com cargas positivas e negativas. 3 – Modelo de Rutherford – No início do Século XX o neozelandês Ernest Rutherford derrubou os conceitos anteriores ao demonstrar através de um experimento de que o átomo não era ‘maciço’. Rutherford bombardeou lâminas finíssimas de ouro com partículas alfa, e verificou que algumas passavam ‘direto’ e que outras eram desviadas. Assim, Rutherford deduziu que os átomos teriam um ‘núcleo’ mais consistente e de carga positiva, e que em torno dele orbitavam os elétrons em movimento circular, e de carga negativa. 4 – O Modelo Bohr-Rutherford – Em 1913 o cientista dinamarquês Niels Bohr perfeiçoou o modelo de Rutherford ao propor que os átomos realizavam seus movimentos em diferentes órbitas em torno do núcleo, podendo, inclusive, ‘subir’ ou ‘descer’ de órbitas em torno do núcleo. Niels Bohr inovou na ciência do átomo com três postulados que se tornaram clássicos: as Camadas Eletrônicas; a Movimentação dos Elétrons na mesma camada sem mudança no nível de energia; e os ‘saltos’ dos elétrons de uma camada para outra, com mudança no nível de energia. Veja: A– As diferentes orbitas circulares em torno do Núcleo consistiam-se em ‘camadas eletrônicas’, sendo cada uma 17 delas com o seu próprio nível de energia. Ou seja, uma órbita tem diferente nível energia em relação às demais. B- Quando os elétrons se movimentam numa mesma camada eletrônica eles não absorvem nem emitem energia espontaneamente. C– Ao receber energia, o elétron pode saltar para outra órbita, mais energética. Dessa forma, o átomo fica instável, pois o elétron tende a voltar à sua orbita original. Quando o átomo volta à sua órbita original, ele devolve a energia que foi recebida em forma de luz ou calor. 1.2 A Classificação dos Átomos Os átomos podem possuir o mesmo número de massa, de elétrons, de prótons e de nêutrons veja a seguir, como cada uma dessas situações é chamada: Isoeletrônicos: São os átomos que possuem a mesma quantidade de elétrons; Isóbaros: São os átomos que possuem o mesmo número de massa; Isotonos: São os átomos que possuem o mesmo número de neutros; Isotopos: São os átomos que possuem o mesmo número de prótons, mas, diferem na quantidade de nêutrons. 1.3 A Estrutura do Átomo Os átomos são compostos de, pelo menos, um próton, um elétrone um nêutron.Os prótons e os nêutrons formam o núcleo do átomo, enquanto os elétrons estão distribuídos no espaço em torno do núcleo. Veja na tabela as características das partículas que compõem o átomo. Partícula Sím bolo Carga Massa, Kg elétron e– -1 9,109×10-31 próton p +1 1,673×10-27 nêuton n 0 1,675×10-27 O número de prótons de um átomo é chamado de número atômico e é representado pela letra Z. O número de massa de um átomo corresponde à soma do número de prótons (Z) com o número de neutros (n), e é representada pela letra A. Assim temos: A=Z+n Vamos deixar mais claro? Então veja o exemplo: Se o átomo de potássio (K) apresenta número de massa 39, qual é o seu número de nêutrons, sabendo que o seu número atômico é igual a 19? Dados: A=39 Z = 19 Então: A=Z+n → 39 = 19 + n →n=39-19 → n=20 Portanto o número de neutros é igual a 20. 18 1.4 Distribuição eletrônica A distribuição eletrônica refere- se ao modo em que os elétrons estão distribuídos nas camadas ou níveis de energia que ficam ao redor do núcleo do átomo. O modelo atômico de Rutherford-Böhr mostra que o átomo possui um núcleo com prótons e nêutrons, além de uma eletrosfera formada por várias camadas eletrônicas, com valores de energia específicos para cada tipo de átomo. 1.4.1 Camadas eletrônicas ou níveis de energia Para os elementos conhecidos atualmente, existem, no máximo, sete camadas que são representadas, respectivamente (de dentro para fora), pelas letras K, L, M, N, O, P e Q. Por exemplo, abaixo temos os elétrons do berílio. Ele possui 4 elétrons no total, distribuídos em duas camadas eletrônicas. Assim, a sua distribuição eletrônica é dada por: 2 – 2. No entanto, os elétrons não se distribuem de qualquer forma nessas camadas, havendo, portanto, algumas regras a serem seguidas para essa distribuição. Por exemplo, a primeira camada (K) suporta no máximo 2 elétrons, e a camada de valência (a última camada a ser preenchida) pode possuir no máximo 8 elétrons. Esses e outros fatores ocorrem porque os elétrons distribuem-se nas camadas eletrônicas de acordo com subníveis de energia, que são identificados pelas letras s, p, d, f, que aumentam de energia nessa ordem respectiva. Cada nível comporta uma quantidade máxima de elétrons distribuídos nos subníveis de energia. 1.4.2 Diagrama de Linus Pauling Para tornar mais fácil a distribuição dos elétrons dos átomos nas camadas eletrônicas, o cientista Linus Pauling (1901-1994) criou uma representação gráfica que facilitou a visualização da ordem crescente de energia e a realização da distribuição eletrônica. Essa representação passou a ser chamada de diagrama de Pauling, sendo também conhecida como diagrama de distribuição eletrônica ou, ainda, diagrama dos níveis energéticos, e está exposta abaixo: Antes de você poder realizar a distribuição eletrônica de um átomo por meio do diagrama de Pauling, é necessário saber qual a quantidade máxima de elétrons que pode ser distribuída em cada nível e subnível. Isso está evidenciado a seguir: https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/modelo-atomico-rutherford-bohr.