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APOSTILA DA DISCIPLINA

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Prévia do material em texto

LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
Professor Esp. Renan Gonçalves da Silva 
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Eduardo Santini
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
Douglas Crivelli
Revisão Textual
Leandro Vieira
Web Designer
Thiago Azenha
FATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro 
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
FATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.fatecie.edu.br
FICHA CATALOGRÁFICA
FACULDADE DE TECNOLOGIA E 
CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. 
Licenciamento Ambiental
Renan Gonçalves da Silva 
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2019. 97 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária 
Zineide Pereira da Silva.
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock e Freepik
PALAVRA DA DIREÇÃO
Prezado Acadêmico(a),
É com muita satisfação que inauguramos um novo mundo de oportunidades e 
expansão de nossa instituição que estrapolam os limites físicos e permite por 
meio da tecnolgias digitais que o processo ensino educação ocorra de formas 
ainda mais dinâmicas e em consonância com o estilo de vida da sociedade 
contemporânea. 
Empregamos agora no Ensino a Distância toda a dedicação e recursos para 
oferecer a você a mesma qualidade e excelência que virou a marca de nosso 
grupo educanional ao longo de nossa história. 
Queremos lembrar a você querido aluno, que a Faculdade Fatecie nasceu do 
sonho de um grupo de professores em contribuir com a sociedade por meio da 
educação. Motivados pelo desafio de empreender, tornaram o sonho realidade 
com a autorização da faculdade fatecie no ano de 2007. Desde o princípio a 
fatecie parte da crença no sonho coletivo de construção de uma sociedade 
mais democrática e com oportunidades para todos, onde a educação prepara 
para a cidadania de qualidade. 
Toda dedicação que a comunidade acadêmica teve ao longo de nossa história 
foi reconhecido ao conquistarmos por duas vezes consecutivas o título de 
Faculdade Número 1 do Paraná. Um feito inédito para paranavaí e toda 
região noroeste. No ranking, divulgado pelo mec em 2014 e 2015, a Fatecie 
foi destaque como a faculdade melhor avaliada em todo o estado. Posição 
veiculada em nível nacional pela Revista Exame e Folha de São paulo, 
apontando a Fatecie como a 1ª colocada no Paraná.
Essas e outras conquistas que obtivemos ao longo dos nossos 10 anos de 
história tem como base a proposta global da faculdade fatecie, que consiste 
em criar um ambiente voltado para uma abordagem multidisciplinar, crítica e 
reflexiva, onde se desenvolvem as atividades ensino, pesquisa e extensão. 
Para isso, a Fatecie conta com um corpo docente composto, em sua maioria, 
por professores com mestrado e doutorado e com ampla experiência 
profissional nas mais diversas áreas do mercado e da educação. 
Seja bem-vindo!
Direção 
Faculdade Fatecie
A
U
T
O
R
Professor Esp. Renan Gonçalves da Silva 
Mestrando em agroecologia pela Universidade Estadual de 
Maringá (UEM), 2017 – 2019. Graduado em Geografia pela 
Universidade de Jales (UNIJALES), 2016 – 2017. Especialista 
em Auditoria, Perícia e Educação Ambiental pela Faculdade 
de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná (FATECIE), 
2016. Graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade 
Estadual de Mato Grosso do Sul, (UEMS), 2010 – 2014. 
Foi professor do curso de Gestão Ambiental da FATECIE 
atuando nas áreas de: recuperação de áreas degradadas, 
avaliação de impactos ambientais, análise de investimentos 
ambientais, sistemas de informações geográficas e gestão 
e aproveitamento de resíduos sólidos. Atualmente atua como 
consultor de projetos de engenharia ambiental e como docente 
no ensino superior e cursos técnicos profissionalizantes. 
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6149238437676530
APRESENTAÇÃO
Caro aluno (a) seja bem vindo (a) a disciplina de Licenciamento Ambiental, de-
sejo que você aproveite este livro para conhecer mais sobre esse instrumento 
de preservação ambiental.
Este livro foi cuidadosamente construído para que você disponha de um mate-
rial básico para entender o funcionamento do licenciamento ambiental no Bra-
sil, bem como a sua importância. Para facilitar o processo de ensino e aprendi-
zagem este livro esta dividido em 8 capítulos. 
Desta forma, no primeiro capítulo você conhecerá aspectos gerais sobre a le-
gislação ambiental no Brasil, bem como os principais fatos históricos que mar-
caram a área ambiental pressionando os organismos internacionais a desen-
volveram tratados globais para criar soluções conjuntas vislumbrando a preser-
vação do meio ambiente. Sendo assim, você verá que um dos maiores desa-
fios da atualidade é justamente promover a preservação ambiental juntamente 
com o desenvolvimento econômico e social. 
Em seguida, no segundo capítulo trataremos sobre o processo de licenciamen-
to ambiental em si. Você conhecerá então como o licenciamento ambiental está 
estruturado, onde ele se aplica e quais as possíveis mudanças que este instru-
mento poderá sofrer futuramente no país. 
No tocante, você entrará em contato com o capítulo que tratará sobre a avalia-
ção de impacto ambiental, neste momento você conhecerá o que significa im-
pacto ambiental, os principais estudos solicitados no processo de licenciamento 
ambiental e ainda conhecerá as principais metodologias utilizadas para desen-
volver uma avaliação de impacto ambiental. 
Posteriormente, no capítulo 4 trataremos sobre a poluição das águas por uma 
perspectiva sistêmica, conhecendo as principais formas como os recursos hí-
dricos acabam sendo degradados. Você também conhecerá as principais legis-
lações relacionadas à gestão dos recursos hídricos. 
Logo após, no próximo capítulo abordaremos assuntos relacionados à poluição 
do ar. Retomando conceitos relevantes para o entendimento da gestão da qua-
lidade atmosférica. Além de mencionarmos, as principais fontes de poluentes e 
as consequências para a saúde da população. 
Na sequência, será abordado o capítulo 6 que tratará sobre a gestão dos re-
síduos sólidos, focando na aplicação prática da Lei 12.305 de 2010, que atu-
almente é fundamental para a aprovação do licenciamento ambiental para os 
empreendimentos.
Neste mesmo caminho, abordaremos também o novo código florestal, demons-
trando suas principais mudanças bem como seus pontos polêmicos.
E por fim, apresentaremos o capítulo 8 que tratará das unidades de conserva-
ção. Neste último capítulo, você conhecerá as categorias de unidades de con-
servação bem como suas utilidades e relevâncias.
Desta maneira, desejo que este livro sirva para que você tenha uma formação 
sólida para a execução de suas atividades profissionais. Além disso, desejo 
que este seja um momento de reflexão sobre a importância das questões am-
bientais e que você compreenda que para existir desenvolvimento é necessário 
que se haja a preservação dos recursos naturais. 
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
08 | LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
CAPÍTULO 2
20 | PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
CAPÍTULO 3
32 | AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 
CAPÍTULO 4
44 | POLUIÇÃO DAS ÁGUAS 
CAPÍTULO 5
55 | POLUIÇÃO DO AR 
CAPÍTULO 6
66 | GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 
CAPÍTULO 7
77 | NOVO CÓDIGO FLORESTAL 
CAPÍTULO 8
86 | UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 
PÁGINA 8
CAPÍTULO
1 LEGISLAÇÃOAMBIENTAL
PLANO DE ESTUDO E OBJETIVOS DA UNIDADE I 
Demonstrar como ocorram os principais acidentes que marcaram o histórico de 
impactos ambientais no planeta e como estes acidentes pressionaram as au-
toridades globais a criarem mecanismos para a proteção ambiental incluindo 
o processo de licenciamento ambiental. Demonstrar a evolução da legislação 
brasileira eo funcionamento da sua estrutura, com a finalidade de proporcionar 
a proteção dos recursos naturais. 
Professor Esp. Renan Gonçalves da Silva 
Objetivos de aprendizagem 
• Compreender o histórico de impactos ambientais. 
• Conhecer a evolução da legislação ambiental no Brasil. 
• Saber como os impactos ambientais afetaram a legislação ambiental 
brasileira. 
• Conhecer os tratados globais sobre o clima. 
• Compreender a estrutura da legislação ambiental 
Plano de estudo 
• Breve histórico dos impactos ambientais globais 
• Principais tratados globais sobre mudanças climáticas 
• Evolução da legislação brasileira 
PÁGINA 9
1. Introdução 
A questão ambiental é um dos assuntos de maior relevância nos debates glo-
bais, isso porque esta temática irá refletir nas esferas sociais, econômicas e 
também culturais afetando-as diretamente. Neste sentido, para promover a 
preservação dos recursos naturais vislumbrando a qualidade de vida da po-
pulação e seguridade econômica, foram criadas diversas leis para garantir a 
proteção destes recursos. Assim, é importante destacar que a atual legislação 
é em decorrência de um processo de construção que culminaram na legisla-
ção vigente. É importante entender que as condicionantes legais que regem 
a produtividade no Brasil e no exterior não foram criadas no vazio, existindo 
fatores que pressionaram a formação da atual legislação e que sem elas até 
mesmo as atividades do agronegócio seriam prejudicadas.
