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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CIV 361 – MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL II RELATÓRIO 03 – REVESTIMENTO CERÂMICOS Anderson Carlos Pereira – 90222 Relatório apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências propostas pela disciplina CIV 361 – Materiais de Construção Civil II. Professor: Leonardo Gonçalves Pedrotti Viçosa – MG 2021 RESUMO Os revestimentos cerâmicos além das vantagens e da durabilidade provada através dos séculos, possuem as qualidades que uma avançada tecnologia lhes confere. Com o objetivo de caracterizar os revestimentos cerâmicos, identificando suas propriedades e ensaios exigidos pelas normas técnicas, além de analisar a aceitação ou rejeição dos referidos materiais. Foram utilizados piso cerâmico e porcelanato definido após para os ensaios de resistência à flexão e de absorção de água, e resistência à tração em argamassa colante. Obtendo-se resultados significativos e bem conclusivos para o porcelanato com absorção de água média foi de 0,04%, seu módulo de resistência médio com valor de 60,55 MPa e aderência à tração foram de 0,28 MPa sendo rompido no emboço, o classificando como Blla. Porém para o piso cerâmico, ele não se enquadra totalmente na categoria Bllb de acordo com a norma técnica, com resultado valor de absorção de água média foi de aproximadamente 7%, resistência à flexão média de 16,58 MPa e carga de ruptura com valor de 799 N, com os dois últimos resultados não sendo aceitos pela norma técnica brasileira. Palavras-chave: Revestimento cerâmico, patologias, classificação. SUMÁRIO 1 Considerações Iniciais ......................................................................................... 3 1.1 Introdução ...................................................................................................... 3 1.2 Objetivos ........................................................................................................ 3 2 Procedimentos Experimentais .............................................................................. 4 2.1 Placas cerâmicas para revestimento – Classificação (ABNT NBR 13817) .... 4 2.1.1 Procedimentos .......................................... Erro! Indicador não definido. 2.2 Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Parte 1: Requisitos (ABNT NBR 14081-1) ............................................................... 7 2.2.1 Procedimento............................................ Erro! Indicador não definido. 2.2.2 Propriedades ........................................................................................... 8 2.3 Argamassa à base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas – Requisitos e métodos de ensaios (ABNT NBR 14992) ....................... 8 2.3.1 Rejuntamento tipo I .................................................................................. 9 2.3.2 Rejuntamento tipo II ................................................................................. 9 2.4 Ensaio de resistência à flexão e de absorção de água em placa cerâmica (ABNT NBR 13818) ............................................................................................... 10 2.4.1 Ensaio de resistência à flexão ............................................................... 10 2.4.2 Ensaio de absorção de água ................................................................. 11 2.5 Ensaio de resistência à tração em argamassa colante (ABNT NBR 14081-4) 12 2.5.1 Materiais ................................................................................................ 12 2.5.2 Procedimento......................................................................................... 12 3 Atividade proposta ............................................................................................. 14 4 Resultados ......................................................................................................... 17 5 Considerações finais .......................................................................................... 21 Referências Bibliográficas ......................................................................................... 