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/modelo-atomico-rutherford-bohr.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/atomo.htm 19 Quantidade máxima de elétrons por níveis Níveis Quantidade máxima de elétrons K 2 L 8 M 18 N 32 O 32 P 18 Q 8 Quantidade máxima de elétrons por subníveis Subníveis Quantidade máxima deelétrons s 2 p 6 d 10 f 14 Além disso, lembre-se de que os elétrons vão preenchendo esses subníveis de acordo com a ordem crescente de energia, que, no diagrama de Pauling, é dada pelo sentido das setas. Agora sim, vejamos um exemplo de como aplicar esses conceitos na distribuição eletrônica: Exemplo 1: Vamos realizar a distribuição eletrônica do magnésio (Mg), cujo número atômico (Z - número de prótons) é igual a 12. Visto que está no estado fundamental, a quantidade de elétrons e de prótons é igual, ou seja, temos que distribuir 12 elétrons. Começaremos pelo subnível 1s, onde só cabem 2 elétrons, e continuaremos preenchendo e seguindo as setas até completar 12 elétrons: Observe que a distribuição eletrônica do magnésio em subníveis de energia é dada por: 1s2 2s2 2p6 3s2. Já a distribuição eletrônica por camadas foi: 2 – 8 – 2, ou seja, o átomo desse elemento possui 2 elétrons na camada K, 8 elétrons na camada L e 2 dois elétrons na camada M. Exemplo 2: Vanádio (Z = 23) Ordem energética: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3 Número total de elétrons por nível ou camada: K = 2, L = 8, M = 11, N = 2 2. TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS Tabela periódica é a organização sistematizada das espécies atômicas de acordo com o seu número de prótons e suas características físico-químicas. https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/protons.htm 20 A tabela periódica é uma organização sistemática das espécies atômicas descobertas e onde é possível obter informações sobre elas, como número atômico e número de massa. Além disso, ela possibilita o estabelecimento de relações em torno das propriedades periódicas dos elementos, como raio atômico e eletronegatividade. Criada por Dmitri Mendeleiev e atualizada por Julius Lothar Meyer, a versão atualizada contém 118 elementos posicionados em ordem crescente de número atômico. Ela é estruturada em grupos (colunas) e períodos (linhas). Cada grupo contém elementos com o mesmo número de elétrons na camada de valência, e os elementos de cada período possuem o mesmo número de camadas eletrônicas. 2.1 Organização da tabela periódica → Família ou grupos As famílias ou grupos da tabela periódica são as colunas (classificadas de acordo com o número de elétrons na camada de valência), ou seja, cada grupo comporta elementos com o mesmo número de elétrons na camada de valência, consequentemente agrupa elementos com características físico- químicas em comum. São ao total 18 grupos. Em alguns livros e artigos, pode-se encontrar a denominação família ou grupo com subdivisões do tipo A e B, mas essa denotação entrou em desuso por recomendação da União Internacional da Química Pura e Aplicada (Iupac). Atualmente a classificação é feita dividindo-se os elementos em colunas, chamadas de grupos, que vão do 1 ao 18. Grupo 1 (metais alcalinos): hidrogênio (está posicionado no grupo 1, mas não possui semelhança com os demais elementos do grupo), lítio, sódio, potássio, rubídio, césio e frâncio. Grupo 2 (metais alcalinoterrosos): berílio, magnésio, cálcio, estrôncio, bário e rádio. Grupo 3: escândio, ítrio e série de lantanídeos (15 elementos) e actinídeos (15 elementos). Grupo 4: titânio, zircônio, háfnio e rutherfórdio. Grupo 5: vanádio, nióbio, tântalo e dúbnio. Grupo 6: cromo, molibdênio, tungstênio e seabórgio. Grupo 7: manganês, tecnécio, rênio e bóhrio. Grupo 8: ferro, rutênio, ósmio, hássio. Grupo 9: cobalto, ródio, irídio e meitnério. Grupo 10: níquel, paládio e platina Grupo 11: cobre, prata, ouro e roentgênio. Grupo 12: zinco, cádmio, mercúrio e copernício. Grupo 13: boro, alumínio, gálio, índio, tálio e nihônio Grupo 14: carbono, silício, germânio, estanho, chumbo e fleróvio. Grupo 15: nitrogênio, fósforo, arsênio, antimônio, bismuto e moscóvio. Grupo 16 (calcogênios): oxigênio, enxofre, selênio, telúrio, polônio e livermório. Grupo 17 (halogênios): flúor, cloro, bromo, iodo, astato e tenessino. Grupo 18 (gases nobres): hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio, radônio e oganésson. → Períodos Período é a classificação dada na horizontal, em linhas, ordenadas de acordo com o número de camadas eletrônicas. No primeiro período, por exemplo, estão os elementos que comportam seus elétrons em apenas uma camada. São sete períodos ao todo. Veja a seguir o número de elementos em cada um. 1º período: 2 elementos. 2º período: 8 elementos. 3º período: 8 elementos. 4º período: 18 elementos. 5º período: 18 elementos. 6º período: 32 elementos. 7º período: 32 elementos. https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinos.htmhttps://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/hidrogenio.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinoterrosos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinoterrosos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinoterrosos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinoterrosos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/calcogenios.