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Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio 1. PLÁSTICO NA CONSTRUÇÃO 1.1. INTRODUÇÃO Incalculáveis são as possibilidades de uso do plástico como material de construção. Já há mais de 15 anos, um futuro promissor parecia-lhe reservado neste campo, o que, todavia, até hoje não se realizou plenamente. Explica-se isso, em parte, pelo conservadorismo, pelo aparecimento de muitos produtos plásticos diferentes com sabor de novidades comerciais; impossibilitando avaliar seu desempenho a longo prazo, e em parte pelas propriedades físico-mecânicas, reconhecidamente inferiores, que a maioria dos plásticos, até há pouco tempo fabricados, possuíam em comparação com os materiais tradicionais. No entanto, essas dificuldades estão sendo rapidamente superadas. A construção civil tem-se constituído, nos últimos anos, como o mais importante mercado dentre todos os atendidos pela indústria plástica. Numerosa é a literatura técnica sobre o assunto. A maior parte, porém, constante de artigos publicados em revistas especializadas e em língua estrangeira. Poucos livros existem que se dediquem especificamente a esse tema, e os poucos que existem tornam-se logo incompletos pela grande variedade de produtos que frequentemente surge, fruto da intensa pesquisa que se verifica no setor. Não cogitamos de realizar um estudo aprofundado. Procuramos, isto sim, realizar um apanhado geral objetivo dos métodos, processos e materiais com que pode contar o técnico em construção nesse campo tão fascinante. Evitamos fórmulas químicas, estruturas moleculares, processos especificamente industriais e outros mais que, embora de interesse para químicos e estudiosos do assunto, não possuem valor prático imediato para engenheiros e arquitetos, Procuramos, por outro lado, acrescentar opiniões e interpretações próprias, dentro de nossa pequena experiência profissional, a fim de oferecer uma contribuição pessoal ao trabalho, embora, naturalmente, passível de falhas e omissões. Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio 1.2. O USO DOS PLÁSTICOS O termo ''matéria plástica" soa, à pessoa menos avisada, como algo vulgar, vindo quase sempre ao pensamento objetos de baixo custo. Mas, muito ao contrário do que se possa julgar, o maior emprego dos plásticos não é na fabricação de quinquilharias, pois somente da produção mundial são usados para esse fim. Os restantes 90% são usados em indústrias as mais importantes, como a aeronáutica, a mecânica, a automobilística etc. Nos três últimos anos, nos Estados Unidos, a indústria da construção civil tem sido explosivamente a maior consumidora de plásticos, e o mesmo fenômeno tem-se repetido em vários outros países onde o plástico está rapidamente tomando lugar de destaque junto a outros materiais tradicionalmente empregados. 1.3. QUE É PLÁSTICO? Podemos considerar como plástico os materiais artificiais formados pela combinação do carbono com oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e outros elementos orgânicos ou inorgânicos que, embora sólidos no seu estado final, em alguma fase de sua fabricação apresentam-se sob a condição de líquidos, podendo, então, ser moldados nas formas desejadas. É importante destacar o termo artificiais, pois, senão, poderíamos considerar o aço, o vidro, a borracha e outros materiais como plásticos, pois também são passíveis de moldagem em determinada fase de sua fabricação. Existem vários processos para a obtenção da forma desejada: moldagem por compressão, por transferência, por injeção, por extrusão etc. Todos esses métodos, no entanto, baseiam-se sempre na aplicação de calor e pressão, juntos ou independentemente. 1.4. FABRICAÇÃO As matérias-primas básicas podem ser produtos de origem mineral, vegetal ou animal, como: nitrogênio, areia, calcário, cloreto de sódio, carvão, petróleo, matéria vegetal, madeira, leite etc. Não se usam essas matérias-primas ao natural, e sim seus derivados (matérias-primas intermediárias). A partir desses derivados obtêm-se os monómeros, Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio que vão formar, por adição ou condensação, os polímeros (quando formados por monômeros iguais) ou cos polímeros (quando formados por monômeros desiguais). De um modo geral, o produto fornecido pelas grandes indústrias químicas (como a Bayer, Rodhia, Du Pont etc.), para posterior fabricação dos artefactos plásticos, é denominado monómero (quando constituído por moléculas simples) ou polímero (quando constituído pela combinação de monómeros). 