23 3 1 Considerações Iniciais 1.1 Introdução O material cerâmico é utilizado pela humanidade há cerca de 10 mil anos. Mesmo sendo bem antigo, ele ainda é muito aplicado nas construções civis. Segundo a ANFACER (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos), o Brasil tem destaque mundial na produção desse tipo de revestimento. Em 2018, o país ocupou a terceira posição em produção e a segunda posição em consumo no mundo, além de ser o sexto do ranking em exportações. Os revestimentos cerâmicos, além das vantagens e da durabilidade provada através dos séculos, possuem as qualidades que uma avançada tecnologia lhes confere. Eles se mostram apropriados para pequenos detalhes, ambientes interiores ou para grandes escalas ao ar livre. São oferecidos de maneira a satisfazer os mais variados gostos, como padronagens e texturas diversas. O sucesso do revestimento cerâmico depende de um projeto adequado, do uso de materiais de boa qualidade, de uma execução cuidadosa e de manutenção durante a sua vida útil. Portanto, entender suas características e propriedades é de suma importância para um melhor aproveitamento e desenvolvimento do material. Consequentemente, alguns ensaios são necessários para descobrirmos tais características, seguindo a norma técnica brasileira. 1.2 Objetivos Existem diversos tipos de revestimentos cerâmicos com desempenhos variados, portanto, o objetivo dessa aula prática visa caracterizar os revestimentos cerâmicos, identificando suas propriedades e ensaios exigidos pelas normas técnicas, além de analisar a aceitação ou rejeição dos referidos materiais. 4 2 Procedimentos Experimentais 2.1 Placas cerâmicas para revestimento – Classificação (ABNT NBR 13817) 2.1.1 Características Os revestimentos cerâmicos possuem algumas características principais que auxiliam na escolha do material mais adequado a cada caso. Estes critérios são: a) Esmaltados (GL) e não esmaltados (UGL); b) Método de fabricação: Placas cerâmicas extrudadas (A): esta norma divide as extrudadas em tipo artisanal e tipo precisão. O tipo precisão cumpre exigências maiores com menores tolerâncias em relação ao tipo artesanal. Placas cerâmicas prensadas (B). Placas cerâmicas produzidas por outros processos (C). c) Grupos de absorção de água: As placas de revestimento estão agrupadas conforme a tabela abaixo. Tabela 1.1 – Grupos de absorção de água Grupos Absorção de água (%) Ia 0 < Abs ≤ 0.5 Ib 0.5 < Abs ≤ 3.0 IIa 3.0 < Abs ≤ 6.0 IIb 6.0 < Abs ≤ 10.0 III Abs acima de 10.0 Fonte: Adaptado de ABNT NBR 13817: corrigida 1997 5 Tabela 1.2 – Codificação dos grupos de absorção de água em função dos métodos de fabricação Fonte: Adaptado de ABNT NBR 13817: corrigida 1997 d) Classes de resistência à abrasão superficial: A resistência à abrasão está relacionada ao desgaste superficial do material em decorrência do trânsito de pessoas e do contato com objetos. A resistência à abrasão pode ser classificada em abrasão superficial, para produtos esmaltados; e em abrasão profunda, para produtos não esmaltados. PEI significa a sigla, em inglês, Porcelain Enamel Institute, nome do instituto que realizou os testes de abrasão pela primeira vez. Tabela 1.3 – Estágio de abrasão Resistencia à abrasão Abrasão Resistência Grupo 0 Baixíssima Grupo 1/PEI 1 Baixa Grupo 2/PEI 2 Média Grupo 3/PEI 3 Média alta Grupo 4/PEI 4 Alta Grupo 5/PEI 5 Altíssima e sem encardido Fonte: Adaptado deABNT NBR 13817: corrigida 1997 e) Classe de resistência ao manchamento: A resistência a manchas indica a facilidade de limpeza da superfície da peça. Quanto mais lisa for a superfície da peça, mais fácil é a limpeza. 6 Tabela 1.4 – Resistência a abrasão Resistência à manchas Classe Resistência 1 Impossibilidade de remoção 2 Removível com Ácido Clorídrico, Acetona 3 Removível com produto de limpeza forte 4 Removível com produto de limpeza fraco 5 Máxima facilidade de remoção Fonte: Adaptado de ABNT NBR 13818 f) Classe de resistência ao ataque de agentes químicos: A resistência ao ataque químico é dividida em 2 classes: a residencial, que é a resistência a produtos domésticos, obrigatória a qualquer placa; e a industrial, que é a resistência a ácidos fortes, concentrados e quentes. A tabela abaixo indica a classificação, de acordo com a legenda abaixo: - Primeira letra: G ou U → esmaltada ou não esmaltada; -Segunda letra: H ou L → alta ou baixa concentração; -Terceira letra: classes de resistências químicas: A, B ou C → alta, média ou baixa, respectivamente. Tabela 1.5 – Codificação dos níveis de resistências químicas Fonte: Adaptado de ABNT NBR 13817: corrigida 1997 7 g) Aspecto superficial ou analise visual: É classificado como produto de primeira qualidade quando 95% das peças examinadas ou mais, não apresentarem defeitos visíveis na distância padrão de observação. 