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/calcogenios.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/halogenios.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/halogenios.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/halogenios.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/halogenios.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/gases-nobres.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/gases-nobres.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/gases-nobres.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/gases-nobres.htm 21 2.2 Propriedades periódicas Muitas propriedades químicas e físicas dos elementos e das substâncias simples que eles formam variam periodicamente, ou seja, em intervalos regulares em função do aumento (ou da diminuição) dos números atômicos. As propriedades que se comportam dessa forma são chamadas de propriedades periódicas. As principais propriedades periódicas químicas dos elementos são: raio atômico, energia de ionização, eletronegatividade, eletropositividade e eletroafinidade. Já as físicas são: pontos de fusão e ebulição, densidade e volume atômico. A seguir, veja mais detalhadamente as propriedades periódicas químicas: 1- Raio atômico: pode ser definido como a metade da distância (r = d/2) entre os núcleos de dois átomos de um mesmo elemento químico, sem estarem ligados e assumindo os átomos como esferas: Ilustração de raio atômico Na tabela periódica, o raio atômico aumenta de cima para baixo e da direita para a esquerda. Isso acontece porque em uma mesma família (coluna), as camadas eletrônicas vão aumentando conforme se desce uma “casa” e, consequentemente, o raio atômico aumenta. Em um mesmo período (linha), o número de camadas eletrônicas é o mesmo, mas a quantidade de elétrons vai aumentando da esquerda para a direita e, com isso, a atração pelo núcleo aumenta, diminuindo o tamanho do átomo. Ordem de crescimento do raio atômico na Tabela Periódica 2. Energia ou potencial de ionização: é a energia mínima necessária para remover um elétron de um átomo ou íon no estado gasoso. Esse elétron é sempre retirado da última camada eletrônica, que é a mais externa e é conhecida como camada de valência. Quanto maior o raio atômico, mais afastados do núcleo os elétrons da camada de valência estarão, a força de atração entre eles será menor e, consequentemente, menor será a energia necessária para retirar esses elétrons e vice-versa. Por isso, a energia de ionização dos elementos químicos na Tabela Periódica aumenta no sentido contrário ao aumento do raio atômico, isto é, de baixo para cima e da esquerda para a direita: Ordem de crescimento da energia de ionização na Tabela Periódica 3. Eletronegatividade: representa a tendência que um átomo tem de atrair elétrons para si em uma ligação química covalente em uma molécula isolada. Os valores das eletronegatividades dos elementos 22 foram determinados pela escala de Pauling. Foi observado que, conforme o raio aumentava, menor era atração do núcleo pelos elétrons compartilhados na camada de valência. Por isso, a eletronegatividade também aumenta no sentido contrário ao aumento do raio atômico, sendo que varia na Tabela Periódica de baixo para cima e da esquerda para a direita: Ordem de crescimento da eletronegatividade na Tabela Periódica 4. Eletropositividade: é a capacidade que o átomo possui de se afastar de seus elétrons mais externos, em comparação a outro átomo, na formação de uma substância composta. Visto que é o contrário da eletronegatividade, a sua ordem crescente na tabela periódica também será o contrário da mostrada para a eletronegatividade, ou seja, será de cima para baixo e da direita para a esquerda: Ordem de crescimento da eletropositividade na Tabela Periódica 5. Eletroafinidade ou afinidade eletrônica: corresponde à energia liberada por um átomo do estado gasoso, quando ele captura um elétron. Essa energia é chamada assim porque ela mostra o grau de afinidade ou a intensidade da atração do átomo pelo elétron adicionado. Infelizmente, não são conhecidos todos os valores para as eletroafinidades de todo os elementos, mas os que estão disponíveis permitem generalizar que essa propriedade aumenta de baixo para cima e da esquerda para a direita na Tabela Periódica: Ordem de crescimento da afinidade eletrônica na Tabela Periódica Resumidamente, temos: Resumo da variação das propriedades periódicas químicas na Tabela Periódica LISTA DE EXERCICIOS II 1. (Enem - 2021) No final do século XIX, muitos cientistas estavam interessados nos intrigantes fenômenos observados nas ampolas de raios catódicos, que são tubos sob vácuo em que se ligam duas placas a uma fonte de alta tensão. Os raios catódicos passam através de um orifício no ânodo e continuam o percurso até a outra extremidade do tubo, onde são detectados pela fluorescência produzida ao chocarem- se com um revestimento especial, como pode ser observado na figura. Medições da razão entre a carga e a massa dos constituintes dos raios catódicos 23 mostram que a sua identidade independe do material do cátodo ou do gás dentro das ampolas. CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. Porto Alegre: Bookman, 2013 (adaptado). Essa