Desta forma, quero destacar alguns acidentes e acontecimentos na área am-
biental que foram cruciais para respostas do poder público em âmbito global 
referente a essa temática. Podemos começar mencionando a “Doença da dan-
ça do gato”, nuvem de dioxina em Seveso, acidente em Bhopal, o caso de va-
zamento nuclear em Chernobyl e o mais recente no Brasil o rompimento da 
barragem de Mariana em Mingas Gerais, assuntos que serão abordados ao 
longo deste capítulo. Todos esses fatores têm colocado pressões sobre os 
organismos internacionais para evitar que casos como esses venham ocorrer 
novamente. Assim, existiram também alguns eventos que marcaram a área 
ambiental na busca pelo equilíbrio entre a produtividade e a proteção dos re-
cursos naturais. Destaca-se o chamado “clube de Roma” que teve início em 
1968, que futuramente culminou em um relatório denominado “limites do cresci-
mento” em 1972. Outro evento importante foi a Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente Humano, na cidade de Estocolmo (Suécia), conhecida 
como ECO 92 (ou Rio 92). Ocorreram também, as Convenções da Biodiversi-
dade e das Mudanças Climáticas, lançando as diretrizes para o lançamento do 
Protocolo de Kyoto (Japão - 1997), em 2002, ocorreu Conferência Mundial do 
Meio Ambiente, a Rio + 10, em Johannesburgo (BIOMANIA, 2018). No Brasil, 
as primeiras normatizações ambientais vêm desde a época do império refletido 
e atendendo as necessidades de cada período histórico. Os eventos citados 
anteriormente foram importantes na busca da construção de mecanismos que 
possibilitem o equilíbrio entre a produtividade e a preservação ambiental e que 
consequentemente reflete no atual sistema de licenciamento ambiental. Cabe 
ressaltar que atualmente é comum os países mais desenvolvidos rejeitarem a 
importação de produtos que não atendam os princípios da sustentabilidade, re-
sultando em embargos e perda de competitividade no mercado internacional.
PÁGINA 10
1.2 Histórico de acidentes ambientais e tratados globais 
Em 1954 o Japão foi palco de um grande desastre ambiental a conhecida 
“Doença da dança do gato”, que ocorreu na cidade de Minamata. Nesta oca-
sião, observava-se o comportamento de gatos que sofriam com convulsões e 
saltavam no mar. Logo o comportamento convulsivo foi observado também nos 
seres humanos que culminou na morte de mais de 2mil pessoas, este aciden-
te foi em decorrência da liberação de mercúrio na água por uma indústria quí-
mica, causando degeneração neurológica e deformidades físicas nas pessoas 
afetadas (KAWANAMI, 2014). Em 1976, na cidade de Seveso localizada na 
Itália ocorreu um acidente que ficou conhecido como “Nuvem de dioxina”, de-
vido à explosão por meio da utilização de etilenoglicol com hidróxido de sódio 
formando uma reação exotérmica em um reator que operava em batelada em 
alta temperatura afetando 1.807 hectares e ocasionado 193 casos de cloroacne 
(doença de pele atribuída ao contato com a dioxina) (CETESB, 2018). Outro 
acidente bastante conhecido foi o desastre ocorrido em Bhopal em 1984 que 
matou mais de 8mil pessoas em 72 horas, este acidente foi em decorrência de 
um vazamento de uma fábrica de pesticida na Índia, lançando 40 toneladas de 
gás isocianeto de metila no ar, deixando um grave legado de doenças crônicas 
para as futuras gerações (BBC, 2014). Já em 1986 ocorreu na Ucrânia na ci-
dade de Chernobyl o famoso e maior desastre nuclear da história. Este aciden-
te ocorreu devido à explosão de um reator de uma usina nuclear lançando ma-
terial radioativo para até três quartos do território do continente europeu, com 
estimativas que vão de trinta a cem mil mortos em decorrência do desastre, 
atualmente a área esta isolada sendo considerada uma cidade fantasma com 
altos riscos de contaminações radiológicas (LUSA, 2018). No Brasil um dos 
marcos em acidentes ambientais foi o recente caso do rompimento da barra-
gem de fundão ocorrido no município de Mariana/MG que lançou 34 milhões de 
m³ na bacia hidrográfica do rio Doce, causando a destruição de grande parte 
do subdistrito de Bento Rodrigues, além de afetar 663,2 Km de corpos hídricos 
causando impactos ambientais de ordens reversíveis e irreversíveis, afetando a 
fauna, flora e a qualidade de vida da população (PINTO-COELHO, 2015).
Todos esses fatores como mencionados tendem a pressionar os órgãos públi-
cos para tornar a legislação ambiental mais rígida com o objetivo de evitar aci-
dentes como estes novamente. Desta forma, a poluição ambiental, aliada aos 
desastres e as mudanças climáticas pressionaram as comunidades internacio-
nais a criarem eventos e agendas ambientais com a finalidade de criar espaços 
para discussões e soluções para a problemática o que consequentemente irá 
refletir nas legislações ambientais dos países. Neste sentido um dos primeiros 
eventos marcantes foi o chamado “Clube de Roma” em 1968 que reuniu pes-
quisadores de todo o mundo criando o chamado relatório “Os limites do cres-
cimento” em 1972 o objetivo dessa reunião foi criar um espaço para discus-
são sobre questões sobre política, economia e meio ambiente. Neste mesmo 
ano, ocorreu também o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
PÁGINA 11
o (PNUMA) e a Conferência de Estocolmo onde pele primeira vez tratou-se do 
modelo de desenvolvimento sustentável, cujo modelo baseia as diversas legis-
lações ambientais, pois se trata de um novo paradigma que alia o equilíbrio en-
tre as esferas econômicas, sociais e ambientais. 
“Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um proces-
so de mudança no qual a exploração dos recursos, o direciona-
mento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tec-
nológico e a mudança institucional estão em harmonia e refor-
çam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e 
necessidades humanas (Relatório Brundtland, 1987 apud ONU 
2018)”. 
 
No Brasil, pode-se observar a constituição federal de 1988 inspirada nas ideias 
dessas reuniões globais que determina o equilíbrio entre essas esferas. “Art. 
225. Todos têm o direto ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao po-
der publico e à coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as pre-
sentes e futuras gerações’’ (BRASIL, 1988). 
1.3 Evolução da legislação ambiental do Brasil 
A constituição de 1988 impõe a busca por esse equilíbrio, no entanto a primei-
ra lei relacionada à questão ambiental no Brasil vem desde o período imperial. 
Onde pode ser observado na tabela abaixo.Tabela 01: Linha do tempo da evolução da legislação ambiental 
Ano Acontecimento
1605 Regimento do Pau-Brasil, voltado à proteção das florestas.
1797 Carta régia afirma a necessidade de proteção a rios, nascentes e encostas, que 
passam a ser declarados propriedades da Coroa.
1799 É criado o Regimento de Cortes de Madeiras, cujo teor estabelece rigorosas 
regras para a derrubada de árvores.
1850 É promulgada a Lei nº 601/1850, primeira Lei de Terras do Brasil. Ela disciplina a 
ocupação do solo e estabelece sanções para atividades predatórias.
1911 É expedido o Decreto nº 8.843, que cria a primeira reserva florestal do Brasil, no 
antigo Território do Acre.
1916 Surge o Código Civil Brasileiro, que elenca várias disposições de natureza 
ecológica. 
1934 São sancionados o Código Florestal, que impõe limites ao exercício do direito de 
propriedade, e o Código de Águas. 
PÁGINA 12
1964 É promulgada a Lei 4.504, que trata do Estatuto da Terra. A lei surge como 
resposta a reivindicações de movimentos sociais, que exigiam mudanças 
estruturais na propriedade e no uso da terra no Brasil.
1965 Passa a vigorar uma nova versão do Código Florestal, ampliando políticas 
de proteção e conservação da flora. Estabelece a proteção das áreas de 
preservação permanente.
1967 Uma nova Constituição atribui à União competência para legislar sobre jazidas, 
florestas, caça, pesca e águas, cabendo aos Estados tratar de matéria florestal.
1975 Por meio do Decreto-Lei 1.413, empresas poluidoras ficam obrigadas a prevenir 
e corrigir os prejuízos da contaminação do meio ambiente.
1977 É promulgada a Lei 6.453, que estabelece a responsabilidade civil em casos de 
danos provenientes de atividades nucleares.
1981 É editada a Lei 6.938, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente. A 
lei inova ao apresentar o meio ambiente como objeto específico de proteção.
1985 É editada a Lei 7.347, que disciplina a ação civil pública como instrumento 
processual específico para a defesa do meio ambiente e de outros interesses 
difusos e coletivos.
1988 É promulgada a Constituição de 1988, a primeira a dedicar capítulo específico 
ao meio ambiente. 
1991 O Brasil passa a dispor da Lei de Política Agrícola (Lei 8.171). Com um capítulo 
especialmente dedicado à proteção ambiental, o texto obriga o proprietário rural 
a recompor sua propriedade com reserva florestal obrigatória.
1998 É publicada a Lei 9.605, que dispõe sobre crimes ambientais. 
2000 Surge a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei nº 9.985/00), 
que prevê mecanismos para a defesa dos ecossistemas naturais e de 
preservação dos recursos naturais neles contidos.
2001 É sancionado o Estatuto das Cidades (Lei 10.257), que dota o ente municipal 
de mecanismos visando permitir que seu desenvolvimento não ocorra em 
detrimento do meio ambiente.
2010 É sancionada a Lei 10.305 que dispõe sobre a Política Nacional de Resíduos 
Sólidos. 
2012 Aprovada a Lei 12.651 conhecido como o Novo código florestal 
Fonte: STJ, 2010 (Adaptado)
Observa-se que desde a época do império a legislação ambiental brasileira 
vem sendo construída, isso porque proteger os recursos naturais representa 
proteger as riquezas de um país. Quando o uso destes materiais é realizado de 
forma adequada vislumbrando proporcionar a sustentabilidade ao longo tempo 
desses materiais, gera-se uma riqueza em longo prazo, ou seja, proteger os 
recursos naturais é uma medida estratégica para o desenvolvimento de uma 
nação. Desta forma, de acordo com a Tabela 1 observa-se que as primeiras 
leis sancionadas no Brasil foram para a proteção da madeira, sobretudo o Pau 
Brasil, seguidas pelas leis de proteção das nascentes e rios.
