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HISTÓRIA C

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1
Formação do território brasileiro
História
2C05
Aula 
Primeira “fronteira” do Brasil
Com a notícia da “descoberta” de novas terras, em 
1492, realizada por Cristóvão Colombo, que estava a 
serviço da Espanha, os reis Fernando e Isabel trataram de 
garantir a posse desse novo patrimônio. Para isso, pediram 
ajuda ao papa Alexandre VI, que era espanhol. Em 1493, o 
Papa editou a Bula Inter Coetera, determinando a divisão 
do mundo em duas partes, cabendo aos espanhóis todas 
as terras situadas a oeste de uma linha imaginária, que 
passaria a 100 léguas das ilhas de Cabo Verde.
Portugal contestou a bula papal e, após inúmeras 
negociações, conseguiu estender a linha imaginária 
para 370 léguas. Tal acordo foi firmado no Tratado de 
Tordesilhas, assinado em 1494.
Brasil – Principais Entradas
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Assim, quando Portugal iniciou a colonização das 
terras brasileiras, em 1530, o território da Colônia 
limitava-se ao norte com o local onde hoje se encontra 
a cidade de Belém e ao sul com o lugar onde hoje se 
encontra a cidade de Laguna.
Durante todo o século XVI, a presença portuguesa 
restringiu-se ao litoral e à pequena faixa interiorana. 
Porém, a partir do século XVII, à ação colonizadora por-
tuguesa começou a avançar para o interior, alterando 
profundamente o mapa da Colônia e dando ao país 
praticamente a feição atual.
Ocupação do interior do 
Nordeste no Período Colonial
O principal fator de ocupação do interior do Nordeste 
foi a criação de gado, inicialmente uma atividade com-
plementar à do açúcar. No entanto, com a expansão dos 
engenhos, as terras do litoral começaram a escassear e, 
com isso, as áreas para pasto. Em face disso, os criadores 
de gado foram buscando novas áreas, seguindo os 
cursos dos rios e penetrando pelo sertão.
Aproveitando-se da vantagem de a criação de gado 
exigir baixos investimentos e pouca mão de obra – que 
foi predominantemente livre –, o negócio expandiu-se 
em torno do rio São Francisco e do Parnaíba, ocupando 
as regiões da Bahia, Pernambuco, Piauí e Maranhão. 
Cidades, como Feira de Santana e outras, tornaram-se 
importantes feiras de gado.
Brasil – Pecuária
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Ocupação do vale amazônico
Embora pertencente aos espanhóis, a região amazônica começou a ser visitada pelos portugueses a partir do 
século XVII. Coube aos jesuítas a primazia da ocupação do vale amazônico. Enquanto uns ficavam nas missões, outros 
embrenhavam-se pela floresta em busca de especiarias e drogas, com o objetivo de exportar para a Europa e obter 
rendimentos para sustentar a manutenção dos núcleos religiosos. Produtos, como resinas aromáticas, condimentos e 
ervas medicinais, alcançavam bons preços no mercado externo e eram obtidos pelos jesuítas com o auxílio dos índios.
Também expedições militares, visando a preservar a região da presença de holandeses e franceses, foram um fator 
de ocupação do território.
Em 1637, uma expedição comandada por Pedro Teixeira percorreu o rio Amazonas, da Foz até o Equador, fazendo 
um detalhado levantamento da região. No final do século XVIII, a presença portuguesa já era bem consistente em boa 
parte do território amazônico.
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Exploração da Amazônia
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O gado foi um importante elemento para ocupação 
territorial e interligação entre regiões que começavam a 
ser ocupadas. Como uma “riqueza móvel”, o gado desloca-
va-se para lugares onde podia ser comercializado. Assim, 
do litoral nordestino, os rebanhos de gado subiram o rio 
São Francisco e atingiram a região das Minas Gerais, onde, 
durante o século XVIII, contribuíram para a economia do 
ouro que lá se desenvolvia.
Neste contexto, destacaram-se os tropeiros, res-
ponsáveis pelo comércio de cavalos e mulas, além de 
charque, para a região das minas. Sorocaba, em São 
Paulo, tornou-se um importante entreposto desses 
produtos, assim como foi Feira de Santana, no Nor-
deste. A importância maior, porém, foi a abertura de 
estradas e a fundação de vilas, ao longo do trajeto dos 
tropeiros. As vilas originaram-se dos locais de pouso e 
das feiras de troca e abastecimento. Cidades como a 
Lapa, Campo Largo, Castro e Ponta Grossa, no Paraná, 
Lages em SC, e Itapetininga, Itararé, Avaré e Sorocaba, 
em São Paulo, surgiram graças ao tropeirismo.
Também a região Sul teve parte de sua ocupação 
relacionada à criação de gado. Os rebanhos dessas 
áreas do sul do território brasileiro foram trazidos pelos 
jesuítas. Espalhados pelas regiões dos pampas, forma-
ram rebanhos selvagens. Mais tarde, impulsionaram a 
ocupação e o desenvolvimento econômico, primeiro 
com a exploração do couro e depois com a do charque.
DEBRET, Jean-Baptiste. O jaguaricatu. 1827. 1 aquarela sobre papel, color.; 
14,4 cm x 21,8 cm. Coleção Geneviéve e Jean Boghici, Rio de Janeiro.
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 Tropas de mulas, século XVIII
2 Extensivo Terceirão
Missões
Os jesuítas vieram ao Brasil com a tarefa de cate-
quizar os índios. Após algumas experiências frustradas 
de proceder à conversão dos nativos atuando em 
suas próprias aldeias, os jesuítas começaram a confinar 
os índios em locais onde eles pudessem estar constante-
mente sob a “vigilância” dos padres. Eram as missões.
Os jesuítas construíram missões ao longo dos territó-
rios do Paraguai, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, 
Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará e Maranhão. Nessas 
missões, os índios aprendiam a 
ler, a escrever, a cantar, a plan-
tar e, principalmente, a fé cristã.
As missões existiram até a segunda metade do século 
XVIII, quando, por ordem do Marquês de Pombal, os 
jesuítas foram expulsos das terras portuguesas.
As missões deram origem a importantes núcleos 
populacionais. Além disso, foram alvo da ação dos pre- 
dadores de índios, que abriram caminho pelos sertões até 
chegarem às missões. Por fim, a destruição dos aldeamen-
tos jesuíticos no Sul liberou seus rebanhos bovinos, que se 
espalharam pelos pampas. Todos esses fatores contribuíram 
para que os portugueses explorassem as terras do interior 
do Brasil, ampliando, dessa forma, a ocupação territorial.
Bandeiras
As bandeiras foram expedições particulares que, 
partindo de São Vicente, percorreram os sertões brasilei-
ros em busca de índios e de metais preciosos.
A população desta região foi trazida, originalmente, 
por Martim Afonso de Sousa, com o objetivo de coloni-
zar as terras por meio da produção de açúcar.
Porém, a distância de Portugal e a dificuldade em obter 
mão de obra escrava, além da concorrência do açúcar nor-
destino, provocaram o rápido declínio da região, forçando a 
população a estruturar outra atividade para sobreviver.
As bandeiras foram organizadas no decorrer do sé-
culo XVII e chegaram a reunir milhares de pessoas, entre 
brancos, índios e mamelucos. Quase todas as bandeiras 
partiam de São Paulo, aproveitando o curso dos rios.
PERFIL TOPOGRÁFICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
(Sentido Sudeste – Nordeste)
1 400
1 200
1 000
800
400
Planalto Arenito-Basáltico 
(Planalto Ocidental Cuesta de 
Botucatu
Depressão 
Periférica
Planalto 
Atlântico Serra 
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l.Os bandeirantes nor-
malmente andavam a 
pé e descalços. Vestiam 
camisa, chapéu de abas 
largas, ceroulas e gibões 
de algodão acolchoado. 
A alimentação consistia 
em um cardápio pou-
co convencional, como 
formigas, larvas, cobras, 
ratos, além de mel, palmito e frutas. A disciplina era 
rígida e as execuções, frequentes.
 Bandeirante
As bandeiras podem ser agrupadas em ciclos. O primei-
ro, ainda tímido, limitando-se a áreas não muito distantes 
do litoral, foi o ciclo do ouro de aluvião. Essa atividade 
bandeirante teve efeitos colonizadores no litoral do Paraná
Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, junto 
com o Governador Geral Tomé de Sousa. Chefia-
dos por Manuel da Nóbrega, fundaram colégios e 
missões. José de Anchietae Antônio Vieira foram 
outros jesuítas importantes. Além de atuarem por 
todo o território da colônia portuguesa, catequizan-
do os índios e participando da economia, como na 
extração das drogas do sertão, no vale amazônico, 
tiveram papel notável no Sul do Brasil, nos domínios 
espanhóis, com as missões ou reduções, dentre as 
quais se destacavam os “sete povos das missões”.
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Brasil – Missões Jesuíticas
Autoria desconhecida. Anchieta escreve seu 
poema nas areias de Iperoig. [s.d.]. Museu 
do Pátio do Colégio, São Paulo. In.: História 
do Brasil, ed. Folha de São Paulo, 1997, 
S.Paulo/SP. Reprodução de Vida Ilustrada 
do Padre Anchieta, padre Frota Gentil, Rio 
de Janeiro/RJ. 
 Anchieta foi um dos mais impor-
tantes jesuítas a desembarcar no 
Brasil para realizar a catequese.
Aula 05
3História 2C
e Santa Catarina. Seguidores dos 
primeiros vicentinos prosseguiram 
explorando a região e fundaram as 
vilas de Paranaguá, São Francisco 
do Sul, Nossa Senhora do Desterro 
e Laguna.
A necessidade de mão de obra 
para a lavoura da região paulista 
(onde se produziam vários artigos 
para consumo e venda, como o 
trigo) e também para abastecer os 
engenhos da Bahia, privados de 
escravos durante a ocupação holan-
desa, estimulou a formação de ex-
pedições que deram origem ao ciclo 
de caça ao índio. Essas expedições 
visavam principalmente às missões 
jesuíticas, nas quais os índios já se 
encontravam aculturados.
Além desses ciclos, os paulistas realizaram o sertanismo de contrato, 
que eram expedições contratadas para combater tribos indígenas rebe-
ladas e quilombos, como a liderada por Domingos Jorge Velho, que des-
truiu o Quilombo dos Palmares.
Ainda existiram as monções, expedições fluviais com objetivos co-
merciais, que transportavam mercadorias para as novas minas de Goiás 
e Mato Grosso. Foi o último prolongamento das bandeiras.
