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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA – CCSST ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL PROFESSORA: HAYLA NUNES DA CONCEIÇÃO ISADORA VIANA COSTA JULIANA SANTOS SIMÃO LARISSA DE SOUSA MELO MILENA CARVALHO LIMA ESTUDO DE CASO DE UMA PACIENTE COM TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO E TRANSITÓRIO Imperatriz - MA 2022 ISADORA VIANA COSTA JULIANA SANTOS SIMÃO LARISSA DE SOUSA MELO MILENA CARVALHO LIMA ESTUDO DE CASO DE UMA PACIENTE COM TRANSTORNO PSICÓTICO AGUDO E TRANSITÓRIO Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina Saúde Mental - Módulo II, ministrada pela prof.ª Hayla Nunes da Conceição. Imperatriz - MA 2022 RESUMO Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório, atendida no Centro de Atenção Psicossocial - Unidade III (CAPS III), da cidade de Imperatriz - MA. Metodologia: Trata-se de um estudo realizado no Centro de Atenção Psicossocial - Unidade III, da cidade de Imperatriz - MA, no dia 09/03/22, com abordagem exploratória, com os dados obtidos por meio de uma entrevista diretamente com o paciente e pesquisa no prontuário, a fim de obter resultados para concluir o estudo de caso. Relato do caso: Paciente I.M.S., sexo feminino, 44 anos, de cor parda, aposentada, evangélica, IMC 22 kg/m², diagnosticada com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório (CID-10F23). Criada pelos avós paternos, mas ausente de afeto, mora com o avô e o tio, Carlos, em Imperatriz – MA. Possui antecedentes familiares de transtornos mentais por parte da mãe, porém não foram especificados no prontuário. Muitos fatores desencadeavam as crises, surtos e recaídas da paciente, como a falta de estrutura familiar e afetividade. Apesar de seus altos e baixos durante o curso da doença, atualmente, a paciente se encontra de alta, comparecendo ao CAPS diariamente. Conclusão: no atual estado da paciente, houve uma melhora significativa, devido às condutas tomadas por toda a equipe multiprofissional das unidades responsáveis e às terapias diárias aplicadas, resultando na alta da paciente, até o momento. Descritores: Serviços de Saúde Mental; Disfunção Cognitiva; Cuidados de Enfermagem; Reabilitação Psiquiátrica. INTRODUÇÃO Os transtornos mentais causam considerável impacto na vida de uma pessoa em termos de morbidade, prejuízos funcionais e baixa qualidade de vida. O diagnóstico de tais transtornos pode se fundamentar em diversas teorias, algumas enfocam os mecanismos psicológicos, ambientais ou biológicos. Para isso, um dos parâmetros de classificação nosológica usualmente utilizados é a Classificação Internacional de Doenças CID-10, elaborada pela Organização Mundial da Saúde (SILVEIRA et al, 2011). A CID-10 acomoda na classificação dos quadros psicóticos agudos e transitórios um grupo heterogêneo de transtornos caracterizados por início agudo de sintomas psicóticos, tais como delírios, alucinações e alterações perceptivas e grave alteração do comportamento. Conceitua-se como início agudo o desenvolvimento progressivo de um quadro clínico claramente anormal, ao longo de 2 semanas ou menos. Para estes quadros não há evidência de causa orgânica, além de que o transtorno pode ou não estar associado a fatores supostamente desencadeantes ou a situações de estresse agudo (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015). Dentro da classificação da CID-10, existem os Transtornos Psicóticos Agudos e Transitórios (CID-10F23), onde não há evidência de uma etiologia orgânica, que se atribuem a um grupo heterogêneo de transtornos caracterizados pela ocorrência aguda de sintomas psicóticos, tais como ideias delirantes, alucinações, perturbações das percepções e por uma desorganização maciça do comportamento normal. Acompanham-se frequentemente de uma perplexidade e de uma confusão, mas as perturbações de orientação no tempo e no espaço e quanto à pessoa não são suficientemente constantes ou graves para responder aos critérios de um delirium de origem orgânica. Em geral, estes transtornos se curam completamente em menos de poucos meses, frequentemente em algumas semanas ou mesmo dias, e, quando o transtorno persiste, o diagnóstico deve ser modificado. Pode ainda estar associado a um “stress” agudo, onde os acontecimentos geralmente geradores de “stress” precedem de uma a duas semanas o aparecimento do transtorno (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015). O trabalho de diferenciação diagnóstica é fundamental, pois estas codificações são difíceis, uma vez que os quadros são muito parecidos com os de episódios e surtos psicóticos incluídos em outros grupos classificatórios. Episódios psicóticos agudos podem ocorrer