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Civilização grega I 2A História 05 Aula 1 Geografia A Grécia Antiga, chamada Hélade pelos antigos gregos (daí helenos), abrangia o sul da península Balcânica (Grécia Continental), as ilhas dos mares Egeu e Jônio (Grécia Insular) e o litoral da Ásia Menor (Grécia Asiática). A Grécia Continental é montanhosa no interior e tem um litoral recheado de golfos e baías. Os solos são pobres. A pecuária desempenhou um papel relevante na economia. A agricultura era praticada nos vales e nas encostas das montanhas. Na Grécia Insular destacaram-se as ilhas de Creta, Eubeia, Delos e Les- bos. As dificuldades econômicas, aliadas a um litoral favorável, fizeram com que os gregos se lançassem ao comércio marítimo e ocupassem o litoral da Ásia Menor. M ar ilu d e So uz a A Grécia Antiga Cronologia An ge la G ise li 1000 a.C. 500 a.C. 1500 a.C. 1CRISTO A L E X A N D R E PÉRICLES HOMERO Invasão dos dórios Invasão dos aqueus Conquista romana Grécia aqueia e dórica Civilização cretense Época helenística Grécia clássica Grécia arcaica Grécia pré-helênica O período mais antigo da história grega nos remete à Ilha de Creta, local de desenvolvimento da civilização cretense ou minoica (derivada do rei Minos), e à cidade de Micenas, centro principal da civilização micênica. Cronologicamente, esse período que se estende até 1100 a.C. é denominado de Grécia Pré-Helênica, pois indica o processo histórico anterior à chegada dos invasores indo-europeus responsáveis pelo crescimento populacional e povoamento do território grego. Cretenses A história da civilização cretense é resgatada a partir das escavações arqueológicas na Ilha de Creta, realizadas no início do século pelo pesquisador inglês Arthur Evans. A partir de seus estudos, foi descoberto no palácio de Cnossos, o Labirinto – pertencente ao lendário rei Minos. A lenda de Minos conta que o rei, filho de Zeus, controlou o Mediterrâneo e colonizou vários povos, submetendo- -os ao seu domínio. Minos era casado com Pasífae, filha do Sol, a qual fora tomada de uma súbita paixão por um touro sagrado, saído do mar. Relacionando-se com o animal, Pasífae deu à luz um animal, metade homem, metade touro, chamado Minotauro. 2 Extensivo Terceirão Com as ordens do rei, Dédalo, um artesão, construiu um la- birinto para aprisionar o Minotauro. Os atenienses, vassalos de Minos, eram obrigados a atender às exigências do rei, enviando todo ano sete rapazes e sete moças para alimentar o Minotauro. Certa vez, Teseu, filho do rei ateniense, convenceu seu pai a incluí-lo na remessa anual de vítimas. Ao chegar à Ilha de Creta, o jovem conquistou o amor de Ariadne, filha do rei Minos, e com sua ajuda conseguiu matar o Touro de Minos. Acredita-se que a lenda teria sido utilizada pelos gregos para expressar a submissão dos atenienses à supremacia cretense sobre o mar Egeu, embora existam objeções a esse respeito. Há controvérsias também quanto ao significado do termo Minos. Para uns teria sido um rei de Creta; para outros teria sido utilizado para designar uma dinastia ou um título honorífico. O labirinto representava o próprio palácio de Cnossos, e o touro consistia no símbolo sagrado da civilização cretense. Os jovens enviados anualmente ao labirinto expressavam a pesada carga de impostos exigida pelo rei de Minos; e a vitória de Teseu sobre o Minotauro significou, nesse contexto, a libertação de Atenas do domínio cretense. Além de formarem um grande império marítimo (talassocracia), os cretenses se dedicaram à prática da agricultura (trigo, vinho e azeite) e da exploração de madeira. No entanto, sua principal atividade eco- nômica consistiu, realmente, no comércio marítimo, que se estendia por todo o mar Egeu, Chipre, Síria e Egito. Os principais produtos de exportação cretense eram o azeite de oliveira e, principalmente, os vasos de cerâmica, através dos quais podemos reconstituir boa parte das cenas da vida cotidiana cretense, conforme podemos observar na imagem ao lado: Devemos destacar que os cre tenses eram ótimos decoradores e gostavam de praticar acrobacias sobre touro. Vale destacar o papel relevante da mulher na civilização cretense. Ao que parece, em nenhu- ma outra civilização antiga a mulher gozou de tanto prestígio como em Creta, provavelmente uma influência da tradição religiosa, pois na religião cretense a principal divindade era a Grande-Mãe, deusa protetora da terra e da fertilidade. As mulheres exerciam diversas funções na sociedade cretense, desde atividades mais simples como a de caçadoras e tecelãs, até mais complexas como sacerdotisas e até toureiras. Arte cretense de 1 500 a.C. faz referência à lendária história do Touro de Minos. © W ik im ed ia C om m on s/ Bo b Ch ris to ph er O cotidiano na antiga Ilha de Creta pode ser es- tudado por meio das representações artísticas deixadas pela civilização cretense. © W ik im ed ia C om m on s/ N ik at er Aqueus e dórios Os aqueus que compunham a sociedade micênica possuíam forte tradição militarista e acabaram destruin- do a cidade de Cnossos, em Creta. Contudo, receberam dos cretenses diversas heranças culturais. Absorveram suas técnicas de navegação e de agricultura, o sistema de escrita, além de influências artísticas e religiosas. Por essa razão, muitos historiadores se referem generica- mente a uma civilização creto-micênica. Para muitos historiadores, os poemas homéricos seriam uma representação mais ou menos fiel do mundo micêni- co. Atualmente acredita-se que a llíada e a Odisseia foram poemas escritos no século VIII a.C., portanto num período bem posterior à destruição da civilização micênica. Há em Homero toda uma série de anacronismos que não entram no quadro do mundo micênico e que pertencem, de fato, à época seguinte. A “lIíada” narra fatos de um período de 50 dias na virada do nono para o décimo ano da Guerra em que os gregos derrotaram os troianos. Já a “Odisseia” narra as aventuras de Ulisses, no seu difícil retorno ao reino de Ítaca, onde sua fiel esposa Penélope o esperava. Em torno de 1870, o pesquisador alemão Heinrich Schliemann descobriu no sítio de Hissarlik, na Turquia, ruínas em que acreditou serem Troia. A guerra teria ocorrido no século XIII e a cidade foi destruída pelo fogo. Porém, não há concordância entre os especialistas. Para a historiadora Claude Mossé, jamais saberemos se a Guerra de Troia realmente ocorreu ou foi uma bela lenda criada por um poeta talentoso. Aula 05 3História 2A Por volta de 1100 a.C., ocorreu a invasão dos dórios. Esse grupo de invasores, de origem indo-europeia, avan- çou sobre a Grécia Continental e sobre a Península do Peloponeso. Os dórios eram superiores militarmente, pois já conheciam e utilizavam o ferro como matéria-prima para a fabricação de armas. Por essa razão, foram responsáveis pela tomada de Micenas e, consequentemente, pela desa- gregação da civilização creto-micênica. As invasões dóricas provocaram também um significativo aumento populacio- nal e o consequente surgimento da pólis grega. Uma parte da população foi escravizada e a outra emigrou para a Ásia Menor, onde fundou Mileto, Éfeso, Halicarnasso, etc. Esse episódio é conhecido como a Primeira Diáspora Grega. Nesse período da chegada dos invasores dórios, a sociedade grega ainda convivia com a igualdade entre os homens, pois não havia propriedade privada. Predominava a divisão coletiva da terra entre os genos (conjunto de famílias), cujos membros dividiam as tarefas do cultivo do solo em um trabalho comunitário sem desigualdade social. Ou seja, o fruto do trabalho coletivo nas chamadas comunidades gentílicas era distribuído de forma igualitária. Porém, com a chegada de novos invasores, o aumento do fluxo de imigrantes e o crescimento demográfico, a terra foi se tornando es- cassa. Foi inevitável o choque pela disputa dos terrenos mais férteis e gradativamente a posse da terra deixou de ser coletiva para se tornarprivilégio de poucos. A comunidade gentílica (igualitária) entrou em crise e com a desagregação dos genos surgiram consequentemente a propriedade privada e a desigualdade social. Formação da pólis O fim das comunidades gentílicas levou à união dos proprietários (aristocracia rural) em fratrias. As fratrias deram origem às tribos e a união das tribos originou os vilarejos, que por sua vez originaram as cidades. Ou seja, na Grécia Antiga, a cidade nasceu como resultado do agrupamento das tribos e de seus vilarejos, fato que deu origem à pólis grega. Inicialmente, o termo pólis foi utilizado para denominar a cidade alta (acró pole), o ponto mais elevado da cidade, local ideal para garantir a segurança. Uma parte central (ágora) era utilizada para a realização de assembleias pelos membros da comuni- dade e como local onde ocorriam as trocas comerciais. Com o aumento da população e, consequentemen- te, das atividades agrícolas e mercantis, a parte baixa da cidade se expandiu e a palavra pólis passou a indicar toda a região submetida à autoridade de um chefe – o rei ou basileus. As cidades-estados representavam, então, pequenas comunidades isoladas, cuja principal característica era a autonomia política, isto é, as cidades gregas eram independentes entre si e nunca chegaram a constituir um Estado único na Grécia Antiga. Portanto, na organização política do mundo grego predominou a descentralização. A pólis grega possuía total soberania, cada uma tinha seu próprio governante e seu conjunto de leis independentes. Por isso umas desenvolveram a democracia, como Atenas, e outras se mantiveram oligárquicas, como Esparta, por exemplo. A colonização grega M ar ilu d e So uz a 4 Extensivo Terceirão Na economia, predominou a prática da agricultura, com destaque para a produção de cereais e produtos típicos do Mediterrâneo como o vinho e o azeite. Mas o crescimento populacional