radiação invisível detectada nas ampolas é constituída por A) ânions. B) cátions. C) prótons. D) elétrons. E) partículas alfa. 2. (Enem - 2019) Por terem camada de valência completa, alta energia de ionização e afinidade eletrônica praticamente nula, considerou-se por muito tempo que os gases nobres não formariam compostos químicos. Porém, em 1962, foi realizada com sucesso a reação entre o xenônio (camada de valência 5s25p6) e o hexafluoreto de platina e, desde então, mais compostos novos de gases nobres vêm sendo sintetizados. Tais compostos demonstram que não se pode aceitar acriticamente a regra do octeto, na qual se considera que, numa ligação química, os átomos tendem a adquirir estabilidade assumindo a configuração eletrônica de gás nobre. Dentre os compostos conhecidos, um dos mais estáveis é o difluoreto de xenônio, no qual dois átomos do halogênio flúor (camada de valência 2s22p5) se ligam covalentemente ao átomo de gás nobre para ficarem com oito elétrons de valência. Ao se escrever a fórmula de Lewis do composto de xenônio citado, quantos elétrons na camada de valência haverá no átomo do gás nobre? A) 6 B) 8 C) 10 D) 12 E) 14 3. (Enem - 2015) O cádmio, presente nas baterias, pode chegar ao solo quando esses materiais são descartados de maneira irregular no meio ambiente ou quando são incinerados. Diferentemente da forma metálica, os íons Cd2+ são extremamente perigosos para o organismo, pois eles podem substituir íons Ca2+, ocasionando uma doença degenerativa nos ossos, tornando-os muito porosos e causando dores intensas nas articulações. Podem ainda inibir enzimas ativadas pelo cátion Zn2+, que são extremamente importantes para o funcionamento dos rins. A figura mostra a variação do raio de alguns metais e seus respectivos cátions. ATKINS, P; JONES, L. Princípios de química: Questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2001 (adaptado). Com base no texto, a toxicidade do cádmio em sua forma iônica é consequência de esse elemento A) apresentar baixa energia de ionização, o que favorece a formação do íon e facilita sua ligação a outros compostos. B) possuir tendência de atuar em processos biológicos mediados por cátions metálicos com cargas que variam de +1 a +3. C) possuir raio e carga relativamente próximosaos de íons metálicos que atuam nos processos biológicos, causando interferência nesses processos. 24 D) apresentar raio iônico grande, permitindo que ele cause interferência nos processos biológicos em que, normalmente, íons menores participam. E) apresentar carga +2, o que permite que ele cause interferência nos processos biológicos em que, normalmente, íons com cargas menores participam. 4. (UEFS BA/2016) Os modelos atômicos foram sendo modificados ao longo do tempo, a partir de evidências experimentais, a exemplo dos modelos de Thomson, proposto com base em experimentos com tubo de raios catódicos e o de Rutherford, que, ao fazer incidir partículas alfa, α , sobre lâminas de ouro, observou que a maioria das partículas atravessavam a lâmina, algumas desviavam e poucas eram refletidas. A partir das considerações do texto, é correto destacar: A) As experiências com raios catódicos evidenciaram a presença de partículas de carga elétrica positiva nos átomos dos gases analisados B) O núcleo do átomo é denso e positivo com um tamanho muito menor do que o do seu raio atômico, de acordo com Rutherford. C) O modelo de Thomson considera que o átomo é constituído por elétrons que ocupam diferentes níveis de energia. D) As partículas subatômicas de cargas elétricas opostas estão localizadas no núcleo do átomo, segundo Thomson. E) O experimento conduzido por Rutherford permitiu concluir que as partículas positivas e negativas constituintes dos átomos têm massas iguais. 5. (UFPE/2009) No decorrer do tempo, diferentes modelos foram propostos e aplicados ao estudo da estrutura do átomo. Interpretações consistentes com as ideias básicas desses modelos, permitem afirmar que: A) um dos sucessos do modelo de Bohr para o átomo foi a explicação das raias no espectro atômico do hidrogênio. B) o modelo mecânico-quântico do átomo define órbitas circulares, nas quais o elétron se movimenta ao redor do núcleo. C) a experiência de Rutherford sugere que prótons e elétrons estão distribuídos uniformemente no interior do átomo. D) o modelo proposto por Bohr introduziu o conceito de orbital atômico. E) energia é liberada quando um elétron migra do estado fundamental para um estado excitado. 6. (UFG – GO) O número de prótons, nêutrons e elétrons representados por é, respectivamente: A) 56, 82 e 56. B) 56, 82 e 54. C) 56, 82 e 58. D) 82, 138 e 56. E) 82, 194 e 56. 7. (Unifor – CE) Dentre as espécies químicas: 5B9 5B10 5B11 6C10 6C12 6C14 As que representam átomos cujos núcleos possuem 6 nêutrons são: A) 6C10 6C12. B) 5B11 6C12. C) 5B10 5B11. D) 5B9 6C14. E) 5B10 6C14. 8. (FUCMT-MT) O íon de 11²³Na+ contém: A) 11 prótons, 11 elétrons e 11 nêutrons. B) 10 prótons, 11 elétrons e 12 nêutrons. C) 23 prótons, 10 elétrons e 12 nêutrons. D) 11 prótons, 10 elétrons e 12 nêutrons. E) 10 prótons, 10 elétrons e 23 nêutrons. 