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@biavetlove Absorção de fármacos: passagem do fármaco de seu local de administração para o sangue. Exceto por via intravenosa. Para chegar ao local de ação, o fármaco deve atravessar várias barreiras, que são as membranas celulares. As membranas celulares têm uma camada lipoprotéica bimolecular que pode atuar como barreira para a transferência do fármaco através da membrana. As membranas celulares também contêm poros. As barreiras entre compartimentos aquosos no organismo são representadas pelas membranas celulares. Uma única camada de membrana separa o compartimento intracelular do extracelular. - Alto grau de lipossolubilidade e um pouco de hidrossolubilidade. - Lipossolubilidade também contribui na distribuição. Fármacos e outras moléculas atravessam as membranas celulares por vários processos: - Difusão passiva através dos lipídios (lipossolúveis); - Difusão passiva através do canal aquoso (partículas pequenas - aquaporinas); - Difusão facilitada (por transportador - mais concentrado para o menos); - Transporte ativo (com gasto de energia; mais concentrado prara o menos e vice versa) - Pinocitose (endocitar substância líquida; invaginação da membrana) Absorção Processos Do intestino, fígado – para dentro da mitocôndria e pro sangue. Dos rins – da célula tubular renal para o túbulo proximal. Do cérebro – para o sangue. Transportadores - transporte pela célula do epitélio intestinal: - ABC (transporte ativo, coloca substância que entrou na célula epitelial para fora e também para a corrente sanguínea) Controla a entrada de substâncias exógenas e xenobióticos. Glicoproteína P: fármacos antineoplásicos, tamoxifeno, imunossupressores, ciclosporina, eritromicina. *A super expressão desta proteína ocorre na superfície de muitas células neoplásicas e restringe a entrada de vários antineoplásicos nas células tumorais, sendo por este facto também conhecida como MDR1 (tem resistência a múltiplos fármacos). neurônios: carrega o neurotransmissor de volta para a terminação nervosa. - SLC (Põe para dentro da célula ou para circulação) Transporte Fatores Grau de solubilidade em lipídios Gradiente de concentração do fármaco ao longo da membrana Tamanho molecular Espessura da membrana (intestinal mais fina que estomacal) Área de superfície de absorção pH A habilidade do fármaco para atravessar a membrana por difusão lipídica depende: A maioria dos fármacos são ácidos ou bases fracas e em pH fisiológico estão presentes na forma ionizada e não-ionizada. A forma não ionizada é lipossolúvel, sendo capaz de atravessar as membranas lipídicas. A forma ionizada tem baixa lipossolubidade, sendo incapaz de penetrar na membrana lipídica por difusão simples. Concentração do ácido não ionizado Concentração do ácido ionizado Concentração da base ionizada Concentração da base não ionizada A porcentagem das respectivas formas depende do: pKa do fármaco e do pH do meio. Formas B = H+ + BH+ (forma não ionizada) = (forma ionizada) Para ácidos fracos se usa: pKa = pH + log Para bases fracas se usa: pKa = pH + log Exemplo: Ácido com pKa = 5 pKa = pH + log NI/I 5 = 2 + log NI/I 3 = log NI/I 1000/1 = NI/I Ácidos fracos em meio ácido se dissociam pouco, permanecendo em sua forma não ionizada - apolar e mais lipossolúvel. Ácidos fracos em meio básico se dissociam mais, permanecendo em sua forma ionizada - polar e menos lipossolúvel. Exemplo da Aspirina: Composto ácido em meio ácido (estômago) - permanecerá em sua forma não ionizada. *Tendem a voltar para o sangue se tiverem características lipossolúveis. Bases fracas em meio básico se dissociam pouco, permanecendo em sua forma não ionizada - apolar e mais lipossolúvel. Bases fracas em meio ácido se dissociam mais, permanecendo em sua forma ionizada - polar e menos lipossolúvel. Fatores Solubilidade do fármaco Tipo de forma farmacêutica (líquido mais rápido que comprimido) Fatores que modificam a absorção: Condições do local de absorção, modificam a solubilidade, especialmente