2.2 Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Parte 1: Requisitos (ABNT NBR 14081-1) 2.2.1 Caracterização As argamassas colantes industrializadas são designadas pela sigla AC, seguida dos algarismos romanos I, II ou III, indicativos de seu tipo, acrescidos das letras E e/ou D, quando aplicável, conforme estabelecido. 2.2.1.1 Argamassa colante industrializada tipo I – AC I Argamassa colante industrializada com características de resistência às solicitações mecânicas e termo higrométricas típicas de revestimentos internos, com exceção daqueles aplicados em saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais. 2.2.1.2 Argamassa colante industrializada tipo II – AC II Argamassa colante industrializada com características de adesividade que permitem absorver os esforços existentes em revestimentos de pisos e paredes internos e externos sujeitos a ciclos de variação termo-higométrica e à ação do vento. 2.2.1.3 Argamassa colante industrializada tipo III – AC III Argamassa colante industrializada que apresenta aderência superior em relação às argamassas dos tipos I e II. 8 2.2.1.4 Argamassa colante industrializada com tempo em aberto estendido (E) Argamassa colante industrializada dos tipos I, II e III, com tempo em aberto estendido. 2.2.1.5 Argamassa colante industrializada com deslizamento reduzido (D) Argamassa colante industrializada dos tipos I, II e III, com deslizamento reduzido. 2.2.2 Propriedades As argamassas colantes industrializadas devem atender aos requisitos estabelecidos na tabela abaixo. Tabela 1.6 – Propriedades das argamassas colantes Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14081-1 2.3 Argamassa à base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas – Requisitos e métodos de ensaios (ABNT NBR 14992) A argamassa de rejuntamento (A.R.) é a mistura industrializada de cimento Portland e outros componentes homogêneos e uniformes, para aplicação nas juntas de assentamento de placas cerâmicas, classificada segundo o ambiente de aplicação em tipos I e II. 9 2.3.1 Rejuntamento tipo I Argamassa à base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas para uso em ambientes internos e externos, desde que observada as seguintes condições: • Aplicação restrita aos locais de trânsito de pedestres/transeuntes, não intenso; • Aplicação restrita a placas cerâmicas com absorção de água acima de 3% (grupos II e III – segundo a NBR 13817) • Aplicação em ambientes externos, piso ou parede, desde que não excedam 20m² e 18m², respectivamente, limite a partir do qual são exigidas as juntas de movimentação, segundo NBR 13753 e NBR 113755. 2.3.2 Rejuntamento tipo II Argamassa à base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas para uso em ambientes internos e externos, desde que observada as seguintes condições: • Todas as condições do tipo I; • Aplicações em locais de trânsito intenso de pedestres/transeuntes; • Aplicação em placas cerâmicas com absorção de água inferior a 3% (grupo I – segundo a NBR 13817) • Aplicação em ambientes externos, pisos ou paredes, de qualquer dimensão, ou sempre se exijam as juntas de movimentação; • Ambientes internos ou externos com presença de água estancada (piscinas, aparelhos d’água, etc.) Para ambientes agressivos quimicamente ou mecanicamente e outros tipos de revestimento, consultar o fabricante, assim como em ambientes com temperaturas acima de 70ºC ou abaixo de 0ºC (estufas ou câmaras frigoríficas), para esclarecer qual produto adequado. 10 2.4 Ensaio de resistência à flexão e de absorção de água em placa cerâmica (ABNT NBR 13818) 2.4.1 Ensaio de resistência à flexão 2.4.1.1 Materiais Para a realização desse ensaio, foram utilizados corpo de prova cerâmico e corpo de prova de porcelanato e prensa para aplicação do carregamento. 