9. (Fuvest – SP) O número de elétrons do cátion X2+ de um elemento X é igual ao número de elétrons do átomo neutro https://www.ufg.br/ https://www.unifor.br/ https://site.ucdb.br/noticias/mestrados-e-doutorados/13/historia-do-curso-de-psicologia-da-fucmt-e-registrada-por-mestranda-em-dissertacao/56445/ https://www.fuvest.br/ 25 de um gás nobre. Este átomo de gás nobre apresenta número atômico 10 e número de massa 20. O número atômico do elemento X é: A) 8. B) 10. C) 12. D) 18. E) 20. 10. (FEI-SP) Um cátion metálico trivalente tem 76 elétrons e 118 nêutrons. O átomo do elemento químico, do qual se originou, tem número atômico e número de massa, respectivamente: A) 76 e 194. B) 76 e 197. C) 79 e 200. D) 79 e 194. E) 79 e 197. DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL PROFESSORA: LIARA REIS DATA: 1. LIGAÇÕES QUÍMICAS Ligações químicas são feitas por átomos para terem maior estabilidade e assim formarem diversos compostos. Essas ligações podem ser iônicas, covalentes ou metálicas. Cristais de sal de cozinha, cuja composição química é NaCl, formados por meio de ligações iônicas. As ligações químicas são feitas pelos átomos para que estes possam se tornar estáveis. Para que os átomos possam se ligar, é necessário que eles envolvam seus elétrons da camada de valência, seja doando-os para outro átomo, como no caso da ligação iônica, seja compartilhando-os com outro átomo, como no caso da ligação covalente. Há também uma terceira modalidade de ligação química, específica para os átomos metálicos, cujo nome é ligação metálica. De acordo com a ligação química realizada é que podemos classificar as substâncias. Os compostos iônicos são formados pelas ligações iônicas, as moléculas são formadas pelas ligações covalentes e os metais são formados pelas ligações metálicas. Elas também diferem quanto à força: a ligação metálica é mais forte, sendo sucedida pela ligação iônica e então a covalente. 1.1 Resumo sobre as ligações químicas Átomos se ligam para adquirir maior estabilidade química. A regra do octeto é uma teoria para determinar quando um átomo se torna estável. Segundo a regra do octeto, um átomo se estabiliza ao ter oito elétrons na camada de valência ou adquirir a mesma configuração eletrônica do gás nobre mais próximo na Tabela Periódica. A ligação iônica ocorre quando um átomo doa elétrons para outro átomo. A ligação covalente ocorre quando átomos compartilham pares de elétrons. Elétrons livres mantêm íons metálicos unidos na ligação metálica, de acordo com a teoria do mar de elétrons. 1.2 Regra do octeto Como mencionado, as ligações químicas são feitas pelos átomos para que estes possam se tornar estáveis, mas o que de fato significa um átomo ser estável? Existem diversas regras desenvolvidas para que se possa explicar a estabilidade das espécies atômicas, e uma delas é a regra do octeto. A regra do octeto tem esse nome, pois se baseia na configuração https://portal.fei.edu.br/ https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/atomo.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/teoria-octeto.htm 26 eletrônica dos gases nobres, já que, à exceção do elemento hélio, todos eles possuem oito elétrons na camada de valência. Vejamos o caso dos quatro primeiros gases nobres: hélio (He), neônio (Ne), argônio (Ar) e criptônio (Kr). 2He - 1s2 10Ne - 1s2 2s2 2p6 18Ar - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 36Kr - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 Em suma, pode-se dizer, então, que, pela regra do octeto, um átomo se estabiliza ao adquirir oito elétrons na camada de valência ou quando adquire a configuração eletrônica do gás nobre mais próximo a ele na Tabela Periódica. 1.3 Ligação iônica A ligação iônica ocorre quando um átomo doa elétrons para outro átomo. O átomo que doa é sempre uma espécie de baixa energia de ionização, ou seja, perde elétrons com mais facilidade; já o átomo que recebe é sempre uma espécie de alta afinidade eletrônica, ou seja, tem mais facilidade em receber elétrons. Os elétrons doados e recebidos são sempre os da camada de valência, que, por ser a camada mais externa, é a que sofre menos atração pelo núcleo atômico. Por causa dessa harmonia é que a ligação iônica é considerada uma ligação forte. Como, em geral, os metais são espécies de baixa energia de ionização e os ametais são espécies de alta afinidade eletrônica, muitos identificam que a ligação iônica ocorre sempre entre um metal e um ametal. Exemplo 1: Um exemplo clássico de ligação iônica é a que ocorre entre o sódio (Na) e o cloro (Cl). O átomo de sódio possui número atômico igual a 11, logo, possui 11 prótons. Como todo átomo é uma espécie eletricamente neutra, o átomo de sódio também possui 11 elétrons, assim, sua distribuição eletrônica é: 1s2 2s2 2p6 3s1. A camada de valência do sódio é a que contém o subnível 3s1, e, caso ele perca esse elétron, terá uma nova camada de valência — 2s2 2p6 —, que já possui oito elétrons e, por isso, faria- o estável. Já o cloro é um átomo que possui número atômico igual a 17, logo, possui 17 prótons. Mais uma vez, por ser uma espécie eletricamente neutra, o átomo de cloro também possui 17 elétrons. Sua distribuição eletrônica é, então: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. Como se vê, a camadade valência do cloro é a que contém os subníveis 3s2 e 3p5 (com sete elétrons), e, nesse caso, o cloro precisa de apenas um elétron a mais nessa camada para adquirir oito elétrons nela e então se estabilizar. Por isso, sódio