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Inquérito Policial (Resumo)

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@Elisastudies._ 
 
 
 
 
 
• Conceito 
Inquérito policial é um mecanismo de 
investigação utilizado pela Polícia 
Judiciária (Civil e Federal) para encontrar a 
materialidade e a autoria de infrações 
penais. Trata-se de procedimento 
administrativo pré-processual. 
JUSTA CAUSA = MATERIALIDADE + AUTORIA 
 
• Características 
 
− Autoritariedade: cabe ao Delegado de 
Polícia (autoridade policial) conduzir as 
investigações. 
− Discricionariedade: o Delegado de 
Polícia pode conduzir o inquérito da 
maneira que entender mais frutífera, sem 
um padrão pré-estabelecido. 
− Indisponibilidade: segundo o artigo 17 
do CPP, a autoridade policial (Delegado 
de Polícia) não poderá mandar arquivar 
o inquérito policial (somente o MP é 
legitimado a manifestar-se pelo 
arquivamento). 
− Inquisitoriedade: os atos da 
investigação não dependem de prévia 
comunicação à defesa, a fim de se 
garantir a instrução probatória e a 
eficácia do procedimento. Isso não 
significa que não haja respeito aos 
direitos fundamentais dos envolvidos, 
podendo o investigado, inclusive, 
constituir defensor. 
Com a derrubada de vetos do Pacote 
Anticrime, passa a ser OBRIGATÓRIA a 
assistência jurídica (por defensor constituído 
ou nomeado) dos servidores da segurança 
pública investigados por fatos relacionados 
ao uso da força letal praticados no 
exercício profissional. 
− Procedimento dispensável: o inquérito é 
dispensável quando o titular da ação 
penal já tiver as peças de informação 
(provas da autoria e materialidade do 
delito). Assim, indispensável é a justa 
causa! 
− Procedimento escrito: todas as peças 
devem ser escritas (o ato oral dever ser 
reduzido a termo). 
− Procedimento sigiloso: é sempre sigiloso 
a terceiros alheios à investigação, mas 
não aos advogados, uma vez que eles 
devem conhecer o que pesa contra o 
seu cliente numa investigação criminal. 
SÚMULA VINCULANTE 14 
É direito do defensor, no interesse do 
representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, JÁ 
DOCUMENTADOS em procedimento 
investigatório realizado por órgão com 
competência de polícia judiciária, digam 
respeito ao exercício do direito de defesa. 
− Oficialidade: conduzido pelo Estado, 
na pessoa do Delegado de Polícia. 
− Oficiosidade: o Delegado de Polícia 
atua de ofício diante da ocorrência de 
uma infração penal. 
Exceções: 
• Ação penal privada 
• Ação penal pública condicionada 
Importante mencionar que NÃO se poderá 
opor suspeição às autoridades policiais nos 
atos do inquérito, mas deverão ELAS 
declarar-se suspeitas, quando ocorrer 
motivo legal. 
• Instauração 
Policial 
Qualquer pessoa pode comunicar 
(verbalmente ou por escrito) infração penal 
à autoridade policial. 
Porém, não se instaura o inquérito de 
imediato, unicamente com base em denúncia 
anônima, sendo necessária uma verificação 
prévia da procedência da denúncia. 
A instauração do inquérito pode ser feita da 
seguinte forma: 
NA AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
INCONDICIONADA 
 
• De ofício (por 
portaria do 
delegado). 
• Mediante 
requisição da 
autoridade 
judiciária ou do 
MP. 
• A requerimento 
do ofendido ou 
de quem tenha a 
qualidade de 
representá-lo. 
 
NA AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
CONDICIONADA 
 
• Por meio da 
representação 
do ofendido ou 
de seu 
representante 
legal. 
• Por meio da 
requisição do 
Ministro da 
Justiça. 
 
NA AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
Somente pode ser 
feita a requerimento 
de quem tenha a 
qualidade de 
intentá-la. 
 
PELO AUTO DE 
PRISÃO EM 
FLAGRANTE 
 
O APF, por conter a 
descrição das 
circunstâncias do 
delito e da prisão, 
pode ser entregue 
diretamente ao MP 
(caso não haja 
necessidade de 
novas diligências) 
ou pode servir para 
iniciar o inquérito 
policial. 
O STF entende que a denúncia anônima 
não é meio hábil para sustentar, por si só, a 
instauração de inquérito policial. Entretanto, 
ela pode ensejar uma investigação 
preliminar pelo delegado. 
 
