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Psicologia Aplicada Autoimagem, estética e psicologia Veja sobre os principais conceitos da disciplina, necessários para um bom aproveitamento da Unidade. Reveja o conteúdo apresentado pelo professor. Os vídeos aqui dispotos podem ser acessados pela plataforma virtual de ensino. Realize exercícios para uma maior fixação do conteúdo exposto. Veja as referências utilizadas nesta unidade e saiba mais sobre o assunto discutido. Vídeos Exercícios Referências Fundamentação Os conceitos de auto imagem, identidade e beleza se correlacionam ao longo do desenvolvimento dos indivíduos. Além disso, também recebem influências da construção dos padrões de beleza e os desdobramentos no comportamento social. Esta unidade de estudo abordará como ocorrem essas relações e se apresentam no trabalho do Esteticista. Objetivos: • Definir o conceito de auto imagem, identidade e beleza; • Identificar as influências para a construção dos padrões estéticos; • Relacionar como esses conhecimentos se aplicam no trabalho do Esteticista. 4 1. Auto imagem, identidade e beleza Para conceituar o entendimento sobre auto imagem, identidade e beleza é necessário desmembrar as relações existentes dentro desses entendimentos. Cada um deles, relaciona-se entre si para indicar como uma pessoa compreende a si mesmo, como se percebe bela e o que a faz se sentir assim. Além disso, essas correlações moldam e constroem a autoestima e o grau de satisfação sobre o corpo, se esta satisfação segue padrões estabelecidos socialmente ou se, apesar disso, está confortável em não corresponder a padrões estéticos sociais. Uma das primeiras percepções que deve-se ter em mente para identificar esses conceitos refere-se ao entendimento sobre o corpo. Mas especificamente sobre o que entendemos sobre nosso corpo humano. Vale destacar que muito mais do que um organismo biológico, o ser humano é psicológico, social e histórico. A compreensão que fazemos sobre o corpo físico é muito maior que apenas um organismo vivo, mas que também produz vida, esta uma vida interna. Por isso, o corpo humano é considerado como habitat do ser; ele é a fronteira que separa o interno/externo pela superfície. Segundo Schultheisz, Aprile (2013) a imagem do corpo humano é uma representação mental que temos de nós mesmos. Esta representação é construída não apenas pelas sensações e percepções à medida que se descobre um corpo físico; mas também, pela aparência desse corpo e a relação que este estabelece com outros corpos (como comparativos e investimento afetivo). Esses “olhares” são, inicialmente, do núcleo familiar, de relações significativas com as primeiras figuras parentais que investem emocionalmente no cuidado desse corpo (relação mae-bebe, aceitação dos pais e demais familiares). Já em um segundo momento, os “olhares” se diversificam, estando compreendidos conforme o desenvolvimento e maturação da percepção do indivíduo, se estendendo as demais relações sociais e as influências que a cultura e o ambiente impõe. Figura 1 Fonte: Adaptado de Piscoativo, 2016. ¹ 5 O corpo como uma construção de identidade indica o reflexo interno que o indivíduo faz de si e influencia as relações consigo, com os outros e com a sociedade. A influência da beleza na construção dessa identidade descreve a maneira com que as pessoas elegem suas prioridades, grau de importância sobre si mesmo, projeta seus objetivos e valoriza o outro. Além disso, a identidade corporal está correlacionada com a autoconfiança, condição de sentir-se seguro o suficiente para aceitar-se, tomar suas próprias decisões e sentir-se bem consigo mesmo. A aceitação, ou não, de si mesmo (imagem própria) refere-se a uma experiência íntima, que caso não esteja bem construída e consolidada dentro de si, leva a um desequilíbrio entre “o que eu sou” X “o que gostaria de ser” resultando em viver em uma contradição de sensações e sentimentos não usufruindo de sua verdadeira identidade. Por isso, se correlacionarmos o entendimento de beleza como aquilo que se atribui valor (emocional/social) – o corpo passa a ser a representação física dessa valorização, consequentemente indica se uma pessoa é socialmente aceita, e qual seu papel social. Dessa forma, a imagem corporal não apenas é valorativa em função de valoração