e cloro se ligam, pois o sódio doa o elétron para o cloro, conforme o esquema abaixo mostra: Ao demonstrarmos uma ligação iônica, não há a necessidade de representar todos os elétrons de cada átomo, mas apenas os elétrons de valência. A utilização de setas é comum e recomendada para que se mostre a espécie que doa e a espécie que recebe o(s) elétron(s). Como o sódio perde um único elétron, ele se torna um cátion (íon positivo), Na+. Já o cloro, como recebe um elétron, torna-se um ânion (íon negativo), Cl–. O composto gerado, NaCl, é chamado de cloreto de sódio e é o sal de cozinha, um tempero amplamente utilizado. Na sua forma sólida, como comumente conhecemos, o cloreto de sódio tem uma estrutura espacial muito bem definida, em que os íons de sódio e cloro se alternam, estabilizando a https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/gases-nobres.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/elementos-quimicos-tabela-periodica.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/ligacao-ionica.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/energia-ionizacao.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/afinidade-eletronica.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/afinidade-eletronica.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/protons.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/distribuicao-eletronica.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/cloro.htm 27 estrutura, uma vez que possuem cargas opostas. Representação da estrutura cristalina do cloreto de sódio. Outra forma de identificarmos se um composto é iônico é pela diferença dos valores de eletronegatividade de cada átomo participante do composto. Caso essa diferença seja maior que 1,70, nós dizemos que esse composto é iônico. Por exemplo, a eletronegatividade do sódio é de 0,93, enquanto a eletronegatividade do cloro é de 3,16. Se fizermos a diferença, temos que: 3,16 – 0,93 = 2,23 Como 2,23 é maior que 1,70, podemos afirmar que o cloreto de sódio é um composto iônico. Exemplo 2: Veja outro exemplo de ligação iônica, entre o metal alcalinoterroso cálcio (Z = 20) e o halogênio flúor (Z = 9). - Distribuição eletrônica do cálcio: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 → Precisa perder dois elétrons para se estabilizar. - Distribuição eletrônica do flúor: 1s2 2s2 2p5 → Precisa ganhar um elétron para se estabilizar. Perceba nesse exemplo que, como o cálcio precisa perder dois elétrons, um átomo de flúor não é suficiente (pois o flúor só necessita de um elétron para se estabilizar), dessa forma, são necessários dois átomos de flúor para que o composto se torne estável. O cálcio possui uma eletronegatividade de 1,00, enquanto a eletronegatividade do flúor é de 3,98. Assim, a diferença entre as eletronegatividades é de 2,98, que é um valor maior que 1,70, confirmando que se trata de um composto iônico. 1.4 Ligação covalente A ligação covalente ocorre quando os átomos compartilham entre si os seus elétrons. Diferentemente da ligação iônica, na ligação covalente os átomos envolvidos não possuem características antagônicas, mas sim semelhantes. Percebe-se que a ligação covalente ocorre entre átomos de ametais, que são espécies que possuem alta energia de ionização (não perdem elétrons com facilidade) e alta afinidade eletrônica (mais facilidade em receber elétrons). Como os átomos envolvidos possuem características semelhantes e necessitam simultaneamente ganhar elétrons para se estabilizar, o que ocorre é um compartilhamento dos elétrons das camadas de valência para estabilizar a espécie gerada, a qual é chamada de molécula. Exemplo 1: Vejamos o caso da molécula de água, cuja fórmula é H2O. - Distribuição eletrônica do hidrogênio (H, Z = 1): 1s1 → Precisa ganhar um elétron para se estabilizar. - Distribuição eletrônica do oxigênio (O, Z = 8): 1s2 2s2 2p4 → Precisa ganhar dois elétrons para se estabilizar. Nesse caso, como podemos ver logo abaixo, o oxigênio compartilha dois dos seus seis elétrons de valência com o único elétron de valência de cada átomo de hidrogênio. Assim, os pares de elétrons gerados são compartilhados entre o oxigênio e os respectivos átomos de hidrogênio. Consideramos, então, que o oxigênio fica com oito elétrons (seus seis originais, mais os dois adquiridos através dos hidrogênios no compartilhamento) e cada hidrogênio https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/eletronegatividade.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinoterrosos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais-alcalinoterrosos.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/halogenios.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/ligacao-covalente.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/ligacao-covalente.