em diversas situações, por causas diferentes. Podem representar, por exemplo, um primeiro surto de esquizofrenia, um primeiro episódio maníaco ou depressivo grave, um estado transitório causado por substâncias psicoativas ou um estado de delirium. Deve-se, pois, fazer um primeiro diagnóstico diferencial entre as psicoses ditas funcionais e as ditas orgânicas ou sintomáticas. Entre as primeiras incluem-se, além dos transtornos psicóticos agudos e transitórios, os surtos esquizofrênicos, reagudizações e recrudescimento de transtornos delirantes paranoides, e episódios de transtornos de humor (maníacos ou depressivos graves) com sintomas psicóticos. Nestes quadros, como regra, não ocorrem alterações da consciência (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015). Muitas vezes, o primeiro episódio de um processo psicótico ou de um transtorno recorrente, quando pouco intenso, é negligenciado nas primeiras horas ou mesmo nos primeiros dias. Dificilmente os pacientes se apresentam nos serviços de saúde de forma voluntária, em sua maioria são levados por familiares, amigos ou outras pessoas. Nas emergências, a postura do paciente, indiferente ao atendimento, ou recusando-o, contrasta com a de quem o conduz ao serviço de saúde. Quadros psicóticos agudos bastante graves podem ser vistos em episódios maníacos nos quais haja abuso simultâneo de substâncias psicoativas. Nestes casos, a identificação do tipo de droga utilizada é importante (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015). Descartadas as possibilidades de o quadro ser um delirium, um novo surto de processo esquizofrênico ou um episódio afetivo, pode-se pensar em transtorno psicótico agudo e transitório. Os transtornos psicóticos agudos e transitórios têm como características básicas: início agudo, em menos de 2 semanas, com a transição de um estado sem sintomas psicóticos para um estado francamente psicótico; presença de síndromes características, incluindo-se estados polimórficos (sintomas variáveis que se modificam rapidamente) característicos de psicoses agudas descritas em diversos países e sintomas característicos da esquizofrenia; presença ou ausência de estresse agudo durante as 2 semanas que antecedem o início dos sintomas psicóticos; recuperação completa após 1 a 3 meses de evolução (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015). Diagnosticado o Transtorno Psicótico Agudo e Transitório, o tratamento pode ser feito em Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Prontos-socorros Hospitalares (PS) e/ou Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Em casos muito graves poderá haver necessidade de internação em hospital geral ou em hospital especializado (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015). É interessante, para propiciar boa monitorização, registrar no prontuário a condição física do paciente, seu diagnóstico, as drogas aplicadas (com sua sequência e dosagens), o desfecho do atendimento e as medidas tomadas para o encaminhamento. Se o atendimento for em unidade de emergência, o ideal é combinar, com um CAPS, com a unidade básica ou outro serviço de referência, e com a família, o seguimento do tratamento, com consulta a ser marcada em curtíssimo prazo. Um quadro agudo e transitório responde bem a consultas com curtos intervalos. Se necessário, as consultas, nos primeiros dias, podemser diárias, passando a semanais e quinzenais, na medida em que os sintomas vão abrandando. Uma vez que a crise tenha passado totalmente, é interessante manter um contato com o serviço, para fins preventivos, evitando novos episódios psicóticos (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015). Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório, atendida no Centro de Atenção Psicossocial - Unidade III (CAPS III), da cidade de Imperatriz - MA. DESCRIÇÃO DO CASO Paciente I.M.S., sexo feminino, 44 anos, parda, aposentada, evangélica, IMC 22 kg/m², diagnosticada com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório (CID-10F23). Foi criada pelos avós paternos, mas ausente de afeto. Mora com o avô e o tio, Carlos, em Imperatriz – MA. Possui antecedentes familiares de transtornos mentais por parte da mãe, porém não foram especificados no prontuário. Diagnosticada com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório, foi admitida, pela primeira vez, em 16/06/2014 no Hospital Municipal de Imperatriz e encaminhada para o CAPS III, com queixas de humor rebaixado, ideação suicida, alucinações auditivas e visuais, choro constante, ansiedade, desorientação, fobias e medo, agitação psicomotora, agressividade, confusão mental e insônia. A partir de então, foi acompanhada por médico psiquiatra, nutricionista