2.4.1.2 Procedimento Colocou-se o corpo de prova sobre os apoios, com a superfície de uso para cima e com a largura paralela aos apoios, de modo que ficou uma saliência para fora da barra de apoio. Posicionou-se a barra central para que ficasse equidistante dos apoios. Foi aplicado uma força de maneira gradativa, numa razão de (1 ± 0.2) MPa/s. A espessura foi medida na seção de ruptura, excluídas as bordas da seção de ruptura. A fim de determinar a carga de ruptura, foi utilizado a seguinte fórmula. 𝐶𝑅 = 𝐹∗𝐿 𝑏 (Equação 2.1) Onde: CR é a carga de ruptura; F é a força de ruptura; L é a distância entre as barras de apoio; b é a largura do corpo de prova ao longo da ruptura após o ensaio. Para determinar o módulo de resistência à flexão (MRF) da placa, utilizou-se a seguinte equação: 𝑀𝑅𝐹 = 3𝐹 2∗𝑒2 (Equação 2.2) 11 Onde: F é a carga de ruptura; e é a mínima espessura do corpo de prova. 2.4.2 Ensaio de absorção de água 2.4.2.1 Materiais Para a realização desse ensaio, foram utilizados corpo de prova cerâmico e corpo de prova de porcelanato, recipiente de plástico e estufa. 2.4.2.2 Procedimento Deixou-se os pedaços rompidos no ensaio 2.4.1 submersos no recipiente com água por 24h, após esse tempo, deixou-se os corpos de prova na condição de saturada superfície seca e pesou cada uma delas, obtendo-se assim a massa superfície seca (msss). Depois, levou-se para a estufa os corpos de prova e os retirou após 24h. A seguir, pesou-se cada um deles para obtermos a massa seca (ms). A absorção de água (Abs) é expressa em porcentagem, de acordo com a equação abaixo. 𝐴𝑏𝑠 = 𝑚𝑠𝑠𝑠 − 𝑚𝑠 𝑚𝑠 ∗ 100 (Equação 2.3) A absorção de água (Abs) é a média aritmética dos resultados para os corpos de provas ensaiados, expressa com uma casa decimal. 12 2.5 Ensaio de resistência à tração em argamassa colante (ABNT NBR 14081-4) 2.5.1 Materiais Para a realização desse ensaio, foram utilizados corpo de prova de seção quadrada com (100 ± 5) mm de lado, equipamento de tração, pastilha metálica, dispositivo de corte do revestimento cerâmico e cronômetro. 2.5.2 Procedimento Estendeu-se a argamassa preparada conforme ABNT NBR 14081-2 na direção longitudinal sobreo substrato-padrão, seguindo as prescrições indicadas na ABNT NBR 14081-2: 2012, Seção 8 e ao final da operação acionou-se o cronômetro. Após 5 minutos da operação, dez placas cerâmicas foram posicionadas conforme Figura 1, sobre 4 cordões de argamassa colante estendida (Figura 2), de modoque houvesse uma separação de aproximadamente 50 mm entre elas e de no mínimo 25 mm entre as suas arestas e a borda mais próxima do substrato- padrão. Carregou-se cada placa manual e centralizadamente com a massa-padrão durante 30 segundos. O intervalo de tempo entre a colocação da primeira placa cerâmica e a última massa-padrão não excedeu 30 segundos. A ordem de colocação e retirada das massas-padrão sobre as placas cerâmicas foi igual à ordem de colocação das placas cerâmicas sobre os cordoes de argamassa. 13 Figura 1 – Exemplo de colocação das placas cerâmicas e das massas-padrão Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14081-1 Figura 2 – Posicionamento da placa cerâmica sobre os cordões de argamassa colante Fonte: Adaptado de ABNT NBR 14081-4 Para calcular a tensão de ruptura (ft) utiliza-se a equação abaixo. 𝑓𝑡 = 𝑇 𝐴 (Equação 2.4) Onde: T é a força de ruptura; A é a área da placa cerâmica. 14 3 Atividade proposta Mostrar dois exemplos de patologia em revestimento cerâmico, exemplificando o acontecimento e apresentar possíveis soluções. Como podemos ver nas figuras 3 e 4 abaixo, verificamos que existem algumas patologias bem destacadas como o descolamento e o trincamento. Figura 3 Fonte: Anderson Pereira (2021) 15 Figura 4 Fonte: Anderson Pereira (2021) Na figura 3 observa-se o descolamento da cerâmica que pode acontecer por vários motivos, como excesso de água na argamassa, aplicação de argamassa sem fazer a limpeza prévia, má utilização de rejunte etc. Uma solução seria verificar se ocorre um vazamento, depois, retira-se os revestimento com patologias, verificar se o emboço está bom e reexecutar o emboço caso esteja ruim, verificar a validade da argamassa colante, e faz uma limpeza no local para evitar impurezas que prejudiquem o assentamento, após esses passos, novamente recolocar os revestimentos cerâmicos. Na figura 4, observa-se o trincamento da cerâmica, provavelmente causado pela irregularidade das cerâmicas, provocando movimentações, juntamente com falha no rejuntamento. 