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Estudo de caso - Grupo 5B - Saúde Mental

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA – CCSST
ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL
PROFESSORA: HAYLA NUNES DA CONCEIÇÃO
ISADORA VIANA COSTA
JULIANA SANTOS SIMÃO
LARISSA DE SOUSA MELO
MILENA CARVALHO LIMA
ESTUDO DE CASO DE UMA PACIENTE COM TRANSTORNO
PSICÓTICO AGUDO E TRANSITÓRIO
Imperatriz - MA
2022
ISADORA VIANA COSTA
JULIANA SANTOS SIMÃO
LARISSA DE SOUSA MELO
MILENA CARVALHO LIMA
ESTUDO DE CASO DE UMA PACIENTE COM TRANSTORNO
PSICÓTICO AGUDO E TRANSITÓRIO
Trabalho apresentado como requisito parcial
de avaliação da disciplina Saúde Mental -
Módulo II, ministrada pela prof.ª Hayla
Nunes da Conceição.
Imperatriz - MA
2022
RESUMO
Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório,
atendida no Centro de Atenção Psicossocial - Unidade III (CAPS III), da cidade de Imperatriz
- MA. Metodologia: Trata-se de um estudo realizado no Centro de Atenção Psicossocial -
Unidade III, da cidade de Imperatriz - MA, no dia 09/03/22, com abordagem exploratória,
com os dados obtidos por meio de uma entrevista diretamente com o paciente e pesquisa no
prontuário, a fim de obter resultados para concluir o estudo de caso. Relato do caso: Paciente
I.M.S., sexo feminino, 44 anos, de cor parda, aposentada, evangélica, IMC 22 kg/m²,
diagnosticada com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório (CID-10F23). Criada pelos avós
paternos, mas ausente de afeto, mora com o avô e o tio, Carlos, em Imperatriz – MA. Possui
antecedentes familiares de transtornos mentais por parte da mãe, porém não foram
especificados no prontuário. Muitos fatores desencadeavam as crises, surtos e recaídas da
paciente, como a falta de estrutura familiar e afetividade. Apesar de seus altos e baixos
durante o curso da doença, atualmente, a paciente se encontra de alta, comparecendo ao
CAPS diariamente. Conclusão: no atual estado da paciente, houve uma melhora significativa,
devido às condutas tomadas por toda a equipe multiprofissional das unidades responsáveis e
às terapias diárias aplicadas, resultando na alta da paciente, até o momento.
Descritores: Serviços de Saúde Mental; Disfunção Cognitiva; Cuidados de Enfermagem;
Reabilitação Psiquiátrica.
INTRODUÇÃO
Os transtornos mentais causam considerável impacto na vida de uma pessoa em
termos de morbidade, prejuízos funcionais e baixa qualidade de vida. O diagnóstico de tais
transtornos pode se fundamentar em diversas teorias, algumas enfocam os mecanismos
psicológicos, ambientais ou biológicos. Para isso, um dos parâmetros de classificação
nosológica usualmente utilizados é a Classificação Internacional de Doenças CID-10,
elaborada pela Organização Mundial da Saúde (SILVEIRA et al, 2011).
A CID-10 acomoda na classificação dos quadros psicóticos agudos e transitórios um
grupo heterogêneo de transtornos caracterizados por início agudo de sintomas psicóticos, tais
como delírios, alucinações e alterações perceptivas e grave alteração do comportamento.
Conceitua-se como início agudo o desenvolvimento progressivo de um quadro clínico
claramente anormal, ao longo de 2 semanas ou menos. Para estes quadros não há evidência
de causa orgânica, além de que o transtorno pode ou não estar associado a fatores
supostamente desencadeantes ou a situações de estresse agudo (GOVERNO DE SANTA
CATARINA, 2015).