Bandeirantes no Sul do Brasil
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Monções Os Palmares do Nordeste
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A interiorização das bandeiras ocorrida no ciclo de caça ao índio abriu 
caminho para as grandes jazidas de ouro na região das Minas Gerais, Goiás 
e Mato Grosso. Antônio Rodrigues Arzão teria sido o pioneiro, ao descobrir 
ouro em Cataguases, em 1693. Começava, pelas mãos dos bandeirantes, o 
grande ciclo do ouro e do diamante.
4 Extensivo Terceirão
Assimilação
05.01. (UFV – MG) – Em finais do século XVI e durante o 
século XVII, inúmeras expedições percorreram os sertões 
brasileiros, partindo principalmente da Capitania de São 
Paulo. Tais expedições ficaram conhecidas como “bandeiras”, 
e seus componentes, “bandeirantes”. O objetivo principal das 
bandeiras era:
a) encontrar um novo caminho para as Índias Orientais.
b) abastecer as regiões mineradoras das Minas Gerais.
c) combater as incursões dos colonos espanhóis na fronteira 
do Rio Grande do Sul.
d) destruir os quilombos de escravos fugidos das grandes 
fazendas de café.
e) apresar índios e buscar ouro e pedras preciosas.
05.02. (UNIVALI – SC) – As expedições chamadas de entra-
das e bandeiras tinham como objetivo a procura de riquezas 
minerais e/ou a caça ao índio, para escravizá-lo e vendê-lo 
no litoral. O papel histórico das entradas e bandeiras pode 
ser assim resumido:
a) Determinaram a ocupação efetiva do interior do Brasil e 
deram ao nosso país sua atual configuração geográfica.
b) Contribuíram para a implantação de uma nova política 
colonizadora, aproximando índios e colonos.
c) Iniciaram o aproveitamento verdadeiro das terras agrícolas 
do oeste, mudando a situação econômica da colônia.
d) Por razões políticas e econômicas, contribuíram para a mu-
dança da capital do vice-reino, do Rio de Janeiro para a Bahia.
e) Respeitaram o meridiano de Tordesilhas, evitan do, assim, 
conflitos armados entre portugueses e espanhóis.
05.03. (FUVEST – SP) – Durante o período colonial, o Estado 
português deu suporte legal a guerras contra os povos indí-
genas do Brasil, sob diversas alegações; derivou daí a guerra 
justa, que fundamentou:
a) o genocídio dos povos indígenas, que era, no fundo, a ver-
dadeira intenção da Igreja, do Estado e dos colonizadores.
b) a criação dos aldeamentos pelos jesuítas em toda a colô-
nia, protegendo os indígenas dos portugueses.
c) o extermínio dos povos indígenas do sertão, quando, no 
século XVII, a lavoura açucareira aí penetrou, depois de 
ter ocupado todas as áreas litorâneas.
d) a escravidão dos índios, pois, desde a Antiguidade, 
reconhecia-se o direito de matar o prisioneiro de guerra 
ou escravizá-lo.
e) uma espécie de “limpeza étnica”, como se diz hoje, para 
garantir o predomínio do homem branco na colônia.
05.04. (FUVEST – SP) – Qual destas definições expressa 
melhor o que foram as bandeiras?
a) Expedições financiadas pela Coroa que se propu nham 
exclusivamente a descobrir metais e pedras preciosas.
b) Movimento de fundo catequético, liderado por jesuítas 
para a formação de uma nação indígena cristã.
c) Expedições particulares que apresavam os índios e pro-
curavam metais e pedras preciosas.
d) Empresas organizadas com o objetivo de conquistar as 
áreas litorâneas e ribeirinhas.
e) Incursões de portugueses para atrair tribos indí genas para 
serem catequizadas pelos jesuítas.
Aperfeiçoamento
05.05. O mapa a seguir constitui-se como um documento 
do século XVII e revela o Brasil conhecido e cartografado 
naquele contexto. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, muitas 
atividades propiciaram o aumento do espaço conhecido e 
habitado do território hoje chamado Brasil.
Fonte: Cartografia Biblioteca Nacional, disponível em https://goo.gl/7ifakx
Este é o Mapa de João Teixeira Albernaz II, intitulado Província do 
Brasil, datado de 1666. Ali é possível ver o litoral do Brasil, desde 
a Barra do Pará, até o Rio Grande, incluindo algumas missões 
jesuíticas na fronteira do Rio da Prata.
A respeito da expansão territorial, assinale a alternativa 
CORRETA: 
a) A pecuária desempenhou um importante papel para 
o povoamento do Sertão e com o tempo, os vaqueiros 
seguiram o curso dos rios, especialmente do rio São 
Francisco. 
Testes
Aula 05
5História 2C
b) O desconhecimento em relação às bacias hidrográficas 
existentes, fez com que a ocupação se mantivesse restrita 
ao litoral da Colônia. 
c) Os jesuítas instalaram suas missões na região nordeste, 
visto que a Coroa Portuguesa proibia a presença das 
aldeias na região ao sul do Rio de Janeiro. 
d) A colonização portuguesa manteve-se localizada na re-
gião nordeste, permanecendo as terras abaixo do Trópico 
de Capricórnio dominadas pela Espanha. 
e) Não houve nenhuma ocupação da região da Amazônia, o 
que fez com que esta parte do Brasil ficasse inexplorada 
até o final do século XIX. 
05.06. (PUC – SP) – As Bandeiras utilizaram amplamente 
os rios para penetrar no território brasileiro e atingir regiões 
distantes do litoral. Entre suas funções, é possível afirmar que: 
a) estavam intimamente ligadas ao tráfico negreiro e bus-
cavam o interior para vender escravos africanos para 
aldeias indígenas;
b) opunham-se às tentativas de catequização de índios pelos 
jesuítas por considerar os índios destituídos de alma;
c) procuravam, a mando da metrópole portuguesa, pedras 
e metais preciosos no interior do Brasil e no leito dos rios 
que navegavam; 
d) fundavam cidades ao longo dos rios e dos caminhos que 
percorriam e garantiam, posteriormente, seu abasteci-
mento de alimentos; 
e) eram contratadas, por senhores de terras, para perseguir 
escravos fugitivos e destruir quilombos.
05.07. (UFES) – O processo de expansão da conquista ter-
ritorial que culminou com a incorporação da Amazônia ao 
domínio português esteve vinculado a diferentes situações. 
NÃO faz parte desse contexto o (a):
a) iniciativade colonos que se aventuravam na coleta de 
recursos naturais da região, como as “drogas do sertão”. 
Ou formavam as “tropas de resgate”.
b) implantação da grande lavoura canavieira com base no 
latifúndio e no trabalho escravo negro, voltada para o 
mercado externo.
c) conflito entre colonos e missionários que tinham, a res-
peito da população indígena, interesses diversificados.
d) prática de uma política oficial adotada pela Coroa, que 
incentivava o movimento expansionista e fazia realizar 
expedições para o reconhecimento da área.
e) ação das Ordens Religiosas que buscavam os indígenas 
para nucleá-los e catequizá-los, estabelecendo missões 
ou aldeamentos. 
05.08. (FUVEST – SP) – A criação, em território brasileiro, de 
gado e de muares (mulas e burros), na época da colonização 
portuguesa, caracterizou-se por
a) ser independente das demais atividades econômicas 
voltadas para a exportação.
b) ser responsável pelo surgimento de uma nova classe de 
proprietários que se opunham à escravidão.
c) ter estimulado a exportação de carne para a metrópole 
e a importação de escravos africanos.
d) ter-se desenvolvido, em função de mercado interno, em 
diferentes áreas no interior da colônia.
e) ter realizado os projetos da Coroa portuguesa para inten-
sificar o povoamento do interior da colônia.
05.09. (MACK – SP) – “Os bandeirantes foram roman-
tizados (...) e postos como símbolo dos paulistas e 
do progresso, associação enobrecedora. A simbologia 
bandeirante servia para construir a imagem da trajetória 
paulista como um único e decidido percurso rumo ao 
progresso, encobrindo conflitos e diferenças.”
Apud, K. Maria. In: Matos, M. I. S. de São Paulo e Adoniram Barbosa
Ainda que essa imagem idealizada do bandeirante tenha 
sido uma construção ideológica, sua importância, no período 
colonial brasileiro, decorre: 
a) de sua iniciativa em atender à demanda de mão de 
obra escrava do Brasil Holandês, durante o governo 
de Maurício de Nassau.
b) de sua extrema habilidade para lidar com o nativo 
hostil, garantindo sua colaboração espontânea na 
busca pelo ouro.
c) de sua colaboração no processo de expansão territorial 
brasileira, à medida que ultrapassou o Tratado de Torde-
silhas e fundou povoados, garantindo, futuramente, o 
direito de Portugal sobre essas terras.
d) de sua atuação decisiva na insurreição Pernambucana, 
que resultou na expulsão dos holandeses do nordeste, 
em 1654, considerada como o primeiro movimento de 
cunho emancipacionista da colônia.
e) da colaboração dos mesmos na formação das Missões 
Jesuíticas, cujo objetivo era a proteção e catequização de 
índios tupis, obstáculo à ocupação do território colonial.
05.10. (PUCCAMP – SP) – 
Se a obra historiográfica de Sérgio Buarque de Hollan-
da foi um olhar para o passado brasileiro a partir da 
História de São Paulo (as monções, as entradas e ban-
deiras, os caminhos e fronteiras) entre a generalidade 
do ensaio, em Raízes do Brasil, e a sistematização 
acadêmica de sua produção na USP, a cidade do Rio 
de Janeiro funda um universo poético e um horizon-
te criativo inteiramente novos em Chico Buarque, no 
cruzamento das atividades do “morro” (o samba, so-
bretudo) com as da “cidade” (A Bossa Nova e a vida 
intelectual do circuito Zona Sul).
FIGUEIREDO, Luciano (org). História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da 
Palavra, 2013, p. 451.
As entradas e bandeiras, durante o Período Colonial, foram 
expedições 
a) contratadas pelos donatários das capitanias, a fim de 
mapear as populações indígenas que habitavam a região 
e instalar missões e aldeias visando à sua pacificação, 
etapa indispensável para o sucesso do empreendimento 
colonial. 