PÁGINA 13
Observa-se também um marco importante para ás áreas agrária que Lei 
nº 601/1850 de 1850 que irá tratar sobre o uso e ocupação do solo em terri-
tório nacional. Observa-se também o surgimento de um código florestal confi-
gurando-se como um marco importante, pois, tornava-se obrigatório a preser-
vação de 25% das terras com mata original reservadas para a preservação 
ambiental, no entanto essa legislação sofria críticas pelos ambientalistas por 
não orientar sobre quais eram as áreas mais sensíveis que deveriam ser pre-
servadas. Neste sentido, existiam críticas porque era evidente que no geral as 
florestas acabavam ficando sem proteção uma vez que a legislação não defi-
nia regras para a definição das áreas de preservação permanente às margens 
dos rios e lagos e o Ministério da Agricultura não definiu a temática (CARVA-
LHO; RAJÃO; GIUDICE, 2018). Em 1965 foi estabelecida uma nova versão do 
código florestal brasileiro, a votação de um novo código foi importante para fi-
xar regras mais claras para o estabelecimento da proteção das florestas visan-
do à preservação e manutenção das riquezas naturais. Neste sentido, esta ver-
são do código florestal adotou uma postura importante oferecendo detalhamen-
tos sobre as diretrizes para o estabelecimento das APPs (Área de Preservação 
Permanente) (CARVALHO; RAJÃO; GIUDICE, 2018).
Desta forma, a legislação foi obtendo um rearranjo sempre visando à garan-
tia da produtividade agrícola e a preservação ambiental de forma equilibrada. 
Buscando este equilíbrio foi então sancionada a em 1981 a Política Nacional 
de Meio Ambiente através da Lei 6.938, esta legislação tem por objetivo a pre-
servação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propiciando à vida, 
visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, 
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida hu-
mana (BRASIL, 1981). Os instrumentos desta política são caracterizados por 
apresentarem os elementos de comando e controle que são mecanismos de 
mercado que na prática configuram-se na possibilidade de aplicação de taxas e 
tarifas para a promoção da sustentabilidade (BARROS et al., 2012).
Ainda sobre a Lei 6.938 Milaré, 1993 apud Guerra e Cunha, 2009 destacam al-
guns aspectos importantes como:
- transferir para o direito ambiental conceitos normativos como meio ambiente, 
vislumbrando a preservação na sua complexidade e multifatorialidade, e ainda 
conceitos como degradação da qualidade ambiental, poluição, poluidor e recur-
sos ambientais.
- nortear os princípios de poluidor pagador, quanto suas responsabilidades em 
ações movidas pelo Ministério Público.
- a criação de uma articulação entre os diversos órgãos públicos na busca pela 
preservação ambiental, através da instituição do SISNAMA (sistema Nacional 
do Meio Ambiente). 
PÁGINA 14
Vale ressaltar que a Lei 6.938 estabelece algumas definições importantes no 
tocante ao debate ambiental como: 
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influên-
cias e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adver-
sa das características do meio ambiente;
III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resul-
tante de atividades que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da po-
pulação;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econô-
micas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio am-
biente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os pa-
drões ambientais estabelecidos
IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público 
ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por ativi-
dade causadora de degradação ambiental;
V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, 
superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o 
solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora 
(BRASIL, 1981). 
A referida legislação impõe ao poluidor a obrigatoriedade de reparação ou in-
denização do dano causado, utilizando os instrumentos de comando e controle 
que se configura na utilização e multas, sanções e embargos dasatividades. 
Além de estabelecer o sistema de multas a referida legislação também, consti-
tui o SISNAMA um órgão que visa à busca integrada pela proteção e melhora 
da qualidade ambiental entre os órgãos e entidades da união, dos estados e 
do Distrito federal, dos territórios e dos municípios. Vale destacar que o órgão 
consultivo e deliberativo constitui-se no Conselho Nacional de Meio Ambiente 
(CONAMA) que tem por finalidade assessorar, estudar e propor, diretrizes de 
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e delibe-
rar, no âmbito de sua competência, mecanismos que promovam a melhoria da 
qualidade de vida e preservação ambiental (BRASIL, 1981). Além do SISNAMA 
a Lei 6.938 é um marco importante, pois institui o licenciamento ambiental no 
país assunto que trataremos no capítulo seguinte. 
PÁGINA 15
Destaca-se também de acordo com a linha histórica do Tabela 1, a criação da 
Lei 9.605 conhecida como a Lei de Crimes Ambientais em 1998, esta legisla-
ção dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências (BRASIL, 1998). 
Assim a legislação penaliza aquele participar de forma direta ou indireta de 
crimes ambientais. De acordo com a legislação supracitada, observam-se as 
penalidades contra crimes cometidos em relação à fauna, penalizando quem 
matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécies da fauna silvestre, nativos 
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da au-
toridade competente, sujeito a pena e detenção de seis meses a um ano, e 
multa. Neste sentido, observam-se também as penalidades sobre os crimes co-
metidos contra a flora ou danificar florestas consideradas de preservação per-
manente sujeito a detenção de três anos ou multa ou ambas penas. A referi-
da lei ainda prevê penalidades a quem causar poluição de qualquer natureza 
em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou 
que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora, 
podendo obter penas de detenção de um a quatro anos e multa. Além disso, 
estabelece também as penalidades contra crimes referentes ao ordenamento 
urbano e o patrimônio cultural a quem destruir, inutilizar ou deteriorar estes pa-
trimônios. E por fim, em sua seção V a referida lei prevê crimes contra a ad-
ministração ambiental, onde o funcionário público que agir de forma enganosa 
com relação aos procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental 
poderá ser penalizado com reclusão de um a três anos e multa. Esta legislação 
também prevê a cooperação de outros países para a investigação de crimes 
ambientais sempre mantendo a soberania nacional. 
Ainda de acordo com o Quadro 1, observa-se que existem duas leis que forma 
marcos e ainda está em implementação no Brasil conhecidas como o Novo Có-
digo Florestal e a Política Nacional de Resíduos Sólidos que discutiremos nos 
capítulos seguintes. 
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SAIBA MAIS
REFLITA
As leis que tratam do meio ambiente no Brasil estão entre as mais completas 
e avançadas do mundo. Até meados da década de 1990, a legislação cuidava 
separadamente dos bens ambientais de forma não relacionada. Com a aprova-
ção da Lei de Crimes Ambientais, a sociedade brasileira, os órgãos ambientais 
e o Ministério Público passaram a contar com um mecanismo para punição aos 
infratores do meio ambiente.. Mais do que os avanços representados pela lei, 
o Brasil carece de mecanismos de fiscalização e apuração dos crimes. Tanto o 
Ibama quanto os órgãos estaduais de meio ambiente atuam na fiscalização e 
na concessão de licença ambiental antes da instalação de qualquer empreendi-
mento ou atividade que possa vir a poluí-lo ou degradá-lo. O Ibama atua, princi-
palmente, no licenciamento de grandes projetos de infraestrutura que envolvam 
impactos em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e gás da 
plataforma continental. Os estados cuidam dos licenciamentos de menor porte.
Fonte: Legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas do mundo. Disponí-
vel em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/meio-ambiente/2010/10/legislacao> Adapta-
do. Acesso em 14 dez. 2018. 
“O País possui um conjunto de leis ambientais consideradas excelentes, mas 
que nem sempre são adequadamente aplicadas, por inexistirem recursos e ca-
pacidades técnicas para executar a lei plenamente em todas as unidades fede-
rativas”. 
Fonte: BETIOL, Luciana Stocco, Legislação ambiental no Brasil é uma das mais 
completas do mundo. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/noticias/meio-ambien-
te/2010/10/legislacao> Adaptado. Acesso em 14 dez. 2018. 
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1.4 Considerações finais 
A partir da revolução industrial e revolução verde o ser humano passou a de-
senvolver com maior intensidade suas atividades e consequentemente au-
mentaram os impactos ambientais. Além disso, com a falta de rigor nas fisca-
lizações e nas próprias legislações ambientais levaram ao colapso diversas ci-
dades ceifando a vida de milhares de pessoas. Em muitos casos o problema 
estende-se por décadas tornando as áreas até mesmo inabitadas como o de-
sastre ocorrido em Chernobyl onde até os dias atuais na cidade onde houve 
o vazamento do material radioativo não foi possível o reestabelecimento das 
cidades e a volta a normalidade cotidiana. Aliado aos desastres ocorridos por 
meio dos acidentes ocorridos nos sistemas produtivos às mudanças climáticas 
e ambientais diversas autoridades globais e pesquisadores reuniram-se em 
reuniões para tratar sobre a temática ambiental. Nessas reuniões foram firma-
dos pactos entre os países participantes, fato que culminou na pressão para o 
melhoramento e adequações da legislação ambiental inclusive no Brasil. 
Particularmente em nosso país, a legislação ambiental vem sendo construí-
das desde o Brasil império onde se estabeleceu normativas para a extração do 
pau-brasil e foi sendo adequada mediante as necessidades até os dias atuais. 
A partir das reuniões globais sobre o clima a legislação brasileira também foi 
pressionada. Um dos conceitos desenvolvidos nessas reuniões foi o conceito 
de desenvolvimento sustentável, onde se estabelece um novo paradigma para 
o desenvolvimento que alia o equilíbrio entre as esferas econômicas, ambien-
tais e sociais. A partir desse novo paradigma as legislações ambientais estão 
sendo construídas sempre visando a manutenção dos estoques naturais e a 
preservação dos recursos naturais de forma a garantir os preceitos constitucio-
nais estabelecidos no Art. 225 da Constituição Federal de 1988 onde se busca 
a utilização dos recursos naturais de forma a garantir o acesso destes bens 
para as atuais e futuras gerações. 
PÁGINA 18
REFERÊNCIAS
BARROS, Dalmo Arantes et al. Breve análise dos instrumentos da política de 
gestão ambiental brasileira. Política e Sociedade, Florianópolis, v. 22, n. 11, 
p.11-2012, nov. 2012.
BBC. Como nuvem letal matou mais de 8 mil pessoas em 72 horas. 2014. 
Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/12/141203_
gas_india_20anos_rp>. Acesso em: 12 nov. 2018.