Dentro da classificação da CID-10, existem os Transtornos Psicóticos Agudos e
Transitórios (CID-10F23), onde não há evidência de uma etiologia orgânica, que se atribuem
a um grupo heterogêneo de transtornos caracterizados pela ocorrência aguda de sintomas
psicóticos, tais como ideias delirantes, alucinações, perturbações das percepções e por uma
desorganização maciça do comportamento normal. Acompanham-se frequentemente de uma
perplexidade e de uma confusão, mas as perturbações de orientação no tempo e no espaço e
quanto à pessoa não são suficientemente constantes ou graves para responder aos critérios de
um delirium de origem orgânica. Em geral, estes transtornos se curam completamente em
menos de poucos meses, frequentemente em algumas semanas ou mesmo dias, e, quando o
transtorno persiste, o diagnóstico deve ser modificado. Pode ainda estar associado a um
“stress” agudo, onde os acontecimentos geralmente geradores de “stress” precedem de uma a
duas semanas o aparecimento do transtorno (GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015).
O trabalho de diferenciação diagnóstica é fundamental, pois estas codificações são
difíceis, uma vez que os quadros são muito parecidos com os de episódios e surtos psicóticos
incluídos em outros grupos classificatórios. Episódios psicóticos agudos podem ocorrer em
diversas situações, por causas diferentes. Podem representar, por exemplo, um primeiro surto
de esquizofrenia, um primeiro episódio maníaco ou depressivo grave, um estado transitório
causado por substâncias psicoativas ou um estado de delirium. Deve-se, pois, fazer um
primeiro diagnóstico diferencial entre as psicoses ditas funcionais e as ditas orgânicas ou
sintomáticas. Entre as primeiras incluem-se, além dos transtornos psicóticos agudos e
transitórios, os surtos esquizofrênicos, reagudizações e recrudescimento de transtornos
delirantes paranoides, e episódios de transtornos de humor (maníacos ou depressivos graves)
com sintomas psicóticos. Nestes quadros, como regra, não ocorrem alterações da consciência
(GOVERNO DE SANTA CATARINA, 2015).
Muitas vezes, o primeiro episódio de um processo psicótico ou de um transtorno
recorrente, quando pouco intenso, é negligenciado nas primeiras horas ou mesmo nos
primeiros dias. Dificilmente os pacientes se apresentam nos serviços de saúde de forma
voluntária, em sua maioria são levados por familiares, amigos ou outras pessoas. Nas
emergências, a postura do paciente, indiferente ao atendimento, ou recusando-o, contrasta
com a de quem o conduz ao serviço de saúde. Quadros psicóticos agudos bastante graves
podem ser vistos em episódios maníacos nos quais haja abuso simultâneo de substâncias
psicoativas. Nestes casos, a identificação do tipo de droga utilizada é importante (GOVERNO
DE SANTA CATARINA, 2015).
Descartadas as possibilidades de o quadro ser um delirium, um novo surto de processo
esquizofrênico ou um episódio afetivo, pode-se pensar em transtorno psicótico agudo e
transitório. Os transtornos psicóticos agudos e transitórios têm como características básicas:
início agudo, em menos de 2 semanas, com a transição de um estado sem sintomas psicóticos
para um estado francamente psicótico; presença de síndromes características, incluindo-se
estados polimórficos (sintomas variáveis que se modificam rapidamente) característicos de
psicoses agudas descritas em diversos países e sintomas característicos da esquizofrenia;
presença ou ausência de estresse agudo durante as 2 semanas que antecedem o início dos
sintomas psicóticos; recuperação completa após 1 a 3 meses de evolução (GOVERNO DE
SANTA CATARINA, 2015).
Diagnosticado o Transtorno Psicótico Agudo e Transitório, o tratamento pode ser feito
em Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades
de Pronto Atendimento (UPA), Prontos-socorros Hospitalares (PS) e/ou Serviços de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Em casos muito graves poderá haver necessidade
de internação em hospital geral ou em hospital especializado (GOVERNO DE SANTA
CATARINA, 2015).
É interessante, para propiciar boa monitorização, registrar no prontuário a condição
física do paciente, seu diagnóstico, as drogas aplicadas (com sua sequência e dosagens), o
desfecho do atendimento e as medidas tomadas para o encaminhamento. Se o atendimento for
em unidade de emergência, o ideal é combinar, com um CAPS, com a unidade básica ou
outro serviço de referência, e com a família, o seguimento do tratamento, com consulta a ser
marcada em curtíssimo prazo. Um quadro agudo e transitório responde bem a consultas com
curtos intervalos. Se necessário, as consultas, nos primeiros dias, podemser diárias, passando
a semanais e quinzenais, na medida em que os sintomas vão abrandando. Uma vez que a crise
tenha passado totalmente, é interessante manter um contato com o serviço, para fins
preventivos, evitando novos episódios psicóticos (GOVERNO DE SANTA CATARINA,
2015).
Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma paciente
com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório, atendida no Centro de Atenção Psicossocial -
Unidade III (CAPS III), da cidade de Imperatriz - MA.
DESCRIÇÃO DO CASO
Paciente I.M.S., sexo feminino, 44 anos, parda, aposentada, evangélica, IMC 22
kg/m², diagnosticada com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório (CID-10F23). Foi criada
pelos avós paternos, mas ausente de afeto. Mora com o avô e o tio, Carlos, em Imperatriz –
MA. Possui antecedentes familiares de transtornos mentais por parte da mãe, porém não
foram especificados no prontuário.
Diagnosticada com Transtorno Psicótico Agudo e Transitório, foi admitida, pela
primeira vez, em 16/06/2014 no Hospital Municipal de Imperatriz e encaminhada para o
CAPS III, com queixas de humor rebaixado, ideação suicida, alucinações auditivas e visuais,
choro constante, ansiedade, desorientação, fobias e medo, agitação psicomotora,
agressividade, confusão mental e insônia. A partir de então, foi acompanhada por médico
psiquiatra, nutricionista e equipe de enfermagem.
No prontuário da paciente, as anotações e evoluções de enfermagem mostravam que
ela teve diversos momentos de recaídas e instabilidade, desde o ano de sua admissão até o
presente momento. Em alguns meses, a paciente apresentava recusa de medicação,
alimentação e água, contenção no leito, além de tentativas de fuga da instituição, desejo de ir
para casa e vivência em situação de rua. Já em outros momentos, apresentava boa evolução,
calmaria, sem queixas, colaborava com a terapia e medicação e recebia visitas de amigas da
igreja em que frequentava.
Ao analisar o prontuário e todos os seus registros, foi possível chegar à conclusão de
que muitos fatores desencadeavam as crises, surtos e recaídas da paciente, como a falta de
estrutura familiar e afetividade com a paciente, pois muitas vezes ela se mantinha isolada em
seu quarto. Além disso, a sua irmã materna Sheila afirma que o tio Carlos é quem administra
o dinheiro que a paciente recebe, porém não atribui os devidos fins, nos mostrando que ela
também enfrenta uma violência financeira.
Apesar de seus altos e baixos durante o curso da doença, atualmente, a paciente se
encontra de alta, em casa, mas comparece ao CAPS III diariamente para passar o dia e fazer
suas terapias, o que contribui bastante para seu tratamento e diminui as chances de piora.
AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES MENTAIS
Com o propósito de estudar o caso da paciente, foi realizada uma entrevista,
utilizando recursos propostos no formulário de Avaliação da Função Mental. Com isso, foi
percebido os seguintes fatores apresentados na tabela 1:
Aspecto geral: higiene e atitude Higiene preservada e atitude
Nível de consciência Estado de vigília normal: estar totalmente desperto.
Psicomotricidade Sem alterações
Orientação Orientada em tempo e em espaço (sabia o dia e o local
onde se situava).
Atenção Atenção adequada à situação: concentração suficiente
para o exercício das atividades, contrabalançada com a
disponibilidade de atrair-se para estímulos
importantes.
Memória Memória preservada, conseguiu se lembrar e repetir
todas as palavras.
Palavras utilizadas: Casa, papel, televisão.
Sensopercepção Apresentou alucinações auditivas e visuais em alguns
momentos de crise, de acordo com o prontuário, mas
no momento da avaliação, não apresentava.
Pensamento Sem alterações
Volição Preservada
Inteligência Normal: equilíbrio entre os tipos de inteligência, boa
adaptação ao meio.
Afetividade Embotamento afetivo: o afeto está distanciado e/ou
empobrecido.
