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5 Os negócios estão mudando, o consumidor está mudando, a distribuição está mudando. E com o marketing não é diferente. Philip Kotler, o pai do marketing, traz nessa Staage Class um panorama da evolução do marketing. Quando falamos da origem do marketing, podemos entender o seguinte: mercados existem há muito tempo. É fácil imaginar um cenário da Idade Média com fazendeiros levando sua produção excedente pra vender a outras pessoas. Começava ali o mercado. Já o marketing, como palavra, foi criado muito tempo depois. Na verdade, foi a partir do começo do século XX que alguns livros começaram a aparecer com o nome marketing. As primeiras publicações eram escritas por economistas e procuravam debater a origem do marketing, desde quem o praticava, passando por seus efeitos, até chegar em quais seriam suas vantagens e problemas. A maior parte da teoria econômica tratava apenas do ato de comprar e vender, e não das pessoas envolvidas na compra e na venda. Precisávamos de uma interpretação mais realista do que acontece nas ruas, no mercado. É essa imagem que os primeiros livros buscavam descrever. A economia clássica pressupõe que todos são racionais na hora de comprar e vender. Mas aos poucos os estudiosos começaram a perceber que no mercado as emoções influenciam muito o comportamento. Há quem acredite que 70% de nossas tomadas de decisões são de natureza emocional, e não um comportamento racional. O aspecto racional que inserimos é uma tentativa de explicar comportamentos que na verdade têm fundo emocional. E estudar esse aspecto deixado de lado pela teoria econômica, do que realmente acontece no ambiente de mercado é o que torna o estudo do marketing tão importante. 6 Os primeiros autores na área do marketing utilizaram muitas ênfases diferentes ao longo dos anos. Na abordagem de commodity, esses recursos eram explicados a exaustão. Um livro inteiro poderia ser dedicado a como o aço é fabricado, como é precificado e como é distribuído, por exemplo. Na abordagem func ional, os economistas se dedicavam a esmiuçar alguma função específica, como a publicidade ou o que está envolvido no processo de desenvolvimento das embalagens e precificação dos produtos. Houve ainda autores com mais interesse nas instituições: como funciona um varejista? Como funciona um atacadista? Como funciona uma seguradora ou uma transportadora? Essas abordagens são as institucionais. Mais recentemente tem havido interesse na abordagem de sistemas, em explicar como, em uma empresa, os diversos setores se relacionam entre si. Essas mudanças de abordagens e orientações acompanham também o momento em que vive a sociedade. Tomemos como exemplo uma empresa grande como a Procter & Gamble. Nas décadas de 1940 e 50 eles estavam envolvidos com a chamada abordagem de produção, porque precisávamos de mais mercadoria. A população estava crescendo e os clientes tinham bom poder aquisitivo e queriam comprar. É o chamado estágio orientado para produção. Chegamos então ao ponto em que produzíamos mais bens do que o necessário. A concorrência passou a ser por clientes em vez de produtos. Isso levou à chamada orientação a vendas. O método mais utilizado nessa época, até mesmo por grandes empresas, era a prática conhecida como hard selling, a venda agressiva, que usava palavras de ordem (“Compre já”) e ameaças (“O preço vai subir depois”) como argumentos. Com o tempo as empresas passaram a perceber que entender o cliente e como ele forma a ideia e a decisão de comprar era muito mais efetivo do que o hard selling. A 7 orientação agora era voltada ao cliente. Então partimos da orientação para produção, depois para vendas e então para o cliente. E cada vez mais saímos daí para uma orientação à gestão de marketing, em descobrir quais ferramentas podem ser usadas para influenciar a demanda. A literatura disponível demonstra que o marketing passou por cinco estágios, do marketing 1.0 ao marketing 5.0. Os primeiros estágios estão hoje obsoletos, pois não chegam a mencionar o mundo digital. As percepções foram mudando ao longo do tempo. O marketing 1.0 é basicamente funcional. Ele era descritivo e apenas dava informações sobre o produto e como comprá-lo; passamos então para o estágio emocional, no marketing 2.0, quando muitas empresas e profissionais de marketing passaram a imprimir emoção em seu marketing; e então, no 3.0, as empresas entravam no marketing de bem estar: elas queriam criar coisas que não prejudicassem a sociedade e atendessem ao bem-estar das pessoas. Toda a história de 1.0, 2.0 e 3.0 está no livro “Marketing 3.0”, de Phillip Kotler, indicação para quem quer conhecer a fundo os anos iniciais da evolução do marketing. O marketing 4.0, que é muito diferente daquilo que vínhamos praticando, chega para descrever a mudança no marketing causada pela revolução digital. Porém, logo foi necessária a atualização com o marketing 5.0: a chegada de novas tecnologias, que oferecem