BIOMANIA. Marcos da questão ambiental no mundo. Disponível em: <ht-
tps://biomania.com.br/artigo/marcos-da-questao-ambiental-no-mundo>. Acesso 
em: 12 nov. 2018.
BRASIL. Lei Nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998. Brasília 1998.
BRASIL. Lei Nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981. Brasília, 1981. 
CARVALHO, Ely Bergo de; RAJÃO, Raoni; GIUDICE, Roberta del. UMA BRE-
VE HISTÓRIA DA LEGISLAÇÃO FLORESTAL BRASILEIRA. Brasília: Ocf, 
2018.
CETESB. Análise de risco tecnológico. Disponível em: <https://cetesb.sp.
gov.br/analise-risco-tecnologico/grandes-acidentes/seveso/>. Acesso em: 12 
nov. 2018.
KAWANAMI, Silvia. A Misteriosa Doença de Minamata. 2014. Disponível em: 
<https://www.japaoemfoco.com/a-misteriosa-doenca-de-minamata/>. Acesso 
em: 12 nov. 2018.
 LUSA, Agência. Trinta e dois anos depois do acidente, Chernobyl é centro 
turístico em crescimento. Disponível em: <https://observador.pt/2018/04/26/trinta-e-dois-anos-depois-do-acidente-chernobyl-e-centro-turistico-em-cresci-
mento/>. Acesso em: 12 nov. 2018.
PINTO-COELHO, Ricardo Motta. Existe governança das águas no Brasil? Es-
tudo de caso: O rompimento da Barragem de Fundão, Mariana (MG). Arquivos 
do Museu de História Natural e Jardim Botânico, Belo Horizonte, v. 24, n. 1, 
p.44-101, 10 out. 2015. Disponível em: <https://www.ufmg.br/mhnjb/wp-content/
uploads/2017/02/Vol24n1.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.
PÁGINA 19
MATERIAL COMPLEMENTAR
Leitura complementar 
Crimes ambientais comuns: https://www.mundoadvogados.com.br/artigos/
quais-sao-os-crimes-ambientais-mais-comuns Acesso em 14 dez 2018. 
A misteriosa doença de Minamata: https://www.japaoemfoco.com/a-misteriosa-
-doenca-de-minamata/
Arquivos do museu de história natural e botânico: https://www.ufmg.br/mhnjb/
wp-content/uploads/2017/02/Vol24n1.pdf 
Tragéidas brosileiras contemporâneas: o caso do rompimento da barragem de 
rejeitos de Fundão/Samarco: http://www.scielo.br/pdf/rbso/v42/2317-6369-rbso-
-42-e9.pdf Acesso em 14 dez 2018.
Vídeos complementares sugeridos 
Direito ambiental conceitos e princípios: https://www.youtube.com/watch?v=Ve-
jq5rqgyRI
Desastre de Minamata https://www.youtube.com/watch?v=_zMG0MsyIQ0
Documentário: o desastre de Chernobyl. https://www.youtube.com/watch?v=b-
v4AoqZsfHs
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CAPÍTULO
2 PROCESSO DELICENCIAMENTOAMBIENTAL
PLANO DE ESTUDO E OBJETIVOS DA UNIDADE II
Apresentar como se desenvolveu a atual conjuntura do processo de licencia-
mento ambiental, conhecendo órgãos ambientais responsáveis pela aprovação 
da implantação dos empreendimentos. Refletir sobre a necessidade do proce-
dimento. Despertar o processo de reflexão sobre as atualizações sobre o pro-
cesso de licenciamento ambiental. 
Professor Esp. Renan Gonçalves da Silva 
Objetivos de aprendizagem 
• Compreender a instituição e evolução do processo de licenciamento am-
biental. 
• Verificar quais os órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental. 
• Conhecer a estrutura do licenciamento ambiental. 
• Refletir sobre as mudanças contidas no Projeto de Lei 3729/04.
Plano de estudo 
• Instituição e evolução
• Responsabilidades pelo licenciamento ambiental 
• Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação 
(LO). 
• Projeto de Lei 3729/04
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2. Introdução
O licenciamento ambiental é um pacto de caráter obrigatório entre o empreen-
dedor e a sociedade para que os processos produtivos sejam desenvolvidos 
garantindo a mitigação dos impactos ambientais gerados por estes empreendi-
mentos. Vale lembrar que o licenciamento ambiental é um instrumento da Po-
lítica Nacional de Meio Ambiente instituído pela Lei nº 6938, de 31 de agosto 
de 1981, onde proporciona a sociedade civil organizada representada por meio 
dos órgãos ambientais, avaliarem o empreendimento mesmo antes de sua im-
plementação, no momento de instalação, durante a operação e também após 
as atividades serem desenvolvidas. Sendo assim, as atividades causadoras de 
impacto ambiental são submetidas a este instrumento, configurando-se como 
um procedimento legal de controle ambiental para as atividades que causam 
modificações no meio ambiente (Cunha e guerra, 2009). Portando, trata-se de 
uma ferramenta onde os órgãos ambientais depois de avaliarem os sistemas 
produtivos bem como seus mecanismos de gestão ambiental autorizam a im-
plantação e a operação das atividades que utilizam os recursos naturais ou ain-
da que sejam potencialmente poluidoras (FIRJAN, 2004).
É importante entender que o licenciamento ambiental não é uma ferramenta 
que visa barrar o progresso e o crescimento econômico. Muito pelo contrário, 
esta ferramenta é fundamental para garantir que os processos não comprome-
tam a capacidade de suporte dos recursos naturais, para sempre estarem dis-
poníveis a serem utilizados pelos próprios empreendimentos. Compreende-se 
então, como uma ferramenta extremamente importante na busca pela susten-
tabilidade e preservação dos recursos naturais. Assim, buscando um novo mo-
delo de desenvolvimento como foi pactuado nas reuniões globais mencionadas 
no capítulo anterior. Vale ressaltar que esse novo modelo de desenvolvimento 
configura-se no chamado desenvolvimento sustentável que alia o equilíbrio en-
tre as esferas econômicas, sociais e ambientais. Para isso é fundamental que 
o licenciamento ambiental seja desenvolvido, até mesmo para resguardar a dis-
ponibilidade de materiais para a sustentabilidade empresarial ao longo prazo, 
visando o não esgotamento desses recursos. Desta forma, esta ferramenta tor-
na-se um meio estratégico para o desenvolvimento econômico da nação, prote-
ção da fauna e da flora. 
Além disso, o programa de licenciamento ambiental visa à garantia de que os 
empreendimentos além e trazerem melhorias econômicas sem comprometer a 
disponibilidade de recursos naturais, tragam também melhorias da qualidade 
de vida para a população. Então é muito comum, que os empreendimentos 
para se licenciar acabem promovendo projetos destinados as comunidades 
na forma de compensação dos impactos ambientais gerados pelos empreendi-
mentos, assunto que trataremos mais detalhadamente nos próximos capítulos. 
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Embora seja uma ação de interesse popular é uma obrigatoriedade para o em-
preendedor buscar o licenciamento ambiental, é um instrumento previsto em 
lei, desta maneira, o empreendedor deve buscar os órgãos ambientais para 
se licenciarem desde o seu planejamento, instalação e a operação (FIRJAN, 
2004). 
2.1 Sua instituição e evolução 
Como vimos o Licenciamento Ambiental foi instituído pela Política Nacional de 
Meio Ambiente em 1981, este instrumento incialmente foi aplicado ás indústrias 
de transformação passando a abranger ao longo do tempo vários projetos de 
infraestrutura promovidos pelo próprio governo e empresas e consequentemen-
te o licenciamento ambiental foi ampliado alcançando outras áreas como proje-
tos de expansão urbana, agropecuária e turismo, cuja implantação possa, efeti-
va ou potencialmente, causar degradação ambiental. 
Atualmente o processo de licenciamento ambiental é uma exigência para a au-
torização de diversas atividades. As atividades sujeitas ao processo de licen-
ciamento ambiental podem ser encontradas nas Resoluções CONAMA 001/86, 
011/86, 006/87, 006/88, 009/90 e 010/90, além disso, uma importante resolu-
ção foi a resolução 237/97 que trás o rol de atividades sujeitas ao processo de 
licenciamento ambiental em seu anexo 1. 
Entre elas de acordo com a resolução CONAMA 237/97 podem ser elencadas 
as seguintes atividades sujeitas ao licenciamento ambiental: 
• Extração e tratamento de minerais. 
• Indústria de produtos minerais não metálicos.
• Indústria metalúrgica.
• Indústria mecânica.
• indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações.
• Indústria de material e transporte.
• indústria de madeira.
• indústria de papel e celulose. 
• indústria de borracha.
• indústria de couros e peles. 
• Indústria química.
• Indústria de produtos de matéria plástica.
• indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos.
• indústria de produtos alimentares e bebidas.
• indústria de fumo.
• indústrias diversas (asfalto, concreto e galvanoplastia).
• Obras civis.
• serviço de utilidade (incluído geração de energia, tratamento de água, 
esgoto e resíduos sólidos).
PÁGINA 23
• Transportes terminais e depósitos.
• Turismo.
• Atividades diversas (como parcelamento do solo, distrito e polo indus-
trial).
• Atividades agropecuárias.
• Uso de recursos naturais.
Neste ponto, quero que preste a atenção nesta lista para as atividades de agro-
pecuárias como sendo uma atividade de submissão ao licenciamento ambien-
tal, o Anexo 1 da referida resolução demostra que é necessário buscar o licen-
ciamento ambiental neste item para as atividades de projetos agrícolas, criação 
de animais e projetos de assentamentos e colonização. Quero ressaltar ainda, 
que é sujeito ao licenciamento ambiental às atividadesque sejam utilizadoras 
de recursos naturais como: silvicultura, exploração econômica da madeira ou 
lenha e subprodutos florestais, atividade de manejo de fauna exótica e cria-
douro de fauna silvestre, utilização do patrimônio genético natural, manejo de 
recursos aquáticos vivos, introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente 
modificadas e o uso da diversidade biológica pela biotecnologia. Para a área 
de agronomia é fundamental a atenção neste ponto. 