no TGI (síndromes que prejudiquem a absorção) Concentração do fármaco (quanto maior, mais rápida a resposta e absorção, porém mais chances de efeitos adversos) Fluxo sanguíneo no local da absorção (quanto maior, mais absorção) Área de superfície absorvente a qual o fármaco é exposto (alta superfície nos intestinos e alvéolos pulmonares). Ligações A absorção gastrointestinal é afetada por todos os fatores descritos acima, mais a motilidade gastrointestinal, interação físico- química com outras drogas co- administradas ou com constituintes alimentares, alteração da estrutura e integridade funcional do epitélio gástrico e intestinal. - Tetraciclinas com leite (ou cálcio, magnésio, alumínio, ferro); se liga ao fármaco e forma um complexo que não consegue ser absorvido. Só tomar 2h antes ou depois de ingerir alimento. Fármacos ácidos – se ligam a albumina (cada molécula de albumina tem 2 sítios de ligação para fármacos) Fármacos básicos – se ligam a β- globulina e α1-glicoproteína. Ligação à proteínas plasmáticas: (reservatório farmacologicamente inerte) Fármaco na circulação pode estar de duas formas: em sua forma livre (distribuído para os tecidos) ou na forma ligada. Distribuição Sangue – distribuição para diferentes tecidos, classificados como: Suscetíveis, que sofrem ação farmacológica. Ativos, que metabolizam o fármaco. Indiferentes, que servem de reservatório temporário. Emunctórios, excreção dos fármacos. O coração, fígado, rins, cérebro e outros órgãos recebem a maior parte dos fármacos durante os primeiros minutos após a sua absorção. O aporte do fármaco à musculatura, à maioria das vísceras, à pele e ao tecido adiposo é mais lento, e estes tecidos exigem de minutos a algumas horas para ser atingido um estado de equilíbrio. Alta concentração plasmática em grande quantidade indo para o tecido e produzindo um grande efeito facilita a biotransformação (mais rápida), alta eliminação renal. - Fármaco que não se liga ás proteínas plasmáticas (livre): *Curva de concentração plasmática alta (pico) e cai rápido (dura pouco). Exemplo: fenilbutazona (cólica para eqüinos) dura até 72h (efeito longo) devido a forte ligação concentração baixa na forma livre que chega na célula efetora e causa um efeito menor mais lenta a biotransformação eliminação renal menor. - Fármaco que se liga às proteínas plasmáticas: *Efeito que dura mais tempo, vai sendo liberado aos poucos. Plasma (5%) água intersticial (16%) água intracelular (35%) gordura (20% - reservatório temporário) água transcelular (2%). Compartimentos onde ocorre distribuição dos fármacos: Fluxo sanguíneo tecidual (coração > pulmão > fígado >rins > cérebro > demais tecidos). Propriedades físico-químicas do fármaco. Características da membrana. A velocidade e a extensão da distribuição dependem: *A fração livre aumenta em situações de hipoalbuminemia, velhice e gestação. - Fármacos podem competir entre si e com outras substâncias endógenas por locais de ligação. - Fármacos podem se acumular em tecidos que funcionam como reservatórios: proteínas plasmáticas e reservatórios celulares. - Tecido adiposo, ossos e líquidos transcelulares. Muitos fármacos se ligam às proteínas plasmáticas: albumina, - globulina e 1-glicoproteína. A ligação é reversível e limita a concentração nos tecidos e nos seus locais de ação, pois apenas a forma livre está em equilíbrio através das membranas. Proteínas plasmáticas A ligação limita a filtração glomerular, mas não limita a biotransformação ou a secreção tubular renal. Muitos fármacos com características físicas semelhantes podem competir uns com os outros e com substâncias endógenas por outros locais de ligação. Os fármacos que não conseguirem se ligar nessa disputa, aumentam sua concentração em forma livre e se distribui rapidamente, causando efeito bem grande, podendo provocar aparecimento de efeitos adversos e tóxicos do fármaco que foi deslocado. Ex.: deslocamento da bilirrubina não-conjugadada ligação com albumina por sulfas - aumento do risco de encefalopatia