ferramentas com grande potencial, como o uso de inteligência artificial, reconhecimento de voz e facial. Temos visto pessoas trabalhando na ideia de que reconhecer um rosto pode revelar muito sobre as emoções de uma pessoa e até um pouco da história dela. 8 Mesmo que você criasse um produto que fosse um sucesso de vendas ano após ano, o cliente sempre pode mudar de ideia. O consumidor vai perdendo o interesse nas coisas que comprava antes. Então, cabe também a uma empresa ser empreendedora, ter a disposição para criar novos recursos, novas vantagens, novos produtos e estar à frente. Isso demonstra como o marketing está ligado a tudo o que acontece a sua volta. Peter Drucker, que pode ser considerado como o “avô do marketing”, tem em seus livros muitos comentários perspicazes sobre como as empresas devem ser geridas, e que reforçam a importância do marketing. Ele diz que: “A Corporação tem problemas. Se tem problemas, é por ser vista cada vez mais, por mais pessoas, como estando em conflito com necessidades básicas das pessoas e valores básicos da sociedade e da comunidade.” Outro comentário muito interessante que ele faz é de que uma empresa tem duas funções básica: marketing e inovação. Marketing e inovação produzem resultados. Todo o resto das funções de uma empresa são custos. A produção é um custo, recursos humanos são um custo. Nenhuma empresa vai ter sucesso se tiver um marketing fraco ou inovação fraca. Na verdade, é preciso ser ótima nesses dois aspectos. Drucker diz ainda mais: “O propósito de uma empresa é gerar clientes.” Esse não era o pensamento comum. A maioria dos empresários diria que o propósito da empresa é o lucro. Drucker diz que não é possível gerar lucro a menos que se tenha um meio de gerar clientes antes. Aí ele diz que o objetivo do marketing é conhecer bem o cliente e garantir que o que você vende atenda ás necessidades dele. Partindo desse ponto, ele diz que, na verdade, o objetivo do marketing é tornar a venda desnecessária. Mas marketing não é venda? Não. O objetivo do bom marketing é elaborar produtos que se vendam sozinhos. O público precisava dele, mas não sabia pedir por eles. O objetivo do 9 bom marketing é conseguir fazer as pessoas formarem fila para comprar seu produto. Drucker também disse que a melhor forma de prever o futuro é criar o futuro. Ou seja, não se limite a ajustar ás mudanças do ambiente. Ajude a criá-lo para que ele vá na direção pretendida. Muitas empresas não atingem nem mesmo um ano de sucesso antes de desaparecerem. Mas o fato é que mesmo que uma empresa tenha muito sucesso, não vai durar pra sempre. Ou seja, temos sucesso agora e precisamos prolongar esse sucesso para não permitir o fim de nossa existência. E uma das maneiras de garantir essa existência é tendo uma boa marca. Desde queo marketing passou a ter uma orientação voltada para o cliente, a marca passou a ser importante. Não era mais apenas sobre o produto e sua necessidade. Sem um boa marca você vira commodity. É só trigo. Só maça. Só vinho. Criar e manter uma marca é muito importante. E atualmente são várias as plataformas para manter essa marca. Deixamos de ser uma empresa analógica em um mundo analógico para um mundo digital. E quando isso começou a acontecer, muitas empresas não deram a atenção devida. O marketing ainda fazia comerciais de 30 segundos e anúncios grandes e caros sobre os produtos como forma de consolidar marcas. Mas aí surgiu o Facebook, o Instagram, o Google, oferecendo outras formas de alcançar e enviar mensagens não apenas a clientes, mas a clientes específicos. A captura de dados oferece a possibilidade de montar um perfil completo de quem visita as páginas. Havia tanta informação disponível que os profissionais de marketing tiveram que mudar todo o conceito de como atender o mercado. E isso inclui também dar atenção aos valores sociais, lembrando que é necessário não apenas valorizar o indivíduo, mas também o coletivo. Hoje a maioria das empresas quer ser vista como não prejudiciais ao bem comum. E as inteligentes vão ainda mais longe: querem mostrar que estão contribuindo. O conceito do que o marketing deve ser em uma empresa faz surgir várias questões, e aqui vamos ressaltar três pontos de vista. O primeiro, a visão mais antiga, diz que o marketing é o que chamamos de uso dos 4 Ps: produto, preço, praça e promoção. Todo plano de negócios tem que 10 responder a essas perguntas. Descreva seu produto no plano, com todos os detalhes, da embalagem ao produto final. Descreva como vai ser o preço, inclusive relatando custos de produção e de quanto precisa ser investido. Descreva onde vai ser a praça, ou lugar onde vai ficar, ou se haverá disponibilidade de ser encontrado dentro de outras empresas. E por fim, descreva a promoção que você vai usar para respaldar o trabalho, o que inclui o planejamento de vendas e publicidade. Os 4 Ps são uma boa estrutura para seu planejamento de negócios, pois englobam todas as partes importantes do processo. O