e o processo de apropriação privada da terra impulsionaram os gregos ao mar, à conquista de colônias e ao desenvolvimento de um intenso comércio marítimo. A geografia grega apresenta um relevo irregular e mon- tanhoso; portanto, apesar das terras de boa qualidade e do clima favorável à produção agrícola, a terra tornou-se escassa para uma população em crescimento viver apenas da atividade agrícola. Assim ocorreu o processo de colo- nização e povoamento de diversas ilhas no litoral da Ásia Menor, sul da península Itálica e norte da África. Muitas cidades-estados gregas tornaram-se gran- des metrópoles (Mileto, Corinto, Foceia, Megara) dominan- do diversas colônias pelo Mediterrâneo (Nápoles, Tarento, Siracusa, Bizâncio, etc.). Em geral as colônias (apoikia, em grego: lar distante) eram independentes em relação à metrópole. Mas também havia o emporium, espécie de estabelecimento comercial, subordinado à metrópole. Dentre as principais cidades gregas, merecem desta- que Atenas e Esparta, cujas diferenças de organização política – democracia e militarismo – acabaram gerando também algumas diferenças sociais. A análise da vida cotidiana e dos costumes de espartanos e atenienses nos serve de referências para o estudo da cultura grega. Militarismo espartano A antiga cidade-estado de Esparta ocupava uma ampla área territorial que abrangia as regiões da Lacônia e da Messênia. A vida em Esparta ficou marcada por um regime oligárquico e pelo militarismo, política adotada pela elite espartana excessivamente preocupada em for- mar um grande exército. A sociedade era escravista, ou seja, fundamentada na exploração do trabalho escravo. Dessa forma, a elite não precisava se ocupar das ativida- des econômicas, podendo se dedicar exclusivamente às práticas militares. A sociedade espartana estava dividida basicamente em três grupos: chamamos de espartanos ou esparciatas os detentores da propriedade privada, a elite rural. Havia também comerciantes e artesãs de uma camada intermediária, os quais denominamos periecos, pois habitavam a periferia da pólis. Na base da pirâmide, os hilotas, os escravos públicos. Estes pertenciam ao Estado e eram cedidos como mão de obra escrava aos espartanos (proprietários) para o cultivo de suas terras. O regime oligárquico espartano era comandado por dois reis – diarquia. Um dos monarcas tinha função mili- tar (responsável pelo comando das tropas em uma guer- ra) e outro possuía função administrativa (permanecia na pólis mesmo quando ocorressem as guerras). Para controlar a ação dos reis havia a gerúsia (conselho dos anciãos), formada por influentes espartanos com mais de 60 anos, chamados gerontes. Havia também o conse- lho dos éforos, cinco conselheiros eleitos anuamente e a ápela (assembleia para apreciação e aprovação das leis). Para atender ao ideal militarista da sociedade (a for- mação de um poderoso exército), a educação espartana era voltada para a guerra. As crianças do sexo masculino permaneciam com seus pais apenas até os sete anos. A par- tir dessa idade, os meninos eram entregues ao Estado para que cuidasse de sua educação, voltada à preparação militar. Os principais ensinamentos dos jovens da elite espartana (os escravos não tinham acesso à educação militarista) estavam voltados à guerra, à força, à bravura e à disciplina. O controle do Estado se manifestava desde o nasci- mento, quando as crianças eram examinadas por fiscais – os éforos. As crianças que apresentassem alguma defi- ciência física que impedisse a sua formação militar eram sacrificadas. Por isso, exigia-se da mulher espartana a prática de exercícios físicos e a participação em jogos e competi ções esportivas para que pudesse gerar filhos fortes e saudáveis. Tal fato nos permite concluir que a mulher em Esparta gozava de um pouco mais de liberda- de e participava mais ativamente da sociedade quando com parada à mulher ateniense. Sabe-se, inclusive, que à mulher espartana era atribuída a tarefa de administrar o patrimônio familiar quando da ausência do marido, que frequentemente se encontrava em guerras. 05.01. (FURGS – RS) – Na formação da cidade grega, a pólis esteve vinculada ao processo de desintegração dos clãs patriar- cais, os genos. A constituição da pólis grega, com isto, supôs a desagregação desta estrutura tradicional e a formação de uma nova composição social representada pela existência de duas classes sociais antagônicas: a) a dos proprietários de terras e a dos escravos. b) a dos comerciantes e a dos escravos. c) a dos comerciantes e a dos artesãos. d) a dos navegadores e a dos comerciantes. e) a dos proprietários de terras e de escravos e a dos eclesiásticos. Testes Assimilação Aula 05 5História 2A 05.02. (PUCRS) – O processo de colonização e emigração de populações gregas das cidades-estados para as colônias no Mediterrâneo estabeleceu novas relações político-sociais e ocasionou grandes transformações econômicas, tais como o desenvolvimento da construção naval e o crescimento da produção de manufaturas e do comércio marítimo. Em decor- rência dessas mudanças na sociedade grega, os armadores, os comerciantes e os artesãos ganharam importância social. O processo de colonização e de formação de novas cidades- -estados gregas ocorreu no período a) Clássico. b) Arcaico. c) Helenístico. d) Micênico. 05.03. A cultura grega contribuiu diretamente na inaugura- ção de várias manifestações artísticas, filosóficas e científicas. Também marcou a origem da Mitologia, que buscava a expli- cação para as principais questões da existência humana, da natureza e da sociedade. Sobre a história política da Grécia, na Antiguidade Clássica, pode-se dizer que esta se caracterizou: a) pela alternativa de dinastia hegemônica. b) por uma federação estável, que era regida de forma ditatorial. c) por uma organização imperial. d) pela existência de cidades-estados que atuavam, politi- camente, como unidades autônomas. e) por uma organização teocrática. 05.04. (FATEC – SP) – “A cidade-estado era um objeto mais dignode devoção do que os deuses do Olimpo, feitos à imagem de bárbaros humanos. A personalidade humana, quando emancipada, sofre se não encontra um objeto mais ou menos digno de sua devoção, fora de si mesma.” (Toynbee, Arnold J. “Helenismo, história de uma civilização’’) Na Antiguidade, as cidades-estados representavam: a) uma forma de garantir territorialmente a participação ampla da população na vida política grega. b) um recurso de expansão das colônias gregas. c) uma forma de organização que assegurava a indepen- dência política das cidades gregas entre si. d) uma característica da civilização helenística no sistema político grego. e) uma instituição política helenística no sistema político grego. Aperfeiçoamento 05.05. As cidades-Estado [...] eram muito diferentes entre si: nas dimensões territoriais, nas riquezas, em suas histórias particulares e nas diferentes soluções obtidas ao longo dos séculos para os conflitos de interesses entre seus componentes. A maioria delas nunca ultrapassou a dimensão de pequenas unidades territoriais, abrigando alguns milhares de habitantes – não mais do que 5 mil, quase todos envolvidos com o meio rural. Outras, de porte médio, chegaram a congregar 20 mil pessoas. Al- gumas poucas, portos comerciais ou centros de grandes impérios, atingiram a dimensão de verdadeiras metró- poles, com mais de 100 mil habitantes [...]. GUARINELLO, Norberto Luiz. Cidades-Estado na Antiguidade Clássica. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (Orgs.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2008. p. 30. De acordo com o texto, podemos concluir que na Grécia antiga, as cidades-Estado: a) abrigavam os mesmos ideais democráticos, independente de seu porte, como foi o caso de Atenas. b) mantinham um forte equilíbrio de força, uma vez que havia uma cidade centralizadora que controlava política e economicamente todas as outras. c) tinham como principal característica serem diferentes entre si, no tamanho e nas suas escolhas políticas, como foi o caso de Atenas e Esparta. d) possuíam a cidadania como um bem maior, em que, independente do número de sua população, todo grego tinha direito de participar dos rumos de sua cidade. e) exerciam, por consenso, em um determinado momento, o domínio político e religioso do Império grego. 05.06. (PUC – RS) – Para responder à questão relacione os períodos históricos da civilização grega (coluna A) a suas respectivas características essenciais (coluna B). Coluna A 1. Período Homérico 2. Período Arcaico 3. Período Clássico 4. Período Helenístico Coluna B ( ) Consolidação das estruturas fundamentais da pólis, a mais célebre das instituições gregas. O período é mar- cado pela expansão territorial e pela intensificação do comércio entre as cidades. ( ) Dissolução da comunidade gentilícia conhecida como genos, com a formação das cidades-estado. Grande parte do conhecimento sobre o período deve-se às in- formações fornecidas pelos poemas Ilíada e Odisseia. ( ) Difusão da cultura grega no Oriente, a partir das cam- panhas militares de Alexandre Magno, levando à fu- são do racionalismo grego com o misticismo oriental. Ocorreu, no período, a progressiva ruptura na identifi- cação do cidadão com sua pólis de origem. ( ) Formação da Confederação de Delos, que consolidava a hegemonia comercial e política de Atenas. Verificou- -se, neste período, o máximo desenvolvimento da fi- losofia, da poesia, das ciências e das artes. A numeração correta na coluna B, de cima para baixo, é a) 2 – 1 – 4 – 3. b) 1 – 2 – 3 – 4. c) 3 – 2 – 4 – 1. d) 4 – 3 – 1 – 2. e) 3 – 4 – 2 – 1. 