por bilirrubina no recém-nascido. Fenilbutazona e Warfarin: warfarin é anticoagulante, fenilbutazona se liga às proteínas, deslocando o warfarin, aumentando o risco de hemorragias, pois aumenta muito a concentração livre dele, sendo metabolizado rapidamente em grande concentração. Muitos agentes acumulam-se na musculatura e em outras células em concentrações superiores aquelas encontradas no líquido extracelular. Em geral, a ligação tecidual dos fármacos, dá-se com proteínas, fosfolipídeos e nucleotídeos e costuma ser reversível. Reservatórios Celulares Tecido Adiposo É um importante reservatório de fármacos lipossolúveis. Ossos As tetraciclinas e os metais pesados acumulam-se nos ossos por absorção à superfície cristalina óssea e incorporação final à trama cristalina. O osso pode tornar-se um reservatório para a liberação lenta de agentes tóxicos como o chumbo ou rádio para o sangue. Líquidos Transcelulares O principal reservatório transcelular é o trato gastrointestinal. As bases fracas são concentradas passivamente no estômago, a partir do sangue por causa do grande diferencial de pH entre os 2 líquidos. O humor aquoso, líquor, endolinfa e líquidos articulares não acumulam concentrações importantes de fármacos. *Fármacos tendem a serem absorvidos nos capilares. *Vasos fenestrados: rim, fígado e pâncreas; não precisa se difundir por difusão passiva. *SNC células extremamente justas. Sítios especiais SNC e líquor: células endoteliais unidas por extensas junções íntimas e pequenas expansões da glia. Barreira hemotesticular – células de Sertoli apresentam junções íntimas. Placenta Distribuição e sítios especiais: Volume de Distribuição O volume de distribuição hipotético dá informações sobre a distribuição de fármacos no organismo. O fármaco pode mover-se do plasma para o interstício e o interior das células, causando a diminuição da concentração no plasma no decorrer do tempo. Admita, para simplificar, que o fármaco não é eliminado do organismo; então, alcança uma concentração uniforme que é mantida no decorrer do tempo. A concentração no interior do compartimento vascular é a quantidade total de fármaco administrado dividida pelo volume no qual se distribui. Ex.: fármaco (heparina) que se liga fortemente às proteínas plasmáticas, se distribui num volume no plasma que é 6% massa corporal = cerca de 4L/pessoa de 70Kg. Droga lipofílica (etanol) que se movimenta entre o interstício e meio intracelular, se distribui num volume de 60% da massa corporal, cerca de 42L/pessoa de 70Kg. Vd = D/C C = concentração plasmática do fármaco (mg/L) D = dose administrada – mg/Kg Um Vd elevado influencia a meia- vida de um fármaco, pois sua eliminação depende da quantidade de fármaco ofertada ao fígado ou rins por unidade de tempo. A oferta de fármacos aos órgãos de eliminação depende não somente do fluxo sanguíneo, como também da fração do fármaco no plasma. Se o Vd é elevado, a maior parte do fármaco está no espaço extraplasmático e indisponível para os órgãos excretores. Assim, qualquer fator que aumente o volume de distribuição pode levar a um aumento da meia-vida e prolongar a ação do fármaco. Biotransformação Muitas destas enzimas estão localizadas nas células parenquimatosas dos órgãos metabolizantes (fígado, rins, epitélio intestinal), onde ficam associadas ao retículo endoplasmático liso. Quando os tecidos são homogeneizados, o retículo endoplasmático quebra-se para formar pequenas vesículas conhecidas como microssomos. Essas enzimas, que apresentam uma necessidade específica de NADPH e oxigênio molecular, foram classificadas como OXIDASES DE FUNÇÃO MISTA e são denominadas enzimas microssômicas. A enzima mais importante deste sistema enzimático é o citocromo P- 450. O NADPH reduz o citocromo P-450, que reage com o oxigênio molecular para formar um intermediário de oxigênio ativo. A interação entre este complexo e uma droga lipossolúvel ou substrato esteróide fornece um substrato hidroxilado, P-450 oxidado, e uma fração molar equivalente de