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Contabilidade para Executivos MBA em Finanças, Auditoria e Controladoria Contabilidade Financeira Fabiano Simões Coelho fabiano@fabianocoelho.com.br http://www.fabianocoelho.com.br Realização Fundação Getulio Vargas FGV Management www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Fundação Getulio Vargas. Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao(s) autor(es). COELHO, Fabiano Simões. Contabilidade Financeira. 1ª Rio de Janeiro: FGV Management – Cursos de Educação Continuada. 247 p. Bibliografia 1. Contabilidade Coordenação Executiva do FGV Management: Prof. Ricardo Spinelli de Carvalho Coordenador Geral da Central de Qualidade: Prof. Carlos Longo Coordenadores de Área: Prof. Ernani Hickmann Prof. José Carlos Sardinha Prof. Marilson Gonçalves Prof. Ronaldo Andrade Profa. Sylvia Constant Vergara. A sua opinião é muito importante para nós Fale Conosco! Central de Qualidade – FGV Management * ouvidoria@fgv.br www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos Sumário PROGRAMA DA DISCIPLINA........................................................................................ 1 EMENTA ............................................................................................................................. 1 CARGA HORÁRIA TOTAL..................................................................................................... 1 OBJETIVOS......................................................................................................................... 1 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO.............................................................................................. 1 METODOLOGIA .................................................................................................................. 2 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................................. 2 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................................... 2 CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR............................................................................ 3 2 - MATERIAL COMPLEMENTAR................................................................................ 4 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 4 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE.................................................................................. 4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES.......................................................................................... 4 USUÁRIOS DA CONTABILIDADE.................................................................................... 5 CONCEITOS BÁSICOS...................................................................................................... 5 DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS ........................................................................................ 14 INTRODUÇÃO .................................................................................................................14 BALANÇO PATRIMONIAL..............................................................................................14 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO....................................................16 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS.....................................17 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO................................18 DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS...............................18 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA..................................................................19 BALANÇO SOCIAL..........................................................................................................20 BALANÇO PATRIMONIAL .................................................................................................. 26 PATRIMÔNIO...................................................................................................................26 BALANÇO PATRIMONIAL (BP)......................................................................................26 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ............................................................. 32 CONCEITO DE RECEITAS...............................................................................................32 CONCEITO DE GANHOS.................................................................................................32 CONCEITO DE DESPESAS...............................................................................................32 CONCEITO DE PERDA.....................................................................................................32 OUTRAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ......................................................................... 41 DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR) ...................41 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA......................................................................53 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNOO LÍQUIDO (DMPL) .................58 INSTRUMENTOS DA ANÁLISE ECONÔMICA – FINANCEIRA................................. 60 DEMONSTRATIVOS E INFORMAÇÕES ADICIONAIS....................................................60 AJUSTES ..........................................................................................................................60 RECLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO................................................................................61 INDICADORES ECONÔMICOS-FINANCEIROS.......................................................... 63 ÍNDICES DE ESTRUTURA PATRIMONIAL.....................................................................65 RELAÇÕES ENTRE AS FONTES DE RECURSOS (RFR)..................................................66 www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos ENDIVIDAMENTO GERAL (EG) .....................................................................................66 COMPOSIÇÃO DAS EXIGIBILIDADES (CE) ...................................................................68 IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (IPL)........................................................68 PASSIVO ONEROSO SOBRE ATIVO (POSA) ..................................................................69 ÍNDICES DE LIQUIDEZ....................................................................................................69 LIQUIDEZ CORRENTE....................................................................................................70 LIQUIDEZ SECA..............................................................................................................70 LIQUIDEZ GERAL...........................................................................................................71 ÍNDICES DE RENTABILIDADE.......................................................................................71 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (RPL)....................................................72 MARGEM OPERACIONAL DE LUCRO (MOL)................................................................72 MARGEM LÍQUIDA DE LUCRO (ML).............................................................................72 ROTAÇÃO DO ATIVO (RA).............................................................................................73 RENTABILIDADE DOS INVESTIMENTOS (RI)...............................................................73 INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS .............................................................................74 PRAZO MÉDIO DE COMPRAS (PMC) .............................................................................75 PRAZO MÉDIO DE ESTOQUES (PME)............................................................................75 PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTOS (PMR)...................................................................76 CICLO OPERACIONAL (CO) ...........................................................................................76 CICLO FINANCEIRO (CF)................................................................................................77 CAPITAL DE GIRO (CDG) ...............................................................................................78 NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) OU INVESTIMENTO OPERACIONAL EM GIRO (IOG) ................................................................................................................78 FONTES DE COBERTURA DA NCG................................................................................80 EFEITO TESOURA...........................................................................................................82 SALDO DE TESOURARIA ...............................................................................................82 CAUSAS DO EFEITO TESOURA:.....................................................................................85 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL E ÍNDICES-PADRÃO.........................................87 ANÁLISE VERTICAL.......................................................................................................87 ANÁLISE HORIZONTAL.................................................................................................89 ÍNDICES-PADRÃO...........................................................................................................91 QUADRO-RESUMO DE ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS....................................93 PROCESSO ANALÍTICO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............................................ 