segundo ponto de vista surge quando falamos de empresas de serviços, onde acrescentamos mais 3 Ps ao plano: pessoas, processos e protocolo. Pessoas, pois o serviço sempre é prestado por uma pessoa, que segue um processo e emite um protocolo, uma evidência tangível de que você recebeu mesmo o serviço. Qualquer empresa que faça seus planos terá em mãos um conjunto de variáveis controláveis, que estão sob controle da empresa. Então o trabalho administrativo é escolher as variáveis controláveis certas, que sejam adequadas para enfrentar as variáveis que não são controláveis. Isso é o que pode ser definido como o trabalho do profissional de marketing. Mas existe ainda o terceiro ponto de vista de como expressar o que é marketing: o trabalho de criar, comunicar e entregar valor superior a um mercado-alvo, com um lucro. 11 O profissional de marketing muitas vezes é uma das melhores fontes de novas ideias para o crescimento futuro de uma empresa. Esses profissionais conhecem o público e têm mais chance de identificar novas oportunidades. O marketing é uma disciplina de negócios que impulsiona crescimento empresarial lucrativo e responsável. Existe algo que chamamos de processo de marketing, descrito abaixo: Estudar o mercado (EM) leva a segmentação, definição de público e posicionamento (SDP), que leva a target marketing (TM), que leva a proposta de valor (PV), que leva a implementação (I), que leva ao controle (C). Vamos entender cada um desses passos. Não entre em um negócio antes de fazer pesquisa de mercado. Pergunte ao perfil de cliente que você quer atender o que ele anda usando, o que compra, o que pode vir a querer. Estude muito esse mercado para ver se você entendeu mesmo como atender esse cliente. Você estudou o mercado e descobriu que ele é composto por homens e mulheres, jovens e idosos, pessoas de diversos contextos étnicos e assim por 12 diante. A quem você quer atender? Não há como fazer com que todo mundo seja seu cliente. Separe então em diferentes grupos todo mundo com uma mesma necessidade e selecione seu mercado-alvo. É com seu mercado alvo que você falará diretamente, passando sua proposta de valor. “Isso é o que podemos oferecer melhor que a concorrência”. É hora de implementar o plano de marketing. É importante que o vendedor entenda o produto que está vendendo, e seja capaz de ter as respostas de que precisa para finalizar o negócio. Você vê como as vendas estão. Nessa etapa, você é capaz de ter o feedback de todo o plano, e medir os resultados. E se, na hora do controle, você percebe que não se saiu tão bem quanto esperava? Quando suas vendas ficam aquém do esperado, você retrocede. Dividir o plano em etapas bem definidas vai ajudar a encontrar o diagnóstico do que deu errado. O controle entregou o resultado das vendas, mas a 13 implementação pode ter sido ruim. Ou talvez não tivéssemos uma boa proposta de valor que empolgasse os clientes e não evidenciava nosso diferencial. Ou talvez não tenhamos selecionado um bom mercado-alvo. Então veja como é possível retroceder a partir das vendas ruins para identificar o motivo do fracasso. E a medida que você desenvolve sua compreensão do cliente, você pode aprimorar seus instrumentos para poder atendê-lo. O primeiro conceito para isso é o mapeamento da jornada do cliente. Para cada pessoa que entrar na sua loja, descubra, se puder, tudo pelo que ela passou até finalmente escolher você. Quais foram os processos de decisão que ela passou para chegar até ali. E como você direciona alguém de seu mercado-alvo, alguém que você gostaria que fosse seu cliente, para conhecer a sua empresa? Vemos a jornada de um cliente como um processo com cinco estágios: awareness (conhecimento), interesse, perguntas, ação e repetição da ação. Primeiro você faz com que conheçam a sua empresa, a achem interessante a ponto de quererem saber mais sobre ela e façam perguntas; as respostas são o que vão convencer os clientes a comprarem seu produto. Depois, a quinta tarefa é agir novamente e torná-lo um cliente fiel. Vemos no livro “Marketing 4.0” toda essa descrição e mostramos as ferramentas que você pode usar para passar do awareness ao interesse. As ferramentas para ir do interesse às perguntas. As ferramentas das perguntas à ação, e assim por diante. O segundo conceito é o marketing de pontos de contato. Durante a sua jornada o cliente pode encontrar de cinco a dez pontos de contato que o levem até sua loja. Cada um deles pode influenciar para o bem ou para o mal, e você precisa gerenciar as etapas do processo. Um bom exemplo: suponha que o cliente não se conecte com o vendedor que faz seu atendimento. O vendedor fazia tudo com pressa e não parecia sincero. Seu ponto de contato não está bom. O cliente acaba saindo sem fazer a compra. 