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/hidrogenio.htm 28 fica com dois elétrons (seu elétron original, mais o elétron adquirido no compartilhamento com o oxigênio). O composto covalente (ou molécula) formado é geralmente representado por uma fórmula estrutural característica, como a que se segue: Nessa notação, cada par de elétrons compartilhado entre os átomos é substituído por uma barra. Alguns autores também decidem representar os pares de elétrons não ligantes, ou seja, os que não fazem nenhuma ligação covalente, com pequenas esferas sobre o átomo a que eles pertencem. Também é possível que os átomos compartilhem mais de um par de elétrons, podendo chegar, na verdade, a três pares de elétrons compartilhados entre os mesmos átomos. Exemplo 2: Veja o caso do CO2, comumente chamado de gás carbônico. - Distribuição eletrônica do carbono (C, Z = 6): 1s2 2s2 2p2 → Precisa ganhar quatro elétrons para se estabilizar. - Distribuição eletrônica do oxigênio (O, Z = 8): 1s2 2s2 2p4 → Precisa ganhar dois elétrons para se estabilizar. Cada átomo de oxigênio, nessa estrutura, compartilha seus dois elétrons de valência com dois dos quatro elétrons de valência do carbono, estabelecendo o que nós chamados de uma ligação covalente dupla. Assim, consideramos que cada átomo de oxigênio pode considerar mais dois elétrons na sua estrutura e que o carbono pode considerar mais quatro elétrons na sua estrutura. Outra forma de identificar se uma substância é covalente é pela diferença de eletronegatividade dos átomos. No caso dos compostos covalentes, a diferença entre os valores de eletronegatividade deve ser menor que 1,70. No caso da água, o hidrogênio possui eletronegatividade igual a 2,20 e o oxigênio possui eletronegatividade igual a 3,44. A diferença, então, será: 3,44 – 2,20 = 1,24 Como 1,24 é menor que 1,70, podemos confirmar que a água se trata de um composto covalente. 1.4.1 Ligação Covalente Dativa A ligação covalente dativa é um compartilhamento de pares de elétrons, em que estes são provenientes de um único átomo. O ácido sulfúrico é um exemplo de molécula formada por três ligações covalentes normais e duas ligações covalentes dativas entre seus átomos Na Ligação Covalente, vimos que esse tipo de ligação química ocorre quando há o compartilhamento de pares de elétrons entre átomos de hidrogênio, ametais e semimetais. Agora veremos um tipo especial de ligação covalente, a ligação covalente dativa, também chamada de ligação covalente coordenada. Essa ligação também ocorre com o compartilhamento de pares de elétrons, porém, a diferença é que, na ligação covalente normal, os elétrons https://www.manualdaquimica.com/quimica-ambiental/dioxido-carbono.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-ambiental/dioxido-carbono.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-organica/carbono.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/ligacao-covalente.htm 29 são provenientes dos átomos dos dois elementos, já na ligação covalente dativa, os elétrons são provenientes somente de um dos átomos. Em relação à localização na Tabela Periódica,os ametais e semimetais que realizam ligações covalentes normais e dativas poderão realizar, no máximo, as seguintes ligações: Possibilidade de realização de ligação covalente dativa dos ametais e semimetais principais da Tabela Periódica Esse tipo de ligação ocorre com moléculas muito importantes estudadas na Química Inorgânica, como os óxidos ácidos (anidridos) e os óxiácidos (ácidos que possuem o oxigênio em sua constituição). Exemplo: SO2: Dióxido de enxofre (gás sulfuroso): O oxigênio e o enxofre são ambos da família 16, o que significa que eles possuem seis elétrons na camada de valência e precisam receber mais dois elétrons (segundo a regra do octeto) para ficar estáveis. Observe a seguir que primeiro o enxofre liga-se a um dos átomos de oxigênio, realizando duas ligações covalentes normais, ou seja, compartilham dois pares de elétrons, ficando ambos estáveis: Formação da ligação covalente normal entre o oxigênio e o enxofre No entanto, ainda temos o outro oxigênio que não está estável e também precisa receber dois elétrons. O enxofre, que é o elemento central, possui dois pares de elétrons disponíveis, assim ele cede um de seus pares para o oxigênio por meio de uma ligação covalente dativa, que é indicada por uma seta que vai em direção ao átomo que utiliza o par eletrônico do outro: Exemplo do dióxido de enxofre de ligação dativa 1.5 Exceções à regra do octeto Alguns compostos covalentes acabam sendo exceções à regra do octeto, o que quer dizer que alguns dos átomos desses compostos não se estabilizam com oito elétrons na camada de valência, mas com menos ou mais que oito elétrons. Os átomos de boro (B) e berílio (Be) são casos de elementos que se estabilizam com menos que oito elétrons. Frequentemente percebemos o berílio se estabilizando com quatro elétrons na camada de valência, como no caso do BeH2, e o boro se estabilizando com seis elétrons na camada de valência, como é o caso do BH3. Já o enxofre, no composto SF6, faz o que chamamos de expansão do octeto, ou seja, estabiliza-se com mais de oito elétrons na camada de valência (no caso, 12 elétrons). 30 A molécula do NO2 traz outra exceção interessante à regra do octeto. Nessa molécula, podemos considerar a presença de um elétron desemparelhado, ou seja, um elétron não ligante isolado, sem ter outro elétron para fazer um par. Isso pode ocorrer quando o somatório dos elétrons de valência dos átomos da molécula for ímpar. No NO2, o nitrogênio tem cinco elétrons de valência e cada oxigênio tem seis, logo, o somatório é igual a 17 elétrons. Por conta dessas falhas da regra do octeto, alguns livros trazem teorias mais modernas para explicar de forma única a formação dos compostos, entretanto, tal discussão foge das necessidades de conhecimento do ensino básico. 