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EXMO. SR DR. JUIZ DO TRABALHO DA 100ª VARA DO TRABALHO DE SALVADOR/BA
Processo nº do 0000001-00.2021.5.05.0100
Empresa Pão de Ló Ltda.,já qualificada nos autos do processo em epígrafe, ajuizado por Raíssa Pinheiro, também qualificada no processo em epigrafe, por sua advogada (procuração em anexa), vem, respeitosamente, à presença de V. Exa. Oferecer a sua CONTESTAÇÃO TRABALHISTA, fazendo com supedâneo nas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:
DAS NOTIFICAÇÕES
Em cumprimento ao artigo 852-B da CLT, o reclamada requer sejam todas as publicações, intimações e notificações do presente processo destinadas exclusivamente em nome de sua advogada, LORYZE SOUZA SILVA, OAB: 14240, com endereço profissional na Avenida Cristovão Colombo, 269, Centro, Salvador/BA, endereço eletrônico loryze.souza.adv@gmail.com , sob pena de nulidade, (Súmula nº 427 do TST).
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
 Nos termos do artigo 5º, LXXIV da Carta Magna, aqueles que comprovarem a insuficiência de recursos terão assistência jurídica integral e gratuita.
Neste sentido dispõe o artigo 98 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, bem como dispõe o artigo 99 § 4º do mesmo Diploma Legal que “a assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade da justiça”.
Pode-se observar, também pelo todo já dito no decorrer da presente peça, que a Reclamada é aposentada, o que a deixa indubitável a impossibilidade de arcar com as despesas processuais aqui demandadas.
Requer a Reclamada , ante o aqui esposado, seja julgado procedente o pedido de Gratuidade da Justiça, abstendo-a de toda e qualquer despesa advinda desta lide, nos termos dos artigos supracitados
RESUMO DA INICIAL
Raíssa Pinheiro, elaborando a petição inicial de sua reclamação trabalhista ajuizada contra a empresa Pão de Ló Ltda.
 A alegação autoral é de que sua dispensa por justa causa não poderia ter ocorrido em virtude da ausência de vacinação contra a COVID-19, haja vista que respaldada em laudo médico. Além disso, sustenta que não foi observado o caráter pedagógico na aplicação das penalidades, pois a obreira sequer foi advertida anteriormente. 
Requereu,portanto, a reversão da justa causa, com o consequente recebimento das verbas rescisórias que supostamente lhe foram sonegadas. 
A Reclamação Trabalhista foi distribuída para a 100ª Vara do Trabalho de Salvador/BA, sob o número (nº do 0000001-00.2021.5.05.0100).
Foi emitida notificação judicia emitida pela 100ª Vara do Trabalho. Nela consta que a audiência UNA irá ocorrer no dia 05/10/2021.
A reclamante jamais lhe entregou qualquer laudo médico que fosse suficiente para amparar a negativa de sua vacinação. No ato da dispensa era a segunda vez que ela se recusava a vacinar ou apresentar justificativa juridicamente válida, limitando-se a afirmar que não se vacinaria por convicções próprias. 
Há dezenas de documentos que comprovam que desde o surgimento da vacina a empresa faz campanhas internas de conscientização acerca de sua importância e obrigatoriedade. 
Houve advertência que foi aplicada à Raíssa, quando ela se recusou a vacinar.
Não se sabe se o documento tem valor jurídico, pois a trabalhadora não quis assiná-lo, o que foi feito somente por duas pessoas que testemunharam a mencionada recusa, datada de 08/07/2021. 
Por fim, há o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) da empresa constando o risco COVID-19. 
No que diz respeito à suspensão do contrato de Trabalho, conforme previsão da MP n. 1.045, afirma que foram observados todos os requisitos para sua implementação e que não foi exigida prestação de serviços durante tal período.
DO MÉRITO
Vacina
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o Estado pode determinar aos cidadãos que se submetam, compulsoriamente, à vacinação contra a Covid-19, prevista na Lei 13.979/2020. De acordo com a decisão, o Estado pode impor aos cidadãos que recusem a vacinação as medidas restritivas previstas em lei (multa, impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola), mas não pode fazer a imunização à força. Também ficou definido que os estados, o Distrito Federal e os municípios têm autonomia para realizar campanhas locais de vacinação.