14 É preciso entender seu cliente para poder se conectar com ele. A mensagem não vai fazer efeito a menos que você visualize com quem quer falar. Isso se chama marketing de persona. Você cria personas dos clientes a quem deseja atender, baseadas no perfil que você tem das pessoas dentro do seu público-alvo. Com essas informações, você é capaz de criar uma mensagem que motive ou talvez até empolgue quem tem essas características, com a escolha certa das palavras e argumentos. Outra nova ideia é o que chamamos de marketing de conteúdo. Marketing de conteúdo é enviar uma mensagem que não têm um discurso direto de vendas. Através do compartilhamento de interesses em comum,o vendedor tenta estreitar a relação com o cliente. Ao terem uma demonstração de apoio e interesse dos seus gostos pessoais, eles tendem a se sentirem agradecidos por essa consideração de seu vendedor. Outro fenômeno que vem acontecendo é o marketing de influenciadores. Quem tem muitos seguidores na internet tem um público diretamente interessado em ver o que consomem. E algumas empresas estão dispostas a pagar para simplesmente mostrar seu produto ao público. É um método em franco crescimento. Vê-se muito também o conceito de marketing omnichannel. Omnichannel quer dizer muitos canais. Sempre tivemos muitos canais. Posso vender meu produto alimentício em qualquer mercado, mas também posso vender no posto de gasolina. Mas uma das distinções com que trabalhamos, que é muito nova, é a ideia de marketing off-site e on-site. Durante a crise causada pela pandemia do coronavírus, a maioria de nós ficou em casa quando possível. Muitas lojas fecharam pela falta de clientes. Portanto, a maioria das pessoas aderiu às compras online. Elas se habituaram. A questão é: as lojas voltarão? O varejo terá um retorno? Alguns tipos de varejo voltarão com força, mas o mais importante é que o trabalho de varejo precisa ser bem feito em termos de marketing. Precisa ser capaz de criar uma experiência positiva, precisa de vendedores experientes dando as boas- vindas ao cliente que entra na loja e assim por diante. Mas também podemos vender pela internet, com as pessoas recebendo os produtos no conforto de 15 casa. Isso quer dizer que temos que mesclar o marketing online e off-line. Isso faz parte do omnichannel marketing. 16 São muitas as inovações no marketing. Estamos falando de empresas tendo boas ideias e sendo empreendedoras, com pessoas sempre pensando em melhorar e criar novas possibilidades. E elas não param de aparecer. Hoje podemos configurar programas para receber pedidos, tomar decisões a respeito de itens e enviá-los. Essa é a ideia da automação do marketing. Também temos algo novo chamado lógica da predominância do serviço. Um produto não é exatamente o que você quer. Você quer o serviço oferecido pelo produto. Um dos profissionais de marketing criou um belo exemplo. É o seguinte: Por que algumas pessoas, antes de um trajeto longo de carro, acordam e param em uma lanchonete para tomar um milkshake? Por que não uma Coca-Cola? Por que não uma xícara de café? Porque a pessoa está pensando subconscientemente: “Tenho um longo trajeto até o trabalho. O café acaba em um minuto. A coca acaba em um minuto. O milk-shake é mais espesso, me mantém ocupado por mais tempo.” Isso seria uma lógica da predominância do serviço. Outra coisa que vem se tornando cada vez mais popular é o chamado marketing social. Profissionais de marketing, muitas vezes em organizações sem fins lucrativos, têm o trabalho voltado não para um produto em si, mas para incentivar uma mudança de comportamento de forma construtiva. Ações para melhorar a saúde das pessoas, para conscientização de um consumo mais saudável ou para que simplesmente se sintam melhor. 17 Estivemos falando aqui sobre o que chamamos de principais características do novo marketing. Mas é importante também entender algumas tecnologias que passaram a existir. No momento temos algo chamado aprendizado de máquina. Coletamos dados de clientes, que são analisados por programas. E o que sai dali são mais do que informações: são insights. Reúna dados sobre as jornadas dos clientes e pontos de contato. É um meio de acompanhar a chegada deles. Temos novas ferramentas para o que chamamos de realidade virtual e realidade aumentada, que ajudarão a testar novas ideias de produtos. Vivemos na era digital e as empresas não podem perder mais tempo para entender isso. Capacite seu marketing para ser o motor de impulso da empresa. É necessária a contratação de pessoas com experiência no digital, a coleta e análise de dados e campanhas em redes sociais. Construa comunidades da marca. E não podemos esquecer que aprendemos muita coisa conversando com o cliente. É importante pedir opiniões e sugestões para saber como melhorar a experiência dele com a empresa. E isso significa monitorar também a internet com relação ao que dizem sobre você nas redes sociais, seja bom ou ruim. Anuncie, sim, e use plataformas de mídia social. Desenvolva e continue desenvolvendo novos conteúdos use mais automoção de marketing e construa uma reputação de empresa autêntica e atenciosa. Mas a maior dica pra vocês é a seguinte: Em cinco anos, se