Auto patogênese Sim (relata que foi após uma crise)
Instinto Alimentação: apetite normal (permite a manutenção de
um peso adequado e estável);
Sono: insônia (diminuição da quantidade ou da
qualidade do sono);
Sexualidade: não foi questionada.
Tabela 1: Funções mentais da paciente I.M.S.
FARMACOLOGIA DAS PRINCIPAIS MEDICAÇÕES USADAS
Durante o estudo do caso e do prontuário da paciente, foi observado que, durante a
história da doença atual, a paciente fez uso das medicações descritas na tabela 2, como:
Medicamento Princípio
ativo
Propriedades
Farmacológicas
Posologia Efeitos Adversos
Haldol
(via oral)
Haloperidol Neuroléptico,
pertencente ao
grupo das
butirofenonas.
5mg Dificuldades de
coordenação,
movimentos
involuntários dos
músculos, dor de cabeça,
agitação, dificuldade em
adormecer, tontura.
Fenergam Prometazina Anti-histamínico
H1 pertencente ao
grupo das
fenotiazinas.
25mg Sonolência, tontura,
dores de cabeça,
espasmos musculares,
anorexia, desconforto
epigástrico, boca seca,
visão turva, retenção
urinária, palpitações.
Diazepam Valium Benzodiazepina
que possui
propriedades
ansiolíticas,
sedativas,
miorrelaxantes,
anticonvulsivante
s e efeitos
amnésicos.
10mg Cansaço, sonolência e
fraqueza muscular.
Neozine Antipsicóticos 100mg Alterações no peso e
Levomepro
mazina
Convencional sangue, perda de
memória, arrepios,
aumento ou diminuição
das pupilas, aumento das
mamas, boca seca,
dificuldade de se
movimentar, falta de
desejo sexual, queda de
pressão ao levantar,
sonolência e vômitos.
Tiamina Vitamina B1 Vitamina 300mg Nas doses recomendadas
não existem evidências
de reações adversas,
devido ao uso regular e
prolongado de cloridrato
de tiamina, nas doses
recomendadas.
Risperidona Risperidona Antipsicótico 2mg Vômito, constipação,
boca seca, náusea, fadiga,
febre, sede, nasofaringite,
rinite, aumento de peso,
aumento de apetite,
sedação, cefaleia, tremor,
tontura, enurese, tosse,
coriza, erupção cutânea.
Midazolam Maleato de
Midazolam
Benzodiazepínico.
Tratamento de
curta duração de
insônia, são
indicados apenas
quando o
3ml
Pode ocasionar
distúrbios: do sistema
imunológico,
psiquiátricos, Depressão,
Dependência, do sistema
https://consultaremedios.com.br/sistema-nervoso-central/insonia/c
https://consultaremedios.com.br/sistema-imunologico/c
https://consultaremedios.com.br/sistema-imunologico/c
transtorno
submete o
indivíduo a
extremo
desconforto, é
grave ou
incapacitante.
nervoso, oftalmológicos,
gastrintestinais, da pele e
do tecido subcutâneo,
musculoesqueléticos e do
tecido conectivo, gerais e
no local da
administração, Lesões,
envenenamento e
complicações de
procedimentos,
respiratórios, cardíacos.
Tabela 2: Medicamentos utilizados pela paciente I.M.S.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Diante do caso relatado, foi elaborado pelas discentes o Processo de Enfermagem para
a paciente, contendo Diagnósticos de Enfermagem, Intervenções de Enfermagem e
Resultados Esperados, de acordo com as respectivas taxonomias, descrito na tabela 3.
Diagnóstico de Enfermagem Intervenção (NIC) Resultados Esperados
(NOC)
Domínio 9:
Enfrentamento/tolerância ao
estresse
Classe 2: Respostas de
enfrentamento
Ansiedade relacionada a
estressores e necessidades não
atendidas, evidenciada por
inquietação, agonia,
desamparo e sofrimento.
