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Farmacocinética - Excreção

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Depuração renal (clearance): a saída do fármaco do organismo ocorre por numerosas vias, 
sendo a eliminac ̧ão na urina por meio dos rins a mais importante. A depuração renal é de nida 
como o volume de plasma que contém a quantidade da substância removida pelos rins na 
unidade de tempo.
•
Pacientes com disfunc ̧ão renal podem ser incapazes de excretar os fármacos, cando sujeitos ao 
risco de acumulá-los e apresentar efeitos adversos.
•
! Em pacientes com insuficiência renal, pode ocorrer acúmulo de fármacos e metabólitos ativos 
excretados que sejam essencialmente excretados pelo rim, causando efeitos tóxicos. Nessa situação 
clínica tornam-se necessários os ajustes nos esquemas terapêuticos.
A eliminac ̧ão de fármacos pelos rins na urina envolve os processos de ltrac ̧ão glomerular, 
secrec ̧ão tubular ativa e reabsorc ̧ão tubular passiva.
•
Ela é calculada a partir da concentração plasmática, Cp, da concentração urinária, Cu, e da 
velocidade do fluxo urinário, Vu, por meio da seguinte equação:
•
Quanto maior o clearance, maior a taxa de excreção do fármaco.•
O clearance varia muito para os diversos fármacos, desde menos de 1 ml/min até o máximo 
teórico dado pelo fluxo plasmático renal, que é de aproximadamente 700 ml/min.
•
O clearance é inversamente proporcional a concentração plasmática do fármaco. Se a 
concentração plasmática for alta, se tiver muito fármaco no plasma sanguíneo, o clearence estará 
baixo. Quanto mais fármaco estiver no plasma, significa que o organismo está eliminando pouco.
•
FILTRAÇÃO GLOMERULAR
Os fármacos chegam aos rins pelas artérias renais, que se dividem para formar o plexo capilar 
glomerular.
•
Os capilares glomerulares são quase completamente impermeáveis à albumina plasmática. Ou seja, 
apenas o fármaco livre difunde-se através das fendas capilares para o espac ̧o de Bowman como 
parte do ltrado glomerular.
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A filtração glomerular filtra moléculas com baixo peso molecular. Então a albumina não é filtrada.•
A lipossolubilidade e o pH não influenciam a passagem dos fármacos para o ltrado glomerular. •
Contudo, variac ̧ões na VFG (velocidade de ltração glomerular) e a ligac ̧ão dos fármacos às 
proteínas afetam esse processo.
•
A velocidade de ltrac ̧ão glomerular (VFG) em geral é de 125 mL/min, mas pode diminuir •
Farmacocinética - Excreção
quarta-feira,Ê24ÊdeÊmarçoÊdeÊ2021 12:52
signi cativamente na doenc ̧a renal.
Apenas 20% do sangue que circula os rins vai para o glomérulo renal. Os outros 80% vão para a 
circulação peritubular.
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SECREÇÃO TUBULAR PROXIMAL
Até 20% do fluxo plasmático renal é filtrado pelo glomérulo, deixando pelo menos 80% do fármaco 
que chega ao rim passar para os capilares peritubulares do túbulo proximal.
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Os fármacos que não foram transferidos para o ltrado glomerular saem dos glomérulos através das 
arteríolas eferentes, que se dividem formando um plexo capilar ao redor do lúmen no túbulo proximal.
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A secreção tubular proximal é um transporte ativo feito por proteínas de transporte. Esse transporte é 
diferente para substâncias ácidas e básicas, e leva substâncias da corrente sanguínea para a luz do 
túbulo renal para serem eliminadas. 
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Então as moléculas da droga são transferidas para a luz tubular por dois sistemas transportadores 
independentes e relativamente não seletivos (os transportadores de cátions e ânions orgânicos). E 
ele pode transportar moléculas grandes, por tanto o fármaco ligado a proteínas plasmáticas podem 
ser excretados por esse sistema.
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Diferentemente da filtração glomerular, a transferência mediada por transportadores pode efetuar a 
depuração máxima de um fármaco, mesmo quando a maior parte dele está ligada a proteínas 
plasmáticas.
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Os mecanismos de transportes são: OCT - transportadores de cátions orgânicos (lida com bases 
orgânicas na forma protonada catiônica), OCTN - transportadores de cátions orgânicos novos 
(proteínas descobertas mais recentemente que também transportam cátions), MATE - extrusor de 
múltiplos fármacos (transportam diversos fáramacos, não só cátions orgânicos), MRD1 - proteína de 
resistência a múltiplos fármacos (ela é ativada na presença do fármaco, ajudando na eliminação), 
OAT - transporta os fármacos ácidos na sua forma aniônica negativa. E outras proteínas.