e equipe de enfermagem. No prontuário da paciente, as anotações e evoluções de enfermagem mostravam que ela teve diversos momentos de recaídas e instabilidade, desde o ano de sua admissão até o presente momento. Em alguns meses, a paciente apresentava recusa de medicação, alimentação e água, contenção no leito, além de tentativas de fuga da instituição, desejo de ir para casa e vivência em situação de rua. Já em outros momentos, apresentava boa evolução, calmaria, sem queixas, colaborava com a terapia e medicação e recebia visitas de amigas da igreja em que frequentava. Ao analisar o prontuário e todos os seus registros, foi possível chegar à conclusão de que muitos fatores desencadeavam as crises, surtos e recaídas da paciente, como a falta de estrutura familiar e afetividade com a paciente, pois muitas vezes ela se mantinha isolada em seu quarto. Além disso, a sua irmã materna Sheila afirma que o tio Carlos é quem administra o dinheiro que a paciente recebe, porém não atribui os devidos fins, nos mostrando que ela também enfrenta uma violência financeira. Apesar de seus altos e baixos durante o curso da doença, atualmente, a paciente se encontra de alta, em casa, mas comparece ao CAPS III diariamente para passar o dia e fazer suas terapias, o que contribui bastante para seu tratamento e diminui as chances de piora. AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES MENTAIS Com o propósito de estudar o caso da paciente, foi realizada uma entrevista, utilizando recursos propostos no formulário de Avaliação da Função Mental. Com isso, foi percebido os seguintes fatores apresentados na tabela 1: Aspecto geral: higiene e atitude Higiene preservada e atitude Nível de consciência Estado de vigília normal: estar totalmente desperto. Psicomotricidade Sem alterações Orientação Orientada em tempo e em espaço (sabia o dia e o local onde se situava). Atenção Atenção adequada à situação: concentração suficiente para o exercício das atividades, contrabalançada com a disponibilidade de atrair-se para estímulos importantes. Memória Memória preservada, conseguiu se lembrar e repetir todas as palavras. Palavras utilizadas: Casa, papel, televisão. Sensopercepção Apresentou alucinações auditivas e visuais em alguns momentos de crise, de acordo com o prontuário, mas no momento da avaliação, não apresentava. Pensamento Sem alterações Volição Preservada Inteligência Normal: equilíbrio entre os tipos de inteligência, boa adaptação ao meio. Afetividade Embotamento afetivo: o afeto está distanciado e/ou empobrecido. Auto patogênese Sim (relata que foi após uma crise) Instinto Alimentação: apetite normal (permite a manutenção de um peso adequado e estável); Sono: insônia (diminuição da quantidade ou da qualidade do sono); Sexualidade: não foi questionada. Tabela 1: Funções mentais da paciente I.M.S. FARMACOLOGIA DAS PRINCIPAIS MEDICAÇÕES USADAS Durante o estudo do caso e do prontuário da paciente, foi observado que, durante a história da doença atual, a paciente fez uso das medicações descritas na tabela 2, como: Medicamento Princípio ativo Propriedades Farmacológicas Posologia Efeitos Adversos Haldol (via oral) Haloperidol Neuroléptico, pertencente ao grupo das butirofenonas. 5mg Dificuldades de coordenação, movimentos involuntários dos músculos, dor de cabeça, agitação, dificuldade em adormecer, tontura. Fenergam Prometazina Anti-histamínico H1 pertencente ao grupo das fenotiazinas. 25mg Sonolência, tontura, dores de cabeça, espasmos musculares, anorexia, desconforto epigástrico, boca seca, visão turva, retenção urinária, palpitações. Diazepam Valium Benzodiazepina que possui propriedades ansiolíticas, sedativas, miorrelaxantes, anticonvulsivante s e efeitos amnésicos. 10mg Cansaço, sonolência e fraqueza muscular. Neozine Antipsicóticos 100mg Alterações no peso e Levomepro mazina Convencional sangue, perda de memória, arrepios, aumento ou diminuição das pupilas, aumento das mamas, boca seca, dificuldade de se movimentar, falta de desejo sexual, queda de pressão ao levantar, sonolência e vômitos. Tiamina Vitamina B1 Vitamina 300mg Nas doses recomendadas não existem evidências de reações adversas, devido ao uso regular e prolongado de cloridrato de tiamina, nas doses recomendadas. Risperidona Risperidona Antipsicótico 2mg Vômito, constipação, boca seca, náusea, fadiga, febre, sede, nasofaringite, rinite, aumento de peso, aumento de apetite, sedação, cefaleia, tremor, tontura, enurese, tosse, coriza, erupção cutânea. Midazolam Maleato de Midazolam Benzodiazepínico. Tratamento de curta duração de insônia, são indicados apenas quando o 3ml Pode ocasionar distúrbios: do sistema imunológico, psiquiátricos, Depressão, Dependência, do sistema