Domínio 3:
Comportamental
Classe T: Promoção do
Conforto Psicológico
Redução da ansiedade
● Utilizar
abordagem calma
e tranquilizadora;
● Buscar
compreender a
perspectiva do
paciente em
relação à situação
de estresse;
● Fornecer
informações
factuais a respeito
do diagnóstico, do
tratamento e do
prognóstico;
● Permanecer com o
paciente para
promover
segurança e
Domínio 3: Saúde
Psicossocial
Classe O: Autocontrole
Autocontrole da Ansiedade;
● Eliminação dos
precursores de
ansiedade: 2
(raramente
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado);
● Planejamento de
estratégias de
enfrentamento de
situações estressantes:
2 (raramente
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentementedemonstrado);
● Uso de técnicas de
relaxamento para
reduzir a ansiedade: 2
diminuir o medo;
● Encorajar a família
a permanecer com
o paciente,
conforme
indicado;
● Escutar
atentamente;
● Encorajar a
verbalização dos
sentimentos, das
percepções e dos
medos;
● Proporcionar
atividades de
diversão voltadas à
redução da tensão;
● Auxiliar o paciente
a identificar
situações que
precipitam a
ansiedade;
● Orientar o paciente
sobre o uso de
técnicas de
relaxamento;
● Administrar
medicamentos
para reduzir a
ansiedade,
conforme
apropriado;
● Avaliar sinais
(raramente
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado).
verbais e não
verbais de
ansiedade.
Domínio 11:
Segurança/proteção
Classe 3: Violência
Risco de suicídio relacionado
a transtorno psiquiátrico,
desamparo, isolamento social e
relato de desejo de morrer,
vida familiar problemática.
Domínio 4: Segurança
Classe U: Controle de
crises
Prevenção do Suicídio
● Determinar presença
e grau do risco de
suicídio
● Determinar se o
paciente dispõe de
meios para executar
planos de suicídio
● Tratar e controlar
doenças ou sintomas
psiquiátricos que
possam colocar o
paciente em situação
de risco de suicídio
● Administrar
medicamentos para
reduzir ansiedade,
agitação ou psicose e
estabilizar o humor,
conforme apropriado
● Defender as questões
relacionadas com
qualidade de vida e
controle da dor
● Orientar o paciente
Domínio 3: Saúde
Psicossocial
Classe O: Autocontrole
Autocontenção do Suicídio
● Expressão dos
sentimentos: 3
(algumas vezes
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado);
● Verbalização de ideias
suicidas: 3 (algumas
vezes demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado);
● Controle de impulsos:
3 (algumas vezes
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado);
● Uso de serviços
disponíveis de
cuidados de saúde
mental: manter em 5
(consistentemente
sobre estratégias de
enfrentamento (p. ex.,
treinamento da
assertividade,
controle de impulsos
e relaxamento
muscular
progressivo),
conforme apropriado
● Encorajar o paciente a
procurar os
prestadores de
cuidado para
conversar, caso surja
necessidade urgente
de atentar contra si
próprio.
demonstrado).
Domínio 9:
Enfrentamento/tolerância ao
estresse
Classe 2: Respostas de
enfrentamento
Enfrentamento familiar
incapacitado relacionado a
estilos de enfrentamento
dissonantes entre a pessoa de
apoio e o paciente,
evidenciado por negligência
em relação às necessidades
básicas do paciente e
negligência quanto ao
Domínio 3:
Comportamental
Classe R: Assistência no
Enfrentamento
Melhora do Sistema de
Apoio:
● Identificar o grau
de apoio familiar,
apoio financeiro e
outros recursos;
● Monitorar a atual
situação familiar e
a rede de apoio;
Domínio 4: Saúde Familiar
Classe X: Bem-estar Familiar
Enfrentamento familiar:
● Manejo de problemas
familiares: 2
(raramente
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado);
● Expressão franca de
sentimentos e
emoções entre os
membros: 1 (nunca
relacionamento com membro
da família.
● Encorajar o
paciente a
participar das
atividades sociais
e comunitárias;
● Envolver a
família, outras
pessoas relevantes
e amigos no
cuidado e
planejamento;
● Explicar aos
demais
interessados como
podem ajudar.
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado);
● Cuidado de
necessidades de todos
os membros da
família: 1 (nunca
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado);
● Partilhamento de
responsabilidade
pelas tarefas da
família: 1 (nunca
demonstrado)
aumentar para 5
(consistentemente
demonstrado).