1.6 Ligação metálica Os metais, como mencionado, são espécies químicas que possuem uma baixa energia de ionização, o que quer dizer que perdem elétrons de valência com facilidade. Com base nessa propriedade, cientistas desenvolveram a teoria do mar de elétrons para justificar a ligação entre átomos de um determinado metal. Segundo essa teoria, os átomos do metal estariam em posições bem definidas com seus elétrons de valência totalmente livres pela estrutura. Assim, os metais estariam com uma carga positiva e sendo estabilizados por esse amontoado de elétrons livres, de carga negativa, dando a sensação de que os cátions metálicos estariam submersos em um mar de elétrons. Assim como a presença dos elétrons entre dois átomos os mantém unidos numa ligação covalente, a presença dos elétrons livres nesse mar de elétrons é que mantém os átomos metálicos unidos, no que conhecemos como ligação metálica. Entretanto, vale salientar que, nesse modelo de ligação metálica, os átomos dos metais não obedecem à regra do octeto. A teoria do mar de elétrons serve para explicar o porquê dos metais conduzirem corrente elétrica no estado sólido. Sabe-se que corrente elétrica é o mesmo que cargas em movimento, em um fluxo ordenado. Como o elétron é uma carga elétrica, ao se aplicar uma diferença de potencial, ele pode manter um fluxo pela estrutura do metal, uma vez que está livre para se movimentar. Esse movimento dos elétrons é, então, a corrente elétrica que o metal conduz. Apesar de explicar alguns comportamentos dos compostos metálicos, a teoria do mar de elétrons já foi refutada por teorias mais modernas, porém também mais complexas, as quais envolvem conhecimentos prévios de mecânica quântica e não são debatidas no ensino básico. https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais.htm https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/ligacao-metalica.htm 31 1.7 Forças Intermoleculares As três forças intermoleculares existentes são: força de dipolo permanente, força de dipolo induzido e ligação de hidrogênio. As moléculas polares do HCl mantêm-se unidas por meio da força de dipolo permanente No nosso cotidiano, vemos várias substâncias com diversas propriedades diferentes, tais como, os estados físicos, os pontos de fusão e de ebulição, a solubilidade e assim por diante. Em grande parte, essas diferenças de propriedades que observamos nas substâncias devem-se às diferentes interações e atrações que se estabelecem entre as suas moléculas. Esses tipos de interações foram bastante estudados pelo físico holandês Johannes Diederik Van der Waals (1837-1923) e, em sua homenagem, elas passaram a ser chamadas de Forças de Van der Waals. São também bastante chamadas de Forças Intermoleculares. Existem três tipos de forças intermoleculares, que são: dipolo permanente, dipolo induzido e ligações de hidrogênio (antigamente chamada de pontes de hidrogênio). Veja cada uma: 1.7.1 Força de dipolo permanente: Ocorre somente em moléculas polares, em que os elétrons estão distribuídos de forma assimétrica, ou seja, uma parte da molécula possui maior densidade eletrônica. No caso de moléculas diatômicas, o elemento mais eletronegativo atrai os elétrons da ligação e força um dipolo elétrico, como ocorre com o cloreto de hidrogênio (HCl) mostrado abaixo: Molécula polar de cloreto de hidrogênio Em moléculas assim, a parte positiva atrai a parte negativa de outra molécula e assim sucessivamente. Força de dipolo permanente entre moléculas de cloreto de hidrogênio Essa é a força de dipolo permanente que possui intensidade média (é mais intensa que a força de dipolo induzido, mas é menos intensa que a força da ligação de hidrogênio). 1.7.2 Força de dipolo induzido (forças de London): Ocorre em moléculas polares e apolares (que são aquelas em que os elétrons estão distribuídos uniformemente, não havendo um dipolo elétrico na molécula). No entanto, quando essas moléculas (ou átomos, como no caso 32 dos gases nobres) aproximam-se, pode acontecer que ocorram deformações nas nuvens de elétrons, pois há atrações e repulsões entre os elétrons e os núcleos dos átomos. Essa deformação é apenas temporária, mas forma regiões do átomo ou da molécula que ficam com maior quantidade de elétrons, ou seja, são formados dipolos instantâneos. Ao se aproximar de outras moléculas, esse dipolo instantâneo pode induzir a molécula vizinha a também se polarizar e assim surgem forças atrativas, que são as forças de dipolo induzido. Atração intermolecular do tipo dipolo induzido A força de dipolo induzido é a de menor intensidade e é também chamada de Força de London. As forças intermoleculares existentes entre moléculas apolares foram explicadas e relacionadas com o movimento dos elétrons pelo cientista: Fritz Wolfgang London (1900-1954). 1.7.3 Ligações de Hidrogênio: Essa é a força intermolecular mais intensa e é uma atração que ocorre entre o hidrogênio e átomos de flúor, oxigênio e nitrogênio. H → F H → O H → N É esse tipo de força intermolecular que ocorre, por exemplo, entre as moléculas de água. Tais moléculas são polares, sendo que o oxigênio possui carga parcial negativa (δ-) e os hidrogênios possuem carga parcial positiva (δ+). Assim, acontece que um hidrogênio de uma molécula de água