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ESTUDO DE CASO ATIVIDADE DISCURSIVA I

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CEUMA 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
VERÔNICA GALVÃO RODRIGUES LIMEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE DISCURSIVA 
Estudo de caso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUIS – MA 
2022 
VERÔNICA GALVÃO RODRIGUES LIMEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE DISCURSIVA 
Estudo de caso 
 
 
Atividade apresentada ao Curso de Ciências 
Contábeis da Universidade CEUMA para a 
obtenção de nota referente à 1 tarefa 
discursiva da disciplina de Planejamento 
tributário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUIS – MA 
2022 
REVOLTAS EMANCIPACIONISTAS 
 
As revoltas emancipacionistas foram movimentos sociais ocorridos no Brasil 
Colonial, caracterizados pelo forte anseio de conquistar a independência do Brasil 
com relação a Portugal. Estes movimentos possuíam certa organização política e 
militar, além de contar com forte sentimento contrário à dominação colonial, uma das 
causas principais desses movimentos foi à cobrança elevada de impostos de 
Portugal sobre o Brasil. 
A Inconfidência Mineira ficou marcada na história brasileira como uma das 
maiores demonstrações de insatisfação dos colonos contra a metrópole portuguesa. 
Foi um movimento separatista ocorrido na cidade de Vila Rica (Minas Gerais) no 
ano de 1789. Teve como causa principal os altos impostos cobrados sobre o ouro 
explorado nas regiões das minas e também da criação da derrama. 
A respeito do derrama, Segundo Norberto de Souza e Silva apresenta que: 
Derrama e como um pretexto a ser utilizado para dar início à revolta. 
Segundo o historiador, as cotas de ouro exigidas na derrama eram 
excessivas (...) para se lançar de uma só vez sobre o povo, já tão 
tiranamente tributado, e a fazê-lo o governo podia contar por certo que 
desencadeava a revolução. E, pois, repousando no lançamento da derrama 
as esperanças dos conjurados, preciso era que não deixassem passar a 
ocasião para o pretexto do levante popular. 
 O principal objetivo, após a independência, implantar o sistema republicano 
no Brasil, criar uma nova Constituição e incentivar o desenvolvimento industrial. 
No século XVIII, Minas Gerais era a capitania mais próspera do Brasil, fruto 
da atividade mineradora, que trouxe riqueza e desenvolvimento para aquela região. 
Vila Rica era uma das cidades mais populosas da América Latina na década 1750, 
com aproximadamente 80 mil habitantes. Consequentemente a atenção de Portugal 
estaria voltada a Minas Gerais. A relação entre colonos e a Coroa nunca foi boa, e 
com o passar dos séculos foi piorando à medida que os impostos aumentavam. 
Diversas revoltas aconteceram naquela capitania, e, a partir da década de 1750, a 
situação agravou-se porque a política fiscal de Portugal tornou-se mais rigorosa. 
Portugal era administrado pelo Marquês de Pombal, e sua administração, conhecida 
como pombalina, impôs um aumento de impostos sobre a colônia, visando à 
reconstrução de Lisboa, que tinha sido destruída pelo terremoto de 1755. A 
continuidade de pesados impostos levou os colonos à conspiração. A insatisfação 
foi transformada em ação contra Portugal, por conta das gestões de Luís da Cunha 
Meneses e do Visconde de Barbacena, ambos os governadores da capitania. O 
primeiro foi governador de Minas Gerais entre 1783 e 1788, e seu governo ficou 
marcado pela corrupção e pelo abuso de poder. Ainda conseguiu irritar as elites 
locais ao prejudicar os interesses dessas em benefício de seus amigos mais 
próximos. Já Luís Antônio Faro, ou simplesmente Visconde de Barbacena, assumiu 
o cargo em 1788, com a instrução de alcançar a meta de 100 arrobas de ouro 
estipulada pela Coroa. Se necessário fosse, o visconde deveria realizar uma 
derrama, isto é, uma cobrança obrigatória que visava cumprir a meta citada. Foi à 
possibilidade de realização de uma derrama que levou os inconfidentes a pegarem 