95 RECLASSIFICAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS. .......................................95 ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS..........................................................96 AGRUPAMENTO TÉCNICO DAS CONTAS (FUNDAMENTAÇÃO).................................99 PROCEDIMENTOS DE ADEQUAÇÃO DOS BALANÇOS À ANÁLISE...........................103 3 - MATERIAL COMPLEMENTAR............................................................................ 125 3.1 - EXERCÍCIOS........................................................................................................ 125 3.1.1 - D.R.E. VERSUS FLUXO DE CAIXA......................................................................125 3.2 - LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................... 129 3.2.1 - RETORNO SOBRE INVESTIMENTO E SUA VELOCIDADE................................129 3.3.1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA.................................................................130 3.3.3 - ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA - AMBEV........................................... 133 3.4 EBITDA................................................................................................................... 140 3.5 TRANSPARÊNCIAS............................................................................................... 157 www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 1 Programa da disciplina EMENTA Contabilidade e o conjunto das demonstrações econômico-financeiras. Balanço: significado das contas do ativo, passivo e patrimônio líquido. Variações no patrimônio líquido: receita, despesa e resultado. Processo contábil: contas (plano de contas), registros no livro diário, razão geral, balancete de verificação. Tópicos especiais na determinação das demonstrações financeiras: contas a receber, contas a pagar, avaliação de estoques, ativo imobilizado e a depreciação ou amortização, operações financeiras, as contas do patrimônio líquido. DOAR e o fluxo de caixa. CARGA HORÁRIA TOTAL 24 horas/aula OBJETIVOS O alunos deverá, ao final do módulo, ser capaz de: Ô Reconhecer o significado das informações constantes nos relatórios econômico- financeiros, especialmente no Balanço Patrimonial (BP), nas Demonstrações de Resultado do exercício (DRE), de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) e de Fluxo de Caixa (DFC); Ô Compreender o fluxo da informação contábil até os seus reflexos nas demonstrações contábeis; Ô Compreender os conceitos de Liquidez, Segurança e Rentabilidade para efeitos de avaliação econômico-financeira; Ô Executar uma análise elementar da saúde financeira da empresa com base em índices específicos; CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Significado das informações dos relatório econômicos-financeiros: Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultado do Exercício. As informações financeiras, seu significado e seus principais usuários. O processo contábil: o fluxo da informação financeira e seu registro no Balanço Patrimonial. Descrição do processo contábil e do fluxo da informação contábil. Os fatos geradores e seus reflexos no patrimônio da empresa. As informações do Balanço relacionadas com o Ativo e as com o Passivo: o retorno do ativo frente a demanda dos investidores. A estrutura do Balanço Patrimonial. Classificação das contas: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Grupos de contas. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 2 A compreensão das informações do Demonstrativo de Resultado do Exercício para as várias empresas na economia. A estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício. Receitas, Despesas e suas classificações. O lucro: bruto, operacional e líquido. Resultado não-operacional. A compreensão das informações da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos para as várias empresas na economia. A estrutura da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Os conceitos de Origem e Aplicação. O ajuste no Lucro Líquido. O significado da variação do Capital Circulante Líquido (CCL). A compreensão das informações da Demonstração do Fluxo de Caixa para as várias empresas na economia. A estrutura da Demonstração do Fluxo de Caixa. A relação da demonstração do fluxo de caixa com as outras demonstrações financeiras. Os métodos de elaboração. METODOLOGIA Aula expositiva com auxílio de microcomputador, projetor multimídia e quadro branco com marcadores. Aos alunos serão fornecidos os seguintes itens: apostila e transparências a serem utilizadas durante a exposição dos assuntos. Serão ministrados exercícios, estudos dirigidos e estudos de caso. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Deverá ser elaborada, pelos alunos, uma prova individual, que envolva os assuntos desenvolvidos no módulo. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA BRASIL, Haroldo Vinagre, BRASIL, Haroldo Vinagre Filho. Gestão financeira das empresas – um modelo dinâmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. IUDÍCIBUS, S., MARTINS, Eliseu, GELBCKE, E. R.. Manual de contabilidade das sociedades por ações. São Paulo: Atlas, 1995. MARION, Josá Carlos. Contabilidade Empresarial. São Paulo: Atlas, 1990. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 1995. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 3 CURRICULUM RESUMIDO DO PROFESSOR Fabiano Simões Coelho é Mestre em Ciências Contábeis pela FAF/UERJ – Faculdade de Administração e Finanças da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Pós graduado em Ciências Contábeis pela FGV/EPGE em 2000. Graduado em Ciências Contábeis pela UERJ em 1998. É professor e Coordenador do Programa de Cursos Conveniados da FGV Management, Professor da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas e instrutor do Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro. Trabalha também como consultor de empresas e sócio proprietário do Instituto valor. Autor de trabalhos publicados em revistas especializadas no Brasil e no exterior.www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 4 2 - Material Complementar INTRODUÇÃO OBJETIVOS DA CONTABILIDADE O FIPECAFI1 definiu objetivamente a Contabilidade como sendo “um sistema de informações e avaliação destinado a prover os seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização.” (1995, pg. 58). O AICPA, American Institute of Certified Public Accountants, publicou em 1973 que: “ ...a função fundamental da Contabilidade (...) tem permanecido inalterada desde os primórdios. Sua finalidade é prover os usuários dos demonstrativos financeiros com informações que os ajudarão a tomar decisões. Sem dúvida, tem havido mudanças substanciais nos tipos de usuários e nas formas de informação que têm procurado. Todavia, esta função dos demonstrativos financeiros é fundamental e profunda. O objetivo básico dos demonstrativos financeiros é prover informação útil para a tomada de decisões econômicas...” ( apud, Iudícibus, 1986, pg. 17) Ao analisarmos as duas definições acima, podemos deduzir sem maiores dificuldades, a definição resumida indicada por autores como Iudícibus, de que o objetivo da Contabilidade é fornecer informações para vários usuários, afim de auxiliar o processo de tomada de decisões. SISTEMA DE INFORMAÇÕES De acordo com Chiavenato, o conceito de informação significa, em poucas palavras, a busca pela redução da incerteza. Esta busca ganha importância quando tratamos da obtenção de conhecimento, para uso na orientação da ação a ser tomada no processo de tomada de decisão. Sistemas de Informações sob um ponto de vista contábil seria: “ ...um conjunto articulado de dados, técnicas de acumulação, ajustes e editagens de relatórios que permite: a) tratar as informações de natureza repetitiva com o máximo possível de relevância e o mínimo de custo; b) dar condições para, através da utilização de informações primárias constantes do arquivo básico, juntamente com técnicas derivantes da própria Contabilidade 1 Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 5 e/ou outras disciplinas, fornecer relatórios de exceção para finalidades específicas em oportunidades definidas ou não.” ( FIPECAFI, 1995, pg. 58). USUÁRIOS DA CONTABILIDADE O estudo do IPECAFI definiu usuários como “ ... toda pessoa física ou jurídica que tenha interesse na avaliação da situação e do progresso de determinada entidade, seja tal entidade empresa, ente de finalidades não lucrativas, ou mesmo patrimônio familiar.”