2.3 Responsabilidades pelo processo de licenciamento ambiental 
Atualmente no Brasil o licenciamento ambiental pode ser aprovado pela União, 
pelos e Estados e pelos Municípios, dependendo da magnitude e localização 
dos empreendimentos. Assim, cada esfera tem o seu poder para deliberar so-
bre os processos cabíveis em atendimento a legislação vigente. Desta forma, o 
processo torna-se decentralizado e cooperativo o que garante uma seguridade 
no atendimento das peculiaridades de cada empreendimento. 
Assim posto, a União representada pelo IBAMA (Instituto de Meio Ambiente e 
dos Recursos Naturais Renováveis), de acordo com a Lei complementar n° 140 
de 2011 estabelece que os licenciamentos localizados ou desenvolvidos con-
juntamente no Brasil e em país limítrofe (países que fazem fronteira com o Bra-
sil), áreas localizadas ou desenvolvidas no mar territorial, na plataforma con-
tinental ou na zona econômica exclusiva devem ser licenciadas pelo IBAMA. 
Além dessas áreas, a referida lei também estabelece que as atividades locali-
zados ou desenvolvidos em terras indígenas, localizados ou desenvolvidos em 
unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção 
Ambiental (APA) e localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou em mais Esta-
dos, empreendimentos de caráter militar, destinados a pesquisar, lavrar, produ-
zir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer 
estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e apli-
cações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e 
ainda os empreendimentos que atendam tipologia estabelecida por ato do Po-
PÁGINA 24
der Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional (BRASIL, 
2011). 
Já os empreendimentos licenciados pelos estados compreendem as atividades 
utilizadoras de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou 
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, localizados ou 
desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em 
Áreas de Proteção Ambiental (APA). Além disso, conforme a lei supracitada é 
de responsabilidade dos estados aprovar o manejo e a supressão de vegeta-
ção, de florestas e formações sucessoras compreendendo as florestas públicas 
estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de Prote-
ção Ambiental (APA). Vale ressaltar que são de responsabilidade do estado o 
licenciamento de atividades que ultrapassam os limites municipais. No estado 
do Paraná podemos listar algumas atividades que são licenciadas pelo Estado 
através do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) que são de interesse da área da 
agronomia como: armazenadoras e comercializadoras de agrotóxicos, assen-
tamento e reforma agrária, avicultura, fornos para produção de carvão, picado-
res de lenha e resíduos, despalha de cana de açúcar, eletrificação rural, emba-
lagem pós consumo de óleo lubrificante, empreendimentos de fauna silvestre, 
náuticos, fabrica do agricultor, mineração, programa de irrigação noturna, pisci-
cultura (tanque, viveiro, pesque pague, açude, reservatório e alagado), queima 
de resíduos de caldeira, suinocultura e transporte (IAP, 2018). 
Já aos municípios competem licenciar as atividades causadoras de impactos 
ambientais locais que não excedam os limites municipais, bem como os tipos 
de atividades definidas por conselhos estaduais. Existem algumas experiências 
no processo de licenciamento ambiental bem sucedidas realizadas por muni-
cípios no estado do Paraná. Alguns exemplos bem sucedidos da implantação 
do licenciamento ambiental a nível municipal no Paraná pode ser observado 
municípios de Curitiba, Guarapuava e agora em Maringá. Na região noroeste 
do Paraná o Consórcio Intermunicipal Caiuá Ambiental – CICA articula-se para 
a instauração do licenciamento ambiental desenvolvido pelo próprio consórcio 
abrangendo os municípios consorciados. 
 
2.4 Estrutura do processo de licenciamento ambiental 
Basicamente o licenciamento ambiental brasileiro é composto por três tipos de 
licença principais que são elas: a LP (licença Prévia), LI (licença de instalação) 
e a LO (licença de operação), no entanto dependendo do órgão ambiental pode 
haver outros tipos de licenças dependendo do potencial poluidor da atividade 
desenvolvida, como é o caso da LS (Licença Simplificada) que é muito utilizada 
para impactos ambientais de pequena magnitude. Conheça agora os três tipos 
básicos de licenças ambientais. 
PÁGINA 25
2.4.1 LP (licença Prévia) 
De acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97 a LP é concedida na fase pre-
liminar do planejamento do empreendimento ou atividade, essa licença é res-
ponsável por aprovar a localização e concepção, atestando a viabilidade am-
biental, além de determinar as condições básicas para a etapa de instalação. 
Esta etapa é importante, pois garante que o local onde o empreendimento será 
instalado seja adequado para o desenvolvimento das atividades. Além disso, é 
necessária a aprovação do EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e Relató-
rio de Impacto Ambiental) para que se disponha da LP. Para Cunha e Guerra 
(2009), é um instrumento indispensável para a aquisição de financiamentos e 
outros incentivos fiscais. 
Vale ressaltar que mediante a emissão da LP ainda não é autorizado a insta-
lação do empreendimento, esta licença não pode ser superior a 5 (cinco) anos 
respeitando o cronograma do projeto. 
2.4.2 LI (licença de Instalação) 
A aprovação da Licença de instalação autoriza a instalação do empreendimen-
to ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, pro-
gramas e projetos aprovados (CONAMA, 1997). Além disso, de acordo com a 
resolução mencionada é necessário atender as medidas de controle ambiental 
e demais condicionantes relacionadas aos diferentes sistemas de gestão 
ambiental que regem o empreendimento. 
Essa licença é concedida após a aprovação de alguns projetos e estudos 
como: PCA (Plano de Controle Ambiental), RCA (Relatório de Controle Ambien-
tal), PRAD (Plano de Recuperação de Área Degradada) ou ainda outros pla-
nos e estudos solicitados a contendo das condicionantes do órgão ambiental 
(CUNHA E GUERRA, 2008). Além disso, os autores supracitados mencionam 
que esta licença firma um compromisso para que o empreendedor venha a 
cumprir as condicionantes do projeto além de comunicar alguma alteração que 
possa surgir. 
Cabe lembrar, esta licença não autoriza a operação do empreendimento sendo 
necessário respeitar o cronograma do projeto, e que ainda esta licença não po-
derá ultrapassar 6 (seis) anos de validade.
PÁGINA 26
2.4.3 LO (Licença de Operação) 
A Licença de Operação autoriza a operação da atividade ou empreendimen-
to, no entanto ela é emitida após a verificação do efetivo cumprimento do que 
consta das licenças anteriores, como as medidas de controle ambiental e con-
dicionantes determinados para a operação (CONAMA, 1997).
É importante frisar que a validade da licença de operação é de no mínimo 4 
(quatro) e no máximo 10 (dez) anos. E que ainda deve-se requerer a renova-
ção da LO com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração 
de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automati-
camente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental compe-
tente (CONAMA 1997).
Figura 01 - Estrutura do licenciamento ambiental 
Fonte: próprio autor
PÁGINA 27
SAIBA MAIS
2.4.4 Publicação 
Quero ressaltar que é necessário sempre que solicitar uma licença ambientaou mesmo quando ela for concedida é obrigatória à publicação em diário oficial 
ou em jornal de grande circulação. 
Esta publicação deverá conter: 
a) Nome da empresa e sigla (se houver) 
b) Sigla do órgão onde requereu a licença 
c) Modalidade da licença requerida 
d) Finalidade da licença 
e) Prazo de validade de licença (no caso de publicação de 
concessão da licença)
f) Tipo de atividade que será desenvolvida 
g) Local de desenvolvimento da atividade (CONAMA, 1986). 
Quadro 01 – Exemplo de publicação para requerimento de licença am-
biental
(nome da empresa – Sigla)
Torna público que requereu à (Nome do Órgão onde requereu a licença), a 
Licença (tipo de licença), para atividade e local. Foi determinado estudo de 
impactos ambiental e/ou não foi determinado estudo de impacto ambiental. 
Fonte: CONAMA, (1986)
O licenciamento ambiental é processo complexo que envolve a obtenção de 
três licenças ambientais, além de demandar tempo e recursos. Entretanto, os 
custos e o prazo para a obtenção do devido licenciamento não se contrapõem 
aos requisitos de agilidade e racionalização de custos de produção, inerentes à 
atividade econômica. Ao contrário, atender à legislação do licenciamento impli-
ca racionalidade. Ao agir conforme a lei, o empreendedor tem a segurança de 
que pode gerenciar o planejamento de sua empresa no atendimento às deman-
das de sua clientela sem os possíveis problemas de embargos e paralisações, 
além de garantir que sua atuação será compatível com o meio ambiente.
Fonte: Brasil. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambien-
tal / Tribunal de Contas da União; 2.ed. -- Brasília : TCU, 4ª Secretaria de Con-
trole Externo, 2007. Disponível em: www.tcu.gov.br e www.ibama.gov.br.
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REFLITA
2.4.5 Projeto de Lei 3729/04
Atualmente no congresso nacional tramita um polêmico Projeto de Lei conhe-
cido como PL 3729/04, este projeto tem por objetivo criar um novo sistema de 
licenciamento ambiental no país. Caso seja aprovada a nova legislação tem por 
finalidade flexibilizar os processos de licenciamento ambiental no país. Para a 
bancada ruralista a mudança significa uma atualização da legislação tornando 
o processo de licenciamento ambiental menos burocrático e rápido. Já os seto-
res ambientalistas criticam o projeto alegando que este significa um desmonte 
ao sistema de licenciamento ambiental e um retrocesso para o setor, colocando 
em risco a utilização exacerbada dos recursos naturais.