social, mas também está associada a valoração de si como sujeito (auto-imagem). Em outras palavras, a construção da imagem corporal inicia-se desde as primeiras relações do indivíduo, e vai ampliando-se, envolvendo e se correlacionando a medida que o desenvolvimento físico e psicológico cresce ao longo do tempo, abrangendo assim uma capacidade maior de absorver as influências externas a esse corpo que também auxiliam e promovem seu entendimento como um corpo belo, aceito, investido e inscrito em um social e psíquico ao mesmo instante. Os primeiros estudos sobre autoestima foram realizados por William James, psicólogo de pensamento funcionalista, que estudava o quanto o organismo se utilizava das funções da mente para se adaptar ao meio ambiente. A identificação que o indivíduo estabelece com o mundo exterior interfere na formação de sua autoestima. Quando nasce, suas necessidades são satisfeitas sem que haja por parte dele a percepção do outro. A sensação de conforto e de bem estar parecem vir dele mesmo, como se fossem sua extensão. Conforme cresce e adquire maturação física e emocional, o mundo exterior vai se tornando distinguível. Dessa forma, o indivíduo começa a diferenciar seu “eu” do “outro”. Cada vez mais, passa a ter clareza que existe o seu “eu” e os outros “eus”. Percebe que habita um corpo situado em um espaço e se relaciona com seres e objetos presentes no contexto e, ao mesmo tempo, lhe dá identificação Entender que seu “eu” é independente do que lhe rodeia, não se restringe à percepção de seu físico, mas de sua constituição identitária. Nessa construção identitária, os relacionamentos familiares exercem papel fundamental na visão e/ou aceitação que o indivíduo tem de si e dos sentimentos que nutre sobre si. As condições sociais e culturais possibilitam e estabelecem limites para que o indivíduo se desenvolva e se “torne persona”. Por meio de processos subjetivos, o indivíduo assimila valores, regras e princípios que começam a fazer parte de si e identificam o seu “eu” como um ser único e individual, que se diferencia dos outros. 6 Segundo Schultheisz, Aprile (2013), utiliza-se o significado do self para a construção do conceito de autoestima. Para esses autores, o self se faz presente na constituição da autoestima como um “eu” individual, diferente de outros “eus”, o que exige do indivíduo a aceitação de si, segundo seus próprios valores. O indivíduo busca seus semelhantes, isto é, aqueles que compartilham suas crenças, valores e estilos de vida e elege ou não algumas pessoas como seus modelos de referência, estabelecendo com elas uma identificação positiva ou negativa. O indivíduo se autoavalia de acordo com os sentimentos e pensamentos introjetados durante o processo de formação de sua identidade ao longo das faixas de idade. Essa avaliação vinda de fora enfatiza as diferenças entre os indivíduos e as rotula de boas ou más, adequadas ou inadequadas, desenvolvendo processos de rejeição ou de aceitação. O indivíduo pode apresentar comportamentos agressivos e de defesa ou afastar-se do meio por sentir-se posto de lado na medida em que não percebe nada de bom e produtivo que venha de si (SCHULTHEISZ, APRILE; 2013). Por fim, a definição de autoestima é altamente complexa uma vez que envolve valoração de crenças, percepção do “mundo interno” e do mundo externo. Trata-se de um constructo interno e pessoal fortemente influenciado pelo contexto social e cultural em que se insere o indivíduo. Ainda sim, parece “misturado”o entendimento entre auto imagem e auto estima. De alguma forma os conceitos se aproximam, se misturam, complementam mas não são a mesma coisa. Quando se trata de compreender sobre auto estima deve-se sempre ter em mente que trata-se de um conceito de dentro para fora; construído através de relacionamentos pessoais que se tem desde a infância, até a fase adulta; define a percepção que uma pessoa tem de si mesma e está ligado diretamente a autoconfiança e interfere na forma como cada indivíduo aceita sua imagem ou condição enquanto ser humano. A auto estima é um sentimento; desenvolvido durante a vida, ninguém nasce com uma definição de auto estima, ela é gerada a partir dos investimentos: elogios, carinho, atenção e até mesmo de repreensão e críticas que recebemos do meio familiar, escolar e social (BARBOSA, WOLFF, GOIS s/d). As atitudes, crenças e valores que integram a autoestima não são fáceis de medir, pois são propriedades intrínsecas ao ser humano, ou seja, referem-se às características psicológicas, muitas vezes, não passíveis de visualização. Por outro lado, essas características não são estáveis. Podem sofrer variações durante a vida dos indivíduos, dependendo de seu grau de conhecimento, de sua compreensão dos fenômenos, de suas experiências e vivências prazerosas e/ou desagradáveis. Já o entendimento sobre a auto imagem, além do que foi descrito, refere-se de uma forma resumida com o que está fora, mas influencia o que está dentro (auto imagem 2. Auto imagem e auto estima 7 – de fora para dentro). Por isso, Barbosa, Wolff e Gois s/d descrevem que durante a vida as pessoas aprendem a avaliar seus corpos através da interação com o ambiente, assim constrói-se a auto imagem. Mas em diversas ocasiões somos pressionados a nos encaixar no corpo ideal da nossa cultura, ou seja, a seguir padrões estéticos sobre os corpos. Por isso, podemos considerar que os dois conceitos se retroalimentam para constituir o mundo interno do ser humano em função da sua identidade enquanto sujeito, enquanto um corpo físico e possuidor de uma imagem. Mesmo com suas especificidades, o que interessa nessa retroalimentação entre auto estima versus auto imagem é como o ser humano conhece a si próprio e como este se relaciona com seu corpo. Se a imagem do corpo é uma representação mental, esta representação não se restringe apenas a sensação ou imaginação, mas a aparência do próprio corpo. Portanto, a percepção da imagem decorre do conhecimento que possuímos do corpo. A postura de cada ser humano demonstra como afeta a estrutura corpórea a imagem que temos de nós (BORBA, THIVES, s/d). A construção da imagem que cada um tem de si é baseada nos padrões estéticos instituídos sobre o corpo. Esses padrões servem para normalizar e padronizar o que se é aceito, em cada cultura e sociedade, sobre o conceito de beleza e sobre o belo. O que dita ou indica que será considerado como padrão de beleza é mutável no decorrer do tempo e espaço que ocorre. Ou seja, a beleza, o belo, o feio, o que é tido como feio ou bonito se transforma ao longo das épocas, baseando-se na cultura, nos valores sociais e na transformação dos pensamentos. Durante a vida, as pessoas aprendem a avaliar seus corpos através da interação com o ambiente, assim construímos nossa autoimagem. Mas em diversas ocasiões somos pressionados a nos encaixar no corpo ideal ditado pela cultura e tempo que estamos inseridos. Esse ideal é transmitido pelos meios de comunicação, pela indústria da moda e da beleza que desperta desejos, exibindo corpos atraentes e padronizados impulsionados para o consumo. Pessoas que se veem fora desse padrão, lançam-se em busca da aparência idealizada, que em muitos casos é inatingível. Segundo Eduardo, Ferreira (2019) muitos são os motivos que arrastam as pessoas Figura 1 Fonte: Elaborado pelo autor. ² 3. Influências sobre o trabalho do Esteticista 8 a transformarem sua aparência, podendo ser: modismo, atrair a atenção, fascinar, ou também estimar o corpo enquanto objeto sexual. Ainda sim, o que motiva as pessoas a buscarem procedimentos estéticos não se restringem apenas aos melhoramentos físicos, corporais ou de auto estima, mas também pelo fato de que a beleza inclui e a feiura exclui (emocionalmente/socialmente). Na cultura da boa aparência, a beleza adquire conotação de aceitação, onde não ser belo é como ser rejeitado. Julga-se o conjunto de características, qualidade e defeitos que uma pessoa apresenta; por isso a busca por procedimentos estéticos ocorre muitas vezes para realizar o equilíbrio entre corpo, identidade e aceitação (EDUARDO, FERREIRA, s/d). A construção de uma referência própria de beleza individual depende mais da auto estima do que da beleza física. Tal percepção é independente dos padrões de beleza; essa referência interna permite um filtro de realidade que fará com que a pessoa se submeta, ou não, a mensagens ou apelos estéticos externos à própria avaliação crítica; abrindo espaço para a decisão se aquele procedimento estético terá um significado para ela (PINHEIRO ET. AL., 2020). Ainda sim, muitas pessoas não conseguem construir auto estima suficiente