você estiver no mesmo negócio que está agora, estará fora do mercado. A mudança é algo com que devemos conviver e a que devemos nos adaptar. E como disse Drucker, ajude a criar o futuro que você terá. 18 Em sua empresa, é muito importante que dois grupos trabalhem muito próximos nos lançamentos de novos produtos: a equipe de desenvolvimento e a equipe de marketing. A equipe de desenvolvimento geralmente é formada por engenheiros, cientistas, inventores. Eles são os mestres do possível: pessoas sofisticadas que conseguem criar ideias dinâmicas e novas. Mas elas precisam de um profissional ou de uma equipe de marketing, porque esse profissional é o mestre do valor. Você pode criar um novo produto com o qual ninguém se importe, mesmo gastando muito dinheiro nele. É o profissional de marketing que descobre o que existe de valioso na percepção das pessoas que vão comprar. Quando esses dois grupos trabalham juntos, você vai ter uma potente abordagem de marketing empreendedor. No gerenciamento do departamento de marketing, a equipe deve focar 50% do seu tempo nas atividades da área e os outros 50% em colaboração com outros departamentos da empresa, para que entendam como funciona o marketing e sejam mais assertivos. É assim que a empresa pode ter a medida se um novo produto terá sucesso. Dentro do departamento de marketing a empresa precisa de seis tipos de pessoas: O ativador da empresa é aquela pessoa que chega de manhã e diz “Tive uma ideia nova, estava assistindo um programa e acho que tive uma ótima ideia.” Mas essa pessoa não faz isso apenas uma vez, é uma pessoa cheia de ideias, porque ela é ativadora. 19 Cada uma dessas ideias chega até outro tipo de pessoa conhecida como exploradora. A função de um explorador é descobrir se a ideia é nova mesmo. Já foi criada por outra pessoa? É uma ideia que realmente tem futuro para nós? Se mesmo assim a ideia parecer muito boa e original, você entrega para o criador. O criador é aquela pessoa que esquematiza a ideia, aprimora a ideia e transforma em uma oferta tangível que a empresa possa usar de verdade. Então, essa oferta tangível é testada com pessoas do mercado-alvo. E, se os testes forem positivos, você passará essa ideia do criador para o desenvolvedor. Ele terá de descobrir como criar o produto, como distribuir, precificar e assim por diante, usando um plano de marketing completo. O próximo passo é a equipe de vendas. As equipes de marketing e de vendas precisam lançar o produto. Os executores são os responsáveis por isso. Durante o processo você precisa de um bom financeiro para arcar com todos os custos desse marketing empreendedor, para fazer com que a ideia se concretize. 20 Esse é o grupo necessário para fazer inovação. Temos também sete perguntas, conforme sugerido por Peter Thiel, sobre como iniciar um novo produto. 1. Dá pra criar tecnologias inovadoras em vez de melhorias incrementais? 2. Este é o momento ideal para montar uma empresa em sua área? 3. Você está começando por uma fatia grande de um mercado pequeno ou prefere uma pequenafatia de um grande mercado? 4. Você tem a equipe certa? 5. Você está pensando não apenas em criar, mas também em entregar o produto? 6. Você se manterá em 10 ou 20 anos? 7. Você identificou uma oportunidade exclusiva que outras pessoas não viram ou veem? Outra forma de lançar um produto é através do lean marketing. Segundo Eric Reese, basicamente o que precisamos para começar é identificarmos um produto minimamente viável, bem cru mesmo. Em seguida, identifique também uma abordagem de marketing minimamente viável. Não é um investimento com muito dinheiro porque você quer lançar o produto e ter um feedback. E o feedback mostrará como melhorar ainda mais. Comece transformando esse produto minimamente viável, e modifique com o que aprendeu na abordagem de marketing. Esse trabalho rápido de teste é chamado de prototipagem rápida interativa. Como resultado, você terá, em muito menos tempo, algo que tenha coragem de lançar como um produto real. A equipe de marketing geralmente é liderada por um CMO (Chief Marketing Officer). O trabalho do CMO é liderar as ideias de crescimento e analisar os dados, ideias customizadas e personalizadas para fazer tudo 21 funcionar melhor para o cliente. O CMO é quem deve tentar mostrar o ROI, que é o retorno sobre investimento. Por isso são posições que costumam ser trocadas em no máximo quatro anos. Muitas vezes os executivos encontram na substituição do CMO a solução para o baixo retorno de investimento. Basta uma coisa dar errado para serem substituídos. Por isso algumas empresas optam em nem ter um CMO, e sim um diretor de crescimento. Outras estão nomeando diretores de receita e querem que essa pessoa faça também o marketing. Seja qual for a opção, é uma coisa maravilhosa quando uma empresa tem uma parceria entre o responsável pelo marketing e o responsável pelo financeiro. Quando esses dois entram em sintonia, o ROI do marketing acontece. E qual é a melhor