6 Extensivo Terceirão
b) idealizadas por autoridades coloniais e pelos primeiros 
moradores instalados na Vila de São Paulo, com o objetivo 
principal de combater os colonizadores espanhóis que vi-
nham desrespeitando os limites do Tratado de Tordesilhas 
e tomando-lhes as minas de ouro e prata. 
c) planejadas pelos brancos colonizadores, empreendedores 
particulares ou encarregados da Coroa, compostas de 
dezenas de índios e mestiços contratados para desbravar o 
“sertão” e viabilizar rotas comerciais de minérios, especiarias 
e gado entre as isoladas vilas do interior. 
d) articuladas e executadas pelos bandeirantes, a mando da 
Coroa, da Igreja Católica ou por iniciativa própria, a fim de 
assegurar o controle português das minas de ouro e o plantio 
em terras férteis, dizimando índios hostis e fundando vilas 
jesuíticas para o branqueamento da população. 
e) organizadas e financiadas, respectivamente, pela Coroa 
Portuguesa e por particulares, em busca de metais preciosos, 
do apresamento de indígenas e da efetivação da posse das 
terras por colonizadores portugueses. 
Aprofundamento
05.11. (UNESP – SP) – Observe o mapa e responda:
Atlas histórico escolar. Fename/MEC, 1980. (Adaptado).
a) O meridiano de Tordesilhas, enquanto esteve em vigor, 
obstruiu a efetiva ocupação do interior do território 
brasileiro.
b) As riquezas do Vice-Reinado do Rio da Prata atraíram 
muitos aventureiros em busca de fortuna fácil e que 
acabaram por se fixar na região sul do Brasil.
c) A busca por pau-brasil e terras férteis para a cana-de- 
-açúcar impulsionou a derrubada da mata atlântica e a 
fixação do colonizador no sertão nordestino.
d) Apesar do aspecto extensivo da atividade, a pecuária 
desempenhou importante papel no processo de inte-
riorização da ocupação.
e) O intenso povoamento da região Norte causou sérios 
problemas para a Metrópole, que não dispunha de meios 
para abastecer a área.
05.12. (UFSCAR – SP) – A respeito da ocupação do território 
brasileiro, foram feitas as quatro observações seguintes:
I. Iniciou-se pela nascente do rio Amazonas.
II. Seguiu os cursos dos rios em direção ao interior.
III. Foi decorrência da penetração do gado, da busca de 
metais preciosos e da exploração de drogas do sertão.
IV. Significou a criação de vilas e cidades na região do pla-
nalto central.
Pode-se afirmar que estão corretas:
a) I e II, apenas b) I, II e III, apenas
c) I, II, III e IV d) II e III, apenas
e) III e IV, apenas
05.13. Nos fins de 1700 encerrou-se o Ciclo do Bandeirantismo: 
nesta altura as conquistas dos aventureiros paulistas resultam 
em significativas alterações na vida, na História e na Geografia 
brasileira. Das alterações relacionadas a seguir:
I. surgimento de importante centro de povoamento no 
interior das Minas Gerais;
II. transferência do polo administrativo do Sul para mais ao 
Norte, isto é, do Rio de Janeiro para Salvador;
III. posse efetiva das terras a Oeste do Meridiano de Tordesi-
lhas (apesar do “tratado”), que daí passou a praticamente 
toda a região central do nosso atual território.
Escreve-se corretamente em:
a) I e II apenas
b) I e III apenas 
c) II e III apenas
d) I, II e III 
e) nenhuma delas
05.14. (UNESP – SP) – “Nossa milícia, Senhor, é diferente 
da regular que se observa em todo o mundo. Primei-
ramente nossas tropas com que vamos à conquista do 
gentio bravo desse vastíssimo sertão não é de gente 
matriculada no livro de Vossa Majestade, nem obrigada 
por soldo, nem por pagamento de munição.”
Carta de Domingos Jorge Velho ao rei de Portugal, em 1694.
De acordo com o autor da Carta, pode-se afirmar que:
a) os bandeirantes possuíam tropas de mercenários, pagas 
pela metrópole, com o objetivo de exterminar indígenas.
b) havia proibição oficial de capturar índios para a escravi-
zação e os bandeirantes pretendiam evitar ser punidos 
pelos colonos e pelos espanhóis.
c) os exércitos portugueses, organizados na colônia, tinham 
a particularidade de serem compostos por indígenas 
especializados em destruir quilombos.
d) algumas tribos indígenas ameaçavam a segurança dos 
colonos e as bandeiras eram tropas encarregadas de 
transportar os nativos para as reduções religiosas.
e) muitas das bandeiras paulistas eram constituídas por 
exércitos particulares, especializados em exterminar e 
capturarindígenas para serem escravizados.
Aula 05
7História 2C
05.15. (UPF – RS) – “Não é fácil saber de onde foi que 
Jorge Velho partiu para ir combater Palmares, se de São 
Paulo ou do Piauí. Tanto se pode admitir uma versão 
como a outra, já que ambas se apoiam em documentos 
de igual autoridade [...]. Há também muita controvér-
sia sobre os seus efetivos. Em diferentes documentos 
o número de indígenas oscila entre 800 e 1.300, e o 
de brancos entre 80 e 150, não falando nas mulheres 
e crianças que costumava levar consigo. A marcha de 
seiscentas léguas até Pernambuco foi uma estupenda 
façanha. Custou-lhe a perda de 396 pessoas, das quais 
196 morreram de fome ou doença e 200 desertaram.” 
(FREITAS, Décio. Palmares: a guerra dos escravos. Porto Alegre: Mercado Aberto, 
1984, p. 145-146)
O bandeirante Domingos Jorge Velho foi contratado pelo 
governo português para destruir o quilombo de Palmares. 
Isso se deu porque 
a) os paulistas, excluídos do circuito da produção colonial 
centrada no Nordeste, queriam aí estabelecer pontos de 
comércio, sendo impedidos pelos quilombos. 
b) os paulistas tinham prática na perseguição de índios, os 
quais, aliados aos negros de Palmares, ameaçavam o governo 
com movimentos milenaristas. 
c) o quilombo desestabilizava o grande contingente escravo 
existente no Nordeste, ameaçando a continuidade da pro-
dução açucareira e da dominação colonial. 
d) os senhores de engenho temiam que os quilombolas, que 
haviam atraído brancos e mestiços pobres, organizassem 
um movimento de independência da colônia. 
e) os aldeamentos de escravos rebeldes incitavam os colonos 
à revolta contra a metrópole, visando trazer novamente o 
Nordeste para o domínio holandês. 
05.16. (UPF – RS) – No período colonial, o Brasil foi marcado 
por expedições internas com destaque para as Bandeiras. Lide-
radas pelos paulistas, as Bandeiras percorriam os sertões, onde 
passavam meses ou mesmo anos.
Sobre esse fenômeno histórico, considere as afirmativas:
I. As Bandeiras organizaram a sociedade do interior a partir 
do modelo norte-americano de colônias de povoamento.
II. Os rumos das principais Bandeiras foram Minas Gerais, 
Goiás, Mato Grosso e Paraná, tendo algumas delas che-
gado até o Paraguai.
III. Os bandeirantes ensinaram aos índios técnicas de 
agricultura para que desenvolvessem a colônia econo-
micamente.
IV. Os objetivos principais dos bandeirantes foram o apresa-
mento de índios para serem escravizados e a busca por 
metais preciosos.
V. As Bandeiras foram responsáveis pela expansão territorial 
do Brasil para muito além da linha de Tordesilhas.
Está correto apenas o que se afirma em: 
a) I, II e IV. b) II, IV e V. c) II, III e IV.
d) III e V. e) III, IV e V. 
05.17. (UFSC) – Este homem é um dos maiores selvagens 
que tenho topado: quando se avistou comigo trouxe 
consigo língua, porque nem falar sabe, nem se diferencia 
do mais bárbaro tapuia mais que em dizer que é cristão, 
e não obstante o haver-se casado de pouco, lhes assistem 
sete índias concubinas, e daqui se pode inferir como pro-
cede no mais; tendo sido a sua vida, desde que teve uso 
da razão – se é que a teve, porque, se assim foi, de sorte 
a perdeu que entendo a não achará com facilidade –, até 
o presente, andar metido pelos matos à caça de índios, 
e de índias, estas para o exercício das suas torpezas, e 
aqueles para os granjeios de seus interesses.
CARNEIRO, E. O Quilombo dos Palmares. São Paulo: Brasiliense, 1947, p. 134-135 
apud CAMPOS, Flávio de; PINTO, Júlio Pimentel; CLARO, Regina. Oficina de História. 
São Paulo: Leya, 2016, p. 84. v. 2.
Língua: intérprete que auxiliava na comunicação entre indígenas e 
portugueses.
Granjeio: trabalho realizado com o objetivo de receber vantagens e 
comodidades.
O trecho acima, de uma carta do bispo de Pernambuco ao 
rei de Portugal Pedro II, em 1697, descreve Domingos Jorge 
Velho, mestre de campo das operações de Palmares. Sobre o 
contexto das ações e da memória histórica construída sobre 
os bandeirantes, é correto afirmar que: 
01) segundo a historiografia atual, a imagem heroica com 
que os paulistas foram representados, sobretudo no 
século XX, ajudaram na difusão de uma série de pre-
conceitos culturais e raciais que formaram muitos dos 
valores da nossa sociedade. 
02) muitas vezes apresentados como desbravadores, des-
cobridores de riquezas, fundadores de vilas e respon-
sáveis pelo povoamento de várias regiões, os ban-
deirantes e sua imagem heroica acabam camuflando 
aspectos como a dizimação de povos indígenas, o des-
locamento forçado de populações nativas e a escravi-
zação que transformou o indígena em mercadoria. 
04) a percepção do bispo na carta endereçada ao rei portu-
guês trata de uma exceção, pois a Igreja estava alinha-
da às ações dos bandeirantes no processo de acultura-
mento dos povos indígenas. 
08) os bandeirantes, também chamados de sertanistas, 
eram os participantes das expedições oficiais que a co-
roa portuguesa organizava em busca da escravização 
dos povos indígenas e também de metais preciosos. 
16) o apresamento dos povos indígenas, sobretudo no ex-
tremo Sul e na região Amazônica, o sertanismo de con-
trato, particularmente intenso no Nordeste, e as expe-
dições de pesquisa mineral que partiam de São Paulo 
em direção à região das minas foram os principais focos 
do bandeirantismo na América Portuguesa.