Uma mudança significativa é a proposta que dispensa o licenciamento ambien-
tal para as atividades agropecuárias e de florestas plantada com exceção da 
implantação de novas atividades quando existir restrições com relação a sua 
implantação (SOS MATA ANTÂNTICA, 2018). As atividades agrícolas sem som-
bra de dúvidas é causadora de diversos tipos de impactos ambientais, e o pro-
cesso de licenciamento ambiental é uma ação muito importante para a manu-
tenção dos estoques naturais, inclusive a preservação desses recursos é fun-
damental para a manutenção do próprio agronegócio. 
Um dos pontos polêmicos é o Art. 5º onde visa estabelecer prazos máximos 
para a manifestação conclusiva do licenciador sobre o pedido de licença am-
biental, não superiores a 6 (seis) meses. Obviamente o processo de licencia-
mento ambiental no Brasil é moroso, no entanto o prazo de 6 meses sugerido 
no projeto é insuficiente pra fornecer um parecer seguro sobre a viabilidade do 
empreendimento. 
O projeto ainda esta em discussão e apresentando alterações em seu conteú-
do, no entanto, é necessário que a sociedade civil organizada esteja atenta as 
significativas mudanças que o processo de licenciamento ambiental poderá so-
frer nos últimos anos, ainda mais diante da recente tragédia ocorrida em Bru-
madinho/MG que ceifou muitas vidas e deixou um rastro de destruição ambien-
tal ainda incalculável. O processo de licenciamento ambiental é uma estratégia 
importante para a manutenção do equilíbrio entre o desenvolvimento das ativi-
dades humanas e a preservação dos recursos naturais.
“O meio ambiente permeia diretamente a vida humana e não há como dissociá-
-los”.
Fonte: ALENCAR, Rodrigues Walton. Cartilha de licenciamento ambiental 2.ed. -Brasí-
lia : TCU, 2007. 
PÁGINA 29
2.4.6 Considerações finais 
O processo de licenciamento ambiental é um instrumento de gestão ambiental 
que visa subsidiar a tomada de decisão a respeito da viabilidade de implanta-
ção de um empreendimento em uma determinada área. O licenciamento am-
biental considera como diretriz básica a promoção do desenvolvimento susten-
tável para a aprovação do funcionamento dos empreendimentos. Desta forma, 
o processo de licenciamento ambiental considera os aspectos físicos, quími-
cos, biológicos, culturais, econômicos e sociais para a tomada de decisão a 
respeito de um projeto. Sua estrutura básica de funcionamento compreende-se 
a Licença prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO), 
mas podem também ser solicitadas outros tipos de licenças como a licença 
simplificada ou ainda a dispensa de licença ambiental. Um aspecto relevante 
são as exigências dos estudos de impactos ambientais para a implementação 
dos empreendimentos. 
Já os estudos de impactos ambientais resultam em medidas avaliativas que ve-
remos no próximo capítulo que subsidiam a tomada de decisão. É interessante 
analisarmos que o processo de licenciamento ambiental prevê as medidas mi-
tigatórias que vislumbra a redução dos impactos gerados pela implantação dos 
projetos. O licenciamento ambiental brasileiro constitui-se em uma moderna 
ferramenta de gestão ambiental. No entanto, por pressões políticas a estrutura 
do processo de licenciamento ambiental corre o risco de ser alterada flexibili-
zando as normativas para a implantação dos empreendimentos fator que de 
acordo com especialistas representam um grave retrocesso na política ambien-
tal do país. De qualquer maneira, o licenciamento ambiental é um importante 
instrumento que garante o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, social 
e ambiental balizados nos preceitos do desenvolvimento sustentável. 
PÁGINA 30
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Complementar Nº 140, de 8 de Dezembro de 2011. Brasília, 2011. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm>. 
Acesso em: 15 nov. 2018.
CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 237. Brasília, 19 
dez. 1997. Disponível em: <https://www.aracaju.se.gov.br/userfiles/emurb/licen-
ciamento_de_Obras/leis_federais_estaduais/Resol_CONAMA_237_97.pdf>. 
Acesso em: 15 nov. 2018.
CONAMA. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 1986 Brasília , 24 
jan. 1986. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?-
codlegi=29>. Acesso em: 15 nov. 2018.
Cunha, S. B.; Guerra A. J. T. Avaliação e perícia ambiental 9°ed. Bertrand Brasil 
– Rio de Janeiro, 2009. 
FIRJAN Manual de Licenciamento ambiental : guia de procedimento passo a 
passo. Rio de Janeiro: GMA, 2004.
IAP, Instituto Ambiental do Paraná. Licenciamentos de Atividades Gerais. Dis-
ponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteu-
do=1033>. Acesso em: 15 nov. 2018.
PÁGINA 31
MATERIAL COMPLEMENTAR
Leitura complementar 
Manual de licenciamento ambiental: http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_
pnla/_arquivos/cart_sebrae.pdf Acesso em: 16 dez. 2018
Manual de licenciamento ambiental Caern: http://www.crbio05.gov.br/imagens/
legislacao/manual_de_licenciamento_ambiental_5ed_a.pdf Acesso em: 16 
dez. 2018
O que é licenciamento ambiental e quais as suas modalidades: http://www.ma-
tanativa.com.br/blog/licenciamento-ambiental-e-suas-modalidades/ Acesso em: 
16 dez. 2018
Projeto de lei que afrouxa o licenciamento ambiental no país segue tramitando 
no congresso. http://blog.leia.org.br/projeto-de-lei-que-afrouxa-o-licenciamento-
-ambiental-no-pais-segue-tramitando-no-congresso/ Acesso em: 16 dez. 2018
Vídeos complementares 
PL 3.729: https://www.youtube.com/watch?v=yP03kByRYds 
Projeto de lei querflexibilizar licenciamento ambiental: https://www.youtube.
com/watch?v=kHByxW_gF5I
Licenciamento Ambiental | O que é, obrigatoriedade e suas fases (LP, LI e LO)
https://www.youtube.com/watch?v=9fUNF1gfyXA
Três passos para entender o licenciamento ambiental: https://www.youtube.
com/watch?v=M9Bx4EHjud4
PÁGINA 32
CAPÍTULO
3 AVALIAÇÃODE IMPACTO
AMBIENTAL
PLANO DE ESTUDO E OBJETIVOS DA UNIDADE III
Apresentar como ocorrem os impactos ambientais decorrentes das ações an-
trópicas com as instalações dos empreendimentos, verificando o que o que a 
sociedade tem feito para a mitigação desses impactos. Demonstrar quais os 
principais objetivos de se desenvolver uma avaliação de impacto ambiental.
Professor Esp. Renan Gonçalves da Silva 
Objetivos de aprendizagem 
• Saber sobre os conceitos de impactos ambientais e sua relevância para 
os processos produtivos. 
• Compreender os principais estudos de ambientais solicitados pelos ór-
gãos ambientais. 
• Conhecer as principais metodologias utilizadas em uma avaliação de im-
pactos ambientais. 
Plano de estudo 
• Conceito de impacto ambiental e sua importância. 
• EIA/RIMA.
• Principais estudos e relatórios solicitados para licenciamento ambiental.
• Principais metodologias adotadas para avaliação de impactos ambien-
tais.
PÁGINA 33
3.1 Introdução 
Como vimos anteriormente o processo de licenciamento ambiental visa asso-
ciar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, para isso ao 
longo do processo de licenciamento são solicitados ao empreendedor alguns 
estudos e relatórios de impactos ambientais. Desta forma, quero demonstrar ao 
longo deste capítulo os principais tipos de estudos de impactos ambientais que 
estão sendo solicitados na atualidade. Quero também demonstrar algumas me-
todologias que estão sendo utilizadas para o desenvolvimento de avaliações de 
impactos ambientais. 
Desta forma, devemos ter em mente que qualquer tipo de atividade gera algum 
tipo de impacto ambiental, e para o desenvolvimento da agricultura não é dife-
rente. Vale ressaltar que preservação dos recursos naturais para o desenvolvi-
mento do próprio agronegócio é fundamental, pois se trata de uma atividade al-
tamente dependente destes recursos. Então o profissional de agronomia deve 
estar ciente de que as margens lucrativas para este campo profissional devem 
ser pautadas não somente no curto prazo, devemos estabelecer metas de mé-
dio e longo prazo. Além disso, é desejável que este tipo de planejamento seja 
levado para o produtor rural por meio de extensões ou orientações técnicas. 
Para isso o desenvolvimento de uma avaliação de impacto ambiental é parte 
fundamental no processo produtivo de um agroecossistema. Além disso, para 
diversos tipos de financiamentos é obrigatório o desenvolvimento de avaliação 
de impactos ambientais, algumas dessas avaliações veremos agora ao longo 
deste capítulo. 
3.2 Conceito de impacto ambiental e sua importância 
O próprio desenvolvimento da agricultura e pecuária acabam gerando diversos 
tipos de impactos ambientais, seja pela utilização de recursos naturais, ou seja, 
pelo implemento de insumos externos no sistema. Neste contexto, é necessário 
buscar mecanismos que sejam capazes de traduzir o grau de impacto que es-
tes sistemas têm gerado. 
Neste sentido, a Resolução CONAMA 001/86 defini como impacto ambiental: 
“(...) qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e 
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de 
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, di-
reta ou indiretamente, afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
 V - a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA, 1986)”.
PÁGINA 34
A luz dessa resolução, podemos fazer um exercício de reflexão sobre os tipos 
de impactos ambientais que são gerados pelo desenvolvimento da agricultura 
e pecuária, entendendo a importância de se desenvolver uma avaliação de im-
pacto ambiental.
Inicialmente podemos verificar que qualquer processo de agricultura irá alterar 
as propriedades físicas de um determinado sistema. Assim, podemos observar 
o próprio solo quando revirado para o plantio das sementes acabam sofren-
do alterações em sua estruturação física. Além disso, o próprio maquinário que 
passará por esse solo dependendo tipo de textura do solo causará o processo 
de conhecemos como compactação, o mesmo processo é visualizado com o 
pisoteio do gado neste solo. Vale ressaltar que esse processo ocorre em solos 
argilosos. Além disso, com a retirada da cobertura vegetal para o plantio po-
demos observar o desenvolvimento de fenômenos erosivos que também é um 
impacto físico gerado pelo desenvolvimento da agricultura. Este tipo de fenô-
meno torna-se mais problemático em solos arenosos como os solos da região 
noroeste do Paraná.