água. Submete o fármaco a reações químicas, geralmente mediadas por enzimas, que o convertem em um composto diferente do originalmente administrado. Biotransformação – fármacos mais polares e menos lipossolúveis – aumenta assim a sua excreção e reduz seu volume de distribuição. Locais de biodistribuição: fígado, plasma, rins, pulmões, SNC, mucosa intestinal e placenta. No interior do fígado as enzimas envolvidas são intracelulares. Várias são fixadas ao retículo endoplasmático liso e freqüentemente são denominadas microssômicas. Para atingir essas enzimas metabolizadoras, um fármaco deve atravessar a membrana do hepatócito. As reações oxidativas (perda de H+ ou adição de O2) são as reações mais proeminentes no metabolismo da maior parte de compostos, incluindo fármacos lipossolúveis e hormônios esteróides. Reações de fase I - oxidação, redução e hidrólise. Oxidação – perda de H+ ou adição de O2 Redução – perda de O2 ou adição de H+ Hidrólise – decomposição de uma substância por intermédio da água Reações de fase II - conjugação A biotransformação de fármacos envolve 2 tipos de reações bioquímicas, que geralmente ocorrem sequencialmente: 1. 2. 3. As reações de redução (perda de O2 ou adição de H+ ) geralmente levam a ativação do composto. Envolvem enzimas microssomais hepáticas. As reações de hidrólise (decomposição de uma substância por intermédio da água) não envolvem enzimas microssomais hepáticas, mas ocorrem em vários tecidos. A hidrólise de ésteres e amidas é prontamente catalisada por diversas enzimas hidrolíticas presentes no plasma sanguíneo e em outros tecidos, incluindo o fígado e rins. Microorganismos ruminais e bactérias intestinais medeiam reações hidrolíticas e redutoras. Por exemplo, os glicosídeos cardíacos são hidrolisados no rúmen, e o cloranfenicol é inativado por redução. O paration, precursor do pesticida ativo paraoxon, pode sofrer nitrorredução no rúmen. Essa redução metabólica reduz a atividade e a toxicidade desse agente anticolinesterásico irreversível. A conjugação é a fixação de um grupo - Glicuronil, Sulfato, Metil, Acetil, Glicil ou glutamil - No grupo hidroxila, tiol ou amino do fármaco. Produz um composto polar, em geral mais hidrossolúvel e terapeuticamente inativo. - Uma exceção é o glicuronideo-6- morfina, que é 2 vezes mais potente que a morfina em vários modelos de analgesia. - Os neonatos são deficientes neste sistema de conjugação. - Gatos sintetizam conjugados do glicuronídeo em taxa lenta, uma vez que esta espécie é deficiente na enzima glicuroniltransferase. - O cão e a raposa são incapazes de acetilar grupos amino aromáticos. As reações de Fase I podem originar metabólitos ativos, inativos e tóxicos. Mas após a Fase II, a grande maioria dos fármacos está inativada. Efeito das reações metabólicas da Fase I sobre a atividade farmacologia de algumas drogas: Conversão do fármaco ativo em metabólito inativo: - Fenotiazina à sulfóxido de fenotiazina - Procaína à ácido p-aminobenzóico Aumenta a biotransformação Aumenta a formação de metabólitos Diminui a meia-vida Conversão do fármaco ativo em metabólito ativo - Fenilbutazona à oxifenbutazona - Fenacetina à paracetamol Conversão do fármaco inativo (pós- droga) em metabólito ativo: - Cortisona à hidrocortisona - Prednisona à prednisolona Conversão do fármaco ativo em metabólito tóxico - Halotano à ácido trifluoracético - Metoxiflurano à fluoreto Fatores que modificam a biotransformação: Indução enzimática – fármacos como fenobarbital, fenilbutazona, etanol (uso crônico), rifampicina. Estimulam a atividade das enzimas microssomais hepáticas à aumento na síntese e atividade das enzimas microssomais. Fatores Diminui biotransformação Diminui formação de metabólitos Aumenta a meia- vida. Inibição enzimática – fármacos como: - Dissulfiram, Cloranfenicol, Cimetidina, Propoxifeno.Bloqueiam/inibem a atividade das enzimas microssomais hepáticas, que: Os inibidores do CYP3A4 reduzem a capacidade de metabolizar outros fármacos que dependam do CYP3A4 para serem