8 Extensivo Terceirão
Gabarito
05.01. e
05.02. a
05.03. d
05.04. c
05.05. a
05.06. e
05.07. b
05.08. d
05.09. c
05.10. e
05.11. d
05.12. d
05.13. b
05.14. e
05.15. c
05.16. b
05.17. 19 (01 + 02 + 16)
05.18. 21 (01 + 04 + 16)
05.19. a) Ao longo dos séculos XVII e XVIII, os 
bandeirantes paulistas exerceram diver-
sas atividades econômicas, tais como 
caça ao índio, caça ao ouro, monções, 
sertanismo de contrato.
b) A partir da segunda metade do sécu-
lo XIX, a região de São Paulo passou 
por um processo de modernização 
econômica ligada ao café e a indús-
tria. Assim, a elite foi construindo uma 
imagem idealizada dos bandeirantes 
paulistas, como heróis, europeus, 
bem vestidos, etc., quando na verda-
de eram mamelucos, “grosseiros nos 
modos” e que utilizavam de muita 
violência.
Desafio
05.18. (UEPG – PR) – Em 1740, um relatório enviado pelo 
Conselho Ultramarino ao rei de Portugal definia um quilombo 
como “toda habitação de negros fugidos, que passem de 
cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos 
levantados e nem se achem pilões nele”. Apesar da historio-
grafia atual tratar da existência de quilombos consentidos 
pelos senhores e nos quais as comunidades negras gozavam 
de certa autonomia, o mais comum no período colonial 
brasileiro era a sua caracterização como estruturas sociais 
de resistência negra que reuniam desde pequenos grupos 
até milhares de negros fugitivos.
A respeito desse tema, assinale o que for correto. 
01) Em que pese expressar a luta pela liberdade e desafiar 
a ordem escravocrata, os quilombos não colocaram em 
risco o sistema de escravidão na colônia. Prova disso é 
que no Brasil a abolição ocorreu após o fim do período 
colonial, no fim do século XIX. 
02) Domingos Jorge Velho, português radicado na colônia, 
foi um dos principais defensores da formação de qui-
lombos. Era dono de um dos maiores. 
04) Ao longo do período colonial existiram centenas de 
quilombos, sendo as regiões dos atuais estados de Per-
nambuco, Bahia e Alagoas, locais onde ocorreram com 
muita frequência. 
08) Durante o domínio holandês em Pernambuco, não se 
verifica a fuga de escravos nem a formação de quilom-
bos. O fato dos holandeses condenarem a escravidão 
e estruturarem um modelo social baseado no trabalho 
livre e assalariado explica tal fenômeno. 
16) Os quilombos eram locais onde os negros se organi-
zavam social e culturalmente de acordo com suas ori-
gens, produzindo coletivamente e sobrevivendo à mar-
gem do sistema escravista. 
05.19. (UFPR) – Leia o excerto abaixo, retirado de artigo sobre 
a construçãoda mitologia referente à figura e à atuação dos 
bandeirantes no Brasil:
Delineou-se com toda a clareza [...] uma preocupação 
ao mesmo tempo historiográfica e ideológica, presente 
principalmente na obra de historiadores paulistas da 
primeira metade do século XX, em estudar a formação 
da população paulista a partir da biografia de seus ante-
passados ilustres, encarnados na figura do bandeirante. 
(SOUZA, Ricardo Luiz de. A mitologia bandeirante: construção e sentidos. História 
Social, Campinas, SP, n. 13, 2007, p. 161.)
A partir dos conhecimentos sobre o período colonial da 
América Portuguesa (séculos XVI a XIX) e sobre o período re-
ferido no excerto (a primeira metade do século XX no Brasil): 
a) Cite 2 principais atividades das bandeiras no período 
colonial da América Portuguesa. 
b) Defina duas características do mito do bandeirante cons-
truído entre o final do século XIX e primeira metade do 
século XX por grupos paulistas e explique duas razões 
que levaram a essa construção. Em seguida, aponte uma 
crítica feita a essa mitologia. 
Aula 05
9História 2C
Quando e onde
A descoberta das primeiras jazidas de ouro na região das Minas Gerais 
ocorreu no final do século XVII. Durante o século XVIII, muitas outras lavras foram 
encontradas e cidades foram levantadas. Na região de Tijucos, os bandeirantes 
descobriram o diamante. Além das Minas Gerais, muito ouro foi descoberto 
também em Goiás, Mato Grosso e Bahia. No início do século XVIII, a produção de 
ouro já atingia 4,5 toneladas/ano. Em meados do século, no auge da mineração, 
eram retirados, só da região das Minas Gerais, mais de 11 toneladas de ouro/ano.
A migração para a região das Minas, com o objetivo de obter a riqueza 
fácil, fez com que a população da Colônia pulasse, de 300 mil, em 1700, para 
cerca de 3 milhões, no final do século.
Extração
Embora a notícia do ouro tenha provocado uma “explosão” demográfica, a 
exploração desse ouro não era tarefa para tanta gente. Não havia uma disponi-
bilidade “democrática” de terras. Tão logo a notícia do ouro se espalhou, a Coroa 
portuguesa tratou de regulamentar a extração, controlando rigidamente a ex-
ploração. No caso da exploração do diamante, o governo português decretou o 
estanco do produto, ou seja, diamantes tornaram-se monopólio régio.
SPIX, Johann Baptist von; MATIUS, Carl Friedrich Philipp von. Lavagem de Diamantes em Curralinho. 
1823-1831. 1 litografia sobre papel: 41 cm x 52,7 cm. Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. 
Em 1702, Portugal criou a Intendência das Minas, órgão encarregado de 
fiscalizar toda a atividade mineradora.
Qualquer descoberta de ouro deveria ser comunicada à Intendência, que 
então se encarregava de delimitar a área, dividindo-a em datas. O tamanho 
variaria de acordo com o número de escravos que o minerador possuísse, o que 
incluía na lista dos pretendentes apenas os de posse. A primeira data cabia ao 
rei, outra ia para a Intendência, e o minerador que houvesse descoberto o lugar 
ficava com duas. As demais eram distribuídas de acordo com as requisições feitas 
ao Intendente, o que conferia a este um grande poder perante os mineradores.
A extração do ouro nas lavras exigia uso de máquinas e escravos. A maioria 
dos mineradores, que não dispunham destes recursos, praticavam a extração 
por meio da faiscação, que consistia em revirar muitas vezes os cascalhos 
abandonados nos rios pelos grandes mineradores, usando a bateia, sozinhos 
ou em pequenos grupos, sem nenhum requinte ou técnica mais sofisticada.
Instrumentos de 
expropriação e 
fiscalização 
portugueses
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AMOEDO, Rodolfo. Ciclo do Ouro. 
1924. 1 óleo sobre tela; color.; Museu 
Paulista (USP), São Paulo.
Além da Intendência das Minas 
– encarregada de dirigir o processo 
de distribuição das lavras de ouro, fis-
calizar a extração e cobrar impostos –, 
Portugal instituiu ainda, na região 
das Minas, as Casas de Fundição, 
para onde deveria ser encaminhado 
todo o ouro encontrado, a fim de ser 
fundido e transformado em barras ou 
lingotes, retirando-se evidentemente 
a parte relativa ao fisco português.
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 Casa do fisco
10 Extensivo Terceirão
História
2CAula 06
Mineração
Os impostos foram a forma mais rentável de expro-
priação do ouro brasileiro. Dos impostos, o mais famoso 
era o quinto:
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ou
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de
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 Peso para medir o ouro em pó
(...) E de todos os metais, depois de fundi-
dos e apurados, era-lhe forçoso pagar o quinto, 
salvo quando fossem as veias tão fracas que não 
suportassem e, neste caso, ao achador competia 
requerer à Coroa para prover como fosse de seu 
serviço.
HOLANDA, Sérgio Buarque de (Org.). História geral da civilização 
brasileira. 6. ed. São Paulo : Difel, 1985. v. 2. p. 268.
As Casas de Fundição e a cobrança do quinto foram 
objeto de várias manifestações e revoltas dos minera-
dores, como a Revolta de Vila Rica, que estudaremos 
mais tarde. Nenhum desses esforços, porém, impedia 
o contrabando, inclusive o praticado por padres que, 
além de não pagarem impostos, incentivavam os fiéis a 
fazerem o mesmo.
 Ouro quintado
Museu do Banco Central/Fotógrafo Desconhecido
Para forçar que os mineradores pagassem os impos-
tos, Portugal estabeleceu uma quantia base – mínima 
– de 1,5 tonelada de ouro/ano aos mineradores como 
forma de pagamento dos impostos. Caso tal limite não 
fosse alcançado, o governo poderia decretar a derrama, 
que era a cobrança coletiva e compulsória dos impostos 
atrasados.
Sociedade do ouro
A sociedade mineradora era urbana, móvel e pater-
nalista. A composição social era bem mais complexa que 
a sociedade do açúcar, principalmente pela existência 
de uma numerosa classe média urbana, formada por 
pequenos comerciantes, funcionários públicos, profis-
sionais liberais, cléricos, militares e outros.
Mineradores e 
grandes 
comerciantes
Classe 
média 
urbana
Escravos
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Apesar de a economia ser “de ouro”, a maior parte 
da riqueza produzida não ficava aqui. De qualquer 
forma, muita gente enriqueceu na Colônia, prin-
cipalmente com a exploração das grandes lavras, 
com o contrabando e com o comércio, mas a maio-
ria da população era formada por brancos pobres 
e escravos. Embora a mobilidade social fosse mais 
flexível do que na sociedade açucareira, raramente 
se dava no sentido vertical. Assim, a flexibilização 
da formação social da região do ouro poderia se 
reduzir à seguinte expressão: um maior número de 
pessoas dividia a pobreza do lugar.
Desdobramentos da 
mineração
O esgotamento das jazidas e a utilização de técnicas 
muito precárias de exploração provocaram o declínio da 
atividade na região das Minas, no fim do século XVIII. 
Mesmo em um período relativamente curto, a minera-
ção promoveu transformações importantes na Colônia:
• A mineração contribuiu para a formação de um 
mercado interno na Colônia.
• Vinculada à economia mineira, houve o desen-
volvimento da agricultura em São Paulo, sul de 
Minas e Rio de Janeiro, objetivando suprir suas 
necessidades. O mesmo ocorreu com a pecuária 
no Sul. O couro, a carne e os animais de transpor-
te eram vendidos em larga escala nas Gerais.
• A mineração estimulou também a formação de 
cidades e o desenvolvimento do artesanato.
• O polo econômico deslocou-se do Nordeste para 
o Sudeste, o que provocou, inclusive, a transfe-
rência da capital de Salvador para o Rio de Janei-
ro, principal porto do ouro mineiro.