Tabela 3: Processo de Enfermagem, com foco nos Diagnósticos, Intervenções e Resultados de
Enfermagem para a paciente I.M.S.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR
O Projeto Terapêutico Singular (PTS) se mostra como uma importante estratégia na
atenção à Saúde Mental, sobretudo diante das conquistas e diretrizes defendidas nas políticas
públicas da saúde como a humanização, a integralidade e a equidade no contexto brasileiro,
auxiliando a descoberta de novos caminhos para lidar com a “loucura” (BAPTISTA et al,
2020). É o principal instrumento de trabalho interdisciplinar da rede de atenção psicossocial
que possibilita a participação, reinserção e construção de autonomia para o usuário/família
em sofrimento psíquico (CARVALHO et al, 2012).
Dessa forma, faz-se necessário que seja elaborado um PTS, de acordo com a
individualidade da paciente, para que seja mantido o cuidado e proteção com o usuário de
serviços especializados de saúde mental, aplicando as seguintes estratégias:
● Buscar conhecer os fatores desencadeantes das crises;
● Comunicar a família sobre o estado atual de saúde da dona I.M.S. e informar a
importância da sua participação nas ações que acontecem no CAPS;
● Orientar a paciente quanto a importância da continuidade do seu tratamento;
● Estimular a paciente a participar das ações executadas no CAPS;
● Estimular a interação com os outros pacientes;
● Oferecer aos profissionais que atuam no CAPS novas formas de dinâmicas para
avaliação da função mental;
● Disponibilizar no CAPS novas atividades socioeducativas;
● O assistente social deve continuar a visitar a casa da dona I.M.S para avaliações
socioeconômicas a fim de garantir que os cuidados estão sendo realizados
adequadamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo de caso teve como objetivo relatar o caso de uma paciente com Transtorno
Psicótico Agudo e Transitório, atendida no CAPS III, da cidade de Imperatriz - MA, onde foi
possível estudar e acompanhar o histórico da paciente I.M.S., bem como a evolução de sua
patologia.
Dessa forma, pôde-se concluir que, no atual estado da paciente, houve uma melhora
significativa, devido às condutas tomadas por toda a equipe multiprofissional das unidades
responsáveis e às terapias diárias aplicadas, resultando na alta da paciente, até o momento.
As visitas ao Centro de Atenção Psicossocial foram essenciais para a trajetória das
discentes no âmbito estudantil, onde tiveram a oportunidade de acompanhar e interagir com
os pacientes de saúde mental, buscando compreender a realidade em que se encontram. Além
disso, os encontros foram essenciais no âmbito pessoal, uma vez que foram exercidos a
escuta, o vínculo e a humanidade com os usuários ali presentes.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Juliana Ávila et al. Singular therapeutic project in mental health: an integrative
review. Revista Brasileira de Enfermagem [online]. 2020, v. 73, n. 2 [Acessado 12 Março
2022] , e20180508. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0508>. Epub
09 Mar 2020. ISSN 1984-0446. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0508
CARVALHO, Laura Graças Padilha de et al. A construção de um Projeto Terapêutico
Singular com usuário e família: potencialidades e limitações. O Mundo da Saúde, São Paulo -
2012;36(3):521-525.
GOVERNO DE SANTA CATARINA. Quadros psicóticos psicóticos agudos e transitórios -
Protocolo Clínico. Florianópolis; Santa Catarina (Estado). Secretaria da Saúde; [2015].
Disponível em:
https://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/saude-mental/protocolos-
da-raps/9203-psicoses-agudos-e-transitorias/file#:~:text=F23%20Transtornos%20psic%C3%
B3ticos%20agudos%20e,desorganiza%C3%A7%C3%A3o%20maci%C3%A7a%20do%20co
mportamento%20normal.
SILVEIRA, Mônica Silva et al. Caracterização dos usuários com esquizofrenia e outros
transtornos psicóticos dos Centros de Atenção Psicossocial. Cad. Saúde Colet., 2011, Rio de
Janeiro, 19 (1): 27-32.
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0508

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