6 Extensivo Terceirão 05.07. (UNESP – SP) – São uma formosura os governan- tes que tu modelaste, como se fosses um estatuário, ó Sócrates! [...] – Ora pois! Concordais que não são inteiramente utopias o que estivemos a dizer sobre a cidade e a constituição; que, embora difíceis, eram de algum modo possíveis, mas não de outra maneira que não seja a que dissemos, quando os governantes, um ou vários, forem filósofos verdadeiros, que desprezem as honrarias atuais, por as considerarem impróprias de um homem livre e destituídas de valor, mas, por outro lado, que atribuem a máxima importância à retidão e às honrarias que dela derivam, e consideram o mais alto e o mais necessário dos bens a justiça, à qual servirão e farão prosperar, organizando assim a sua cidade? (Platão. A República, 1987.) O texto, concluído na primeira metade do século IV a.C., caracteriza a) a predominância das atividades econômicas rurais sobre as urbanas e enfatiza o primado da racionalidade. b) a organização da pólis e sustenta a existência de um governo baseado na justiça e na sabedoria. c) o caráter aristocrático da pólis durante o período das tira- nias em Atenas e defende o princípio da igualdade social. d) a estruturação social da pólis e destaca a importância da democracia, consolidada durante o período de Clístenes. e) a importância da ação de legisladores, como Drácon e Sólon em Atenas, e apoia a consolidação da militarização espartana. 05.08. (PUC – SP) – Algumas cidades-estado gregas expan- diram seus domínios e criaram colônias na região do mar Mediterrâneo, por volta dos séculos VIII e VI a.C. Essas colônias a) comercializavam apenas com suas metrópoles e utiliza- vam mão de obra livre, originária do norte do continente africano. b) eliminaram o controle romano da região mediterrânea e estabeleceram hegemonia grega na região. c) ampliaram a área de terras cultiváveis e eram indepen- dentes das metrópoles (cidades que as colonizaram). d) demonstraram a importância da tradição militar espartana e difundiram o ideal democrático ateniense. e) reproduziram a ordem social das cidades que as criaram e iniciaram o comércio grego com o ocidente e o oriente. 05.09. A partir do século VIII a.C. as cidades-estados gregas conheceram um rápido processo de consolidação de suas estruturas internas e, dadas as condições locais, iniciaram o estabelecimento de domínios territoriais em várias regiões do Mediterrâneo. O fator determinante para o estabelecimento dessas áreas coloniais foi: I. A derrota para os troianos, seguido de um acentuado declínio econômico. II. A busca de recursos minerais e o desenvolvimento de novas técnicas náuticas. III. A escassez de terras cultiváveis e um crescimento popu- lacional significativo. Está(ão) correta(s) somente a) I. b) I e II. c) II. d) II e III. e) III. 05.10. (UNESP – SP) – Apesar de sua dispersão geográfica e de sua fragmentação política, os gregos tinham uma profunda consciência de pertencer a uma só e mesma cultura. Esse fenômeno é tão mais extraordinário, considerando-se a ausência de qualquer autoridade central política ou religiosa e o livre espírito de inven- ção de uma determinada comunidade para resolver os diversos problemas políticos ou culturais que se colocavam para ela. (Moses I. Finley. Os primeiros tempos da Grécia, 1998. Adaptado.) O excerto refere-se ao seguinte aspecto essencial da história grega da Antiguidade: a) a predominância da reflexão política sobre o desenvolvi- mento das belas-artes. b) a fragilidade militar de populações isoladas em pequenas unidades políticas. c) a vinculação do nascimento da filosofia com a constitui- ção de governos tirânicos. d) a existência de cidades-estados conjugada a padrões civilizatórios de unificação. e) a igualdade social sustentada pela exploração econômica de colônias estrangeiras. Aprofundamento 05.11. (FAC. ALBERT EINSTEIN – SP) – Por muito tempo, entre os historiadores pensou-se que os gregos forma- vam um povo superior de guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população local. Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento mais comple- xo. Segundo o pesquisador Moses Finley, a ‘chegada dos gregos significou a introdução de um elemento novo que se misturou com seus predecessorespara criar, lentamente, uma nova civilização e estendê-la como e por onde puderam’. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. Adaptado. Segundo o texto, a formação da Grécia antiga ocorreu a) de forma negociada, por meio de alianças e acordos políticos entre os líderes das principais tribos nativas da península balcânica. b) de forma gradual, a partir da integração de povos prove- nientes de outras regiões com habitantes da parte sul da península balcânica. Aula 05 7História 2A c) de forma planejada, pela expansão militar dos povos na- tivos da península balcânica sobre territórios controlados por grupos bárbaros. d) de forma violenta, com a submissão dos habitantes originais da península balcânica a conquistadores recém- -chegados do norte. 05.12. (MACK – SP) – “Em torno do século VIII, os gre- gos viveram um processo de dispersão, espalhando-se pelo Mediterrâneo, fundando no litoral do Oriente Próximo, na Itália, França e Espanha inúmeras colônias; Cidades-Estados que mantinham uma série de laços principalmente culturais com os lugares de origem dos colonizadores.” O texto diz respeito à fundação de colônias na Grécia Antiga; o fator determinante para estas emigrações foi: a) O crescimento populacional e a escassez de terras culti- váveis no território grego; b) O expansionismo político, defendido pelo regime demo- crático das cidades gregas; c) A invasão dos persas e a consequente destruição das cidades na Grécia continental; d) A derrota grega de Troia responsável pelo seu declínio econômico; e) O desenvolvimento da navegação e a busca de recursos minerais. 05.13. (UFPR) – Com relação à Grécia Antiga, assinale as afirmações corretas: 1. As colônias gregas em geral eram politicamente inde- pendentes das cidades fundadoras. 2. Eólios, dórios, aqueus e jônios foram tribos gregas pri- mitivas. 3. Os gregos antigos descendem do povo semita. 4. A Ilíada e a Odisseia são poemas atribuídos ao poeta Homero. 5. O tema principal da Ilíada é a evolução da Democracia. Estão corretas as afirmações: a) somente 1 e 2 b) somente 2 e 3 c) 1, 2 e 4 d) 1, 2 e 3 e) 2, 4 e 5 05.14. (FUVEST – SP) – Em certos aspectos, os gregos da Antiguidade foram sempre um povo disperso. Penetra- ram em pequenos grupos no mundo mediterrânico e, mesmo quando se instalaram e acabaram por dominá- -lo, permaneceram desunidos na sua organização política. No tempo de Heródoto, e muito antes dele, encontravam-se colônias gregas não somente em toda a extensão da Grécia atual, como também no litoral do mar Negro, nas costas da atual Turquia, na Itália do sul e na Sicília oriental, na costa setentrional da África e no litoral mediterrânico da França. No interior desta elipse de uns 2500km de comprimento, encontravam-se cen- tenas e centenas de comunidades que amiúde diferiam na sua estrutura política e que afirmaram sempre a sua soberania. Nem então nem em nenhuma outra altura, no mundo antigo, houve uma nação, um território nacional único regido por uma lei soberana, que se tenha chamado Grécia (ou um sinônimo de Grécia). FINLEY M. I. O mundo de Ulisses. Lisboa: Editorial Presença, 1972. Adaptado. Com base no texto, pode-se apontar corretamente a) a desorganização política da Grécia antiga, que sucumbiu rapidamente ante as investidas militares de povos mais unidos e mais bem preparados para a guerra, como os egípcios e macedônios. b) a necessidade de profunda centralização política, como a ocorrida entre os romanos e cartagineses, para que um povo pudesse expandir seu território e difundir sua produção cultural. c) a carência, entre quase todos os povos da Antiguidade, de pensadores políticos, capazes de formular estratégias adequadas de estruturação e unificação do poder político. d) a inadequação do uso de conceitos modernos, como nação ou Estado nacional, no estudo sobre a Grécia antiga, que vivia sob outras formas de organização social e política. e) a valorização, na Grécia antiga, dos princípios do patriotis- mo e do nacionalismo, como forma de consolidar política e economicamente o Estado nacional. 05.15. (UFPR) – “Por muito tempo, entre os historia- dores pensou-se que os gregos formavam um povo superior de guerreiros que, por volta de 2000 a.C., teria conquistado a Grécia, submetendo a população local. Hoje em dia, os estudiosos descartam esta hipótese, considerando que houve um movimento mais comple- xo. Segundo o pesquisador Moses Finley, ‘a chegada dos gregos significou a introdução de um elemento novo que se misturou com seus predecessores para criar, lentamente, uma nova civilização e estendê-la como e por onde puderam’.” FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001. Com base no texto é correto afirmar: a) As pesquisas recentes indicam que o povo grego se formou a partir de um amálgama de culturas que se expandiram por diferentes territórios. b) A cultura grega constituiu-se a partir de um único povo. c) Com a expressão “nova civilização”, o autor indica o fim do primado da pólis em favor do estado teocrático. d) Os estudiosos, ainda hoje, acreditam na superioridade dos gregos sobre outros povos da Antiguidade. e) Os gregos não souberam incorporar, aos seus, elementos culturais dos povos conquistados. 