metabolizados, causando a acumulação do fármaco ou de seus metabólitos no organismo. A acumulação potencializa os efeitos benéficos e efeitos colaterais desses medicamentos. Os inibidores da CYP3A4 mais potentes são: Inibidores da protease (antirretrovirais): ritonavir, indinavir, nelfinavir, saquinavir. Macrolídeos (antibióticos): claritromicina, telitromicina, cloranfenicol, eritromicina. Antifúngicos imidazólicos: cetoconazol, itraconazol, fluconazol. Outros: nefazodona (antidepressivo), valeriana (erva medicinal), toranja (fruta cítrica), aprepitanto (anti-emético). Idade – recém nascidos, idosos Em recém-nascidos e prematuros a atividade das enzimas de biotransformação é baixa. Em idosos ocorre diminuição da massa hepática, diminuição do fluxo sanguíneo e diminuição da atividade enzimática. Nos cães, a maior parte das oxidases de função mista amadurecem por volta da quinta à oitava semana, com leves diminuições após o desmame. As reações de sulfatação amadurecem rapidamente nos cães, mas a glicuronidação amadurece mais lentamente.Isso causa impacto no metabolismo e distribuição do paracetamol, do fenobarbital e da fenitoína em cães. Nos ruminantes, modificações claras no metabolismo resultam quando os animais pré-ruminantes tornam-se ruminantes. O citocromo P-450 e as redutases dependentes de NADPH aumentam em torno de 50%. https://pt.wikipedia.org/wiki/Metab%C3%B3lito https://pt.wikipedia.org/wiki/Inibidor_da_protease https://pt.wikipedia.org/wiki/Antirretrovirais https://pt.wikipedia.org/wiki/Ritonavir https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Indinavir&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Nelfinavir&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Saquinavir https://pt.wikipedia.org/wiki/Macrol%C3%ADdeo https://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3tico https://pt.wikipedia.org/wiki/Claritromicina https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Telitromicina&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cloranfenicol https://pt.wikipedia.org/wiki/Eritromicina https://pt.wikipedia.org/wiki/Antif%C3%BAngico https://pt.wikipedia.org/wiki/Imidazol https://pt.wikipedia.org/wiki/Cetoconazol https://pt.wikipedia.org/wiki/Itraconazol https://pt.wikipedia.org/wiki/Fluconazol https://pt.wikipedia.org/wiki/Valeriana https://pt.wikipedia.org/wiki/Toranja https://pt.wikipedia.org/wiki/Aprepitant Doenças hepáticas – hepatoxicidade, hepatite aguda e lesões hepáticas: Alteram a atividade normal das enzimas microssomais hepáticas, diminuindo a biotransformação e aumentando a meia-vida sérica dos fármacos. Estado nutricional – hipoproteinemia, avitaminose B e deficiência de energia diminuem a atividade funcional das enzimas microssomais. Metabolismo de primeira passagem: Fármaco administrado por Via oral ou retal (50%) pega a circulação porta- no fígado, parte é metabolizado em metabólitos inativos – o que leva à diminuição da quantidade do fármaco ativo que atinge a circulação sistêmica. Diminuição da biodisponibilidade do fármaco: - Aspirina, Contraceptivos orais, clorpromazina, Lidocaína, paracetamol, Morfina, Propanolol, Salbutamol, Terbutalina. - É necessária uma dose muito maior do fármaco quando este é administrado por via oral quando administrado por outras vias. Importante frisar, que este aumento da dose já foi considerado no momento da preparação da forma farmacêutica pela indústria, não necessitando que o profissional adapte a dosagem. Excreção Os fármacos podem ser excretados após a biotransformação (lipossolúvel) ou mesmo na sua forma inalterada (hidrossolúvel). Os principais órgãos responsáveis pela excreção dos fármacos são: Rins, fígado --- bile, pulmões, suor, saliva e leite. Excreção renal: O fármaco chega via arteríola aferente, passa para a urina por filtração glomerular. Se ele estiver na forma ligada, sai pela arteríola eferente, e depois acaba sendo secretado para dentro da urina através de um transportador (transporte ativo ou difusão facilitada). Filtração