Aula 06
11História 2C
Testes
Assimilação
06.01. As relações entre a metrópole e a colônia foram regidas 
pelo chamado pacto colonial, sendo este aspecto uma das 
principais características do estabelecimento de um sistema de 
exploraçãomercantil implementado pelas nações europeias 
com relação à América.
Com relação ao Brasil, do que constava este pacto? 
a) As colônias só poderiam produzir artigos manufaturados. 
b) A produção agrícola seria destinada, exclusivamente, à 
subsistência da colônia. 
c) A produção da colônia seria restrita ao que a metrópole 
não tivesse condições de produzir. 
d) A colônia poderia comercializar a produção que excedesse 
às necessidades da metrópole. 
e) Portugal permitiria a produção de artigos manufaturados 
pela colônia, desde que a matéria-prima fosse adquirida 
da metrópole. 
06.02. (FAMEMA – SP) – No Brasil Colonial, uma determinada 
atividade gerou maior articulação entre regiões distantes, ampliou 
a intervenção regulamentadora da metrópole e deu origem a 
uma sociedade diferenciada, caracterizada pela vida urbana, pelo 
aumento da mestiçagem e do número de alforrias e por uma 
notável produção cultural. Trata-se 
a) da pecuária no sertão nordestino. 
b) das plantations de tabaco e algodão no Nordeste. 
c) da coleta de drogas do sertão na região amazônica. 
d) das missões jesuíticas no Sul. 
e) da extração de ouro nas Minas Gerais. 
06.03. (UTFPR) – O principal interesse da metrópole portuguesa 
em relação ao Brasil, no período Colonial, era: 
a) produzir alimentos para alimentar a população de Portugal. 
b) fazer o comércio e escravidão de índios e negros. 
c) vender os produtos manufaturados de Portugal e Espanha. 
d) extrair produtos e matérias-primas rentáveis no mercado 
mundial da época. 
e) criar gado para atender ao mercado europeu. 
06.04. (FAMERP – SP) – A descoberta de ouro, no Brasil do século 
XVII, provocou, entre outros, 
a) a formação de núcleos populacionais no interior da colônia 
e o pagamento, por Portugal, de parte das dívidas com a 
Inglaterra. 
b) o fim da economia agrícola monocultora e a clara dife-
renciação em relação às áreas de colonização espanhola 
na América. 
c) o início do extrativismo na colônia e a exploração dos 
metais nobres brasileiros por multinacionais inglesas e 
norte-americanas. 
d) o desenvolvimento de ampla produção agrícola na região das 
minas e a autossuficiência alimentar das áreas mineradoras. 
e) a implantação de vasta rede de transportes na região das 
Minas e o rápido escoamento do ouro na direção dos 
portos do Nordeste. 
Aperfeiçoamento
06.05. (ACAFE – SC) – A mineração durante o período co-
lonial brasileiro foi uma das frentes que contribuíram para a 
interiorização da economia e para o surgimento de vilas e 
cidades no interior.
Acerca desse contexto e sobre o ciclo do ouro é correto 
afirmar, exceto: 
a) Intensificação das bandeiras de apresamento e escraviza-
ção dos indígenas que eram a principal mão de obra na 
exploração do ouro de aluvião e das lavras. 
b) A ação dos tropeiros contribuiu para o surgimento de 
um mercado interno. A região mineradora era abastecida 
por esta atividade com charque e outros derivados da 
pecuária. 
c) A Guerra dos Emboabas foi um conflito que resultou das 
tentativas de controle das minas de ouro descobertas 
pelos colonos e bandeirantes que desejavam o monopólio 
da exploração e eram contrários à presença de portugue-
ses e exploradores de outras regiões. 
d) As casas de fundição exerciam a função de controlar a 
cobrança do quinto, um imposto sobre o ouro extraído 
pelos mineradores. O ouro “quintado” era transformado 
em barras com o selo real português. 
06.06. O processo que pode ser denominado “corrida do 
ouro” e que provocou um intenso fluxo migratório à região 
das minas brasileiras provocou, no século XVIII, significativas 
mudanças na Economia e na sociedade colonial. Assinale as 
mais importantes transformações:
a) O grande desenvolvimento urbano, crescente aumento 
populacional, aumento do mercado interno e as grandes 
obras do período barroco.
b) Foi considerado o “século das luzes” pois a educação foi 
extensiva a toda a população, sem distinção de classe.
c) Houve uma grande resistência indígena e uma intensifi-
cação do tráfico negreiro.
d) Os olhos do colonizador estavam mais voltados para os 
grandes senhores dos engenhos açucareiros que propor-
cionavam maiores lucros.
e) A resistência indígena à exploração do ouro e a situação 
de Portugal tendo que pagar sua dívida com a Inglaterra.
12 Extensivo Terceirão
06.07. (UNESP – SP) – Em meados do século o negócio 
dos metais não ocuparia senão o terço, ou bem menos, 
da população. O grosso dessa gente compõe-se de 
mercadores de tenda aberta, oficiais dos mais variados 
ofícios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, taber-
neiros, advogados, médicos, cirurgiões-barbeiros, 
burocratas, clérigos, mestres-escolas, tropeiros, sol-
dados da milícia paga. Sem falar nos escravos, cujo 
total, segundo os documentos da época, ascendia a 
mais de cem mil. A necessidade de abastecer-se toda 
essa gente provocava a formação de grandes currais; 
a própria lavoura ganhava alento novo.
(Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”. História geral da civiliza-
ção brasileira, vol. 2, 1960. Adaptado.)
De acordo com o excerto, é correto concluir que a extração de 
metais preciosos em Minas Gerais no século XVIII 
a) impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas 
de extração e favoreceu a independência colonial. 
b) bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia e 
forçou a alta dos preços dos instrumentos de mineração. 
c) provocou um processo de urbanização e articulou a 
economia colonial em torno da mineração. 
d) extinguiu a economia colonial agroexportadora e in-
corporou a população litorânea economicamente ativa. 
e) restringiu a divisão da sociedade em senhores e Escravos 
e limitou a diversidade cultural da colônia. 
06.08. (UFU – MG) – No Brasil, a sociedade que se estruturou 
na região das minas possuía características que a diferencia-
vam do restante da colônia.
A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) O ouro, os diamantes e o comércio possibilitaram a forma-
ção de uma sociedade onde a riqueza era atribuída mais 
equitativamente, não se reproduzindo ali os contrastes 
entre a fortuna de poucos e a pobreza da maioria.
b) a intensa miscigenação entre homens brancos e mu-
lheres negras contribuiu para diminuir sensivelmente o 
preconceito racial, levando os senhores a dispensarem 
um tratamento humanitário aos seus escravos.
c) a arte barroca de Aleijadinho, profundamente influenciada 
pelos dogmas religiosos da época, foi colocada a serviço 
da rica elite local, traduzindo um sentimento de confor-
mismo e aceitação da ordem social vigente.
d) era uma sociedade urbanizada e heterogênea, formada 
por comerciantes, funcionários reais, artesãos, profissio-
nais liberais e escravos, onde a riqueza proporcionada 
pelo ouro, diamantes e comércio estava concentrada nas 
mãos de poucos, contrastando com a miséria da maioria 
da população.
06.09. (ACAFE – SC) – No Brasil, a economia da mineração, 
durante o Período Colonial, apresentou potencialidades bem 
maiores do que a açucareira, embora sua área de abrangência 
tenha sido menor. Acerca desse tema, todas as alternativas 
estão corretas, exceto:
a) Ao longo das rotas das tropas de gado destinadas às áreas 
de mineração, surgiram inúmeras vilas, que propiciaram 
o povoamento do interior do Brasil.
b) A mineração desenvolveu um mercado interno de bens 
e serviços devido às distâncias entre a área mineradora e 
os portos litorâneos.
c) Uma incipiente urbanização, a abertura de inúmeros 
“caminhos” no interior do Brasil, a vinda de artesãos com 
conhecimentos técnicos, são fatores que promoveram, 
também, o desenvolvimento da área mineradora.
d) A mineração promoveu um grupo quase aristocrático, 
uma elite formada pelas ideias do iluminismo europeu 
que tentou buscar a ruptura do Pacto Colonial.
e) Em decorrência dos capitais gerados pela mineração, logo 
se desenvolveram inúmeras manufaturas, principalmente 
de tecidos de algodão, em áreas periféricasde São Paulo 
e Minas Gerais.
06.10. (UNICAMP – SP) – Tanto que se viu a abundância 
do ouro que se tirava e a largueza com que se pagava tudo 
o que lá ia, logo se fizeram estalagens e logo começaram 
os mercadores a mandar às Minas Gerais o melhor que 
chega nos navios do Reino e de outras partes. De todas 
as partes do Brasil, se começou a enviar tudo o que dá 
a terra, com lucro não somente grande, mas excessivo. 
Daqui se seguiu, mandarem-se às Minas Gerais as boia-
das de Paranaguá, e às do rio das Velhas, as boiadas 
dos campos da Bahia, e tudo o mais que os moradores 
imaginaram poderia apetecer-se de qualquer gênero de 
cousas naturais e industriais, adventícias e próprias. 
(Adaptado de André Antonil, Cultura e Opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia-
-Edusp, 1982, p. 169-171.) 
Sobre os efeitos da descoberta das grandes jazidas de metais 
e pedras preciosas no interior da América portuguesa na for-
mação histórica do centro-sul do Brasil, é correto afirmar que: 
a) A demanda do mercado consumidor criado na zona 
mineradora permitiu a conexão entre diferentes partes 
da Colônia que até então eram pouco integradas.
b) A partir da criação de rotas de comércio entre os campos do 
sul da Colônia e a região mineradora, Sorocaba e suas feiras 
perderam a relevância econômica adquirida no século XVII.
c) O desenvolvimento socioeconômico da região das minas 
e do centro-sul levou a Coroa a deslocar a capital da Co-
lônia de Salvador para Ouro Preto em 1763.
d) Como o solo da região mineradora era infértil, durante 
todo o século XVIII sua população importava os produtos 
alimentares de Portugal ou de outras capitanias.
Aula 06
13História 2C
Aprofundamento
06.11. (UPF – RS) – No Brasil do século XVIII, a mineração 
marcou o deslocamento do eixo econômico para o Centro, 
incorporando os territórios que viriam a compor as capitanias 
de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Sobre essa atividade, leia 
as seguintes afirmações:
I. A ocupação das regiões mineradoras ocorreu de modo 
diverso daquela ocorrida nas áreas litorâneas e pecuaris-
tas, pois deu início à urbanização do interior.