16 Uma solução para essa patologia seria remover as cerâmicas que não estão alinhadas, verificar a validade do rejunte, fazer a limpeza prévia do local e por fim recolocar os revestimentos cerâmicos conferindo sempre o alinhamento com a ajuda também de separadores. 17 4 Resultados Para os ensaios de resistência à flexão e de absorção de água foram utilizadas as equações 2.1, 2.2 e 2.3, sendo alocados nas tabelas 1.7 e 1.8 abaixo. Os dados necessários para preenchimento da tabela foram obtidos na aula prática “aula 3 – revestimento cerâmico p3” ministrada pela professora Maria Cláudia. Tabela 1.7 – ensaio de flexão Tabela 1.8 – ensaio de absorção de água Fonte: Adaptado do Laboratório de Materiais de Construção Civil (2021) A força de ruptura (F) do porcelanato foi calculado utilizando a equação 2.5 abaixo, com resultado de 1324,8 N. 𝐹 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑒𝑙 ∗ 𝑑𝑒𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑒𝑙 (Equação 2.5) 𝐹 = 690 𝑁 𝑚𝑚 ∗ 1,92 𝑚𝑚 = 1324,8 𝑁 A carga de ruptura (CR) para o porcelanato foi encontrada utilizando a equação 2.1, dando um resultado de 3567 N. 𝐶𝑅 = 1324,8 ∗ 175 65 Ensaio de flexão Material Piso Porcel. Vão livre (mm) 175 Largura (mm) 62 65 Espessura (mm) 8,5 9,4 Constante do anel (N/mm) 690 Deflexão no anel (mm) 0,41 192 Carga de ruptura (N) 799 3,567 Tensão de ruptura (N/mm²) 16,58 60,55 Ensaio de absorção de água Material Piso Porcelanato C. prova A B A B Massa seca estufa (g) 99,80 91,49 143,41 132,15 Massa sat. Sup. Seca (g) 106,98 98,08 143,47 132,20 Absorção de água (%) Indiv. 7,2 7,2 0,04 0,04 Média 7,2 0,04 18 𝐶𝑅 = 3567 𝑁 A tensão de ruptura (MRF) foi encontrada utilizando a equação 2.2, dando um resultado final de 60,55 N/mm². 𝑀𝑅𝐹 = 3 ∗ 1324,8 ∗ 175 2 ∗ 65 ∗ 9,42 𝑀𝑅𝐹 = 60,55 𝑁 𝑚𝑚2 = 60,55 𝑀𝑃𝑎 Para encontrar a força de ruptura (F) do piso, foi utilizada a equação 2.5, dando um resultado para F de 282,9 N. 𝐹 = 690 𝑁 𝑚𝑚 ∗ 0,41𝑚𝑚 = 282,9 𝑁 A tensão de ruptura (MRF) do piso, utilizando a equação 2.2, encontrou-se um resultado de 16,58 N/mm². 𝑀𝑅𝐹 = 3 ∗ 282,9 ∗ 175 2 ∗ 62 ∗ 8,52 𝑀𝑅𝐹 = 16,58 𝑁 𝑚𝑚2 = 16,58 𝑀𝑃𝑎 A carga de ruptura (CR) para o piso, aplicando a equação 2.1 encontra-se o resultado de 799 N. 𝐶𝑅 = 282,9 ∗ 175 62 𝐶𝑅 = 799 𝑁 19 Para encontrar os resultados de absorção de água (Abs) do piso, foi aplicado a equação 2.3, encontrando-se os resultados médio aproximado de 7,2%. 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑖𝑠𝑜𝐴 = 106,98 − 99,80 99,80 ∗ 100 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑖𝑠𝑜𝐴 = 7,2% 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑖𝑠𝑜𝐵 = 98,08 − 91,49 91,49 ∗ 100 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑖𝑠𝑜𝐵 = 7,2% 𝐴𝑏𝑠𝑚𝑒𝑑 = 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑖𝑠𝑜𝐴 + 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑖𝑠𝑜𝐵 2 𝐴𝑏𝑠𝑚𝑒𝑑 = 7,2 + 7,2 2 = 7,2% Para encontrar os resultados de absorção de água (Abs) do porcelanato, foi aplicado a equação 2.3, encontrando-se os resultados médio aproximado de 0,04%. 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜𝐴 = 143,47 − 143,41 143,41 ∗ 100 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜𝐴 = 0,04% 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜𝐵 = 132,20 − 132,15 132,15 ∗ 100 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜𝐵 = 0,04% 𝐴𝑏𝑠𝑚𝑒𝑑 = 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜𝐴 + 𝐴𝑏𝑠𝑝𝑜𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑛𝑎𝑡𝑜𝐵 2 20 𝐴𝑏𝑠𝑚𝑒𝑑 = 0,04 + 0,04 2 = 0,04% Para o ensaio de resistência de aderência à tração os resultados foram apresentados conforme a tabela 1.9 abaixo. Os dados necessários para preenchimento da tabela foram obtidos na aula prática “aula 3 – revestimento cerâmico p3” ministrada pela professora Maria Cláudia. Tabela 1.9 – Resistência de aderência Parâmetros de ensaio Resultados Seção transversal (cm²) 100 Força de ruptura (kgf) 278,1 Tensão de ruptura (MPa) 0,28 Tipo de ruptura predominante No emboço Fonte: Adaptado do Laboratório de Materiais de Construção Civil (2021) Para a tensão de ruptura, foi utilizado a equação 2.4, achando um resultado de 0,28 MPa. 𝑓𝑡 = 278,1 100 = 2,8 𝐾𝑔𝑓/𝑐𝑚2 𝐾𝑔𝑓 𝑐𝑚2 = 0,1 𝑀𝑃𝑎 → 2,8 𝐾𝑔𝑓/𝑐𝑚² = 0,28 𝑀𝑃𝑎 Analisando o ensaio, percebemos que o tipo de ruptura foi no emboço. 