relação entre marketing e vendas? Era pra ser harmoniosa, mas acaba sendo de competição. O marketing é um grupo que compete com a equipe de vendas. Isso não é bom. Atritos com a definição de cotas de vendas e discussões sobre a eficácia dos anúncios podem ser alguns dos problemas que surgem em uma guerra entre essas duas equipes. Jack Welch, CEO da General Eletric, era conhecido como o “gerente do século”. Ele dizia: Minha missão principal é desenvolver talentos, sou um jardineiro que rega o jardim de meus 750 melhores funcionários. Claro, arranco também algumas ervas daninhas. Dizia também: Bons líderes criam e articulam suas visões, são apaixonadas por elas e levam essas visões até as últimas consequências. Jack Welch moldou muito do que pensamos ser uma boa gestão. Precisamos reconhecer que a economia é muito importante para entender o marketing. Passamos por um longo período chamado de neoliberalismo. É basicamente o que também é chamado de livre mercado, é 22 a ideia de que devíamos minimizar as restrições comerciais, com negócios sem muitos requisitos ou burocracias. O mínimo possível de interferência estatal também é uma das características do pensamento neoliberal. Muito disso veio de Milton Friedman, ganhador do prêmio Nobel e autor do livro “Freedom to Choose”. Friedman diz o seguinte: Acho que as soluções oferecidas pelo estado costumam ser tão ruins quanto o problema em si, e até pioram. Ele foi uma grande influência para muitos pensadores de negócios, que acabaram sendo fundamentais para as faculdades de administração e para o que se ensinava nessas faculdades. E também para a dinâmica e a segurança dos mercados. Hoje as empresas estão abraçando mais duas outras missões além daquele tida como principal, o lucro. Uma é a sustentabilidade e a outra é a responsabilidade social. Uma empresa precisa definir seu propósito para encontrar sua visão. A visão é onde ela quer chegar, em qual tipo de mundo ela quer entrar. A missão é como chegar à visão. Depois, os valores. As empresas estão cada vez mais tentando usar a marca para esse fim também. O ativismo de marca é o desejo de mostrar qual tipo de empresa realmente se é, quais são os valores da marca. O CEO do grupo BlackRock, Laurence Fink, fez uma declaração importante sobre o papel das empresas na sociedade. A sociedade está exigindo que as empresas públicas e privadas atendam a um propósito social. Para que prosperem no longo prazo, todas as empresas, além de apresentar um desempenho financeiro, devem ter também uma boa contribuição para a sociedade. Ele fala de empresas como Unilever, Levi Strauss, Nike, Body Shop, Bem & Jerry’s, Patagonia, como exemplos de empresas que estão pensando mais socialmente. Estão ganhando dinheiro, mas pensando mais na 23 sociedade. Grande influência dessa linha de pensamento veio do Fórum Econômico Mundial. Todos os anos, muitos executivos importantes participam do Fórum, dirigido por Klaus Schwab. Schwab propõe um grande recomeço, que consiste em uma revisão dos objetivos das empresas. Chamamos isso de ESG (é a sigla em inglês para “environmental, social and governance”), que são fatores ambientais, sociais e de governança que deveriam nortear seus negócios. Ele ressalta que finalmente saímos de um capitalismo da supremacia dos shareholders, que significa que o capitalismo existe para dar dinheiro e gerar capital para os acionistas, e passamos para um capitalismo de stakeholders. Os acionistas são um dos beneficiários, mas há vários beneficiários em um negócio, inclusive funcionários, distribuidores, fornecedores. Há toda uma equipe responsável pelo sucesso da empresa. O que as empresas estão fazendo é ter, cada vez mais, uma visão de stakeholder do capitalismo e da sustentabilidade. Para entender melhor como uma empresa pensa sobre a responsabilidade social, indicamos a leitura do livro “Conscious Capitalism”. Nele, os autores - entre eles John Mckee, que fundou uma empresa alimentícia de sucesso chamada Whole Foods - falam sobre os princípios do capitalismo consciente, com propósitos superiores e integração de stakeholders. Nesse processo, outro livro que teve um grande impacto, além do livro “Conscious Capitalism”, é o “Firms of Endearment”. A edição e os insights desse livro foram brilhantes. A publicação pesquisou e escreveu sobre 25 empresas que as pessoas amam. E o que descobriram é que essas empresas eram mais inovadoras, lucrativas e envolvidas com questões ambientais. Tinham alto desempenho em relação à concorrência, funcionários mais motivados e os seus clientes eram felizes e leais. Essas conclusões deram um novo olhar à educação relacionada aos negócios em Harvard, em Standford, na Northwestern. Em vez de dizer que o propósito da empresa é maximizar os lucros, está se ensinando cada vez mais que a empresa deve transmitir seus reais propósitos e refletir sobre o meio ambiente e os problemas sociais existentes. 