II. O Rio de Janeiro foi o porto de escoamento do ouro para a 
Europa e ingresso de mercadorias que iam para as minas.
III. O Rio Grande do Sul integrou-se à economia nacional 
enviando gado de corte e animais de carga para a região 
mineradora, tendo a vila de Sorocaba (SP) como principal 
eixo comercial.
IV. A estratificação social nas minas era marcada por uma 
grande participação dos setores populares e dos escravos 
na tomada de decisões.
V. A convergência dos caminhos no centro do país foi 
denominada de Cruzeiro Rodoviário.
Está correto apenas o que se afirma em 
a) I, II e V. 
b) I, II e III. 
c) II, III e IV. 
d) II, IV e V. 
e) III, IV e V. 
06.12. (PUCCAMP – SP) – Em 1499 retornavam a Lisboa, 
em momentos diferentes, as duas naus restantes da ar-
mada que, dois anos antes, partira rumo ao Índico em 
viagem de descoberta do caminho que levasse à Índia, 
local desejado por Portugal há quase meio século. (...) 
Definitivamente, as coisas nunca mais foram as mes-
mas, tanto para aquele pequeno reino português, na 
franja atlântica da Europa, quanto, em outras medidas, 
para o resto do continente europeu. Desta viagem, mas 
sobretudo do que se esperou dela e do que efetiva-
mente se encontrou, restaram-nos alguns documentos 
epistolares, mas restou-nos também o Roteiro de uma 
viagem que levou os sonhos portugueses por “mares 
nunca dantes navegados”, e complementando o poeta 
Camões, “por terras nunca dantes palmilhadas”.
VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem. Expectativas, projeções e descobertas 
portuguesas no Índico (1498-1554). São Paulo: Annablume, 2010. p. 27. 
Dentre os sonhos portugueses relacionados à descoberta 
de novas terras, certamente figurava o desejo de encontrar 
ouro em abundância. Ao longo da colonização do território 
brasileiro, o período em que Portugal mais lucrou com a 
exploração de minérios 
a) foi o século XVII, quando da descoberta de metais pre-
ciosos na região de Minas Gerais e da criação da Estrada 
Real para o controle do escoamento da produção pelo 
Porto de Paraty. 
b) estendeu-se por cerca de um século entre 1710 e 1810, 
fase em que vigorou o Sistema da Real Extração, por 
meio do qual a coroa portuguesa se apossou das minas 
e controlava integralmente a extração, a fundição e a 
exportação aurífera. 
c) limitou-se aos dez anos de intensa exploração do Arraial 
do Tijuco (atual Diamantina), área que foi isolada como 
Distrito e mantida sob o controle da Intendência dos 
Diamantes, no final do século XVII. 
d) iniciou-se com a descoberta de esmeraldas pelo ban-
deirante Fernão Dias Paes, em 1681, e se encerrou com a 
execução da derrama, por falta da arrecadação mínima 
de minérios, em 1776. 
e) ocorreu ao longo do século XVIII, principalmente após a 
instituição de impostos como o quinto, perdurando até 
o declínio da extração do ouro de aluvião, nas últimas 
décadas desse mesmo século. 
06.13. (UFPel – RS) – O desenvolvimento desigual entre 
os povos, na atualidade, tem suas origens em limitações 
históricas, como:
ALVARÁ DE 1785
“Eu, a Rainha, faço saber aos que este alvará virem 
que, sendo-me presente o grande número de fábricas, 
manufaturadas que de alguns anos a esta parte se têm 
difundido em diferentes capitanias do Brasil, com gra-
ve prejuízo da cultura e da lavoura, e da exploração 
das terras minerais daquele vasto continente; [...] hei 
de por bem ordenar que todas as fábricas, manufatu-
ras, ou teares de galões, de tecidos – excetuando tão 
somente aqueles dos ditos teares e manufaturas em 
que se tecem ou manufaturam fazendas grossas de al-
godão, que servem para o uso e vestuário dos negros, 
para enfardar e empacotar fazendas e para outros mi-
nistérios semelhantes –, e todas as demais sejam ex-
tintas e abolidas em qualquer parte onde se acharem 
nos meus domínios do Brasil.”
A intenção da rainha, expressa no texto, foi:
a) promover a concentração dos recursos coloniais na mo-
nocultura cafeeira da exportação e numa industrialização 
substitutiva.
b) manter a economia colonial embasada no algodão, que 
dominou o valor das exportações no século XVIII.
c) subordinar os interesses brasileiros ao Tratado de Me-
thuen, fazendo com que o ouro brasileiro acabasse em 
Portugal, através da Inglaterra.
d) acelerar a industrialização portuguesa em detrimento do 
desenvolvimento agrícola brasileiro.
e) evitar que, na fase do ciclo da mineração, ocorresse um 
desenvolvimento industrial no Brasil, concorrendo com 
a Metrópole.
14 Extensivo Terceirão
06.14. (FATEC – SP) – Observe a imagem.
 Johannn Moritz Rugendas. festa de Nossa Senhora do Rosário, 
Patrona dos Negros, c. 1835.
 <https://tinyuri.com/bj66a52/>. Acesso em: 20/10/2018. Original colorido
A imagem retrata a festa em homenagem à santa padroeira da 
irmandade religiosa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens 
Pretos, em Minas Gerais, no século XVIII. Segundo o historiador 
Caio Boch, “as irmandades foram a mais viva expressão social das 
Minas Gerais do século XVIII”. De modo geral, as irmandades são 
definidas como associações constituídas por religiosos leigos 
e fiéis de diferentes classes sociais que se dedicavam ao culto 
de um padroeiro.
Na região das Minas Gerais, no século XVIII, essas associações 
se caracterizavam pela 
a) organização da vida social, construção de igrejas e de 
cemitérios, organização de festas, cuidados com os 
necessitados e formação profissional com o ensino dos 
ofícios mecânicos e das artes. 
b) organização da vida econômica, construção e manu-
tenção de estradas, criação dos órgãos de fiscalização e 
cobrança de impostos, e administração dos seminários 
coloniais, responsáveis pela formação de novos padres. 
c) organização da vida política, construção de hospitais e de 
escolas de educação básica, administração do patrimônio 
do Vaticano no Brasil e organização de bazares e feiraspara 
arrecadação de donativos para os necessitados. 
d) criação e fiscalização do cumprimento das leis referentes 
à moral e aos costumes dos moradores de Minas Gerais, 
celebração semanal do rito da missa e administração de 
sacramentos, como o batismo, o casamento e a extrema 
unção. 
e) criação dos órgãos de controle metropolitano sobre a 
população de escravos e libertos, regulamentação das 
práticas do Candomblé, construção de casas para os 
irmãos de baixa renda e desenvolvimento de sistemas 
de ensino religioso ecumênico. 
06.15. (UFRGS) – Leia o enunciado abaixo.
A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a dei-
xarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão 
ásperos como são os das minas, que dificultosamente 
se poderá dar conta do número de pessoas que atual-
mente lá estão (...). Cada ano, vêm nas frotas quanti-
dades de portugueses e de estrangeiros para passarem 
às minas. Das cidades, vilas e recôncavos e sertões do 
Brasil, vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, 
de que os paulistas se servem.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. São Paulo: Melhoramentos; 
Brasília: INL, 1976. p. 167. [1ª. edição: 1711].
A descrição acima refere-se à sociedade formada na região 
das Minas Gerais, no século XVIII.
A respeito dessa sociedade, considere as seguintes afir-
mações.
I. A possibilidade de ascensão social era mais facilitada do 
que na atividade açucareira empreendida no Nordeste.
II. A riqueza gerada promoveu o desenvolvimento de uma 
agricultura em grande escala, voltada para a exportação. 
III. O desenvolvimento acarretou uma sociedade urbana, 
heterogênea, composta por comerciantes, funcionários 
reais, profissionais liberais e escravos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.
06.16. (UEM – PR) – Ao longo do século XVIII, a mineração se 
tornou uma das atividades econômicas mais importantes no 
Brasil. A mineração impactou não apenas o mundo americano, 
mas também Portugal e mesmo a Europa. A esse respeito, 
assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 
01) Comparada à sociedade que se construiu no Nordes-
te do Brasil, a sociedade mineradora era mais urbana, 
mais complexa que aquela e apresentava uma maior 
mobilidade social. 
02) A região das minas gerais tornou-se, com o tempo, um 
grande mercado consumidor e de trabalho para pe-
dreiros, carpinteiros, marceneiros e demais profissionais 
necessários em áreas urbanas. 
04) Um dos grandes problemas da mineração foi o con-
trabando realizado pelos jesuítas em seus “santos do 
pau oco”. A persistência desta atividade ilícita levou o 
Marques de Pombal a expulsar os jesuítas do Brasil em 
meados do século XVIII. 
08) As características da mineração no Brasil possibilita-
vam a ação de mineradores de poucos recursos, que 
trabalhavam isoladamente ou com alguns escravos nas 
“faisqueiras”. 
16) O contínuo crescimento do número de escravos nas 
minas ao longo de todo o século XVIII alimentou o sen-
timento antiescravista no Brasil e se tornou o principal 
motivador da Inconfidência Mineira. 
Aula 06
15História 2C
06.17. (UEPG – PR) – Resultado das pretensões e objetivos 
portugueses nas áreas coloniais, bem como da estrutura eco-
nômica montada a partir do século XVI, a sociedade colonial 
brasileira possui características bastante peculiares. É possível 
afirmar que, em parte, o atual modelo social brasileiro reflete 
aquele que vigorou entre os séculos XVI e XVIII.
A respeito da sociedade colonial brasileira, assinale o que 
for correto. 
01) Na colônia, foi comum o transporte de pessoas em re-
des, cadeirinhas ou liteiras. Cabia aos escravos, carregar 
os seus senhores ou outros livres, neste caso cobrando 
por tal serviço. 
02) A culinária colonial foi toda baseada na tradição euro-
peia, não sendo possível falar em integração das prá-
ticas alimentares indígenas ou negras. Devido ao seu 
alto preço, o consumo de carne bovina restringiu-se 
aos mais abastados. 
04) Apesar de predominantemente patriarcal, na socieda-
de colonial, existiram muitas mulheres que se envol-
veram em práticas políticas e que ocuparam cargos 
administrativos. 
08) Os indígenas foram plenamente integrados ao modelo 
social colonial. Considerados homens livres, eles tive-
ram papel importante na dinamização do comércio 
interno e na integração territorial durante a Colônia. 