glomerular, secreção e reabsorção. As proteínas plasmáticas não vão para o filtrado, permanecerão no sangue. Dentro do filtrado, o fármaco que ainda tiver características lipossolúveis, volta para o sangue por difusão passiva, voltando a circular. Filtração glomerular: Os capilares glomerulares permitem a passagem de qualquer molécula do fármaco para o filtrado glomerular, desde que o seu peso molecular seja inferior que 20.000 A. Secreção e reabsorção tubular: A filtração remove cerca de 20% do fármaco que chega ao rim. Os 80% restantes passam para os capilares peritubulares do túbulo proximal, onde há 2 sistemas transportadores independentes e não seletivos que transportam as moléculas dos fármacos para a luz tubular. Assim a secreção tubular é potencialmente o mecanismo mais efetivo para a eliminação renal do fármaco. Ao contrário da filtração glomerular, o transporte mediado por transportador pode atingir depuração máxima do fármaco mesmo quando a maior parte do fármaco se liga às proteínas plasmáticas. Este transporte mediado por carreador de determinados fármacos e metabólitos para o líquido tubular ocorre no túbulo proximal. Requer uma fonte de energia e substâncias carreadoras intracelulares, que são relativamente inespecíficos, porque transportam tanto ácidos como bases orgânicas, porém sua capacidade é limitada. A ligação protéica extensa não impede a excreção tubular do fármaco, presumivelmente porque o complexo fármaco-albumina dissocia-se pela remoção do fármaco livre a partir do plasma. A penicilina, por exemplo, embora se apresente 80% ligada e portanto seja depurada lentamente por filtração, é quase completamente removida por secreção tubular proximal, e sua taxa de eliminação é muito alta. Vários fármacos excretados pelos rins compartilham o mesmo sistema de transporte, e pode haver competição entre eles. Ex. é a probenecida que retarda a excreção da penicilina G. Difusão através do túbulo renal: A medida que o filtrado glomerular passa através do túbulo renal, a água é progressivamente reabsorvida, sendo o volume da urina que emerge apenas aproximadamente 1% daquele do filtrado. Se o túbulo é livremente permeável às moléculas do fármaco, aproximadamente 99% do fármaco filtrado será reabsorvido passivamente. Os fármacos com elevada lipossolubilidade, e portanto elevada permeabilidade tubular, são lentamente excretados. Se o fármaco é altamente polar, e possui baixa permeabilidade tubular, o fármaco filtrado não será capaz de sair do túbulo, e sua concentração se elevará continuamente até que seja aproximadamente 100 vezes maior na urina que no plasma. Vários fármacos sendo ácidos ou bases fracas alteram sua ionização quando o pH é alterado, e isto pode afetar significativamente a excreção renal. Um fármaco básico será excretado mais rapidamente em urina ácida, porque o baixo pH no túbulo favorecerá a ionização e assim inibirá a reabsorção. Um fármaco ácido será da mesma forma excretado mais rapidamente se a urina se tornar alcalina. O pH urinário usual de carnívoros como cães e gatos é ácido (5,5 -7,0), enquanto que nas espécies herbívoras (eqüinos, bovinos e ovinos) é alcalino (7,0 -9,0). Em qualquer espécie, entretanto, o pH urinário depende do hábito dietético. Em humanos, a reação urinária é geralmente ácida, mas pode variar (5,0 – 8,5). Excreção biliar: Ciclo êntero- hepático. Alguns fármacos e seus metabólitos são eliminados pela via hepática por intermédio da bile. Os fatores que determinam esta forma de excreção incluem o tamanho e a polaridade da molécula. Fármacos com peso molecular elevado, acima de 300, têm grandes probabilidades de serem excretados pela bile. A excreção biliar também elimina substâncias orgânicas polares que não são reabsorvidas no intestino como por ex., cátions e ânions orgânicos.Cães e ratos apresentam boa capacidade de excreção via bile; gato e ovino, moderada; cobaias, coelhos e primatas, má excreção por esta via. Ao alcançarem o intestino, algumas substâncias eliminadas na bile podem