24 Philip Kotler faz parte do departamento de marketing da Northwestern University, onde é titular da cadeira de marketing. Escreveu artigos sobre diversos temas, sozinho e em parcerias, sobre marketing social, marketing em si e também com questões mais amplas. Durante a docência em marketing, fez também muitas consultorias. Algumas experiências foram especialmente memoráveis e agora ele compartilha cases de empresas importantes com quem trabalhou. A primeira empresa de que vou falar é a Haier. É uma empresa chinesa que fabrica refrigeradores, ar-condicionado e etc. Na época estava enfrentando problemas e prestes a falir. Eles contrataram uma pessoa interessante para gerenciar a empresa e ele me contou o seguinte: “Aconteceu uma coisa. Um cliente devolveu o refrigerador e disse: ‘eu não quero, esse refrigerador é horrível’”. O executivo se propôs a trocar oequipamento com defeito. Ele escolheu outro refrigerador que parecia estar em um bom estado e fez a substituição do cliente, mas encontrou um problema ainda maior. Muitos dos refrigeradores no depósito da empresa não estavam bons: eles não tinham qualidade. Ele tomou uma decisão arriscada. Reuniu todos os funcionários, distribuiu marretas e pediu que fossem até o depósito destruir todos os refrigeradores. Esse foi o marco do renascimento da empresa Haier. O problema era que a Haier queria se tornar uma empresa global. E um de seus mercados-alvo eram os Estados Unidos. Como você traz para os EUA seus refrigeradores chineses quando há Whirlpool, General Eletric e grandes 25 empresas? Ocorreu a ideia de que talvez haveria alguns mercados sendo ignorados. Por exemplo, há muitos alunos universitários que gostariam de comer alguma coisa nos dormitórios. Que tal uma geladeira pequena para conservar a comida? Talvez existam redes de hotéis que adotariam nos quartos uma minigeladeira para fins como esse. Eles acabaram fabricando o frigobar, que foi comercializado pelo Walmart juntamente com a produção de refrigeradores grandes, mas com melhor qualidade. Tudo que aprendi com a empresa Haier é que qualidade é o que o mercado exige e você não consegue chegar tão longe sem produzir produtos de qualidade. Hoje, o executivo que destruiu as geladeiras está à frente de uma empresa multimilionária, uma multinacional com presença em 160 países e está começando a perceber que para se tornar uma empresa empreendedora é preciso formar equipes. Nessa nova visão, as equipes não precisam de gerentes pois são capazes de se administrarem por conta própria, com recursos para desenvolver qualquer ideia e executá-la. É a teoria chamada de “holarquia”. Por isso, estou sempre animado para acompanhar a história da empresa Haier. A Samsung, empresa sul-coreana, nos contratou para fazer alguns trabalhos. É uma empresa bem conhecida, bem divulgada. Em qualquer aeroporto tem um grande letreiro da Samsung. Eles tinham boa qualidade e uma boa awareness, mas disseram que queriam ser uma das empresas mais importantes do mundo. Eles queriam saber o que acontece para um empresa ser assim. Eles nos deram essa tarefa: escolher cinco das melhores empresas do mundo e extrair o que elas têm em comum, quais são seus talentos, quais são suas práticas. O relatório que escrevemos foi confidencial. Exclusivo para eles. Mas a Samsung teve a brilhante ideia de perguntar o que compõe as práticas das 26 melhores empresas do mundo e o que podemos fazer com essas práticas. Podemos dizer que deu certo, já que a Samsung continua ficando cada vez melhor como empresa. A terceira situação muito interessante foi com a Fujifilm. Como todos sabem, na câmera fotográfica antiga, era necessário um filme para tirar fotos. Foi assim por muitos anos, e a Kodak ficou rica, e a Fujifilm também foi uma das empresas mais ricas. Mas ambas as empresas começaram a perceber a ameaça dos celulares com câmera. Os aparelhos começaram a ser chamados de smartphone, mas mesmo assim elas acreditaram que não era preciso se preocupar. Afinal, as fotos não eram tão boas, nunca seriam tão boas quanto as fotos das câmeras de primeira linha das grandes empresas. Elas não tentaram entrar nesse mercado e oferecer seus próprios aparelhos. A verdade é que a Kodak teve a ideia de um smartphone mas acabou desistindo, não queria matar o próprio mercado. Aos poucos, mas inevitavelmente, estava ficando nítido para ambas as empresas que iriam afundar quando o mercado de filmes acabasse. A Kodak acabou, mas a Fujifilm não só não acabou como é fabulosamente bem sucedida por causa de sua liderança. O CEO deles percebeu que a atividade em si era uma espécie de tesouro, e que poderia ser a base de novos produtos. Cada processo aprendido para fazer um filme colorido, por exemplo, servia não só para fazer imagens, mas também pra outras coisas. Hoje, além do mercado de imagens, eles trabalham com imagens do corpo humano para fins de exames diagnósticos. Também têm muitos equipamentos médicos novos e estão em um mercado totalmente diferente desse, que é o de produtos para pele. Escrevi um livro com o