8 Extensivo Terceirão 05.16. (PUC – RS) – Para responder à questão, considere as afirmativas a seguir, sobre a cidade estado (pólis), base da organização sociopolítica da Grécia Antiga. I. Esparta, que englobava as regiões da Lacônia e da Messê- nia, e Atenas, que correspondia a toda a região da Ática, eram exceções quanto à grande dimensão territorial, se comparadas à maioria das demais cidades-estado. II. As cidades-estado consolidaram suas estruturas funda- mentais no chamado período arcaico da história grega e conheceram sua máxima expressão política e cultural durante o período clássico. III. A acrópole, parte alta da zona urbana da pólis, concen- trava as atividades econômicas essenciais para o sustento material da cidade, suplantando a produção agrícola da zona rural nesse setor. IV. As cidades-estado formavam unidades politicamente autônomas e economicamente autossuficientes, não tendo desenvolvido processos significativos de expansão territorial por colonização de novas áreas até o período helenístico. Estão corretas apenas as afirmativas a) I e II b) II e III c) III e IV d) I, II e IV e) I, III e IV 05.17. (UFPR) – Considere o texto abaixo: “O surgimento das moedas liga-se (...) a três transfor- mações culturais notáveis da Grécia nos idos do século VII a.C. (...): o desenvolvimento da pólis (...) e da vida política (...), a complexificação crescente das trocas comerciais (...) [e] a alfabetização.” FUNARI, Pedro Paulo. Antiguidade Clássica: a História e a cultura a partir dos documentos. Campinas: Editora da Unicamp, 1995, p. 50. A partir do excerto acima e dos conhecimentos sobre a Grécia Antiga, assinale a alternativa que relaciona corretamente a pólis, a expansão grega e o desenvolvimento das moedas. a) A pólis desenvolveu-se como uma cidade fortificada, caracterizando a ocupação da Magna Grécia por Espar- ta. A expansão grega ocorre devido à insuficiência de escravos nas cidades-estado. Nas guerras realizadas no Mediterrâneo, milhares de prisioneiros foram feitos escra- vos e vendidos nas colônias gregas, o que intensificou a circulação de moedas. b) A pólis era um tipo específico de organização social en- contrada em Atenas e Esparta. No período em questão, essas duas cidades-estado rivalizaram-se na expansão territorial, gerando a Guerra do Peloponeso. Ao final deste conflito, os atenienses derrotados fundaram colônias em regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, aumentando a circulação de moedas. c) A pólis foi a principal forma de organização social na Grécia, constituindo-se em cidades autônomas com go- vernos e leis próprios. No século VII a.C., com o aumento demográfico ea concentração latifundiária, houve a expansão grega para regiões do Mediterrâneo e do mar Negro, causando intensa circulação de moedas para o comércio marítimo e terrestre. d) A pólis surgiu como solução para os conflitos entre Esparta e Atenas pelo domínio do restante da Grécia, constituindo-se como cidade autônoma fortificada, cujo isolamento a protegia de agressões. Isso permitiu a expansão comercial marítima de Atenas pelo Mediter- râneo, levando à formação de colônias e ao aumento da circulação de moedas nas trocas comerciais. e) A pólis era um tipo de cidade-estado que se desenvolveu em decorrência da expansão comercial grega, ocasionan- do a fundação de colônias na Magna Grécia. Por conta de seu caráter autônomo, algumas cidades-estado uniram-se na Liga de Delos para conquistar territórios no Mediter- râneo, gerando aumento na atividade comercial grega e o uso de moedas. 05.18. (UFPR) – Leia o excerto a seguir: “A Grécia se reconhece numa certa forma de vida social, num tipo de reflexão que define a seus próprios olhos sua originalidade, sua superioridade sobre o mundo bárbaro. No lugar do Rei cuja onipotência se exerce sem controle, sem limite, no recesso de seu palácio, a vida política grega pretende ser o objeto de um debate público em plena luz do sol, na ágora, da parte de cidadãos definidos como iguais e de quem o Estado é a questão comum [...]”. (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: DIFEL, 2013.) Tendo como base as afirmações expostas por Vernant, identifique os traços principais da polis grega, o sistema político que ela substituiu e os principais problemas que ela apresenta. Aula 05 9História 2A Gabarito 05.01. a 05.02. b 05.03. d 05.04. c 05.05. c 05.06. a 05.07. b 05.08. c 05.09. e 05.10. d 05.11. b 05.12. a 05.13. c 05.14. d 05.15. a 05.16. a 05.17. c 05.18. Durante o período Arcaico da Grécia, VIII-VI a.C, predominava um governo aristocrático monopolizado pela elite agrária que possuía o domínio político e econômico. No período Clássico, V-IV a.C, foi implantada a democracia e o poder foi transferido para os cidadãos. A ágora, praça pública, passou a ser o cenário do debate político dos cidadãos visando criar leis para a pólis. Vale lem- brar que polis era uma cidade-estado que possuía autonomia política, a de- mocracia era direta e participativa e a cidadania era muito restrita, apenas 10% da população exercia seus direitos polí- ticos. Mulheres, escravos e estrangeiros estavam excluídos. 05.19. 28 (04 + 08 + 16) 05.20. 22 (02 + 04 + 16) Desafio 05.19. (UFSC – SC) – Leia o texto a seguir. A educação em Esparta Ensinavam a ler e escrever apenas o estritamente ne- cessário. O resto da educação visava acostumá-los à obediência, torná-los duros à adversidade e fazê-los vencer o combate. Do mesmo modo, quando cresciam, eles recebiam um treinamento mais severo: raspavam a cabeça, andavam descalços, brincavam nus a maior parte do tempo. Tais eram seus hábitos. PLUTARCO. A vida de Licurgo. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de História Antiga. 4. ed. São Paulo: Contexto, 1998. p. 109. Sobre o papel da educação e da escrita nas sociedades antigas, é CORRETO afirmar que: 01) o Egito antigo, extremamente dependente do rio Nilo e de seu regime de cheias, fez da agricultura sua principal atividade econômica. Esta característica impediu o de- senvolvimento da escrita naquela sociedade. 02) a escrita cuneiforme, criada pelos assírios na antiga Mesopotâmia, tinha por função estabelecer acordos comerciais com os etíopes. 04) conforme o trecho acima citado, podemos perceber que a educação tem estreita relação com as caracte- rísticas sociais. O militarismo de Esparta influenciou a educação de suas crianças. 08) a educação que uma criança recebia na antiguidade de- pendia da posição social e do gênero. As mulheres ate- nienses, por exemplo, recebiam uma educação familiar que lhes qualificava para as atividades domésticas e os cuidados com os filhos. 16) na China, o confucionismo valorizava uma educação pautada no respeito às tradições, ressaltando valores como moderação e harmonia. 05.20. (UEM – PR) – Considerando o mito como um dos aspectos mais importantes da cultura grega, leia o texto abaixo e responda o que for correto. “Os mitos, para nós, servem como importante fonte de conhecimento sobre o pensamento grego e as características de sua religião. Além disso, embora muitas das histórias dos heróis e suas aventuras sejam imaginárias, revelam aos historiadores como os gregos se relacionavam com a natureza, suas ocupações, seus instrumentos, seus costumes e os lugares que visitavam e conheceram. Os mitos servem, também, para que possamos entender melhor a nós mesmos. Por quê? Por tratarem de sentimentos humanos, como o amor e o ódio, a inveja e admiração e, muitas vezes, tradu- zirem ou procurarem responder a indagações morais e existenciais que rondam a mente humana. Por isso, ainda hoje, essas histórias mitológicas gregas falam à nossa sensibilidade. A maneira de tratar as questões e os sentimentos humanos mais profundos continua atual, suas narrativas ainda nos emocionam.” FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001, p. 59. 01) O mito não refletia a realidade concreta dos gregos, pois ele existia apenas na literatura filosófica e teológica e no imaginário dos grandes escritores da época. 02) Os mitos gregos também tinham uma função peda- gógica, pois traziam, em seus temas, os castigos e as recompensas para os atos cometidos pelos homens. 04) A filosofia grega rompe com as explicações míticas, ao expor que a existência humana deve ser explicada pela lógica e pela razão, e não pelo sentido mágico e divino. 08) Aristófanes, Eurípides e Sófocles estão entre os princi- pais escritores dos mitos gregos. 16) De acordo com o texto, em razão de abordarem os sen- timentos humanos, ainda em nossos dias a mitologia grega mexe com a nossa sensibilidade. 10 Extensivo Terceirão 2A História Aula 06 Civilização grega II Geografia ateniense A Ática é uma península montanhosa que encerra três planícies: as de Maratona, Elêusis e Atenas. A Ática achava-se afastada da grande via de comunicação entre a Grécia Central e o Peloponeso. Por isso e também pela pobreza do solo, ficou livre das invasões. Os povoadores da Ática eram de origem ariana: aqueus, jônios e eólios, mas os atenienses se consideravam jônios. Economia Em Atenas, no Período Clássico, predominou o modo de produção escravista. Os escravos trabalhavam em todas as atividades. A base econômica da Ática era a agricultura mas, durante o período áureo de Atenas, o comércio marítimo desempenhou papel relevante. Os atenienses exportavam azeite, figo, cerâmica, prata, e importavam tecidos, tapetes, perfumes, etc. A moeda era a dracma, uma espécie de “dólar” da Antiguidade. Sociedade ateniense Com um perfil diferente da sua rival Esparta, a cidade de Atenas, localizada na Península da Ática, obteve destaque em virtude do regime político democrático adotado a partir do final do século VI a.C. A sociedade ateniense era assim constituída: • eupátridas – “bem nascidos” (aristocracia detentora da propriedade e do poder político); • geomores (pequenos proprietários rurais) e demiur- gos (comerciantes e artesãos). Esses dois grupos formavam a camada média da sociedade. • metecos e escravos for mavam a base da sociedade e não possuíam direitos políticos. Os metecos eram os estrangeiros, muitos deles comerciantes que, mesmo sendo homens livres, não eram considerados cidadãos. Os escravos eram, geralmente, prisioneiros de guerra, mas havia também a escravidão por dívidas. Diferentemente do hilota espartano que era considerado um servo público, o escravo ateniense pertencia