para não corresponder a padrões estéticos instituídos e manterem-se seguras quanto à sua imagem corporal real. Aqui o papel do profissional de Estética é de fundamental importância pois este poderá auxiliar seus clientes a perceber que não é necessário seguir padrões pré-definidos de beleza e sim perceber que seus traços, formas e imagem podem, e devem, ser aperfeiçoados com as técnicas estéticas de acordo com a sua imagem e corpo, valorizando sua beleza natural e a qual já apresenta. Além disso, o profissional de Estética ao realizar uma avaliação das queixas apresentadas pela cliente pode ressaltar os pontos positivos da pessoa. Dessa forma, é possível que a cliente passe a se enxergar de maneira diferente de imediato, colaborando ainda mais com sua autoestima, passando a se sentir melhor consigo mesma. Em resumo, com os tratamentos estéticos é possível tratar aspectos indesejados como: rugas, linhas de expressão, redução de medidas e gordura localizada; no intuito de gerar mais autoconfiança e amor-próprio. Isso significa que, em alguma medida, cuidar da estética também diz respeito ao bem estar físico, psíquico e emocional. ANOTAÇÕES: 9 ANOTAÇÕES: 10 Indique qual dos elementos abaixo não está correlacionado com a auto estima: Questão 1/5 Auto percepção sobre beleza. Conceito inato. Auto confiança. Bem estar. Indique a alternativa que se encaixa com o entendimento sobre auto imagem, identidade e beleza. A percepção do próprio corpo se estende a aspectos subjetivos para a construção do eu. A construção identitária tem o papel fundamental a influência dos relacionamentos familiares. O significado de auto estima sobrepõem-se ao entendimento de self, sendo este apenas um elemento constitutivo. O equilíbro entre “o que eu sou” X “o que gostaria de ser” resulta em um estado emocional saudável. Questão 2/5 Questão 3/5 Indique qual dos elementos abaixo se associa corretamente com a relação entre auto imagem e auto estima: Retroalimentação. Fusão. Identificação. Oposição. 11 Avalie as afirmações a seguir: I - Os motivos que levam as pessoas a buscarem por procedimentos estéticos referem-se a melhoramentos físicos, de auto estima e de auto imagem. II- As pessoas não possuem auto estima e segurança interna suficiente para não corresponder a padrões estéticos instituídos, por isso buscam por procedimentos estéticos. Selecione a resposta correta: Com relação ao papel do esteticista sobre a influência para ampliação da auto estima, indique o conceito presente nesse processo: Questão 4/5 Questão 5/5 Ambas afirmações estão corretas e são justificáveis. A afirmação I está correta e justifica a segunda afirmativa. A afirmação I está incompletae a sua complementação está na afirmação II. A afirmação I é incorreta e sua correção está na afirmação II. Aspectos culturais. Traços indesejados. Beleza natural. Padrões pré-estabelecidos. 12 BARBOSA, Ana Paula; WOLFF, Jéssica; GOIS, Thauane N. Influência Da Estética Na Autoestima e Bem Estar Do Ser Humano. (s/d). Disponível em: https://docplayer.com. br/49184985-Influencia-da-estetica-na-autoestima-e-bem-estar-do-ser-humano.html Aces- sado em 24 mar 2021. BORBA, Tamila J.; THIVES, Fabiana Marin. Uma reflexão sobre a influência da estética so- bre a auto estima, auto motivação e bem estar do ser humano. s/d. Disponível em: http:// siaibib01.univali.br/pdf/Tamila%20Josiane%20Borba.pdf acessado em 25 mar 2021. EDUARDO, Maria Aparecida; FERREIRA, Keila Suzzete. A Relevância Dos Cuidados Corporais Para A Autoestima Das Pessoas: uma revisão da literatura. 2019. Disponível em: https://unifasc.edu.br/wp-content/uploads/2019/05/A-relev%C3%94ncia-dos-Cuida- dos-Corporais-Maria-Aparecida-1.pdf acessado em 24 mar 2021. Pinheiro, T. et al. (2020). RELAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS COM SATIS- FAÇÃO DA AUTOIMAGEM CORPORAL E AUTOESTIMA DE MULHERES. Revista Ca- thedral, 2(1). Recuperado de http://cathedral.ojs.galoa.com.br/index.php/cathedral/article/ view/106 Acessado em 23 mar 2021. SCHULTHEISZ, Thais Sisti De Vincenzo; APRILE, Maria Rita. Autoestima, conceitos cor- relatos e avaliação. Revista Equilíbrio Corporal e Saúde. v. 5 n. 1 (2013). Disponível em: https://revista.pgsskroton.com/index.php/reces/article/view/22 acessado em 25 mar 2021.
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