seu plano e colocá-lo em execução. A revolta que se iniciaria em Vila Rica estava 
marcada para acontecer na data da derrama. A indignação foi motivada pelo fato 
de a derrama sobrecarregar uma capitania já cheia de impostos a pagar e que 
enfrentava uma crise pela redução do ouro extraído. 
A Conjuração Mineira foi uma conspiração organizada pela elite 
socioeconômica da capitania das Minas Gerais. O grupo que formava os 
conspiradores da conjuração eram pessoas que “tinham laços familiares, de 
amizade ou econômicos” que os vinculavam com a cúpula da sociedade das 
Minas. Apesar da maioria dos membros serem da elite socioeconômica, o grupo 
era composto por pessoas dos mais diversos ofícios, tais como poetas, cônegos, 
engenheiros, médicos, militares e comerciantes. O membro da conspiração de 
situação econômica mais humilde era Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, 
comandante da tropa que monitorava a estrada (Caminho Novo) que ligava o Rio de 
Janeiro a Minas Gerais. Ele, por sua vez, foi um dos membros mais participativos da 
conjuração. 
No dia 18 de maio de 1789, alguns dos líderes da Inconfidência foram 
avisados de que sua conspiração tinha sido denunciada e que todos corriam 
perigo. O governador da capitania, Visconde de Barbacena, recebeu seis 
denúncias, e a mais consistente foi realizada por Joaquim Silvério dos Reis, um 
fazendeiro e dono de minas de ouro, que estava consideravelmente endividado 
com as autoridades portuguesas, e, para livrar-se de suas dívidas, resolveu 
denunciar o movimento. Contou tudo, com grande detalhamento, dos planos dos 
inconfidentes. 
 Em posse de valiosas informações, o visconde de Barbacena ordenou a 
suspensão da derrama e deu início às prisões dos nomes denunciados. Em meio a 
prisões e interrogatórios, o julgamento estendeu-se por três anos. A leitura da 
sentença aconteceu no dia 18 de abril de 1792 e durou 18 horas. As sentenças 
foram variadas e algumas das penas foram: degredo para a África, prisão perpétua 
e morte por enforcamento. Tiradentes e muitos outros foram condenados à morte 
por enforcamento, mas, antes de execução da pena, uma carta enviada por D. 
Maria, rainha de Portugal, concedeu o perdão real a todos, menos a Tiradentes, sua 
função na conspiração era de extrema importância: ele era o propagandista do 
movimento. Por isso foi tirado como exemplo, e sua pena foi à única mantida, 
Tiradentes foi enforcado e esquartejado no dia 21 de abril de 1792. 
Neste momento em que o Brasil vive um período de incertezas e graves 
crises política, econômica e com um sistema tributário ineficiente e injusto é bom que 
rememoremos pessoas de destaque para que, inspirados por seus ideais, 
possamos, de fato, construir o futuro que vislumbramos. A luta é o grande legado 
que nos deixou Joaquim José da Silva Xavier. Ele que simboliza nosso desejo de 
liberdade e de democracia. 
 Tiradentes e os inconfidentes, aliás, foram os pioneiros na reivindicação 
federalista, um tema antigo, mas sobre o qual há cada vez mais necessidade de 
discussão e atualização. Foi pela Inconfidência Mineira que o Brasil bradou 
liberdade. Embora fracassada, podemos considerar a Inconfidência Mineira como 
um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela independência, pela liberdade e 
contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e 
falta de respeito. Muitos dos seus ideais permaneceram no povo brasileiro e foram 
fundamentais em outros movimentos de luta pela liberdade. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
AMED, Fernando José; NEGREIROS, Plínio José Labriola de Campos. História dos 
tributos no Brasil. São Paulo: Sinafresp, 2000. 
LOPEZ, Adriana, MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: Uma Interpretação. 
São Paulo: SENAC, 2008. 
Cf. MAXWELL, Kenneth. A Devassa da Devassa: A Inconfidência Mineira, Brasil - 
Portugal, 1750-1808. (1ª ed., 1973). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985, p. 151

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