( 1995, pg. 59). O quadro a seguir que resume quais seriam os usuários da Contabilidade: a. Diversificados X Concentrados b. Ativos X Passivos I – INVESTIDORES c. Profissionais X Amadores a. Analistas Financeiros b. Serviços de Aconselhamento II – INTERMEDIÁRIOS DE INFORMAÇÕES c. Corretoras de Valores a. IBRACON b. CFC, CRC’s c. CVM III – ÓRGÃOS REGULADORES E ASSOCIAÇÕES DE CLASSE d. Fisco a. Empresas grandes X pequenas IV – DIRETORES, ADMINISTRADORES b. Empresas abertas X fechadas V – AUDITORES Empresas grandes X pequenas Fonte: MOST, Keneth S. Accounting Theory. Columbus. Grid. 1977. pag. 91, apud, adaptação de TOSTES, Fernando P. Evidenciação e Qualidade nas Demonstrações Financeiras. CONCEITOS BÁSICOS A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. A Contabilidade tem por fim fornecer informações, a diversos tipos de usuários, que subsidiem a tomada de decisão. Para o cliente interno, deve suprir as informações que auxiliem o planejamento e o controle. Para o cliente externo, deve informar a situação econômica e financeira da empresa. É a ciência que tem por funções: Registrar, controlar e analisar os atos e fatos administrativos de uma atividade econômica (Empresa). www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 6 Registro Linguagem contábil de nível elevado, identificando-se com profissionais da área contábil. Registros contábeis em livros próprios. Ex: Diário, Razão, Caixa etc. Controle Exerce praticamente os controles dos registros contábeis, principalmente dos bens patrimoniais. Análise Executa análise a qualquer tempo dos registros e dos controles patrimoniais. Ex: Compra de bens de venda. 1- Registro contábil no livro Diário. Estoques a Caixa / Fornecedores 2- Controle Controle da existência física do estoque, cujo custeio se confrontará com o registro contábil. 3- Análise Divergência dos inventários Estoque mínimo Tempo de permanência, etc. FAMILIARIZAÇÃO COM A MECÂNICA CONTÁBIL 1º CASO: CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA Alexandre e Fernanda (pessoas físicas) resolveram constituir uma sociedade (pessoas jurídica) a que decidiram denominar Felicidade Com. & Ind. Ltda. Assinam um Contrato Social e disponibilizam à sociedade, cada um, o valor de $ 1.000, que passam a constituir o Capital Social da nova entidade. � A pessoa jurídica Felicidade Com. & Ind. Ltda. deve ( é devedora da ) pessoa física Alexandre ⇒ $ 1.000 pessoa física Fernanda ⇒ $ 1.000 � A pessoa física Alexandre tem direito de receber da ( é credora da )pessoa jurídica Felicidade Com. & Ind. Ltda. ⇒ $ 1.000 � A pessoa física Fernanda tem direito de receber da ( é credora da ) pessoa jurídica Felicidade Com. & Ind. Ltda. ⇒ $ 1.000 O patrimônio da sociedade Felicidade Com. & Ind. Ltda. será representado da seguinte forma: www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 7 PATRIMÔNIO ( + ) ( - ) BENS OBRIGAÇÕES Dinheiro 2.000 Capital Social Alexandre 1.000 Fernanda 1.000 2.000 TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 2º CASO: BEM - DIREITO Parte do dinheiro ( $ 1.500 ) é depositada numa Caderneta de Poupança. Nesta transação a empresa trocou Bem por Direito, isto é, saiu dinheiro (que é um Bem) e entrou o recibo de depósito na Caderneta de Poupança (que é um Direito). O patrimônio da sociedade Felicidade Com. & Ind. Ltda. passará a ser demonstrado da seguinte forma: PATRIMÔNIO ( + ) ( - ) BENS OBRIGAÇÕES Dinheiro 500 Capital Social Direitos Alexandre 1.000 Fernanda 1.000 2.000 Caderneta de Poupança 1.500 TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 OBSERVAÇÕES 1. A soma do lado positivo ( + ) é igual à soma do lado negativo ( - ) 2. As somas dos lados ( + ) e ( - ) desta demonstração continuam sendo as mesmas da demonstração anterior ( $2.000 ). isto ocorre porque houve apenas uma troca de um bem por um direito. Assim, diminuiu o valor de bens e aumentou o valor de direitos. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 8 3. No lado esquerdo ( + ) está indicado em que a empresa aplicou os recursos: manteve uma quantia em dinheiro ( $500 ) e o restante depositou na poupança ( $ 1.500 ); no lado direito está indicada a origem desses recursos: o capital social. 3º CASO: BEM - OBRIGAÇÃO A empresa compra máquinas e equipamentos a prazo no valor de $ 500. O pagamento será efetuado após 60 dias. Neste fato administrativo, a empresa conseguiu adquirir duas coisas, sem incorrer em nenhuma troca: � Equipamentos e � uma dívida, por ter comprado a má quina a prazo. OCORRERIA TROCA SE A EMPRESA TIVESSE PAGO OS EQUIPAMENTOS À VISTA ( trocaria dinheiro pelos Equipamentos ) O patrimôniopassará a ser demonstrado da seguinte forma: PATRIMÔNIO ( + ) ( - ) BENS OBRIGAÇÕES Dinheiro 500 Fornecedor 500 DIREITOS Depósito em Caderneta de Poupança 1.500 CAPITAL SOCIAL Alexandre 1.000 Equipamentos 500 Fernanda 1.000 2.000 TOTAL 2.500 TOTAL 2.500 4º CASO: RECEITA No final do mês, o Banco pagou à sociedade juros no valor de $300, referentes ao dinheiro depositado em Caderneta de Poupança. Nesta transação, a empresa: � Não trocou nada; www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 9 � Não adquiriu nada; � Ganhou o direito de retirar da Poupança $1.800 em vez dos $1.500 que tinha depositado. Os juros correspondem, portanto, a um ganho que a empresa teve. Não é um Bem, não é um Direito, nem uma Obrigação. Trata-se de uma Receita. Receitas, em contabilidade, são valores que a empresa gera, produz, como fonte de recursos financeiros ( dinheiro ), para atender aos seus gastos e manter as suas atividades. Exemplos: Vendas de Mercadorias ou Produtos; Juros da poupança; Juros cobrados de Clientes por atraso no pagamento; Aluguéis de imóveis de sua propriedade, etc... 5º CASO: DESPESA Para comemorar e divulgar o início das suas atividades, a empresa ofereceu um coquetel que lhe custou $ 200. Nesta transação, a sociedade: Não trocou nada; Não adquiriu nada; Não ganhou nada; e Gastou parte do dinheiro que possuía. O coquetel corresponde a um gasto que a empresa teve. Não constitui um Bem, um Direito, uma Obrigação ou uma Receita. Trata-se de uma Despesa. Despesas, em contabilidade, são valores que a empresa necessariamente gasta para manter sua atividade e gerar receitas. Exemplos: Compras de Mercadorias; Gastos com Refeições; Publicidade; Telefone; Combustível; Energia Elétrica, etc... Receitas e despesas são computadas em separado pela contabilidade, para depois serem incluídas no patrimônio. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 10 Se a receita é maior que a despesa, a empresa gerou lucro. Se a despesa é maior que a receita, a empresa gerou prejuízo. Uma empresa tem lucro ou prejuízo independentemente do patrimônio que possui; As receitas e despesas não são demonstradas no gráfico patrimonial, mas num gráfico à parte, denominado resultado operacional RESULTADO OPERACIONAL + - DESPESAS 200 RECEITAS 300 As despesas são colocadas sempre do lado esquerdo ( + ), indicando em que foi aplicado ( gasto ) o dinheiro da empresa: em despesas com luz, água, produtos de limpeza, etc. As receitas são colocadas sempre do lado direito ( - ), indicando a origem dos ganhos da empresa: as vendas, as aplicações na poupança, etc. Um fato provoca pelo menos duas alterações no patrimônio ou no resultado operacional: uma delas se refere à aplicação de recursos a outra à sua origem Quando um fato representa uma despesa ou receita, ele poderá alterar ao mesmo tempo o gráfico do patrimônio e o do resultado operacional: FATO: JUROS GANHOS COM APLICAÇÃO NA POUPANÇA ALTERAÇÃO NO GRÁFICO DO PATRIMÔNIO ALTERAÇÃO NO GRÁFICO DO RESULTADO OPERACIONAL CADERNETA DE POUPANÇA $ 1.500 + 300 = $ 1.800 JUROS DA POUPANÇA: $ 300 APLICAÇÃO ORIGEM www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 11 FATO: GASTOS COM A REALIZAÇÃO DO COQUETEL ALTERAÇÃO NO GRÁFICO DO RESULTADO OPERACIONAL ALTERAÇÃO NO GRÁFICO DO PATRIMÔNIO DESPESAS BENS GASTOS COM O COQUETEL: $ 200 APLICAÇÃO DINHEIRO: $ 500 - 200 = $ 300 ORIGEM Vamos ver quando e como o resultado das operações de uma empresa é integrado ao seu patrimônio. Chama-se de exercício ao período que a contabilidade toma como base para fazer um balanço geral de tudo aquilo que ela realizou, avaliando a situação do patrimônio e apurando o resultado operacional ( lucro ou prejuízo ). Portanto, exercício é o período decorrido entre um balanço e outro. ele tem , geralmente, a duração de 12 meses e coincide com o nosso ano civil, que começa em 1º de janeiro e termina em 31 de dezembro. Ao terminar o exercício, a contabilidade realiza o balanço da situação da empresa: o que tem / o que deve; o que ganhou / o que gastou, obtendo o resultado operacional, que é então integrado ao patrimônio. Resultado operacional é o resultado que a contabilidade de uma empresa apura no final do exercício, para saber se ela teve lucro ou prejuízo No nosso exemplo, temos: RECEITA ( maior que a Despesa ) 300 DESPESA ( menor que a Receita ) 200 LUCRO 100 Extraímos as seguintes conclusões: todo lucro apurado por uma pj pertence aos seus donos. todo prejuízo apurado por uma pj é de responsabilidade dos seus proprietários. logo, tanto o lucro como o prejuízo apurados devem estar juntos do capital social, elevando-o, se houver lucro, ou diminuindo-o, se houver prejuízo. Vejamos, agora, como fica a demonstração do patrimônio: PATRIMÔNIO ( + ) ( - ) www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 12 BENS Dinheiro 300 Equipamentos 500 800 OBRIGAÇÕES Fornecedor Equipamentos 500 DIREITOS Depósito em Cad. Poupança 1.800 TOTAL 2.600 CAPITAL SOCIAL Alexandre 1.000 Fernanda 1.000 Resultado Operacional 100 2.100 TOTAL 2.600 A CONTABILIDADE, POR MEIO DE TÉCNICA PRÓPRIA, PROCURA DEMONSTRAR O QUE SE TEM E O QUE SE DEVE, O QUE SE GASTA E O QUE SE GANHA, A APLICAÇÃO DOS RECURSOS DA EMPRESA E A ORIGEM DESSES MESMOS RECURSOS 6º CASO: PATRIMÔNIO LÍQUIDO Vamos supor que Alexandre e Fernanda resolvam encerrar as atividades da empresa. naturalmente, cada um vai querer retirar do patrimônio o que é seu por direito. A EMPRESA TEM: BENS. 800 DIREITOS 1.800 2.600 A EMPRESA DEVE: FORNECEDOR 500 CAPITAL SOCIAL 2.000 LUCRO 100 2.600 A empresa somente pode pagar o que deve com o que tem. o primeiro passo, portanto, é liquidar as dívidas que possui com terceiros, deixando por último a devolução do capital social aos sócios, acrescido dos lucros ou diminuído dos prejuízos. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 13 assim: BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA OU PATRIMÔNIO LÍQUIDO $ 800 $ 1.800 $ 500 $ 2.100 Patrimônio líquido é um componente do patrimônio no qual são indicados os valores do capital social de todos os sócios, acrescido dos lucros ou diminuído dos prejuízos verificados em cada exercício. É separado das obrigações normais da empresa, tendo em vista que ele só será exigido se a empresa encerrar suas atividades ou se algum sócio se retirar da sociedade. PATRIMÔNIO LÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 14 DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS INTRODUÇÃO A Contabilidade enquanto sistema de informações destinadas a auxiliar o processo de planejamento e controle na empresa, fornece a esses usuários demonstrativos. As demonstrações financeiras obrigatórias, a periodicidade e a base para sua elaboração são determinadas pelo artigo 176 da Lei n0 6.404/76: "Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras,que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: a) balanço patrimonial; b) demonstração do resultado do exercício; c) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados ( pode ser substituída pela demonstração das mutações do patrimônio líquido); e d) demonstração das origens e aplicações de recursos." Existem entretanto demonstrações não abrangidas (ainda) pela Lei. As mais comuns são a demonstração dos fluxos de caixa (DFC) e o Balanço Social. BALANÇO PATRIMONIAL O artigo 178 da Lei n0 6.404/76 determina a forma de classificação das contas no balanço patrimonial: "Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia." A NBC-T-3.2 _ Do Balanço Patrimonial aborda alguns aspectos específicos desta peça contábil. O subitem 3.2.1 estabelece o conceito do balanço patrimonial: "3.2.1.1 _ O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade." www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 15 BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Para ser Ativo é necessário preencher os quatro requisitos: 1. Bens ou Direitos; 2. De propriedade da empresa; 3. Mensurável monetariamente; 4. Representar benefícios presentes ou futuros. São as contas representativas de obrigação com terceiros, que quando de seu vencimento, serão reclamadas. São também mensuráveis monetariamente. Grupos: Grupos: - CIRCULANTE - CIRCULANTE São os Bens e os Direitos com vencimento até o término do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento até 12 meses da data do último Balanço. São as Obrigações com vencimento até o término do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento até 12 meses da data do último Balanço. - REALIZÁVEL A LONGO PRAZO São os Direitos com vencimento após o término do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento posterior a 12 meses da data do último Balanço. Considera-se também como Longo Prazo, as transações de empréstimos a Acionistas, Diretores, e outras pessoas a fins, independente do prazo de vencimento, desde que os empréstimos não façam parte das operações principais da empresa. - EXIGÍVEL A LONGO PRAZO São as Obrigações com vencimento após o término do exercício seguinte, ou ainda, com vencimento posterior a 12 meses da data do último Balanço. Considera-se também como Longo Prazo, as transações de empréstimos de Acionistas, Diretores, e outras pessoas a fins, independente do prazo de vencimento. - PERMANENTE Bens e direitos de caráter fixo. Divide-se em: Investimentos, Imobilizado e Diferido. - RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS São as Receitas recebidas antes da prestação do serviço, desde que sejam líquidas e certas. PATRIMÔNIO LÍQUIDO São as obrigações para com os Sócios. Tem como principais contas: Capital, Reservas de Capital, Reserva de Reavaliação, Reservas de Lucros, Lucro ou Prejuízos Acumulados e Ações em Tesouraria. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 16 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO A composição da demonstração do resultado do exercício é determinada pelo artigo 187 da Lei n0 6.404/76: "Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I _ a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II _ a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III _ as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV _ o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais e o saldo da conta de correção monetária (artigo 185, § 3º); V _ o resultado do exercício antes do imposto de renda e a provisão para o imposto; VI _ as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados; VII _ o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social." O parágrafo 1º do artigo 187 impõe que sejam observados os princípios da competência e do confronto entre receitas e despesas na apuração do resultado do exercício: "§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos." A NBC-T-3.3 _ Da Demonstração do Resultado aborda alguns aspectos específicos desta peça contábil. O subitem 3.3.1 estabelece o conceito da demonstração do resultado: "3.3.1.1 _ A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da Entidade. 3.3.1.2 _ A demonstração de resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas." www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 17 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO RECEITA BRUTA (-) DEDUÇÕES IPI ICMS Abatimentos RECEITA LÍQUIDA (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS LUCRO BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS De Vendas Administrativas Financeiras - Receitas Financeiras Variações monetárias LUCRO OPERACIONAL (+/-) DESPESAS/RECEITAS NÃO OPERACIONAIS (-)PERDAS (+)GANHOS LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (-) PROVISÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (-) PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA LUCRO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARTICIPAÇÕES NO LUCRO LUCRO LÍQUIDO DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS O conteúdo da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é determinado pelo artigo 186 da Lei n0 6.404/76: "Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: I _ O saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II _ as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; III _ as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do período." A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deve indicar o montante do dividendo por ação do capital social e pode ser incluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido (artigo 186, § 2º). A NBC-T-3.4 _ Da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados aborda aspectos específicos desta demonstração. O subitem 3.4.1 estabelece o conceito: www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 18 "3.4.1.1 _ A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, as mutações nos resultados acumulados da Entidade." DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO A NBC-T-3.5 _ Da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido aborda aspectos específicos desta demonstração. O subitem 3.5.1 apresenta seu conceito: "3.5.1.1 _ A demonstração das mutações do patrimônio líquido é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, a movimentação das contas que integram o patrimônio da Entidade." O subitem 3.5.2 trata do conteúdo e estrutura desta demonstração: "3.5.2.1 _ A demonstração das mutações do patrimônio líquido discriminará: a) os saldos no início do período; b) os ajustes de exercícios anteriores; c) as reversões e transferênciasde reservas e lucros; d) os aumentos de capital discriminando sua natureza; e) a redução de capital; f) as destinações do lucro líquido do período; g) as reavaliações de ativos e sua realização, líquida do efeito dos impostos correspondentes; h) o resultado líquido do período; i) as compensações de prejuízos; j) os lucros distribuídos; l) os saldos no final do período." A demonstração das mutações do patrimônio líquido, cuja elaboração e publicação é facultada pela Lei nº 