CEO da Fujifilm chamado “Never Stop Innovation”. Nele contamos como a Fujifilm descobriu que, no fundo, eles 27 tinham em mãos um precioso tesouro de sistemas e patentes que levaram a novas ideias. No laboratório da empresa em Tóquio é possível ver que eles não param de buscar melhorar: é projeto após projeto sendo desenvolvido para a empresa. Outra empresa que foi muito interessante foi a IBM. Fui convidado para participar das reuniões de diretoria. Eles conduzem as reuniões da diretoria de uma forma que todas as empresas deveriam fazer. A ideia era aprender como melhorar seu negócio. As reuniões consistem em três partes. A primeira parte era convidar alguns dos maiores clientes para dizer à IBM o que eles gostam e não gostam na IBM. Eu estava ouvindo e um dos maiores clientes da IBM disse: “eu gosto disso e daquilo, mas é muito difícil falar com o responsável pelas finanças. É muito difícil. Tem hora que não recebo resposta de ninguém da IBM que possa responder minha dúvida.” Eles levaram muito a sério. O CEO concordou que isso não poderia acontecer e que alguém deveria estar sempre disponível. O primeiro terço foi todo dedicado a ouvir dos principais clientes como a IBM estava executando seu trabalho. A segunda parte foi dedicada a convidar os melhores gerentes das filiais da empresa espalhadas pelo mundo para falar se estão tendo suporte ou não da matriz. Lembro-me de que um deles era o chefe da filial da IBM em Chicago, cuja maioria dos clientes eram seguradoras. O cara que dirige a filial da IBM em Chicago se levanta, olha para os membros da diretoria e diz: “Estão me dizendo que preciso de mais dois contadores para o próximo ano. Entendo porque dizem isso, mas quero contratar três profissionais de marketing. Podemos vender muito mais se eu tiver as pessoas certa nas vendas.” Eles escutaram. O presidente da IBM disse: “Concordamos com você. O que está nos dizendo é que você, administrador de uma filial grande, não está recebendo o que você precisa. Na verdade, você está nos dizendo 28 que cabe a você tomar as decisões sobre quem deseja contratar e nós avaliaremos seu desempenho, em vez de dizer quem você deve contratar.” A terceira e última parte foi pedir aos concorrentes que viessem falar com a IBM. Imaginem um concorrente participando da diretoria da IBM. Nesse caso, um dos seus concorrentes era a Sun Microsystems, uma empresa em ascensão. Eles haviam convidado e contratado uma pessoa que trabalhara na Sun dois anos antes, e que agora estava indo muito bem na IBM. Disseram a ele, vamos chamá-lo de Bob: “Bob, queremos que você fale com a diretoria e, como você já trabalhou na Sun, diga-nos como você lidaria conosco”. Bob gostou da tarefa. Ele estava um pouco nervoso, mas foi à reunião da diretoria, olhou para todos os 13 membros que dirigem as empresas IBM e disse: “Nós, da Sun Microsystems, temos o propósito de soterrar vocês.” A diretoria se surpreendeu um pouco. “O que esse jovem está dizendo? Somos a IBM.” “A razão pela qual vocês serão soterrados é que o futuro está no software, não no hardware. Eu entendo que vocês estejam ocupados criando máquinas, computadores e hardware de qualidade. Mas o futuro está no software.” Depois que o funcionário saiu, eles conversaram sobre as ideias dele e não levaram a bravata a sério. Continuaram acreditando que o hardware seria o mais importante no futuro. Mas sabemos que ele estava certo, porque o próximo presidente que assumiu a IBM disse: “Senhores, é software.” Eu percebi como isso é útil para qualquer reunião de diretoria. Pedir um feedback para algunsde seus clientes, pedir um feedback para os próprios gerentes e pedir para seus concorrentes dizerem o que está errado e o que pode melhorar. 29 O último que gostaria de contar é o mais picante. Eu recebi uma ligação da filha de Hugh Hefner, que administra a revista Playboy. Eles tinham uma circulação muito boa, perto dos 5 milhões de exemplares por mês. Mas eles tinham concorrentes que também estavam crescendo. A abordagem desses concorrentes era mais voltada para fotos explícitas de mulheres nuas. Alguns consumidores da Playboy estavam comprando também exemplares da Hustler, e as vezes até mesmo trocavam de vez de revista. A questão levantada pela diretoria foi se a revista deveria apimentar a publicação, com fotos mais explícitas ou permanecer com a mesma linha editorial, correndo o risco de perder vendas. A resposta a que cheguei na pesquisa foi a de que a maior parte do lucro da empresa vinha dos grandes anunciantes, que escolhiam a Playboy justamente pelo cuidado que tinham na publicação das fotos. Caso seguissem o caminho da Hustler, poderia ser o fim da publicação. Eles me ouviram e ainda estão vivos. Não vendem tanto quando antes, mas fizeram a coisa certa. Por isso que digo que toda consultoria é interessante. Essas cinco são algumas que me marcaram e todas ilustram algumas boas ideias sobre marketing e negócios.
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