https://consultaremedios.com.br/sistema-nervoso-central/insonia/c https://consultaremedios.com.br/sistema-imunologico/c https://consultaremedios.com.br/sistema-imunologico/c transtorno submete o indivíduo a extremo desconforto, é grave ou incapacitante. nervoso, oftalmológicos, gastrintestinais, da pele e do tecido subcutâneo, musculoesqueléticos e do tecido conectivo, gerais e no local da administração, Lesões, envenenamento e complicações de procedimentos, respiratórios, cardíacos. Tabela 2: Medicamentos utilizados pela paciente I.M.S. PROCESSO DE ENFERMAGEM Diante do caso relatado, foi elaborado pelas discentes o Processo de Enfermagem para a paciente, contendo Diagnósticos de Enfermagem, Intervenções de Enfermagem e Resultados Esperados, de acordo com as respectivas taxonomias, descrito na tabela 3. Diagnóstico de Enfermagem Intervenção (NIC) Resultados Esperados (NOC) Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse Classe 2: Respostas de enfrentamento Ansiedade relacionada a estressores e necessidades não atendidas, evidenciada por inquietação, agonia, desamparo e sofrimento. Domínio 3: Comportamental Classe T: Promoção do Conforto Psicológico Redução da ansiedade ● Utilizar abordagem calma e tranquilizadora; ● Buscar compreender a perspectiva do paciente em relação à situação de estresse; ● Fornecer informações factuais a respeito do diagnóstico, do tratamento e do prognóstico; ● Permanecer com o paciente para promover segurança e Domínio 3: Saúde Psicossocial Classe O: Autocontrole Autocontrole da Ansiedade; ● Eliminação dos precursores de ansiedade: 2 (raramente demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado); ● Planejamento de estratégias de enfrentamento de situações estressantes: 2 (raramente demonstrado) aumentar para 5 (consistentementedemonstrado); ● Uso de técnicas de relaxamento para reduzir a ansiedade: 2 diminuir o medo; ● Encorajar a família a permanecer com o paciente, conforme indicado; ● Escutar atentamente; ● Encorajar a verbalização dos sentimentos, das percepções e dos medos; ● Proporcionar atividades de diversão voltadas à redução da tensão; ● Auxiliar o paciente a identificar situações que precipitam a ansiedade; ● Orientar o paciente sobre o uso de técnicas de relaxamento; ● Administrar medicamentos para reduzir a ansiedade, conforme apropriado; ● Avaliar sinais (raramente demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado). verbais e não verbais de ansiedade. Domínio 11: Segurança/proteção Classe 3: Violência Risco de suicídio relacionado a transtorno psiquiátrico, desamparo, isolamento social e relato de desejo de morrer, vida familiar problemática. Domínio 4: Segurança Classe U: Controle de crises Prevenção do Suicídio ● Determinar presença e grau do risco de suicídio ● Determinar se o paciente dispõe de meios para executar planos de suicídio ● Tratar e controlar doenças ou sintomas psiquiátricos que possam colocar o paciente em situação de risco de suicídio ● Administrar medicamentos para reduzir ansiedade, agitação ou psicose e estabilizar o humor, conforme apropriado ● Defender as questões relacionadas com qualidade de vida e controle da dor ● Orientar o paciente Domínio 3: Saúde Psicossocial Classe O: Autocontrole Autocontenção do Suicídio ● Expressão dos sentimentos: 3 (algumas vezes demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado); ● Verbalização de ideias suicidas: 3 (algumas vezes demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado); ● Controle de impulsos: 3 (algumas vezes demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado); ● Uso de serviços disponíveis de cuidados de saúde mental: manter em 5 (consistentemente sobre estratégias de enfrentamento (p. ex., treinamento da assertividade, controle de impulsos e relaxamento muscular progressivo), conforme apropriado ● Encorajar o paciente a procurar os prestadores de cuidado para conversar, caso surja necessidade urgente de atentar contra si próprio. demonstrado). Domínio 9: Enfrentamento/tolerância ao estresse Classe 2: Respostas de enfrentamento Enfrentamento familiar incapacitado relacionado a estilos de enfrentamento dissonantes entre a pessoa de apoio e o paciente, evidenciado por negligência em relação às necessidades básicas do paciente e negligência quanto ao Domínio 3: Comportamental Classe R: Assistência no Enfrentamento Melhora do Sistema de Apoio: ● Identificar o grau de apoio familiar, apoio financeiro e outros recursos; ● Monitorar a atual situação familiar e a rede de apoio; Domínio 4: Saúde Familiar Classe X: Bem-estar Familiar Enfrentamento familiar: ● Manejo de problemas familiares: 2 (raramente demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado); ● Expressão