O entendimento foi firmado no julgamento conjunto das Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 6586 e 6587, que tratam unicamente de vacinação contra a Covid-19, e do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1267879, em que se discute o direito à recusa à imunização por convicções filosóficas ou religiosas. O exame da matéria foi iniciado na sessão de ontem (16), com o voto do ministro Ricardo Lewandowski, relator das ADIs.(decisão judicial do STF, no ARE 1267879, que teve tese de repercussão geral fixada).
A empresa apenas cumpriu as obrigações de empresas e trabalhadores no que diz respeito à saúde no meio ambiente de trabalho, prevista nos artigos 157 e 158 da CLT, senão vejamos:
Art. 157 - Cabe às empresas: 
I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; 
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; 
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; 
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. 
Art. 158 - Cabe aos empregados: 
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; 
Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. 
Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: 
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; 
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. 
O art. 225, da CRFB/88, garante a todos um “meio ambiente ecologicamente equilibrado”, o que abrange o meio ambiente natural, artificial, cultural e do trabalho.
Além disso, O Ministério Público do Trabalho, a fim de orientar a população acerca das questões que envolvem a COVID-19, editou a “GUIA TÉCNICO INTERNO DO MPT SOBRE VACINAÇÃO DA COVID – 19”, o qual a empresa cumpriu com o seu dever.
Vale trazer o acórdão proferido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, nos autos do processo n. 0010091-68.2021.5.15.0068, que fala que o empregador agiu com acerto ao indeferir a rescisão indireta do contrato de trabalho, à vista da clarividente prevalência do interesse coletivo e de saúde pública em face da grave pandemia que assola o mundo, em detrimento de seu interesse individual, não desconsideradas suas convicções ideológicas, especialmente por se ativar a reclamante em clínica que dispensa cuidados a idosos, categoria da maior vulnerabilidade e letalidade quando infectada pelo Sars-Cov-2, causador da Covid-19.
Referiu a Nobre Sentenciante, com propriedade, que o Supremo Tribunal Federal não se está alheio à questão e já deliberou acerca da vacinação compulsória nas ADIs 6586 e 6587, decidindo pela constitucionalidade do dispositivo (art. 3º , II, d, da Lei nº 13.979/2020 - medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública do coronavírus) que autoriza a vacinação compulsória (mas não forçada), permitindo, inclusive, medidas indiretas, como restrição ao exercício de atividades. E fixou tese, no ARE 1267879, apreciando o Tema 1.103, acerca do direito à recusa por convicções ideológicas ou religiosas, no sentido de que ""É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, Estado, Distrito Federal ou Município, com base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar".Merece reiteração, ainda, a menção feita na sentença ao"GUIA TÉCNICO INTERNO DO MPT SOBRE VACINAÇÃO DA COVID - 19"(encontrável em seu sítio eletrônico:), o qual trata da obrigatoriedade de os empregadores, juntamente com o Poder Público, adotarem as medidas necessárias para a contenção da pandemia, seja com medidas individuais ou coletivas, nos termos dos artigos 157 e 158 da CLT, bem como do art. 19 da Lei n. 8.213/91 e Nrs 1 e 9 do Ministério do Trabalho e Emprego. Confira-se excerto:
'Logo, na pandemia da COVID - 19, na qual todos os trabalhadores estão expostos ao novo risco biológicos SARS-CoV-2, a conclusão inarredável é que a vacinação é compulsória para toda a população, incluindo os trabalhadores, cabendo aos empregadores, juntamente com o Poder Público, cumprirem o plano nacional de vacinação, e adotarem as medidas necessárias para a contenção da pandemia, seja com medidas individuais ou coletivas.
