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Histologia III Sistema Genital Masculino Componentes: - Testículos. - Ductos genitais. - Glândulas acessórias. - As secreções dos ductos genitais e das glândulas acessórias compõem o semem. - Pênis. Testículo: - Glândula exócrina e endócrina. - Função: produzir hormônios sexuais masculinos (secreção endócrina) e espermatozoides (secreção exócrina). - Testosterona: - Papel essencial na espermatogênese. - Diferenciação sexual durante o desenvolvimento embrionário e fetal. - Controle da secreção de gonadotrofinas. - A di-hidrotestosterona, metabólito da testosterona, age em órgãos e tecido durante a puberdade, levando ao aparecimento de pelos, etc. - Revestimento: - Pele. - Túnica vaginal: membrana serosa que constitui uma extensão do peritônio. - Apresenta duas camadas, uma parietal exterior e uma visceral interna. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Não reveste o testiculo completamente, mas cobre suas porções anterior e lateral. - Durante o desenvolvimento fetal, os testículos crescem na parede dorsal da cavidade abdominal. Em determinado momento, eles migram e se alojam na bolsa escrotal e ficam suspensos pelo cordão espermático. Nesse processo, arrastam consigo um folheto do peritônio, a túnica vaginal. - A bolsa escrotal mantém os testículos a uma temperatura inferior à temperatura intra-abdominal. - Túnica albugínea: - Faixa acidófila (rosa) nos cortes histológicos. - Espessa camada de tecido conjuntivo denso rica em fibras colágenas. - Pouco vascularizada, com aspecto esbranquiçado. - A região posterior da túnica albugínea é mais espessada e denominada de mediastino testicular e recebe os espermatozóides provenientes dos lóbulos testiculares. - Do mediastino testicular, partem septos fibrosos que penetram o testículo e o dividem em lóbulos testiculares. - Esses septos são incompletos e frequentemente se comunicam. - Cada lóbulo é ocupado por um a quatro túbulos seminíferos. - Organização interna: - Dívida em lóbulos por projeções da túnica albugínea, formados por: - Túbulos seminíferos: - Organizam-se como novelos envolvidos por tecido conjuntivo frouxo rico em vasos sanguíneos e linfáticos e células intersticiais (de Leydig). - Tubos de fundo cego. - Nas extremidades, estruturas denominadas túbulos retos conectam os túbulos seminíferos à rede testicular. - A rede testicular corresponde a um labirinto de canais anastomosados revestidos por epitélio simples pavimentoso ou cúbico localizado no mediastino do testículo. - Os ductos eferentes conectam a rede testicular ao ducto epididimário ou ducto epidídimo. - Ações: - Os túbulos em si produzem as células reprodutoras masculinas. - As células intersticiais produzem andrógeno testicular. - No menino, observamos apenas uma camada de células, conhecidas como espermatogônias, formando o epitélio dos túbulos seminíferos. - No homem após a puberdade, a parede dos túbulos seminíferos é constituída por epitélio de revestimento Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF pluriestratificado, formado por espermatogônias do tipo A, do tipo B, espermatócitos primários e secundários e espermátides (os espermatozóides estão no lúmen e não no epitélio do túbulo seminífero). - Presença das células de Sertoli na parede dos túbulos seminíferos: - Apresentam aspecto alongado ou piramidal. - Sua superfície basal se adere à lâmina basal dos túbulos, região próxima da qual o núcleo celular se localiza. - Sua extremidade apical conecta-se com o lúmen dos túbulos. - O citoplasma é de difícil delimitação. - Possuem inúmeros recessos em sua superfície. - Esses recessos alojam as células da camada espermatogênica. - As células de Sertoli adjacentes são unidas por junções ocludentes em suas paredes basolaterais, formando a barreira hematotesticular. - A barreira formada divide a parede testicular em dois compartimentos: - Compartimento adluminal: - Ocupado por células que derivam da divisão das espermatogônias: espermatócitos, espermátides e espermatozóides. - Local onde ocorre a espermatogênese. - Compartimento basal: - As espermatogônias permanecem abaixo da barreira, no compartimento basal. - Contínuo com o tecido conjuntivo, comunicando-se com o resto do organismo. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Funções: - Por meio de reentrâncias laterais, sustentam as células que darão origem aos espermatozoides (função de suporte estrutural): - A cabeça dos espermatozoides se apoia nas células de Sertolli. - Responsáveis pela troca de nutrientes e metabólitos. - Fagocitam restos celulares do processo de espermiogênese. - Secretam continuamente no túbulo seminífero um fluído que auxilia no processo de transporte dos espermatozoides. - Auxiliam no processo de espermatogênese, secretando: - Proteína ligadora de andrógeno (ABP): Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Concentra testosterona nos túbulos seminíferos, onde ela é requisitada para a espermatogênese. - Produzem inibina: - Peptídeo que suprime a síntese e a liberação de FSH na hipófise. - Podem converter testosterona em estradiol. - Função de defesa pela formação de junções oclusivas entre as células de Sertoli vizinhas, formando a barreira hematotesticular. - Proteção para as células em desenvolvimento contra a resposta autoimune. - Isola as células germinativas. - Parede do túbulo seminífero: - Formada por uma camada de células denominadas epitélio germinativo ou epitélio seminífero, envolvido por uma lâmina basal e uma bainha de tecido conjuntivo: - Epitélio seminífero: - Formado por duas populações: - Células de Sertoli. - Células germinativas: - Células basais: espermatogônias. - Escasso citoplasma. - Núcleo volumoso. - Cromatina bastante condensada. - Espermatócitos: - Cromatina menos condensada (o núcleo torna-se menos corado, menos proeminente). - Espermátides: - Células haplóides que dão origem aos espermatozoides por meio da espermiogênese (diferenciação final das células em espermatozoides). Revisão de espermatogênese: Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Não é um processo sincronizado entre células de um mesmo túbulo seminífero e entre túbulos seminíferos diferentes. Essa assíncrona que caracteriza o ciclo do epitélio seminífero é responsável pela exibição de fases diferentes da espermatogênese pelos túbulos seminíferos. - Depende de fatores hormonais, temperatura, entre outros (desnutrição, alcoolismo, irradiação, determinados fármacos). - A descida do testículo para a bolsa escrotal, o suor da pele que a envolve e a presença do plexo venoso pampiniforme que envolve as artérias testiculares e permite as trocas de calor contribui para a manutenção da temperatura testicular a níveis aceitáveis para a espermatogênese. - Na puberdade, as espermatogônias, próximas a lâmina basal, iniciam um processo contínuo de divisões mitóticas, produzindo gerações sucessivas. - As células-filhas podem seguir por dois caminhos: - Continuar gerando novas espermatogônias, permanecido como células-tronco de espermatogônias, denominadas espermatogônias do tipo A (espermatocitogênese). - Diferenciam-se para se tornar espermatogônias do tipo B. - Suas células filhas não se dividem completamente produzindo espermatócitos primários, que iniciam a meiose. - Os espermatócitos primários apresentam, então, 46 cromossomos e o dobro do material genético humano (devido à duplicação do DNA). - Os espermatócitos primários e os seus descendentes permanecem unidos por pontes citoplasmáticas. - Os espermatócitos primários são aqueles de fato observados no microscópio, pois permanecem na prófase I por cerca de 21 dias. - Originam os espermatócitos secundários pela primeira divisão da meiose. - Originam as espermátides pela segunda divisão da meiose, células haplóides com 23 cromossomos. - As espermátides entram em espermiogênese e dão origem aos espermatozoides: - Formação do acrossoma: - Contém várias enzimas hidrolíticas, assemelhando-se a um lisossomo. - Capaz de dissociaras células da coroa radiata e digerir a zona pelúcida, que envolve o ovócito (reação acrossômica). - Condensação e alongamento do núcleo. - Desenvolvimento do flagelo. - Correlação clínica: síndrome dos cílios imóveis por falta de dineína ou outras proteínas requeridas para a motilidade ciliar e flagelar. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Infertilidade provocada por espermatozóides imóveis. - Infecções respiratórias crônicas. - Perda da maior parte do citoplasma. - Lâmina basal. - Bainha de tecido conjuntivo: - Constituída de duas camadas: - Camada interna constituída por células mióides: - Aparece ao redor da parede externa dos tubos, aderida à lâmina basal. - São células contráteis. - Importantes para ajudarem os espermatozoides a migrarem dos túbulos seminíferos para o mediastino testicular. - Camada externa formando o interstício testicular: - Tecido conjuntivo frouxo delicado contendo nervos e vasos sanguíneos e linfáticos. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Presença de células de Leydig: - Células globosas com citoplasma amplo e claro e núcleo central. - Tornam-se evidentes durante a puberdade. - Produzem testosterona, hormônio masculino responsável pelo desenvolvimento das características masculinas secundárias. - Estimuladas por LH (hormônio luteinizante produzido na hipófise). - Os capilares localizados ao redor dessas células são fenestrados com diafragma. - Os lipídeos usados na síntese do hormônio esteroide estão localizados em microvacúolos. - Durante a confecção da lâmina, esse lipídeo é dissolvido, permanecendo pequenos pontos de microvacúolos vazios no citoplasma. - Na luz do túbulo seminífero, observam-se os flagelos dos espermatozoides. - O fluido testicular é produzido pelas células de Sertoli e pelas células da rede testicular. - Contém esteróides, íons e uma proteína de andrógeno que transporta testosterona. - Histofisiologia - O FSH, produzido pela adeno-hipófise, age nas células de Sertoli promovendo a síntese de proteína ligante de andrógeno. - O LH age sobre as células intersticiais, estimulando a produção de testosterona. - Correlação clínica: - Tumor de células germinativas do testículo. - Criptorquidia: - Testiculo ectópico. - Falhas na descida do testículo durante a vida fetal. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Inibe a espermatogênese pois a temperatura nos órgãos chega a 37 graus celsius. - Importante examinar o recém-nascido masculino a procura o testiculo na bolsa escrotal. - Se o testículo não tiver permanecido por muito tempo em temperaturas elevadas, a espermatogênese pode ser recuperada. Caso contrário, o homem se torna estéril, mas desenvolve características masculinas secundárias e alcança a ereção (pois isso depende de outros fatores, como a produção de testosterona). Ductos intratesticulares: - Caminho dos espermatozoides: - Túbulos retos: revestidos por epitélio cúbico simples. - Continuidade da extremidade dos túbulos seminíferos. - Faltam as células da linhagem espermatogênica. - Epitélio apoiado em uma camada de tecido conjuntivo denso. - Rede testicular: - Localizada no mediastino testicular. - Rede altamente anastomosada de canais revestidos por um epitélio de células cubóides. - Dúctulos eferentes: - Emergem da rede testicular. - Formados por epitélio cubóide a epitélio prismático simples ciliado e não ciliado a depender da porção. - As células desprovidas de cílios absorvem o fluido secretado pelos túbulos seminíferos, o que, conjuntamente com as células com cílios que batem em direção ao epidídimo, conduzem os espermatozóides. - Os dúctulos eferentes gradativamente convergem para formar o epidídimo. Ductos extratesticulares: - Epidídimo: - Tubo único enovelado. - Armazena e matura os espermatozoides (por exemplo, garantir mobilidade ao gameta). - Possui: - Cabeça: junção dos dúctulos eferentes. - Corpo. - Cauda. - Parede: - Epitélio cilíndrico pseudo estratificado com estereocílios. - Componentes: - Células basais: dão origem às células principais. - Células principais: - Predominante. - Produzem glicerofosfocolina, substância que inibe a capacitação até que os espermatozóides encontrem o ovócito. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Armazena a secreção das células de Sertoli graças ao estereocílios, que a absorvem). - Mais ações do epitélio: - Absorve e digere corpos residuais das espermátides, que são eliminados durante a espermatogênese. - Músculo liso: - Importância no impulsionamento dos espermatozóides, pois suas contrações peristálticas ajudam a impulsionar o fluido ao longo do tubo. - Interstício: - Tecido conjuntivo frouxo. - Vasos. - Nervos. - Ducto deferente: - Componente do cordão ou funículo espermático - Inclui também a artéria testicular, o plexo pampiniforme (formado por inúmeras pequenas veias) e nervos. - Continuação do ducto epididimário. - Começa na cauda do epidídimo, no polo inferior do testículo. - Termina na uretra prostática. - Possui lúmen estreito e paredes musculares relativamente espessas, o que confere a ele firmeza semelhante a de um cordão. - Camadas: - Mucosa: Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Forma dobras longitudinais. - Composta por tecido epitelial de revestimento pseudo estratificado cilíndrico com estereocílios e sua lâmina própria ou córion (tecido conjuntivo frouxo rico em fibras elásticas que sustenta epitélio de mucosas). - Muscular: - Bem desenvolvida. - A contração dessa musculatura permite que o espermatozoide chegue à luz da uretra durante a ejaculação. - Partes: - Longitudinal interna. - Circular média: camadas concêntricas de fibras musculares lisas. - Longitudinal externa. - Adventícia: tecido conjuntivo frouxo. - Reveste a parede externa do canal deferente. - Conecta com os demais componentes do cordão espermático. - A porção terminal do canal deferente, antes deste