franca de sentimentos e emoções entre os membros: 1 (nunca relacionamento com membro da família. ● Encorajar o paciente a participar das atividades sociais e comunitárias; ● Envolver a família, outras pessoas relevantes e amigos no cuidado e planejamento; ● Explicar aos demais interessados como podem ajudar. demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado); ● Cuidado de necessidades de todos os membros da família: 1 (nunca demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado); ● Partilhamento de responsabilidade pelas tarefas da família: 1 (nunca demonstrado) aumentar para 5 (consistentemente demonstrado). Tabela 3: Processo de Enfermagem, com foco nos Diagnósticos, Intervenções e Resultados de Enfermagem para a paciente I.M.S. PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR O Projeto Terapêutico Singular (PTS) se mostra como uma importante estratégia na atenção à Saúde Mental, sobretudo diante das conquistas e diretrizes defendidas nas políticas públicas da saúde como a humanização, a integralidade e a equidade no contexto brasileiro, auxiliando a descoberta de novos caminhos para lidar com a “loucura” (BAPTISTA et al, 2020). É o principal instrumento de trabalho interdisciplinar da rede de atenção psicossocial que possibilita a participação, reinserção e construção de autonomia para o usuário/família em sofrimento psíquico (CARVALHO et al, 2012). Dessa forma, faz-se necessário que seja elaborado um PTS, de acordo com a individualidade da paciente, para que seja mantido o cuidado e proteção com o usuário de serviços especializados de saúde mental, aplicando as seguintes estratégias: ● Buscar conhecer os fatores desencadeantes das crises; ● Comunicar a família sobre o estado atual de saúde da dona I.M.S. e informar a importância da sua participação nas ações que acontecem no CAPS; ● Orientar a paciente quanto a importância da continuidade do seu tratamento; ● Estimular a paciente a participar das ações executadas no CAPS; ● Estimular a interação com os outros pacientes; ● Oferecer aos profissionais que atuam no CAPS novas formas de dinâmicas para avaliação da função mental; ● Disponibilizar no CAPS novas atividades socioeducativas; ● O assistente social deve continuar a visitar a casa da dona I.M.S para avaliações socioeconômicas a fim de garantir que os cuidados estão sendo realizados adequadamente. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo de caso teve como objetivo relatar o caso de uma paciente com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório, atendida no CAPS III, da cidade de Imperatriz - MA, onde foi possível estudar e acompanhar o histórico da paciente I.M.S., bem como a evolução de sua patologia. Dessa forma, pôde-se concluir que, no atual estado da paciente, houve uma melhora significativa, devido às condutas tomadas por toda a equipe multiprofissional das unidades responsáveis e às terapias diárias aplicadas, resultando na alta da paciente, até o momento. As visitas ao Centro de Atenção Psicossocial foram essenciais para a trajetória das discentes no âmbito estudantil, onde tiveram a oportunidade de acompanhar e interagir com os pacientes de saúde mental, buscando compreender a realidade em que se encontram. Além disso, os encontros foram essenciais no âmbito pessoal, uma vez que foram exercidos a escuta, o vínculo e a humanidade com os usuários ali presentes. REFERÊNCIAS BAPTISTA, Juliana Ávila et al. Singular therapeutic project in mental health: an integrative review. Revista Brasileira de Enfermagem [online]. 2020, v. 73, n. 2 [Acessado 12 Março 2022] , e20180508. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0508>. Epub 09 Mar 2020. ISSN 1984-0446. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0508 CARVALHO, Laura Graças Padilha de et al. A construção de um Projeto Terapêutico Singular com usuário e família: potencialidades e limitações. O Mundo da Saúde, São Paulo - 2012;36(3):521-525. GOVERNO DE SANTA CATARINA. Quadros psicóticos psicóticos agudos e transitórios - Protocolo Clínico. Florianópolis; Santa Catarina (Estado). Secretaria da Saúde; [2015]. Disponível em: https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos- da-raps/9203-psicoses-agudos-e-transitorias/file#:~:text=F23%20Transtornos%20psic%C3% B3ticos%20agudos%20e,desorganiza%C3%A7%C3%A3o%20maci%C3%A7a%20do%20co mportamento%20normal. SILVEIRA, Mônica Silva et al. Caracterização dos usuários com esquizofrenia e outros transtornos psicóticos dos Centros de Atenção Psicossocial. Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de Janeiro, 19 (1): 27-32. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0508
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