a um aristocrata, tal como a propriedade da terra. Segundo Aristóteles, “o escravo é uma pro- priedade instrumental animada”. A sociedade ateniense era essencialmente masculina. Em Atenas,além de não ter di- reito à cidadania, a mulher não participava ativamente da so- ciedade. Esperava-se que as mulheres prepa- rassem a comida, dirigissem a casa e se conservas- sem à distância. Deviam ficar em casa e caIadas, totalmente subor- dinadas ao marido. As jovens ate- nienses viviam con- finadas nos gineceus (parte da habitação reservada ao sexo femini- no, onde aprendiam com as mães a se tornarem boas esposas). As meninas se casavam muito cedo (geral- mente entre 14 e 16 anos), com um noivo escolhido pelo seu pai. AMASIS. Um tear no gi- neceu. Ca. 550-530 a.C. 1 óleo em vaso de terracota, 17,15 cm de altura. Metropo- litan Museum, Nova Iorque. M et ro po lit an M us eu m , N ov a I or qu e “Venerava-se a fertilidade da esposa, porém o ideal era que o número de filhos fosse limitado. Ter um filho para manter o nome da família e uma filha para realizar uma aliança matrimonial com outra família era o sonho da maioria dos casais. Segundo os estudiosos, os gregos usavam méto- dos contraceptivos. Beberagem de ervas, bagas de zimbro e toda sorte de poções eram utilizadas para impedir a concepção ou interrompê-la. O aborto era tolerado e muitas vezes até incentiva- do. Os gregos de uma forma geral eram bastante tolerantes em termos sexuais. Vários vocábulos e expressões são de origem grega: homossexualida- de, lesbianismo, amor grego e pederastia.” MOCELLlN, Renato. As mulheres na Antiguidade. São Paulo: Editora do Brasil, 2000, p. 24, 25 e 26. Aula 06 11História 2A Democracia em Atenas Gradativamente a camada excluída da sociedade ateniense foi exigindo seus direitos políticos. Pres- sionados, os eupátridas foram obrigados a atender a algumas das reivindicações populares. Em torno de 594 a.C., Sólon, re presentante do partido popular, impôs algumas reformas econômicas. Proibiu a escravidão por dívidas e suprimiu o direito de primogenitura (só os filhos mais velhos tinham direito à herança), entre outras determinações. Porém, Sólon conseguiu descontentar tanto os eupátridas quanto a maioria dos cidadãos, iniciando uma fase de ferrenhas disputas políticas que acabaram culminando com a implantação da tirania. A tirania – exercício do poder pessoal e autoritário – só chegou ao fim em Atenas quando Clís tenes, em 506 a.C., após um longo período de revoltas sociais, re- formou a legislação e introduziu o regime de mocrático. Os princípios básicos da reforma de Clístenes, que originou a democracia em Atenas, foram: concessão de direitos políticos para todos os cidadãos e partici pação direta dos cidadãos no governo. Apesar disso, a maior parte da população não possuía o direito à cidadania. Os metecos (estrangeiros), os escravos e as mu- lheres não eram considerados cidadãos; logo, estavam excluídos do processo de participação política. A cidada nia só era concedida aos homens livres, maio- res de 18 anos, filhos de pais atenienses e nascidos em Atenas. Clístenes instituiu, ainda, o ostracismo, no in- tuito de evitar atitudes tiranas. Aqueles que fossem conside rados inimigos da democracia poderiam ser desterrados (exilados) durante dez anos, perdendo seus direitos políticos. A educação em Atenas, diferentemente do que acontecia na cidade de Esparta, não era voltada ex- clusivamente à guerra. Embora os atenienses também se preocupassem com a formação militar, os jovens só serviam ao exército depois que completassem 18 anos de idade. Antes disso, a família ateniense procurava garantir aos seus filhos uma formação intelectual for- mal, fundamentada nos valores cívicos, que lhes desse condições de se tornarem cidadãos aptos a exercerem seus deveres políticos. Guerras Médicas Os choques entre o expansionismo grego e persa na Ásia Menor acabaram provocando as Guerras Greco-Pérsicas, também chamadas Guerras Médicas (os gregos chamavam os persas de medos). Dario I, imperador persa, desencadeou, em 492 a.C., a Primeira Guerra Médica. Em 490 a.C., o exército persa desembarcou a leste da Península da Ática, nas proximidades da planície de Maratona. A ofensiva das tropas persas foi, no entanto, contida pelo ateniense Milcíades, à frente de 10 000 hoplitas, na Batalha de Maratona. Xerxes, filho de Dario, em 480 a.C. desencadeou a Segunda Guerra Médica. As cidades gregas haviam formado uma simaquia, ou seja, uma aliança defensiva. Mesmo assim, a ofensi- va persa foi avassaladora. Leônidas e os trezentos espartanos resistiram he- roicamente até a morte no desfiladeiro das Termópilas. Atenas foi incendiada. Contudo os gregos obtiveram, comandados por Temístocles, uma vitória na Batalha Naval de Salamina. A ofensiva grega se intensificou na Ásia. Nessas incursões destacou-se o ateniense Címon. O Tratado de Susa ou Paz de Kalias, em 448 a.C., marcou o fim das Guerras Médicas: os persas reco- nheciam a hegemonia dos gregos no mar Egeu e prometiam não atacar mais a Grécia ou suas colônias na Ásia. Apogeu de Atenas Após as Guerras Médicas, Atenas organizou uma liga marítima: a Confederação ou Liga de Delos. Esparta e suas aliadas do Peloponeso não entraram na liga. A Confederação de Delos tinha como principal objetivo a defesa das cidades gregas de um ataque persa. Cada cidade contribuía com homens e, principalmente, dinheiro. Atenas serviu-se da Liga de Delos para se embelezar e se transformar num grande império marítimo e comercial. A democracia escravista ateniense consolidou-se definitivamente com Péricles. De origem nobre, as ideias democráticas de Péricles levaram ao partido popular, cuja chefia exerceu de 461 até sua morte, em 429 a.C. Era um democrata, grande orador, amante das letras, das artes e inimigo da violência. 12 Extensivo Terceirão 06.01. (UFRGS) – Esta a exposição de Heródoto de Túrio, para que bem os acontecimentos provocados pelos homens, com o tempo, sejam apagados, nem as obras grandes e admiráveis, trazidas à luz tanto pelos gregos quanto pelos bárbaros, se tornem sem fama – e, no mais, investigação também da causa pela qual fizeram guerra uns contra os outros. Heródoto, Histórias, 1, 1-5. A narração de Heródoto (480-420 a.C.), considerado o pai da História Ocidental, refere-se a) às guerras médicas – e aos persas. b) à guerra do Peloponeso – e aos espartanos. c) às conquistas de Alexandre, o Grande – e aos egípcios. d) às guerras púnicas – e aos cartagineses. e) à guerra de Troia – e aos troianos. 06.02. (UPF – RS) – A palavra democracia tem origem na Grécia Antiga, mais especificamente em Atenas, e a partir do século XIX ganhou conteúdo diferente. Ao contrário do seu significado atual, na pólis grega, a democracia: a) era exercida de maneira indireta pelos cidadãos, que escolhiam seus representantes políticos por meio de eleições periódicas e regulares. b) permitia a participação do conjunto da população da cidade, reconhecendo o direito político de camponeses e artesãos, que se organizavam em assembleias plebeias livremente eleitas. c) defendia a igualdade de todas as camadas sociais perante a lei, garantindo a todos o direito de participar e votar na Assembleia dos cidadãos, que se reunia na praça da cidade. d) era restritiva em termos de direitos políticos, pois convivia com a escravidão, não permitindo a participação dos estrangeiros e das mulheres. e) não permitia a participação dos militares e guerreiros, considerados incapazes para o exercício da livre discussão e para a tomada de decisões consensuais. 06.03. (FUVEST – SP) – “Num processo em que era acu- sado e a multidão ateniense atuava como juiz, Demós- tenes [orador político, 384-322 a.C.] jogou na cara do adversário [também um orador político] as seguintes críticas: ‘Sou melhor que Ésquines e mais bem nascido; não gostaria de dar a impressão de insultar a pobreza, mas devo dizer que meu quinhão foi, quando criança, frequentar boas escolas e ter bastante fortuna para que a necessidade não me obrigasse a trabalhos vergonhosos. Tu, Ésquines, foi teu destino,quando criança, varrer como um escravo a sala de aula onde teu pai lecionava’. Demóstenes ganhou triunfalmente o processo.” Paul Veyne, História da Vida Privada, I, 1992. Eis as principais instituições na época de Péricles: MOCELLIN, Renato. Para compreender a História. São Paulo: Editora do Brasil, 1997, vol. 03, p. 98. Recrutamento e número Funções Eclésia • Todos os cidadãos inscritos nos registros dos demos. Quorum de 6 000 para qual- quer votação respeitante a pessoas. • Votação e emenda das leis e propostas. • Política externa (alianças, paz, guerras, colocação dos estrategos). • Despesas públicas, eleição de magistrados, atribuição ou destitui- ção da cidadania. Bulé • 500 cidadãos de mais de 30 anos (50 de cada uma das tribos, tirados à sorte, por um ano). • Administração geral. • Preparação das sessões da assembleia. • Fiscalização dos magistrados. • Recepção das embaixadas. • Exame (docimásia). Areópago • Antigos arcontes.• Vitalícios • Funções religiosas. • Não desempenhavam papel político importante durante esse período. Estrategos • Dez, eleitos por um ano, mas reelegíveis. • Comando do exército. • Negociações das tréguas. • Influência primordial graças à sua eleição e eventual reeleição; ao seu acesso à Bulé; ao seu papel na defesa. Testes Assimilação Aula 06 13História 2A A fala de Demóstenes expressa a a) transformação política que fez Atenas retornar ao regime aristocrático depois de derrotar Esparta na Guerra do Peloponeso. b) continuidade dos mesmos valores sociais igualitários que marcaram Atenas a partir do momento em que se tornou uma democracia. c) valorização da independência econômica e do ócio, imperante não só em Atenas, mas em todo o mundo grego antigo. d) decadência moral de Atenas, depois que o poder político na cidade passou a ser exercido pelo partido conservador. e) crítica ao princípio da igualdade entre os cidadãos, mesmo quando a democracia era a forma de governo dominante em Atenas. 