desembocar na uretra prostática, forma uma dilatação denominada de ampola do canal deferente. - Caracterizada por numerosas pregas ramificadas e epitélio mais espesso com recessos em fundo de saco. - Em sua porção final, desembocam as vesículas seminais. - Ducto ejaculador: Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Segmento do canal deferente que penetra na próstata. - Mucosa semelhante a da ampola do canal deferente, porém não envolvida por musculatura lisa. - Uretra: - Tubo longo relacionado ao sistema genital masculino e ao sistema urinário. - Anatomicamente, classificada em três partes: - Prostática: - Epitélio urotelial (epitélio de células transicionais ou mistas) - Membranosa: - Epitélio colunar pseudo estratificado. - Peniana: - Epitélio colunar pseudo estratificado a epitélio escamoso não queratinizado. - Presença das glândulas de Littré, que são glândulas mucosas presente na uretra peniana. - Produz uma secreção mucosa que protege e lubrifica o revestimento da uretra. Glândulas acessórias: - Vesículas seminais: Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Túbulos cuja mucosa apresenta-se pregueada e formada por epitélio secretor simples cubóide ou pseudoestratificado colunar nos cortes histológicos e pela lâmina própria. - O epitélio contém células pleomórficas pseudomalignas (monster cells) e pigmentos amarelo-ouro intracitoplasmáticos de lipofuscina. - O ducto excretor da vesícula seminal se funde com o ducto do canal deferente, formando o ducto ejaculador, localizado no interior da próstata. - Esse ducto ejaculador apresenta aspectos histológicos semelhantes ao da vesícula seminal e atravessa a zona central da próstata e deságua na uretra prostática. - Por esse motivo, as mesmas atipias (núcleos hipercromáticos, nucléolos evidentes, etc) observadas no adenocarcinoma de próstata são vistas nos ductos ejaculadores. - O critério mais importante para a distinção é o achado o pigmento de cor pardo-amarelada, semelhante a lipofuscina, presenteno epitélio das vesículas seminais e dos ductos ejaculadores, mas incomum em tumores prostáticos. - Apresenta espessa camada dupla de músculo liso (camada circular interna e longitudinal externa). - Ainda apresenta uma camada externa adventícia de tecido conjuntivo rico em fibras elásticas. - As células epiteliais são ricas em grânulos de secreção. - NÃO são reservatórios para espermatozoides, mas sim produzem uma secreção amarelada que contém substâncias importantes para a vida dos espermatozóides. - Os carboidratos presentes nessa secreção são importantes para a motilidade do espermatozoide. A frutose é o mais abundante desses carboidratos. - Apresenta fibrinogênio e prostaglandina: - Reagem com o muco cervical feminino, tornando-o mais receptivo ao movimento dos espermatozoides. - Promove contrações peristálticas no útero e tubas uterinas, auxiliando no movimento ascendente dos espermatozoides. - Produz 70% do volume ejaculado humano. - A altura das células epiteliais e o grau de atividade secretora da glândula depende dos níveis circulantes de testosterona. - Próstata: Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Conjunto de 30 a 50 glândulas túbulo-alveolares ramificadas: - Glândulas formadas por um epitélio cubóide alto ou pseudoestratificado colunar. - Apresenta um estroma fibromuscular rico em fibras elásticas e altamente vascularizado. - Envolvida por uma cápsula fibroelástica rica em músculo liso que emite septos para o interior da glândula. - Produz uma secreção clara e alcalina, lançada na uretra prostática: - A alcalinidade é importante para neutralizar a acidez dos outros líquidos seminais e da vagina, aumentando a motilidade e a fertilidade dos espermatozoides. - Frequentemente, no lúmen de glândulas da próstata de adultos, observa-se corpos esféricos de glicoproteínas solidificadas, os corpos amiláceos ou concreções prostáticas (copos lamelados concêntricos, concreções calcárias). - Apresenta: - Zona periférica: envolve a uretra distal. - Zona de transição: envolve a uretra proximal. - Zona central: acompanha o trajeto dos ductos ejaculadores. - Pode ser dividida de acordo com a distribuição das glândulas: - Grupo interno: glândulas mucosas e submucosas, localizadas nas zonas intermediária e central. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Grupo externo: glândulas externas, zona periférica. - Envolve a porção da uretra denominada uretra prostática, onde desembocam os ductos da próstata. - Estrutura e função da próstata são reguladas pela testosterona. - Correlação clínica: - Hipertrofia ou hiperplasia prostática benigna: aumento do volume da próstata. - Ocorre com a idade. - Diminui o lúmen da uretra: - Polaciúria. - Infecções por repetição. - Ocorrem geralmente na zona de transição e um pouco na zona central do órgão. - Tumores prostáticos malignos: - Ocorre principalmente na zona periférica do órgão (corresponde a 70% da glândula). - Pode invadir o revestimento externo e comprometer as estruturas da pelve. - O antígeno específico da próstata é secretado no soro e se apresenta elevado nessas neoplasias. - Glândulas bulbouretrais ou glândulas de Cowper: Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Situam-se na porção membranosa da uretra. - São glândulas túbulo-alveolares, revestidas por epitélio cúbico simples secretor de muco, em meio a um estroma fibromuscular contendo muitas fibras elásticas. - O muco secretado age como lubrificante. - Liberadas durante a excitação sexual, antes da ejaculação. Pênis: Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Formado pela raiz, corpo e glande (dilatação distal). - Componentes principais: uretra e três corpos cilíndricos de tecido erétil, sendo este conjunto envolvido por pele. - Dois desses cilindros: corpos cavernosos, localizados na parte dorsal do pênis. - Constituídos por emaranhados de lacunas vasculares irregulares, que se assemelham a vênulas, sustentadas por tecido conjuntivo frouxo. - São labirintos vasculares revestidos por endotélio e sua lâmina basal. - Pode existir algumas células musculares lisas ao redor. - Quando esses espaços estão cheios de sangue, o pênis fica ereto. - A ereção ocorre quando impulsos vasodilatadores do parassimpático causam o relaxamento da musculatura dos vasos penianos e do músculo liso dos corpos cavernosos. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - A vasodilatação também se associa a inibição de impulsos vasoconstritores do simpático. - A abertura das artérias penianas e dos espaços cavernosos aumentam o fluxo de sangue que preenchem as lacunas vasculares, produzindo rigidez do penis. - O terceiro cilindro: corpo esponjoso. - Contém a uretra peniana. - Revestida, em sua maior parte, por epitélio pseudo estratificado colunar, porém, na glande, se transforma em epitélio estratificado escamoso (epitélio escamoso de mucosa na porção mais distal do órgão). - Presença de glândulas de Littré, secretoras de muco. - Dilata-se em sua extremidade distal, formando a glande do pênis. - Albugínea: membrana fibrosa de tecido conjuntivo denso que envolve o corpo do pênis inteiramente. - Prepúcio: dobra retrátil que recobre a glande do pênis: - Possui duas faces: - Face externa: continuação da pele. - Face interna: revestida por uma membrana de constituição semelhante à da glande. - Cinco componentes histológicos: - Tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado não queratinizado da mucosa, similar e em continuidade com aquele da glande. - Tecido conjuntivo propriamente dito do córion ou lâmina própria. - Eixo central de tecido muscular liso e tecido conjuntivo frouxo, constituindo a lâmina Dartos. - Tecido conjuntivo propriamente dito da derme, constituída por fibras colágenas elásticas. - Tecido epitelial pavimentoso estratificado queratinizado, a epiderme, que contém queratinócitos e melanócitos. Observa-se a presença de glândulas sebáceas. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF O sémen é produzido pela secreção da rede testicular e das glândulas acessórias. Correlações clínicas: - Varicocele: - Dilatação do plexo venoso pampiniforme ao longo do cordão espermático. - Hidrocele: - Acúmulo de fluidos serosos entre as camadas da túnica vaginal (possui mesotélio e tecido conjuntivo). - Vasectomia: - Procedimento cirúrgico que impede o homem de ter filhos. - Consiste no fechamento dos canais deferentes do homem. - Hipospadia: - Malformação congênita mais frequente da genitália externa masculina. - O meato uretral está localizado na parte ventral do pênis, entre a glande e o períneo. - O tratamento é cirúrgico por questões funcionais e estéticas. A própria membrana do prepúcio é usada nessa reconstrução. Seminários - Caso clínico 1: - Queixas: dor escrotal à esquerda. - Exame físico: - Bolsa escrotal edemaciada. - Hiperemia escrotal. - Alívio da dor com elevação. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Ultrassom: - Hidrocele: acúmulo de líquido na bolsa escrotal. - Áreas hipoecóicas (mais escurecidas e menos densas). - Heterogeneidade que indicam mudança de aspecto e textura de um tecido que deveria apresentar uma forma homogênea. - Tomografia: - Hidrocele e alteração da densidade testicular. - Exploração cirúrgica: - Encontra abscesso e fístula no epidídimo. - Realiza epididimectomia. - Exame anatomopatológico: - Indica inflamação granulomatosa necrosante. - Presença de bacilos da tuberculose. - Diagnóstico: TUBERCULOSE GENITAL MASCULINA. - Infecção pelo Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch). - Transmissão pela via área, urogenital, cutâneo-mucosa e transplacentária. - Bacilo em forma de latência sobrevive por anos até que em situação oportuna, por exemplo quando há imunidade baixa, ele provoca a doença. - Forma pulmonar: 82,4% dos casos. - Forma extrapulmonar: 14,3% dos casos. - A tuberculose urogenital masculina inicia, geralmente, no epidídimo, podendo atingir vesículas seminais, próstata, testículos, ducto deferentee epidídimo. - Sintomas: - Dor, edema, eritema, febre, abscesso e fistulização, nódulo palpável, hidrocele e hemospermia (presença de sangue no semen). - O granuloma tuberculoso: Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - O que é granuloma? É o arranjo de células do sistema imune ao redor do agente etiológico. - O granuloma é constituído na periferia de macrófagos modificados: epitelioides, espumosas e células gigantes de Langerhan. - As células de Langhan são formadas por vários macrófagos unidos e possuem arranjo nuclear em forma de ferradura. - Na região central, juntamente às bactérias, há células necróticas, que refletem nessa área um aspecto caseoso (esbranquiçado como de um queijo). Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Quando a inflamação cessa, no processo de cura ou reparo, ocorre encapsulação do granuloma com formação de áreas fibrose do tecido ou de cavidades. - Consequentemente, a perda de função do órgão e, no caso de testiculo e do epidídimo, esterilidade caso haja acometimento do parênquima. - Diagnóstico: - Ultrassonografia com Doppler. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Visualização do patógeno: - Coloração de Ziehl-Neelsen para a visualização do bacilo álcool-ácido resistente. - PCR (restringe-se mais a cenários de pesquisa). - Tratamento: - Protocolo RIPE: - Rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol por dois meses na fase intensiva. - Rifampicina e isoniazida por quatro meses na fase de manutenção. - Epididimectomia ou orquiepididimectomia. - Diagnóstico diferencial de epididimites e orquites (inflamação do testiculo). - Caso clínico 2: - Queixas: - Dor periumbilical contínua, de intensidade moderada e irradiante. - Náuseas, vômitos, parada de eliminação de fezes e flatos. - Suspeita: sintomas indicam um quadro de abdômen agudo. - Ultrassom transabdominal: imagem heterogênea lobulada com cerca de 30 cm. - Exame físico: - Massa palpável em região hipogástrica. - Sinal de defesa peritoneal. - Ausência do testiculo na bolsa escrotal esquerda. - Laparotomia (corte no abdômen) exploratória (incisão xifo-pubiana) para a retirada da massa. - Na análise histopatológica da amostra coletada, observou-se: - Testículo ectópico canceroso. - Apêndice em processo inflamatório. - SEMINOMA: - Câncer de testiculo. - 95% são tumores de células germinativas, sendo que 50% dessas neoplasias correspondem ao seminoma, constituído apenas pelas células do epitélio seminífero. - Fatores de risco: - Tumor contralateral. - Histórico familiar. - Criptorquidia: - Falha na descida do testículo para o escroto, porque a temperatura interfere na espermatogênese. - Má formação genital mais comum na infância. - Na análise histológica, observou-se túbulos seminíferos sem luz e apresentando apenas uma camada de espermatogônia, pois estas não se diferenciam, já que não houve ação da testosterona. - Histologia: - Macroscopia: massa de aspecto homogêneo, cinza-esbranquiçado com áreas de necrose. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF - Microscopia: - Células grandes, arredondadas, com citoplasma claro, núcleos volumosos e mitoses visíveis. - Septos de tecido conjuntivo frouxo. - Infiltrado linfocitário: indica que o tumor se originou naquela região e não corresponde a uma metástase de outro órgão. - Diagnóstico: - Ultrassom: regiões hipoecóicas. - Orquiectomia. - Marcadores tumorais. - Biópsias são contraindicadas. - Tratamento com base no estadiamento. Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Projeções Testículo e epidídimo Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Próstata Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Canal deferente Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Pênis e uretra Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF Maria Eduarda Duarte de Oliveira - Medicina 118 UFJF
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