Ainda diante deste exercício, podemos refletir sobre os processos de altera-
ções químicas que a agricultura proporciona em um determinado ambiente. 
Desta maneira, quando uma determinada cultura é alocada em uma área ocor-
re a “retirada” e utilização dos nutrientes que estão presentes no solo como 
Cálcio, Magnésio, Potássio, Enxofre entre outros. Este fator irá gerar um im-
pacto ambiental, pois irá alterar as propriedades químicas e caso não sejam 
implementadas as medidas mitigatórias o sistema passará a ser um sistema 
deficitário gerando perdas da produtividade. Além disso, para suprir a demanda 
dos elementos que são retirados desse sistema é necessário à implementação 
de insumos externos e consequentemente esses insumos causará alterações 
na composição química do solo ou da água. Gera-se então o que conhecemos 
como o processo de impacto cumulativo, onde um impacto associa-se a ou-
tro tornando-o ainda maior. Veja bem, quando ocorre a inserção de insumos 
externos nos sistemas agrícolas os elementos que não são absorvidos pelas 
plantas permanecem no solo, e dependendo de suas características de mobi-
lidade logo vão parar nos corpos hídricos através da precipitação. Esse fenô-
meno ocasiona o processo de eutrofização dos corpos hídricos, assunto que 
trataremos mais adiante.
Por fim, as alterações biológicas podem ser observadas logo no inicio do pro-
cesso de concessão de uma área para agricultura com a substituição da flora 
natural por culturas que serão cultivadas, fator que colocará todo o ecossiste-
ma em constante desequilíbrio. Consequentemente para regular este sistema 
e mantê-lo em atividade é necessário à utilização de agrotóxicos, fator que irá 
causar diversos tipos de impactos ambientais como, por exemplo, a eliminação 
de algumas espécies de insetos de determinadas áreas configurando-se como 
um tipo de impacto ambiental. Além disso, esses produtos quando manejados 
PÁGINA 35
REFLITA
de forma inadequada poderá ser o responsável por causar diversos tipos de 
contaminação para os meios biológicos inclusive para a saúde humana.
Vale ressaltar que o objetivo de se realizar uma avaliação de impacto ambiental 
diante das alterações que podem ser de ordem física, química e biológica é, 
sobretudo para verificar a viabilidade da construção do empreendimento no lo-
cal levando-se em consideração os aspectos ambientais, sociais e econômicos. 
O meio ambiente é uma das preocupações centrais de todas as nações e, 
atualmente, é um dos assuntos que despertam grande interesse em todos os 
países, independentemente do regime político ou sistema econômico.
Fonte: Avaliação de impactos ambientais em países do MERCOSUL. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/asoc/v8n2/28609.pdf Acesso em: 14 dez. 2018. 
3.3 Principais estudos e relatórios solicitados para licenciamento ambien-
tal 
Agora que você já realizou a reflexão de como a agricultura e pecuária causam 
diversos tipos de impactos ambientais poderemos avançar na construção de 
um conhecimento de quais os principais estudos de impactos ambientais que 
os órgãos públicos estãosolicitando na atualidade para a concessão das licen-
ças ambientais. 
3.3.1 EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Am-
biental)
O EIA/RIMA são solicitados para a concessão de licenças ambientais geral-
mente a empreendimentos causadores de impactos ambientais de grandes 
magnitudes. O EIA/RIMA constitui-se em um estudo de previsão constitucional 
que de acordo § 1º da Constituição Federal de 1988, se prevê o desenvolvi-
mento de estudos de impactos ambientais a atividades causadoras de significa-
tiva degradação ambiental (BRASIL, 1988). 
Desta forma, de acordo com a Resolução CONAMA 001/86 ficou definido que 
para a aprovação da licença ambiental deverá ser elaborado o EIA/RIMA das 
seguintes atividades: construção de estradas, ferrovias, portos e terminais de 
minérios, petróleo e produtos químicos, aeroportos, oleodutos e similares, li-
nhas de transmissão de energia elétrica acima de 230 KV, obras hidráulicas, 
PÁGINA 36
extração de combustíveis fósseis, aterros sanitários, usinas hidrelétricas, com-
plexo e unidades industriais e agroindustriais, distritos industriais, exploração 
econômica de madeira, projetos urbanísticos, atividades que utilizem carvão 
vegetal superior a toneladas por dia. 
Sendo assim, para o desenvolvimento do EIA é necessário atender as condi-
cionantes da Política Nacional de Meio Ambiente e ainda as condicionantes da 
Resolução CONAMA 001/86 que podemos observar a seguir: 
I Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de loca-
lização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não 
execução do projeto;
 II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos am-
bientais gerados nas fases de implantação e operação da 
atividade; 
III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou in-
diretamente afetada pelos impactos, denominada área de 
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a 
bacia hidrográfica na qual se localiza; 
IV - Considerar os planos e programas governamentais, 
propostos e em implantação na área de influência do proje-
to, e sua compatibilidade.
De forma geral, o que se espera em um estudo de impacto ambiental é que 
todos os impactos gerados pela instalação do empreendimento sejam elenca-
das com a finalidade de observar a viabilidade da implementação do projeto. 
Assim, é imprescindível que além de detalhar os impactos gerados no local de 
instalação do projeto, sejam elencados os impactos gerados na circunvizinhan-
ça como: ruídos, alagamentos, alterações climáticas, hidrológicos, geológicos, 
florísticos, faunísticos, impactos sociais, entre outros. Vale lembrar que é impor-
tante destacar como seria o cenário de não execução do projeto. 
Ainda de acordo com a Resolução CONAMA 001/86 é necessário que o con-
teúdo da avaliação de impacto ambiental seja composto pelo diagnóstico am-
biental, mencionando a área de influência do projeto descrevendo e analisando 
os recursos ambientais bem como suas interações, sendo necessário desta-
car detalhadamente as influências sobre o meio físico, meio biológico e o meio 
socioeconômico. É necessário também apresentar a análise de impactos am-
bientais definindo a sua magnitude diferenciando-os entre impactos positivos e 
negativos, diretos e indiretos, imediatos, de médio e longo prazo, temporários 
e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e 
sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais (CONAMA, 1986). Além 
disso, de acordo com a resolução mencionada uma avaliação de impactos am-
bientais deverá conter as medidas mitigadoras dos impactos negativos bem 
como o programa de monitoramento que permite acompanhar a evolução dos 
PÁGINA 37
impactos ambientais ao longo do tempo, permitido correções e adequações 
frente às medidas mitigadoras. 
Já o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental consiste em um documento que 
contenha os objetivos e justificativos do projeto, bem como sua descrição es-
pecificando cada fase do processo produtivo, além de mencionar os impactos 
benéficos e adversos (CONAMA 1986). Quero destacar que nesta etapa é ne-
cessário demonstrar para a população o que o empreendimento trará de be-
nefícios como a geração de empregos e renda, fator que irá contribuir para a 
aceitabilidade do projeto via opinião pública. Ainda de acordo com a resolução 
supracitada, deverá conter de forma resumida o diagnóstico realizado no EIA, 
caracterização da qualidade ambiental futura, bem como o cenário de não rea-
lização do projeto, descrição das medidas mitigadoras, programa de monitora-
mento e recomendações quando a alternativa mais favorável. 
É plausível salientar que o RIMA serve para que a população que será atingida 
pelo projeto saiba de forma clara o que irá acontecer. 
O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequa-
da a sua compreensão. As informações devem ser tradu-
zidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, car-
tas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação 
visual, de modo que se possam entender as vantagens e 
desvantagens do projeto, bem como todas as consequên-
cias ambientais de sua implementação (CONAMA, 1986). 
Assim, deve-se evitar a inserção de terminologia técnica neste tipo de docu-
mento, pois ele servirá para a população leiga entender do que se trata o pro-
jeto. É necessário então usar a criatividade no desenvolvimento deste relatório 
que deve ser de linguagem simples para que a população possa auxiliar na 
tomada de decisão da realização ou não do empreendimento. 
PÁGINA 38
SAIBA MAIS
Portugal possui um sistema semelhante ao brasileiro, onde estudos completos 
como o EIA/Rima devem ser apresentados ao órgão responsável. Todavia, há 
outra modalidade de AIA em que o proponente opta voluntariamente por sub-
meter sua proposta em “estudo prévio”. Nessa modalidade, o proponente deve 
apresentar várias alternativas factíveis, baseadas em estudos preliminares de 
seu projeto, de forma que a decisão final sobre qual alternativa pode ser im-
plantada cabe ao órgão responsável pelo processo AIA. A vantagem dessa mo-
dalidade para o empreendedor é que esse processo é mais simples que o ba-
seado em projeto executivo e, em casos mais complexos, é possível ter a con-
firmação do órgão sobre uma alternativa considerada ambientalmente viável 
no início do planejamento do projeto. Na autorização emitida, são descritos os 
estudos complementares a serem desenvolvidos e elencadas condicionantes a 
serem cumpridas e comprovadas antes do início do empreendimento. 
Fonte: Cartilha de Licenciamento Ambiental https://www.ibama.gov.br/phocadownload/
noticias/noticias2016/resumo_executivo.pdf Acesso em: 14 dez. 2018. 