06.04. (PUCCAMP – SP) – Considere o texto abaixo. “Do ponto de vista territorial, uma pólis se divide em duas partes: a acrópole [...] e a ágora [...]. No entanto, se perguntássemos a um grego da época clássica o que era a pólis, provavelmente esta não seria sua definição: para ele a pólis não designava um lugar geográfico, mas uma prática política exercida pela comunidade de seus cidadãos. [...] Se no caso da pólis o conceito de cidade não se referia à dimensão espacial da cidade e sim à sua dimensão política, o conceito de cidadão não se refere ao morador da cidade, mas ao indivíduo que, pode participar da vida política.” (ROLNIK, Raquel. O que é cidade. In: PETTA, Nicolina L. e OJEDA, A. B. História, uma abordagem integrada. São Paulo: Moderna, s\d, p. 17) O conhecimento histórico e o texto permitem afirmar que na Grécia Antiga a) a cidadania, direito de participar da vida pública, atingia todos os habitantes da maioria das cidades-estado. b) o equilíbrio de poderes presente nas cidades-estado evitou a ocorrência de conflitos sociais. c) a lei era o resultado de discussões entre os representantes da cidade-estado e definia o direito dos cidadãos. d) a soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era fundamental para a existência da cidade-estado. e) o direito à cidadania e a organização política possibilita- ram a criação da democracia em todo o país. Aperfeiçoamento 06.05. (FPP – PR) – Com o surgimento das primeiras cidades – que remontam 12 mil anos atrás – na convivência social e política, começaram a se destacar algumas pessoas, grupos ou famílias em cargos de liderança, surgindo as primeiras instituições políticas, religiosas e administrativas com a função de coordenar os estoques de alimentos, as práticas e cultos religiosos e a defesa da cidade. Com o passar dos anos, esta organização tornou-se mais complexa e assumiu diferentes formas de atuação e modelos políticos. Sobre as formas políticas desenvolvidas no Ocidente ao longo de sua história, assinale a alternativa correta. a) O significado da palavra democracia atualmente é o mesmo desde a Grécia antiga. b) A democracia ateniense, diferente das democracias mo- dernas, era excludente, pois, metecos, escravos, mulheres e crianças não eram considerados cidadãos. c) A República romana se formou com a ascensão de Júlio Cesar ao cargo de imperador. d) A construção da modernidade envolveu mudanças na maneira de pensar as relações de poder e a política. As teorias de Bodin e Hobbes defendiam um governo democrático e participativo. e) Entre os séculos XVII e XVIII, alguns soberanos europeus, por ideologia e pelas crescentes pressões da população, adotaram como prática de governo, uma postura liberal e democrática. 06.06. (UNICAMP – SP) – Os gregos sentiram paixão pelo humano, por suas capacidades, por sua energia cons- trutiva. Por isso, inventaram a pólis: a comunidade cidadã em cujo espaço artificial, antropocêntrico, não governa a necessidade da natureza, nem a vontade dos deuses, mas a liberdade dos homens, isto é, sua capacidade de raciocinar, de discutir, de escolher e de destituir dirigentes, de criar problemas e propor solu- ções. O nome pelo qual hoje conhecemos essa invenção grega, a mais revolucionária, politicamente falando, que já se produziu na história humana, é democracia. (Adaptado de Fernando Savater, Política para meu filho. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 77.) Assinale a alternativa correta, considerando o texto acima e seus conhecimentos sobre a Grécia Antiga. a) Para os gregos, a cidade era o espaço do exercício da liberdade dos homens e da tirania dos deuses. b) Os gregos inventaram a democracia, que tinha então o mesmo funcionamento do sistema político vigente atualmente no Brasil. c) Para os gregos, a liberdade dos homens era exercida na pólis e estava relacionada à capacidade de invenção da política. d) A democracia foi uma invenção grega que criou proble- mas em função do excesso de liberdade dos homens. 06.07. (FAMERP – SP) – O Ocidente havia conhecido somente três modos de acesso ao poder: o nascimen- to, o mais importante, a riqueza, muito secundário até o século XIII salvo na Roma Antiga, o sorteio, de alcance limitado entre os cidadãos das cidades gregas da Antiguidade. (Jacques Le Goff. Os intelectuais na Idade Média, 1985. Adaptado.) Na democracia ateniense da Antiguidade, havia um modo de exercício do poder político, que consistia no sorteio a) de cidadãos para o exercício de funções administrativas por um curto período de tempo. 14 Extensivo Terceirão b) de indivíduos da população da cidade para participarem da assembleia dos cidadãos na ágora. c) de habitantes mais hábeis militarmente e mais cultos para comporem o conselho político da polis. d) de homens e mulheres descendentes de gregos para governarem a cidade nos tempos de paz. e) de estrangeiros aliados da cidade para auxiliarem os cida- dãos nas decisões concernentes às relações entre as pólis. 06.08. (UDESC) – “Mas, já que estamos a examinar qual é a constituição política perfeita, sendo essa constituição a que mais contribui para a felicidade da cidade... os cidadãos não devem exercer as artes mecânicas nem as profissões mercantis; porque este gênero de vida tem qualquer coisa de vil, e é contrário à virtude. É preciso mesmo, para que sejam verdadeiros cidadãos, que eles não se façam lavradores; porque o descanso lhes é necessário para fazer nascer a virtude em sua alma, e para executar os deveres civis. Aristóteles. A política. Livro IV, cap. VIII. A partir da citação acima e de seus conhecimentos sobre a estrutura político-social da Grécia Antiga, assinale a alter- nativa correta. a) A ideia de democracia grega está ligada ao fato de que todos aqueles que habitavam uma cidade-estado dispu- nham dos mesmos direitos e deveres, uma vez que todos os trabalhos e profissões eram igualmente valorizados. b) A cidadania erauma forma de distinção social porque nem todos os habitantes de uma cidade eram considerados cidadãos. Estrangeiros e mulheres, por exemplo, não dispunham dos direitos de cidadania e não tinham direito a voto nas assembleias. c) As profissões mercantis eram desencorajadas devido à supremacia da Igreja Católica na administração política grega, durante o Período Clássico. Neste período, a usura e o exercício do lucro eram vivamente condenados por ferirem os princípios cristãos. d) Todos os homens que habitavam uma cidade eram con- siderados cidadãos. A cidadania, na Grécia Clássica, era qualificada em ordens, sendo que os proprietários de ter- ras eram cidadãos de primeira ordem e os trabalhadores braçais de segunda ordem. Todos, porém, tinham direito de voz e voto nas assembleias. e) A ideia de cidadania, descrita por Aristóteles, é conside- rada ainda hoje um ideal, uma vez que é plenamente inclusiva e qualifica de forma igualitária todos os trabalhos e profissões. 06.09. (MACK – SP) – A Confederação de Delos, organizada no século V a. C., que chegou a registrar cerca de 400 políeis gregas, está vinculada a) à derrota grega nas Guerras Púnicas e à necessidade de unir forças para enfrentarem um inimigo em comum. b) à extinção do sistema de produção escravista grego e ao caos econômico que tal fato determinou. c) à unificação política das cidades-estados gregas a fim de fazerem frente à invasão macedônica. d) à defesa por parte grega do controle comercial do Medi- terrâneo ocidental diante da ascensão persa. e) à supremacia de Atenas diante das demais cidades gregas após a vitória sobre os macedônios. 06.10. (UPF – RS) – O historiador romano Tácito escreveu sobre o tratamento dado aos cristãos em Roma: “No tempo de Péricles (461-429 a.C), o compareci- mento à assembleia soberana era aberto a todo o cida- dão. A assembleia era um comício ao ar livre que reu- nia centenas de atenienses do sexo masculino, com idade superior a 18 anos. Todos os que compareciam tinham direito de fazer uso da palavra. As decisões da assembleia representavam a palavra final na guerra e na paz, nos tratados, nas finanças, nas legislações, nas obras públicas, no julgamento dos casos mais impor- tantes, na eleição de administradores, enfim na totali- dade das atividades governamentais”. (BRAICK, P. R.; MOTA, M. B. História: Das cavernas ao terceiro milênio. 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2013, p. 102) O texto acima refere-se a Atenas, considerada o berço da Democracia no mundo antigo. Sobre aquele regime demo- crático, está correto afirmar que a) apenas os homens livres, proprietários, nascidos em Atenas, filhos de pais e mães atenienses, eram considerados cida- dãos, com direito à participação direta nas decisões tomadas. b) baseava-se na participação direta de toda a população nas Assembleias Legislativas, que uma vez por ano se reuniam em praça pública, chamada de Ágora, e deliberavam sobre os mais variados assuntos. c) os estrangeiros, bem como os escravos libertos, podiam participar livremente das decisões tomadas nas assembleias, representando seus próprios interesses. d) é um equívoco chamá-lo de democrático, pois negava a participação dos representantes eleitos pelos proprietários de terras. e) como não havia escravos em Atenas, a quase totalidade da população tinha participação política daquela Cidade- -Estado. Aprofundamento 06.11. (UNISC – RS) – Leia o texto a seguir: “Como ocorre na atualidade, também na Antiguida- de [demos] era um termo ambíguo ou polissêmico, já que em certos contextos de uso se referia ao conjunto dos cidadãos, e em outros às pessoas comuns, à parte mais pobre da população”. CARDOSO, Ciro Flamarion S. A Cidade-Estado Antiga. 