• Instrução 
 
− DILIGÊNCIAS 
Logo que tiver conhecimento da prática da 
infração penal, a autoridade policial 
deverá: 
• Dirigir-se ao local, providenciando para 
que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada 
dos peritos criminais. 
• Apreender os objetos que tiverem 
relação com o fato, após liberados pelos 
peritos criminais. 
• Colher todas as provas que servirem 
para o esclarecimento do fato e suas 
circunstâncias. 
• Ouvir o ofendido e o indiciado. 
• Proceder a reconhecimento de pessoas 
e coisas e a acareações. 
• Determinar, se for caso, que se proceda 
a exame de corpo de delito e a 
quaisquer outras perícias. 
• Ordenar a identificação do indiciado 
pelo processo datiloscópico, se possível, 
e fazer juntar aos autos sua folha de 
antecedentes. 
• Averiguar a vida pregressa do indiciado, 
sob o ponto de vista individual, familiar e 
social, sua condição econômica, sua 
atitude e estado de ânimo antes e 
depois do crime e durante ele, e 
quaisquer outros elementos que 
contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter. 
• Colher informações sobre a existência de 
filhos, respectivas idades e se possuem 
alguma deficiência e o nome e o contato 
de eventual responsável pelos cuidados 
dos filhos, indicado pela pessoa presa. 
 
− OUTRAS DILIGÊNCIAS 
• Feitura de reprodução simulada dos 
fatos, caso isso não contrarie a 
moralidade ou a ordem pública (o 
investigado não é obrigado a 
participar). 
• Requisição direta, sem autorização 
judicial, dirigida a quaisquer órgãos do 
poder público ou de empresas de 
iniciativa privada, de dados e 
informações cadastrais de vítima de 
suspeitos dos crimes previstos nos arts. 
148, 149, 149-A, no art. 158, § 3o, e art. 
159, todos do CP, além do crime previsto 
no art. 239 do ECA (Lei n. 8.069/90) (são 
crimes que envolvem a restrição da 
liberdade da vítima). 
• Autorização judicial para localizar a 
vítima de um dos crimes citados no 
tópico anterior (o acesso à localização 
não compreenderá as conversas 
telefônicas feitas entre os acusados). 
 
OBSERVAÇÕES 
• O ofendido, ou seu representante legal, 
e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a 
juízo da autoridade. 
• A requisição do MP ou do juiz deve ser 
cumprida pela autoridade policial. 
 
• Indiciamento 
É o ato pelo qual a autoridade policial, de 
forma fundamentada e ANTES do 
oferecimento da denúncia, direciona a 
investigação para determinadas pessoas. 
Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado 
curador pela AUTORIDADE POLICIAL. 
INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO 
NO PROCESSO PENAL 
 
REVOGADA pela nova sistemática 
constitucional. 
 
 
• Encerramento do Inquérito Policial 
Ao final do inquérito, a autoridade fará 
minucioso relatório do que tiver sido 
apurado e enviará autos ao juiz 
competente. 
Destinatários do inquérito: 
− Destinatário IMEDIATO: titular da ação 
penal (MP ou ofendido). 
− Destinatário MEDIATO: juiz, pois os 
indícios servir-lhe-ão para formar seu 
convencimento. 
Prazos para o encerramento: 
PROCEDIMENTO PRAZOS 
 
JUSTIÇA ESTADUAL 
 
10 dias 
[prorrogáveis por + 
15, pelo juiz das 
garantias, mediante 
representação do 
delegado e ouvido 
o MP] (indiciado 
preso) 
 
30 dias [+30] 
(indiciado solto) 
 
JUSTIÇA FEDERAL 
 
15 dias [+15] 
(indiciado preso) 
 
30 dias [+30] 
(indiciado solto) 
 
LEI DE DROGAS 
 
30 dias [+30] 
(indiciado preso) 
 
90 dias [+90] 
(indiciado solto) 
 