Desse modo, o direito-dever à vacinação é assegurado tanto por meio da eficácia vertical (exigindo-se do Poder Público), quanto por meio da eficácia horizontal (exigindo-se das empresas a sua concretização).' (Título II - item 2 - pág. 59)." - g.n
Prosseguiu, tratando do dever do trabalhador na colaboração das medidas de saúde e segurança e na prevalência do interesse coletivo:
"A estratégia de vacinação é uma ferramenta de ação coletiva, mas cuja efetividade só será alcançada com a adesão individual. A vontade individual, por sua vez, não pode se sobrepor ao interesse coletivo, sob pena de se colocar em risco não apenas o grupo de trabalhadores em contato direto com pessoas infectadas no meio ambiente do trabalho, mas toda a sociedade.
Acrescente-se que o art. 8º da CLT determina, ipsis litteris, que: 'que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público".
Portanto, nenhuma posição particular, convicção religiosa, filosófica ou política ou temor subjetivo do empregado pode prevalecer sobre o direito da coletividade de obter a imunização conferida pela vacina, prevista em programa nacional de vacinação e, portanto, aprovada pela Anvisa, e inserida nas ações do PCMSO.
Diante de uma pandemia, como a de Covid-19, a vacinação individual é pressuposto para a imunização coletiva e controle da pandemia. Nesse contexto, se houver recusa injustificada do empregado à vacinação, pode-se caracterizar ato faltoso, nos termos da legislação. Todavia, a empresa não deve utilizar, de imediato, a pena máxima ou qualquer outra penalidade, sem antes informar ao trabalhador sobre os benefícios da vacina e a importância da vacinação coletiva, além de propiciar-lhe atendimento médico, com esclarecimentos sobre a eficácia e segurança do imunizante.' (Título II - item 3 - pág. 61)."- g.n.
Com muito mais razão quando o trabalhador se ativa diretamente em contato com a classe mais vulnerável e letal, não se vislumbrando o alegado abuso de poder do empregador na medida proibitiva de adentrar o estabelecimento após não ter apresentado o cartão de vacina e ter comunicado que não se vacinaria. Aliás, a conduta se insere nas orientações do Ministério Público do Trabalho, conforme bem pontuado na sentença:
"Diante da recusa, a princípio injustificada, deverá o empregador verificar as medidas para esclarecimento do trabalhador, fornecendo todas as informações necessárias para elucidação a respeito do procedimento de vacinação e das consequências jurídicas da recusa;
Persistindo a recusa injustificada, o trabalhador deverá ser afastado do ambiente de trabalho, sob pena de colocar em risco a imunização coletiva, e o empregador poderá aplicar sanções disciplinares, [..]". (idem, pág. 63 - grifos acrescidos).
Reversão da justa causa
O empregador emitiu advertência para a trabalhadora, a fim de que tivesse ciência de necessidade de se vacinar segundo o“GUIA TÉCNICO INTERNO DO MPT SOBRE VACINAÇÃO DA COVID – 19”
Honorários advocatícios e justiça gratuita
A improcedência total dos pedidos não enseja a condenação ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais.
Além disso, há a Ação Direta de Inconstitucionalidade, que tramita no Supremo Tribunal Federal (ADI n. 5766), pois nela é questionada a constitucionalidade do disposto no art. 791-A, da CLT.
Na hipótese de o disposto no art. 791-A, da CLT ser considerada inconstitucional, as regras dispostas na Lei n. 5.584/70devem ser aplicadas ao Direito Processual do Trabalho. Assim, os honorários advocatícios somente seriam devidos em caso de o advogado do trabalhador ser do sindicato da categoria ou ter sido por ele habilitado, o que não é o caso dos autos.
DOS PEDIDOS
1-Que seja deferido o benefício da assistência gratuita, devido à difícil situação econômica da reclamada , que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprios;
2- DIANTE DO EXPOSTO, contestados todos os fatos, valores e pretendidas repercussões contidas na inicial, bem como todo e qualquer direito postulado, REQUER, no mérito, seja a ação julgada totalmente improcedente, responsabilizando o autor pelas custas processuais e demais ônus de sucumbência.
3- a improcedência do pagamento de verbas rescisórias será decorrência lógica.
Termos em que,
Pede deferimento.
Salvador, 14 de março de 2022.
LORYZE SOUZA SILVA
 OAB: 14240

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