16) Apesar de ambas comporem a sociedade colonial bra-
sileira, a sociedade da mineração possui características 
diferentes da sociedade do açúcar. A dinâmica urbana, 
a existência de profissões especializadas e a influência 
do iluminismo francês marcaram a experiência mineira. 
06.18. (UEM – PR) – Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) sobre 
a relação entre as atividades econômicas e a ocupação dos 
territórios pelos portugueses na América, do século XVI ao XVIII. 
01) A principal atividade econômica desenvolvida na re-
gião litorânea do atual Nordeste brasileiro foi o cultivo 
de cana e a produção de açúcar. 
02) Ao organizar expedições em direção ao interior do ter-
ritório, em busca de metais preciosos e de índios para 
serem escravizados, os bandeirantes paulistas possibili-
taram o alargamento dos domínios portugueses além 
dos limites estabelecidos pelo tratado de Tordesilhas 
entre Portugal e Espanha. 
04) A descoberta e a exploração de ouro e de diamantes, 
no século XVIII, conduziram à ocupação do interior do 
atual estado de Minas Gerais pelos portugueses. 
08) Com o crescimento da produção de açúcar, a pecuária 
foi sendo gradativamente empurrada para o interior do 
Nordeste, ocupando as margens do rio São Francisco e 
a caatinga nordestina. 
16) Ao longo dos séculos XVI e XVII, a cafeicultura possibi-
litou a ocupação das terras altas (as montanhas) de Mi-
nas Gerais, da região noroeste do estado de São Paulo e 
do sudoeste do Paraná. 
Desafio
06.19. (FUVEST – SP) – 
ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO 
DO BRASIL (1700 – 1970)
Ano População em milhares 
1700 300
1770 2.000
1810 4.000
1870 10.000
1920 30.600
1970 100.000
Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 18/11/2014. Adaptado.
Com base nos números apresentados na tabela acima, identi-
fique e explique o fator determinante para o aumento popula-
cional registrado entre 
a) 1700 e 1770; 
b) 1920 e 1970. 
16 Extensivo Terceirão
Gabarito
06.01. c
06.02. e
06.03. d
06.04. a
06.05. a
06.06. a
06.07. c
06.08. d
06.09. e
06.10. a
06.11. b
06.12. e
06.13. e
06.14. a
06.15. c
06.16. 11 (01 + 02 + 08)
06.17. 17 (01 + 16)
06.18. 15 (01 + 02 + 04 + 08)
06.19. a) O crescimento da população entre 
1700 e 1770 foi impulsionado pela 
economia baseada na exploração de 
ouro e de pedras preciosas princi-
palmente em Minas Gerais. O Brasil 
colônia recebeu um considerável flu-
xo de portugueses e de escravos de 
origem africana para o trabalho nas 
minas, agricultura, além do comércio 
e serviços nas cidades mineiras que 
cresceram na época como Ouro Preto 
e Tiradentes.
b) Entre 1920 e 1970, o país atravessou 
um período de industrialização e ur-
banização mais acentuado, atraindo 
fluxos significativos de imigrantes, 
principalmente europeus. Além disso, 
houve avanços importantes no sa-
neamento básico e na medicina que 
resultaram na diminuição da taxa de 
mortalidade. Assim, como a taxa de 
natalidade era elevada, houve um 
grande crescimento vegetativo da 
população até a década de 1970. A 
partir de então, a população do país 
continuou crescendo, mas em ritmo 
mais lento devido à queda da taxa de 
natalidade.
06.20. 17 (01 + 16)
06.20. (UEPG – PR) – Objeto de estudo de diversos historiado-
res, sociólogos e antropólogos, a sociedade colonial brasileira 
possui peculiaridades e constitui a base da nossa sociedade 
contemporânea.
A respeito desse tema, assinale o que for correto. 
01) Agrária, patriarcal e escravista, a sociedade colonial se 
estruturou a partir da grande propriedade e do poder 
dos donos da terra. Nesse cenário, os povoadose vilas 
tiveram papel secundário, limitados praticamente às 
funções administrativas. 
02) Os indígenas, povos originários do território, foram am-
plamente integrados ao modelo de sociedade colonial. 
Inicialmente utilizados como escravos, os indígenas 
ascenderam à condição de trabalhadores livres e assa-
lariados a partir da chegada dos africanos escravizados, 
exercendo importante papel produtivo na colônia. 
04) Apesar de colonial, a sociedade da mineração, que se 
formou no século XVIII, diferia completamente da so-
ciedade do açúcar. Urbana, marcada por grande mo-
bilidade social e estruturada a partir do trabalho livre 
e assalariado, pode-se dizer que nela a escravidão foi 
meramente assessória. 
08) A religiosidade foi um dos traços marcantes da socieda-
de colonial brasileira. A forte presença da Igreja Católica 
foi sentida durante os três séculos da colônia. Impor-
tante destacar que também há grande influência de re-
ligiões protestantes como o luteranismo e o calvinismo, 
sem contar as religiões de origem africana. 
16) O mulato e o caboclo são personagens típicos da so-
ciedade colonial. Marcada pela mistura de raças e tam-
bém de culturas, a sociedade colonial possui um cará-
ter essencialmente mestiço. 
Aula 06
17História 2C
18 Extensivo Terceirão
História
2C
Formação das fronteiras 
e movimentos nativistas
Aula 07
Qual a origem da discussão sobre as fronteiras entre 
Portugal e Espanha?
A primeira fronteira do território 
brasileiro foi estabelecida por Portugal e 
Espanha antes mesmo de o Brasil ter sido 
“descoberto”: foi o Tratado de Tordesi-
lhas, assinado em 1494, que estabelecia 
a divisão das terras descobertas e por 
descobrir, através de uma linha imaginá-
ria que passaria a 370 léguas a oeste das 
ilhas de Cabo Verde.
Hoje, a Linha de Tordesilhas cruzaria 
a cidade de Belém, ao norte, e Laguna, 
em Santa Catarina, ao sul.
Durante os séculos XVI e XVII, a 
expansão econômica realizada pelos 
portugueses ampliou os limites lusita-
nos para além da Linha de Tordesilhas. O 
problema era regularizar a questão com 
o governo espanhol.
Em 1680, o governo português 
autorizou a fundação da Colônia de Sa-
cramento, na margem esquerda do Rio 
da Prata (em pleno território espanhol), 
com o objetivo de aproveitar o farto co-
mércio da região platina monopolizado 
até então pela cidade de Buenos Aires.
Pouco depois da instalação, a nova 
colônia foi atacada e tomada pelos 
espanhóis, após 23 dias de feroz resis-
tência. O governo português reagiu 
e ameaçou provocar um conflito na 
Europa. Para evitar maiores problemas, 
os espanhóis restituíram o território 
e indenizaram os danos causados, 
aceitando resolver a questão por via di-
plomática. Sucederam-se, então, vários 
acordos.
Tratado de Tordesilhas
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Colônia do Sacramento e dos 
sete povos das Missões
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Aula 07
19História 2C
Quais os principais acordos 
e qual a configuração 
resultante?
Com o Tratado de Lisboa, em 1681, deu-se o 
primeiro passo na longa negociação. Pressionada por 
Portugal, a Coroa espanhola reconheceu a soberania 
portuguesa sobre a colônia, porém na região a paz não 
era tão fácil, e os conflitos se repetiam. Em 1715, Por-
tugal e Espanha enfrentaram-se na Europa em face da 
Guerra de Sucessão espanhola. Como não havia mais 
motivos para temer a guerra – pois ela estava ocorren-
do de fato –, Sacramento foi novamente tomada pelos 
espanhóis. Após a resolução do conflito na Europa, 
pelo Tratado de Utrecht, em 1715, a colônia voltou a 
ser portuguesa.
Em 1713, Portugal e França assinaram um trata-
do, também em Utrecht, para resolver uma pendên-
cia entre a região onde hoje é o Amapá e a Guiana 
Francesa.
Em 1749, representantes das duas nações ibéricas 
sentaram-se à mesa de negociações para tentar dar uma 
solução definitiva para a questão da Colônia de Sacra-
mento. Do lado português, o habilidoso padre brasileiro 
Alexandre de Gusmão, interessado em um acordo que 
contemplasse não apenas a questão do Prata, mas todo 
o território da América de ocupação portuguesa, pon-
derou que era hora de se fazer um acordo que acabasse 
com as desconfianças e a sensação, de ambas as partes, 
de um prejuízo quanto à cessão de terras.
Em 13 de janeiro de 1750, foi assinado o Tratado de 
Madri, que revogava o “velho Tordesilhas” e definia os 
limites das terras da América entre as duas potências, 
com base no princípio romano do uti possidetis, ita 
possideatis, ou seja, a posse da terra caberia a quem a 
tivesse ocupado primeiro.
Na mesma forma pertencerá à Coroa de Portugal 
tudo o que tem ocupado pelo rio Amazonas, ou Ma-
rañon, e o terreno de ambas as margens, desde rio 
até as paragens, que abaixo se dirão: como também 
tudo que tem ocupado no distrito de Mato Grosso, 
e dele, para a parte do Oriente, e Brasil, sem em-
bargo de qualquer pretensão por parte da Espanha, 
com motivo do que se determinou no referido Tra-
tado de Tordesilhas...
Artigo 3o. do Tratado de Madri
Pelo Tratado de Madri, ficou resolvido que a Colônia 
de Sacramento passaria ao domínio espanhol, sendo 
Portugal compensado com o território dos Sete Povos 
das Missões. Ficou determinado também que os índios 
guaranis deveriam deixar a região, mudando-se para 
o outro lado do rio Uruguai. Tudo o que foi construído 
por índios e jesuítas deveria ser deixado para trás. O 
interessante é que não havia nenhum representante dos 
guaranis ou mesmo dos jesuítas na mesa de negociação 
em Madri. A reação veio com as Guerras Guaraníticas 
(1754 - 1756), que acabaram por complicar as negocia-
ções fronteiriças. A consolidação do acordo arrastou-se 
por mais 50 anos, com marchas e contramarchas:
• Em 1761, o Convênio de El Pardo anulou as dispo-
sições firmadas no Tratado de Madri.
• Em 1777, O Tratado de Santo Ildefonso ratificou 
as decisões do Tratado de Madri com relação ao 
Brasil, exceto com relação à região Sul, onde os 
portugueses perderam os Sete Povos das Mis-
sões e a Colônia de Sacramento.