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Cada um desses sistemas de transporte apresenta baixa especi cidade e pode transportar vários 
compostos. Assim, pode ocorrer competic ̧ão entre fármacos pelos transportadores em cada um dos 
sistemas, levando a interações medicamentosas. Há alguns fármacos que foram desenvolvidos para 
que possam inibir a excreção de outro fármaco e prolongar a sua ação.
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Como pelo menos 80% do fármaco que chega aos rins é apresentado ao transportador, a secreção 
tubular é potencialmente o mecanismo mais efetivo de eliminação renal de fármacos. 
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Prematuros e recém-nascidos não têm esse mecanismo secretor tubular completamente 
desenvolvido e, assim, podem reter certos fármacos no ltrado glomerular.
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REABSORÇÃO TUBULAR DISTAL
O fármaco pode ser reabsorvido durante a passagem pelo túbulo, a reabsorção é através de difusão. 
Por tanto, se o fármaco estiver lipossolúvel, ele será reabsorvido por difusão através da membrana. 
Então para que o fármaco não saia do túbulo e possa ser excretado, ele deve ser hidrossolúvel. Por 
isso que a maioria dos fármacos passam pela biotransformação.
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Fármacos polares, a digoxina e antibióticos aminoglicosídios, um grupo relativamente pequeno, mas 
importante, de fármacos, que não são inativados pelo metabolismo, a velocidade de eliminação renal 
é o principal fator determinante da duração de sua ação. Esses fármacos devem ser empregados 
com especial cautela em indivíduos cuja função renal esteja diminuída, incluindo idosos e pacientes 
com doença renal ou qualquer doença aguda grave.
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O nível de ionização de muitos fármacos – ácidos ou bases fracas – é pH-dependente e isso afeta 
profundamente sua eliminação renal.
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Uma base será secretada mais rapidamente em urina (ou filtrado) ácida, pois favorece a sua forma 
iônica (que é menos lipossolúvel) que não passa por difusão e inibe a reabsorção. E, da mesma 
forma, um ácido será secretado mais rapidamente em urina alcalina.
•
A manipulac ̧ão do pH da urina, para aumentar a frac ̧ão ionizada do fármaco no lúmen, pode ser feita 
para minimizar a retrodifusão e, assim, aumentar a depurac ̧ão de um fármaco indesejável. Isso pode 
ser feito com outros fármacos e é muito usado em casos de intoxicação.
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ELIMINAÇÃO BILIAR E CIRCULAÇÃO ÊNTERO-HEPÁTICA
As células hepáticas transferem diversas substâncias, inclusive fármacos, do plasma para a bile por 
sistemas de transporte semelhantes aos do túbulo renal, incluindo transportadores de cátions (OCT) 
e de ânions orgânicos (OAT) e glicoproteínas P.
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Alguns compostos de fármacos hidrofílicos (principalmente glicuronídios) ficam concentrados na bile 
e são enviados para o intestino, em que o glicuronídio pode ser hidrolisado, regenerando o fármaco 
ativo. Caso isso não ocorra, o fármaco é eliminado nas fezes.
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O fármaco pode então ser reabsorvido e o ciclo se repete, em um processo denominado circulação 
êntero-hepática. O resultado é um “reservatório” de fármaco recirculante que pode representar até 
cerca de 20% do total de fármaco presente no organismo, prolongando sua ação.
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OUTRAS VIAS DE ELIMINAÇÃO
A depurac ̧ão de fármacos pode ocorrer também por intestinos, bile, pulmões, leite, entre outros. •
Os pulmões estão envolvidos primariamente na eliminac ̧ão dos gases anestésicos (p. ex., 
isoflurano).
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A eliminac ̧ão de fármacos no leite pode expor a crianc ̧a lactente aos medicamentos e/ou seus 
metabólitos ingeridos pela mãe, e é uma fonte potencial de efeitos indesejados na crianc ̧a. 
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A excrec ̧ão da maioria dos fármacos no suor, na saliva, nas lágrimas, nos pelos e na pele ocorre em 
pequena extensão.
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MEIA-VIDA
tempo necessário para eliminar metade do fármaco circulante.•
Cada droga tem a sua meia-vida.•
A meia-vidaé uma constante, ou seja, Independente da quantidade do fármaco circulante (se é •
muito ou pouco) o tempo levado para eliminar a metade daquela quantidade vai ser a mesma que 
outra quantidade.
Meia-vida é um valor em tempo. Normalmente expresso em horas, mas pode ser que tenha em 
minutos.
•
É um dos parâmetros farmacocinéticos usado para o intervalo de doses.•

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