 
• Ministério Público 
Assim que o inquérito policial chega ao MP, 
há quatro possibilidades quanto ao destino 
do inquérito: 
− Verifica-se a competência (se precisar, o 
IP volta ao juiz com pedido para que o 
remeta à vara competente). 
− Verificam-se as diligências necessárias. 
− É oferecida a denúncia. 
− Caso seja verificado que não houve 
crime ou que foi extinta a punibilidade, o 
MP arquiva o inquérito policial. 
O MP também realiza o controleexterno 
da atividade policial: 
Conceito: Conjunto de normas que regulam 
a fiscalização exercida pelo MP em relação 
à polícia. Não há subordinação entre 
membros do MP e da polícia. 
Classificação: 
- Ordinário: Atividade ministral exercida 
corriqueiramente, como por exemplo, trâmite 
dos inquéritos policiais, cumprimento de 
diligências, etc. 
- Extraordinária: Ocorre quando da 
verificação concreta do ato ilícito por parte 
de autoridade policial no exercício de suas 
funções. 
• Arquivamento do inquérito policial 
O Ministério Público deve comunicar o 
arquivamento do inquérito à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial. 
Ademais, caso a vítima ou seu representante 
legal não concorde com o arquivamento, 
poderá submeter o inquérito à revisão. 
Assim, na sistemática trazida pela Lei no 
13.964/2019 (Pacote Anticrime), não há 
mais o controle judicial sobre o 
arquivamento da investigação preliminar e 
há o fortalecimento da atuação da vítima. 
Entretanto, essa novidade encontra-se 
suspensa por decisão do STF, 
permanecendo a sistemática anterior, na 
qual o MP requere o arquivamento ao juiz, 
que, em caso de discordância, remete os 
autos ao PGJ (Procurador-Geral de Justiça). 
Somente se o PGJ mantiver a opção pelo 
arquivamento é que o juiz está obrigado a 
acatar (a decisão de arquivamento é 
irrecorrível, salvo nos crimes contra a 
economia popular). 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
 
Trata-se de um mecanismo consensual, 
também trazido pelo Pacote Anticrime, 
marcado pela possibilidade de que o 
Ministério Público firme acordo com o 
investigado, deixando de oferecer 
denúncia pelo crime praticado. 
 
Assim, não sendo caso de arquivamento e 
tendo o investigado confessado formal e 
circunstancialmente a prática de infração 
penal sem violência ou grave ameaça e 
com pena mínima inferior a 4 anos, o 
Ministério Público poderá propor acordo 
de não persecução penal, desde que 
necessário e suficiente para reprovação e 
prevenção do crime, mediante as 
seguintes condições ajustadas cumulativa 
e alternativamente: 
 
• Reparar o dano ou restituir a coisa à 
vítima, exceto impossibilidade de fazê-
lo. 
• Renunciar voluntariamente a bens e 
direitos indicados pelo Ministério 
Público como instrumentos, produto ou 
proveito do crime. 
• Prestar serviço à comunidade ou a 
entidades públicas por período 
correspondente à pena mínima 
cominada ao delito diminuída de um a 
dois terços, em local a ser indicado 
pelo juízo da execução, na forma do 
art. 46 do CP. 
• Pagar prestação pecuniária, a ser 
estipulada nos termos do art. 45 do CP, 
à entidade pública ou de interesse 
social, a ser indicada pelo juízo da 
execução, que tenha, 
preferencialmente, como função 
proteger bens jurídicos iguais ou 
semelhantes aos aparentemente 
lesados pelo delito. 
• Cumprir, por prazo determinado, outra 
condição indicada pelo Ministério 
Público, desde que proporcional e 
compatível com a infração penal 
imputada. 
 
 
• Desarquivamento do Inquérito Policial 
Somente pode ser feito se surgirem novas 
provas acerca da infração penal. 
 
 
SÚMULA 524, STF 
Arquivado o inquérito policial, por 
despacho do juiz, a requerimento do 
promotor de justiça, não pode a ação 
penal ser iniciada, sem novas provas. 
Existem exceções, nas quais o arquivamento 
impede a reabertura do inquérito, de forma 
a fazer coisa julgada material. São os casos 
de: 
• Atipicidade da conduta. 
• Extinção da punibilidade. 
• Excludente de ilicitude. 
 
• Termo circunstanciado 
Em vez do inquérito policial haverá o termo 
circunstanciado para apurar as infrações 
de menor potencial ofensivo (contravenções 
penais e os crimes a que a lei comine pena 
máxima não superior a 2 anos, cumulada ou 
não com multa), conforme determina o art. 
69 da Lei 9.099/95. 
O referido termo deverá conter: 
− A qualificação (dados pessoais, 
endereço etc.) do pretenso autor da 
infração. 
− A qualificação da vítima. 
− A maneira como os fatos se deram, com 
a versão das partes envolvidas. 
− A qualificação das testemunhas, bem 
como o resumo do que presenciaram. 
− Os exames que foram requisitados (não 
é necessário o resultado dos exames, mas 
tão somente que conste quais foram 
requisitados); nos crimes de lesões 
corporais deverá constar ao menos um 
boletim médico acerca das lesões. 
− Assinatura de todos os que participaram 
da elaboração do termo 
circunstanciado. 
Existem EXCEÇÕES nas quais é instaurado 
inquérito (e não termo circunstanciado), 
mesmo que a pena seja menor que 2 anos. 
São elas: 
− Infração prevista na Lei Maria da Penha. 
− Lesão culposa no trânsito decorrente de: 
→ Embriaguez. 
→ Racha. 
→ Velocidade acima de 50km/h da 
permitida.

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