3. ed. São Paulo: Ática: 1990. p. 84. Apesar das democracias modernas possuírem alguns ele- mentos que remetem à democracia ateniense, na Antiguida- de percebe-se algumas características específicas, conforme sugere o fragmento acima. Aula 06 15História 2A Considere as seguintes afirmativas. I. Os atenienses participavam diretamente das discussões e da tomada de decisões, pelo voto. II. Os escravos eram considerados bárbaros e as mulheres seres inferiores e, portanto, excluídos naturalmente de qual- quer debate. Porém, os estrangeiros gozavam de direitos políticos, desde que participassem dos negócios públicos. III. Na democracia ateniense, nem todos são cidadãos, pois mulheres, escravos e estrangeiros são excluídos da cidadania. IV. Sendo uma democracia representativa, como as moder- nas, os atenienses participavam da Eclésia – a principal assembleia da democracia na Grécia Antiga. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II estão corretas. b) Somente a afirmativa II está correta. c) Somente a afirmativa III está correta. d) Somente a afirmativa IV está correta. e) Somente as afirmativas II e IV estão corretas. 06.12. (FUVEST – SP) – Em relação à ética e à justiça na vida política da Grécia Clássica, é correto afirmar: a) Tratava-se de virtudes que se traduziam na observância da lei, dos costumes e das convenções instituídas pela pólis. b) Foram prerrogativas democráticas que não estavam limitadas aos cidadãos e que também foram estendidas aos comerciantes e estrangeiros. c) Eram princípios fundamentais da política externa, mas suspensos temporariamente após a declaração formal de guerra. d) Foram introduzidas pelos legisladores para reduzir o poder assentado em bases religiosas e para estabelecer critérios racionais de distribuição. e) Adquiriram importância somente no período helenístico, quando houve uma significativa incorporação de elemen- tos da cultura romana. 06.13. (FGV – SP) – (...) a partir do século V a.C., a guerra tornou-se endêmica no Mediterrâneo. Foram séculos de guerra contínua, com maior ou menor intensidade, ao redor de toda a bacia. O trabalho acumulado nos séculos anteriores tornara possível um adensamento dos contatos, um compartilhamento de informações e estruturas sociais, uma organização dos territórios rurais que propiciava a extensão de redes de poder. Foram os pontos centrais dessas redes de poder que animaram o conflito nos séculos seguintes. Norberto Luiz Guarinello. História Antiga, 2013. Sobre esses “séculos de guerra contínua”, é correto afirmar que a) as Guerras Púnicas, entre Atenas e Cartago, foram uma disputa pelo controle comercial sobre o mar Mediterrâ- neo, terminando após três grandes enfrentamentos, com a vitória de Cartago e a hegemonia cartaginesa em todo o Mundo Antigo ocidental. b) as Guerras Macedônicas foram um longo conflito entre o Reino da Macedônia, em aliança com os persas, e o Império Romano, que venceu com muitas dificuldades porque ainda estava em guerra com outros povos. c) as Guerras Médicas, entre persas e gregos, resultaram na vitória dos últimos e, em meio a esses confrontos, permitiram que Atenas liderasse a Liga de Delos, aliança de cidades-Estados gregas com o intuito de combater a presença persa no Mediterrâneo. d) as Campanhas de Alexandre, o Grande, aliado a Esparta e Co- rinto, combateram e venceram as poderosas forças persas e ampliaram os domínios gregos até a Ásia Menor, propagando os princípios da democracia ateniense pelo Mediterrâneo. e) a Guerra do Peloponeso, o mais importante conflito bélico da Antiguidade, envolveu as principais cidades-Estados gregas que, aliadas a Roma, enfrentaram e derrotaram as forças militares cartaginesas. 06.14. (FUVEST – SP) – O aparecimento da pólis constitui, na história do pensamento grego, um acontecimento decisivo. Certamente, no plano intelectual como no domínio das instituições, só no fim alcançará todas as suas consequências; a pólis conhecerá etapas múltiplas e formas variadas. Entretanto, desde seu advento, que se pode situar entre os séculos VIII e VII a.C., marca um começo, uma verdadeira invenção; por ela, a vida social e as relações entreos homens tomam uma forma nova, cuja originalidade será plenamente sentida pelos gregos. Jean-Pierre Vernant. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 1981. Adaptado. De acordo com o texto, na Antiguidade, uma das transfor- mações provocadas pelo surgimento da pólis foi a) o declínio da oralidade, pois, em seu território, toda estratégia de comunicação era baseada na escrita e no uso de imagens. b) o isolamento progressivo de seus membros, que preferiam o convívio familiar às relações travadas nos espaços públicos. c) a manutenção de instituições políticas arcaicas, que reproduziam, nela, o poder absoluto de origem divina do monarca. d) a diversidade linguística e religiosa, pois sua difusa or- ganização social dificultava a construção de identidades culturais. e) a constituição de espaços de expressão e discussão, que ampliavam a divulgação das ações e ideias de seus membros. 06.15. (UFPR) – Considere o excerto de poema espartano do século VII a.C.: [...] Pois não há homem valente no combate, se não suportar a vista da carnificina sangrenta e não atacar, colocando-se de perto. [...] É um bem comum para a cidade e todo o povo, que um homem aguarde, de pés fincados, na primeira fila, encarniçado e todo esquecido da fuga vergonhosa, expondo a sua vida e ânimo sofredor, e, aproximando-se, inspire confiança com suas palavras ao que lhe fica ao lado. (Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. In: Hélade: Antologia da Cultura Gre- ga, Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra / Instituto de Estudos Clássicos, 4. ed., 1982.) 16 Extensivo Terceirão Com base nesse excerto, considere as afirmativas abaixo sobre os valores ressaltados no poema e sobre características da cidade-Estado de Esparta entre os séculos VII e V a.C.: 1. Esparta e Atenas compartilhavam do mesmo ideal mi- litar expresso no poema, motivo pelo qual juntaram es- forços na Liga de Delos. 2. O poema expressa os valores esperados dos soldados espartanos: a coragem, o espírito de combate e a coo- peração com o coletivo. 3. Para sustentar o exército, o Estado espartano formou a Liga do Peloponeso e distribuiu as terras conquistadas entre as cidades-Estado aliadas. 4. Esparta manteve uma elite militar, formada pela educa- ção rígida de suas crianças, que eram controladas pelo Estado e separadas de suas famílias. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 06.16. Péricles, que governou Atenas de 461 a 429 a.C., definiu o sistema político de sua cidade da seguinte maneira: “Vivemos sob uma forma de governo que não se ba- seia nas instituições de nossos vizinhos; ao contrário, servimos de modelo a alguns ao invés de imitar ou- tros. Seu nome, como tudo depende não de poucos, mas da maioria, é democracia”. Porém, para muitos historiadores modernos, ainda que se considere Atenas como local de origem e paradigma da democracia, ela não foi uma democracia modelo, pois exis- tiam grupos sociais que eram excluídos do processo político. Sobre a sociedade e os sistemas políticos da Grécia antiga, é correto afirmar: 01) Diferentemente da vizinha Atenas, a cidade de Esparta adotava uma forma de governo conhecida como oli- garquia ou diarquia. 02) Com Péricles, a democracia ateniense foi ampliada; po- rém seu governo também foi marcado pelo auge do escravismo. 04) Desejando expandir seu sistema político, Atenas sub- meteu Esparta e Tebas e deu aos habitantes dessas duas cidades os mesmos direitos conferidos aos atenienses. 08) Durante o governo de Péricles, os cidadãos atenienses, independentemente da situação econômica de cada um, deveriam participar das assembleias e decisões de governo. 16) Ao se dizer que o sistema político ateniense não era uma “democracia modelo”, faz-se referência ao fato de que apenas uma parte de seus habitantes eram reco- nhecidos como cidadãos. 06.17. (UNESP – SP) – Analise a letra da canção “Mulheres de Atenas”, de Chico Buarque e Augusto Boal, composta em 1976, para responder à questão abaixo. Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas Quando amadas, se perfumam Se banham com leite, se arrumam Suas melenas Quando fustigadas não choram Se ajoelham, pedem, imploram Mais duras penas Cadenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas Quando eles embarcam, soldados Elas tecem longos bordados Mil quarentenas E quando eles voltam sedentos Querem arrancar violentos Carícias plenas Obscenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas Quando eles se entopem de vinho Costumam buscar o carinho De outras falenas Mas no fim da noite, aos pedaços Quase sempre voltam pros braços De suas pequenas Helenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas Elas não têm gosto ou vontade Nem defeito nem qualidade Têm medo apenas Não têm sonhos, só têm presságios O seu homem, mares, naufrágios Lindas sirenas Morenas [...] (Chico Buarque, letra e música, 1989.) a) Cite duas referências míticas presentes na canção. Aula 06 17História 2A Gabarito 06.01. a 06.02. d 06.03. c 06.04. d 06.05. b 06.06. c 06.07. a 06.08. b 06.09. d 06.10. a 06.11. c 06.12. a 06.13. c 06.14. e 06.15. b 06.16. 27 (01 + 02 + 08 + 16) 06.17 a) A palavra “falenas”, na 3.ª estrofe, faz re- ferência às sereias, figuras lendárias da mitologia grega. Na 4.ª estrofe, há uma referências aos “presságios” presentes na mitologia grega em famosas histó- rias como a do Oráculo de Delfos. b) As mulheres atenienses não eram consideradas cidadãs e, logo, não participavam da democracia (4.ª es- trofe, 3.ª linha) e eram vistas como meras reprodutoras de novos ate- nienses (4.ª estrofe, 2.ª linha). 06.18. 11 (01 + 02 + 08) 06.19. 