No início do século XIX, aproveitando-se de nova 
querela na Europa, os portugueses determinaram o 
avanço de tropas sobre o território dos espanhóis, no 
Sul, atingindo o arroio Chuí. Cessados os conflitos, o Tra-
tado de Badajós, em 1801, consolidou definitivamente 
essa posição, revalidando o acordo de Madri. O território 
do Brasil, a partir de então, passou a ser representado da 
forma apresentada a seguir.
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20 Extensivo Terceirão
Brasil – Início do Século XIX
No âmbito político e so-
cial, como era a situação 
da colônia no século XVII 
e início do XVIII?
No século XVII, a estrutura denominada de Pacto 
Colonial começava a atingir o seu limite. A elite por-
tuguesa mantinha uma postura de desinteresse pelos 
problemas da Colônia, resistindo a admitir o desgaste da 
sua política de restrições, monopólios e, principalmente, 
de cobrança de tributos.
O monopólio colonial vigorava desde 1571 e ga-
rantia a Portugal um duplo lucro: comprava mais 
barato e vendia mais caro. Além disso, a Coroa cedia 
a empresas portuguesas o direito de explorarem, 
com exclusividade, certas regiões e atividades no 
Brasil. Para ampliar o controle e a submissão da Co-
lônia, em 1642 foi criado o Conselho Ultramarino, 
que tornava mais rígida a pressão fiscal.
Diante disso, as primeiras rebeliões, denominadas de 
nativistas, demonstraram a disposição de certos setores 
da elite brasileira em não mais permitir a espoliação das 
riquezas da Colônia.
Quais foram e como 
foram os principais 
movimentos nativistas?
De maneira geral, podemos caracterizar os movi-
mentos nativistas da seguinte maneira:
• não tinham, via de regra, sentimentos separatis-
tas em relação à Metrópole;
• não tinham âmbito nacional;
• não contestavam, na sua totalidade, a relação 
Metrópole – Colônia, ou seja, o Pacto Colonial.
A Aclamação de Amador Bueno, em 1641, em São 
Paulo, foi a primeira manifestação de caráter nativista da 
Colônia. O movimento reduziu-sea uma manifestação 
dos comerciantes paulistas preocupados com a possibi-
lidade de que seus negócios com Buenos Aires fossem 
prejudicados pelo fim da União Ibérica. Como forma de 
protesto, os comerciantes da região aclamaram Amador 
Bueno – o mais rico habitante do lugar – rei de São Paulo.
O gesto dos comerciantes acabou não tendo nenhu-
ma consequência mais séria. Amador Bueno recusou a 
“oferta” e, dias depois, os paulistas juraram fidelidade ao 
novo Rei português.
A Revolta de Beckman, em 1684, no Maranhão, foi 
mais complexa. Os fazendeiros maranhenses estavam 
ressentidos com as dificuldades em obter mão de obra 
para suas lavouras, já que Portugal não mantinha a 
regularidade no fornecimento de escravos negros para 
a região, e os jesuítas se opunham ferozmente à ideia da 
escravidão dos indígenas.
Brasil – Movimentos Nativistas
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Bo
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Aula 07
21História 2C
A cessão do monopólio do tráfico negreiro para uma Companhia de 
Comércio não aliviou a situação. Pelo contrário, os constantes atrasos 
da empresa irritaram ainda mais os fazendeiros, que chefiados pelos 
irmãos Beckman e por Jorge Sampaio passaram a lutar pela extinção da 
Companhia de Comércio do Maranhão e pela expulsão dos jesuítas. O 
governo português não admitiu a revolta e sufocou o movimento com 
brutalidade, executando os líderes.
Em 1708, eclodiu um outro movimento nativista, na região das Minas Ge-
rais: A Guerra dos Emboabas. Como sabemos, a descoberta do ouro na região 
foi obra dos bandeirantes paulistas, que agora se ressentiam da presença ma-
ciça de “forasteiros”, principalmente portugueses atraídos pela possibilidade de 
enriquecimento rápido.
Os forasteiros foram chamados pejorativamente de emboabas, pala-
vra indígena que fazia referência a uma ave de pernas emplumadas e, a 
partir de então, também aos portugueses, que ao contrário dos bandei-
rantes usavam botas ou panos enrolados para proteger as pernas.
Não demorou a que paulistas e “emboabas” entrassem em conflito. Os 
portugueses, liderados por Manuel Nunes Viana, infligiram uma série de 
derrotas aos paulistas – entre elas a mais importante ficou conhecida como 
“Capão da Traição” – e acabaram por expulsá-los das Minas Gerais.
Forçados a deixar a região das Minas, os bandeirantes foram em busca 
de novas jazidas. Em 1718, encontraram ouro em Mato Grosso, abrindo 
nova corrida ao metal.
Em 1710, teve início a Guerra dos Mascates, conflito envolvendo os 
senhores de engenho de Olinda e os comerciantes de Recife. Durante o 
domínio holandês, Recife, até então um acanhado povoado, passou a ser o 
principal lugar de Pernambuco.
 Recife, século XVII
Na capital, Olinda, moravam os decadentes senhores de engenho, que, 
para cobrirem as despesas, endividavam-se cada vez mais com os comercian-
tes recifenses, chamados pejorativamente de “mascates”.
Em 1709, o rei de Portugal elevou Recife à categoria de vila e mandou 
erguer o pelourinho, símbolo do poder municipal. Essa atitude, coerente 
pela crescente importância de Recife, irritou profundamente os olindenses, 
pois significava a perda de uma importante fonte de renda para os seus 
já minguados cofres, já que agora Recife não arrecadaria impostos para 
Olinda, mas para seus próprios cofres.
Num ato de desespero, os olin-
denses invadiram Recife e derru-
baram o pelourinho. O Governador 
fugiu. Os comerciantes pediram 
ajuda a Portugal. A reação do Rei foi 
rápida: mais de 150 pessoas foram 
presas e mais de 400 fugiram. Recife 
não só foi confirmada como vila, 
mas também passou à condição 
de capital da capitania. Restou a 
Olinda a melancólica estagnação.
Finalmente, em 1720, ocorreu o 
que podemos denominar de o último 
movimento nativista: a Revolta de 
Vila Rica, liderada pelo mineiro Filipe 
dos Santos. O motivo foi o arrocho 
tributário português, que incomoda-
va profundamente os mineradores. 
Além de pagar valores escorchantes, 
o governo português, com o intuito 
de diminuir o contrabando, criou 
as Casas de Fundição, local onde o 
ouro deveria ser entregue para o 
recolhimento do quinto. Os minera-
dores foram obrigados a fazer longas 
caminhadas até as Casas de Fundição, 
para entregar a maior parte do ouro 
aos portugueses, isso sem contar o 
tempo que perdiam com a burocra-
cia, que era interminável.
Em 1703, o Tratado de Me-
thuen, com a Inglaterra, ampliou 
a necessidade de ouro para cobrir 
os deficits da coroa portuguesa.
Some-se a isso a insatisfação 
com o fato de o abastecimento da 
região ser controlado pelos comer-
ciantes portugueses, o que oprimia 
ainda mais a população local.
Contra essa situação, um grupo 
de homens influentes da região, che-
fiados por Filipe dos Santos, entre-
gou ao Governador um documento 
exigindo a extinção imediata das 
Casas de Fundição, além da redução 
de impostos e de monopólios.
O Governador – Conde de 
Assumar – fingiu atender às reivin-
dicações dos rebeldes, mas, assim 
que os ânimos serenaram, mandou 
ocupar Vila Rica, prendeu e enforcou 
Filipe dos Santos.
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22 Extensivo Terceirão
Testes
Assimilação
07.01. No início do século XVIII, a concorrência das Antilhas 
fez com que o preço do açúcar brasileiro caísse no mercado 
europeu. Os proprietários de engenho, em Pernambuco, para 
minimizar os efeitos desta crise, recorreram a empréstimos 
junto aos comerciantes da Vila de Recife. Esta situação gerou 
um forte antagonismo entre estas partes, que se acirrou quando 
D. João V emancipou politicamente Recife, deixando esta de 
ser vinculada a Olinda. Tal fato desobrigou os comerciantes de 
Recife do recolhimento de impostos a favor de Olinda. O conflito 
que eclodiu em função do acima relatado foi a 
a) Revolta de Beckman. 
b) Guerra dos Mascates. 
c) Guerra dos Emboabas. 
d) Insurreição Pernambucana. 
e) Conjuração dos Alfaiates. 
07.02. O território brasileiro é, atualmente, bem maior do que 
as terras atribuídas a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas. A 
expansão da colônia ocorreu graças à ação de bandeirantes, 
missionários, militares e pecuaristas que ocuparam as vastidões 
pouco exploradas das áreas de ambos os lados da linha de 
Tordesilhas. O tratado em que a França renuncia às terras que 
ocupava na margem esquerda do rio Amazonas e aceita o rio 
Oiapoque como limite entre a colônia portuguesa e a Guiana 
Francesa é o 
a) Segundo Tratado de Ultrech. 
b) Tratado de Santo Ildefonso. 
c) Tratado de Madri. 
d) Tratado de Badajós. 
e) Primeiro Tratado de Ultrech. 
07.03. Leia texto a seguir.
Em 1682, foi criada a Companhia Geral do Comércio 
do Estado do Maranhão, com o objetivo de contro-
lar os atritos entre fazendeiros e religiosos na disputa 
pelo trabalho indígena, mais barato que o africano, 
e incentivar a produção local... A companhia vende-
ria aos habitantes do Maranhão produtos europeus, 
como azeite, vinho e tecidos, e deles compraria o que 
produzissem, como algodão, açúcar, madeira e as 
drogas do sertão, para comercializar na Europa. Tam-
bém deveria fornecer à região quinhentos escravos 
por ano, uma fonte alternativa de mão de obra, diante 
da resistência jesuítica em permitir a escravidão de 
nativos. Os preços cobrados pela companhia, entre-
tanto, eram abusivos, e ela não cumpria os acordos, 
como o fornecimento de escravos.
VICENTINO, Claudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. 
Editora Scipione, SP, 2010 – p. 358.
O texto acima descreve uma situação que colaborou para 
o acontecimento de um conflito, no período colonial brasi-
leiro ocorrido na segunda metade do século XVII, que ficou 
conhecido como 
a) Revolta de Beckman. 
b) Guerra dos Mascates. 
c) Guerra dos Emboabas. 
d) Revolta de Felipe dos Santos. 
e) Revolta de Amador Bueno. 
07.04. (ACAFE – SC) – A Revolta de Vila Rica no século XVIII 
mostrou os abusos que as autoridades portuguesas cometiam 
com os mineradores e a população de Minas Gerais.

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