6.404/76 (artigo 186, § 2º), passou a ser obrigatoriamente elaborada e publicada pelas companhias abertas, por força da Instrução CVM nº 59, de 22.12.86, que em seu artigo 1º dispõe: "Art. 1º As companhias abertas deverão elaborar e publicar, como parte integrante de suas demonstrações financeiras, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, referida ao artigo 186, § 2º in fine da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976." DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS A demonstração das origens e aplicações de recursos, cuja finalidade é indicar as modificações na posição financeira da empresa, tem seu conteúdo determinado pelo artigo 188 da Lei n0 6.404/76: "Art. 188. A demonstração das origens e aplicações de recursos indicará as modificações na posição financeira da companhia, discriminando: www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 19 I _ as origens dos recursos, agrupadas em: a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros; b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital; c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo imobilizado. II _ as aplicações de recursos, agrupadas em: a) dividendos distribuídos; b) aquisição de direitos do ativo imobilizado; c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido; d) redução do passivo exigível a longo prazo. III _ o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido; IV _ os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício." A NBC-T-3.6 _ Da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos aborda alguns aspectos específicos desta peça contábil. O subitem 3.6.1 apresenta o conceito: "3.6.1.1 _ A demonstração das origens e aplicações de recursos é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, as modificações que originaram as variações no capital circulante líquido da Entidade." DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA A Demonstração das Modificações da Posição Financeira, que no Brasil é denominada Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR, vem sendo substituída pela Demonstração do Fluxo de Caixa em alguns países. A Demonstração do Fluxo de Caixa apresenta a modificação ocorrida no saldo de disponibilidades da empresa durante determinado período, através dos fluxos de recebimentos e pagamentos. A diferença fundamental entre as duas demonstrações é que enquanto a DOAR é elaborada com base no conceito de capital circulante líquido, dentro do regime de competência, apresentando, portanto, a disponibilidade de médio prazo, a Demonstração do Fluxo de Caixa baseia-se no conceito de disponibilidade imediata, dentro do regime de caixa (recebimentos/pagamentos) puro. O entendimento do fluxo financeiro da empresa, notadamente, para o usuário não familiarizado com a Contabilidade, fica muito mais fácil de ser entendido através da Demonstração do Fluxo de Caixa. Por esta razão, sugere-se a substituição da DOAR pela Demonstração do Fluxo de Caixa, como meio de aprimorar a comunicação Contabilidade _ Usuário. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 20 BALANÇO SOCIAL O Balanço Social tem por objetivo demonstrar o resultado da interação da empresa com o ambiente em que está inserida. Possui quatro amplitudes: a) Balanço ambiental – demonstra os esforços da empresa em preservação do meio ambiente; b) Balanço de recursos humanos – evidencia tanto o perfil da força de trabalho da empresa quanto a contribuição da empresa com o desenvolvimento da comunidade que a cerca; c) Demonstração do valor adicionado – discrimina a riqueza gerada pela empresa e sua destinação; e d) Contribuições à sociedade. Um dos elementos mais importantes e diretamente responsável pela produção econômica nacional, é a empresa. As empresas compõem o sistema de produção da economia nacional, produzindo os bens e serviços que atendem às necessidades de consumo e de acumulação da sociedade. Na Ciência Econômica, o conceito de valor adicionado é obtido em função da Produção e é utilizado para mensurar as atividades econômicas de uma nação através de definição do seu Produto Nacional. Na Ciência Contábil, em geral, utiliza-se o conceito das Vendas para obter-se o valor adicionado (riqueza criada) da empresa. O valor adicionado de uma empresa representa o quanto de valor ela agrega aos insumos que adquire num determinado período. Pode-se definir valor adicionado como sendo a diferença entre o valor da produção e os consumos intermediários (compras a outras empresas) num determinado período, ou seja, a mesma definição utilizada pela economia. Este valor será, ainda, igual à soma de toda a remuneração dos esforços consumidos nas atividades da empresa. Estreitamente relacionada com o conceito de responsabilidade social, a Demonstração do Valor Adicionado surgiu para atender às necessidades de informações dos usuários sobre o valor da riqueza criada pela empresa e sua utilização. Trata-se de uma visão diferente em termos de demonstrações contábeis. Em geral, as tradicionais demonstrações contábeis estão preocupadas em evidenciar para os investidores qual o lucro da empresa e como ele foi calculado. A demonstração do resultado do exercício, por exemplo, está mais voltada para um determinado tipo de usuário: o proprietário da empresa que quer conhecer o valor do seu lucro final. A demonstração do resultado do exercício avalia a parte da riqueza criada pela empresa (o valor adicionado) que se destina ao proprietário; é o enfoque do proprietário. E, para ele, os salários, juros, impostos etc. são tratados como despesas, pois na realidade representam reduções de sua parte da riqueza criada, ou seja, do seu lucro. A demonstração do valor adicionado vem evidenciar, além do lucro dos investidores, a quem pertence o restante da riqueza criada pela empresa. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 21 Isto não significa dizer que a demonstração do resultado do exercício é incorreta. A demonstração do resultado do exercício atende adequadamente ao seu principal objetivo, que é o de evidenciar o resultado da empresa aos seus investidores. Entretanto, devido a algumas transformações socioeconômicas, surgiram diferentes tipos de usuários de informações econômicas-financeiras, com diferentes tipos de necessidades, também. A demonstração do valor adicionado surgiu para evidenciar o quanto de valor a empresa adiciona aos insumos que adquire, bem como sua distribuição aos elementos que contribuíram para essa edição, atendendo a esses diferentes tipos de usuários. METODOLOGIA2 VA = Receitas brutas – Insumos adquiridos de terceiros – depreciação/ amortização ± transferências onde: VA = Valor adicionado Definições sobre o cálculo do valor adicionado: o Receitas brutas = inclui vendas de mercadorias, produtos e serviços, provisão para devedores duvidosos (reversão/constituição)e receitas não operacionais; o Insumos adquiridos de terceiros = matérias-primas consumidas + custo das mercadorias e serviços vendidos + materiais, energia, serviços de terceiros + perda/recuperação de valores ativos (essa parcela inclui os impostos ICMS e IPI); o Retenções = depreciação, amortização e exaustão contabilizadas no período. o Transferências = resultado da equivalência patrimonial + receitas financeiras. Inclui valores recebidos como dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo. Distribuição do valor adicionado o Remuneração do trabalho = Salários e honorários (férias, 13o salário e adicionais), encargos sociais compulsórios, encargos sociais voluntários e outros encargos gerais com pessoal; o Remuneração do governo = Impostos, taxas e contribuições (ICMS, Imposto de Renda, IPI, COFINS, Contribuição Social, Contribuição ao INSS, PIS, CPMF, ISS, IPTU, etc.). No caso do ICMS e do IPI foi considerado o valor devido ou já recolhido aos cofres públicos, representando a diferença entre os 2 ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química, Valor Adicionado Setor Químico Brasileiro 1998. São Paulo, 22/10/99. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 22 impostos incidentes sobre as vendas e os valores considerados dentro do item insumos adquiridos de terceiros. o Juros e aluguéis = Despesas financeiras e de juros relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto à instituições financeiras. o Juros sobre o capital próprio e dividendos = Valores pagos aos acionistas. o Lucros retidos / Prejuízo do exercício = Lucros/prejuízos destinados às reservas. RESUMO Em relação a 1998, a receita bruta do setor evoluiu 25,3% em 1999, enquanto o valor adicionado bruto evoluiu 39,1%. O valor adicionado a distribuir aumentou 40,9% conforme discriminado a seguir: Unid.: R$ 1.000 SETOR SIDERÚRGICO DISCRIMINAÇÃO 1999 1998 Receita Bruta 14.118.381 11.272.124 Insumos Adquiridos de Terceiros 7.545.837 6.545.652 Valor Adicionado Bruto 6.572.544 4.726.472 Retenções 1.082.880 842.006 Valor Adicionado Líquido 5.489.664 3.884.466 Transferências 1.133.797 814.883 Valor Adicionado a Distribuir 6.623.461 4.699.349 Em 1999, o valor adicionado da amostra do setor siderúrgico representou 46,9% da receita bruta, contra 41,7% em 1998. A distribuição desse percentual pelos diferentes subsetores foi a seguinte: www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 23 VALOR ADICIONADO COMO % DA RECEITA BRUTA 1999 1998 Valor Adicionado % da Receita Valor Adicionado % da Receita Subsetores R$ mil Bruta R$ mil Bruta Subsetor Planos 3.037.602 54,2 2.645.216 52,6 Subsetor Longos 1.912.679 47,6 1.359.737 47,6 Subsetor Aços Especiais 729.052 34,1 70.011 4,1 Produtores Semi-Acabados 944.128 39,9 624.385 37,6 Setor Siderúrgico 6.623.461 46,9 4.699.349 41,7 As distribuições no setor siderúrgico das parcelas específicas, em 1999 e 1998, estão indicadas a seguir. DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO COMO % DA RECEITA BRUTA – 1999 Unid.: % Subsetor Subsetor Subsetor Produtores Setor Discriminação Planos Longos Aços Especiais Semi-Acabados Siderúrgico Valor Adicionado 54,2 47,6 34,1 39,9 46,9 Remuneração do Trabalho 10,7 10,9 13,2 9,6 10,9 Remuneração do Governo 16,2 16,0 10,6 (3,6) 12,0 Juros e Aluguéis 15,9 13,2 46,4 57,3 26,7 Juros s/ Capital Próprio e Dividendos 4,3 2,5 - - 2,4 Lucros / Prejuízos Retidos 7,1 5,0 (36,1) (23,4) (5,1) www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 24 DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO COMO % DA RECEITA BRUTA – 1998 Unid.: % Subsetor Subsetor Subsetor Produtores Setor Discriminação Planos Longos Aços Especiais Semi-Acabados Siderúrgico Valor Adicionado 52,6 47,6 4,1 37,6 41,7 Remuneração do Trabalho 12,9 13,4 17,9 14,7 14,1 Remuneração do Governo 15,0 16,9 10,6 7,0 13,6 Juros e Aluguéis 8,7 8,5 25,8 18,2 12,7 Juros s/ Capital Próprio e Dividendos 4,9 2,7 - 2,3 3,2 Lucros / Prejuízos Retidos 11,1 6,1 (50,2) (4,6) (1,9) A parcela “juros e aluguéis” apresentou a maior evo lução, de R$1,434 bilhão para R$3,763 bilhões (163%). A COFINS (81%) e o ICMS (34%) apresentaram as evoluções de maior impacto. Unid.: R$ 1.000 SETOR SIDERÚRGICO DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO 1999 1998 REMUNERAÇÃO DO TRABALHO (Pessoal e Encargos) 1.547.981 1.583.875 REMUNERAÇÃO DO GOVERNO (Impostos, Taxas e Contribuições) 1.692.497 1.533.650 - ICMS 939.549 701.735 - Imposto de Renda (130.307) 10.758 - IPI 352.554 340.266 - COFINS 302.531 166.834 - Contribuição ao INSS 153.264 161.405 - Contribuição Social (62.520) 43.745 - PIS 68.555 55.221 - CPMF 39.863 27.420 - ISS 4.060 2.345 - IPTU 18.388 19.085 www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 25 - Outros 6.560 4.836 JUROS E ALUGUÉIS 3.763.954 1.433.674 JUROS SEM CAPITAL PRÓPRIO E DIVIDENDOS 340.937 361.454 LUCROS RETIDOS / PREJUÍZO DO EXERCÍCIO (721.908) (213.304) TOTAL 6.623.461 4.699.349 DISTRIBUIÇÃO DA REMUNERAÇÃO AO GOVERNO, PELOS DIFERENTES TIPOS DE IMPOSTOS, COMO % DO VALOR ADICIONADO E DA RECEITA BRUTA – 1999 Unid.: % DISCRIMINAÇÃO EM RELAÇÃO AO VALOR ADICIONADO EM RELAÇÃO À RECEITA BRUTA 1998 1999 1998 1999 Remuneração do Governo 32,5 25,6 13,6 12,0 ICMS 45,8 55,5 6,2 6,6 IR 0,7 (7,7) 0,1 (0,9) IPI 22,2 20,8 3,0 2,5 Cofins 10,9 17,9 1,5 2,1 INSS 10,5 9,1 1,4 1,1 Contribuição Social 2,9 (3,7) 0,4 (0,4) PIS 3,6 4,0 0,5 0,5 CPMF 1,8 2,4 0,2 0,3 ISS 0,1 0,2 - - IPTU 1,2 1,1 0,2 0,1 Outros 0,3 0,4 0,1 0,1 TOTAL 100,0 100,0 13,6 12,0 Disq.42/catia32/18.09.2000/jcs/cmc www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 26 BALANÇO PATRIMONIAL PATRIMÔNIO Patrimônio é o conjunto de BENS, DIREITOS e OBRIGAÇÕES de uma empresa. Os bens e direitos constituem o ATIVO e as obrigações perante terceiros compõem o PASSIVO EXIGÍVEL. A parcela de patrimônio que pertence aos proprietários, denominada PATRIMÔNIO LÍQUIDO ou CAPITAL PRÓPRIO, aparece no PASSIVO por representar uma "obrigação" da empresa para com seus titulares. O valor do PATRIMÔNIO LÍQUIDO pode ser apurado pela seguinte equação: PATRIMÔNIO LÍQUIDO = BENS + DIREITOS - OBRIGAÇÕES Esta equação pode ter como resultado três situações possíveis: BENS OBRIGA- ÇÕES BENS OBRIGA- BENS + DIREITOS OBRIGA- + DIREITOS SITUAÇÃO LÍQUIDA + DIREITOS ÇÕES SITUAÇÃO LÍQUIDA NEGATIVA ÇÕES (B+D)>Obrigações PL positivo (B+D)=Obrigações PL nulo (B+D)<Obrigações Passivo a decoberto Normalmente, a soma dos BENS e DIREITOS é maior que a das OBRIGAÇÕES para com terceiros, resultando situação de PATRIMÔNIO LÍQUIDO positivo. Quando a soma dos BENS e DIREITOS for igual às OBRIGAÇÕES para com terceiros, ocorrerá PATRIMÔNIO LÍQUIDO nulo ou inexistente. Finalmente, se a soma dos BENS e DIREITOS for menor que a das OBRIGAÇÕES, diz-se que o PATRIMÔNIO LÍQUIDO é negativo, comumente denominado PASSIVO A DESCOBERTO. BALANÇO PATRIMONIAL (BP) O Balanço Patrimonial é um demonstrativo estático padronizado, que discrimina de forma sintética e ordenada os saldos de todos os valores integrantes do patrimônio de uma empresa em determinada data. De um lado, são relacionadas às contas que refletem www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.brContabilidade para Executivos 27 APLICAÇÃO de recursos - bens e direitos (ATIVO) - e, de outro, as que representam as FONTES de recursos (PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO). Na estruturação do Balanço Patrimonial, as contas são classificadas por grupos, de acordo com sua natureza. Por exemplo: os bens e direitos de curto prazo são representados pelo "Ativo Circulante" e as máquinas, móveis e imóveis são agrupados no "Ativo Permanente - Imobilizado". Os grupos de contas, por sua vez, são escalonados em ordem decrescente de liquidez, no ATIVO e de exigibilidade, no PASSIVO. Por isso, o Ativo inicia relacionando as disponibilidades (caixa e saldos bancários); depois seguem-se: direitos de curto prazo (clientes, duplicatas a receber), estoques e outros valores de curto prazo a receber, direitos realizáveis a longo prazo e bens permanentes. Resumindo, os bens que são mais líquidos (passíveis de se transformarem em dinheiro mais rapidamente) aparecem em primeiro lugar. No Passivo aparecem primeiro as contas de fornecedores e empréstimos bancários; a seguir: outras obrigações de curto prazo, obrigações de Longo Prazo e finalmente o Patrimônio Líquido. Assim, as obrigações com vencimentos mais próximos da data do Balanço aparecem em primeiro lugar. Os recursos dos sócios (PL), por não serem exigíveis, aparecem ao final do Passivo. ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Circulante Circulante Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo Permanente Resultado de Exercício Futuros - Investimentos - Imobilizado Patrimônio Líquido - Diferido ATIVO CIRCULANTE - disponibilidades, bens e direitos realizáveis no decorrer do exercício seguinte ao do balanço sob análise (até 360 dias). Exemplos: Disponibilidades, Duplicatas a Receber, Estoques, Despesas Antecipadas etc. REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - bens e direitos realizáveis após o encerramento do exercício seguinte (mais de 360 dias). Exemplos: Duplicatas a Receber, Empréstimos a Diretores, Empréstimos a Interligadas etc. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 28 PERMANENTE - valores aplicados com a intenção de permanência, subdividindo-se em: Investimentos : participações de natureza permanente em outras empresas e outros bens e direitos não destinados à manutenção da atividade da empresa. Exemplos: Ações e Participações, Imóveis para Aluguel etc. Imobilizado: bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa. Exemplos: Imóveis de Uso, Máquinas e Equipamentos, Veículos, Marcas e Patentes etc. Diferido : gastos que beneficiarão vários exercícios futuros. Exemplos: Despesas de Reorganização, Despesas pré-operacionais etc. PASSIVO CIRCULANTE- dívidas vencíveis no decorrer do exercício seguinte (até 360 dias). Exemplos: Fornecedores, Salários e Encargos a Pagar, Impostos a Pagar, Empréstimos Bancários, Provisão para Imposto de Renda. EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - dívidas vencíveis após o encerramento do exercício seguinte (mais de 360 dias). Exemplos: Financiamentos, Empréstimos de Diretores, Empréstimos de Interligadas etc. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS - receitas de competência de exercícios futuros, subtraídos os custos e despesas respectivas. Exemplos: Aluguel Recebido Antecipadamente etc. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - recursos pertencentes aos proprietários e que formam o capital próprio da empresa e que, portanto, não são exigíveis. Subdividem-se em: Capital Social (Capital Subscrito - Capital a Integralizar); Reservas de Capital ( Resultado de Correção Monetária, Doações recebidas); Reservas de Reavaliação (Contrapartida da Reavaliação de Imobilizados); Reservas de Lucros (Reserva Legal, Reservas Estatutárias, Reserva para Contingências); Lucros / Prejuízos Acumulados. Observação: No Balanço Patrimonial (BP) aparecem contas retificadoras, entre parênteses ou com sinal negativo, que diminuem o saldo da conta retificada. As principais são: No Ativo Circulante: Duplicatas Descontadas e Provisão para Devedores Duvidosos. No Ativo Permanente : Depreciação, Amortização e Exaustão Acumuladas. No Patrimônio Líquido : Capital a Realizar e Ações em Tesouraria. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 29 BALANÇO PATRIMONIAL DA SEARA ATIVO SEARA (Reais Mil) Código da Conta Descrição da Conta 31/12/02 1 Ativo Total 1.539.951 1.01 Ativo Circulante 630.350 1.01.01 Disponibilidades 19.715 1.01.01.01 Caixa E Bancos 16.469 1.01.01.02 Aplicações Financeiras 3.246 1.01.02 Créditos 365.860 1.01.02.01 Clientes 326.162 1.01.02.02 Impostos A Recuperar 29.573 1.01.02.03 Outros Créditos A Receber 10.125 1.01.03 Estoques 241.095 1.01.03.01 Produtos Acabados 41.443 1.01.03.02 Produtos Em Processo 650 1.01.03.03 Animais Para Abate 137.816 1.01.03.04 Matérias-primas 45.268 1.01.03.05 Materiais De Manutenção E Auxiliares 14.848 1.01.03.06 Importação Em Andamento 1.070 1.01.04 Outros 3.680 1.01.04.01 Despesas Do Exercício Seguinte 3.680 1.02 Ativo Realizável A Longo Prazo 502.802 1.02.01 Créditos Diversos 0 1.02.02 Créditos Com Pessoas Ligadas 454.231 1.02.02.01 Com Coligadas 0 1.02.02.02 Com Controladas 454.231 Código da Conta Descrição da Conta 31/12/02 1.02.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 0 1.02.03 Outros 48.571 1.02.03.01 Bens Destinados A Venda, Líquidos 12.388 1.02.03.02 Impostos A Recuperar 3.425 www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 30 1.02.03.03 Tributos Diferidos 17.316 1.02.03.04 Depósitos Judiciais 12.405 1.02.03.05 Outras Contas A Receber 3.037 1.03 Ativo Permanente 406.799 1.03.01 Investimentos 61.035 1.03.01.01 Participações Em Coligadas 0 1.03.01.02 Participações Em Controladas 60.829 1.03.01.03 Outros Investimentos 206 1.03.02 Imobilizado 345.721 1.03.03 Diferido 43 PASSIVO SEARA (Reais Mil) Código da Conta Descrição da Conta 31/12/02 2 Passivo Total 1.539.951 2.01 Passivo Circulante 594.634 2.01.01 Empréstimos E Financiamentos 421.888 2.01.02 Debêntures 0 2.01.03 Fornecedores 72.021 2.01.04 Impostos, Taxas E Contribuições 12.321 2.01.05 Dividendos A Pagar 11.622 2.01.06 Provisões 0 2.01.07 Dívidas Com Pessoas Ligadas 34.712 2.01.08 Outros 42.070 2.01.08.01 Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio 0 2.01.08.02 Salários E Encargos Sociais 26.081 2.01.08.03 Contas A Pagar Com Partes Relacionadas 0 2.01.08.04 Outras Contas A Pagar 15.989 2.02 Passivo Exigível A Longo Prazo 597.517 2.02.01 Empréstimos E Financiamentos 92.336 2.02.02 Debêntures 0 2.02.03 Provisões 28.150 2.02.03.01 Prov.contingências Fiscais e Trabalhista 28.150 2.02.04 Dívidas Com Pessoas Ligadas 477.031 2.02.05 Outros 0 2.02.05.01 Tributos Diferidos 0 2.03 Resultados De Exercícios Futuros 0 2.05 Patrimônio Líquido 347.800 2.05.01 Capital Social Realizado 202.658 www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 31 2.05.02 Reservas De Capital 33.933 2.05.03 Reservas De Reavaliação 0 2.05.03.01 Ativos Próprios 0 Código da Conta Descrição da Conta 31/12/02 2.05.03.02 Controladas/coligadas 0 2.05.04 Reservas De Lucro 111.209 2.05.04.01 Legal 8.207 2.05.04.02 Estatutária 16.414 2.05.04.03 Para Contingências 0 2.05.04.04 De Lucros A Realizar 0 2.05.04.05 Retenção De Lucros 86.588 2.05.04.06 Especial P/ Dividendos Não Distribuídos 0 2.05.04.07 Outras Reservas De Lucro 0 2.05.05 Lucros/prejuízos Acumulados 0 www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 32 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO CONCEITO DE RECEITAS O IBRACON, no pronunciamento VII - Receitas e Despesas - Resultados, nos itens 5 e 6, conceitua os desdobramentos do conceito de receita:“5. Receita Operacional - Corresponde ao evento econômico relacionado com a atividade ou atividades principais da empresa, independentemente de sua freqüência neste contexto, consequentemente. O conceito de receita é de elemento “bruto”, e não “líquido”, correspondendo, em última análise, ao valor pelo qual a empresa procura se ressarcir dos seus custos e despesas e auferir o crédito. 6. Receita Não-Operacional - Corresponde aos eventos econômicos aditivos ao patrimônio líquido, não associados com a atividade ou atividades principais da empresa, independentemente, da sua freqüência. O conceito de receita não-operacional é de elemento líquido, ou seja, ela é considerada pelo líquido dos correspondentes custos. Como casos comuns desse tipo de receita temos os ganhos de capital, correspondentes a transações com imobilizados ou com investimentos de natureza permanente, desde que não relacionados com a atividade principal da empresa.”3 CONCEITO DE GANHOS Para ganhos, Iudícibus 4 apresenta um outro conceito, segundo ele: “ganho representa um resultado líquido favorável, resultante de transações ou eventos não relacionados às operações normais do empreendimento.” CONCEITO DE DESPESAS Podemos entender por despesa todas as saídas de recursos da entidade que foram totalmente absorvidas no processo de gerar receitas. CONCEITO DE PERDA As perdas correspondem aos eventos diminutivos ao patrimônio líquido, não associados com atividades relacionadas ao objetivo principal da entidade. A maneira prática de diferenciar despesa de perda consiste em identificar a operação, se tratar-se de transação normal da empresa, objetivo de sua atividade, fica caracterizada a ocorrência de despesa. No entanto, se o evento possuir a característica extraordinária, ou seja, não se inclui nas atividades centrais da entidade, tem-se uma perda. 3 FIPECAFI & ANDERSEN, Arthur. Normas e práticas no Brasil. Ed. Atlas: São Paulo, 1991. p. 413. 4IUDÍCIBUS, Sergio de. Op. Citada. p. 126. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 33 DEMONSTRAÇÃQO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO A Demonstração do Resultado do Exercício é a apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período. O artigo 187 da Lei das S.A estabelece a ordem de apresentação das receitas, despesas e custos, nessa demonstração, para fins de publicação. Antes de abordar aspectos mais detalhados dos seus componentes, cabe destacar os princípios contábeis que devem nortear a contabilidade das empresas no reconhecimento contábil das receitas, custos e despesas, princípios esses expressos no parágrafo 1º do artigo 187 da referida Lei: “§ 1º - Na determinação do resultado do exercício serão computados: as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente de sua realização em moeda; e os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.” OS GRUPOS DE CONTAS DA DRE RECEITAS DE VENDAS A Lei nº6404/76 estabelece que as empresas devem discriminar “a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, dos abatimentos e dos impostos” e “a receita liquida das vendas e serviços”. Dessa forma, a contabilização das vendas deverá ser efetuada pelo seu valor bruto, sendo que o valor dos impostos, das devoluções e dos abatimentos deverão ser registradas em contas de natureza devedora específica, as quais serão classificadas como contas redutoras das vendas. A Instrução Normativa do SRF nº051, de 03/11/78, acrescentou que “na receita bruta não se incluem impostos não cumulativos, cobrados do comprados ou contratante (IPI) e do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário”. Assim o ICMS faz parte das Receitas Brutas e o IPI não, para fins de cálculo do Imposto de Renda. Par atendimento a legislação societária, ambos fazem. A maneira de se conciliar o problema é utilizar a designação Faturamento Bruto para o somatório total e sem o IPI de Receita Bruta. 1.1. DEDUÇÕES DAS VENDAS 1.1.1. VENDAS CANCELADAS www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 34 As vendas canceladas devem ser lançadas em conta específica de devoluções e não deve ser deduzida diretamente das vendas. Este procedimento é útil para acompanhamento interno da administração, para verificar o volume de vendas posteriormente devolvidas. 1.1.2. ABATIMENTOS A conta Abatimentos deve abrigar os descontos concedidos a clientes, posterior à entrega do produto, por defeito de qualidade apresentado ou por defeitos oriundos do transporte. Assim os abatimentos não referem-se a descontos financeiros por pagamentos antecipados ou descontos concedidos no momento da venda. 1.1.3. IMPOSTOS INCIDENTES SOBRE VENDAS Os impostos incidentes sobre vendas devem ser deduzidos da receita bruta de vendas, que de ser registrada pelos valores totais incluindo os impostos sobre ela incidentes, os quais devem ser registrados em contas devedoras, apresentados como redução das vendas brutas. ISS (Imposto sobre Serviços) ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) IVVC (Imposto sobre Venda a Varejo de Combustíveis Líquidos ou Gasosos) CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS OU DOS SERVIÇOS PRESTADOS O custo dos produtos vendidos ou dos serviços prestados devem corresponder ás receitas de vendas dos produtos e serviços reconhecidos no mesmo período. A apuração dos custos dos produtos vendidos está diretamente relacionada aos estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no período. Ou seja: CPV = EI + C – EF onde: CPV -> Custo dos Produtos Vendidos EI -> Estoque Inicial EF -> Estoque Final C -> Compras No caso de empresas comerciais a equação é aplicada com simplicidade, pois as entradas são representadas apenas pelas compras de mercadorias destinadas à venda. No caso de empresas industriais, as entradas representam toda a produção completada no período. DESPESAS OPERACIONAIS As despesas operacionais constituem-se das despesas incorridas para vender produtos e administrar a empresa, sendo que , dentro do conceito da Lei nº6404/76, abrange também as despesas líquidas para financiar suas operações e o resultado liquido de atividades acessórias da empresa. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 35 O artigo 187 da Lei das S/A estabelece, para chegarmos ao lucro operacional, a dedução das “despesas com vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais”. São elas: o DE VENDAS o ADMINISTRATIVAS o ENCARGOS FINANCEIROS LÍQUIDOS o OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACCIONAIS o DESPESAS DE VENDAS E ADMINISTRATIVAS DESPESAS DE VENDAS As despesa de vendas representam gastos de promoção, colocação e distribuição dos produtos da empresas, bem como os riscos assumidos pela venda, constando dessa categoria despesas como: com o pessoal da área de vendas, marketing, distribuição, pessoal administrativo interno de vendas, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, gastos estimados com garantia de produtos vendidos, perdas estimadas dos valores a receber, provisão para devedores duvidosos etc. DESPESAS ADMINISTRATIVAS As despesas administrativas representam os gastos incorridos, para a direção ou gestão da empresa, se constituindo de várias atividades gerais que beneficiam todas as fases do negócio ou objeto social. Constam dessa categoria itens como honorários da administração, salários e encargos do pessoal administrativo, despesas legais e judiciais, material de escritório etc. EXEMPLO DE DESPESASDE VENDAS E ADMINISTRATIVAS DE VENDAS ADMINISTRATIVAS a)Despesa com o Pessoal a)Despesa com o Pessoal b)Comissão de Vendas b)Ocupação c)Ocupação c)Utilidades e Serviços d)Utilidades e Serviços d)Honorários e)Propaganda e Publicidade e)Despesas Gerais f)Despesas Gerais f)Impostos e Taxas g)Impostos e Taxas i)Provisão para Devedores Duvidosos DESPESAS COM PESSOAL No caso de despesa com o pessoal deve ser dividida por setor de atuação, incluído nesta conta todos os encargos trabalhistas do empregado (ordenados, gratificações, www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 36 indenizações, férias, 13º salário, IAPAS, FGTS, assistência médico-social, seguros, etc.), segregado em subcontas distintas. COMISSÕES DE VENDAS Aplica-se, logicamente, apenas as despesas de vendas e engloba todas as despesas com comissões devida sobre vendas incluindo os encargos sociais decorrentes destas. OCUPAÇÃO No subgrupo ocupação estarão registradas as despesas com a ocupação física dos imóveis e as instalações representadas por aluguéis e despesas de condomínio, quando o imóvel e os bens forem de terceiros. A apropriação destas despesas enter a produção, a administração e a venda depende da utilização de cada setor. No caso de bens próprios a conta utilizada seria a de “Depreciação e Amortização”. UTILIDADES E SERVIÇOS O subgrupo utilidades e serviços também deve ser rateada de acordo com a utilização de cada setor e compreende os gastos com: Energia Elétrica Água Telefone, Fax, Telex, Telegrama etc. Correio e Malotes Reprodução e impressão Seguros Transporte de Pessoal Outras PROPAGANDA E PUBLICIDADE È um subgrupo das despesas de vendas que em certas circunstâncias poderá fazer parte do grupo de despesas administrativas, como no caso de propagandas para melhoria da imagem da empresa, não vinculada a venda do produto. HONORÁRIOS As contas de honorários foram previstas somente no grupo de despesas administrativas e segregadas em: Diretoria Conselho Administrativo Conselho Fiscal DESPESAS GERAIS É outro subgrupo comum às despesas administrativas e de vendas, tendo o seguinte rol de contas classificáveis: www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 37 Viagens e Representações Material de Escritório Materiais Auxiliares e de Consumo Copa, Cozinha e Refeitório Conduções e Lanches Revistas e Publicações Donativos e Contribuições Legais e Judiciais Serviços Profissionais e Contratados Auditoria Consultoria Recrutamento e Seleção Segurança e Vigilância Treinamento de Pessoal IMPOSTOS E TAXAS São registrados impostos como IPTU, IPVA, a contribuição sindical, a contribuição para o PIS, a contribuição para o PASEP, etc. A Receita federal determinou que o PIS e o PASEP calculado sobre a receita bruta de vendas poderá ser considerada como redutora desta, na determinação de receita líquida, e a parcela calculada sobre as demais receitas poderá ser considerada como despesa operacional. PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS O valor a ser contabilização em provisão para devedores duvidosos nas despesa de vendas é somente a diferença entre o saldo anterior da provisão, já deduzido as baixas de contas incobráveis, e o novo saldo. Para evitar dúvidas a conta é subdividida em duas outras: Constituição de Novo Saldo (conta devedora) Reversão do Saldo Anterior (conta credora) ENCARGOS FINANCEIROS LÍQUIDOS A Lei das S.A., no seu artigo 187, define a apresentação como despesas operacionais “as despesas financeiras deduzidas das receitas financeiras”. A Lei das S.A. não distingue as despesas financeiras das variações monetárias, como ocorre na legislação do Imposto de Renda, apesar disto procuramos harmonizar ambos os textos legais. RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS São incluídos aí os juros, o desconto e a atualização monetária prefixada, além de outros tipos de receitas ou despesas, como as oriundas de aplicações temporárias em títulos. www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 38 Como se verifica, nas despesas ou receitas financeiras, só se incluem os juros, mas não as atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos as quais são registradas separadamente nas Variações Monetárias. Todavia quando se tratar de atualização prefixada, será considerada como despesa(ou receita) financeira e não como variação monetária. VARIAÇÕES MONETÁRIAS A Lei do Imposto de Renda, no artigo 253 e 254 do RIR, considera como “variações monetárias” as variações cambiais e as correções monetárias (exceto as prefixadas). A contabilização em contas segregadas das demais despesas ou receitas financeiras era necessária para fins fiscais para apurar o lucro inflacionário e conseqüente tributação do saldo credor da Correção Monetária do Balanço. Atualmente não é mais exigida esta segregação, mas nada impede a contabilidade de manter seus registros separadamente , o que facilita na divulgação clara das informações. OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS O conceito de lucro operacional é que engloba os resultados das atividades principais e acessórias, sendo que essas outras receitas e despesas operacionais são atividades acessórias do objeto da empresa. LUCRO E PREJUÍZO DE PARTICIPAÇÕES EM OUTRAS SOCIEDADES Serão registrados como operacionais os lucros ou prejuízos oriundos dos investimentos em outras empresas, normalmente de caráter permanente. A contabilização desta participação prevê as seguintes contas: Participação nos Resultados de Coligadas e Controladas pelo Método de Equivalência Patrimonial Os acréscimos (ou diminuições) na conta dos Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial, oriundos de lucros e prejuízos nas coligadas e controladas, são registrados nessa conta. Par fins de publicação, essa conta deverá sempre aparecer destacada na Demonstração do Resultado do Exercício Dividendos e Rendimentos de Outros Investimentos As receitas oriundas de outros investimentos, não avaliados pelo método da equivalência patrimonial, são aqui registradas. Originam-se dos dividendos recebidos. Essa receita de dividendos também poderá ser registrada na data do balanço, quando a investida contabilizar uma Provisão para Dividendos, sendo que a investidora registraria a parte correspondente à sua participação, debitando uma conta de realizável, Dividendos Propostos a Receber Amortização de Ágio ou Deságio de Investimentos Refere-se à parcela periodicamente registrada para amortização da conta de Ágio/Deságio de Investimentos www.cliqueapostilas.com.br http://www.cliqueapostilas.com.br Contabilidade para Executivos 39 VENDAS DIVERSAS Outro tipo de resultado operacional poderia ser o oriundo de vendas esporádica de sucatas ou sobras de estoques, nesse caso, líquido do ICMS correspondente. Se todavia, as vendas forem de sucatas normais e inerentes ao processo produtivo, essa receita deve ser registrada como redução do custo de produção. RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS O grupo de contas do resultado não operacional limita-se a um pequeno número de operações. A Lei das S.A., na verdade não fornece detalhes do seu conteúdo, somente mencionando, no seu artigo 187, que após o resultado operacional devem aparecer “as receitas e despesas não operacionais”. Todavia, em face do conteúdo dos resultados operacionais, e considerando os conceitos complementares contidos na legislação do Imposto de Renda, somente farão parte dos resultados não operacionais os lucros ou prejuízos na venda ou baixa do Ativo Permanente. Portanto, farão parte dos resultados não operacionais o resultado das baixas ou alienações de Investimentos, de Ativo Imobilizado ou Ativo Diferido. A tais resultados a legislação fiscal da o nome de “Ganhos e Perdas de Capital”. Englobam
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