ser reabsorvidas. Este fato dependerá da lipossolubilidade, ou ainda da conjugação destes fármacos com glicuronídeos, sendo que, neste último caso, estes compostos podem sofrer hidrólise causada pela B- glicuronidase, voltando a se reabsorvidos pelo organismo. Esta excreção hepática, seguida de reabsorção intestinal, é denominada ciclo êntero-hepático de um fármaco. Ciclo êntero-hepático: Elimina através da bile, Quando chega no intestino, as B-glicuronidades bacterianas presentes, desfazem a reação de conjugação (molécula polarizada com carga, pronta para ser eliminada; ligada a glicuronil) e o fármaco volta a ter características lipossolúveis, sendo reabsorvido e assim volta para o sangue, voltando a circular no organismo. Os fármacos que passam nesse ciclo ficam mais tempo no organismo. Principal animal acometido: cão. Exemplo de fármacos: digitálicos (tratamento ICC). Excreção pelo leite: (Ph leite 6,4-6,8 – facilita a excreção de fármacos básicos) Quando chega um fármaco de caráter básico no leite (via sistêmica ou intramamária), que é ácido, predomina a forma ionizada, que tem pouca lipossolubilidade (não se movimenta tão fácil), assim tendendo a permanecer no leite, sendo eliminada junto a ele (resíduos). Concentração do fármaco no organismo em função do tempo: Quantifica-se a quantidade/volume de fármacos no sangue (não quantificando nos tecidos) coletando de hora em hora. Conforme o tempo passa, ao atingir tantas horas, o volume do fármaco é cortado na metade, assim sucessivamente (distribuição, excreção/eliminação). - Fármaco por via oral: gráfico mostra que vai subindo a concentração até chegar no seu auge (concentração máxima atingida – relacionada a dose administrada; dose maior, essa concentração seria maior) à medida que vai sendo absorvido e caindo no sangue. - Fármaco por IV: concentração máxima no sangue no momento da administração, com o passar do tempo só vai declinando. - Fármaco por IM: concentração se eleva até chegar uma máxima (mais rapidamente e maior que SC e Oral) e depois só declina (mais rapidamente e menor que SC e VO) - Fármaco por SC: demora mais para chegar no sangue, absorção mais lenta (mas menos que VO). Pico um pouco menor (concentração máxima). - Fármaco por VO: sem concentração máxima, pois segue um padrão mais retilíneo. Vai se distribuindo aos poucos, interação com outros alimentos e efeito de primeira passagem. Concentração Concentração do fármaco no sangue em função do tempo e com dosificações regulares: Aumentando o intervalo de administração do fármaco: modifica-se a uniformização da concentração plasmática sanguínea. Nas administrações repetidas, se administrar o fármaco antes que ele complete sua concentração final, as concentrações máximas das próximas administrações irão aumentando até que ela fica acima da concentração terapêutica (tóxica) Concentração do fármaco com administração irregular: Se pular alguma administração, a concentração cai, fica abaixo do nível terapêutico e demora a voltar ao normal nas próximas administrações. Acúmulo: dosagem, intervalo de dosificações e flutuação do nível plasmático. Dose alta de uma vez ao dia pode chegar a concentração abaixo do desejado na próxima administração ou a concentração tóxica. Quanto mais administrações por dia em doses menores, mais regularidade, possibilidade de sair da concentração terapêutica é bem menor. *Dose de ataque: dar a primeira/e segunda dose do medicamento maior do que a concentração terapêutica (antibióticos, antiinflamatórios) para que o fármaco chegue rapidamente em sua concentração terapêutica. Alteração na cinética de eliminação: ou está sendo eliminado muito rapidamente ou muito lentamente. - Eliminação acelerada: abaixo da concentração desejada. Fluidoterapia, hemodiálise para acelerar a filtração renal e eliminação do fármaco. Indução enzimática – fenobarbital; Diminuir dose, frequência. CYPS aumentadas. - Eliminação inibida: acima da concentração desejada. Comprometimento da função renal, biotransformação