21 5 Considerações finais Por fim, conclui-se que entender e caracterizar os revestimentos cerâmicos é de suma importância, pois quando se tem conhecimento sobre as características do revestimento cerâmico, após classifica-los adequadamente, sabe-se qual piso ou porcelanato pode ser utilizado naquele local. Todos os ensaios foram concluídos perfeitamente, obtendo-se resultados bastante conclusivos sobre os revestimentos. Com isso, obteve-se resultados descritos nas tabelas 1.7, 1.8 e 1.9. Sobre os resultados, pode-se concluir após analisar a norma ABNT NBR 13818 e após analisar os resultados obtidos nos ensaios e verificar nas tabelas 1.10 e 1.11 que o piso cerâmico se enquadra, pelas características no grupo Bllb, o valor de absorção de água média foi de aproximadamente 7%, resistência à flexão média de 16,58 MPa e carga de ruptura com valor de 799 N conforme as tabelas abaixo. Porém, após analisar as tabelas, percebe-se que o piso cerâmico ensaiado não atende aos critérios mínimos exigidos pela norma para o módulo de tensão à flexão e para a carga de ruptura, os quais os mínimos exigidos são ter resistência à flexão maior que 18 MPa e ter sido utilizado uma carga de ruptura à flexão maior que 800. Tabela 1.10 Produto ISO 13006 Absorção de água (%) Módulo de resistência à flexão (N/mm2) Carga de rupture à flexão (N) e<7,5 mm e ≥ 7,5 mm Porcelanato B I a 0 < a ≤ 0,5 ≥ 35 ≥ 700 ≥ 1300 Grés B I b 0,5 < a ≤ 3 ≥ 30 ≥ 700 ≥ 1100 Semi-grés B II a 3 < a ≤ 6 ≥ 22 ≥ 600 ≥ 1000 Semi poroso B II b 6 < a ≤ 10 ≥ 18 ≥ 500 ≥ 800Poroso B III 10 < a ≤ 20 ≥ 15 ≥ 200 Piso ≥ 600 Parede ≥ 200 Fonte: Adaptado de ABNT NBR 13818 22 Tabela 1.11 Fonte: Adaptado de ABNT NBR 13818 Tabela 1.12 Fonte: Adaptado de ABNT NBR 13818 Para o porcelanato, após analisar os dados obtidos nos ensaios e verificando nas tabelas 1.10 e 1.12, conclui-se que ele faz parte do grupo Blla (prensado) pois se enquadra na tabela, pois seu valor de absorção de água média foi de 0,04% e individuas também no valor de aproximadamente 0,04%, seu módulo de resistência médio com valor de 60,55 MPa e uma carga de ruptura no valor de 3567 foram maiores que os mínimos recomendados pela norma técnica. Os resultados obtidos no ensaio de aderência à tração foram de 0,28 MPa para tensão de ruptura e observando o tipo de ruptura predominante percebe-se que a cerâmica se rompeu no emboço. 23 Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13753: Revestimento de piso interno ou externo com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento. Rio de Janeiro, 1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13754: Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante - Procedimento. Rio de Janeiro, 1996. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13755: Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas com utilização de argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e aceitação – Procedimento. Rio de Janeiro, 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13817: Placas cerâmicas para revestimento – Classificação. Rio de Janeiro, 1997. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13818: Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 1997. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14081-1: Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Parte 1: Requisitos. Rio de Janeiro, 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14081-4: Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Parte 4: Determinação da resistência de aderência à tração. Rio de Janeiro, 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14081-5: Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Parte 5: Determinação do deslizamento. Rio de Janeiro, 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14992: A.R. – Argamassa à base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas – Requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2003. 24 LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, Introdução ao estudo do concreto de cimento Portland. In: LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO, Materiais de Construção Civil II: Práticas de Laboratório. Departamento de Engenharia Civil, Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas. Universidade Federal de Viçosa, 2019.
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