1.1.2 Outros estudos frequentemente solicitados 
Frequentemente os órgãos ambientais solicitam outros tipos de estudos como: 
PCA – Plano de controle ambiental regido pela Resolução CONAMA 009/90 
e 010/90, RCA – Relatório de Controle Ambiental orientado pela Resolução 
010/90 e PRAD – Plano de Recuperação de Área Degradada orquestrado pela 
NBR 13030. Esses estudos sempre seguem a mesma ideia de se realizar um 
levantamento através do diagnóstico atual, o que difere é que os empreendi-
mentos que necessitam desses estudos (PCA, RCA, PRAD) já estão em opera-
ção e precisaram se adequar as normativas ambientais. De acordo com Cunha 
e Guerra (2008), a legislação não prevê PCA, RCA e PRAD para atividades 
que não sejam a “extração mineral”, no entanto esses estudos têm sido solici-
tados devido a efeitos negativos pelos empreendimentos já em funcionamento. 
PÁGINA 39
3.4 Principais metodologias adotadas para avaliação de impactos ambien-
tais
Abordaremos agora de forma sucinta algumas metodologias que podem ser uti-
lizadas para o desenvolvimento de uma avaliação de impactos ambientais. 
Tabela 02 - Metodologias de avaliação de
NOME METODOLOGIA VANTAGENS DESVANTAGENS
Ad Hoc
-Baseada no co-
nhecimento empí-
rico de experts do 
assunto
- Onde se desen-
volve perguntas 
avaliativas de for-
mas simples, ob-
jetivas e de ma-
neira dissertativa.- Quando há es-
cassez de dados
- Estimativa rápida 
e organizada
- Facilmente com-
preendida pelo pú-
blico.
- Não é detalhado
- Respostas sub-
jetivas
- Respostas quali-
tativas
- Pouco quantitati-
va
Check-List
- Pode ser apre-
sentada de forma 
de questionário 
enumerando os 
impactos ambien-
tais, categorizan-
do-os em positi-
vos e negativos. 
- Emprego imediato 
na avaliação quali-
tativa 
- Rápido e pratico 
- escalas de valo-
res e ponderações. 
- Não considera 
causa/efeito
- Adequado para 
avaliação prelimi-
nares. 
Matriz de 
interações 
É tabulada uma 
matriz numérica 
considerando os 
impactos ambien-
tais e as fases do 
empreendimento. 
São cruzados os 
valores e obser-
vado suas intera-
ções. 
- Fácil 
compreensão dos 
resultados.
- Aborda fatores 
qualitativos e quan-
titativos. 
- Boas orientações 
para a multidiscipli-
naridade. 
- Grande número 
de fatores. 
- Necessidade de 
texto explicativo. 
PÁGINA 40
Networks 
Criação de um 
gráfico em forma-
to de rede com as 
sequencias de im-
pactos ambientais. 
- Extensão das re-
des 
- Não-distinção dos 
impactos de curto e 
longo prazo.
- Não especifica 
valores 
- Carência de infor-
mações dificulta a 
elaboração 
- Boa visualização 
- Mostra tendên-
cias 
- Permite introdu-
ção de dados pro-
babilísticos 
Mapas de 
superposições 
Consiste na pro-
jeção de mapas 
para realizar uma 
avaliação de im-
pactos ambientais. 
- Boa representa-
ção visual. 
- Permite analise 
da circunvizinhan-
ça. 
- É necessário co-
nhecimento em 
programas espe-
cíficos. 
Projeção de 
cenários 
Criação de cená-
rios hipotéticos 
com relação ao 
empreendimento 
em análise. 
- Os cenários po-
dem ser classifica-
dos em otimista, 
tendencial e pes-
simista. 
- Dificuldade para 
filtrar apenas hipó-
teses plausíveis.
- Exige o estabele-
cimento arbitrário 
de muitos compo-
nentes. 
- Monitorar ten-
dências e eventos 
importantes. 
- Se antecipar a 
eventos indesejá-
veis. 
Fonte: Cunha e Guerra (2008) – (Adaptado)
PÁGINA 41
3.5 Considerações finais 
Ao longo deste capítulo você percebeu que o desenvolvimento da agricultura 
e pecuária são fontes geradoras de impactos ambientais e que o processo de 
licenciamento ambiental tem por objetivo reduzir esses impactos. Através de 
uma análise de impacto ambientais é possível inferir de forma detalhada so-
bre os impactos de ordens químicas, físicas, biológicas e também os impac-
tos sociais gerados pelo empreendimento. É importante que o profissional 
de agronomia tenha em mente que o sistema só produz em função da 
disponibilidade dos recursos naturais, então cabe a este profissional buscar e 
apoiar os mecanismos que proporcionem a manutenção destes recursos em 
longo prazo com a finalidade de buscar a não exaustão destes recursos de for-
ma imediatista. Além disso, deve-se ter em mente que quando não se respeita 
a capacidade de suporte em longo prazo é necessária à inclusão de uma maior 
quantidade de recursos externos e isso faz com que os custos para a produ-
ção aumente. Desta forma, visando à manutenção inclusive do próprio sistema 
produtivo a manutenção econômica do agronegócio o sistema de licenciamento 
ambiental é importante na busca deste equilíbrio. 
Neste sentido, podemos observar o EIA/RIMA é um instrumento de grande im-
portância para a avaliação e mitigação dos impactos gerados. Além disso, com 
o desenvolvimento do EIA/RIMA a população afetada pelos empreendimentos 
podem fazer parte do processo decisório a fim de contribuir com a implantação 
ou não do empreendimento levando-se em conta os benefícios e malefícios 
gerados. Desta forma, uma avaliação de impacto ambiental é um importante 
instrumento para a tomada de decisão a respeito de um projeto, verificando a 
sua viabilidade observando os múltiplos aspectos relacionados à implantação 
do projeto. Neste sentido, com o processo de licenciamento ambiental busca-
-se alcançar o desenvolvimento sustentável respeitando os pilares econômicos, 
sociais e ambientais. 
PÁGINA 42
REFERÊNCIAS
CONAMA, Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução 001 de 23 de Ja-
neiro de 1986. Brasília: Planalto, 1986. Disponível em: http://www.ibama.gov.br/
sophia/cnia/legislacao/MMA/RE0001-230186.PDF Acesso em: 14 dez. 2018. 
BRASIL, Constituição da republica federativa do Brasil. Brasília: Planalto, 1988. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm> Acesso em: 14 dez. 2018. 
CUNHA, Sandra Baptista; GUERRA, Antonio José Teixeira. Avaliação e perícia 
Ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009. 
PÁGINA 43
MATERIAL COMPLEMENTAR
Leitura complementar 
Impactos ambientais: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/impactos-
-ambientais.htm
Identificação e avaliação de impactos ambientais: um estudo de caso. https://
periodicos.ufsm.br/reget/article/viewFile/13549/pdf
Avaliação de impacto ambiental em propriedade rural e propostas de melhorias 
https://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2011/I-025.pdf
Meio Ambiente e ecodesenvolvimento rural: o impacto do desenvolvimento so-
bre o meio ambiente. https://www.uniara.com.br/legado/nupedor/nupedor_2012/
trabalhos/sessao_6/sessao_6B/05_Maria_Oliveira.pdf
Vídeos complementares 
Impactos ambientais causados pelo homem:
https://www.youtube.com/watch?v=zkQu0QNcWjA
Avaliação de impacto ambiental: https://www.youtube.com/watch?v=vth0uslLe-
xw
Você sabe o que é EIA/RIMA: https://www.youtube.com/watch?v=i_J2frWubZM
Impacto ambiental e instrumentos de EIA/RIMA: https://www.youtube.com/wat-
ch?v=d165RXIr1SU
PÁGINA 44
CAPÍTULO
4 POLUIÇÃO
DAS ÁGUAS
PLANO DE ESTUDO E OBJETIVOS DA UNIDADE IV
Compreender os mecanismos que promovem a poluição das águas, por meio 
de uma visão sistêmica envolvendo o manejo do solo e usos da água. Com-
preender as ferramentas que a sociedade contemporânea tem utilizado para 
promover a gestão adequada dos corpos hídricos.
Professor Esp. Renan Gonçalves da Silva 
Objetivos de aprendizagem 
• Compreender como ocorre a poluição das águas 
• Conhecer medidas que promovem a degradação dos solos. 
• Entender o funcionamento das principais legislações relacionadas ao 
tratamento da água. 
Plano de estudo 
• Fontes de poluição das águas. 
• Manejo inadequado do solo.
• Despejo de efluentes urbanos e industriais.
• Impermeabilização do solo e desmatamento.
• Legislação pertinente à gestão da qualidade da água. 
PÁGINA 45
1.1 Introdução 
Atualmente um dos assuntos que mais discutido pela sociedade é com relação 
à gestão dos recursos hídricos, isso porque este é o elemento primordial para a 
manutenção da vida no planeta. Embora este recurso seja de suma importân-
cia este elemento tem sido ameaçado. Neste sentido, é comum observarmos a 
falta de água potável no em diversos países e não seria diferente no Brasil. No 
ano de 2014 por volta de 8,8 milhões de pessoas foram atingidas pela crise hí-
drica em São Paulo com a exaustão do volume útil da Cantareira deixando São 
Paulo experimentar a maior crise hídrica dos últimos 80 anos (Cohen, 2015). 
Neste sentido, os fatores que pressionam a falta da água devem ser enxerga-
dos por um viés holístico, pois a gestão deste recurso visando sua sustentabili-
dade depende de vários fatores seja no campo ou na cidade. Podemos obser-
var que as cidades e indústrias quando realizam a gestão inadequada geram 
pressões que consequentemente acabam esgotando a capacidade de manu-
tenção dos estoques atingindo significativamente a rotina das pessoas. Outro 
setor primordial para a manutenção da capacidade de suporte e da sustentabi-
lidade do recurso água é o setor da agricultura e pecuária que é altamente de-
pendente desse recurso para a manutenção da produtividade em longo prazo.
No entanto, quando não existe a manutenção do solo de forma adequada, pre-
servação das matas ciliares entre outros fatores geram problemas significativos 
que acabaram culminando na falta do recurso, consequentemente se gerará 
problemas de ordem sociais e econômicos. Neste sentido, a crise

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