modificada - inibição enzimática. Toxicidade Faixa terapêutica Pela alta ligação às proteínas plasmáticas (+ 80%); Grau de perfusão dos órgãos eliminadores; Atividade das enzimas metabolizadoras do fármaco; Eficácia da excreção renal Quantificação da eliminação dos fármacos: A taxa de eliminação de um fármaco/droga é determinada principalmente pelos mecanismos do processo. Pode ser influenciada: As concentrações plasmáticas dos fármacos declinam tipicamente de acordo com: 1. Cinética de primeira ordem. Onde a velocidade de biotransformação do fármaco é diretamente proporcional à concentração de fármaco livre. Isso indica que uma fração constante do fármaco é biotransformada por unidade do tempo. Ocorre geralmente com doses baixas do fármaco. 2. Cinética de ordem zero. Ocorre quando doses muitos grandes de fármacos como o ácido acetil salicílico, o etanol e a fenitoína são administradas. As enzimas envolvidas na biotransformação são saturadas pela concentração elevada de fármaco livre, e a velocidade de biotransformação permanece constante no tempo. A eliminação de um fármaco em geral segue a cinética de primeira ordem, e sua concentração no plasma cai exponencialmente com o tempo. Isso pode ser usado para determinar a meia-vida do fármaco. Meia-vida Plasmática - Em farmacocinética meia-vida se refere ao tempo que leva determinada concentração do fármaco para reduzir-se a sua metade. A meia-vida plasmática dos fármacos origina dados importantes para interpretação dos efeitos terapêuticos ou tóxicos das drogas, da duração do efeito farmacológico e do regime posológico adequado. Situações clínicas que resultam em aumento da meia-vida do fármaco: - Diminuição do fluxo sanguíneo renal ou hepático, como por exemplo, no choque cardiogênico, insuficiência cardíaca ou hemorragia; - Redução na velocidade de excreção, por exemplo, na doença renal; - Diminuição da biotransformação, por exemplo, na cirrose ou inibição enzimática. Biodisponibilidade Indica a porção do fármaco que atinge a circulação geral de forma inalterada após sua administração. É a quantidade da droga disponível para ser utilizada pelo organismo. Objetivos dos estudos das biodisponibilidades consistem em: - Determinar quanto de determinado fármaco é absorvido pelo paciente, que dele necessita para prevenir ou curar uma doença. - Determinar a velocidade de absorção do fármaco. - Determinar a permanência do fármaco nos líquidos do organismo e sua correlação com as respostas farmacológicas e/ ou tóxicas. Estas informações têm importância para a determinação da posologia de um fármaco e de sua forma farmacêutica, principalmente quando se usam medicamentos com pequena margem de segurança, como os digitálicos e alguns antibióticos. Também servem para a adequação da dose utilizada em pacientes portadores de insuficiência hepática e renal. A determinação da biodisponibilidade é mais freqüentemente realizada através da concentração plasmática do fármaco. - Características do paciente: pH gastrointestinal; motilidade GI; perfusão; flora; estrutura; estado de má absorção; função hepática; fenótipo genético. Bioequivalência - Dois fármacos são bioequivalentes se mostram biodisponibilidade comparáveis e tempos similares para alcançar o pico de concentração plasmática. Dois fármacos relacionados com biodisponibilidades significativamente diferentes são bioinequivalentes. Equivalência terapêutica - Dois fármacos são terapêuticamente equivalentes se tem eficácia e segurança comparáveis. Dois fármacos que são bioequivalentes podem não ser equivalentes terapeuticamente. Fatores que Influenciam na Biodisponibilidade das Drogas Administradas por Via Oral: - Características da droga: Inativação antes da absorçãogastrointestinal; Absorção incompleta; Efeito de primeira passagem. - Forma farmacêutica: Estado físico da droga; Tamanho da partícula; Tipo de sal; Excipiente ou veículo da droga. - Interação com outras substâncias no TGI: Alimentos e drogas.
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