1.5. CLASSIFICAÇÃO Os plásticos são correntemente divididos em três tipos principais: a. termoplásticos: São aqueles que amolecem quando aquecidos, sendo então moldados e posteriormente resfriados. NO entanto, não perdem suas propriedades neste processo, podendo ser novamente amolecidos e moldados; b. Termo-fixos: nestes, o processo de moldagem resulta da reação química irreversível entre as moléculas do material, tornando-o duro e quebradiço, não podendo ser moldado outra vez; c. elastómeros: são um grupo à parte, assim chamados por apresentarem grande elasticidade, sendo, também, denominados borracha sintética. 1.6. PRINCIPAIS PLÁSTICOS Pela grande variedade apresentada, difícil se torna fazer uma relação completa. Por isso, citaremos apenas os mais conhecidos, seguidos, sempre que possível, de sua designação comercial. a. Termoplásticos: Polietileno; poliestireno; acrilonitrila (orlon); Náilon; polibuteno; cloreto de polivinila (PVC); acetato de polivinila (PVA); cloreto de vinila; Acetato de vinila; propileno isotático; acrílicos. Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio b. Termofixos: fenol formaldeído (baquelite); ureia formaldeído; poliéster (dracron); resina alquidica; resina epóxi; melaminas. c. Elastómeros: policloropreno (neoprene); isobutileno-isopreno (butyl); politetrafluoretileno (tefion, viton); polissullèto (tiokol); estireno-butadieno (SBR); poliuretana (adiprene); pol isiloxano (silicones); polietileno clorossulfonado (hypalon). 1.7. PROPRIEDADES Podemos apresentar como principais vantagens dos plásticos as seguintes: pequeno peso específico; isolantes elétricos; possibilidade de coloração como parte integrante do material; baixo custo; facilidade de adaptação à produção em massa e processos industrializados; inumes à corrosão. Quanto às desvantagens, não podemos generalizá-las para todos os tipos de plástico. mas são, em resumo, a fraca resistência aos esforços de tração, ao impacto, dilatação, deformação sob carga, rigidez, resistência ao calor e às Intempéries. Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio Já é possível sobrepujar qualquer uma das desvantagens apontadas, mas a principal dificuldade é de ordem económica, pois os materiais obtidos ainda não concorrem em preço com os existentes. Não está longe o dia da pré-fabricação total em plástico. Já existem diversos exemplos, todos, no entanto, ainda no campo experimental. Nesse particular, têm-se destacado as indústrias da França, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. 1.8. OS PLÁSTICOS NA CONSTRUÇÃO Nesta seção procuraremos sintetizar as informações acerca dos plásticos mais comumente empregados em construção. a) Cloreto de polivinila (PVC) O cloreto de polivinila é o plástico que maior número de utilizações possui na construção. Isso se deve, principalmente, ao seu baixo custo. É obtido a partir do acetileno e cloreto de hidrogênio. Seu uso maior é na fabricação de tubulações de água, esgoto e eletricidade. Possui inúmeras vantagens sobre canalizações metálicas, como: baixo preço, facilidade de manuseio, imunidade à ferrugem e economia de mão-de-obra.Peças de arremate, como chuveiros, sifões, válvulas, junções etc., completam a linha de fabricação. Os tubos para água, por terem que trabalhar sob pressão, são os que devem apresentar melhor qualidade. Atualmente, são fabricados três tipos: O de pressão, para redes adutoras; O pesado, para instalações prediais e que pode ser rosqueado; O leve, de menor espessura, para pequenas pressões e que deve ser colado. No setor de coberturas, as telhas de plástico surgiram inicialmente como substitutas das telhas de vidro, visando-se à ‘solução do problema de iluminação natural em grandes áreas de telhado. De início, a pouca resistência do material aos raios solares provocava seu rápido descolamento, apresentando as chapas, em poucos meses, rachaduras e quebras provocadas pelo ressecamento. Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio Pesquisas desenvolvidas pelos laboratórios levaram à descoberta de produtos químicos que, adicionados à matéria-prima, superavam essa dificuldade, como o CYASORBUV 24, da American Cyanamid co. No Brasil, as telhas em PVC estão sendo fabricadas com a marca ELVIC. Possuem elas três tipos de onda: A do alumínio; A do cimento-amianto; a "greca" Essas telhas podem ser fabricadas em comprimentos de até 20 m, translúcidas ou opacas, e em diversas cores, que fazem variar bastante o coeficiente de transmissão luminosa na eletrotécnica, também, os plásticos, e principalmente o PVC, substituem a borracha isolante na maioria das aplicações, com espessuras bem menores. O PVC é usado notadamente em isolamentos por sua pequena absorção de umidade. Elétrico Hidráulico Figura 1: PVC usados nas tubulações Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio b) Poliestireno Material de largo emprego. Dá superfícies brilhantes e polidas. Resiste pouco ao calor e é quebradiço devido à sua pouca flexibilidade. Muito utilizado em aparelhos de iluminação mais económicos. Existe um tipo mais aperfeiçoado, que é o poliestireno de alto impacto, com o qual são feitas algumas conexões de material sanitário e também, assentos para vasos sanitários, como os da marca Standard, maciços, inquebráveis e inalteráveis à açä0 de ácidos ou corrosivos. Figura 2: O poliestireno de alto impacto torna os objetos praticamente inquebráveis. Existe ainda a possibilidade de se adicionarem essências aromáticas, tornando o produto perfumado. c) Poliestireno expandido (Isopor) É um dos mais interessantes materiais. Seu polímero apresenta-se sob a forma de esferas que sä0 comprimidas dentro de um molde fechado, por intermédio de um gás que se dilata quando aquecido. Após fabricados, os blocos são cortados em placas nas Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio espessuras desejadas por um fio aquecido a 1500C, por ser o método que oferece uma superfície de corte mais bem acabada. Sendo extremamente leve, é material facílimo de ser trabalhado. Proporciona átimos resultados quando aplicado em pisos flutuantes, sanduíches em painéis para paredes divisórias, decoração, forros, isolamento acústico e isolamento térmico (inclusive para câmaras frigoríficas, pois pode ser aplicado numa gama de temperatura de — 2000 C a + 750c). Deve-se ter o cuidado de usar chapas de espessura maior que 20 mm, a fim de garantir suas propriedades isolantes, pois em chapas de menor espessura podem ocorrer defeitos de fabricação que alterem suas características. d) Polietileno Também é dos materiais mais utilizados, pelo seu baixo custo e facilidade de ser trabalhado. É flexível, possuindo fracas propriedades mecânicas e baixa resistência ao calor. Figura 3: O polietileno em folha é recomendado para a proteção de materiais contra intempéries e humidade. Uma interessante aplicação é sob a forma de folhas azuladas e transparentes vendidas em rolos de 50 m, que proporcionam, entre outras utilidades: Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio Proteção de paredes e lajes contra a chuva; Cobertura de materiais depositados ao ar livre; Cobertura protetora para equipamento; Proteção contra poeira em reformas, demolições etc. e) Náilon É dos plásticos mais nobres e de melhores qualidades. É usado como reforço nas telhas plásticas de fibra de vidro (marca FILON), em buchas para fixação (marca FISHER), que substituem com vantagens os chumbadores comuns. Em eletrotécnica é usado por sua grande resistência à dissolução e novo campo tem-se aberto agora com a fabricação de dobradiças e outras "ferragens" em náilon. Figura 4- 0 náilon é empregado na fabricação de pequenas peças e acessórios. f) Fiberglass É constituído por uma combinação de fibras de vidro com resina poliéster ou, mais raramente, com epóxis ou melaminas. Convenientemente projetado, forma uma estrutura semelhante ao concreto amado em que a resina é o cimento e as fibras de vidro, as barras de ferro. É material considerado tão nobre quanto o aço inoxidável. Sua resistência é superior à chapa de aço, quando cuidadosamente calculada sua forma, percentagem e disposição das fibras de vidro a serem combinadas com as resinas. Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio Na construção, seu emprego estende-se largamente, seja para usos estruturais, painéis de vedação, paredes divisórias ou equipamento. Sua principal vantagem é a facilidade com que se adapta aos processos de industrialização, sendo, portanto, de grande valor para o ramo da pré-fabricação. A firma Lely do Brasil está estudando a fabricação de paredes inteiras para cozinhas que já viriam com armários, pias etc. Os banheiros poderiam ser fabricados em peças inteiriças com o box, banheira, lavatórios e armários moldados. Outro setor em que o material tem encontrado larga aplicação entre nós é o de coberturas em domos ou chapas onduladas (as chapas FILON, fabricadas pela VIDROPLAS, Sä0 em fibra de vidro reforçadas com náilon). Vãos superiores a 50 m podem ser vencidos por domos monoblocos esféricos, com espessura inferior a 5 mm. Na Europa, tem sido usado em abrigos para estações rodoviárias e pontos de parada de ônibus, realizados em peça única. Para a execução de domos em fiberglass é utilizada a teoria das cascas de Timoshenko. O edifício de Geografia e História da Cidade Universitária de São Paulo possui mais de 6 000 m 2 de cobertura em domos de fiberglass de 1,15 X 1,15 m com apenas 1,7 mm de espessura e resistindo a cargas uniformes de até 1 200 kg. BEBEDOUROS PIAS LAVATÓRIOS Fig. 5 - A leveza, a resistência e a facilidade de moldagem tornam ofiberglass ideal para a confecção de peças inteiriças de razoáveis dimensões. Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio Também apresenta amplas possibilidades de emprego como fôrmas para concreto, principalmente nos casos em que há repetição de um elemento, pela possibilidade de reaproveitamento e de obtenção de superfícies de ótimo acabamento. Na Faculdade de Engenharia de São Carlos, em São Paulo, o Prof. Urbano Stumpf realizou um protótipo de residência pré-fabricada inteiramente em fiberglass. Nos Estados Unidos já existem motéis pré-fabricados, inteiramente realizados com esse material. Na Disneylândia, a "casa do futuro" é feita em fibeglass e sabemos que, na maioria dos casos, a ficção é apenas uma antevisão do futuro. g) Acrílicos Até há pouco tempo conhecidos sob a denominação de plexiglass, os acrílicos ou poliacrilicos têm nome científico de polirnetacrilato de metila, pois são obtidos a partir do ácido metacrilico e do álcool metílico. São plásticos nobres, de qualidades óticas e aparência semelhantes ao maisfino vidro. Os acrílicos de contextura leitosa são usados principalmente em aparelhos de iluminação, pela perfeita difusão luminosa que proporcionam. São usados em decoração como paredes divisórias, tapa-vistas e em substituição ao vidro, principalmente em portas para box. Começam, agora, a ter uma aplicação interessante em domos plásticos para iluminação zenital. São executados em material opaco ou transparente (o transparente é mais conhecido como plexiglass), possuindo grande resistência ao impacto e boas características de isolante térmico; são fabricados no Brasil sob as marcas DOMOPLAS e BRASIPLEX. O formato dos domos pode variar, existindo tipos padronizados redondos, retangulares ou quadrados. São aplicados diretamente sobre as. lajes, nas quais são feitas apenas as aberturas adequadas. Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio ILUMINAÇÃO Figura - 6 - Domos acrílicos permitem iluminação e ventilação zenital de grandes superfícies cobertas. h) Resinas Alquídicas, Fenólicas e Vinílicas Estas resinas são largamente utilizadas pela indústria de tintas e vernizes. Como sabemos, uma tinta é composta de dois elementos: o pigmento (que lhe dá a cor); o veículo (que é o meio dispersante dos pigmentos). Ao pigmento deve ser adicionada uma liga que proporcione uma formação uniforme da película colorida. Essa liga é obtida das mais diversas fontes, porém as resinas sintéticas estão sobrepujando os naturais pelas suas qualidades superiores e facilidade de Obtenção. Uma grande variedade de produtos é apresentada com base em resinas sintéticas: tintas de emulsão (em que o diluente é a água), vernizes, tinta tipo óleo e tintas combinadas com vernizes, dando superfícies acabadas de grande durabilidade. A resina sintética mais empregada nesses produtos é o acetato de polivinila (PVA). Resinas vinílicas, associadas com outros elementos, são usadas na fabricação de revestimentos plásticos para pisos, de pequena espessura e grande resistência, como o VULCAPISO, PAVIFLEX e ETERFLEX, sendo que estes dois últimos são uma associação vinílica com o cimento-amianto. A resina empregada é o cloreto de polivinila. Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio As resinas fenólicas são bastante empregadas nos laminados plásticos como FÓRMICA, FORMIPLAC e no revestimento de chapas como DURAPLAC. Finalmente, devemos lembrar um plástico sobejamente conhecido que é a baquelite (fenol formaldeído). Tem pouca resistência e flexibilidade, sendo quebradiço. É empregado em eletrotécnica para placas e elementos de tomadas, interruptores etc. i) Resinas Epóxi São dos mais novos e versáteis plásticos. Seu emprego somente há pouco tempo foi desenvolvido em bases comerciais. São formadas de epicloridrina e bisfenol, matérias obtidas do gás natural. Podemos dizer que as resinas epóxi possuem boa analogia com o cimento Portland, pois ambos, por si sós, não apresentam características físicas para utilização prática, devendo ser combinados em sistemas com outros materiais. Os epóxis estão sendo aplicados, principalmente, como revestimentos, por sua dureza e resistência à abrasão e como adesivos de alta resistência para concreto. No Brasil ainda é limitado o campo de aplicação, devido especialmente ao seu alto custo, já que não são ainda fabricados no País. As resinas epóxi são empregadas entre nós tendo em vista as seguintes finalidades: a. adesivos: fazer com que o material atinja sua resistência própria para uso em uma hora, apresentando excelente resistência química, alta capacidade de liga e resistência final muito elevada; b. selante: para uso com todos os materiais de construção, possuindo durabilidade e elasticidade muito maiores do que os materiais usuais, como betume e outros termoplásticos; c. revestimentos: oferecer excelente resistência à abrasão; são recomendadas especialmente para preservação de paredes de reservatórios em contato com agentes químicos agressivos; Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio d. pavimentação: empregadas como antiderrapantes em locais onde não se deseja um acréscimo substancial de peso na estrutura, como em pontes, por exemplo. j) Hypalon e Neoprene São elastómeros ou borrachas sintéticas. usadas para impermeabilizações, apresentando qualidades excepcionais de resistência à acção do ozónio, das intempéries, da luz solar e do calor, não alterando suas condições de elasticidade e aderência sob condições as mais diversas. O neoprene apresenta-se somente em duas cores: vermelho e cinza. O hypalon pode ser composto em cores, em uma larga variedade de matizes. O revestimento é aplicado por meio de rolo, pincel ou pulverização sobre vários tipos de superfícies, vulcanizando ao ar livre e transformando-se em uma película impermeável e elástica. Possui o neoprene diversas outras aplicações, como gaxetas, para vedação de paredes de vidro e esquadrias. Usado em estruturas como aparelho de apoio, em juntas de expansão e como base antivibratória. Também já estão sendo fabricadas nos Estados Unidos placas para revestimento de pisos internos e externos à base de hypalon. k) Silicone Pertencem à família das resinas sintéticas e são obtidos a partir do silício. Os silicones possuem um campo de aplicação limitado na construção, sendo especificamente indicados para a protecção de superfícies sujeitas às intempéries. É interessante saber que os silicones não realizam uma vedação mecânica da superfície em que são aplicados. O material que constitui a superfície continua com seus poros livres para "respirar" e pode, até mesmo, absorver água, dependendo da pressão com que ela for impelida contra a superfície. O que acontece, realmente, é que a aplicação do silicone confere ao material de construção uma tensão superficial sensivelmente menor que a da água. Esta, sem ter Materiais de Construção II || Docentes: Msc, Iolanda Bambo & EngO. Adolfo Inácio sua tensão superficial rompida, escorre sobre a superfície sem encharcá-la. Essa aplicação protetora é denominada tecnicamente "hidrofugação". Recentemente surgiu uma nova utilização dos silicones como mástiques para a vedação de juntas. Figura - 7 - os repelentes de água à base de silicones concorrem para melhor conservação da limpeza de superfícies expostas às intempéries. 1.9. EXERCÍCIOS 1. Dar o conceito de plástico. 2. Dissertar sobre o processo químico de obtenção dos plásticos. 3. Como podemos classificar os produtos plásticos e dissertar? 4. Quais os principais plásticos utilizados na construção civil, citando exemplos de utilização? 5. Dar o conceito de resinas epóxi. Cite as principais utilizações.
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