20 (04 + 16) b) Identifique duas características da condição da mulher na Atenas antiga, citando o trecho da canção que as menciona. 06.18. (UEM – PR) – A civilização grega clássica acumulou notável desenvolvimento cultural e influenciou a formação cultural e histórica do Ocidente. O século V a.C., conhecido como o século de Péricles, marca a introdução de diversas contribuições acerca das quais é correto afirmar: 01) O pensamento grego desse período caracteriza-se por nítido antropocentrismo e pelo racionalismo. Lega, as- sim, contribuições importantes para a filosofia, a mate- mática, o teatro, a arquitetura e a música. 02) O humanismo dos gregos antigos valoriza a razão, a simplicidade, a harmonia e a ordem. Tal forma de pen- sar influencia a concepção que empregavam ao dese- nhar as cidades (pólis) e suas construções. 04) Em Atenas, naquele período, viceja uma forma pionei- ra de monoteísmo, dedicada ao culto do deus Cronos, que influenciou os israelitas no período do exílio e a elaboração da Bíblia. 08) A filosofia grega não começa propriamente na Grécia continental, mas, sobretudo, nas colônias gregas da Jônia e da Magna Grécia. Os primeiros filósofos foram considerados pré-socráticos quando a divisão da filo- sofia centrou-se na figura de Sócrates, que é ateniense. 16) A cidade-estado de Atenas é um paradigma de demo- cracia. Por um lado, incorpora a participação de homens e mulheres adultos. Por outro, combinando a participação direta em assembleias públicas com o sufrágio decorrente das urnas, lançou as bases para a democracia moderna. Desafio 06.19. (UFSC) – Entre os pobres muitos se dirigem a terras estranhas, vendidos e cobertos de correntes [...]. Quantos dos que tinham sido vendidos, uns injusta- mente, outros com justiça, fiz voltar para Atenas, sua pátria, fundada pelos deuses [...]. Dei liberdade a outros que, aqui mesmo (emAtenas), sofriam servidão indigna e tremiam diante do humor dos patrões. Eis o que realizei, graças à soberania da lei, fazendo com que a força e a justiça agissem concordemente. Sólon, Elegias. Apud HOLANDA, S. Buarque de. História da Civilização. 6. ed. São Paulo: Nacional, 1979. p. 58. Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre a sociedade e a democracia ateniense, assinale a(s) propo- sição(ões) CORRETA(S). 01) Na experiência democrática vivida pelos atenienses du- rante o período helenístico, a escravidão foi eliminada através da legislação elaborada por Sólon, sobreviven- do apenas a servidão voluntária. 02) As leis de Sólon, consideradas avançadas para a épo- ca da sua promulgação, admitiam a escravização dos endividados ou filhos de escravos, pois a perda de di- reitos individuais não feria os princípios da democracia ateniense. 04) Na sociedade ateniense, as três principais classes so- ciais eram representadas por: cidadãos nobres, homens livres nascidos de pai e mãe ateniense; metecos, estran- geiros autorizados a viver na Ática; e escravos, prisionei- ros de guerra ou filhos de escravos. 08) Drácon publicou as primeiras leis escritas em Atenas e com elas reforçou o direito dos nobres de interpretar as leis segundo as próprias conveniências, dando origem à ti- rania e ao adjetivo “draconiano”, que significa severo, rígido. 16) As manifestações de descontentamento com as leis de Drácon fez com que a administração de Atenas fosse confiada ao arconte Sólon, que realizou importantes reformas: proibiu a escravização de pessoas endivi- dadas e perdoou as dívidas dos pequenos lavradores, devolvendo-lhes as terras perdidas. 18 Extensivo Terceirão História 2A Civilização grega III Aula 07 Vimos que, após a vitória grega sobre os persas nas Guerras Médicas, Atenas liderou a chamada Liga ou Confede- ração de Delos, reunindo cidades gregas aliadas com o objetivo de fortalecer militarmente a Grécia. As cidades aliadas deveriam contribuir enviando recursos financeiros para Atenas. Os atenienses, no entanto, utilizaram esses recursos em benefício próprio e consolidaram a cidade de Atenas como um grande império marítimo e comercial. Desta forma Atenas exerceu, em meados do século V a.C., a hegemonia sobre o mundo grego, o chamado Imperialismo Ateniense. Esparta e suas aliadas do Peloponeso não participaram da Liga de Delos e não aceitaram a hegemonia ateniense sobre o mundo grego. Os espartanos formaram a Liga do Peloponeso, contando com aliados das cidades de Tebas, Corinto e Megara, imbuídos em derrotar Atenas. A rivalidade entre as cidades gregas desencadeou a chamada Guerra do Peloponeso, conflito que se estendeu por 27 anos e terminou com a vitória de Esparta sobre Atenas no ano de 404 a.C., dando início à hegemonia de Esparta sobre o mundo grego. Atenas foi atingida pela peste, traída por Alcebíades e fracassou ao tentar tomar Siracusa. Finalmente foi vencida pelos espartanos que re- ceberam ajuda financeira dos antigos inimigos persas e da esquadra de Corinto. O período de hegemonia espartana foi efêmero, pois as mesmas cidades que lutaram contra Atenas se voltaram também contra a hegemonia espartana e, lideradas por Tebas, venceram a antiga aliada na Batalha de Leuctras (371 a.C.). Em seguida, os tebanos são derrotados pelos atenienses, em 362 a.C., na batalha de Mantineia, na qual morreu o célebre general tebano Epaminondas. Todo esse conflito envolvendo as principais cidades gregas teve como principal consequên- cia o enfraquecimento militar do mundo grego. Ou seja, após décadas de intensos combates as cidades gregas estavam exauridas e o território vulnerável, abrindo caminho para as conquistas de Filipe II da Macedônia. Império macedônico Situada ao norte da Grécia, a Macedônia foi, durante muito tempo, um pequeno reino. Filipe II, ao realizar, no século IV a.C., a centralização político-mili tar, lançou os fundamentos do Império Macedônico. Em 338 a.C., Filipe II conquistou a Grécia na Batalha de Quero neia. Dois anos mais tarde (336), foi assassinado por um dos seus oficiais. Foi sucedido pelo seu filho Alexandre que, com apenas 20 anos de idade, herdou o trono imperial. Após dominar com muita energia várias revoltas de cidades gregas, Alexandre lançou-se (334) à conquista do Império Persa. Em 10 anos de batalhas espetaculares, fundou um dos maiores impérios de todos os tempos: da Macedônia ao oceano Índico, do Egito até a Índia. Mas Alexandre morreu repentinamente, na Babilônia (323 a.C.), com apenas 33 anos de idade. Após a morte de Alexandre, seu grandioso império se desintegrou devido às ambições de seus generais e também em função da falta de solidez desse efêmero império mundial. Hoplitas (guerreiros espartanos) em ação no monte Itome, Península do Peloponeso Gl ow Im ag es /A rt Im ag es A rc hi ve Aula 07 19História 2A Processo de helenização no Oriente Alexandre conquistou o mundo, a fim de unificá-lo. Levou à Ásia filósofos e enge- nheiros, que fundaram cidades helênicas por onde passaram as tropas vitoriosas. As consequências imediatas da política de Alexandre foram: a circulação das riquezas asiáticas; o desen- volvimento das relações Europa-Oriente, com am- pliação das rotas comerciais e fundação de portos e cidades; fusão de povos (casamentos entre helenos e orientais); difusão da língua, da arte e do pensa- mento helênicos (gregos). A escultura e a pintura tornaram-se mais realis- tas, a arquitetura adquiriu luxo e grandiosidade e as ciências sofreram um grande impulso. Destaques: nas artes, as obras Vênus de Milo, Vitória de Samotrácia, Colosso de Rodes, etc. Na Filosofia: o estoicismo e o epicurismo; na Matemática: Euclides; na Física: Arquimedes; na Astronomia: Aristarco. No período helenístico, a cidade de Alexandria, no Egito, ficou famosa por seus museus e por sua biblioteca de 500 000 obras. Cultura grega É indiscutível que os gregos, mais do que qualquer outro povo, moldaram a nossa cultura ocidental. O poeta inglês Shelley exclamou: “Somos todos gregos. Nossas leis, nossa literatura, nossa religião, nossas artes têm suas raízes na Grécia”. Deixando de lado os exageros, o grande poeta estava certo. Artes Período geométrico (900/700 a.C.) É chamado de geométrico devido ao estilo das ce- râmicas que eram decoradas com desenhos abstra tos: triângulos, formas em xadrez e círculos concên tricos. Templos de madeira ou de tijolos crus; esculturas de terracota (terra cozida); aspecto geral pobre.Cor el S to ck P ho to s Conquistas de Alexandre Magno M ar ilu d e So uz a CC 20 Extensivo Terceirão Período arcaico (700/480 a.C.) Os pintores de vasos procu ram contar histórias. Ri- queza de conhecimentos anatômicos e a surpreendente ilusão de existirem três dimensões. A forma da escultura e da pintura era determinada pela éti ca da nobreza e pelo ideal aris tocrático de be- leza corporal e espiritual (o belo é bom). Na escultura, a influência egípcia. Grandes estátuas ar caicas de jovens (kouros) e de donzelas (koré). Na arquitetura, a constru ção de edifícios inteiramen- te de pedras. Aumento das di mensões e definem-se as duas ordens principais: a dórica e a jônica. Período clássico (480/323 a.C.) A arquitetura grega foi talvez a mais original da história. Os gregos empregaram mármores e pedras. O apogeu aconteceu no século V a.C., chamado Século de Péricles, quando Atenas viu a Acrópole receber belas construções, como o Partenon, cujo friso foi esculpido por Fídias e tinha estilo dórico. A arquitetura grega apresentava três estilos: dóri co, jônico e coríntio. É fácil diferenciar os três estilos pelo capitel (parte superior) das colunas. Observe: dórico: simples, apenas com uma placa de mámore; jônico: forma- do por volutas (adornos em esperial); coríntio: tem forma de sino invertido envol- vido por folhas de acanto. Na escultura, embora empre gassem madeira, terra- cota e
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